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CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA CENTRO UNIVERSITÁRIO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA __________________________________________________________________________ ALENA MASCARENHAS SARAH EVELYN MARINHO LISBOA MICROAGULHAMENTO NAS SEQUELAS CICATRICIAIS DA ACNE BRASÍLIA - DF 2020 1 ALENA MASCARENHAS SARAH EVELYN MARINHO LISBOA MICROAGULHAMENTO NAS SEQUELAS CICATRICIAIS DA ACNE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de Tecnólogo em Estética e Cosmética. Orientador: Prof. Esp. Veronica Machado Lima BRASÍLIA - DF 2020 2 ALENA MASCARENHAS SARAH EVELYN MARINHO LISBOA MICROAGULHAMENTO NAS SEQUELAS CICATRICIAIS DA ACNE Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora com vistas à obtenção do título de Tecnólogo em Estética e Cosmética pelo Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília. Brasília, DF - 12 de Junho de 2020. Banca Examinadora ______ _____ Prof. Esp. Veronica Machado Lima _ _ Prof. Ma. Adelaide Simone Navarro Dantas Roque _ _ Prof. Ma. Gardênia Sampaio de Castro Feliciano 3 AGRADECIMENTOS Eu, Sarah agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse concluir mais essa etapa da minha vida. A minha mãe por ter me dado apoio, carinho, respeito, confiança, por sempre ter acreditado em mim e por toda estrutura que deu para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Ao meu pai por ter me incentivado a continuar e torceu por mim. Agradeço a todos os Mestres pelos ensinamentos e dedicação para nosso melhor aprendizado, em especial a nossa orientadora Veronica Machado Lima. Aos colegas de turma que no dia-a-dia nos ensinam ainda que indiretamente a sermos pessoas capazes de aceitar as diferenças e conviver com elas, nos motivando ao desafio e nos fazendo analisar e melhorar nossa prática enquanto aprendizes. Eu, Alena agradeço a professora e orientadora Veronica Machado Lima, que incentivou e auxiliou na realização deste estudo, além dos conhecimentos que me foram passados no decorrer do curso. Ao meu filho João Henrique Mascarenhas pelo apoio incondicional em todos os momentos difíceis da minha trajetória acadêmica. Sem o seu incentivo e suas palavras de apoio eu não teria conseguido. Ele não mediu esforços para lutar por minha formação, e é a maior fonte de inspiração para mim. Essa vitória é nossa! Por fim, agradecemos a todos que acreditaram em nós, e a todos que porventura não foram aqui mencionados, mas que de alguma forma me ajudaram nessa gratificante jornada. . 4 MICROAGULHAMENTO NAS SEQUELAS CICATRICIAIS DA ACNE Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética Alena Mascarenhas Sarah Evelyn Marinho Lisboa Veronica Machado Lima RESUMO: Introdução: A acne é uma das afecções inflamatórias mais comuns do folículo pilossebáceo, que acomete com mais frequência os adolescentes e já na fase adulta as mais afetadas são as mulheres devido aos fatores hormonais. As cicatrizes são responsáveis por consequências psíquicas, visto que interferem diretamente na autoestima e sociabilização dos portadores de cicatrizes. Existem vários tratamentos propostos para reduzir o aspecto inestético das cicatrizes de acne, dentre eles o microagulhamento. Objetivo(s): Dissertar sobre os benefícios da técnica de microagulhamento nas sequelas cicatriciais da acne. Fundamentação Teórica: A acne inflamatória resulta em cicatrizes e essas estão relacionadas a um aumento ou perda de colágeno, podendo ser caracterizadas como atróficas (associada à perda tecidual), hipertróficas ou queloides. O microagulhamento é um procedimento que tem como objetivo tratar cicatrizes de acne, ocasionando centenas de microlesões, que promove a estimulação da produção de colágeno sem causar grandes danos no tecido da pele, promovendo uma cicatrização fisiológica. Os resultados clínicos variam entre os pacientes, mas todos alcançam algumas melhorias. O número de sessões necessárias depende da resposta individual do colágeno, da condição do tecido e dos resultados desejados. Conclusão: conclui-se que o objetivo foi alcançado, pois pode- se dissertar a respeito dos benefícios da técnica de microagulhamento nas sequelas cicatriciais da acne, trazendo aos profissionais e acadêmicos da área de estética e cosmética referências atuais e de grande relevância na área. Palavras-Chave: microagulhamento, acne, sequelas cicatriciais. ABSTRACT: Introduction: Acne is one of the most common inflammatory disorders of the pilosebaceous follicle, which affects adolescents most often and in adulthood the most affected women are due to hormonal factors. Scars are responsible for psychic consequences, since they directly interfere with the self-esteem and sociability of patients with scars. There are several treatments proposed to reduce the unsightly appearance of acne scars, including microneedling. Objective (s): To talk about the benefits of the microneedling technique in the healing sequelae of acne. Theoretical Background: Inflammatory acne results in scarring and these are related to an 5 increase or loss of collagen, which can be characterized as atrophic (associated with tissue loss), hypertrophic or keloids. Microneedling is a procedure that aims to treat acne scars, causing hundreds of microlesions, which promotes the stimulation of collagen production without causing major damage to skin tissue, promoting physiological healing. Clinical results vary among patients, but all achieve some improvements. The number of sessions required depends on the individual collagen response, the condition of the tissue and the desired results. Conclusion: it is concluded that the objective has been achieved, as it is possible to talk about the benefits of the microneedling technique in the healing sequelae of acne, bringing to professionals and academics in the area of aesthetics and cosmetics current references of great relevance in the area. Keywords: microneedling, acne, scar sequelae. 6 1. INTRODUÇÃO A acne é uma das afecções inflamatórias mais comuns do folículo pilossebáceo, que acomete com mais frequência os adolescentes e já na fase adulta as mais afetadas são as mulheres devido aos fatores hormonais. (ARAUJO et. al., 2011). A acne é composta por dois tipos de lesões, as lesões inflamatórias que são formadas por pústulas, cistos, nódulos e pápulas, e as não inflamatórias que são compostas por comedões fechados e abertos (MONTEIRO, 2011). Após o término da fase inflamatória ativa, grande parte dos pacientes apresentam cicatrizes. As cicatrizes são responsáveis por consequências psíquicas, visto que interferem diretamente na autoestima e sociabilização dos portadores de cicatrizes (GÓES, 2016). Existem vários tratamentos propostos para reduzir o aspecto inestético das cicatrizes de acne, dentre eles o microagulhamento, também conhecido como terapia de indução de colágeno, e que tem sido descrito como técnica praticamente indolor, simples e de tecnologia minimamente invasiva. Pormeio de um instrumento com agulhas, cria-se múltiplos microcanais, com o objetivo de estimular a produção do colágeno e melhorar o aspecto da pele na área tratada (EVANGELISTA, 2013). Tendo em vista que este procedimento pode ser feito em todos os tipos de pele e até mesmo nas regiões mais sensíveis da face, como por exemplo, próximo aos olhos onde outras terapias são evitadas, este estudo justifica-se por sua relevância como uma opção terapêutica acessível e de resultados promissores. Para realização do presente estudo, buscou-se artigos científicos e livros datados a partir de 2006, nas bases de dados eletrônica: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Google Acadêmico no período de fevereiro a maio de 2020, usando como palavras chaves: microagulhamento, acne, sequelas cicatriciais. Desta forma, pretende-se por meio de uma revisão da literatura, dissertar sobre os benefícios da técnica de microagulhamento nas sequelas cicatriciais da acne. 7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Acne A acne vulgar é uma das doenças mais comuns que afeta a pele caracterizada pelo processo inflamatório da unidade pilossebácea. Os locais mais acometidos pela acne são face, o pescoço, a parte superior das costas, o tórax, e a parte superiordos braços (COSTA; VELHO, 2018). A patogênese da acne é complexa, e consiste em quatro mecanismos fisiopatológicos principais: hiperprodução sebácea; colonização bacteriana folicular da Propionibacterium acnes (P. Acnes); hiperqueratinização folicular e consequente formação de microcomedão e liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente (NEGRÃO, 2017). A acne é composta por dois tipos de lesões: as não inflamatórias que são formadas por comedões fechados e abertos, e as lesões inflamatórias que são compostas por pústulas, cistos, nódulos e pápulas (MONTEIRO, 2011). As lesões inflamatórias da acne se iniciam no grau II, onde há presença de pápulas, podendo evoluir para as pústulas, que são lesões semelhantes a pápula, porém de conteúdo purulento. Os nódulos, cistos e as pústulas fazem parte do grau III, geralmente se expandem por camadas mais profundas da pele, chegando à camada basal e a derme, levando a destruição de tecidos e por consequência dessa inflamação há o surgimento de cicatrizes persistentes (BRENNER et al., 2006). Com a ruptura do folículo, com subsequente saída de conteúdo da glândula sebácea na derme, a inflamação passa a ser intensa. Com isso, formam-se cistos, nódulos e fístulas, que fazem parte dos quadros de acne nódulo-cística e conglobata, responsáveis também pela formação de cicatrizes (RIBEIRO, 2010). A acne comumente, afeta mais os adolescentes, especialmente meninos em decorrência da produção hormonal de testosterona. Já no sexo feminino, a acne é mais controlada, porem tem uma duração maior. As regiões mais afetadas pela acne são o rosto, e o tórax, devido há maior concentração de pilosebáceas (PAULA; NASCIMENTO; GRIGNOLI, 2018). O diagnóstico varia com o tipo de lesão, ao qual é classificada em quatro graus sendo o primeiro sem inflamação e o último o mais grave, podendo ser composto de cicatrizes, manchas e até mesmo alterações na superfície da pele (DEUSCHLE, 2015). 8 2.2 Sequelas Cicatriciais A cicatriz é um processo natural e biológico da cura após uma lesão na pele. Assim, pode ser definida como área de tecido fibroso que se forma ao longo do processo de cicatrização e que substitui os tecidos normais lesados. Há diversos fatores que influenciam o aspecto da cicatriz, entre esses fatores: a genética, o local da ferida, a idade da pessoa, o uso de medicamentos, estado nutricional e outros (MONTEIRO, 2017). A acne inflamatória resulta em cicatrizes e essas estão relacionadas a um aumento ou perda de colágeno. As cicatrizes de acne são classificadas em elevadas (hipertróficas e queloideanas) e atróficas ou deprimidas (distensíveis e não distensíveis). As distensíveis são divididas em retráteis e onduladas, enquanto, as não distensíveis podem ainda ser classificadas em superficiais, médias e profundas (ice- picks) e túneis. (CÔRTES, 2009). Geralmente, começam a partir do rompimento de uma lesão inflamatória dentro do folículo piloso, formando um abscesso perifolicular. Em condições normais, a reação inflamatória é encapsulada pela epiderme e deverá ser reabsorvida em sete a dez dias, por conseguinte a pele começa a se recuperar evitando deixar marcas. Quando acontece falha na reparação, ocorre o rompimento do abscesso, induzindo a formação de trajetos fistulosos múltiplos. A gravidade da inflamação influenciará na quantidade, no tipo e na profundidade das sequelas cicatriciais (MAIO, 2011). Na fase inicial do processo de cicatrização, o colágeno tipo III é predominante. Na fase de maturação, ele vai sendo gradativamente substituído pelo colágeno tipo I, sendo mais duradouro e persistindo por prazo entre cinco a sete anos (FABBROCINI et al., 2010). As cicatrizes atróficas de acne podem ser descritas a partir dos seguintes subtipos visualizados na figura 1: as do tipo icepick são estreitas, puntiformes e profundas, com diâmetro menor que 2mm. Sua abertura geralmente é mais larga do que o infundíbulo mais profundo com formato de uma letra "V"; as do tipo rolling tem aparência ondulante à pele em formato de letras "M", caracterizando-se como cicatrizes de rolamento e geralmente são maiores que 4 a 5mm; e as do tipo boxcar que são redondas ou ovais com bordas bem estabelecidas, tendendo a ser mais largas na superfície, podendo ser visualizadas com o formato de uma letra "U" (SANTOS et al., 2018). 9 Figura 1: Subtipos de cicatrizes atróficas de acne Fonte: Fabbrocini et al. (2010). Muitas vezes, os três tipos diferentes de cicatrizes atróficas podem ser observados no mesmo paciente e pode ser muito difícil a diferenciação entre elas. Por esse motivo, várias classificações e escalas foram propostas (FABBROCINI et al.,2010). O sistema de classificação qualitativa de cicatrizes proposto por Goodman e Baron é simples e universalmente aplicável. De acordo com essa classificação, quatro graus diferentes podem ser usados para identificar uma cicatriz de acne, conforme mostrado na tabela 1. 10 Tabela 1: Classificação qualitativa de cicatrizes de acne Fonte: Santos et al. (2017) 2.3 Microagulhamento O microagulhamento é um procedimento que tem como objetivo tratar cicatrizes de acne, gerando centenas de microlesões, que promovem a estimulação da produção de colágeno sem causar grandes danos no tecido da pele, promovendo uma cicatrização fisiológica que se desenvolve em três fases: inflamatória, proliferação e remodelação. O mesmo apresenta menos efeitos colaterais e menos riscos de danos na pele, além de ter uma fase curta de cicatrização após cada procedimento feito, tendo também como objetivo o aumento da vascularização no local (PORTO; SOUZA, 2020). Para o tratamento, utiliza-se um rolo estéril composto por uma série de agulhas 11 finas e afiadas para perfurar a pele. O procedimento de agulhamento cutâneo é realizado rolando-se a ferramenta nas áreas cutâneas afetadas por cicatrizes de acne, para trás e para frente com alguma pressão e em várias direções. Como esperado, a pele sangra por um curto período de tempo. A pele desenvolve múltiplos microcanais e inicia-se a cascata complexa de fatores de crescimento que finalmente resulta na produção de colágeno. A histologia mostra espessamento da pele e um aumento de novas fibras de colágeno e elastina. Os resultados geralmente começam a ser vistos após cerca de 6 semanas, mas os efeitos completos podem levar pelo menos três meses a ocorrer e, comoa deposição de novo colágeno ocorre lentamente, a textura da pele continuará melhorando ao longo de um período de 12 meses (FABROCINI et al., 2010). Ainda versando sobre esse contexto, Santana et al., (2016) relata que o microagulhamento é um procedimento seguro, que pode ser executado em consultório sem complicações, com bom custo/benefício por ser economicamente viável, sem o afastamento do paciente de suas atividades diárias. Comumente, facilita a permeação de ativos cosméticos estimulando a regeneração das cicatrizes. Como o tempo de cicatrização é mais curto, os riscos de efeitos colaterais são menores e não possuindo restrição de fototipo cutâneo (MATOS, 2014). É de suma importância que os equipamentos possuam registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), certificação que garante a qualidade do produto em relação ao aço utilizado, número de agulhas, comprimento e diâmetro das agulhas e a esterilização do mesmo, evitando assim contaminações e complicações (AYRES, 2016). Há algumas técnicas de microagulhamento, dentre elas, está a técnica de roller que é normalmente constituído de um pequeno cilindro-rolo arquitetado com uma quantidade de finas agulhas que, dependendo da finalidade, pode variar de 190 a 1080 agulhas de 0,20mm e 3mm de comprimento e vão de 0,1mm a 0,12mm de diâmetro no ponto máximo de penetração (BORGES; SCORZA, 2016) Antes da escolha do roller deve-se realizar uma avaliação criteriosa do cliente para determinar o tipo e a profundidade da lesão, assim como o tamanho da área- alvo, com isso fazer o uso do melhor equipamento, a escolha do tamanho ideal, seja das agulhas ou largura do roller (PEREIRA et al., 2016). Por conseguinte, há também as canetas de microagulhamento que podem ser 12 manuais ou elétricas, e suas agulhas são descartáveis. O equipamento elétrico chamado de dispositivo elétrico de microagulhamento, permite a regulagem do tamanho das agulhas entre 0,25mm a 2mm de acordo com a profundidade da disfunção estética. A quantidade de agulhas pode variar nos refis (2, 3, 7, 12 ou 36 agulhas), portanto é mais indicado trabalhar com um maior número de agulhas, para que se tenha um trauma mais homogêneo (BORGES; SCORZA, 2016). Quanto à eficácia do roller em comparação com a caneta, os fabricantes atestam que a caneta elétrica é uma evolução do roller para a prática do microagulhamento, com a promessa de maior praticidade durante o procedimento (PEREIRA et al., 2016). Os resultados clínicos variam entre os pacientes, mas todos alcançam algumas melhorias. O número de sessões necessárias depende da resposta individual do colágeno, da condição do tecido e dos resultados desejados. A maioria dos pacientes requer cerca de 3 sessões com aproximadamente 4 semanas de intervalo. O agulhamento cutâneo pode ser realizado com segurança em todos os fototipos e tipos de pele: existe um risco menor de hiperpigmentação pós-inflamatória do que outros procedimentos, como dermoabrasão, peelings químicos e recapeamento a laser. O agulhamento cutâneo é contraindicado na presença de terapias anticoagulantes, infecções ativas da pele, injeções de colágeno e outros preenchimentos injetáveis nos seis meses anteriores (FABROCINI et al.,2010). 2.4. Ação do Microagulhamento nas Cicatrizes de Acne A partir do referencial teórico levantado foram selecionados 7 estudos datados dos últimos cinco anos e escritos em português, descritos no quadro I, que relatam a efetividade da técnica do microagulhamento no tratamento das sequelas cicatriciais da acne. Quadro I: Descrição dos estudos selecionados sobre a técnica do microagulhamento em sequelas de acne. Autor Objetivo Método Resultado Conclusão Góes et al. 2016 Avaliar a eficácia da subcisão e microagulhamento, em pacientes com cicatrizes de acne. Apresentaram-se 2 casos de pacientes com cicatrizes de acne, 1 que se submeteu à subcisão e ao Três dias depois do procedimento, os dois pacientes apresentavam boa recuperação. Após três sessões mensais houve bom resultado A subcisão e o microagulhame nto têm vantagens, como menor tempo de 13 microagulhamento, e o outro, somente à subcisão. Para ambos os pacientes foi utilizada a técnica de subcisão. nas áreas tratadas, com elevação das cicatrizes e resposta clínica satisfatória após cada sessão, bem como no primeiro mês após três sessões. A paciente que se submeteu aos dois procedimentos obteve resposta superior. recuperação (dois a três dias), são seguras em todos os fototipos e apresentam menores riscos de hiperpigmentaç ão pós- inflamatória quando comparadas a outras técnicas, como o tratamento a laser, peelings químicos ou dermoabrasão, além do baixo custo. Kalil et al. 2015 Avaliar a melhora das cicatrizes de acne do tipo distensíveis na face após tratamento com a técnica de microagulhamento, seguida da aplicação tópica de gel contendo fatores de crescimento. Foram selecionados 10 pacientes portadores de cicatrizes de acne, que preencheram os critérios de inclusão. Todos realizaram três sessões de microagulhamento, com intervalos de um a dois meses, com seguimento de um ano. Oito pacientes finalizaram o estudo. Observou-se pela análise fotográfica melhora global do aspecto da pele e melhora discreta das cicatrizes atróficas distensíveis. As cicatrizes atróficas do tipo ice picks (não distensíveis) não apresentaram melhora com o procedimento. As fotos comparativas demonstram a melhora de paciente portador de cicatrizes deprimidas distensíveis. Esse tratamento promove a melhora global da textura da pele e discreto efeito nas cicatrizes de acne. Paula et al. 2018 Realizar uma revisão de literatura sobre o efeito que o microagulhamento promove na cicatriz de acne. Buscou-se artigos científicos e livros datados a partir de 2007, nas bases de dados do site Scielo, Google acadêmico, no período de março a agosto de 2017, usando como palavras chaves: microagulhamento, cicatriz, acne. Os artigos científicos comprovam a indução de colágeno através da técnica de microagulhamento para uma melhora tanto nas cicatrizes de acne, como em diversos tratamentos estéticos. De acordo com as pesquisas realizadas o microagulhame nto promove uma melhora na textura da pele e tem efeitos positivos na cicatriz de acne. Pereira et al. 2016 Demonstrar possível melhora nas cicatrizes atróficas de acne Trata-se de uma pesquisa experimental, com abordagem Em geral observou-se discreta melhora visual nas cicatrizes atróficas de acne, redução de O microagulhame nto na modalidade 14 por meio do microagulhamento com a modalidade dermapen. qualitativa. Foram selecionadas seis voluntárias do gênero feminino, com idade entre 20 a 30 anos apresentando cicatrizes atróficas de acne na face. Foram realizadas quatro sessões com intervalo de 21 dias. ósteos dilatados, aumento da luminosidade e melhora na textura da pele. Após pesquisa de satisfação todas as voluntárias relataram alacridade com o resultado e recomendariam o tratamento. dermapen em cicatrizes atróficas de acne obteve-se um resultado moderado. Sugere-se para melhores resultados um número maior de sessões independente mente da associação ou não a ativos. Vale ressaltar que quando associado há uma maior probabilidade de eficácia no resultado. Porto e Souza 2020 Avaliar os benefícios da técnica do microagulhamento em indivíduos com cicatriz atrófica de acne. Relato de caso, de caráter descritivo quantitativo e de corte transversal composta por sujeitos do sexo feminino escolhidas por conveniência. Após as análises dos dados, o estudo apresentou bons resultados em ambas as pacientes na última sessão, assim observando que quantomaior o número de sessões, maiores os benefícios estéticos e na auto-estima da paciente, refletindo consequentemente na saúde psicossocial. Foi notado que a técnica de microagulhame nto apresentou um resultado positivo em ambas as pacientes, propiciando uma pele mais iluminada, com menos cicatrizes de acne e linhas de expressões, como também uma pele mais clara e consequentem ente aumento a autoestima das mesmas. Santana et al. 2016 Avaliar o microagulhamento no tratamento de cicatrizes atróficas de acne. Foram selecionados seis pacientes que apresentavam cicatrizes de acne. O melhor resultado foi observado para cicatrizes distensíveis, com pouca diferença no aspecto das cicatrizes tipo icepicks. Nenhum paciente evoluiu com intercorrências infecciosas. A única complicação foi a hipercromia pós- inflamatória, presente em dois pacientes. O microagulhame nto é uma excelente opção para o tratamento das cicatrizes de acne, tanto por seu custo/benefício quanto por não afastar o paciente de suas atividades diárias. 15 Santos et al. 2018 Apresentar por meio de um relato de caso os resultados do tratamento de cicatrizes atróficas de acne com a técnica de microagulhamento associada ao drug delivery através da utilização de agulhas de curto comprimento na busca por tratamentos eficazes que sejam menos dolorosos e invasivos aos pacientes. Foram realizados no total três procedimentos com intervalo de 28 dias entre cada sessão. O drug delivery com o intuído de permeação dos ativos foi realizado com uma mescla composta por ácido hialurônico não reticulado, 13 vitaminas, 6 minerais, 5 ácidos nucléicos, 6 coezimas, 2 antioxidantes e 23 aminoácidos do laboratório BIOMETILO microagulhamento foi realizado utilizando o aparelho da marca DRS® composto por 540 agulhas de 1mm de comprimento. O presente estudo demonstrou uma melhora significativa no aspecto da pele e profundidade das cicatrizes atróficas de acne através da realização de três sessões de microagulhamento associado ao drug delivery. Nas cicatrizes atróficas do tipo icepick e nas cicatrizes mais profundas não foi observada melhora significativa, o que corresponde as limitações relatadas por outros autores. O tratamento das cicatrizes atróficas de acne com microagulhame nto e drug delivery apresenta resultados positivos, com efetividade moderada, mesmo através da utilização de agulhas de curto comprimento. Os principais achados dos artigos citados acima consistem na eficácia do microagulhamento no tratamento de cicatrizes de acne. Entretanto, com relação as características da aplicação da técnica dos estudos analisados, observou-se que não houve padronização dos parâmetros de aplicação como número de sessões, intervalo entre elas, tempo de aplicação, espessura do comprimento da agulha utilizada. Porém, o microagulhamento promove a estimulação da produção de colágeno sem causar grandes danos no tecido epitelial e mostrou-se uma opção segura e eficaz para o tratamento das sequelas cicatriciais da acne, em especial as atróficas. 3. CONCLUSÃO A acne é um processo inflamatório da unidade pilossebácea que acomete a pele e como uma de suas consequências, as cicatrizes resultantes podem ter um impacto negativo na vida dos portadores acometidos por essa sequela. A acne inflamatória resulta em cicatrizes e essas estão relacionadas a um aumento ou perda de colágeno, sendo descritas como hipertróficas e atróficas respectivamente. O microagulhamento tem-se mostrado uma alternativa segura e eficaz, com 16 resultados positivos no tratamento das cicatrizes de acne. Desta forma, conclui-se que o objetivo desta revisão da literatura foi alcançado, pois pode-se dissertar acerca dos benefícios da técnica de microagulhamento nas sequelas cicatriciais da acne, trazendo aos profissionais e acadêmicos da área de estética e cosmética referências atuais e de grande relevância na área. 17 REFERÊNCIAS ARAUJO, Ana Paula Serra, et al. Acne diferentes tipologias e formas de tratamento. VII EPCC. Encontro Internacional de Produção Cientifica. Cesumar. p. 1-5, out. 2011. AYRES, N. Microagulhamento: conheça o tratamento para cicatrizes e estrias. 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