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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO Vanessa Piffer Clima Organizacional no Instituto Federal de Rondônia (IFRO) PORTO VELHO 2019 VANESSA PIFFER Clima Organizacional no Instituto Federal de Rondônia (IFRO) Pré-projeto pertencente a Linha de Pesquisa nº 1: Estratégia, Gestão e Tecnologia em Organizações, Eixo Temático nº 2: Aprendizagem Organizacional. Apresentado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Administração da Universidade Federal de Rondônia como atividade avaliativa da disciplina de Seminário de Pesquisa em Administração. Professor: Dr. Osmar Siena PORTO VELHO 2019 PIFFER, Vanessa. Clima Organizacional no Instituto Federal de Rondônia (IFRO). Pré- projeto para disciplina de Seminário de Pesquisa em Administração do Programa de Pós- Graduação Mestrado em Administração (PPGA), Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), 35p. Porto Velho, 2019. RESUMO A avaliação do clima organizacional é uma ferramenta importante a ser estudada dentro de das organização, pois causa um grande impacto sobre a motivação, satisfação, relação interpessoal, entre outras variáveis. Neste sentindo, e utilizando como lente teórica a teoria das necessidades de Alderfer, conhecida como teoria ERC, que é utilizada em estudos do processo da motivação e se relaciona principalmente com aquilo que está dentro do indivíduo ou do ambiente que o envolve e que energiza ou sustenta o seu comportamento, que esse estudo terá como objetivo utilizar um dos modelos teóricos existentes na literatura, que atenda as peculiaridades da instituição, na avaliação do clima organizacional do Instituto Federal de Rondônia- IFRO. Trata-se de uma pesquisa aplicada, que adota a concepção pós-positivista, quanto ao horizonte temporal tratando-se de um estudo transversal, classificada como descritiva, tratando-se de um levantamento, como instrumento de pesquisa será utilizado questionários autoadministrados, a população estudada é composta por todos os servidores ativos permanentes, efetivos e substitutos, pertencentes ao quadro de servidores do IFRO em 2020, lotados nos nove (09) Campi presenciais e na Reitoria, totalizando dez (10) unidades. Será utilizado no calculo do tamanho da amostra p= 0,50, erro amostral de 5% e nível de confiança de 95%. O tratamento dos dados levantados na pesquisa seguirá os seguintes procedimentos: seleção, categorização, codificação, tabulação, análises de estatística descritiva e multivariada, e interpretação, utilizando-se para tanto, softwares como Microsoft Excel e aplicativo Pacote Estatístico para Ciências Sociais (SPSS). Palavras-Chave: Clima Organizacional. Instituição Federal de Ensino. Gestão de Recursos Humanos. PIFFER, Vanessa. Organizational Climate at the Federal Institute of Rondônia (IFRO). Pre-project for discipline of Research Seminar in Administration of, Post Graduation Program in Administration, Federal University of Rondônia (UNIR), 35p, Porto Velho, 2019. ABSTRACT The evaluation of the organizational climate is an important tool to be studied within the organization, because it causes a major impact on the motivation, satisfaction, interpersonal relationship, among other variables. This feeling, and using as theoretical lens the theory of needs of Alderfer, known as the ERC theory, which is used in studies of the process of motivation and relates mainly with what is within the individual or the environment that surrounds it and that energizes or sustains their behavior, this study will aim to use one of the theoretical models existing in the literature, which meets the peculiarities of the institution, in the evaluation of organizational climate of the Instituto Federal de Rondônia- IFRO. It is an applied research, which adopts the post-positivist conception, on the horizon in the case of a cross-sectional study, classified as descriptive, in the case of a waiver, as a research instrument will be used self-administered questionnaires, the population studied is composed of all active servers, permanent and effective substitutes, belonging to the frame of IFRO servers in 2020, crowded in nine (09) face campuses and the Rectorate, totaling ten (10) units. It will be used in calculating the size of the sample (p= 0.50, sampling error of 5% and a confidence level of 95%. The treatment of the data collected in the survey shall follow the following procedures: if intended leção, categorization, encoding, tabulation, descriptive statistical analyzes and multivariate analysis and interpretation, using both, software application such as Microsoft Excel and Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Keywords: Organizational climate. Federal Educational Institution. Management of Human Resources. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 1.1 Problematização ......................................................................................................... 6 1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 7 1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 7 1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 7 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 8 3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 9 3.1 Perspectiva Teórica .................................................................................................. 12 3.2 Modelos de Avaliação do Clima Organizacional .................................................. 14 3.2.1 Modelo de Mejías et al. (2006) ......................................................................... 15 3.2.2 Modelo de Bispo, (2006) .................................................................................... 15 3.2.3 Modelo de Rizzatti (2002) .................................................................................. 18 3.2.4 Modelo de Sbragia (1983) .................................................................................. 20 4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 21 4.2 Caracterização da Pesquisa .................................................................................... 22 4.3 População e Amostra ............................................................................................... 23 4.3 Instrumento de Pesquisa ......................................................................................... 26 4.3.1 Seleção do Instrumento de Avaliação do Clima Organizacional ....................... 26 4.3.2 Teste do Instrumento de Pesquisa ...................................................................... 28 4.4 Considerações Éticas ............................................................................................... 29 4.5 Aplicação do Instrumento de Pesquisa .................................................................. 29 4.6 Tratamento e Análise dos Dados Coletados .......................................................... 30 5 CRONOGRAMA .............................................................................................................. 31 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................32 5 1 INTRODUÇÃO Estudos frequentemente mencionam o termo clima organizacional referindo-se às influências do ambiente de trabalho sobre o comportamento humano. As rápidas mudanças que vêm ocorrendo nas últimas décadas, têm despertado o interesse em conhecer a fundo a dinâmica da vida organizacional, buscando identificar como trabalhadores expostos a uma série de estímulos, oriundos da organização e do ambiente de trabalho, têm percepções parecidas e atribuem significados semelhantes (ROCHA; CERETTA; LIMA, 2014). Neste contexto, Rocha, Ceretta e Lima (2014) relatam que a avaliação do clima organizacional trata-se de um indicador de satisfação dos membros de uma organização em relação a diferentes aspectos, tais como: elementos que envolvam a comunicação, a coesão, o suporte da gerência, a recompensa, a autonomia, a orientação e clareza das tarefas, a pressão no trabalho, o controle, a inovação e o conforto físico. Estrada et al. (2009) relatam que o conceito de cultura organizacional, refere-se ao conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização, como resultado da dinâmica de uma organização. Completam afirmando que a interação com as pessoas e ambiente do entorno determinam a construção da cultura organizacional e do clima, harmonioso ou não, que a instituição vivencia. A eficiência da organização pode ser acentuada por meio da construção de um clima organizacional que atenda às necessidades de seus membros, bem como direcione esse comportamento motivado para os objetivos organizacionais (CURVO; HEINZMANN, 2017). Os autores completam afirmando que o desafio é compreender o clima organizacional e apontar as reais necessidades dos colaboradores para uma possível intervenção em busca da satisfação dos indivíduos. O que, em alguns casos, pode ser alcançado através da implementação de estratégias a fim de proporcionar um espaço favorável para o bom desenvolvimento de suas funções, uma boa comunicação, infraestrutura adequada, relacionamento interpessoal, entre outras medidas (DÍAZ; MURILLO; CEBALLOS, 2018). Nas instituições públicas, existem fatores específicos capazes de intervir ainda mais no clima organizacional, sendo estes à burocracia, à legislação, os interesses políticos, instabilidade devido a mudanças políticas, ações descontinuadas, greves, entre outros (NUNES; LINS, 2009). Todos esses fatores contribuem para o surgimento do estresse 6 relacionado ao trabalho, sendo apontado como uma das principais causas de adoecimento dos servidores no país, acarretando em aposentadorias precoces, licenças de afastamento do trabalho e absenteísmo (FIGHERA, 2017). Tal contexto exige novas posturas e soluções para resolver os problemas. Maximiano (2010) cita que para que uma organização possa se manter oferecendo um bom nível de qualidade em seus processos e serviços, desta forma sendo bem vista pela sociedade, não é suficiente apenas garantir uma boa qualidade dos aspectos técnicos do processo produtivo, dispor de recursos financeiros, tecnológicos e estruturais, faz-se necessário investir nos colaboradores envolvidos no processo, como parte primordial que são. Nesse sentido para Luz (2003), a avaliação do clima organizacional é uma ferramenta importante a ser estudada dentro de uma organização, pois causa um grande impacto sobre a motivação, satisfação, relação interpessoal, entre outras variáveis. 1.1 Problematização Em face da complexidade dos fatores que incidem sobre o clima organizacional, supõe-se que a maneira mais adequada e que mais se aproxima da realidade para avaliá-lo, é utilizar instrumentos de pesquisa que permitam captar o somatório de várias percepções dos colaboradores acerca da organização em que atuam e do seu ambiente de trabalho (BARBOSA, 2017), revelando como as práticas organizacionais influenciam em seus sentimentos, desempenhos e interesses. Pesquisas sobre o tema, clima organizacional, revelam a complexidade de sua abordagem diante dos inúmeros modelos teóricos existentes na literatura (BIZARRIA et al., 2016), criados e aplicados em diferentes contextos, ou seja, ora organizações pertencentes ao setor privado ora pertencentes ao setor público, onde existem uma variedade fatores capazes de intervir ainda mais no clima organizacional (NUNES; LINS, 2009). Bizarria et al. (2016), relatam ainda que o tema tem como característica ser multidimensional, revestido de dimensões que compõe argumentos singulares, complementares e que, por vezes, se sobrepõe, o que dificulta a definição e adaptação de um modelo a ser aplicado a uma realidade específica. 7 Neste prisma, o presente estudo busca responder a seguinte pergunta de pesquisa: É possível a partir dos modelos teóricos de avaliação de clima organizacional existentes na literatura, selecionar um modelo que atenda as peculiaridades da instituição para a aplicação na avaliação do clima organizacional do Instituto Federal de Rondônia? 1.2 Objetivos O estudo é composto de um objetivo geral e três objetivos específicos, os quais serão buscados durante a realização deste trabalho. 1.2.1 Objetivo Geral Utilizar um dos modelos teóricos existentes na literatura, que atenda as peculiaridades da instituição, na avaliação do clima organizacional do Instituto Federal de Rondônia. 1.2.2 Objetivos Específicos 1. Realizar a avaliação do clima organizacional da instituição a partir do modelo teórico selecionado. 2. Descrever a percepção dos servidores quanto as variáveis de avaliação de clima organizacional investigadas. 3. Analisar a aplicabilidade do modelo selecionado na instituição estudada. 8 2 JUSTIFICATIVA Estudar o clima organizacional é primordial dentro de uma instituição, pois sua má gestão pode ser propulsora de problemas e conflitos que prejudicam o bom funcionamento institucional e os serviços prestados a comunidade (OLIVEIRA; SANTOS; TADEUCCI, 2011). Nesse contexto, o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) publicou a Portaria Normativa nº 03, em 07 de maio 2010, demonstrando um movimento do Executivo Federal no sentido do estabelecimento da Norma Operacional de Saúde do Servidor (NOSS) aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC), tendo por objetivo definir diretrizes para implementação das ações de vigilância aos ambientes e processos de trabalho e promoção à saúde do servidor tendo como objeto a reflexão sobre a relação existente entre processo de trabalho, ambiente de trabalho e saúde do servidor (BRASIL, 2010). O Instituto federal de Rondônia, assim como nos demais IFE e outras organizações públicas, apresenta varias características que o diferencia de qualquer outra organização particular, entre elas procedimentos demasiadamente burocráticos, regulamentados por legislação e normas internas e externas; cargos de gestão, normalmente, definidos a partir de interesses políticos que mudam com frequência; promoções e progressões da carreira previstas no plano de carreira dos servidores públicos nacionais, o que as torna previsíveis e pouco atrativas (FIGHERA, 2017). Segundo Carbone (2000) a legislação, a burocracia e os diversos interesses políticos prejudicam a atuação eficaz da área de gestão de pessoas na administração pública. Ocorrem ainda, casos de adoecimento mental entre os servidores, acarretando aposentadorias precoces, afastamentos do trabalho e absenteísmo. De acordo com os registros da instituição estudada, as licenças registradas para tratamento da saúde dos servidores, no ano de 2017, totalizaram 343, e cerca de 17% estão relacionadas ao Grupo F 00-99 do Código Internacional de Doenças (CID), transtornos mentais e comportamentais, desta forma demonstrandoa necessidade de investigação do assunto. Dentro dessa perspectiva, esse estudo resultará inicialmente em contribuições para duas áreas sendo estas: acadêmica e institucional. Levantará entendimento quanto ao clima organizacional do Instituto Federal de Rondônia para isso utilizando instrumento selecionado na literatura, o qual poderá passar por adaptações levando-se em consideração as peculiaridades da instituição estudada, se assim for necessário, que caso comprove 9 aplicabilidade e confiabilidade, representará contribuição à área do conhecimento e consequentemente a comunidade acadêmica que dela faz parte, além de promover aprendizado e discussões sobre os desdobramentos do comportamento humano nas organizações. Também resultará na produção de um diagnóstico da percepção dos servidores quanto ao clima organizacional da instituição, o qual poderá ser utilizado pelos gestores para subsidiar a criação de políticas de gestão de pessoas, que visem criar um ambiente de trabalho favorável, que promova o desenvolvimento organizacional e individual ao mesmo tempo em que contribua com a promoção da saúde, segurança e Qualidade de Vida no Trabalho de seus servidores. 3 REVISÃO DA LITERATURA Na obra de Harry Braveman (1983) é possível visualizar como história do trabalho é marcada por eventos como a divisão do trabalho dentro das manufaturas, onde, pouco a pouco as atividades manuais passaram a ser divididas e cada etapa centralizada em indivíduos especializados naquela tarefa específica; posteriormente, houve o advento da mecanização da produção, com a consequente industrialização e o surgimento da gerência científica, tendo como princípio o trabalho de Frederick Taylor. A gerência científica concentrou-se em aumentar a produtividade por funcionário, máquina ou recurso de forma que fosse obtido o que foi chamado por Taylor de “melhor dia de trabalho”, que era basicamente o dia de produção baseado na maior eficiência possível (BRAVEMAN, 1983). A partir deste período, as escolas da administração foram surgindo e evoluindo gradualmente, entre elas, a escola das relações humanas; com passar do tempo, o elemento humano deixou de ser observado como mero componente mecânico no processo produtivo e passou a ser compreendido enquanto elemento fundamental para a promoção da eficiência, seja no chão de fábrica ou nas esferas administrativas (BRAVEMAN, 1983). A valorização dos trabalhadores como peça fundamental para o funcionamento da estrutura organizacional impulsionou uma série de investigações sobre o comportamento humano a partir de 1930 (FIGHERA, 2017). Pesquisadores de diversas áreas realizaram estudos sobre o comportamento humano nas organizações, preocupando-se, principalmente, com temas relacionados à interação entre indivíduos, fatores que impulsionavam ou desestimulavam a 10 realização das atividades e a influência do fator humano na produtividade e no desempenho organizacional (FIGHERA, 2017). Segundo a autora foi nesse cenário que surgiram as primeiras pesquisas que buscavam avaliar a percepção dos indivíduos a respeito dos elementos e as condições de trabalho aos quais estavam submetidos, conduzindo os estudos para uma nova área de pesquisa, denominada clima organizacional. Estrada et al. (2009) afirmam em seu estudo que o clima organizacional exerce influência significativa sobre a cultura da organização incluindo o padrão geral de comportamentos, crenças e valores compartilhados pelos membros que dela fazem parte. Segundo os autores são os membros da organização que determinam em grande parte a sua cultura e, neste sentido, o clima organizacional exerce influência direta, pois as percepções dos indivíduos determinam substancialmente crenças, mitos, comportamentos e valores que compõem a cultura organizacional. Um clima organizacional adequado e uma cultura coletiva avançada facilitam gerar compromissos além dos interesses pessoais, que é sem dúvidas um grande benefício para o desenvolvimento organizacional ao mesmo tempo que proporciona uma alta qualidade de vida para os colaboradores, o que, produz uma grande estabilidade social, pois os indivíduos sentem seu trabalho mais valorizado e, sem dúvida, serão mais produtivo (Estrada et al., 2009). Os autores concluem afirmando que as recompensas e os reconhecimentos aos colaboradores devem ser o resultado das contribuições e esforços feitos, da solidariedade e capacidade de compartilhar e integrar, em consequência, o clima e a cultura organizacional estão intimamente inter-relacionados e são parte do mesmo sistema, onde mudança em um afeta o outro e vice-versa. Conforme Sbragia (1983), o clima organizacional trata-se um aspecto psicológico do ambiente organizacional, constituído por percepções dos trabalhadores acerca das propriedades deste ambiente, como por exemplo, estrutura e processos, que produzem efeitos no desempenho e na satisfação do trabalho dos membros da organização. Luz (2003) define o clima organizacional como sendo o resultado do estado de espírito ou do ânimo das pessoas, que prevalecem em um ambiente de trabalho em um período, onde diversas variáveis podem afetar, tanto positiva quanto negativamente, assim como interna e externamente a organização, incluindo o contexto político, socioeconômico e particular dos indivíduos. Rizzatti (2002) afirma que a análise do clima é um instrumento eficaz que estabelece uma relação entre o indivíduo e a organização que trabalha, considerando a opinião coletiva 11 dos trabalhadores. O autor afirma ainda que esse tipo de estudo permite identificar possíveis causas e consequências de problemas nas organizações e auxiliam na aplicação de medidas corretivas, na melhoria da qualidade dos serviços e na formulação de estratégias de mudança. Bispo (2006) define a pesquisa de clima organizacional como uma ferramenta objetiva e segura, isenta de comprometimento com a situação atual, que busca os reais problemas da gestão dos Recursos Humanos. A análise, o diagnóstico e as sugestões gerados por esta, são valiosos instrumentos para o sucesso de programas voltados para a melhoria da qualidade, aumento da produtividade e adoção de políticas internas (BISPO, 2006). O autor ainda afirma que os clientes, a empresa e os funcionários são beneficiados com um clima organizacional favorável, e que o inverso também é valido, ou seja, todos perdem com um clima organizacional desfavorável, conforme exposto no quadro 1: Quadro 1- Resultados proporcionados pelos recursos humanos com os diversos níveis de clima organizacional. Clima Organizacional Desfavorável Intermediário Favorável Frustração Indiferença Satisfação Desmotivação Apatia Motivação Falta de integração empresa/ Funcionários Baixa integração empresa/ Funcionários Alta integração empresa/ Funcionários Falta de credibilidade mútua empresa/funcionários Baixa credibilidade mútua empresa/funcionários Alta credibilidade mútua empresa/funcionários Falta de retenção de talentos Baixa retenção de talentos Alta retenção de talentos Improdutividade Baixa produtividade Alta produtividade Pouca adaptação às mudanças Média adaptação às mudanças Maior adaptação às mudanças Alta rotatividade Média rotatividade Baixa rotatividade Alta abstenção Média abstenção Baixa abstenção Pouca dedicação Média dedicação Alta dedicação Baixo comprometimento com a Qualidade Médio comprometimento com a Qualidade Alto comprometimento com a Qualidade Clientes insatisfeitos Clientes indiferentes Clientes satisfeitos Pouco aproveitamento nos Treinamentos Médio aproveitamento nos Treinamentos Maior aproveitamento nos Treinamentos Falta de envolvimento com os Negócios Baixo envolvimento com os Negócios Alto envolvimento com os Negócios Crescimento das doenças Psicossomáticas Algumas doenças psicossomáticasRaras doenças psicossomáticas Insucesso nos negócios Estagnação nos negócios Sucesso nos negócios Fonte: Adaptado de Bispo, 2006. 12 3.1 Perspectiva Teórica A lente teórica utilizada neste estudo trata-se da teoria das necessidades de Alderfer, conhecida como teoria ERC. Ela foi desenvolvida por Clayton Paul Alderfer (1940), psicólogo norte-americano formado na Universidade de Yale, e é utilizada em estudos do processo da motivação. Se relaciona principalmente com aquilo que está dentro do indivíduo ou do ambiente que o envolve e que energiza ou sustenta o seu comportamento, tratando-se de uma teoria de conteúdo da motivação que proporciona uma visão geral das necessidades humanas e ajuda a compreender o que os indivíduos desejam ou o que satisfaz as suas necessidades, e é classificada como uma teoria estática e descritiva (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 2007). Segundo os autores a teoria ERC modifica e simplifica a teoria da Maslow da Hierarquia das Necessidades, pois reduz as cinco (05) necessidades básicas de Maslow em três (03) necessidades essenciais: existência, relacionamento e crescimento, conforme demostrado na figura 1. Figura 1- Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow e a teoria ERC de Alderfer. Fonte: Adaptado de Cunha et al., 2016. Educação Religião Passatempo Crescimento pessoal Aprovação da família Aprovação dos amigos Reconhecimento da comunidade Família Amigos Grupos sociais Comunidades Liberdade Segurança pessoal Ausência de poluição Ausência de guerras Comida Água Sexo Sono e repouso Trabalho desafiante Diversidade e autonomia Participação nas decisões Crescimento Profissional Reconhecimento Responsabilidade Orgulho e reconhecimento Promoções Amizade dos colegas Interação com clientes Chefe amigável Trabalho seguro Remuneração e benefícios Permanência no emprego Horário de trabalho Intervalos de descanso Conforto físico Teoria de Maslow Teoria de ERC Satisfação fora do trabalho Satisfação no trabalho 3-Necessidade de Crescimento 2-Necessidade de Relacionamento 1-Necessidade de Existência Fisiológicas Segurança Sociais Estima Autorealização https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Yale 13 Enquanto a teoria de Maslow argumenta que um indivíduo só consegue satisfazer uma necessidade constante na hierarquia, se tiver satisfeito as necessidades inferiores aquela na pirâmide das necessidades, a teoria ERC adota o principio da frustação-regressão, pelo qual uma necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada não puder ser satisfeita (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 2007). A teoria de Maslow prega que um indivíduo focaliza uma única necessidade de cada vez, já a teoria ERC defende que mais de uma necessidade pode ser ativada ao mesmo tempo, ou seja, um indivíduo pode estar orientado para crescimento, existência e relacionamento ao mesmo tempo, em qualquer sequência e todas essas necessidades podem estar funcionando ao mesmo tempo (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 2007). No presente estudo, com a aplicação da teoria ERC as variáveis independentes tratam-se das variáveis que compõem as dimensões utilizadas na avaliação do clima organizacional e a variável dependente trata-se do clima organizacional, pois este depende do conjunto daquelas variáveis para obter valores positivos ou negativos, ou seja, caso os colaboradores de uma organização avaliem bem, mais de 50% das variáveis que compões as dimensões utilizadas na avaliação do clima organizacional o resultado da avaliação terá um valor global positivo, mas se caso os colaboradores avaliem mal mais de 50% das variáveis que compõem as dimensões o resultado da avaliação do clima organizacional apontará para um valor global negativo. Espera-se observar com a aplicação da pesquisa, como previsto na ERC, que mais de uma necessidade pode ser ativada ao mesmo tempo ou não, isso significa que as variáveis de todas as dimensões podem estar sendo avaliadas pelos indivíduos de formas diferentes conforme suas necessidades e percepções, sem que sigam uma hierarquia como defendido na teoria de Maslow. E que caso uma necessidade de nível superior não seja satisfeita, (frustração), isso implica que ocorra uma regressão, ou seja, uma necessidade de nível inferior já satisfeita pode ser reativada, por exemplo: Um colaborador que é privado de participar das decisões importantes que envolvem seu setor de trabalho, assim sendo privado de suas necessidades de crescimento, pode deixar de sentir orgulho pelo seu próprio trabalho e reconhecimento pela chefia com o passar do tempo, impactando na necessidade de relacionamento já satisfeita anteriormente. Cabe ainda ressalta que a maior parte dos modelos de avaliação de clima organizacional existentes na literatura, trabalham com as variáveis presentes na teoria ERC, ou seja, as necessidades existenciais, que tratam-se das variáveis que mensuram o desejo de 14 bem estar fisiológico e material; as necessidade de relacionamento utilizadas para mensurar o desejo de obter relacionamentos interpessoais satisfatórios; e a necessidade de crescimento que mensuram o desejo de constante crescimento e desenvolvimento pessoal. 3.2 Modelos de Avaliação do Clima Organizacional Devido a ampla gama de definições para clima organizacional, numa tentativa de sintetizar a produção acerca do construto, podem-se identificar três momentos distintos na história da investigação do constructo (MENEZES e GOMES, 2010); sendo o primeiro nos anos 30, com a busca da elaboração de definições constitutivas, passando pela diferenciação entre clima e cultura, o segundo nos anos 70, até os estudos de validade discriminante, e o terceiro a partir dos anos 90, basicamente o conjunto de esforços despendidos nesses períodos tem sido destinado ao conhecimento da estrutura dimensional do construto e à organização de uma fundamentação teórica mais clara e precisa para o clima organizacional. Segundo Menezes e Gomes (2010), a principal preocupação da atualidade em relação ao estudo do clima organizacional, se faz na investigação da sua dimensionalidade, devido à heterogeneidade operacional da constituição do atributo, por este tratar-se, de um construto bastante peculiar, que não é composto por fatores que permitam a estabilidade na investigação, por exemplo, como personalidade e inteligência. Afirmam que para avaliar o clima organizacional de uma organização deve-se fazer a escolha de uma dentre muitas alternativas, com a utilização de instrumentos desenvolvidos para áreas cada vez mais específicas. Neste sentido, nos próximos subtítulos estão apresentados alguns dos principais modelos de avaliação de clima organizacional existentes na literatura, a fim de, posteriormente se definir o mais adequado a atender o objetivo desse estudo. 15 3.2.1 Modelo de Mejías et al. (2006) O modelo desenvolvido por Mejías, Agustín, Oscar e Minerva em 2006, foi denominado de CLIOUNing, e a pesquisa a qual lhe deu origem teve como objetivo desenvolver um instrumento para medir o clima organizacional em instituições de ensino superior como base para a introdução de um Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade em tais organizações. O instrumento desenvolvido foi resultado de uma vasta pesquisa entre modelos de avaliação de clima organizacional existentes na literatura e adaptado ao ambiente educacional. Foi aplicado com gestores, professores e funcionários de três (03) instituições de ensino superior localizadas na Cidade do México. Os resultados obtidos indicaram a validade do instrumento e a possibilidade de aplicação domesmo em outras instituições universitárias. O modelo é composto por três (03) dimensões que estão expostas no quadro 2: Quadro 2- Especificação das dimensões de clima utilizadas no estudo de Mejías et al. (2006). I tem: Dimens ão: Descrição: 1 1 Gestão institucional Percepção quanto ao desempenho institucional, à gestão da qualidade, ao planejamento institucional, à alocação de trabalho e às equipes de trabalho. 2 2 Desafios individuais Percepção quanto à adaptação para mudanças, o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos e o estabelecimento de altos padrões de desempenho pessoal. 3 3 Interação Percepção quanto à adequação de recursos, informação, comunicação, reconhecimento pela Instituição e orgulho de pertencer à Instituição. Fonte: Adaptado de Mejías et. al., 2006. 3.2.2 Modelo de Bispo, (2006) O estudo de Bispo desenvolvido em 2006 objetivava apresentar um novo modelo de pesquisa de clima organizacional aplicável a empresas de qualquer natureza, seja pública ou privada. O modelo foi elaborado através de pesquisas tanto na literatura como em empresas que já realizaram esta atividade e com profissionais da área de Recursos Humanos, 16 Assistência Social e Assistência Médico-Hospitalar que já tiveram experiência com o levantamento e a análise do clima organizacional. O modelo desenvolvido é dividido em macrofatores internos, constituídos de onze (11) dimensões, e externos, constituídos de nove (09) dimensões, onde buscou-se os níveis de influencia dos mesmos no contexto organizacional. O instrumento foi aplicado em duas empresas públicas de grande porte, obtendo bons resultados. As dimensões do modelo encontram-se demonstradas no quadro 3: Quadro 3- Especificação das dimensões de clima utilizadas no estudo de Bispo (2006). F a to re s in te rn o s d e in fl u ên ci a I Item: Dimensão: Descrição: 1 1 Ambiente de trabalho Estabelece o grau de relacionamento entre os colegas de trabalho, necessário para realização das atividades individuais ou coletivas. 2 2 Assistência aos funcionários Estabelece o nível da assistência médica, dentária, hospitalar e social aos funcionários. 3 3 Burocracia Avalia se este item está compatível com as atividades realizadas pelos funcionários. 4 4 Cultura organizacional Avalia o nível de interferência que as tradições, práticas e costumes, adotados informalmente na empresa, exercem sobre os funcionários e suas atividades. 5 5 Estrutura organizacional Mede o nível de relacionamento e de capacitação dos elementos que compõem esta estrutura e sua interferência nas atividades realizadas pelos funcionários. 6 6 Nível sociocultural Procura estabelecer se os níveis intelectual, cultural e social dos funcionários estão de acordo com as necessidades inerentes às suas atividades. 7 7 Incentivos profissionais Visam estabelecer o nível de reconhecimento profissional dos funcionários. 8 8 Remuneração Valia se este item está de acordo com as atividades prestadas à empresa. 9 9 Segurança profissional Avalia o risco de demissão sem motivo percebido pelos funcionários. 1 10 Transporte casa/trabalho Trabalho/casa – mede o nível de dificuldade encontrado para a locomoção entre a casa dos funcionários e a empresa e vice-versa. 1 11 Vida profissional Estabelece o grau de identificação profissional dos funcionários com a empresa, tentando medir o nível de seu orgulho em relação à empresa e de seu sucesso profissional. F a to r es E x te rn o s d e in fl u ên ci a 1 1 Convivência familiar Procura avaliar o nível da convivência familiar dos funcionários, item necessário para uma boa produtividade nas atividades realizadas na empresa. 2 2 Férias e lazer Avaliam o grau de satisfação dos funcionários com estes itens, os quais também são necessários para garantir uma boa produtividade. 17 Continuação do quadro 3. F a to re s E x te rn o s d e in fl u ên ci a I Item: Dimensão: Descrição: 3 3 Investimentos e despesas familiares Procuram avaliar o nível do bem-estar proporcionado às famílias dos funcionários. 4 4 Política e Economia Tentam avaliar o nível de interferência proporcionado por estes itens na motivação dos Funcionários. 5 5 Saúde Tenta avaliar a opinião dos próprios funcionários sobre suas respectivas saúdes física e mental, um dos itens de extrema importância e de difícil observação. 6 6 Segurança Pública Avalia o nível de influência deste item na vida diária dos funcionários. 7 7 Situação financeira O fato de um funcionário ter uma boa remuneração não é sufi ciente para que ele tenha uma boa situação financeira. Este item tenta avaliar como está a situação financeira dos funcionários. 8 8 Time de futebol Item que já foi comprovado cientificamente que tem influência sobre a produtividade dos funcionários, este item tenta medir, portanto, o nível de interferência que os times de futebol exercem sobre a motivação e a produtividade dos funcionários. 9 9 Vida social Avalia o nível de satisfação dos funcionários com este item. Fonte: Adaptado de Bispo, 2006. O modelo de Bispo (2006) foi utilizado por Aléssio et al. (2009) que o adaptou para estudar a influência das variáveis que compõem o Clima Organizacional em ambientes de desenvolvimento de software no município de Blumenau, SC. O questionário utilizado continha 55 perguntas,, e foi aplicado em 12 empresas para um total de 243 trabalhadores. Os resultados obtidos possibilitaram o conhecimento de alguns fatores que têm influenciando, de forma negativa, o clima organizacional das organizações estudadas, tais como, os relacionados à: políticas e estratégias de recursos humanos, estilos de liderança, capacitação dos colaboradores, conflitos de interesse, cultura organizacional, tipos de assistência prestada aos colaboradores, rotinas organizacionais, relacionamentos interpessoais. 18 3.2.3 Modelo de Rizzatti (2002) O modelo de Rizzatti (2002) foi construído a partir de um modelo prévio desenvolvido pelo próprio autor em sua dissertação de mestrado (1995). O estudo que deu origem ao modelo objetivou estabelecer e validar um conjunto de componentes e seus respectivos indicadores com a finalidade de compor as dimensões de análise do clima organizacional, no âmbito das universidades federais da região sul do Brasil. Realizou-se uma sistematização de um conjunto de componentes por dimensões, para a análise de clima nas universidades federais. Verificaram-se, junto aos informantes-chave de três (03) universidades selecionadas a participar do estudo sendo elas: Universidades Federais de Santa Catarina, de Santa Maria e do Paraná, a importância e a adequabilidade desses componentes para compor cada uma das dimensões de análise. Em seguida, identificaram-se e sistematizaram-se os indicadores, na perspectiva de dimensionar os componentes por dimensões de análise de clima organizacional em universidades federais. Por fim, apresentaram as dimensões, os componentes e respectivos indicadores considerados importantes e adequados para o estudo do clima organizacional em universidades federais. As conclusões do estudo resultaram na validação das dimensões apresentadas e de seus componentes e indicadores para a análise do clima organizacional em universidades federais da região sul do Brasil. O modelo de Rizzatti é composto de doze (12) dimensões que encontram-se demonstradas no quadro 4: Quadro 4- Especificação das dimensões de clima utilizadas no estudo de Rizzatti (2002). I Item: Dimensão: Descrição: 1 1 Imagem institucional Relacionada à percepção de diferentes variáveis que compõem a organização junto às pessoas. Formada pelos componentes: satisfação do usuário,sentimento de identidade e prestígio obtido. 2 2 Políticas de recursos humanos Refere-se à forma com que a organização pretende lidar com seus membros. Formada pelos componentes: políticas governamentais, políticas institucionais e ações sindicais. 3 3 Sistema de assistência e benefícios Relacionada a um conjunto de benefícios que visa manter a satisfação e produtividade do grupo de trabalho. Formada pelos componentes: planos de recursos humanos, benefícios legais e benefícios assistenciais. 4 4 Estrutura organizacional Percepção quanto à forma de distribuição, organização e coordenação das atividades da organização. Formada pelos componentes: tamanho da instituição, complexidade da instituição e tecnologia da instituição. 19 Continuação do quadro 4. I Item: Dimensão: Descrição: 5 5 Organização e condições de trabalho Percepção quanto ao ambiente de trabalho, no que tange a aspectos físicos e organização. Formada pelos componentes: condições ergonômicas, controle de tempo e conservação do serviço. 6 6 Relacioname nto interpessoal Percepção quanto à interação entre as pessoas da organização e quanto ao relacionamento existente entre seus diversos segmentos. Formada pelos componentes: relacionamento existente, cooperação e consideração humana. 7 7 Comportame nto das chefias Percepção dos servidores em relação à forma como os ocupantes de cargos de chefia desempenham suas funções. Formada pelos componentes: honestidade e credibilidade, conhecimento das atividades e estilo de liderança. 8 8 Satisfação pessoal Satisfação dos servidores quanto ao tipo de trabalho que desempenham, motivação para execução das tarefas, expectativas de reconhecimento e relacionamento com colegas e usuários. Formada pelos componentes: satisfação no trabalho, jornada de trabalho e reconhecimento proporcionado. 9 9 Planejamento institucional Percepção dos servidores quanto ao processo de planejamento institucional. Formada pelos componentes: informação, comprometimento e participação. 1 10 Processo decisório Percepção dos servidores quanto aos mecanismos de escolhas e decisões da organização. Formada pelos componentes: delegação, comunicação e conflitos de interesse. 1 11 Autonomia universitária Percepção dos servidores quanto à autonomia da organização. Formada pelos componentes: políticas de governo e estratégias da instituição. 1 12 Avaliação institucional Percepção dos servidores quanto aos instrumentos utilizados para mensurar os esforços da organização, sua qualidade, excelência e relevância. Formada pelos componentes: controle da qualidade de serviços e cultura organizacional. Fonte: Adaptado de Rizzatti, 2002. O modelo de Rizzatti (2002) foi utilizado por Fighera (2017) em sua dissertação de mestrado, a qual objetivou propor a implantação de um processo de avaliação de clima organizacional adequado ao contexto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para tanto, a autora estudou vários modelos de avaliação de clima organizacional, chegando ao modelo de Rizzatti (2002) como o mais adequado ao contexto de uma instituição pública de ensino. Assim, a autora adaptou um instrumento de avaliação de clima organizacional adaptado do autor citado, que foi aplicado a foi aplicado a 399 servidores da UFSM. Os resultados da pesquisa, possibilitaram a apresentação de um diagnóstico referente ao clima organizacional que, de maneira geral, pode ser considerado positivo. Sequencialmente, por meio da análise fatorial exploratória, foi possível ajustar o instrumento de pesquisa, sendo 20 possível propor uma metodologia completa de avaliação de clima organizacional para a Universidade Federal de Santa Maria. 3.2.4 Modelo de Sbragia (1983) O modelo de Sbragia, surgiu de um estudo realizado em 1983, cujo objetivo era apresentar um quadro de referência sobre o conceito e uma avaliação do clima organizacional em Instituições de Pesquisa de Natureza Governamental. A pesquisa foi realizada com uma amostra de oitenta e cinco (85) indivíduos pertencentes a quatorze (14) instituições brasileiras alvos da pesquisa, utilizando-se como instrumento de coleta de dados um questionários auto preenchíveis. Os resultados revelaram grandes deficiências institucionais relativas as relações existentes entre os Recursos Humanos e em que direções; portanto possíveis esforços de aprimoramento poderiam ser direcionados. A pesquisa foi composta de vinte dimensões conforme consta no quadro 5: Quadro 5: Especificação das dimensões de clima utilizadas no estudo de Sbragia (1983). I Item: Dimensão: Descrição: 1 1 Estado de tensão Relacionada ao grau de lógica e racionalidade versus o grau de emoções presente nas ações das pessoas dentro da organização. 2 2 Conformidade exigida Relacionada ao grau de flexibilidade de ação que as pessoas gozam na instituição. 3 3 Ênfase na participação Relacionada ao grau de participação das pessoas na organização, demonstrando o quanto estas pessoas envolvem-se na tomada de decisão da organização. 4 4 Proximidade da supervisão Relacionada ao grau de controle executado por pessoas detentoras de cargos gerenciais na organização, ou ainda, o grau maior ou menor no exercício das atividades. 5 5 Consideração humana Relacionada ao grau de humanidade existente na organização, o quanto as pessoas são tratadas como seres humanos. 6 6 Adequação da estrutura Relacionado ao esquema organizacional e sua adequação aos requisitos do trabalho. 7 7 Autonomia presente Relacionado à percepção dos avaliados no que diz respeito a autonomia existente para tomar decisões. 8 8 Recompensas proporcionais Relacionado ao grau de recompensa percebido pelos serviços prestados, a ênfase dada às recompensas se comparada às punições, o sentimento de recompensa diante das políticas de pagamento e promoções. 21 Continuação do quadro 5. I Item: Dimensão: Descrição: 9 9 Prestígio obtido Relacionado à percepção das pessoas no que diz respeito a sua imagem, em virtude de pertencerem à organização. 1 10 Cooperação existente Relacionado ao grau de amizade e boas relações existente na organização, o grau de interação e confiança uns com os outros. 1 11 Padrões enfatizados Relacionado ao grau de importância dado pelas pessoas no que tange às metas e padrões de desempenho existentes. 1 12 Atitude frente a conflitos Relacionado ao grau de disposição das pessoas em considerar opiniões e atitudes divergentes. 1 13 Sentimento de identidade Relacionado à percepção das pessoas no que diz respeito à sensação de pertencimento à organização, o quanto elas dão valor à organização da qual fazem parte. 1 14 Tolerância existente Relacionado ao grau de tolerância das pessoas diante de erros cometidos dentro da organização. 1 15 Clareza percebida Relacionado ao grau de conhecimento das pessoas sobre assuntos que lhe dizem respeito, o quanto a organização informa as pessoas sobre assuntos do interesse. 1 16 Justiça predominante Relacionado ao critério de decisão utilizado pela organização, se predominam como critério de decisão as habilidades e desempenhos ou os aspectos políticos e pessoais. 1 17 Condições de progresso Relacionado a forma como a organização provê aos seus funcionários a oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional. 1 18 Apoio logístico Relacionado ao grau de apoio (condições e instrumentos de trabalho) que a organização oferece aos funcionários. 1 19 Reconhecimento proporcionado Relacionado à valorização por parte da organização quanto ao desempenho ou atuação acima do padrão, o quanto os esforços individuais são reconhecidos. 2 20 Forma de controle. Relacionadoaos recursos utilizados pela organização para fins de orientação aos trabalhadores, ao invés de utilizar o policiamento e castigo. Fonte: Adaptado de Sbragia, 1983. 4 METODOLOGIA Nos tópicas a seguir são apresentados os procedimentos metodológicos do estudo como: caracterização da pesquisa, sua população e amostra, bem como o instrumento e forma de coleta de dados e métodos de análise dos mesmos. 22 4.2 Caracterização da Pesquisa Trata-se de uma pesquisa aplicada, pois tem como objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de um problema específico. Adota, a concepção pós- positivista, pois segue métodos de coleta e análise de dados com passos sequenciais definidos para compreensão da realidade (CRESWELL, 2010, 2014). O método de estudo utilizado é o quantitativo, pois busca-se analisar a percepção dos servidos quando o clima organizacional atribuindo números as afirmativas do instrumento de pesquisa, assim permitindo-se a utilização de uma variedade de técnicas estatísticas (SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2012). O estudo é classificado como descritivo, pois busca-se, através da utilização de um modelo teórico existente na literatura, descrever a percepção dos servidores quanto ao clima organizacional da instituição estudada (SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2012). Quanto ao horizonte temporal, trata-se de um estudo transversal, pois analisa um fenômeno particular, ou seja, a percepção dos servidores quanto ao clima organizacional da instituição, em um ponto no tempo, que corresponderá em um dado momento do ano de 2020 (CRESWELL, 2010; SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2012). Os procedimentos a serem utilizados na execução da pesquisa a classifica em pesquisa de levantamento, pois envolve a interrogação direta das pessoas, cujas percepções se objetiva conhecer (CRESWELL, 2010). Onde neste estudo foi definido como instrumento de pesquisa o questionários autoadministrados, aplicado via on-line, pela sua facilidade de aplicação, rapidez no alcance dos membros da amostra e retorno das respostas (CRESWELL, 2010). O delineamento metodológico da pesquisa segue na figura 2. 23 Figura 2- Delineamento metodológico da pesquisa. Fonte: Adaptado de Saunders, Lewis e Thornhill, 2012. 4.3 População e Amostra O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO, é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação - MEC, e foi criado através da Lei Nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que foi a Lei que reorganizou a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no Brasil, transformando Escolas Técnicas, Agrotécnicas e CEFET’s em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. O IFRO é uma instituição especializada na oferta de educação profissional e tecnológica atuando também na educação básica e superior, na pesquisa e no desenvolvimento de produtos e serviços em estreita articulação com a sociedade (IFRO, 2018). O Instituto Federal de Rondônia está presente em vários municípios do estado, ofertando educação presencial em nove (09) Campi presenciais e educação à distância (EaD) a vinte e cinco (25) Polos. O IFRO formalizou recentemente um termo de cooperação com o Governo do Estado para o atendimento de mais cento e setenta e seis (176) polos de EaD (IFRO, 2018). Na figura 3, observa-se a localização geográfica dos Campi presenciais, Polos EaD e dos Polos EaD em cooperação com o governo do estado. Paradigma filosófico: Pós-Positivista Abordagem: Dedutiva Método de pesquisa: Quantitativo Tipo de pesquisa: Descritiva Estratégia de pesquisa: Levantamento/Survey Horizonte temporal: Transversal Técnicas e instrumentos: Pesquisa de Levantamento com utilização de Questionário 24 Figura 3- Distribuição Geográfica do IFRO em Rondônia. Fonte: Site do Instituto Federal de Rondônia-IFRO, 2019. A população desse estudo é composta por todos os servidores ativos permanentes, efetivos e substitutos, pertencentes ao quadro de servidores do Instituto Federal de Rondônia- IFRO em 2020, lotados nos nove (09) Campi presenciais e na Reitoria, totalizando dez (10) unidades distribuídas em diferentes cidades do estado. Utilizar-se-á técnica de amostragem probabilística onde todos os elementos da população possuem a mesma probabilidade de pertencerem a amostra, permitindo desta forma realizar a generalização dos resultados obtidos para toda a população pesquisada (SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2012). Devido a população estudada ser composta de diferentes estratos, capazes de influenciar no resultado da pesquisa caso não sejam observados, sendo eles a divisão geográfica da instituição em nove (09) Campi e a Reitoria, e a divisão dos cargos dos servidores entre Professores de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) e Técnicos Administrativos em Educação (TAE), torna-se necessário, para garantir a representatividade da amostra, realizar uma amostragem em múltiplos estágios que, segundo Saunders, Lewis e Thornhill (2012), pode ser dividida nas seguintes fases: escolha de um quadro de amostragem de grupos discretos relevantes, nesse caso os grupos de EBTT e TAE do IFRO; enumerar cada grupo com um número único, o primeiro zero (0) e o segundo um (01); selecionar uma pequena amostra de grupos discretos 25 relevantes, de cada uma das dez (10) unidades do Instituto, a amostragem aleatória simples, que envolve a seleção da amostra aleatoriamente a partir de um quadro de amostragem. O cálculo do tamanho da amostra será realizado, através de método proposto em Silva (1997, p. 135) utilizando a equação 1, considerando margem de variedade positiva de p= 0,50 (valor utilizado quando não se conhece a proporção do atributo na população), erro de 5%, nível de confiança de 95% arredondando-se o valor obtido para o número inteiro imediatamente superior. Onde: α No quadro 6 segue os resultados do cálculo do tamanho provisório da amostra por extratos, ou seja, funções TAE e Prof. EBTT, e unidade da instituição, assim como o tamanho total da amostra. Quadro 6- Cálculo do tamanho da amostra por extratos. Unidades População TAE Amostra TAE População EBTT Amostra EBTT 1. Reitoria 111 45 19 07 2. Campus Guajará- Mirim 19 08 50 19 3. Campus Porto Velho Zona Norte 47 19 51 19 4. Campus Porto Velho Calama 68 28 124 47 5 Campus Ariquemes 61 25 70 27 6 Campus Jaru 08 03 33 13 7 Campus Ji-Paraná 56 23 67 25 8 Campus Cacoal 54 22 63 24 9 Campus Vilhena 48 20 66 25 10 Campus Colorado do Oeste 85 35 90 34 Total 557 228 633 240 Fonte: Elaborado tela autora. 𝑛 𝑍2𝑝𝑞 𝑁 𝑁−1 𝐸2+ 𝑍2𝑝𝑞 (1) 26 4.3 Instrumento de Pesquisa Nos tópicas a seguir são apresentados os procedimentos de seleção do instrumento de pesquisa a ser utilizado e a validação do mesmo. 4.3.1 Seleção do Instrumento de Avaliação do Clima Organizacional Conforme pode ser observado no quadro 7, existe uma grande variância entre os períodos que cada modelo foi criado, bem como entre o número de dimensões propostas por cada modelo. Observa-se também que algumas dimensões como Estrutura e Supervisão, embora possam possuir nomes diferentes em cada instrumento, são dimensões com igual significado e presente em mais de um modelo. Porém também existem dimensões específicas existentes apenas em um único modelo, como por exemplo, Política e economiae Time de futebol. Quadro 7- Comparação entre as dimensões dos modelos apresentados. Dimensões Sbragia (1983) Rizzatti (2002) Mejías et. al. (2006) Bispo (2006) Estrutura X X X Estado de tensão X Conformidade exigida X Ênfase na participação X Autonomia presente X Prestígio obtido X Recompensas proporcionais X Cooperação existente X Atitude frente a conflitos X Supervisão X X Consideração humana X Padrões enfatizados X Sentimento de identidade X X Tolerância existente X Justiça predominante X Condições de progresso X Apoio logístico X Forma de controle X Relacionamento interpessoal X 27 Continuação do quadro 7. Dimensões Sbragia (1983) Rizzatti (2002) Mejías et. al. (2006) Bispo (2006) Benefícios X Gestão institucional X X Desafios individuais X Interação X Políticas de RH X Organização e condições de trabalho X Comportamento da chefia X Satisfação pessoal X Autonomia universitária X Avaliação institucional X Ambiente de trabalho X Assistência aos funcionários X Burocracia X Cultura organizacional X Nível sociocultural X Incentivos profissionais X Remuneração X Segurança profissional X Transporte casa/trabalho X Convivência familiar X Férias e lazer X Investimentos e despesas familiares X Política e economia X Saúde X Segurança pública X Situação financeira X Time de futebol X Fonte: Elaborado pela autora. Ao analisar os modelos, percebe-se que existem instrumentos de aplicação genérica, ou seja, indicado para empresas de qualquer natureza tanto públicas como privadas, é o caso do modelo de Bispo (2006), e outros voltados para instituições de ensino superior, sendo o caso dos modelos de Mejías et al. (2006) e Rizzatti (2002). A partir das análises realizadas, o modelo selecionado para a realização da pesquisa, foi o de Rizzatti (2002), devido sua adequação aos propósitos do estudo, bem como estar de acordo com os objetivos da gestão do Instituto Federal de Rondônia. Entre os quatro (04) modelos apresentados, o modelo de Rizzatti (2002) é o que foi desenvolvido em condições mais análogas as da realidade do IFRO, ou seja, em Instituições Federais de Ensino brasileiras, além de apresentar uma grande quantidade de dimensões, doze (12) ao todo, o que possibilita a obtenção de resultados detalhados na avaliação do clima organizacional 28 facilitando o prognóstico pela gestão em pontos estratégicos. Porém para a realização dessa pesquisa a dimensão autonomia universitária foi excluída por abordar pontos relacionados a políticas de governo, não estando o tema incluído na proposta deste estudo. 4.3.2 Teste do Instrumento de Pesquisa Um pré-teste do instrumento será realizado através da aplicação do mesmo, em um pequeno grupo de servidores, composto por dois indivíduos, um PBTT e um TAE, de cada unidade, totalizando vinte (20) indivíduos, para avaliar a clareza das questões contidas no questionário. Após responderem, os indivíduos serão entrevistados de forma a relatarem se encontraram alguma dificuldade, constrangimento, etc. ao responderem o mesmo. Para analisar a validade do instrumento de pesquisa, ou seja, se o mesmo é capaz de mensurar o que se pretende medir, a percepção dos servidores quanto as variáveis que englobam o clima organizacional, será utilizado o Coeficiente Alfa de Cronbach, ele mensura a correlação entre respostas em um questionário através da análise do perfil das respostas dadas pelos respondentes, tratando-se de uma correlação média entre perguntas (HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010). O cálculo do Coeficiente Alfa de Cronbach será realizado, através de método proposto em Corrar, Paulo e Filho (2012, p. 64) utilizando a equação 2: ( ) 1+ −1 (2) Onde: O valor assumido pelo Alfa está entre 0 e 1, e quanto mais próximo de 1, maior é a fidedignidade das dimensões do constructo, porém não existe um valor mínimo definido para o coeficiente alfa de Cronbach ser aceito como bom, porém encontra-se na literatura o valor de 0,70 como mínimo aceitável. Para o cálculo do alfa de Cronbach, será utilizado o software IBMS SPSS Statistics (CORRAR; PAULO; FILHO, 2012; HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010). 29 4.4 Considerações Éticas Para a realização do presente estudo, o projeto será protocolado junto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do IFRO o qual é reconhecido pela Comissão de Ética em Pesquisa. Objetiva-se que o instrumento de pesquisa assim como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) atenda aos preceitos éticos estabelecidos pela Resolução 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde, que regulamente a ética em pesquisa com seres humanos. No Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde constarão os objetivos da pesquisa, a importância da participação dos servidores, a facultativa e voluntária participação na mesma, a anonimato, confidencialidade e a privacidade das informações prestadas, assim como a garantia de que a qualquer momento possa ser solicitada a retirada de seu consentimento de participação, sem qualquer penalidade. Os mesmos deverão antes de iniciar o preenchimento do questionário, assinalar o campo no TCLE, indicando que entendeu do que se trata a pesquisa, seu objetivo, seus benefícios, a importância da mesma, e de sua participação, assim como os riscos associados, e que concordam em participar da mesma. 4.5 Aplicação do Instrumento de Pesquisa Será realizada uma sensibilização dos servidores, antes da aplicação do questionário, com o objetivo de conscientiza-los a participar da pesquisa, visto a importância da mesma para o conhecimento do clima organizacional da instituição e assim dar fundamento as ações/projetos que venham ser realizados com o objetivo de suprir deficiências existentes nesse aspecto. A estratégia de sensibilização consistirá da divulgação, por meio de e-mail e televisores dispostos nas unidades, de material informativo, realização de palestras e convencimento por meio de conversas informais. Após a fase e sensibilização, será realizado o sorteio dos servidores a comporem a amostra, utilizando listagens com os nomes de todos os TAE e Professores EBTT das unidades do IFRO. Essa tarefa será operacionalizada através do uso de computador. O 30 questionário será aplicado via on-line, utilizando o software Limesurvey, por meio do qual os servidores sorteados receberão um link e senha para acessar o questionário e responde-lo, o qual permanecerá disponível para preenchimento durante cinco (05) dias úteis. 4.6 Tratamento e Análise dos Dados Coletados O tratamento dos dados levantados na pesquisa seguirá os seguintes procedimentos: seleção, categorização, codificação, tabulação, análise e interpretação, utilizando-se para tanto, softwares como Microsoft Excel e aplicativo Pacote Estatístico para Ciências Sociais (SPSS). Serão realizadas análises de estatística descritiva e multivariada. Nas análises de estatística descritiva serão aplicados cálculos de frequência das respostas, média, porcentagem e desvios padrão, os quais serão observados e analisados fazendo-se uso de tabelas e gráficos o que permitirá um tratamento organizado e detalhado dos mesmos. Com auxilio do SPSS, será realizada as análises de estatística multivariada onde se iniciará com analises para conhecer se os dados seguem uma distribuição normal através do teste de Kolmogorov – Smirnov (K – S), o que permitirá definir os testes posteriores a serem aplicados. Logo em seguida,será analisada a existência da diferença significativa entre as respostas das variáveis independentes , através do teste de test t para amostras independentes ou test U - Mann Whitney; analise para se conhecer as relações que se estabelecem entre as variáveis estudadas, fazendo-se uso do teste de correlação de Pearson ou de Spearman; agrupamento dos indivíduos e variáveis diante de sua classificação usando o método de clusters hierárquicos, que permitirá agrupar os dados coletados facilitando as análises; e também será realizada a análise discriminante, o que permitira validar os agrupamentos da análise de clusters e predisser em função das respostas coletadas como são classificados os respondentes (CORRAR; PAULO; FILHO, 2012). 31 5 CRONOGRAMA Etapas da Pesquisa 2019.2 J Jul. A Ago. S Set. O Out. N Nov. D Dez. 1. Revisão de Literatura 2. Cálculo provisório da população e amostra 3. Seleção do instrumento de pesquisa 4. Qualificação do Projeto de Pesquisa 5. Protocolo do projeto e instrumento de pesquisa junto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 6. Sensibilização dos servidores para participarem da pesquisa 7. Cálculo definitivo da população e amostra. 8. Aplicação do instrumento de pesquisa Continuação- Etapas da Pesquisa 2020.1 J Jan. F Fev. M Mar. A Abr. M Mai. J Jun. 9. Análises estatísticas dos dados coletados 10. Escrita do relatório de pesquisa 11. Defesa da dissertação 12. Ajustes solicitados pela banca 13. Entrega da versão final da dissertação 32 REFERÊNCIAS ALÉSSIO, S. C.; DALFOVO, O.; DALFOVO, M. S.; FIALHO, F. A. P. Pesquisa de clima organizacional em empresas de desenvolvimento de software de Blumenau - SC. Estratégia e Negócios, Florianópolis, v. 2, n. 1, p. 96-116, 2009. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/53/53. Acesso em: 28 jun. 2019. BARBOZA, Elisana Ligia Garcia. 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