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FASCICULO 9

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Formação de 
Mediadores de Educação 
para Patrimônio
Átila Tolentino
Políticas 
públicas
preservação do 
patrimônio brasileiro
SUMÁRIO
1. Apresentação ........................................................................................131
2. Preservar já! ...........................................................................................132
3. As políticas de pedra e cal: o patrimônio material em evidência . 134
4. A arqueologia nas políticas de patrimônio .....................................136
5. O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial .............................138
6. A Política Nacional de Museus ...........................................................140
7. A educação patrimonial e museal como políticas públicas .......141
8. Por uma visão crítica das políticas de patrimônio ........................142
Referências bibliográficas.......................................................................143
PARA OS
CURIOSOS
1.
APRESENTAÇÃO 
este módulo, convido você 
a conhecer e refletir sobre 
as principais políticas pú-
blicas desenvolvidas no 
Brasil para a preservação 
do nosso patrimônio cul-
tural, por meio de institui-
ções governamentais, de 
âmbito nacional, como o 
Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e 
o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). 
A atuação dessas instituições geral-
mente é replicada ou serve de modelo 
para os órgãos de preservação do patri-
mônio dos estados e municípios brasilei-
ros, vinculados às Secretarias de Cultura.
Ao final, indico referências bibliográficas 
que embasaram esse texto, mas que tam-
bém são indicações para que você possa 
pesquisar, com mais profundidade, assun-
tos específicos de cada política patrimonial, 
de acordo com seu interesse e/ou atuação.
Então, bom estudo e boa leitura!
No seu estado e no seu munícipio 
existem órgãos ou entidades 
do poder público que são 
responsáveis pela preservação 
do patrimônio cultural, além do 
Iphan e do Ibram? Você já os(as) 
conhecia? Caso positivo, há 
quanto tempo existem? Que ações 
desenvolvem? Você acompanha 
essas ações? Como?
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 131
2.
PRESERVAR JÁ! 
o Brasil, a prática preser-
vacionista, seguindo a 
tendência europeia, este-
ve intimamente ligada à 
ideia de formação e afir-
mação do Estado-Nação. 
Com a chegada de d. 
João VI e da Corte Portu-
guesa em 1808, foram cria-
dos a Biblioteca Nacional 
(1810) e o Museu Nacional (1818), entre 
outras instituições culturais, que reuniram 
documentos e obras artísticas, a fim de re-
gistrar e atestar a história brasileira, ainda 
muito atrelada ao reino português.
Bem mais tarde, entre o final do século 
XIX e início do XX, percebia-se a valoriza-
ção da cultura erudita, cuja produção e 
consumo eram restritos à elite da época. 
É a partir da década de 1930, com a 
reformulação do Estado, que assistimos 
à ampliação dos serviços ofertados aos 
cidadãos e a valorização da cultura po-
pular. E apenas assim, surgem também as 
primeiras políticas de cultura, muito as-
sentadas nas ações de preservação do pa-
trimônio histórico e artístico brasileiro, 
como preconizava a Constituição Federal 
de 1934, a primeira a tratar do tema. 
132 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
É nesse contexto que se cria, dentro 
do Museu Histórico Nacional, o primeiro 
Curso de Museologia no Brasil (1932) e a 
Inspetoria dos Monumentos Nacionais 
(1934). Ambos foram idealizados pelo cea-
rense Gustavo Barroso (1888-1959), figura 
de destaque no período pela preservação 
dos bens representativos da identidade 
nacional brasileira. Surgem, da mesma for-
ma, as primeiras iniciativas na área de pre-
servação dos monumentos históricos, 
norteadas por uma perspectiva tradiciona-
lista, como a elevação da cidade de Ouro 
Preto (MG), em 1933, à categoria de monu-
mento nacional, pelo governo federal.
No entanto, essa perspectiva de Gus-
tavo Barroso foi suplantada pela corren-
te modernista, representada por Rodrigo 
Melo Franco de Andrade (1898-1969) e 
outros intelectuais que defendiam uma 
determinada “brasilidade” traduzida no 
nosso barroco colonial, de origem portu-
guesa, mas que envolvesse também ele-
mentos tipicamente brasileiros. 
Assim, em 1937, por meio do Decreto-
-Lei nº 25, é criado o Serviço do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional 
(Sphan), hoje nominado Iphan, órgão na-
cional em atuação até a atualidade, que 
tem por finalidade determinar, organizar, 
conservar, defender e propagar o patrimô-
nio histórico e artístico nacional. Impor-
tante também registrar que foi, por meio 
desse decreto, a criação do instrumento 
do tombamento. Os bens tombados pas-
saram a ser inscritos em um ou mais livros 
de Tombo do Iphan. Seriam eles:
• Livro de Tombo Histórico
• Livro de Tombo de Belas Artes
• Livro de Tombo Arqueológico, Etno-
gráfico e Paisagístico
• Livro de Tombo das Artes Aplicadas
SAIBA 
MAIS
Instituição ícone da época, o 
Sphan (hoje Iphan) foi resultado 
do anteprojeto* elaborado pelo 
pesquisador e poeta Mário de 
Andrade, a pedido do então ministro 
de Educação e Saúde, Gustavo 
Capanema. Muitos autores apontam 
o caráter extremamente inovador, 
para a época, desse anteprojeto, 
em que está patente o resultado 
dos estudos empreendidos pelo 
intelectual, sempre preocupado 
com a identificação de uma 
cultura nacional. No entanto, esse 
anteprojeto não foi bem recebido 
pelos setores da sociedade mais 
preocupados com a sobrevivência 
apenas da “pedra e do cal”, como 
veremos a seguir.
* Anteprojeto Trabalho preliminar para a 
redação final de um projeto de lei.
PARA OS
CURIOSOS
A palavra tombamento reporta-se à 
Torre do Tombo, situada em Lisboa. 
Trata-se de uma das instituições 
mais antigas de Portugal, criada em 
1378, funcionando até hoje como um 
grande Arquivo Nacional, que guarda 
documentos importantes sobre a 
administração portuguesa, incluindo 
suas colônias, como o Brasil. 
O verbo tombar tem o sentido de 
registrar ou inventariar bens nos 
arquivos. No caso brasileiro, tombar 
significa, a partir do Decreto-Lei 
nº 25/1937, que o poder público 
atribui importância e estabelece a 
preservação de determinado bem 
de natureza material, a partir de 
práticas de registro, conservação e 
difusão do bem tombado.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 133
3.
AS POLÍTICAS 
DE PEDRA E CAL: 
O PATRIMÔNIO 
MATERIAL 
EM EVIDÊNCIA
o campo do patrimônio 
material, o principal e 
mais antigo instrumento 
de preservação do patri-
mônio, como já mencio-
nado, é o tombamento, 
criado pelo Decreto-Lei nº 
25, de 1937, que organiza 
a proteção do patrimônio 
histórico e artístico na-
cional, vigente até o dia de hoje. 
De acordo com art. 1º desse decreto-
-lei, “constitui o patrimônio histórico e 
artístico nacional, o conjunto dos bens 
móveis e imóveis existentes no país e 
cuja conservação seja de interesse públi-
co, quer por sua vinculação a fatos me-
moráveis da história do Brasil, quer por 
seu excepcional valor arqueológico ou 
etnográfico, bibliográfico ou artístico”. 
Complementa em seu § 2º: “Equiparam-se 
aos bens a que se refere o presente artigo 
e são também sujeitos a tombamento os 
monumentos naturais, bem como os sítios 
e paisagens que importe conservar e pro-
teger pela feição notável com que tenham 
sido dotados pela natureza ou agenciados 
pela indústria humana”.
Desta forma, podem ser tombados os 
bens de natureza material:
a. bens imóveis, como construções e 
edificações, cidades históricas, sí-
tios urbanos, sítios arqueológicos e 
paisagísticos; 
b. bens móveis, como coleções arque-
ológicas e museológicas, acervos 
documentais, bibliográficos, arqui-
vísticos, videográficos, fotográficos 
e cinematográficos; e 
c. bens integrados, ou seja, aqueles 
bens móveis que integram os imó-
veis tombados, a exemplo de objetos 
de artes, esculturas, peças decorati-
vas e imagens de igrejas e palacetes.
Além do tombamento, o Iphan criou 
outros instrumentos de preservaçãodos 
bens materiais, como:
a. A Valoração do Patrimônio Cultu-
ral Ferroviário: 
Por conta da extinção da Rede 
Ferroviária Federal (RFFSA), a Lei 
nº 11.483/2007 atribuiu ao Iphan a 
obrigação de “receber e administrar 
os bens móveis e imóveis de valor 
artístico, histórico e cultural oriun-
dos da extinta RFFSA e zelar pela 
sua guarda e manutenção”. A Lista 
do Patrimônio Cultural Ferroviário 
protegido foi publicada pelo Iphan 
por meio da Portaria nº 407/2010. 
b. A Chancela da Paisagem Cultural:
Instituída pela Portaria Iphan 
nº 127/2009, reconhece a importân-
cia cultural de porções peculiares 
do território nacional, represen-
tativas do processo de interação 
do homem com o meio natural, às 
quais a vida e a ciência humana im-
primiram marcas ou atribuíram va-
lores. Pressupõe o estabelecimento 
de um pacto entre o poder público, 
a sociedade civil e a iniciativa pri-
vada, visando a gestão comparti-
lhada dessas parcelas do território 
134 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
nacional. Embora exista a previsão 
legal e processos em andamento, 
nenhuma paisagem cultural até 
hoje (março de 2020) obteve essa 
chancela. Na prática, elementos da 
paisagem continuam sendo tomba-
dos, a exemplo dos monólitos de 
Quixadá (CE), que em 2004 se tor-
naram patrimônio nacional e foram 
inscritos no Livro de Tombo Arque-
ológico, Etnográfico e Paisagístico.
c. A Política de Patrimônio Cultural 
Material (PPCM):
Recentemente, o Iphan abriu uma 
consulta pública para receber pro-
postas para essa Política, institu-
ída pela Portaria nº 375, de 19 de 
setembro de 2018. A PPCM traz 
elementos novos aos processos de 
proteção dos bens culturais de na-
tureza material. Alguns princípios 
merecem destaque: 
• Não estabelecer uma 
separação entre bens 
culturais materiais 
patrimonializados e as 
comunidades que os têm 
como referência; 
• Estimular redes de contato 
entre instituições (públicas 
e privadas), a sociedade civil 
organizada e profissionais 
da área de preservação 
patrimonial (arquitetos, 
sociólogos, historiadores 
etc), para que a gestão do 
patrimônio ganhe maior 
visibilidade e qualidade;
• Fortalecer as ações de 
diferentes grupos sociais para 
preservação do seu próprio 
patrimônio cultural material.
PARA OS
CURIOSOS
Atualmente, o Programa de 
Aceleração do Crescimento: 
Cidades Históricas (PAC-CH) do 
governo federal tem como finalidade 
apoiar projetos que visem à 
preservação do patrimônio material 
brasileiro, a valorização da cultura 
nacional e o desenvolvimento 
econômico e social, com 
sustentabilidade e qualidade de 
vidas para os cidadãos. O Iphan 
é o órgão federal que gerencia 
a distribuição e a aplicação dos 
recursos desse programa.
Confira a página de divulgação do 
Programa, disponível em http://
www.pac.gov.br/infraestrutura-
social-e-urbana/pac-cidades-
historicas/pb.).
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 135
4.
A ARQUEOLOGIA 
NAS POLÍTICAS 
DE PATRIMÔNIO
entro das políticas de pre-
servação do patrimônio cul-
-tural, merecem destaque 
aquelas voltadas para os 
bens arqueológicos. 
A legislação brasileira 
considera duas categorias: 
a. patrimônio arqueológico 
emerso, regido pela Lei º 
3.924/61 e 
b. patrimônio submerso, regido pela 
Lei nº 7.542/86 (com a alteração 
dada pela Lei nº 10.166/00).
Por conta dessa legislação, os bens ar-
queológicos não precisam de um instrumen-
to administrativo como o tombamento, por 
exemplo, para garantir a sua proteção. Além 
disso, são tratados como bens públicos ma-
teriais de propriedade da União, que não 
podem ser vendidos ou comercializados. 
Algumas exigências (a e b) e recomen-
dação (c) a esse respeito devem ser de 
conhecimento de todos:
a. Qualquer ação ou intervenção em 
bens ou sítios arqueológicos devem 
ser executadas por profissional ha-
bilitado, o arqueólogo, e com auto-
rização do Iphan. 
Emerso
Que não está coberto 
por água de rios, lagos 
ou oceanos
Submerso
Que se encontra 
mergulhado em águas
PARA OS
CURIOSOS
No seu estado ou munícipio existe 
algum Sítio Arqueológico ou um 
Museu de Arqueologia ou algum 
Museu que guarde objeto(s) 
arqueológico(s)? Você já o visitou? 
Sim? Parabéns, compartilhe, convide 
amigos e familiares para conhecê-los 
e ajudar na sua preservação.
Não? Pois a hora é essa. Você agora 
sabe de sua importância. Conheça 
e influencie a seus amigos a visita-
rem também, além de divulgar nas 
suas redes sociais.
136 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
b. Cabe ao Iphan a fiscalização dos 
bens e sítios arqueológicos. 
c. As ações voltadas para o conheci-
mento, promoção e preservação 
desses bens e sítios arqueológicos 
devem ser efetuadas em um sistema 
de cogestão, envolvendo entidades 
públicas, arqueólogos, empresas e 
instituições de guarda (geralmente 
museus e universidades).
A atuação do Iphan na preservação dos 
bens arqueológicos ficou bastante em evi-
dência por conta dos processos que envol-
vem licenciamento ambiental. Embora 
abranja todos os bens culturais legalmen-
te protegidos (tombados, valorados etc), 
os bens arqueológicos se destacam nos 
processos de licenciamento ambiental, 
especialmente quando são desenvolvidos 
empreendimentos, como construções de 
estradas, instalação de estações de ener-
gia, obras de infraestruturas nas cidades, 
entre outros. Nesses casos, para se receber 
o licenciamento, antes é necessário apre-
sentar estudos e propostas de interven-
ção. No âmbito do Iphan, o licenciamento 
ambiental está regulamentado pela Ins-
trução Normativa/Iphan nº 01/2015.
Antes da elaboração da legislação 
específica voltada ao patrimônio 
arqueológico, o Brasil já contava com 
18 bens tombados, sendo 12 sítios 
arqueológicos e 6 coleções arqueo-
lógicas localizadas em museus.
Entre esses bens, estão as 
Itacoatiaras do Ingá, um sítio 
arqueológico localizado no interior 
da Paraíba. Trata-se de um sítio com 
inscrições rupestres em baixo relevo 
(escavadas na pedra), gravadas 
em rochas. Destaca-se um grande 
bloco, de 24m de largura por 3,80m 
de altura, com figuras zoomórficas, 
antropomórficas e fitomórficas.
É considerado um dos sítios 
arqueológicos mais importantes 
do Brasil e foi tombado como 
patrimônio nacional em 1944.
SE
LIGA!
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 137
5.
O PROGRAMA 
NACIONAL 
DO PATRIMÔNIO 
IMATERIAL (PNPI)
último ano do século XX 
trouxe um marco nas po-
líticas patrimoniais: a ins-
tituição do Registro do 
Patrimônio Imaterial. 
Instituído pelo Decreto 
nº 3551, de 4 de agosto 
de 2000. O registro é um 
importante passo para o 
reconhecimento da diversidade cultural 
que integra a identidade e a memória na-
cional. Ao lado do registro, este decreto 
criou Programa Nacional do Patrimônio 
Imaterial (PNPI), por meio do qual o go-
verno federal promove ações de identifica-
ção, reconhecimento, salvaguarda e pro-
moção do patrimônio cultural imaterial. 
Os principais objetivos do Programa são:
a. implementar uma política 
nacional de inventário, registro e 
salvaguarda de bens culturais de 
natureza imaterial; 
b. contribuir para a preservação 
da diversidade cultural do 
país e para a divulgação 
de informações 
sobre o patrimônio 
cultural brasileiro 
para toda a 
sociedade;
Salvaguarda
proteção concedida 
por instituições ou 
autoridades.
PARA OS
CURIOSOS
Conheça a Carta de Fortaleza, 
documento que se originou no 
primeiro Seminário Internacional 
do Patrimônio Imaterial e que traz 
12 recomendações, entre elas a 
criação do Grupo de Trabalho para 
a instituição do Registro dos bens 
culturais de natureza imaterial: 
portal.iphan.gov.br/uploads/
ckfinder/arquivos/Carta%20de%20
Fortaleza%201997.pdf
PARA OS
CURIOSOS
Conheça a Convenção para a 
Salvaguarda do Patrimônio 
Imaterial (2003). Acesse: https://
ich.unesco.org/doc/src/00009-PT-
Portugal-PDF.pdf
Conheça a Convenção de 
Proteção e Promoção da 
Diversidade das Expressões 
Culturais (2005). Acesse: 
unesdoc.unesco.org/ark:/48223/
pf0000150224_por
138FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
SE
LIGA!
Para a Unesco, o Patrimônio 
Cultural Imaterial compreende 
as práticas, representações, 
expressões, conhecimento, 
habilidades – assim como os 
instrumentos, objetos, artefatos e 
espaços culturais a eles associados 
– que as comunidades, grupos 
e, em alguns casos, indivíduos 
reconhecem como parte de 
seu patrimônio cultural. Esse 
patrimônio cultural imaterial, 
transmitido de geração a geração, 
é constantemente recriado pelas 
comunidades e grupos em resposta 
a seu ambiente, sua interação com a 
natureza e sua história e lhes dá um 
senso de identidade e continuidade, 
promovendo, dessa forma, respeito 
pela diversidade cultural e pela 
criatividade humana. 
Para fins da Convenção, 
é unicamente levado em 
consideração o patrimônio cultural 
imaterial que seja compatível 
com os instrumentos de direitos 
humanos existentes, bem como 
com os requerimentos de respeito 
mútuo entre comunidades, 
grupos e indivíduos e com o 
desenvolvimento sustentável.
PARA OS
CURIOSOS
Para uma discussão mais aprofun-
dada sobre a noção de patrimônio 
cultural e a indissociabilidade en-
tre a sua face material e imaterial, 
sugerimos a leitura dos textos:
Patrimônio material e imaterial: 
dimensões de uma mesma ideia, 
de Márcia Sant’Anna (2011) e 
Por uma história da noção de 
patrimônio cultural no Brasil, de 
Márcia Chuva (2012).
c. captar recursos; 
d. promover a constituição de uma 
rede de parceiros; 
e. incentivar iniciativas e práticas 
 de preservação desenvolvidas 
pela sociedade por meio de 
seleção de projetos.
A exemplo dos bens materiais tom-
bados, os bens imateriais registrados 
são inscritos em um ou mais livros, as-
sim definidos:
• Livro de Registro dos Saberes 
• Livro de Registro das Celebrações
• Livro de Registro das Formas 
de Expressão 
• Livro de Registro dos Lugares
É importante ressaltar que o registro 
dos bens imateriais e a criação do PNPI 
são resultados de discussões e estudos 
prévios que já vinham ocorrendo no Brasil 
nas décadas de 1980 e 1990, entre o Estado 
e a sociedade. Um importante evento nes-
se sentido foi a realização, em 1997, pelo 
Iphan, do primeiro Seminário Inter-
nacional do Patrimônio Imate-
rial, na cidade de Fortaleza. 
As políticas voltadas para o patrimô-
nio imaterial também são reforçadas, em 
nosso país, por meio da Convenção para 
a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial 
(2003) e a Convenção de Proteção e Pro-
moção da Diversidade das Expressões 
Culturais (2005), ambas da Unesco. 
Ao ratificar uma convenção, os Esta-
dos-membros da Unesco, como o Brasil, 
assumem determinadas obrigações e 
concordam em realizar ações para atin-
gir em seus territórios as metas estabeleci-
das internacionalmente.
E você, cara leitora e caro leitor, deve 
atentar que, ao se falar em patrimônio 
cultural, devemos ter em mente a indis-
sociabilidade entre seus aspectos mate-
riais e imateriais. 
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 139
6.
A POLÍTICA 
NACIONAL 
DE MUSEUS
pós amplo debate com a 
comunidade museológi-
ca brasileira, o então Mi-
nistério da Cultura (MinC) 
lançou, em maio de 2003, 
a Política Nacional de 
Museus (PNM), que tem 
como premissa a cons-
tituição de uma ampla e 
diversificada rede de par-
ceiros que, somando esforços, contribuam 
para a valorização, a preservação e o ge-
renciamento do patrimônio cultural brasi-
leiro sob a guarda dos museus. 
PARA OS
CURIOSOS
Leia na íntegra o caderno Política 
Nacional de Museus: memória e 
cidadania. Acesse: https://www.
museus.gov.br/wp-content/
uploads/2010/02/politica_
nacional_museus_2.pdf
A PNM foi a primeira política setorial 
do MinC. Para a sua construção foram re-
alizados fóruns com Secretarias de Cultu-
ra, Ministérios afins à área museológica, 
Universidades, profissionais e persona-
lidades do meio museológico. Posterior-
mente, o texto foi disseminado por meio 
eletrônico para que sugestões pudessem 
ser apresentadas. Finalmente foi consoli-
dado e sistematizado no caderno Política 
Nacional de Museus: memória e cidadania. 
Atualmente, a PNM está instituciona-
lizada pela Lei nº 11.904/2009, conhecida 
como Estatuto dos Museus, que regula-
menta a política e a organização do setor 
museológico brasileiro e do Sistema Bra-
sileiro de Museus (SBM). 
E para quem não sabe o que é o Sistema 
Brasileiro de Museus, instituído pelo Decreto 
nº 5.264/2004: ele se configura como o cum-
primento de uma das metas previstas no do-
cumento da Política Nacional dos Museus. O 
SBM tem como finalidade a “interação entre 
os museus, instituições afins e profissio-
nais ligados ao setor, visando ao constante 
aperfeiçoamento da utilização de recursos 
materiais e culturais”, bem como a “gestão 
integrada e o desenvolvimento das institui-
ções, acervos e processos museológicos”. 
Além do SBM, existem sistemas estaduais e 
municipais de museus. Um sistema estadu-
al bastante consolidado é o do Rio Grande 
do Sul (Decreto nº 33.791/91), que serviu de 
modelo para a proposta de criação do SBM.
Voltemos ao Estatuto dos Museus, que 
além de definir o conceito de museu, esta-
belece os procedimentos para a criação de 
instituições museológicas, identifica suas 
funções e atribuições, bem como determina 
a proteção ao patrimônio musealizado.
Um dos pontos mais relevantes desen-
volvido no Estatuto encontra-se no dever 
dos museus, públicos ou privados, de ela-
borar um Plano Museológico. 
E o que seria esse Plano Museológi-
co? Trata-se de um documento com o 
registro da história da instituição, um 
diagnóstico da sua situação estrutural, 
além de um planejamento (a curto, mé-
dio e longo prazo) dos seus programas 
de gestão e de atividades, que devem ser 
monitorados periodicamente.
Com a edição da Lei nº 11906/2009 foi 
extinto o antigo Departamento de Museus 
e Centros Culturais do Iphan e criada uma 
autarquia específica para cuidar da Políti-
ca Nacional de Museus: o Instituto Brasilei-
ro de Museus, ou simplesmente Ibram.
Entre as atribuições do Ibram está o 
gerenciamento da Plataforma Museusbr, 
um cadastro de museus, de amplitude na-
cional, que tem como finalidade diagnosti-
car e mapear a diversidade museológica 
brasileira. Também coube ao Ibram a im-
plantação, coordenação e o monitoramen-
to do Plano Nacional Setorial dos Museus 
(PNSM), com vigência de 2010 a 2020. 
Dentro da PNSM, destaca-se o Pro-
grama Pontos de Memória, que visa a 
estimular iniciativas da sociedade civil, 
pautadas no protagonismo comunitário e 
na gestão participativa, com foco na iden-
tificação, pesquisa e promoção do patri-
mônio cultural. Muitas dessas iniciativas 
culminaram na criação de museus comu-
nitários, autônomos do poder público. 
PARA OS
CURIOSOS
Sugerimos acessar a Plataforma 
Museusbr (museus.cultura.gov.br) 
e conhecer os Pontos de Memória 
Museu de Favela (RJ) e do Quilombo 
Sítio do Meio (MA). Aproveite e 
descubra se em seu estado ou 
município existe algum Ponto de 
Memória. Procure conhecê-lo.
140 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
7. 
A EDUCAÇÃO 
PATRIMONIAL 
E MUSEAL COMO 
POLÍTICAS 
PÚBLICAS
museólogo Mario Chagas 
(2013) alerta que a relação 
entre educação e patri-
mônio remonta há perí-
odos anteriores à criação 
do Iphan. Esclarece que 
essa relação está também 
presente nos museus des-
de longa data, vindo de 
práticas museológicas ainda do século XIX.
Nas últimas décadas, a educação pa-
trimonial passou a ser considerada uma 
política pública a partir da criação da Ge-
rência de Educação Patrimonial e Proje-
tos, atualmente Coordenação de Educa-
ção Patrimonial (Ceduc), no âmbito do 
Iphan. Seus objetivos e diretrizes foram 
sistematizadas na publicação Educação 
Patrimonial: histórico, conceitos e processos 
(2014) e institucionalizadas na Portaria 
Iphan nº 137, de 28/04/2016. 
Atualmente, a Ceduc defende que a Edu-
cação Patrimonial se constitui de todos os 
processos educativos formais e não for-
mais que têm como foco o patrimônio cul-
tural,apropriado socialmente como recurso 
para a compreensão sociohistórica das refe-
rências culturais em todas as suas manifes-
tações, a fim de colaborar para o seu reco-
nhecimento, sua valorização e preservação.
Considera, ainda, que os processos 
educativos devem primar pela constru-
ção coletiva e democrática do conheci-
mento, por meio do diálogo permanente 
entre os agentes culturais e sociais e pela 
participação efetiva das comunidades 
detentoras e produtoras das referências 
culturais, onde convivem diversas noções 
de patrimônio cultural.
O projeto Casas do Patrimônio é o car-
ro-chefe atual das ações de educação pa-
trimonial desenvolvidas pelo Iphan, cuja 
proposta é “ampliar a capilaridade insti-
tucional do Iphan e interligar espaços que 
promovam práticas e atividades de natu-
reza educativa de valorização do patrimô-
nio cultural” (IPHAN, 2014). Não são ne-
cessariamente espaços físicos, mas ações 
educativas sobre o patrimônio desenvol-
vidas em parceria com escolas, associa-
ções de moradores, OSCs etc, respeitando 
os diferentes saberes e a participação dos 
detentores das referências culturais. 
Nesse quesito, as Casas do Patrimônio 
dialogam bastante com o Programa Pon-
tos de Memória do Ibram, pois buscam 
trabalhar com diferentes grupos sociais, 
partindo da premissa de que as comuni-
dades podem assumir a seleção das re-
ferências culturais mais significativas 
para a formação de suas identidades e 
memórias coletivas. 
Após uma construção participativa, que 
incluiu consulta pública por meio de plata-
forma on-line e encontros presenciais, regio-
nais e nacionais, o Ibram institucionalizou 
a Política Nacional de Educação Museal 
(Pnem), por meio da Portaria nº 422, de 30 
de novembro de 2017. O texto legal estabe-
lece os princípios e diretrizes dessa Política, 
com a finalidade de nortear as práticas edu-
cativas não só dos museus do Ibram, mas 
de todo o campo museal brasileiro.
A Pnem compreende a educação mu-
seal como “um processo de múltiplas di-
mensões de ordem teórica, prática e de 
planejamento, em permanente diálogo 
com o museu e a sociedade”. Tem como 
princípio “garantir que cada instituição 
possua o setor de educação museal com-
posto por uma equipe qualificada e mul-
tidisciplinar, com a mesma equivalência 
apontada no organograma para os demais 
setores técnicos do museu.”
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 141
lém de conhecer as polí-
ticas de patrimônio em 
suas diferentes vertentes, 
é importante que você, 
enquanto pesquisador(a), 
também faça uma análise 
crítica de suas concepções 
e implementações. 
Igualmente, é necessá-
rio reconhecer que as práti-
cas preservacionistas fazem 
parte de um processo que sofreram dinâ-
micas e transformações ao longo tempo, 
mas sempre carregadas de disputas políti-
cas, econômicas e simbólicas.
Nesse sentido, o campo 
do patrimônio é concebido 
como um espaço de confli-
tos, que envolve relações 
de força e de poder. Muitos 
são os autores que apontam 
que as políticas preservacio-
nistas, desde sua origem, no 
Brasil, arquitetaram uma memória nacio-
nal pautada numa herança portuguesa co-
lonial. A maioria dos bens tombados está 
vinculada à Igreja católica, à nossa traje-
tória militar e às elites econômicas e po-
líticas brasileiras. Lembrando a todos que 
o primeiro tombamento de um bem de 
matriz africana só ocorreu quase 50 anos 
após a criação do Sphan, em 1984. Trata-se 
do emblemático caso do Terreiro da Casa 
Branca, em Salvador (BA). 
A patrimonialização de bens culturais re-
lativos a outros grupos formadores da socie-
dade brasileira (índios, negros, camponeses, 
moradores das periferias etc) só começou a 
tomar algum fôlego como resultado das lu-
tas sociais, somente a partir das décadas de 
1980-1990, sobretudo com a instituição do 
Registro do Patrimônio Cultural de Natu-
reza Imaterial. Foi esse instrumento que 
possibilitou tornar patrimônio brasileiro o 
ofício das baianas de acarajé, o teatro de bo-
necos popular e a literatura de cordel, entre 
outros exemplos. Ressalta-se, no entanto, 
que mesmo com o registro, a representati-
vidade dos diferentes povos formadores da 
nossa sociedade ainda está aquém do ideal 
da patrimonialização das diferenças. 
Essa breve observação serve de alerta 
para que, em sua pesquisa e na sua atua-
ção no campo do patrimônio, você possa 
refletir sobre como as políticas de Estado, 
voltadas para a constituição e preserva- 
ção de uma determinada memória cole-
tiva, muitas vezes contribuem para rea-
firmar hierarquias e privilégios histori-
camente enraizados e naturalizados 
nas desigualdades sociais no Brasil. 
A despeito disso, também cabe observar 
que novos sujeitos sociais comumente 
não representados ou silenciados nos 
processos constitutivos de memórias na-
cionais (como nos materiais didáticos e 
museus) têm produzido narrativas acerca 
de suas próprias memórias e identidades 
coletivas, aliados a lutas políticas por di-
reitos sociais básicos. São os casos de mo-
vimentos como o Ocupe Estelita (PE), Ocu-
pe o Porto do Capim (PB), Espaço Comum 
Luiz Estrela (MG), além de diversos grupos 
quilombolas e indígenas do país. 
Um grande desafio na implementação 
das políticas patrimoniais é garantir a par-
ticipação efetiva e democrática dos di-
ferentes atores sociais, bem como a sua 
articulação a outras políticas públicas, 
de forma intersecional. As mudanças sig-
nificativas em nossa sociedade exigem um 
governo que atue em rede e uma gestão 
compartilhada do patrimônio cultural, 
de modo que o Estado cumpra com sua 
responsabilização – disponibilizando pro-
gramas, projetos e ações efetivas para a 
preservação da memória dos distintos seg-
mentos sociais – ao mesmo tempo que a 
sociedade civil, na medida em que se reco-
nhece como um importante ator nesse jogo 
político, pode propiciar um maior controle 
social sobre a ação do Estado e reivindicar 
que suas demandas sejam atendidas.
Nós enquanto mediadores de Educa-
ção para Patrimônio temos a obrigação 
de entender essas nuances, compartilhar 
com as comunidades, com a sociedade 
civil, com os detentores desse patrimô-
nio, sujeitos sociais que muitas vezes ig-
noram o poder e a riqueza daquilo que 
trazem em suas mãos.
8.
POR UMA VISÃO CRÍTICA 
DAS POLÍTICAS DE PATRIMÔNIO
142 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
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Ano 02, nº 04. Rio de Janeiro: Unirio.
AUTOR
Átila Tolentino é graduado em 
Letras e especialista em Gestão 
de Políticas Públicas de Cultura 
pela Universidade de Brasília 
(UnB). Mestre em Sociologia pela 
Universidade Federal da Paraíba 
(UFPB). Especialista em Políticas 
Públicas e Gestão Governamental 
do Ministério da Economia. Já 
atuou no Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional 
(Iphan), onde coordenou as ações 
de educação patrimonial da 
Casa do Patrimônio da Paraíba e 
assumiu a coordenação de Gestão 
Museológica do Departamento de 
Museus e Centros Culturais.
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista 
gráfico, com extensa produção em 
projetos editoriais, sendo a maior 
parte destinada ao público infantil 
e infantojuvenil. Seu trabalho 
tem como base a pesquisa de 
materiais e estilos, envolvendo 
estudo de técnicas tradicionais 
de pintura, desenho, fotografia e 
colorização digital.
143Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 143
Este fascículo é parte integrante do projeto 
Formação de Mediadores de Educação 
Patrimonial, em decorrência do Termo de 
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito 
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de 
Fortaleza, sob o nº 02/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
EXPEDIENTE: 
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João Dummar Neto 
Presidente 
André Avelino de Azevedo 
Diretor Administrativo-Financeiro 
Marcos Tardin 
Gerente Geral 
Raymundo Netto 
Gerente Editorial e de Projetos 
Emanuela Fernandes 
Analista de Projetos
UNIVERSIDADE ABERTA 
DO NORDESTE (UANE)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica 
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno 
Designer Educacional
Thifane Braga 
Secretária Escolar
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES 
DE EDUCAÇÃO PARA PATRIMÔNIO
Raymundo Netto 
Coordenador Geral, Editorial e Revisor
Cristina Holanda
Coordenadora de Conteúdo 
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Editor de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Diagramador 
Daniel Dias
Ilustrador
Thaís de Paula 
Produtora
ISBN: 978-85-7529-951-7 (Coleção) 
ISBN: 978-85-7529-960-9 (Fascículo 9)
Realização
Apoio
Universidade 
Estadual do Ceará

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