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Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Aula 05 Curso: Direito Constitucional Professor: Jonathas de Oliveira Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Sumário 1- Poder Executivo ............................................................................... 3 2- Questões comentadas ................................................................... 33 3- Lista de Exercícios ......................................................................... 43 4- Gabarito ........................................................................................ 53 5- Referencial Bibliográfico................................................................ 55 Aula 05 – Poder Executivo. file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/ICMS%20MA%20-%20FCC/Aula%2007%20-%20Direito%20Constitucional%20ICMS%20MA%20-%20Poder%20Executivo.docx%23_Toc454472006 file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/ICMS%20MA%20-%20FCC/Aula%2007%20-%20Direito%20Constitucional%20ICMS%20MA%20-%20Poder%20Executivo.docx%23_Toc454472007 file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/ICMS%20MA%20-%20FCC/Aula%2007%20-%20Direito%20Constitucional%20ICMS%20MA%20-%20Poder%20Executivo.docx%23_Toc454472008 file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/ICMS%20MA%20-%20FCC/Aula%2007%20-%20Direito%20Constitucional%20ICMS%20MA%20-%20Poder%20Executivo.docx%23_Toc454472009 file:///C:/Users/Jonathas/Desktop/Jonathas/Exponencial%20Concursos/ICMS%20MA%20-%20FCC/Aula%2007%20-%20Direito%20Constitucional%20ICMS%20MA%20-%20Poder%20Executivo.docx%23_Toc454472010 Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Conforme nos ensina Silva (2005), o Poder Executivo detém por função típica a execução de atos de chefia: de Estado (por exemplo, celebrando tratados internacionais), de governo e de administração (por exemplo, elaborando e gerenciando as políticas públicas em diferentes áreas). Ressalte-se que, embora o conceito de administração pública perpasse todos os Poderes, é no Poder Executivo que se concentram os órgãos que conduzem as políticas públicas de Estado e de governo. Atipicamente, o Poder Executivo ainda legisla, como na hipótese de elaboração de leis delegadas e medidas provisórias, e “julga”. Neste segundo ponto, destaque-se que o julgamento na esfera administrativa não possui exatamente todas as características da função jurisdicional em sentido estrito. Ao contencioso administrativo falta principalmente o atributo da definitividade, de forma que, de regra, a decisão em âmbito administrativo pode ser reapreciada na esfera judicial. Assim, é tecnicamente mais preciso afirmar que o Poder Executivo exerce “função atípica de natureza jurisdicional”. No Brasil, conforme já anotamos, predomina o sistema de governo presidencialista, marcado, dentre outros fatores, pela unicidade do Poder Executivo. Não há distinção entre Chefe de Estado e Chefe de governo, estando ambos atributos centrados numa mesma pessoa. O exercício do Poder é monocrático, existindo apenas um Chefe, no caso, o Presidente da República. Outro importante elemento é a inexistência de necessidade de confiança do Congresso Nacional para que o Presidente da República seja investido no cargo e nele permaneça1. Inexistem institutos como a moção de confiança ou a moção de censura, que, no parlamentarismo, podem inclusive levar à destituição do governo. 1 No atual contexto conhecido como “presidencialismo de coalização”, é certo que uma forte base parlamentar aliada tem se tornado condição para certo padrão de governabilidade. No entanto, não há previsão constitucional expressa de que o Poder Legislativo interfira no Executivo, para além do mecanismo de freios e contrapesos, e em nível estrutural, como se verifica no parlamentarismo. 1- Poder Executivo Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 No Brasil, a responsabilidade política do Presidente diz com o povo e não estritamente com o parlamento, ao contrário do que ocorre em outros países. Assim, o Presidente não pode por ser destituído ao arbítrio político subjetivo do Congresso Nacional, mas apenas na forma e nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição Federal. Pois bem. Vamos ver o que nos tem a dizer a nossa Lei Magna. CAPÍTULO II DO PODER EXECUTIVO Seção I DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. (1) Primeiramente, cumpre observar que os artigos acima tratam da esfera da União. Todavia, por simetria, nos Estados-membros e DF, temos que o Poder Executivo é exercido pelo Governador, auxiliado por seus Secretários estaduais e distritais. Já no plano municipal, pelo Prefeito, auxiliado também pelos Secretários municipais. A norma do art. 77 é extensiva. Reforçamos ainda que o exercício do Poder é monocrático. Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República, podendo ser por ele nomeados e exonerados livremente (ad nutum). Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se- á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 (1) Válido aqui visualizar o esquema geral das eleições para o cargo de Chefe do Executivo. Presidente e Vice Presidente da República Governador e Vice Governador de Estado ou do DF Prefeito e Vice Prefeito de Município Tempo de mandato 4 anos + possibilidade de 1 reeleição subsequente 4 anos + possibilidade de 1 reeleição subsequente 4 anos + possibilidade de 1 reeleição subsequente Data do primeiro turno da eleição Primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder ou do término de mandato próprio (em caso de reeleição) Primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder ou do término de mandato próprio (em caso de reeleição) Primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder ou do término de mandato próprio (em caso de reeleição) Data do segundo turno da eleição Se houver, no último domingo de outubro do referido ano Se houver, no último domingo de outubro do referido ano Se houver, no último domingo de outubro do referido ano; e apenas no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores Posse 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição § 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-seeleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 (1) O parágrafo primeiro importa dizer que não há eleição cruzada para os cargos de Presidente República e Vice-Presidente. Ao contrário do que já tivemos no Brasil em outros momentos históricos, atualmente, o Vice-Presidente será sempre aquele registrado junto ao vencedor do pleito à Presidente. (2) No mais, atente-se que a maioria necessária é de votos válidos. Por exemplo, suponha-se que o candidato “A” obteve 40% do total de votos (sem qualquer discriminação). Estará ele eleito? Depende da quantidade votos válidos. Imaginemos o seguinte quadro. Votos brancos 10% Votos nulos 15% Total de votos inválidos 25% Votos obtidos sem discriminação 40% Votos obtidos com discriminação (contabilizados apenas os válidos) ~53% Ou seja, o candidato “A” obteve mais que a maioria absoluta (50% + 1) dos votos válidos, então será eleito! As questões de Direito Constitucional não serão cobradas assim. Contudo, a explanação ajuda no entendimento do processo. § 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. § 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. (1) Na remotíssima possibilidade de haver empate também no segundo turno, será considerado eleito o candidato mais idoso (art. 110 da Lei nº 4.737/65). Apesar da lógica geral do art. 77 ser bastante simples, façamos um esquema para fixar o entendimento. Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 7 de 55 www.exponencialconcursos.com.br 1º turno Sim É eleito Presidente da República Não Haverá 2º turno com os dois candidatos mais votados Algum candidato obteve a maioria dos votos válidos? Antes do 2º turno houve morte, desistência ou impedimento legal de candidato? Sim Convoca-se, dentre os remanescentes, o de maior votação. Se os remanescentes estiverem empatados, convoca-se o mais idoso. Não Prossegue o 2º turno com os dois candidatos mais votados no 1º turno 2º turno Sim É eleito Presidente da República Não, houve empate É eleito Presidente da República o candidato mais idoso Algum candidato obteve a maioria dos votos válidos? http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 8 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. (1) Um lembrete: a supracitada sessão do Congresso Nacional é conjunta (se analisarmos o critério de parlamentares presentes) e extraordinária (se analisarmos o aspecto da habitualidade). Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe- á, no de vaga, o Vice-Presidente. (1) A diferença entre ambos é bem simples: Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. (1) Se recordam que alguns cargos públicos a Constituição Federal destina exclusivamente a brasileiro nato? Pois bem, está aí um dos motivos! Impedimento • É temporário • Ex.: por motivo de doença Vaga • É definitivo • Ex.: perda do cargo por impeachment, morte, renúncia, não comparecimento para posse dentro do prazo de 10 dias da data fixada, ausência do País por mais de 15 dias (sem licença do Congresso Nacional) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Observe-se que a ordem do art. 80 prioriza os representantes do povo (Presidente da Câmara dos Deputados) aos representantes dos Estados- membros e DF (Presidente do Senado Federal). Em recente julgado, em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADPF 402 MC-REF), o STF assentou posicionamento de que os substitutos eventuais do presidente da República a que se refere o art. 80 da Constituição Federal, caso ostentem a posição de réus criminais perante aquela Corte, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. A decisão considerou a exigência de preservação da respeitabilidade das instituições republicanas. Assim, os substitutos eventuais do Presidente da República, se tornados réus criminais perante o STF, não podem ser convocados para o desempenho transitório do ofício presidencial, pois não teria sentido que, ostentando a condição formal de acusados em juízo penal, venham a dispor de maior poder jurídico. Tornados réus criminais perante o Supremo, os substitutos não ficarão necessariamente afastados dos cargos de direção que exercem na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Supremo Tribunal Federal. Na realidade, Só brasileiro nato pode ser Presidente e Vice-Presidente da República Presidente da Câmara dos Deputados Presidente do Senado Federal Ministro do Supremo Tribunal Federal Da carreira diplomática Oficial das Forças Armadas Ministro de Estado da Defesa Podem exercer o cargo de Presidente da República Cargo estratégico: relações exteriores Cargos estratégicos: defesa nacional http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 10 de 55 www.exponencialconcursos.com.br apenas sofrerão interdição para o exercício do ofício (em caráter substitutivo) de Presidente da República. Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far- se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. (1) Tomemos um exemplo para facilitar o entendimento. Presidente e Vice Presidente da República empossados em 1º de janeiro de 2019 Ocorre vaga (Presidente + Vice) em 10 de abril de 2019 Ocorre vaga (Presidente + Vice) em 10 de abril de 2021 Será feita nova eleição direta Prazo de 90 dias Será feita nova eleição indireta (pelo Congresso Nacional) Prazo de 30 dias Um macete para memorizar os prazos é intuir que se a vacância ocorre nos dois últimos anos, exige-se maior celeridade na ocupação do cargo. Daí as eleições indiretas e em prazo mais exíguo. (2) Vamos fazer mais um exercício de reflexão aqui. Poder-se-ia questionar se a previsão de eleições indiretas presente no art. 81 afronta ou não o voto direto, secreto, universal e periódico previsto no art. 60, §4º, II, cláusula pétrea expressa da nossa Constituição Federal. Pois bem. Válido aqui destacar quea jurisprudência da nossa Corte Maior não aceita a tese do doutrinador Otto Bachof que entende existir hierarquia entre normas constitucionais originárias (o que em tese possibilitaria a existência de normas constitucionais originárias inconstitucionais). Deste modo, no caso em apreço, em se tratando de duas normas constitucionais originárias aparentemente conflituosas, na tarefa de hermenêutica constitucional cabe ao intérprete compatibilizá-las, adotando os http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 11 de 55 www.exponencialconcursos.com.br princípios da unidade da Constituição e de sua conformidade funcional de modo a compreender que ambas são plenamente válidas. As medidas de exceção trazidas pelo próprio constituinte originário não debilitam o regramento geral por ele também instituído. Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. (1) A ausência do Presidente da República do País é uma causa temporária que fraqueja o cumprimento, pelo chefe do Poder Executivo, dos deveres e responsabilidades inerentes ao cargo, ainda que seja substituído. Disso deriva a necessidade de autorização do Congresso Nacional para ausências prolongadas. Nessa esteira de raciocínio, o prazo constitucional é expresso. E, por simetria, já decidiu o STF (ADI 738) que afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o governador e o vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. As normas dos entes subnacionais, neste aspecto, devem seguir o modelo federal, somente se justificando a necessidade de autorização prévia quando o afastamento exceder a quinze dias. 1- (CESPE / Juiz Substituto TJ – AM / 2016 / Adaptada) Julgue o item abaixo. No texto constitucional, a afirmação de que o Poder Executivo é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado, indica que a função é compartilhada, caracterizando-se o Poder Executivo como colegial, dependendo o seu chefe da confiança do Congresso Nacional para permanecer no cargo. Resolução: Errado. A chefia do Poder Executivo é exercida, no âmbito da União, monocraticamente pelo Presidente da República. Os Ministros de Estado são apenas seus auxiliadores, porém, como veremos, podem ser por ele nomeados e exonerados livremente. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 12 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Além disso, a legitimidade do mandato do Presidente da República vem do voto popular, não sendo necessário, a rigor, confiança do Congresso Nacional para que ele o exerça. 2- (CESPE / Agente Técnico-Administrativo da DPU / 2016) Em relação aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e à Defensoria Pública (DP), julgue o item a seguir. A responsabilidade do chefe de governo e a temporariedade do seu mandato caracterizam, entre outros aspectos, a forma republicana de governo. Resolução: Correto. Lembremos uma distinção inicial nos nossos estudos: 3- (CESPE / TCE – RN – Conhecimentos Básicos / 2015) A respeito das competências do Poder Executivo e do Poder Judiciário, julgue o seguinte item. Na hipótese de vacância dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, nos últimos dois anos do período do mandato presidencial, será feita, pelo Congresso Nacional, a eleição para os dois cargos, trinta dias depois da última vaga. Resolução: Correto! Seção II Das Atribuições do Presidente da República Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; MONARQUIA • Vitaliciedade • Hereditariedade • Irresponsabilidade política do Chefe de Estado/governo (não há prestação de contas das decisões ou crime de responsabilidade) REPÚBLICA • Temporariedade • Eletividade • Responsabilidade política do Chefe de Estado/governo (há prestação de contas das decisões e crime de responsabilidade) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 13 de 55 www.exponencialconcursos.com.br (1) No parlamentarismo, os Ministros de Estado geralmente integram um gabinete executivo chefiado pelo Primeiro Ministro (chefe de governo). No entanto, no presidencialismo, seu status é bem mais modesto, podendo ser nomeados e exonerados de acordo com a discricionariedade do Presidente da República (ad nutum). III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; (1) O Presidente da República, salvo exceções, desempenha relevante papel no processo legislativo, sendo necessária sua iniciativa e/ou sanção sobre as matérias listadas no art. 48, art. 61, §1º, dentre outros, da Constituição Federal. (2) No que diz com o inciso IV em particular, deve-se observar que um dos atributos centrais que diferem o poder regulamentar do poder legiferante (de produção das leis) é o da novidade. As leis, fontes primárias do direito, de forma geral, são caracterizadas por determinações gerais e com certo grau de abstração. Tratam de hipóteses, como regra, que não têm destinatários específicos/determinados. Nesse sentido, muitas delas carecem de pormenorizações que possibilitem sua correta “execução” no mundo real. É esse o ânimo dos decretos regulamentares (fontes secundárias) previstos na segunda parte do inciso IV. Eles complementam e particularizam (sem inovar, nem muito menos contrariar) o molde geral estabelecido pelas leis. Uma ilustração nos ajuda a compreendê-los melhor: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 14 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, a finalidade da competência regulamentar a que diz o art. 84, IV, é a de produzir normas requeridas para a execução de leis quando estas demandem uma atuação administrativa a ser desenvolvida dentro de um espaço de liberdade deixado pelas próprias leis. O molde geral está na lei. Ao decreto, por seu turno, cabe, de acordo com a diretriz legal, propiciar sua fiel execução e aplicação. Válido ainda rever: VI – dispor, mediante decreto, sobre: Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983 Art.1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional. [...] Decreto nº 89.250, de 27 de dezembro de 1983 [...] Art . 3º A Carteira de Identidade terá as dimensões 10,2 cm X 6,8 cm, e será confeccionada em papel filigranado ou fibra de garantia, em formulário plano ou contínuo, impressa em talho doce e off-set , com fundo em verde claro e texto na cor verde. Parágrafo Único A Carteira de Identidade conterá, ainda, as seguintes características de segurança: a) tarja em talho doce na cor verde; b) fundo numismático; c) perfuração mecânica da sigla do órgão de identificação sobre a fotografia do titular; d) numeração tipográfica, seqüencial,no verso, para controle do órgão expedidor. [...] Constituição Federal de 1988 Normas supralegais Normas legais (leis e outras espécies) Normas infralegais (decretos regulamentares e outras espécies) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 15 de 55 www.exponencialconcursos.com.br a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (1) Este inciso costuma ser bastante cobrado. Ressalte-se que os decretos acima evocados não são regulamentares. A doutrina convencionou denominá-los decretos autônomos. Pode-se dizer que são atos normativos primários, equivalentes às leis e mesmo passíveis de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 3.232). São fontes primárias do direito, possuem status legal, e extraem seu fundamento de validade diretamente da Constituição (vamos lembrar da pirâmide de Kelsen aqui). VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; (1) A acreditação é o ato discricionário, formal e oficial por meio do qual determinado Estado recebe o representante diplomático de outro. Assim, o Estado acreditante é aquele que envia seu representante diplomático a outro. Já o Estado acreditado é aquele que recebe a representação diplomática. Ver art. 49, I. IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; (1) Para que o candidato já se aclimate ao que será abordado em aula futura, vale fazer as primeiras distinções entre os supracitados mecanismos de restauração da ordem pública previstos no inciso IX. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 16 de 55 www.exponencialconcursos.com.br X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; (1) O indulto é instituto de direito penal de alcance coletivo e concedido espontaneamente pelo Presidente da República. É uma espécie de ato de clemência, e pode ser total (quando extingue a punibilidade e encerra o cumprimento da condenação) ou parcial (quando apenas reduz a pena). Por sua vez, a comutação de penas é medida que substitui uma pena de caráter mais gravoso por outra mais branda. ESTADO DE DEFESA • Cabimento para preservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social comprometidas por: (i) grave e iminente instabilidade institucional; (ii) calamidades de grandes proporções na natureza • Locais restritos e determinados (sempre) • Possibilita restrições quanto aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; d) ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. ESTADO DE SÍTIO • Cabimento para: (i) comoção grave de repercussão nacional; (ii) ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; (iii) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. • Local: generalizado pelo território nacional (posteriormente à publicação do decreto, são definidas áreas abrangidas) • Possibilita as seguintes restrições: a) obrigação de permanência em localidade determinada; b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; c) restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; e) suspensão da liberdade de reunião; f) busca e apreensão em domicílio; g) intervenção nas empresas de serviços públicos; h) requisição de bens. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 17 de 55 www.exponencialconcursos.com.br A aplicação de ambos institutos deve respeitar determinados limites legais. XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (1) As Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas sob a égide da hierarquia e da disciplina, e que atuam sob a autoridade suprema do Presidente da República. Ver art. 142 Os incisos XIV, XV, XVI e XVII, prosseguem nos trazendo a competência para que o Presidente da República nomeie os ocupantes de determinados cargos públicos. Vejamos. Presidente da República nomeia Após aprovação do Senado Federal (XIV) - Ministros do STF e demais Tribunais Superiores (STJ, TST, STM...) - Governadores de Territórios - Procurador-Geral da República - Presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei Outros Magistrados, nos casos previstos na Constituição (XVI) Ministros do Tribunal de Contas da União (XV) * O PR nomeia 1/3 dos Ministros, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento O Advogado-Geral da União (XVI) Membros do Conselho da República (XVII) * O PR nomeia 2, dentre cidadãos brasileiros natos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 18 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Além das competências já arroladas também compete privativamente ao Presidente da República: XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; (1) Os elementos que ensejam uma guerra são de natureza extremamente atípica e demandam solução emergencial. Daí a possibilidade de, caso o Congresso Nacional esteja em recesso, do Presidente da República declará-la sem sua intervenção prévia. Ver art. 21, IV. XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; (1) O inciso XXIII é basicamente um prelúdio do que dispõem os incisos I a III do art. 165: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais.http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 19 de 55 www.exponencialconcursos.com.br XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. (1) Esquematizemos o diversas vezes exigido parágrafo único: 4- (CESPE/ Analista Judiciário do TRT da 8ª Região / 2016 / Adaptada) Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988, julgue o item subsequente. A CF admite excepcionalmente a edição, pelo presidente da República, de decreto como fonte normativa primária, o chamado decreto autônomo. Resolução: Correto. O decreto autônomo é um ato normativo primário porque sua força normativa deriva diretamente da Constituição Federal. Presidente da República pode delegar para VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover os cargos públicos federais, na forma da lei; Ministros de Estado Procurador-Geral da República Advogado-Geral da União http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 20 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Assim, situa-se hierarquicamente no mesmo nível das leis, e não abaixo delas. É figura que pode inovar no ordenamento jurídico, nos casos previstos na CF/88, criando direitos e obrigações. 5- (CESPE/ Agente Administrativo da DPU / 2016) Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988, julgue o item subsequente. Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial, sendo dispensável a edição de lei em sentido estrito. Resolução: Correto! Isso se dá por meio dos decretos autônomos. 6- (FCC / Procurador do Município de São Luiz – MA / 2016) Com vistas a otimizar o funcionamento da Administração federal, por meio da redução de custos e redistribuição de funções, o Presidente da República pretende, entre outras providências: I. promover a extinção de cargos em órgãos da Administração direta; II. promover a extinção de Secretarias com status de Ministério; III. submeter os órgãos e pessoal responsáveis pela gestão de pessoal em cada Ministério a um órgão central de recursos humanos, diretamente vinculado à Presidência da República. Em conformidade com a Constituição da República, poderá o Presidente da República adotar, mediante decreto, apenas as medidas previstas em: a) II, desde que não implique extinção de cargos; e III, desde que não implique aumento de despesa nem criação de órgãos. b) II, desde que os ocupantes de cargos efetivos estáveis sejam realocados em outros órgãos da Administração; e III, desde que não implique aumento de despesa nem criação de órgãos. c) I, desde que vagos os cargos; e III, desde que não implique aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos. d) I, desde que se trate de cargos em comissão; e II, desde que os ocupantes de cargos efetivos estáveis sejam realocados em outros órgãos da Administração. e) I, desde que vagos os cargos; e II, desde que não implique extinção de cargos efetivos. Resolução: Alternativa C. No caso I, o Presidente está extinguindo funções ou cargos públicos, quando vagos (art. 84, VI, b). http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 21 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Já no caso III, está dispondo sobre a organização e funcionamento da administração federal, não implicando isso aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 84, VI, a). A opção II, por sua vez, não pode ser tratada mediante decreto uma vez que os órgãos estão sendo extintos. 7- (CESPE / Técnico Judiciário do TRT da 8ª Região / 2016) Acerca das competências do presidente da República, assinale a opção correta. a) A nomeação dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho realizada pelo presidente da República depende da aprovação da Câmara dos Deputados. b) Compete ao presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas. c) A celebração de tratados, convenções e atos internacionais pelo presidente da República está sujeita a referendo do Senado Federal. d) Cabe ao presidente da República, de forma discricionária, nomear embaixadores. e) A nomeação e a exoneração de ministros de Estado pelo presidente da República dependem da aprovação do Congresso Nacional. Resolução: Alternativa B. É a previsão do art. 84, XIII. Questão bastante direta. a) A nomeação dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho realizada pelo presidente da República depende da aprovação da Câmara dos Deputados do Senado Federal. c) A celebração de tratados, convenções e atos internacionais pelo presidente da República está sujeita a referendo do Senado Federal Congresso Nacional. d) Cabe ao presidente da República, de forma discricionária, nomear embaixadores Chefes de missão diplomática são indicados pelo Presidente e aprovados pelos Senadores por voto secreto após arguição secreta. e) A nomeação e a exoneração de ministros de Estado pelo presidente da República independem da aprovação do Congresso Nacional. 8- (CESPE / Analista Técnico Administrativo do MPOG / 2015) No que se refere ao Poder Executivo, julgue o item subsequente. Na Constituição Federal, as competências privativas do presidente da República são elencadas em rol taxativo. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 22 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: Errado. O Presidente da República pode exercer outras atribuições previstas na Constituição e não listadas no art. 84. Veja-se, por exemplo, o art. 68 que trata das leis delegadas. Seção III Da Responsabilidade do Presidente da República Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: (1) Crimes de responsabilidade são infrações de natureza político- administrativa cometidos por determinados agentes políticos (o Presidente da República e seu Vice, Ministros de Estado, dentre outros definidos pela lei nº 1.079/1950). A rigor, não são crimes em sentido estrito, e sim condutas ou comportamentos de conteúdo político, apenas tipificados e nomeados como crimes, sem que tenham essa natureza penal. A sanção nesses casos é substancialmente política: perda do cargo, inabilitação para exercício de cargo público e inelegibilidade para cargo político. Observe-se que a lista que segue não é taxativa (o texto constitucional fala “especialmente”), cabendo à lei federal eventualmente definir outras condutas como crimes de responsabilidade, assim como aprofundar as respectivas normas de processo e julgamento. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questõescomentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 23 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. (1) STF - Súmula Vinculante nº 46 – A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Rever processo de impeachment. § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República (atentar contra) a existência da União (I) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação (II) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (III) a segurança interna do País (IV) a probidade na administração (V) a lei orçamentária (VI) o cumprimento das leis e das decisões judiciais (VII) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 24 de 55 www.exponencialconcursos.com.br (1) Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias do §2º, o julgamento não estiver concluído, o processo não será encerrado. Tampouco haverá resolução de mérito. Apenas o afastamento do Presidente será derrubado. (2) Vale ainda ressaltar que o julgamento final prolatado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade tem natureza política, sendo irrecorrível e definitivo, não havendo qualquer possibilidade de o Poder Judiciário alterá-lo. Em homenagem à separação de Poderes, o Judiciário somente poder verificar o respeito às regras procedimentais, jamais o mérito da decisão (MS 21.689/DF). (3) Importante também destacar que, segundo jurisprudência do STF (MS 21.689/DF), a renúncia ao mandado pelo presidente da República não prejudica (por suposta perda de objeto) o processo de impeachment eventualmente em curso, já iniciado. § 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. (1) Os dois parágrafos acima são especialmente interessantes. Vale dizer, o Presidente da República possui imunidade formal quanto à prisão (§3º) e irresponsabilidade penal relativa (§4º). Nesses termos, em caso de crimes comuns, o Chefe do Executivo Federal, enquanto não cesse a investidura na presidência, apenas pode ser responsabilizado caso a infração tenha correlação com o exercício das funções presidenciais (HC 83.154/SP). O artigo 86 da CF/88 é importantíssimo e vale a pena esquematizá-lo. Válido destacar que, simetricamente e por expressa disposição constitucional e legal, os governadores de Estado e prefeitos de Municípios também detêm algumas dessas prerrogativas. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 25 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Os crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Governadores dos Estados estão definidos na Lei nº 1.079/1950. Já os crimes de responsabilidade dos Prefeitos de Municípios estão elencados no Decreto-Lei nº 201/1967. 9- (CESPE / Analista Legislativo da Câmara dos Deputados / 2014) A respeito da organização do Estado e dos poderes, julgue o próximo item. Se uma constituição estadual caracterizar como crime de responsabilidade a ausência injustificada de secretário de Estado convocado pela assembleia legislativa para dar explicações sobre fato relevante, essa norma será constitucional, uma vez que a CF assim dispõe em relação aos ministros de Estado. Presidente da República Imunidade formal quanto ao processo - para crimes de responsabilidade (art. 86, caput) Prerrogativa de foro para julgamento - para crimes comuns (art. 86, caput c/c art. 52, I, e 102, I, b) Imunidade formal quanto à prisão (art. 86, §3º) Irresponsabilidade penal relativa (art. 86, §4º) Governador de Estado Imunidade formal quanto ao processo - para crimes de responsabilidade (simetria e lei nº 1.079/1950) Prerrogativa de foro para julgamento - para crimes comuns (art. 105, I, a) Prefeito de Município Prerrogativa de foro para julgamento - para crimes comuns (art. 29, X e Súmula nº 702 do STF) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 26 de 55 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: Errado. Não vamos tentar aplicar a simetria aqui. Nem tudo pode ser transposto para o nível dos entes subnacionais. É o caso, por exemplo, da competência para definição de hipóteses que configuram crime de responsabilidade, que compete unicamente à União. 10- (CESPE / Analista de Gestão Educacional – SEDF / 2017) Julgue o próximo item, relativo ao Poder Executivo. Na hipótese de o presidente da República, antes da vigência do seu mandato, praticar um homicídio, a acusação terá de ser admitida por dois terços da Câmara de Deputados para, posteriormente, poder ser submetida a julgamento perante o Senado Federal. Resolução: Errado. Trata-se da irresponsabilidade penal relativa do Presidente, pois somente alcança os ilícitos penais praticados antes ou durante seu mandato, porém, sem relação com a função presidencial. 11- (CESPE/ Analista Judiciário do TRT da 8ª Região / 2016 / Adaptada) Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988, julgue o item subsequente. A renúncia ao mandado pelo presidente da República prejudica, por perda de objeto, o processo de impeachment eventualmente em curso, acarretando a sua extinção automática. Resolução: Errado. Uma vez iniciado o processo de impeachment, eventual renúncia ao mandado pelo Presidente da República não prejudica o julgamento em curso. Assim, mesmo que já tenha aberto mão de seu mandato, o (ex) Presidente poderá ser inabilitado, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 12- (CESPE / Juiz Substituto do TJ – DFT / 2015 / Adaptada) Julgue o item abaixo. É lícita a prisão em flagrante de governador de estado da Federação que cometa tentativa de homicídio, uma vez que os governadores não gozam da prerrogativa extraordinária da imunidade a esse tipo de prisão. Resolução: Correto! De acordo com o STF (ADI 978/PB), o conteúdo material dos preceitos inscritos no art. 86, 3º e 4º, da Constituição Federal, por serem unicamente compatíveis com a condição institucional de Chefe de Estado, são apenas extensíveis ao Presidente da República e não aos demais Chefes do Executivo (Governadores e Prefeitos). http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira27 de 55 www.exponencialconcursos.com.br 13- (CESPE / Advogado da União / 2015) Acerca de aspectos diversos relacionados à atuação e às competências dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do presidente da República e da AGU, julgue o item a seguir. Caso um processo contra o presidente da República pela prática de crime de responsabilidade fosse instaurado pelo Senado Federal, não seria permitido o exercício do direito de defesa pelo presidente da República no âmbito da Câmara dos Deputados. Resolução: Errado. O STF entende que, no decurso do juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados, deve ser dada oportunidade ao Presidente para se defender (MS-MC-QO 21.564/DF, 1992). Todavia, para além da jurisprudência da Suprema Corte, devemos nos lembrar que aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5.º, LV). Assim figurando no polo passivo do processo político de impeachment, devem ser concedidas ao Presidente as oportunidades para exercer seu direito de defesa. Voltemos ao texto constitucional com a disciplina acerca dos Ministros de Estado. Seção IV DOS MINISTROS DE ESTADO Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 28 de 55 www.exponencialconcursos.com.br (1) Vamos aproveitar e relembrar um dado importante no que concerne às exigências de idade para ocupação de determinados cargos públicos: Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (1) É muito comum ouvirmos dizer que “o Presidente criou mais um Ministério”. Devemos filtrar o senso comum e recordarmos que a criação formal de órgãos e ministérios, tal como sua extinção, depende de lei e esta será editada pelo Poder Legislativo nos termos do art. 48, XI. O que compete ao Presidente da República é a iniciativa do projeto de lei que disponha sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública (art. 61, §1º, II, “e”). 14- (CESPE / Técnico Judiciário do TRE – PI / 2016) A respeito das atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado, assinale a opção correta. a) O ministro da Defesa, que exerce o comando supremo das Forças Armadas, deve nomear os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Para ser eleito é preciso a idade mínima de: 35 anos para Presidente e Vice- Presidente da República e Senador 30 anos para Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz 18 anos para Vereador Para ser nomeado é preciso a idade mínima de 21 anos para Ministro de Estado http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 29 de 55 www.exponencialconcursos.com.br b) As atribuições dos ministros de Estado incluem o dever de orientar, coordenar e supervisionar os órgãos e as entidades da administração federal na área de sua competência. c) Os cargos de ministro de Estado, de livre nomeação pelo presidente da República, devem ser ocupados por brasileiros natos, maiores de vinte e um anos de idade, no pleno exercício de seus direitos políticos. d) Compete privativamente ao presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, e aos ministros de Estado expedir decretos para a regulamentação das leis. e) Compete privativamente ao presidente da República determinar, mediante decreto, a criação de cargos públicos remunerados. Resolução: Alternativa B, conforme o art. 87, I, da CF/88. O proble da “A” é que quem exerce o comando supremo das Forças Armadas é o Presidente da República, competência que não pode ser delegada. Já a opção “C” erra por uma razão bastante simples: ministro de Estado não precisa ser brasileiro nato. A alternativa “D”, por sua vez, erra já que todas as competências descritas são do Presidente da República e não podem ser delegadas. Por fim, a opção “E” erra, pois, a criação de cargos públicos sempre se dá mediante lei. 15- (FGV / Procurador do Município – Niterói / 2014) Em relação aos Ministros de Estado e aos atos praticados no exercício de suas competências constitucionais, assinale a afirmativa correta. a) As instruções normativas que eles venham a editar não estão sujeitas ao controle concentrado de constitucionalidade. b) Não estão constitucionalmente obrigados a referendar atos praticados pelo Presidente da República. c) Devem ser escolhidos dentre brasileiros natos, maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. d) Devem prestar às comissões do Congresso Nacional informações atinentes às suas atribuições. e) Somente devem referendar os projetos de lei e as medidas provisórias assinadas pelo Presidente da República. Resolução: Alternativa D. Questão tranquila, cujo resposta encontramos no art. 50 da CF/88. Quanto às demais, vejamos os erros. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 30 de 55 www.exponencialconcursos.com.br a) As instruções normativas que eles venham a editar não estão sujeitas ao controle concentrado de constitucionalidade. Estão sim sujeitos ao controle de constitucionalidade concentrado os atos normativos, cujas espécies compreendem, inclusive, a função regulamentar do Executivo. b) Não estão constitucionalmente obrigados a referendar atos praticados pelo Presidente da República. CF/88, art. 87, parágrafo único, I. c) Devem ser escolhidos dentre brasileiros natos, maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. e) Somente devem referendar os projetos de lei e as medidas provisórias assinadas pelo Presidente da República. Dentre outros atos. Concluindo o Capítulo específico sobre o Poder Executivo, nossa Carta Magna volta-se para a disciplina de dois importantes órgãos de consulta do Presidente da República. A incidência nas provas costuma ser basicamente literal. Portanto, algumas releituras são mais que necessárias. (A ordem original de alguns incisos foi reajustada para fins didáticos). Seção V DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Subseção I Do Conselho da República [...] Subseção II Do Conselho de Defesa Nacional Conselho da República (art. 89) Conselho de Defesa Nacional (art. 91) Membros O Presidente da República + I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; O Presidente da República + I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; http://www.exponencialconcursos.com.br/Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 31 de 55 www.exponencialconcursos.com.br V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. [...] § 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. [...] V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento; VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Competência Pronunciar-se sobre: I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 32 de 55 www.exponencialconcursos.com.br O funcionamento do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional está disciplinado, respectivamente, pelas Leis nº 8.041/1990 e 8.183/1993. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 33 de 55 www.exponencialconcursos.com.br 16- (CESPE / Técnico do MPU / 2018) Com base nas disposições constitucionais acerca de princípios, direitos e garantias fundamentais, julgue o item a seguir. O presidente da República, embora nomeie os ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal, não interfere na função jurisdicional desse órgão. Resolução: Correto. Nossa Constituição adotou a tripartição de Poderes, tendo cada Poder prerrogativas (funções) que lhes são próprias. Nesse contexto, inexiste previsão de atuação direta dos Poderes Executivo e Legislativo sobre a atividade TÍPICA jurisdicional, que fica a cargo somente do Judiciário, tendo como órgão de cúpula o STF. Inclusive, nos termos do art. 85, II, são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação. 17- (CESPE / Diplomata / 2018 / Adaptada) Considerando a ordem constitucional brasileira, julgue (C ou E) o item seguinte. O Poder Executivo é pluripessoal, exercido pelo presidente e pelo vice- presidente da República e pelos ministros de Estado. Resolução: Errado. No sistema presidencialista brasileiro o Poder Executivo é monocrático (unipessoal). No âmbito da União, o Presidente exerce tal Poder AUXILIADO pelos ministros de Estado, e acumula as funções de chefe de Estado e chefe de Governo. 18- (CESPE / Auditor Estadual de Infraestrutura – TCM BA / 2018) A direção superior da administração federal é competência: a) comum do presidente da República, com o auxílio do Congresso Nacional. b) privativa do presidente da República, com o auxílio dos ministros de Estado e do Tribunal de Contas da União. c) comum do presidente da República, com o auxílio direto do Tribunal de Contas da União. d) privativa do presidente da República, com o auxílio do Congresso Nacional. 2- Questões comentadas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 34 de 55 www.exponencialconcursos.com.br e) privativa do presidente da República, com o auxílio dos ministros de Estado. Resolução: Alternativa E, nos termos do art. 84, II, da CF/88. 19- (CESPE / Agente da Polícia da Polícia Civil – PE / 2016) Assinale a opção correta no que se refere às responsabilidades do presidente da República estabelecidas na CF. a) Acusado da prática de crime comum estranho ao exercício de suas funções, cometido na vigência do mandato, o presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após deixar a função. b) O afastamento do presidente da República cessará se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o Senado Federal não tiver concluído o julgamento do processo pela prática de crime de responsabilidade aberto contra ele; nesse caso, o processo será arquivado. c) A única possibilidade de responsabilização do presidente da República investido em suas funções se refere ao cometimento de infração político- administrativa, não respondendo o chefe do Poder Executivo por infração penal comum na vigência do mandato. d) O presidente da República dispõe de imunidade material, sendo inviolável por suas palavras e opiniões no estrito exercício das funções presidenciais. e) A decisão do Senado Federal que absolve ou condena o presidente da República em processo pela prática de crime de responsabilidade não pode ser reformada pelo Poder Judiciário. Resolução: Alternativa E. Como já vimos, o julgamento final prolatado pelo Senado Federal tem natureza política, sendo irrecorrível e definitivo, não havendo qualquer possibilidade de o Poder Judiciário alterá-lo. Passemos às demais. A alternativa “A” erra, pois, durante o seu mandato, o Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Já a opção “B” erra em seu final. Se, decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. A opção “C”, por sua vez, erra já que o Presidente da República pode sim responder a infração penal comum, desde que correlata ao exercício de suas funções. Por fim, a opção “D” erra, pois, o Presidente não dispõe de imunidade material. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 35 de 55 www.exponencialconcursos.com.br 20- (CESPE / Escrivão de Polícia da Polícia Civil – PE / 2016) No regime presidencialista brasileiro, o presidente da República é o chefe de Estado e de governo da República Federativa do Brasil. As competências constitucionais do presidente da República incluem: a) editar decretos autônomos, nas hipóteses previstas na CF, atribuição que pode ser delegada ao advogado-geral da União. b) nomear, após aprovação pelo Senado Federal, o advogado-geral da União. c) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, independentemente de aprovação do Congresso Nacional. d) dar, de forma privativa, início ao processo legislativo deleis que disponham sobre criação de todo cargo, emprego e função dos Poderes da República. e) expedir decretos orçamentários que inovem a ordem jurídica. Resolução: Alternativa A. É a inteligência do art. 84, VI e parágrafo único. Vejamos os erros. b) nomear, após aprovação pelo Senado Federal, o advogado-geral da União. c) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, independentemente de aprovação sujeitos a referendo do Congresso Nacional. d) dar, de forma privativa, início ao processo legislativo de leis que disponham sobre criação de todo cargo, emprego e função dos Poderes da República cada Poder, e, em alguns casos, mesmo órgãos autônomos (como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União), dá início ao processo legislativo de leis que tratem sobre seus respectivos cargos, empregos e funções . e) expedir decretos orçamentários que não inovem a ordem jurídica. 21- (FGV / Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal de Cuiabá – MT / 2016) Com o objetivo de assegurar a plena execução de lei que veiculava matéria de natureza tributária, o Presidente da República expediu o respectivo regulamento. Ocorre que esse ato normativo foi considerado pelo Congresso Nacional como exorbitante do poder regulamentar, o que o levou a sustá-lo. O Chefe do Poder Executivo, irresignado com o ocorrido, determinou que fossem adotadas as providências necessárias à submissão do decreto legislativo, que sustou o regulamento, ao controle concentrado de constitucionalidade exercido pelo Supremo Tribunal. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 36 de 55 www.exponencialconcursos.com.br À luz dessa narrativa e da sistemática constitucional, é correto afirmar que esse decreto legislativo: a) não pode ser submetido ao referido controle, pois, ao aferir a compatibilidade do regulamento com a lei, sua essência enquadra-se no plano legal, não no constitucional. b) pode ser submetido ao referido controle, a exemplo do que ocorre com todos os atos normativos, de natureza legal ou infralegal. c) não pode ser submetido ao referido controle, pois não apresenta os atributos da generalidade e da abstração. d) pode ser submetido ao referido controle, pois aufere o seu fundamento de validade na Constituição e sua força normativa é negativa. e) não pode ser submetido ao referido controle, pois somente os atos normativos estão sujeitos a ele. Resolução: Alternativa D. De acordo com o art. 49, V, da CF/88, é da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa, o que se dá por meio de decreto legislativo. Quanto à possibilidade de que haja controle concentrado de constitucionalidade do referido decreto, o STF tem posição bastante clara e didática, senão vejamos: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO SUL - DECRETO LEGISLATIVO - CONTEUDO NORMATIVO - SUSPENSÃO DA EFICACIA DE ATO EMANADO DO GOVERNADOR DO ESTADO - CONTROLE PARLAMENTAR DA ATIVIDADE REGULAMENTAR DO PODER EXECUTIVO (CF, ART. 49, V) - POSSIBILIDADE DE FISCALIZAÇÃO NORMATIVA ABSTRATA - AÇÃO DIRETA CONHECIDA. REDE ESTADUAL DE ENSINO - CALENDARIO ESCOLAR ROTATIVO - PREVISÃO NO PLANO PLURIANUAL - ALEGADA INOBSERVANCIA DO POSTULADO DA SEPARAÇÃO DE PODERES - EXERCÍCIO DE FUNÇÃO REGULAMENTAR PELO EXECUTIVO - RELEVÂNCIA JURÍDICA DO TEMA - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. - O CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE TEM OBJETO PRÓPRIO. INCIDE EXCLUSIVAMENTE SOBRE ATOS ESTATAIS PROVIDOS DE DENSIDADE NORMATIVA. A NOÇÃO DE ATO NORMATIVO, PARA EFEITO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE EM TESE, REQUER, ALÉM DE SUA AUTONOMIA JURÍDICA, A CONSTATAÇÃO DO SEU COEFICIENTE DE GENERALIDADE ABSTRATA, BEM ASSIM DE SUA IMPESSOALIDADE. 4- O DECRETO LEGISLATIVO, EDITADO COM FUNDAMENTO NO ART. 49, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NÃO SE DESVESTE DOS ATRIBUTOS TIPIFICADORES DA NORMATIVIDADE PELO FATO DE LIMITAR-SE, MATERIALMENTE, A SUSPENSÃO DE EFICACIA DE ATO ORIUNDO DO PODER http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 37 de 55 www.exponencialconcursos.com.br EXECUTIVO. TAMBÉM REALIZA FUNÇÃO NORMATIVA O ATO ESTATAL QUE EXCLUI, EXTINGUE OU SUSPENDE A VALIDADE OU A EFICACIA DE UMA OUTRA NORMA JURÍDICA. A EFICACIA DERROGATÓRIA OU INIBITORIA DAS CONSEQUENCIAS JURIDICAS DOS ATOS ESTATAIS CONSTITUI UM DOS MOMENTOS CONCRETIZADORES DO PROCESSO NORMATIVO. A SUPRESSAO DA EFICACIA DE UMA REGRA DE DIREITO POSSUI FORÇA NORMATIVA EQUIPARAVEL A DOS PRECEITOS JURIDICOS QUE INOVAM, DE FORMA POSITIVA, O ORDENAMENTO ESTATAL, EIS QUE A DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR DE SUSPENSÃO DOS EFEITOS DE UM PRECEITO JURÍDICO INCORPORA, AINDA QUE EM SENTIDO INVERSO, A CARGA DE NORMATIVIDADE INERENTE AO ATO QUE LHE CONSTITUI O OBJETO. O EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE DO DECRETO LEGISLATIVO QUE SUSPENDE A EFICACIA DE ATO DO PODER EXECUTIVO IMPÕE A ANALISE, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DOS PRESSUPOSTOS LEGITIMADORES DO EXERCÍCIO DESSA EXCEPCIONAL COMPETÊNCIA DEFERIDA A INSTITUIÇÃO PARLAMENTAR. CABE A CORTE SUPREMA, EM CONSEQUENCIA, VERIFICAR SE OS ATOS NORMATIVOS EMANADOS DO EXECUTIVO AJUSTAM-SE, OU NÃO, AOS LIMITES DO PODER REGULAMENTAR OU AOS DA DELEGAÇÃO LEGISLATIVA. A FISCALIZAÇÃO ESTRITA DESSES PRESSUPOSTOS JUSTIFICA-SE COMO IMPOSIÇÃO DECORRENTE DA NECESSIDADE DE PRESERVAR, "HIC ET NUN", A INTEGRIDADE DO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES (...) (ADI-MC 748 RS). Válido aqui destacar, em relação à opção “B”, que não é todo ato normativo infralegal que poderá ser submetido ao controle concentrado pelo STF. É sim possível um ato normativo, de natureza infralegal, ser objeto de ADI, ADO, ADC ou ADPF, no STF, desde que retire seu fundamento de validade diretamente da Constituição. Isso ocorre principalmente em duas hipóteses: (i) em relação aos decretos autônomos (art. 84, VI, CF/88) e (ii) quando o decreto regulamentar extrapolar sua competência, dispondo, além dos seus limites sobre matéria diretamente constitucional, o que é exatamente o caso concreto em análise. 22- (CESPE / Oficial Técnico de Inteligência – ABIN / 2018) Acerca das normas constitucionais aplicáveis ao regime federativo brasileiro, julgue o próximo item. De acordo com o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, é vedado aos estados instituir normas que condicionem à previa autorização da assembleia legislativa a instauração de ação penal contra governador por crime comum. Resolução: Correto. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 38 de 55 www.exponencialconcursos.com.br É pacífico na jurisprudência recente do STF (vide ADIs 4.362 e 5.540) que as Constituições Estaduais não podem condicionar a instauração de processo judicial por crime comum contra Governador à licença prévia da Assembleia Legislativa, diferentemente do que ocorre em âmbito federal. De acordo com a Corte, em se tratando de crime comum, a chamada “licença prévia” não pode ser estabelecida no plano estadual. Trata-se de norma de exceção ao princípio republicano cuja reprodução nas Constituições Estaduais é proibida. 23- (FCC / Técnico Judiciário do TRE – SE / 2015) Considere as seguintes situações, relativas ao exercício da chefia do Poder Executivo na esfera federal: I. Renúncia do Presidente da República no início do segundo ano de seu mandato. II. Viagem do Presidente da República ao exterior, por um períodode dez dias consecutivos, no fim do terceiro ano de mandato, sem que haja sido requerida autorização prévia do Congresso Nacional. III. Instauração, pelo Senado Federal, de processo para responsabilização do Presidente da República pelo suposto cometimento de crime de responsabilidade. IV. Recebimento de denúncia, pelo Supremo Tribunal Federal, para responsabilização do Presidente da República pelo suposto cometimento de infração penal comum. À luz da Constituição da República, o exercício da Presidência da República caberá ao Vice-Presidente da República nas situações retratadas em: a) I, na qualidade de substituto, enquanto se organizam eleições diretas para preenchimento do cargo vago; II, na qualidade de substituto, enquanto se organizam eleições indiretas para preenchimento do cargo vago; III e IV, na qualidade de substituto, enquanto perdurar o afastamento do Presidente da República, que não será superior a 180 dias. b) I, na qualidade de sucessor, até o fim do mandato; II, na qualidade de substituto, durante o período da ausência; III e IV, na qualidade de substituto, enquanto perdurar o afastamento do Presidente da República, que não será superior a 180 dias. c) I, na qualidade de substituto, enquanto se organizam eleições indiretas para preenchimento do cargo vago; II, na qualidade de substituto, enquanto se organizam eleições diretas para preenchimento do cargo vago; III e IV, na qualidade de sucessor, até o fim do mandato. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 39 de 55 www.exponencialconcursos.com.br d) I e II, na qualidade de sucessor, até o fim do mandato; III e IV, na qualidade de substituto, até o término dos julgamentos respectivos, observado o prazo máximo de 180 dias para a conclusão de ambos. e) I, na qualidade de substituto, até o fim do mandato; II, na qualidade de sucessor, durante o período de ausência; III, na qualidade de substituto, até o término do julgamento respectivo, observado o prazo máximo de 180 dias para sua conclusão; IV, na qualidade de substituto, enquanto perdurar o afastamento do Presidente da República, que não será superior a 180 dias. Resolução: Alternativa B. Enquanto a substituição é ocupação temporária do cargo, a sucessão é definitiva. Observe-se também a pegadinha no item “I”. A banca fala que a renúncia do Presidente da República se deu no segundo ano do mandato, tentando levar o candidato à lógica do art. 81. Porém, nesse caso, estando o Vice-Presidente em plenas condições de assumir, essa data pouco importa. Assim, aplica-se o disposto no art. 79 da CF/88. 24- (CESPE / Analista Judiciário do TJ – CE / 2014) O presidente da República, mediante decreto, delegou aos ministros de Estado e ao advogado- geral da União a competência para, após processo administrativo disciplinar, aplicar a penalidade de demissão a servidor público federal. Com referência a essa situação hipotética e com base na jurisprudência do STF, assinale a opção correta. a) O referido decreto está de acordo com a CF, pois a possibilidade de delegação da competência para prover cargos públicos federais abrange também a competência para demitir o servidor público. b) O decreto citado violou a CF, pois só há previsão de delegação para provimento de cargos públicos federais, e não para hipóteses de demissão. c) De acordo com o texto da CF, a referida delegação pode, sim, ser feita aos ministros de Estado, mas não pode ser estendida ao advogado-geral da União. Por isso, o decreto em questão padece do vício de inconstitucionalidade. d) As competências conferidas pelo texto da CF ao presidente da República são indelegáveis, motivo por que o decreto em apreço é inconstitucional. e) Considerando que, na hipótese em tela, o presidente da República agiu como chefe de Estado, a referida delegação não poderia ocorrer, no âmbito estadual, do governador para os secretários estaduais. Resolução: Alternativa A. O Presidente da República pode delegar a atribuição de demitir, no âmbito das respectivas pastas, os servidores públicos federais. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 40 de 55 www.exponencialconcursos.com.br O Presidente da República detém competência para prover cargos públicos, que abrange também a de desprovê-los, a qual, portanto é suscetível de delegação a Ministro de Estado (lembremos que o Advogado- Geral da União tem status de Ministro). Quanto à opção “E”, em particular, destacamos que, por simetria, este tipo de procedimento também seria admitido no nível dos Estados e DF. 25- (CESPE / Instituto Rio Branco - Diplomata / 2017) Julgue o item subsequente. Ausentando-se do Brasil por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional, o presidente da República poderá sofrer, como reprimenda mais gravosa, censura pelo Poder Legislativo. Resolução: Errado. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. 26- (CESPE / Auditor de Controle Externo do TCE – PA / 2016) O Congresso Nacional aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente da República que reduziu o número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência Social foram fundidos, tornando-se Ministério do Trabalho e Previdência Social. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. A referida reforma administrativa poderia ter se materializado com a edição de decreto autônomo, em decorrência do poder regulamentar do presidente da República. Resolução: Errado. Nos termos do art. 84 da CF/88, os decretos autônomos se prestam apenas para dispor sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. No caso concreto houve criação (fusão) de novo órgão, o que exorbita os limites de competência do decreto. 27- (CESPE / Delegado de Polícia da PC – PE / 2016 / Adaptada) Julgue o item a seguir. Da forma republicana de governo adotada pela CF decorre a responsabilidade política, penal e administrativa dos governantes; os agentes públicos, http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Constitucional Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 05 Prof. Jonathas de Oliveira 41 de 55 www.exponencialconcursos.com.br incluindo-se os detentores de mandatos eletivos, são igualmente responsáveis perante a lei. Resolução: Correto. A igualdade perante a lei, a periodicidade dos mandatos políticos e a responsabilização dos mandatários são características do princípio republicano. Nesse contexto, a responsabilidade civil pode ensejar a reparação (indenização) pelo equivalente do prejuízo causado mais perdas e danos. Já a responsabilidade penal decorrerá de atuação típica, antijurídica e culpável do servidor público (em sentido amplo), comprovada por meio do devido processo legal. E a responsabilidade administrativa advém da violação aos deveres e vedações insertos nos estatutos daqueles que exercem função em cargo público. Destaque-se que muito embora, durante seus mandatos, alguns desses agentes tenham prerrogativas especiais (imunidades relativas, foro por prerrogativa de função etc.), eles não estão isentos de responsabilização se verificado, processado e julgado fato a eles imputável. 28- (FCC / Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte – ARTESP /
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