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r I_ 120 j i i Quando o abscesso anal é drenado cirúrgica ou espontaneamente, a persistência d sépticos e a epitelização das vias de dre~ag:m podem_ desencade~r uma fístula anal os focos Aproximadamente 10% dos abscessos anais nao são deV1dos à mfecçao das glândulas ~nica. sim uma consequência de causas mais específicas, que incluem anais, mas a doença de Crohn; a retocoltte ulcerativa; a introdução de um COIJ)O estranho; o trauma; as neoplasias; a radiação; a imunossupressão; as dermatites infecciosas; a tuberrulose; a actinomicose; a leucemia; olinfoma. Neste artigo, serão abordados apenas os abscessos e as fístulas de origem inespecífica ( . glandular). cnpto- Incidência Comparados às mulheres, os homens são os principais acometidos pelos abscessos anais, em uma proporção de 2:1. Cerca de 60 a 70% dos pacientes encontram-se entre a terceira ou quarta décadas. Diagnóstico Os abscessos anais normalmente surgem com o aparecimento de um quadro de dor anal aguda associada a eritema localizado, inchaço e flutuação. Os abscessos podem ser facilmente dis- criminados entre as outras causas de dor anal aguda, como fissura anal e hemorroidas externas trombosadas, pela história e pela inspeção visual. • A dor muitas vezes impede um toque retal ou um exame aprofundado de anuscopia, porém nenhum deles geralmente é necessário no quadro agudo. Caso haja dúvida no diagnóstico, um exame sob sedação deve ser considerado. Tratamento Um abscesso perianal deve ser tratado, em tempo hábil, por meio de incisão e de drenagem . A incisão da drenagem deve ser realizada o mais próximo possível do ânus para encurtar a distância de uma possível fístula anal subsequente. Além disso, para uma drenagem adequada, devem-se realizar todos os esforços para prevenir uma recorrência aguda do abscesso com uma excisão da pele sobrejacente e com a inserção de um cateter de drenagem, como um dreno de penrose. ces::iv" r - . dos abS 1ulile sem f\utuaçao, aoscessos associados ou e _,,,_.c,,d ioca1. AI u aiº"ª c0"'º ce uadamente tratadas em centro cirúrgico ond xtensos e sinais sistêm~ mas A~i~s, 111 ais adeQti·r uma melhor avaliação diagnóstica e dr e uma análise aprofund ,dcos de tP': s⺠d garan enagem. a a sob 5 e, . pO e s8~5 tes 18 agem de um abscesso perianal, o alívio da d {' . da dren or geralmente . . . ê~1to . . e 1me<11ato. Afl!' o de abscessos penana1s, os pacientes devem . Nos c;asosto com água morna, e a fazer uso de laxan~er ofnentados a realizar banh e de assen es armadores de os lg ésicos • massa e de ªºª dr enagem de secreção purulenta geralmente d' . 100 8 · · • immuemde Ir 111 en órias devem cicatrizar em questão de poucas sem n o de poucos dias operai e as recorrências de abscesso agudo ocorrem e~n~~; O seguimento deve se; o, Pº'.q~ias anais ocorre em até 50% dos pacientes. 1/o dos casos, e O desen- ,to de flS ecânico dos septos em tomo de uma cavidade d b "'pirlleot~ m ara garantir a drenagem adequada de todas as cal: scesso pode ser usado Oro "'oderali3i:nte ensinada, as !oculações raras vezes são encon1r::: Embora essa prática fre<lue010 . de melhora que apoie seu uso. Como essa manobra od clinicamente e existe 561 .,,~ evidênCIª u ao nervo pudenda, deve ser usada seletivament P e causar danos comple- p0uv-esfíncter o e. -~ . . . ·a realizada no m es~o p_ro~1ment? de incisão e de drena em , fistulotom 1 da de fistulotom1a pnm ana ou smcrônica. os defenso g d de um abscesso pe- ·- . rianal e e omento da drenagem do abscesso são facilmente identifi d _ 1ca propoem q ue, se no m O orifício interno, uma fistulotomia seja realizada no mesmoca os u~ lra1eto fistuloso rfi cial ou . 'd d d . procedimento 0 5 upe 1 . r a cura e evitar a necess1 a e e uma cirurgia de fístula sub u , qu_e po- de s1gn1~~ica acreditam que, como até metade dos pacientes não pro g :\tte . Os _opositores dessa te~ tomia primária e suas potenciais complicações são geralment d ao para f1_stula an_al, urna fiSt u O adentes que são candidatos ideais para fistulotomias primári: e~necessanas. Alem diSSO, dos sp e tratar com uma subsequente fistulotom ia, esta com baixa morbs _sadod também os mais fáceis e I a e. ! 'bióticos podem ser considerados desnecessários como rotina apo· s . . • os an 1 • 1 . d EI - a inC1sa0 e a drena- d e abscessos nao cornp 1ca os. es nao mostraram diminuir O tempo de . gern , . si ss cura ou redUZ1r a . 'de'ncia de recorrenc1a. · 1nc1 e i i3 0 uso de antibió!icos após a incisão e a drenagem de abscessos deve ser considerado nos pa- cientes de alto nsco, como 1 imunossuprimidos; 1 diabéticos; 1 com celulite extensa; 1 com dispositivos protéticos; 1 cardíacos. se houver uma extensão em ferradura supraesfinctérica em tomo da face superior do levan- tador do ânus, a drenagem por meio de técnicas convencionais não dará resultados satisfatórios. Os pacientes, em geral, queixam-se de desconforto retal importante. Ador pode irradiar-se para o sacro, o cóccix ou as nádegas, ou apresentar uma distribuição ciática, exacerbando-se na posição sentada. O tratamento consiste em drenagem do espaço pós-anal. Invariavelmente, identifica-se 122 .1 i f um orifício interno na linha mediana posterior no momento da drenagem. O melhor acesso foi d crito por Hanley.'" Ele recomendava a inserção de uma sonda no orifício primário, na linha medes. na posterior, e a realização de uma incisão sobre a sonda em direção à ponta do cóccix. A incis~a- secciona as porções superficial e subcutânea do esfíncter externo. As contraincisões podem 0 feitas para drenar a fossa isquiorretal. ser FÍSTULA ANAL Diagnóstico Uma fístula anal representa a fase crônica do curso de uma sepse perirretal. Em geral, existe um história pregressa de um abscesso perianal, drenado espontânea ou cirurgicamente. A maioria : secundária à infecção criptoglandular, conforme descrito. A cronicidade do processo provavelmen- te se deve persistência do epitélio da glândula anal em parte do trajeto fistuloso, o que impede a c,catnzaçao. Os pacientes frequentemente relatam um padrão cíclico de dor; inchaço; drenagem. A umidade pode causar irritação na pele, escoriações e prurido. A doença de Crohn deve ser excluída em um paciente com fístula e com queixa de diarreia crónica ou de dor abdominal. O exame físico para detectar a fístula geralmente identifica uma ou mais aberturas externas, com ou sem tecido de granulação (Figuras 8 A e B). Por vezes, a abertura externa pode ser sutil e apre- ciada somente após uma inspeção mais próxima de uma área endurecida. A palpação pode pro- vocar sensibilidade, expressão de pus ou um cordão fibroso que se estende em direção ao ânus. O orifício interno ou primário encontra-se invariavelmente na linha pectinea. Figura 8 - A e 8) Oriftcios ftstulosos externos. Fonte: ArqufilO de imagens dos autores. sificaçãO em 1976, classificaram as fistulas anais em quatro ti cias boradores, complexo esfincteriano:60 pos, com base em sua calª 1açẠao ~se oefl'lre ~1it8~ . 5 (Figura 9); 1énc:a5 (Figura 10); cté\as (Figura 11); ctén (Figura 12). cténcas F" tu/as interesfinctéricas. f/gura 9- ,se colaboradores /2006)!' f0111" corman Figura 11- F/stulas supraesfinctéricas. Fonte: Corman e colaboradores /2006)." Figura 10- Fístulas transesfinctéricas. Fonte: Connan e colaboradores /2006)." Figura 12 - Fístulas extraesfinctéricas. Fonte: Connan e colaboradores (2006)." o 11!1 .,. ... 124 i 8 1 i ll! ,e O sistem a de Parks é clinicam ente útil, pois ajuda a prever o risco que um a fistulotom ia pode repre- sentar para a continência fecal com base na quantidade de m usculatura do esfíncter a ser seccionada. As fístulas anais são classificadas com o com plexas quando tiverem algum dos seguintes fato- res de risco: trajeto alto que engloba m ais de 30-50% do esfíncterexterno; localização anterior no trato fem inino; fistulas com orifícios m últiplos; fistulas presentes em pacientes com incontinência fecal preexistente; fistulas recorrentes; fistulas com irradiação anterior no local; diarreia crônica; doença de Crohn. Q O tratam ento das fístulas com plexas apresenta riscos m ais elevados de reincidência de distúrbios da continência fecal e de falha ou atraso na cura. A m aioria das fístulas' porém , são consideradas "sim ples" quando não apresentam nenhum dos fatores de risco'. O tratam ento das fístulas sim ples tem um a baixa incidência de incontinência fecal ou de m á cicatrização de feridas. Tratamento Os objetivos no tratam ento da fístula anal são elim inar os focos sépticos juntam ente com quais- quer trajetos epitelizados e obter o m ínim o de alteração funcional, com a m enor taxa de recidiva e com m enor tem po de cura. Nenhum a técnica é adequada para o tratam ento de todas as fístulas. O tratam ento ideal deve ser dirigido pela experiência e pelo julgam ento do cirurgião. Os resulta- dos satisfatórios estão sem pre relacionados com a m enor quantidade de secção da m usculatura. LEMBRAR - - - - - - - - - - - - - - - - - - , A continência anal pós-operatória pode ser afetada por um a incontinência pree- xistente decorrente de um a lesão m ecânica do esfíncter anterior, da quantidade de esfíncter em risco, da localização anterior nas m ulheres, da consistência das fezes e da tolerância do próprio paciente a um a potencial im perfeição na continência. f . tula anal sim ples . . . . •ratame I anal prim eiro e preetso identificar, com cuidado, o trajeto fistuloso e reta- 125 ' físlU a , fi . 60 E" rar um a . ente ao com plexo es nctenan~. . ~soque pode ser, Por vezes, uma busca para CU anatom 1cam . m da infecção e achar o orifício interno fistutoso. Diversas técnicas foram ·oná-lO inar a onge CI ·1· deterrn 'litar essa busca. difÍCI ·. ara fac, .,.a~sP . 1 1 . d851''- G oodsall descreveu um a regra s~mp :s que ~5:8.ª _ocahzação da abertura do Em 1900, externo para prever a locahzaçao do orif1cio interno. Quando o primeiro • orifício fi 5tulo~ riorrnente ao plano transversal, o orifício interno tende a estar localizado 58 encontra an e outro lado, quando o orificio externo se encontra Posterior a esse plano, radiatm ente. Por m geral localiza-se na linha mediana Posterior com trajeto curvilíneo rif . ·0 interno, e ' o o ,c, G oodsall) (Figura 13). (regra de / "_. ...... .-,--· -< . .::·····.,:::_~t: :! \ Figura 13 - Regra de Goodsall. Fonte: Corm an e colaboradores (2006)." A palpação em tom o da abertura externa pode ajudar a identificar os tecidos espessados que se dirigem ao orifício interno. A anuscopia perm ite a inspeção direta da linha pectinea e, geralmente, revela um a abertura interna ou de um foco de drenagem purulenta que oculta a abertura interna. A passagem de um a sonda através da abertura externa do trajeto fistuloso também pode ser acom- panhada de sua saída pela abertura interna, com o se pode ver na Figura 14 . e:, rli CI) -ü lf 7 126 j 8 1 i lil ou sem a instilação de peróxido de hidrogênio, pode ajudar a iden- endorretal, _com um a abertura interna (Figuras 16 A-0). Ele possui alta acurácia para m lealizar . . _ . llf3ss 0 tula e a O I e para detectar coleções ou sepse associadas. Essa 1nformaçao e O~ r urna fis de fístula anéa peratório do tratam ento da fístula."•62 127 e:, Figura 14- Identificação do orificio fistuloso interno com auxilio de estilete passado pelo trajeto fistuloso através do orificio fistuloso externo. Fonte: Arquivo de im agens dos autores. A aplicação de peróxido de hidrogênio no orifício externo pode identificar o orifício interno a tido, por m eio da anuscopia (Figm a 15). Tam bém é relatado o ~so de cor~ntes, com o O m etileno, na busca da ongem da infecçao. _No entanto, a coloraçao excessiva do canal anal Pode prejudicar os esforços para identificar o onf1c10 interno exclusivo. o / ~ ·=··~· .. L Figura 15 - Identificação do orificio fistuloso interno pela aplicação de peróxido de hidrogénio através do orificio fis- tuloso externo. Fonte: Arquivo de im agens dos autores. Deve-se ter m uito cuidado nos casos de introdução de sondas ou de estiletes, para que não sejam forçados e, assim , criado um falso trajeto. Um a tração sobre a abertura externa tam bém pode produzir ondulações ao nível da linha pectínea e sugerir a localização da cripta acom etida. tilíca. er o upo ·am ento pr -o redlZ plane] ~til para o A ;~:-}ti--~_;·=-: ,,;.·- -- -- > .. --__ ;. __ · ;,;.~~ ~ - ----- e ,~ .. --=-~~ . ~ ~ ~ ~ - : - · ~ >_.·ii ilT ~ '\ --~--:.· -._ .,;s,f-(;- Figura 16 - A-D) Identificação do trajeto fistuloso e sua relação com o aparelho esfincteriano pelo ultrassom endorretal. Fonte: Arquivo de im agens dos autores. <'.i l õ ê§ lf A mucosa anal e o reto distal devem ser sem pre avaliados para excluir uma origem não cripta- glandular de sepse perianal, com o a doença de Crohn, as úlceras atípicas ou o câncer. Um método recente de im agem introduzido para evitar as consequências da identificação incorreta do orifício interno é a ressonância m agnética de im agens (RMI). É um complemento importante para delinear a localização e a extensão da doença, a sua relação com o esfíncter e com os mús- culos e o planejam ento do m anejo cirúrgico. A RM I tam bém desempenha um papel importante na avaliação da resposta às terapias m edicam entosas e cirúrgicas." Apresenta sensibilidade de 97% e especificidade de 100% na detecção de fistulas anais. A fístula anal sim ples pode ser tratada por fistulotom ia em livro aberto, o que significa a catete- rização e abertura de todo o trajeto fistuloso subcutâneo, perm anecendo a ferida aberta_ para cica- trização em segunda intenção. Na fistulotom ia em livro aberto (Figuras 17 A-C), a me1sao cicatriza em sem anas, e alterações na continência fecal são incom uns. \ 1 128 8 1 ! l,:l ::, Figura 17 -A -C ) Fistufotom ia em livro abeno. Fonte: A,quivo de im agens dos autores. As publicações dos resultados ~a fistulotom ia são variá~eis. Isso decorre da heterogeneidade d técnicas utihzad~s, do tipo de f1stula tratado, da duraçao_ do follow-up, da etiologia e das defi~i~ ções de incontinencra. N em disso, a m aioria dos estudos e os retrospectivos, que represent experiências dos autores e suas preferências pessoais. Em geral, porém , a taxa de recidiv:m as o tratam ento da fístula anal com fistulotom ia sim ples é de aproxim adam ente 2-8% , com inca:::~ dade funcional entre O e_ 17% 64 ... - que_ tendem <1 m elhorar em até dois anos após a cirurgia. Um pequeno estudo random 1zado relatou crcatnzaçao m ais rápida e m elhor preservação da pressão de contração anal quando as feridas da fistulotom ia eram m arsupsializadas em com paração com as em livro aberto. 67 Um dos grandes receios de um a cirurgia de fístula é a associação de transtornos na continên- cia fecal, resultantes da necessidade de secção de um a parcela do esfincter anal para destruir a fonte da sepse em curso. LEMBRAR - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ O tratam ento ideal de fistulas anais é aquele em que todos os focos de infecção são debelados com obliteração do orifício interno e de todos os trajetos sem a necessidade de seccionar qualquer parte do esfíncter. Esse conceito é utilizado por duas técnicas recentes adicionadas ao arsenal dos cirurgiões para o tratam ento das fístulas anais: a cola de fibrina e o plug para fístula anal. A cola de fibrina e o plug para fístula anal envolvem o preenchim ento do trajeto fistuloso com um a substância flexível bioabsorvivel que oblitera o trato e, em seguida, torna-seincorporada pela cicatriz com a esperança de fecham ento perm anente do trajeto, a fim de evitar a necessidade de secção do esfincter. ·na autóloga criada em 'ª!oratório foi descrita pela prim eira vez _ _ • ())a de fibn Abel e colaboradores. A cola de fibnna é de fácil I" • para a utrhzaçao para Anila anal por aplicada, não exigindo a secção do com plexo es;~~caçao, essencialm ente indo- js e pede ~erre ero de incontinência fecal. enano e, 0 m ais im portante, ~. senta nsco z a!)'8 écnica com cola de fibrina requer preparo fonm al do cólon e an . . . . __ " A i·stula é identificada, assim com o sua abertura prim ária. 0 tra·et trbioticos pm filat1cos. A I nicam ente para rem oção de seu epitélio. A abertura int l O : stuloso e curetado rnecarvivel Um cateter plástico é introduzido pelo orifício exteemr ª e echada com sutura abSO · . . . no e 1n1eta-se a col . eção ao orif1c10 m terno. O s com ponentes da cola m isturam -se no r _ ª e_m drr m em consistência de borracha. P ocesso de 1nfusao e assu de ve evitar esforços por um a a duas sem anas após ter sido subm et'ido t ciente d d d t' - . . ao ratam ente o pa la de fibrína. os resulta os o uso a ecrnca ~ao m uito variados. Os resultados iniciais fo- i;ofll CO _ om issores porem , com o aum ento do num ero de casos e do tem po d . muito pr ' - - d . . . e seguim ento, rafll _9 m ais m odesto~-A m edra e resultados positivos e de aproxim adam ente 50 % , e as ,toglandulares sao as que apresentam m elhores respostas. A m aioria das recorrências . ta (duas a três sem anas), m as, m esm o assim , o procedim ento pode ser repetido " éiflledra · 0 ptug para fístulas anais ainda é um a técnica em _aprim oram ento. Ê realizada com A a obliteração do traJeto fistuloso com m atenal absorv,vel. O plug é confeccionado com V subm ucosa de intestino delgado do porco e teoricam ente tem com o vantagens sobre a cola de fibrina a m aior resistência a infecções, o fato de perm itir suturas e de poder ser im plantado em áreas não estéreis. Tam bém necessita de preparo colônico e antibiotico- profilaxia. O trajet~ é_ identi~cad~, ~ssim _com o o orifício ?rim ário O trato é irrigado com peróxido de h1drogerno, porem nao e debn~ado. Com aux1ho de um estilete, o p/ug é trans- posto através do tra1eto e suturado no orif1c10 interno e na m usculatura do esfincter anal. As primeiras séries reportadas com o uso do plug têm sido encorajadoras, com m édias de sucesso enlre 54 a 83% .= 2 A m aioria das falhas ocorre nos prim eiros 30 dias e resulta na extrusão do plug. A segunda causa de falhas é a presença de um a fístula em ferradura. Tralamento da fístula anal com plexa As fistulas anais são consideradas com plexas quando cruzam um a porção significativa do com - plexo esfincteriano ou quando associadas a situações especiais, com o a doença de Crohn, a incontinência anal prévia, a presença de vários trajetos e a localização anterior em m ulheres. O enlendimento dessas fístulas depende, além do exam e clínico, do auxilio dos exam es de im agem , principalm ente a RMI e o ultrassom endorretal. As fistulas anais com plexas podem ser tratadas com cola de fibrina ou com p/ug, sobretudo nos pacientes em que a fistulotom ia represente alto risco de incontinência fecal. 129 e .,, u o., ·~ '/~ 130 o Uma técnica cirúrgica considerada conservadora (com pre . servaçã avanço de mucosa endorrelal (Figura 18). Essa técnica oblitera O O . ? ~sfincterian não lesa a musculatura e não resulta em feridas externas. 0 nfí?'º interno da f a) é o preparo do cólon e de antibioticoprofilaxia. Um exame minucf roced,me~to neces 1 . 81Ula, tesia , para identificar o trajeto fistuloso e o orifício interno Em oso é_ realizado Sob 8 ' 1 ª de curetagem do trajeto fistuloso, com ~vanç~ de um retalho ~uper~:?:da, é rea/izadaª:es. no plano submucoso, com ou sem 1nclusao do esfíncter interno O camada endor ma técnica está entre 55 e 89%. 73•74 Repetições do mesmo processo já~ sucesso com ;era, a técnica é muito mais difícil de ser executada em uma área já fib::::~scritas, Por:: Figura 18- Técnica do avanço de mucosa endorreta! (flap de mucosa). Fonte: Connan e colaboradores (2006). 23 o Uma técnica muito utilizada para fístulas complexas é o uso de setons com ou sem fistulotomias em um ou mais estágios. O seton é uma porção de material não absorví-vel inserido através do trajeto fistuloso. É utilizado nos casos em que uma fistulotomia primária possa resultar em risco elevado de incontinência fecal Existem duas maneiras de utilizar-se o seton, com objetivo de drenagem ou para proceder-se a uma fistulotomia posterior (Figura 19). É bastante utilizado com o objetivo de drenagem em casos de doen- ça de Crohn perianal ou em fístulas com abscessos extensos ou com múltiplos trajetos (Figura 20). Nesses casos, raramente há cura da fístula , e é necessário o emprego de técnica definitiva adicional. Figura 19 - Uso de seton para reparo es- fincteriano e posterior fistulotomia. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Figura 20 -Uso de seton com objetivo de drenagem em um paciente com doença de Crohn. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A passagem do seton pode preceder uma fistulotomia. Ele repara o complexo esfincteriano e é apertado seguidas vezes, produz lenta necrose e gradativa secção do músculo esfincteriano. O procedimento implica em menor risco de incontinência, apesar de esta ser reportada na maioria dos trabalhos (34 a 63%) em menor grau. 75 O seton também é utilizado em fístulas de trajeto alto. Primeiramente, faz-se uma dissecção do trajeto fístuloso, com exposição da camada muscular esfincteriana. O esfíncter é reparado por seis semanas, período no qual se formará uma fibrose no local reparado. Após esse período, é realizada a fistulotomia. As taxas de recorrência são baixas (2 a 9%), mas não sem riscos significativos de incontinência leve (54 a 66%) a grave (4 a 26%). 76 131 e.> :E w u , D . ...___ 1 HEMORROIDAS As hemorroidas são dilatações dos coxins vasculares localiza~o~ na submucosa do canal anal As principais são encontradas nas posições la~eral esquerda, dr~e~ta anterior e direita posterior. À camada submucosa de cada uma dessas porçoes espessadas e rica em vasos sanguíneos e em fibras musculares, conhecidas como "musculares da mucosa". As teorias mais aceitas na etiologia são: 11·ªº dilatação anormal das veias do plexo hem orroidário interno, uma trama de tributárias das veias hemorroidárias médias e superiores; dilatação anormal das anastomoses arteriovenosas, que se encontram na mesma localização dos coxins vasculares; deslocamento para baixo ou prolapso dos coxins vasculares; destruição do tecido conjuntivo de sustentação (estrem a de sustentação). As hemorroidas não são veias varicosas. Elas são estruturas anatom icam ente normais que só apresentam sintomas quando há destruição do suporte fibrom uscular dos coxins vasculares. Isso faz com que esses coxins deslizem, ingurgitem , fiquem prolapsados e sangrem. 77•ªº f\SiOLOGIA , ter anal de vários pacientes com hemorroidas mostra um ritmo anormal de contra • O esf1nc . d . d' 'd . . çao e ma maior força de contraçao o que em líl 1v1 uos assmtomáticos. Estudos rnanornétricos exercets têm demonstrado aumento da pressão do canal anal em pacientes com hemorroidas a~orreáati·cas quando comparados com controles. Essa pressão elevada geralmente retorna ao s1ntom 1 ' .d · 11 1 ap ós a hemorro1 ectom1a. norma . 't se de que as hemorroidas resultam de constipação crônica foi investigada por Gibbons e ~:~dores. o estudo afirma qu~ pacientes com hipe~onia anal nã~ são o~rigatoóame_nte por- :doles de hemorroidas, e que ind1v1duos com const1paçao mtesbnal cronica nao necessanamente têm hemorroidas. 80 CLASSIFICAÇÃOSegundo a sua classificação, as hemorroidas dividem-se em: externas; internas; mistas. Segundo o seu grau de evolução, as hemorroidas são classificadas em: grau I; grau li; grau Ili; grau IV. As hemorroidas externas originam-se do plexo hemorroidário inferior e são recobertas por epi- télio escamoso modificado. Elas ocorrem abaixo da linha pectínea e podem trombosar ou ulcerar. As hemorroidas internas originam-se acima da linha pectínea, do plexo hemorroidário superior, e são recobertas por mucosa. As he~orr~i~as mistas (externas e internas) podem apresentar-se com prolapso, trombose e ul- ceraçao. ?nginam-se dos plexos hemorroidários superior e inferior com comunicação entre si por um plexo intermediário virtual. hemdorroidas grau 1, as veias do canal anal estão aumentadas em número e volume e podem grar urante a evacuação. As hemorroida . . dentro do ca s grau li extenonzam-se durante a evacuação, retomando espontaneamente para nal anal, onde permanecem. As hemorroidas . . . grau Ili extenonzam-se com os esforços e necessitam de reduçao manual. As hemorroidas ra . 9 u IV são 1rredutlveis e permanecem exteriorizadas. 79 ,...-- 134 j 8 i i QUADRO CLÍNICO O sangram ento é a queixa mais comum nos casos de hemorroidas. Em algum as ocasiões a . A d • ' per. da sanguínea pode ser acentuada a ponto de provocar anemia. or nao é um sintoma comu a menos do que haja trombose, ulceração ou necrose. O prolapso com redução espontânea m, com necessidade de redução manual é uma forma comum de apresentação. O prurido anal ou geral, é decorrente da presença da dermatite perianal que ocorre devido à presença de secr~ ':_m mucosa dos mamilos hemorroidários. çao DIAGNÓSTICO O exam e físico da hemorroidas deve incluir: anoscopia; retossigmoidoscopia. • Tanto o enema opaco como a colonoscopia podem ser realizados nos pacientes com queixas de sangramento retal, nos quais a fonte de sangramento não pode ser diagnos- ticada com os dois primeiros exames. TRATAMENTO Princípios gerais do tratamento O sangramento, se ocasional e relacionado ao esforço de evacuação ou à diarreia, deve ser tra• lado clinicamente, com foco na causa do sangramento. Se o sangramento persistir, alguma forma de terapêutica intervencionista deverá ser utilizada. O prolapso hem orroidário que se reduz de maneira espontânea ou que necessita de redução manual pode ser frequentemente tratado por métodos alternativos em caráter ambulatorial. e Se o prolapso hemorroidário é irredutível, ou o componente externo é exuberante, a cirurgia é o tratamento de eleição. A dor geralmente é secundária à trombose, ulceração ou necrose. Quando associada a uma fissura anal, a hem orroidectom ia deve ser realizada, complementada por uma esfincterotomia interna lateral parcial. Tratamento ambulatorial A escleroterapia consiste em se injetar uma substância, como a solução de fenol a 5% em óleo de amêndoa, próximo aos pedículos hemorroidários, com o propósito de provocar a fibrose e a redução dos mamilos hemorroidários correspondentes. Injeta-se, no máximo, 3m l dessa solução em cada mamilo interno, portanto acima da linha pectínea. Observa-se a formação de um halo esbranquiçado que representa a solução esclerosante e causa compressão sobre as veias. Todas as hemorroidas internas podem ser tratadas de uma vez. 19 -------- - 1.L_ e A ligadura elástica usualmente está ind!cada para hemorroidas internas com sangramento prolapso por excesso de mucosa._A tecnica consiste na aphcaÇão de anéis de borracha ' -•~ ;""""""· •• ., ........ ,,~i>Ocil .......... ..,,_~..., ~;;,.. ',.,, """"'' "'-· -'-~,- .,. ... """"' Tratamento de hemorroidas trombosadas LEMBRAR - - - - - - - - Nas hemorroidas externas, a queixa principal, em geral, é a dor. Estão indicados 0 tratam ento clínico com calor local (banho de assento com a· d h 'b't . t t· 1 , gua morna)· a melhora o a , o ,n es ma com ,armadores de massa· ' os analgésicos; ' os anti-inflam atórios não hormonais por via sistêmica; 0 creme heparinoide local. caso O paciente seja visto dentro das primeiras 24 a 48h de ocorrência da •·omb xt "' ose e ema esta poderá ser ressecada. ' Nas hem orroidas internas, a dor não é uma queixa tão frequente, porque elas estão localizad acima da linha pectínea. A ressecçâo da hemorroida interna necessita de hemostasia completaas I!,;. Caso o paciente com hem orroidas internas apresente outras patologias associadas, W como fissuras, plicom as exuberantes, papilas hipertróficas, recomenda-se uma cirurgia radical em am biente hospitalar. No caso de hem orroidas gangrenadas, se o paciente apresenta dor anal grave e debilitante, ne-- cessita tratam ento m édico de urgência, e, se possível, de hemorroidectomia nas primeiras 24 horas. Quando no am bulatório ou consultório, o paciente pode ser submetido a uma anestesia perianal com uma solução a 0,5% de bupivacaína (Marcaínae) com 1 :200.000U de adrenalina, adicionan- do-se 200 a 400 NF unidades de hialuronidase. Após alguns minutos, quando o anestésico fizer efeito, realiza-se leve m assagem sobre as hemorroidas gangrenadas, obtendo-se a redução dos mamilos. As nádegas são aproxim adas com esparadrapo, e o paciente deve ser encaminhado ao hospital para uma hem orroidectom ia definitiva no dia seguinte. w .,, i -?r,: f 136 j g 1 1 ::e Tratamento cirúrgico Hemorroidectomia Ah 'd tomia deve ser indicada quando a arquitetura anorretal for grave e irreversiv 1 emorro1 ec . t 1 - e mente tid pela P resença de hemorroidas externas em ernas, u ceraçoes, tromboses pi' comprome a 'b' . t· t . , 1comas . 1 h'pertróficas Não há indicação para uso de ant, 10 1cos, exce o nos pacientes port d e pap, as 1 • d . a ores de lesões cardíacas orovalvulares ou com antecedentes de en ocard,te. Várias técnicas têm sido utilizadas para o tratamento cirúrgico das hemorroidas, as quais receb _ ram O nome de seus autores, como Milligan-Morgan, Ferguson, entre outros. e o Técnica de Milligan-Morgan: após a limpeza com um enema evacuador, e com paciente em posição de litotomia, um afastador de Hill-Ferguson é introduzido no cana~ anal. Assim, são identificados os mamilos hemorroidários, que são pinçados com uma hemostática e faz-se a sua ressacção até acima da linha pectínea. É importante que a ferida se estenda além da margem anal. Com a ressecção dos plexos externo e interno, cuidadosamente são afastados os músculos esfíncteres externo e interno. Entre o tecido hemorroidário e o esfíncter interno existe um plano de clivagem avascular que facilita a dissecção. Realiza-se a ligadura por transfixação com fio de sutura absorvível (categute, ácido poliglicólico). A hemostasia da hemorroidectomia pode ser feita com eletrocautério ou por ligaduras. Ressecam-se geralmente três pedículos hemorroidários, com o cuidado de manterem-se pontes mucocutâneas entre as feridas, para evitar-se, assim, a formação de estenoses. As feridas devem permanecer abertas e cicatrizarão por segunda intenção. Caso haja uma fissura concomitante na hemorroidectomia, realiza-se uma esfincterotomia ao nível do mamilo lateral esquerdo, embora a esfincterotomia não deva ser realizada rotineiramente na cirurgia das hemorroidas. 81 o o Técnica de Ferguson: procede-se como na técnica anterior, de Milligan-Morgan, ou seja, após as ressecções, são fechadas as feridas cirúrgicas, em geral com o mesmo fio de sutura das ligaduras dos pedículos hemorroidários. Realiza-se uma sutura contínua, incluindo a margem anal. Os fios, na maioria das vezes, são eliminados de maneira espontânea. Técnica de grampeamento: nos últimos anos, foi criada uma alternativa à hemorroi- dectomia convencional com o intuito de reduzir a principal queixa pós-operatória, ª dor. Essa técnica foi primeiramente descrita por Pescatori e, mais tarde, Longo apresentou-a com bons resultados. At' · . ddante, e~rn~ ~e_grampeamento baseia-se na ressecção do excesso de mucos~ re un . em na dimmu,çao do fluxo sanguíneo e na fixação da mucosa na sua porçao de on~ · Esses mesmos procedimentos são seguidos em alguns métodos anteriormente descritos, P_orém ª dif~rença dessa técnica está no fato de que a ressacção é realiza?ª de c,rcunfere.nc,~I, ou seja, em 360 graus. Utiliza-se o mesmo preparo, anestesia 8 posiç que nas tecrncas anteriores. p " Na técnica do gram peam ento, após a avaliação do ânus e do canal anal coloca-se 0 afastador anal do próprio aparelho, fixa-se o mesmo com pontos de náilon 2-Ó, faz-se uma sutura em bolsa com fio de prolene 2-0 pelo menos 5cm acima da linha pectínea. Essa sutura deve aprofundar-se através som ente da m ucosa e da submucosa, pois, terminada a sutura em bolsa de tabaco, o gram peador PPH 33mm deve ser introduzido aberto, para que a ogiva ultrapasse a linha de sutura e seja fixada acima desta. As pontas dos fios de prolene são então passadas através de canaletas existentes no gram peador para que a m ucosa possa ser tracionada para dentro deste. Essa tração deve ser firm e, até o fecham ento com pleto do aparelho, quando se aguarda 2 minutos para hem ostasia. Libera-se a trava e dispara-se o gram peador para uma sutura em um dos planos e corte da m ucosa redundante prolapsada, que se encontra dentro do aparelho. o gram peador é aberto e retirado, e deve conter em seu interior uma faixa circular de m ucosa e de subm ucosa retal com alguns m am ilos hem orroidários. A linha de sutura pode apresentar pequenas áreas de sangram ento, que deve ser contido com pontos de categute 2-0. 82- 84 Cuidados no pós-operatório O curativo é rem ovido na noite da operação ou no dia seguinte, e são iniciados banhos de assento :°m água morna. Um crem e tópico anestésico pode ser utilizado para m aior conforto, e a ferida e coberta, a fim de evitarem -se curativos volum osos. Os m edicam entos utilizados no pós-operatório são: • analgésicos· . ' formadores de m assa fecal· . ' cremes para o curativo. 137 o ffl U) o..
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