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FACULDADE SÃO LUIZ

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FACULDADE SÃO LUIZ
Disciplina: Tópicos da Cultura Brasileira
Professor: Ms. Márcio Huber
Acadêmico: Gabriel Back da Silva
Data: 27/03/2018
1 TERCEIRAQUARTA COM FILOSOFIA: CONFERÊNCIA
O presente trabalho tem como objetivo relatar a palestra (conferência) fornecida pela Faculdade São Luiz bem como produzir questionamentos e reflexões a partir da mesma. A mesma foi apresentada em primeira instância aos acadêmicos da Faculdade São Luiz no dia 21/03/2018.
1.1 A questão da técnica e da tecnologia na obra de Hannah Arendt
Hannah Arendt é alemã, de origem judaica, filósofa política ou teórica política (prefere ser tratada da última maneira, por achar que existe certa dicotomia entre filosofia e política). 
Para ela a democracia é o melhor método de se resolver algum ato político, visto que é por meio dela que se expressam as opiniões e essas são analisadas. Não há a imposição da vontade de uma única pessoa de forma totalitária, mas, desse modo, acredita-se que há ao menos uma discussão sensata das decisões a serem tomadas. 
Justamente pelo motivo de considerar a democracia como a forma mais justa de governar que Arendt tem certa aversão à ideia de filosofia e política estarem unidas. Para Hannah a filosofia predispõe o imperativo da voz do filósofo acerca do que crê. O filósofo, como qualquer outro, procuraria satisfazer os interesses do seu modo, seria uma visão imparcial e limitada acerca dos assuntos que estariam associadas à sociedade em que ele está (assunto que tratará em seu livro Origens do totalitarismo de 1951).
Outras obras publicadas por Hannah são: Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal publicado em 1963(que retrata a vida de Eichmann, um nazista, considerado pela autora, louco que não acreditava estar cometendo crimes mandando matar pessoas no regime nazifascista, por apenas cumprir ordens); A vida do espírito publicado em 1978(texto no qual Hannah apresenta a separação das classes da vida contemplativa); e A condição humana publicado antes desses, em 1958.
Esse último livro deu base à conferência em questão. A vida ativa do homem pode ser dividida em três: trabalho (realizado pelo animal laborans, esse corresponde a capacidade de o ser sobreviver satisfazendo suas necessidades básicas, metabolismo); fabricação ou obra (realizado pelo homo faber, esse por sua vez indica o homem que se relaciona com o meio a sua volta, com o mundo, a criação de objetos para satisfazer suas necessidades é um bom exemplo); e ação (realizado pelo homem de ação que exerce a política expondo sua opinião “numa praça”.
Segundo Hannah Arendt, com o passar do tempo acabou-se deixando de lado o homem de ação e o homo faber e atualmente o povo vive apenas como animal laborans procurando satisfazer suas necessidades básicas de subsistência. 
A sociedade está em perigo, visto que pode ser manipulada pelo Estado já que não há seres políticos. A única forma de concertar isso, segundo Arendt, seria educar os nascidos à serem homens de ação, pois os que já são animal laborans não conseguiriam ser.
1.2 Questões levantadas a partir da conferência
Baseado em Hannah Arendt, podemos dizer que a mídia atual está associada ao Estado numa situação de dependência já que esse pode censurar àquela. O Estado por sua vez se usa dos meios midiáticos para alienar o povo fazendo com que se tornem cada vez mais animal laborans para obedecer suas ordens e desfazer os desejos de se tornarem homens de ação. Os dois ainda por cima ganham com isso financeiramente, a mídia do Estado e esse do povo.
Outro ponto importante que vale ressaltar é sobre o que a Hannah diz acerca dos que estão por vir: os bebês e embriões. Segundo Arendt eles são a esperança de melhora, pois esses sim uma vez não infectados por animal laborans poderiam salvar a sociedade futura. Não vejo, porém, essa possibilidade como viável visto que eles conviveriam com pessoas que levavam características que não deveriam ter. Como conviver com um animal laborans sem acabar se tornando um? Será que o testemunho dado por eles não influenciaria a personalidade desses próximos que são a esperança?
Seria mesmo a democracia a melhor forma de governo? Nem sempre a maioria tem a razão acerca das coisas, por vezes erram em decisões graças a uma pessoa que tem uma retórica melhor e acaba os “arrastando” para junto da sua opinião os demais.

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