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Projeto Pedagógico- A APLICAÇÃO DA NOVA EDUCAÇÃO DE JOHN DEWEY NUMA ESCOLA LOCALIZADA EM ÁREA INDUSTRIAL

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FACULDADE SÃO LUIZ
Filosofia da Educação.
Professora: Dra. Halina Macedo Leal.
Acadêmicos: Emanoel Vargas, Gabriel Back da Silva, Lucas Nobrega da Silva, Marlon José Vinter, Mikael Tarcisio Kuhnen.
Data: 25/11/2019.
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
“PROJETO PEDAGÓGICO”
1. A APLICAÇÃO DA “NOVA EDUCAÇÃO” DE JOHN DEWEY NUMA ESCOLA LOCALIZADA EM ÁREA INDUSTRIAL
2. Introdução:[footnoteRef:1] [1: PILETTI, Cláudio; PILETTI, Nelson. Filosofia e história da educação. 5. ed. São Paulo: Ática, 1987.] 
A filosofia da educação foi sendo desenvolvida e tendo diversas transformações com o passar do tempo. Com o passar dos anos a filosofia educacional grega foi se espalhando pelo mundo, sendo aceita e desenvolvida por diversos países. Este método educacional ficou conhecida como educação clássica e predominou como o principal método de ensino por vinte e cinco séculos. Seu método de ensino era dividido em duas etapas. Na primeira etapa, O Trivium, estudava-se as fases da gramática, lógica e retórica, cada fase era mais trabalhada de acordo com uma idade específica da criança. A segunda etapa, é O Quadrivium, nessa etapa eram desenvolvidos conteúdos mais avançados, da aritmética, geometria, astronomia e música.
Com início do século XVI, por causa da cientifização dos métodos de estudo, a filosofia clássica de estudo foi sendo deixada de lado e sendo substituída pela educação tradicional. O fundamento último do conhecimento é garantido pela certeza e pela objetividade, pois se cria um novo padrão de racionalidade centrado na matemática, na qual a natureza é objetivada e reduzida a partes mensuráreis e observáveis. As leis que governam este período são as da linguagem dos números e da medição. O ponto central deste modo de ensino tradicional é a concepção de que os fenômenos podem ser analisados e compreendidos se forem reduzidos às partes que os constituem.
Com os avanços tecnológicos, guerras e revoluções do século XX, começou-se a ser desenvolvido um novo tipo de educação, o das novas abordagens, onde o aluno agora é o centro do aprendizado. Desta forma, passa-se a entender que todos os programas de ensino devem ter as necessidades dos alunos como ponto de partida para que sejam alcançados os objetivos educacionais mais gerais. 
John Dewey, professor norte-americano (1859-1952) foi um grande desenvolvedor das novas abordagens e da educação integral, a Escola Nova. Ele propôs uma educação que fosse fator de progresso e de ação social concreta. Para Dewey a escola deve harmonizar os aspectos psicológicos e sociais da educação. Para ele, a experiência do aluno é a base para a educação intelectual. Reforça-se a ligação entre a teoria e a prática, através de trabalhos manuais, por exemplo. O professor conduz o processo de aprendizagem partindo da experiência do aluno, da observação de atividades sobre realidades concretas como forma de se atingir, através do método indutivo, a abstração.
No Brasil, as novas abordagens tiveram como seu principal desenvolvedor e articulador Paulo Freire, com a Educação Crítica, o qual desenvolveu principalmente o campo da alfabetização de adultos. Nesta educação proposta por Freire, faz-se um recrutamento dos analfabetos da área a ser trabalhada, prosseguindo com entrevistas com os recrutados, a qual fornecia à equipe de educadores uma extensa relação das palavras de uso corrente na localidade. A discussão fornecida pelo uso destas palavras permitia que o próprio indivíduo se conscientizasse da realidade em que vivia e tornasse mais fácil a alfabetização.
3. “Hipótese”/“Fundamentação teórica”: 
A presente proposta pedagógica tem por base as ideias do filósofo e pedagogista estadunidense John Dewey (1859-1952). De início deve-se levar em conta o que tal pensador compreende enquanto ser humano, já que é o que sustenta a teoria educativa. Educar é educar, antes de mais nada, humanos.
Para ele o ser humano é um ser social, e isso pode ser explicado sob a forma de um silogismo lógico, a saber: a conduta moral é social; a natureza humana é, predominantemente, influenciada pela conduta moral; a natureza humana é, predominantemente, social.[footnoteRef:2] Por conduta moral Dewey entende as decisões acerca do melhor curso de uma ação, e ela é formada, aprendida, direcionada e desenvolvida pela comunicação social; para ele, a natureza humana existe e opera dentro de um ambiente, mas não está dentro, como uma planta que está na luz e na terra, mas não dentro delas.[footnoteRef:3] [2: Cf. ANDRADE, Erika Natacha Fernandes. O discurso de John Dewey sobre a natureza humana e conduta: contribuições à psicologia e à educação. 2009. 205 f. Dissertação [Mestrado em Psicologia], Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009, p. 154. [PDF]] [3: Cf. ANDRADE, 2009, passim.] 
Partindo dessa perspectiva de ser humano, Dewey acredita que a educação é um processo de renovação das significações da experiência, que ocorre por meio de transmissões que se complementam, que são de duas espécies: a acidental, no contato entre adultos e jovens, e a intencional instituída, que opera para a continuidade social.[footnoteRef:4] É uma reconstrução e reorganização da experiência, com o intuito de aumentar a consciência dos vínculos entre passado, presente e futuro e suas atividades no sentido mais geral, não somente do próprio sujeito.[footnoteRef:5] [4: Cf. DEWEY, John. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 4. ed. Trad. Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979, p. 354. ] [5: Cf. SCHMIDT, Irineu Aloísio. John Dewey e a educação para uma sociedade democrática. Contexto & Educação. Ijuí: UNIJUÍ, n. 82, p. 135-154, jul-dez.2009, p. 3. [PDF].] 
A educação, segundo Dewey, não é uma preparação para vida, mas implica na própria vida, e não uma vida completa, mas progressiva.[footnoteRef:6] É também função social, aplicada no grupo ou comunidade em que se está inserido. E por vida social não se deve entender somente a vida cívica, mas também a familiar, profissional, e todos os aspectos de convivência social.[footnoteRef:7] O ser humano, para ser integralmente humano, precisa da sociedade.[footnoteRef:8] A sociabilidade é a garantia da continuidade do homem na história; sem a convivência social o homem perde a ligação com o seu passado e, consequentemente, com seu futuro.[footnoteRef:9] [6: Cf. SCHMIDT, 2009, p. 16. ] [7: Cf. PITOMBO, Maria Isabel Moraes. Conhecimento valor e educação em John Dewey. São Paulo: Pioneira, 1974, p. 95] [8: Cf. SCHMITZ, Egídio. O homem e sua educação: fundamentos de filosofia da educação. Porto Alegre: Sagra, 1984, p. 25.] [9: Cf. SCHMITZ, 1984, loc. cit.] 
Dentro da proposta de Dewey, as experiências, tanto do professor quanto dos estudantes, são consideradas e aproveitadas no cotidiano escolar.[footnoteRef:10] Tais experiências são compartilhadas, visando uma aprendizagem que possa ser coletiva. Outro ponto da teoria deweyniana é o da problematização, pela qual se procura instigar a reflexão crítica dos alunos,[footnoteRef:11] exigindo do professor uma mudança de postura em relação ao que se tinha no ensino tradicional, que consistia numa autoridade inquestionável. [10: Cf. PEREIRA, Eliana Alves et al. A contribuição de John Dewey para a educação. Revista eletrônica de educação. São Carlos, 2009. v. 3, n. 1, p. 154-161, mai.2009, p. 5. [PDF]] [11: Cf. PEREIRA, 2009, loc. cit.] 
Com isso, a abordagem deweyniana é baseada num aprender fazendo, combinando, dessa forma, a prática com o tomar conhecimento da importância da teoria. A educação deweyniana
[...] está voltada para avida industrial e democrática, em que a escola deve ser uma oficina em miniatura ou uma comunidade reduzida, na qual a educação não se exerce como um mero preparo para a maturidade, mas sim como apoio ao desenvolvimento do espírito e da incessante reconstrução da experiência.[footnoteRef:12] [12: Op. cit., p. 4.] 
E por democracia, conceito basilar em sua teoria da educação, Dewey compreende que uma sociedade é democrática “na medida em que prepara todos os seus membrospara com igualdade aquinhoarem de seus benefícios e em que assegura o maleável reajustamento de suas instituições por meio da interação das diversas formas de vida associada”.[footnoteRef:13] [13: Cf. DEWEY, 1979, p. 106.] 
No que concerne aos objetivos da educação, para Dewey estes não são dados a priori, mas no interior da atividade, e se relacionam com a natureza dos resultados, devendo haver uma continuidade intrínseca na atividade em questão, visto que se forem apenas atos justapostos, não há objetivo ou finalidade.[footnoteRef:14] Para isso a atividade deve ser ordenada, num processo que esteja a serviço da transformação do mundo.[footnoteRef:15] [14: Cf. SCHMIDT, p. 7.] [15: Cf. Ibid., p. 10.] 
4. Apresentação da atividade pedagógica/conteúdo a ser apresentado: 
a. Descrição 
Como forma de contextualização, a escola na qual será aplicada a atividade pedagógica é uma escola de classe média, localizada em um bairro periférico, no qual se encontra uma grande empresa do polo metal-mecânico. A proposta é desenvolver conteúdos de Sociologia para uma turma de primeira série do Ensino Médio, que possui uma média de idade de 15 anos. Os jovens desta turma possuem uma estreita ligação com a empresa por conta de que seus pais trabalham nela, nos mais variados setores.
 A duração da aplicação dessa proposta é de 1 bimestre, consistindo em 16 horas/aula, sendo que 10 destas serão ministradas em sala e as outras 6 serão de aulas extraclasse, divididas em dois períodos de 3 horas nos quais será feita uma visita à grande empresa localizada no bairro.
O conteúdo proposto trata do século XIX e seus principais acontecimentos, especialmente naquilo que tange a Revolução Industrial, Burguesia e Proletariado, o Capitalismo, suas críticas e o Socialismo. Com isso, apesar de a disciplina principal ser a Sociologia, a proposta procurará também integrar a atividade com outras disciplinas, dentre as quais a História (início do período contemporâneo), Geografia (economia, geografia política e social), a própria Filosofia (o desenvolvimento dos pensamentos no século XIX, a influência que as suas revoluções tiveram sobre as linhas de pensamento), Física (mecânica), Química (os componentes utilizados pela empresa), a Biologia (a relação com o Meio Ambiente) e a Matemática (financeira).
Nas 10 horas que se dispõe para a transmissão de conteúdo, serão abordadas as temáticas, a parte teórica do tema. Nas duas visitas em parceria com a empresa, procurar-se-á interligar aquilo que é visto em sala de aula com o ambiente empresarial. Por exemplo, das 6 horas de aula extraclasse, 3 serão dedicadas ao setor administrativo da empresa, nos quais poderão ser interligados os conteúdos relacionados ao Capitalismo, a Burguesia, a Economia e a Matemática Financeira; as outras 3 horas serão dedicadas à linha de produção, na qual se poderá fazer pontes com os demais conteúdos, pensando e observando a linha de produção moderna, mas num exercício de imaginar também a linha de produção existente no séc. XIX.
b. Objetivos: 
Os objetivos da atividade proposta serão, em primeiro lugar, a assimilação do conteúdo transmitido em sala de aula pelos alunos com o auxílio das aulas extraclasse e da interdisciplinariedade, tendo em vista também o ambiente da empresa que lhes é familiar, dado aquilo que ouvem e observam de seus pais. Em segundo lugar o desenvolvimento da reflexão crítica da realidade na qual estão inseridos e da história. Por fim, a promoção da interação dos alunos com a sua realidade social e entre eles mesmos.
c. Avaliação: 
As propostas de avaliações serão a produção de relatórios a partir daquilo que puderam observar nas aulas extraclasse, a organização de seminários para apresentação e debates em sala, levando em conta a assimilação e capacidade do aluno em ligar o conteúdo com aquilo que foi observado nas aulas extraclasse.
5. Conclusão: 
O presente trabalho desenvolveu-se o presente trabalho a fim de propor um plano de ensino efetivo utilizando-se da nova educação de John Dewey: conciliando conhecimento e prática e visando o ser social que é o educando e visando a construção progressiva que é a educação. Busca-se, por meio deste, reformular e contribuir para as significações dos alunos e o aprendizado do conteúdo, visando não somente um conhecimento estático, mas que interaja e seja fecundo para o estudante.
Percebeu-se, em certo momento da história, que essa transmissão de conhecimentos e experiências é importantíssima para a vida humana não somente em âmbito histórico como afirma o autor, mas sobretudo para a perpetuação da espécie; o desenvolvimento da tecnologia; e o desenvolvimento das maiores indagações.
A educação pragmática proposta por Dewey vem contribuir para a ideia de que todos tenham o direito de participar de tais questões, ou seja, que todos tenham direito à educação e à liberdade de pensamento. Ao mesmo tempo que o filósofo se põe criticando o acúmulo de informações, reconhece que também é importante, mas elege como imprescindível para haver educação a formação da personalidade e do caráter do estudante, pois é ela que o levará a ter contato com a vida em sociedade de forma mais acertada.
6. Referências Bibliográficas:
ANDRADE, Erika Natacha Fernandes. O discurso de John Dewey sobre a natureza humana e conduta: contribuições à psicologia e à educação. 2009. 205 f. Dissertação [Mestrado em Psicologia], Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009. [PDF].
DEWEY, John. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 4. ed. Trad. Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979.
PEREIRA, Eliana Alves et al. A contribuição de John Dewey para a educação. Revista eletrônica de educação. São Carlos, 2009. v. 3, n. 1, p. 154-161, mai.2009. [PDF].
PILETTI, Cláudio; PILETTI, Nelson. Filosofia e história da educação. 5. ed. São Paulo: Ática, 1987.
PITOMBO, Maria Isabel Moraes. Conhecimento valor e educação em John Dewey. São Paulo: Pioneira, 1974.
SCHMIDT, Irineu Aloísio. John Dewey e a educação para uma sociedade democrática. Contexto & Educação. Ijuí: UNIJUÍ, n. 82, p. 135-154, jul-dez.2009. [PDF].
SCHMITZ, Egídio. O homem e sua educação: fundamentos de filosofia da educação. Porto Alegre: Sagra, 1984.

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