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FinancasPessoais_aula4.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finanças Pessoais 
Como elaborar um plano que leva ao 
equilíbrio financeiro pessoal 
 
 
 
 
 
 
Nesta unidade, você irá conhecer as faixas de renda das famílias brasileiras, os dois 
lados do equilíbrio financeiro, a técnica de estabelecer metas mensais de redução de 
despesas e o perigo que há na utilização descontrolada do cartão de crédito e do 
cheque especial. 
 
1. O exemplo das famílias de baixa renda 
Agora que montou a sua primeira planilha financeira e com ela obteve uma visão 
geral das entradas e saídas do seu dinheiro, você já pode elaborar um plano de ação 
que facilite o alcance de uma situação de equilíbrio de suas finanças pessoais. 
Analisando essa primeira planilha, é possível imaginar que você identificou algumas 
coisas que precisam ser ajustadas. A partir dessas informações, você já decidiu e fez 
alterações no seu dia a dia financeiro? 
Se você mudou alguma coisa, parabéns! A ideia é essa mesma, ou seja, após 
identificarmos os problemas financeiros, o correto é corrigi-los de imediato. 
Quando o assunto é dinheiro, as decisões, mesmo que sejam pequenas, não devem 
ser adiadas. Afinal, dinheiro saindo é como “água em torneira aberta”: depois que 
sai, não retorna mais. 
Nesta etapa do seu aprendizado, vamos identificar os primeiros caminhos para que 
você possa atingir o equilíbrio financeiro. Dessa forma, poderá confirmar as decisões 
que já tomou ao observar a sua planilha e adotar mais decisões que possam gerar 
resultados positivos nas suas finanças pessoais. 
Neste estágio, é importante que você identifique a sua faixa de renda pessoal e 
familiar. 
Existem vários estudos sobre faixa de renda no Brasil, mas de uma forma geral, para 
atender as necessidades deste curso e facilitar o seu entendimento sobre o assunto, 
podemos classificar a renda das famílias brasileiras em quatro grandes faixas: 
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Faixa 1: Famílias com renda em torno de um salário mínimo. 
Faixa 2: Famílias com renda de um até três salários mínimos. 
Faixa 3: Famílias com renda de três até dez salários mínimos. 
Faixa 4: Famílias com renda acima de dez salários mínimos. 
Observe que o enquadramento de renda tem como base o salário familiar. 
Então, para você saber em que faixa a renda de sua família se enquadra, é 
necessário que você some os recebimentos de todas as pessoas da sua família: você, 
cônjuge, pais, filhos ou outras pessoas que têm rendimentos e que contribuem para 
o pagamento das despesas listadas na sua planilha financeira. 
Essa classificação é importante para entendermos o surgimento dos descontroles 
financeiros, pois eles ocorrem com mais frequência nas faixas 3 e 4, nas quais se 
enquadra a maioria da população brasileira. 
Por que o desequilíbrio financeiro é mais frequente nas faixas 3 e 4? A resposta é 
que as famílias com renda acima de três salários mínimos são os alvos principais das 
ações de propaganda das empresas. 
Isso ocorre porque essas famílias têm fácil acesso a cartões de crédito, muitas 
oportunidades de financiamentos para viagens, aquisição de carros, motos e casa 
própria. As famílias das faixas 3 e 4 compram muito em supermercados e shoppings, 
enfim, levam uma vida de sonhos e gastos ilimitados, na maioria das vezes, muito 
além do que suas rendas permitem. 
Vamos retornar à análise das famílias de renda mais baixa. Estas famílias com renda 
em torno de um a três salários mínimos enfrentam grandes restrições de consumo; 
gastam sua renda basicamente em alimentação; moram de favor ou em condições 
mais precárias; algumas famílias dependem da ajuda do governo por meio de 
programas sociais e, normalmente, essas famílias não têm dinheiro e crédito para 
gastar em vestuário, lazer, educação e saúde, enfim, levam uma vida de muitas 
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privações, principalmente se as compararmos com as famílias integrantes das faixas 
de renda 3 e 4. 
 Atenção! 
Surpreendentemente, a maioria das pessoas que integram as faixas de renda mais 
baixas não devem nada para ninguém! 
Como explicar isso? Não deveria ser o contrário? Quem ganha menos deveria ter 
mais dívidas, não é mesmo? 
Acontece que famílias com renda baixa quando assumem alguma pequena dívida, 
como, por exemplo, a compra de um aparelho de som ou televisão, ou mais que 
isso, adquirem sua casa própria a prazo, pagam sempre em dia. Uma possível 
resposta é o fato de que geralmente essas pessoas prezam pelo conceito de pessoas 
honestas e pontuais nos pagamentos; outra explicação seria que por terem 
conseguido com muito esforço, dão mais valor às suas aquisições ou, ainda, porque 
planejar para elas é uma questão de necessidade, controlar seu dinheiro é uma 
questão de ter o que comer no dia seguinte. Então, elas são obrigadas a fazer 
escolhas diárias e essas escolhas, é claro, acarretam em muitas renúncias e 
sacrifícios. 
Como dissemos anteriormente, os desequilíbrios financeiros encontram-se 
principalmente nas faixas em que a renda das famílias é maior ou igual a dez salários 
mínimos. Então, o que nós precisamos aprender com a população de baixa renda? 
Precisamos aprender a fazer restrições de compras, a fazer escolhas e, 
principalmente, a estabelecer prioridades de gastos. Devemos nos conscientizar de 
que não podemos gastar sem restrições, pois quando fazemos isso o desequilíbrio 
entre entradas e saídas de dinheiro é inevitável. 
 
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2. Os dois lados do equilíbrio financeiro 
A nossa primeira e maior preocupação neste curso é com as pessoas que estão 
gastando e devendo mais do que ganham. Vamos apresentar um plano de redução 
de despesas que as leve ao primeiro estágio desejável em finanças pessoais: o 
equilíbrio financeiro. 
O passo inicial nessa direção é estabelecer um prazo razoável para se atingir o tão 
desejado equilíbrio entre entradas e saídas de dinheiro. 
A primeira decisão na sua busca de equilíbrio financeiro é estabelecer um prazo para 
equilibrar as finanças. Um prazo recomendável deve ser entre três e seis meses. 
O maior ou menor prazo necessário depende do volume e da natureza das dívidas da 
família e depende também dos seus hábitos de consumo e gastos. 
Em qualquer situação, levar mais do que seis meses para alcançar um equilíbrio 
financeiro entre receitas e despesas implica prolongar em demasia uma crise 
financeira. 
Se o tempo necessário para alcançar o equilíbrio financeiro é de três a seis meses, o 
seu objetivo principal deve ser um plano de redução mensal das despesas que leve a 
um equilíbrio entre suas entradas e suas saídas de dinheiro mais ou menos neste 
período. 
 Importante 
Pode acontecer de as despesas alcançarem o menor valor possível e nem assim o 
equilíbrio financeiro desejado seja alcançado. Neste caso, a solução é buscar o 
equilíbrio pelo outro lado da história: o plano de equilíbrio financeiro deve ser focado 
no aumento da entrada de dinheiro mensal. As soluções para aumentar a renda 
familiar são muitas, algumas de retorno rápido, outras de retorno mais lento, porém 
de maneira estável, como: conseguir uma segunda ocupação (não necessariamente 
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com carteira profissional assinada); voltar a estudar; alugar parte de um terreno ou 
casa; trocar de emprego; mudar de profissão; mais pessoas trabalhando na família 
e, em algumas situações, até mudar-se para outro município ou estado, no qual você 
possa conseguir melhores rendimentos salariais. 
Essa é a grande vantagem do nosso país: basta querermos mudar para 
conseguirmos, porque as alternativas de mudança no Brasil são muitas. 
 
3. A técnica de estabelecer metas mensais de redução de 
despesas 
O segundo passo na direção do equilíbrio financeiro, após analisarmos a situação 
atual de nossas receitas e despesas, é estabelecer metas mensais
de redução de 
despesas. 
A recomendação é uma redução nas despesas de 10% ao mês, até que se atinja o 
equilíbrio planejado. E por que 10% ao mês? Não seria melhor cortar várias 
despesas ao mesmo tempo e buscar um equilíbrio financeiro em um curtíssimo 
prazo? 
Um grande corte de despesas é possível, mas, na maioria das vezes, a exemplo de 
regimes radicais de emagrecimento, não se mantém em longo prazo. 
É importante dizer que, além de buscar o equilíbrio financeiro e que a pessoa ou a 
família se organize e se estruture para não ter recaídas nos gastos, é necessário 
analisar mês a mês, o que deu certo e o que deu errado no plano de gestão 
financeira e fazer os ajustes necessários de forma consciente, por isso reduções 
mensais em torno de 10% nos gastos. 
 
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 Atenção! 
Se a situação financeira for muito grave, muito ruim, e se as pessoas envolvidas se 
sentem seguras e dispostas a aumentar a meta de redução de despesas para 15% 
ou até 20% ao mês, sem problemas; isso pode acontecer, nada o proíbe de se 
avançar mais rapidamente, além do risco de recaída já mencionado. 
E em que itens deve-se fazer a redução das despesas? 
Essa é uma decisão pessoal. Só as pessoas que se encontram em desequilíbrio 
financeiro podem decidir quais os itens que podem ser cortados. A única coisa 
concreta é que em alguma área é necessário eliminar despesas e que ao final do 
mês elas precisam ser 10% inferiores ao mês anterior. 
Caso a meta de 10% de cortes de gastos não seja alcançada, infelizmente naquele 
mês não houve uma boa gestão financeira. O que não o impede de começar tudo de 
novo, pois em finanças pessoais aprendemos pela prática que alcançar o equilíbrio 
entre entradas e saídas de dinheiro exige persistência e, em alguns casos, haverá 
vários recomeços até que o alvo seja alcançado. 
 
4. O perigo do cheque especial e dos cartões de crédito 
A decisão de cortar os itens é pessoal, mas podemos citar alguns itens de despesas 
cortados mais frequentemente: o primeiro item refere-se ao conteúdo do item 2.7 da 
tabela citada na unidade 3 – Relacionamento com bancos, principalmente o 
pagamento ou renegociação de dívidas assumidas através de cheque especial e 
cartões de créditos. 
Elas são a mais importante fonte de desequilíbrio financeiro no Brasil. Os juros 
cobrados por cheque especial e cartões de crédito são muito altos, assim precisamos 
fugir deste tipo de dívida o mais depressa possível. 
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Como fazer isso? 
Procure o seu banco ou administradora do cartão de crédito e transforme essas 
dívidas em um financiamento de médio ou longo prazo a um juro mais baixo e, 
principalmente, não faça novas despesas nessas modalidades de dívida, mesmo que 
o seu sufoco financeiro atual seja imenso. 
Assumir dívidas na forma de cheque especial e cartão de crédito sempre significa 
agravar a sua situação financeira. 
 
5. As lições adquiridas 
O aprendizado que você leva desta unidade é a necessidade de estabelecer um 
percentual de redução de suas despesas em torno de 10% mensais. Percentual este 
que passa a ser a sua meta pessoal de redução de despesas e que mês a mês deve 
ser renovado até que você atinja o equilíbrio de suas finanças, ajustando as suas 
despesas aos seus ganhos. 
Você percebeu que não é recomendável fazer cortes muito acima de 10%, porque 
grandes reduções de despesas normalmente não são duradouras. 
Entendeu que as despesas pessoais que devem ser cortadas é uma decisão sua, mas 
se você possui dívidas em cheque especial e em cartão de crédito, estas são as 
despesas que devem ser resolvidas o mais depressa possível. 
Complete o seu aprendizado com uma cuidadosa análise de suas despesas e 
selecione quais os itens que sofrerão cortes e em que valor. 
Por fim, atente-se a uma recomendação importante: envolva toda a sua família nesta 
ação de cortes de despesas, por mais dolorido que isso seja. pois, o problema não 
será resolvido se apenas você se preocupar em reduzir gastos: todos os integrantes 
da sua família precisam fazer a sua parte. 
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 Você sabia? 
De acordo com Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro, uma família 
comum, de quatro pessoas e de qualquer classe social, tem, em média, excesso de 
20% em suas despesas. São gastos que poderiam e deveriam ser evitados, como: 
banho demorado, desperdício de comida e compra de produtos desnecessários. 
O especialista ressalta ainda que essa perda de controle simplesmente não é 
identificada pela maioria dos brasileiros. Isso porque fazer um orçamento ainda não 
é uma prática comum. "O orçamento é necessário. Dá para fazer um plano de ação 
para cortar despesas e você consegue ter um melhor desempenho financeiro", diz 
Domingos. 
Para Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, os primeiros três meses são 
mais críticos para quem começa a fazer um orçamento. Depois desse período, afirma 
o especialista, a planilha não ficará mais de lado, pois o usuário começará a sentir, 
no bolso, os benefícios de uma vida financeira mais organizada. 
(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/02/1227128-veja-10-passos-para-
fazer-um-orcamento-familiar-e-pagar-as-dividas.shtml) 
 
 
 
 
 
 
 
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 Resumo 
Nesta aula, você viu as classificações da renda das famílias brasileiras em quatro 
grandes faixas. Viu que, geralmente, as faixas 1 e 2 são as menos endividadas e que 
por serem alvo das propagandas e facilidades do uso de cartão de crédito e 
facilidades para viagens, as famílias que se encaixam nas faixas 3 e 4 são as mais 
endividadas. Entendeu, também, que para que se tenha equilíbrio financeiro, você 
deve planejar uma redução de gastos de, pelo menos, 10% das despesas mensais e 
os perigos do cheque especial. 
 
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