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O que é, afinal, a educação? Conheça a concepção de educação e da pedagogia, identificando os pensadores das primeiras correntes e tendências educacionais, desde os primórdios da escola até os dias atuais. Concepção de Educação Voltando no tempo... Na Grécia Antiga, o acompanhamento e a vigilância dos jovens eram chamados de paidagogia. O paidagogo era um escravo que tinha como tarefa específica guiar as crianças até a escola. Nos tempos atuais, o termo pedagogia tem outros significados, que serão mostrados a seguir. (Clique na imagem em destaque.) Concepção de Educação Três tradições de estudos educacionais se responsabilizam pela configuração atual do significado do termo pedagogia: A francesa, na linha da sociologia de Émile Durkheim (1858-1917), e as tradições alemã e americana, segundo as filosofias e psicologias de Johann Friedrich Herbart (1776-1841) e John Dewey (1859-1952). Conheça os autores a seguir. Conheça os autores (Clique nas áreas em destaque.) Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 – Paris, 15 de novembro de 1917) É considerado um dos pais da sociologia, tendo sido o fundador da escola francesa, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social. Johann Friedrich Herbart (Oldemburgo, 4 de maio de 1776 – Göttingen, 11 de agosto de 1841) Foi um filósofo, psicólogo, pedagogista, fundador da pedagogia como disciplina acadêmica. Seus estudos mais importantes foram sobre filosofia do espírito, à qual subordinou suas obras (entre elas, Pedagogia geral e Esboço de um curso de pedagogia). John Dewey (Burlington, Vermont, 20 de outubro de 1859 – 1º de junho de 1952) Foi um filósofo, pedagogo e pedagogista norte-americano. É considerado o expoente máximo da escola progressiva americana. Entre suas obras, destacam-se The school and society (“A escola e a sociedade”, 1899), Democracy and education (“Experiência e educação”, 1938) e Art as experience (“Arte como experiência”, 1958). Entre o final do século XIX e o início do XX - Durkheim- se empenha em conceituar “pedagogia”, “educação” e “ciências da educação”. A educação é definida como “o fato social pelo qual uma sociedade transmite seu patrimônio cultural e suas experiências de uma geração mais velha para uma mais nova, garantindo sua continuidade histórica” (Ghiraldelli, 2006). A pedagogia, por sua vez, é vista não propriamente como teoria da educação, ou pelo menos não como teoria da educação vigente, mas como literatura de contestação da educação em vigor e, portanto, afeita ao pensamento utópico. Afinal, o que é utopia? 1- Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (De optimo reipublicae statu deque nova insula Utopia, 1516), no qual relatava as condições de vida numa ilha desconhecida denominada U. – nela teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer tentativa análoga, tanto anterior quanto posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso de realização difícil ou impossível. Como gênero literário, U. extrapola a consideração filosófica: aqui só observaremos que ela foi e ainda é muito divulgada, sendo adaptada até para romances de ficção científica. Cabe à filosofia avaliar a U., tanto a expressa em forma de romance quanto a em forma de mito ou ideologia, entre outras; com relação a essa avaliação, os filósofos não estão de acordo. 2 - Para Comte, cabia à U. a tarefa de melhorar as instituições políticas e de desenvolver as ideias científicas (Politique positive, I, p. 285). Marx e Engels, ao contrário, condenaram como “utópicas” as formas assumidas pelo socialismo em Saint Simon, Fourier e Proudhon, contrapondo a elas o socialismo “científico”, que prevê a transformação infalível do sistema capitalista em sistema comunista, mas exclui qualquer previsão sobre a forma que será assumida pela sociedade futura e qualquer programa para ela. No mesmo sentido, a U. – “obra de teóricos que, depois de observarem e discutirem os fatos, procuram estabelecer um modelo ao qual possam ser comparadas as sociedades existentes para medir o bem e o mal que encerram”. 3 - Sorel contrapunha o mito, expressão de um grupo social que se prepara para a revolução (Reflexions sur Ia violence, 4. ed., p. 46). Mannheim, ao contrário, considerou a U. algo realizável, ao contrário da ideologia (v.), que nunca conseguiria realizar-se. Nesse sentido, a U. seria o fundamento da renovação social (Udeologie und Utopie, 1929, II, I; v. R. K. MERTON, Social Theory and Social Structure, 1957, 3. ed., cap. XIII). 4 - Em geral, pode-se dizer que a U. representa a correção ou a integração ideal de uma situação política, social ou religiosa existente. Como muitas vezes aconteceu, essa correção pode ficar no estágio de simples aspiração ou sonho genérico, resolvendo-se numa espécie de evasão da realidade vivida. Mas também pode tornar-se força de transformação da realidade, assumindo corpo e consistência suficientes para transformar-se em autêntica vontade inovadora e encontrar os meios da inovação. Em geral, essa palavra é considerada mais como referência à primeira possibilidade que à segunda. 5 - Ao primeiro significado está ligada a chamada “teoria crítica da sociedade”, desenvolvida por Horkheimer, Adorno e Marcuse (especialmente por este último), que se concentra, sobretudo, na crítica arrasadora da sociedade contemporânea. Marcuse escreveu: “A teoria crítica da sociedade não possui conceitos que possam lançar uma ponte entre o presente e o futuro, não faz promessa se não mostra sucessos, mas permanece negativa.” (One Dimensional Man, 1964, p. 257). E ainda: “Se hoje pudéssemos formular uma ideia concreta da alternativa, não seria a de uma alternativa: as possibilidades da nova sociedade são tão abstratas, tão distantes e incôngruas em relação ao universo de hoje, que levariam ao malogro qualquer tentativa de identificá-la em termos deste universo.” (An Essay on Liberation, 1969; trad. it., p. 101). Fonte: artigo adaptado de Abagnano (1998). Contrariamente, teorias da educação real e vigente deveriam seguir as ciências da educação. Estas seriam compostas, principalmente, pela sociologia e pela psicologia. À primeira, Durkheim incumbe de substituir a filosofia na tarefa de propor fins para a educação; à segunda caberia o trabalho de fornecer os meios e instrumentos para a didática. Herbart não separa ciência e pedagogia; ao contrário, é exatamente ele o formulador, em nossos tempos, da ideia da “pedagogia”. O estudo das ideias pedagógicas não é apenas uma iniciação à filosofia antiga ou contemporânea, menos ainda ao resumo do que foi dito pelos filósofos sobre a educação. (Clique na área em destaque.) Estudo das ideias pedagógicas Mais importante do que dar a possibilidade de ter conhecimento teórico sobre a educação, esse estudo forma nos educadores uma postura que deve passar por toda a prática pedagógica. Essa postura deve induzir o educador a refletir radicalmente diante dos problemas educacionais, levando-os a tratar desses problemas de maneira séria e atenta. Como é radical, essa reflexão também acaba sendo rigorosa, atingindo principalmente as finalidades da educação, por isso não pode ser dada apenas uma resposta geral aos problemas educacionais. De certa maneira, essa reflexão se pronuncia sobre tais questões e os fatos imediatos que atingem os educadores. A cientificidade da pedagogia A filosofia, a história e a sociologia da educação oferecem os elementos básicos para que se entenda melhor a prática educativa e para transformá-la. Elas tornam mais claro o fato de os educadores não poderem se omitir diante dos problemas atuais. Além disso, oferecemos recursos para que se enfrentem esses problemas com rigor, lucidez e firmeza. Filosofia + história + sociologia = Permite um melhor entendimento da prática educativa! Quando se olha pelo ponto de vista crítico, o que é praticado é uma teoria interrogativa, crítica. Na busca dialética entre a união e oposição dos contrários, deparamo-nos com a união entre a ação e a reflexão. Isso significa que teoria e prática se encontram, ou melhor, se complementam. As ideias pedagógicas representam, com certeza, uma quantidade grande de abstração, mas, dialeticamente, o pensamento se torna não somente especulativo. Ele representa uma abstração concreta, ou seja, também é prática. Veja o conceito de Dialética a seguir. Algo Mais! O que é dialética? Dialética é a arte do diálogo, a arte de debater. Dialética é um debate no qual há ideias diferentes, em que um posicionamento é defendido e contradito logo depois. Para os gregos, dialética consistia em separar fatos, dividir as ideias para poder debatê-las com mais clareza. A dialética também é uma maneira de filosofar, e seu conceito foi debatido ao longo de décadas por diversos filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx e outros. Dialética é o poder de argumentação, mas também pode ser utilizado em um sentido pejorativo, como um uso exagerado de sutilezas. Vamos conhecer o conceito de dialética na visão de alguns estudiosos? Veja a seguir o que estes autores pensam. (Clique na área em destaque para visualizar o conteúdo.) Dialética de Platão: Para Platão, a dialética é o movimento do espírito, é sinônimo de filosofia, é um método eficaz para aproximar as ideias individuais às ideias universais. Platão disse que dialética é a arte e a técnica de questionar e responder algo. Dialética Marxista: Para a teoria marxista, dialética compreende a teoria do conhecimento por meio dos filósofos Hegel, Marx e Engels. Para o marxismo, dialética é o pensamento e a realidade ao mesmo tempo, ou seja, a realidade é contraditória com o pensamento dialético. Para a dialética marxista, o mundo só pode ser compreendido em um todo, refletindo uma ideia contrária a outra até o conhecimento da verdade. Marx e Engels mudaram o conceito de Hegel e introduziram um novo conceito: a dialética materialista, que afirma que os movimentos históricos ocorrem de acordo com as condições materiais da vida. Dialética de Sócrates: Sócrates dividiu a dialética em ironia e maiêutica. Ele dizia que seu método dialético era semelhante a parir crianças, ou seja, dialética era “parir” ideias, penetrar em novos conhecimentos. Dialética de Aristóteles: Para Aristóteles, dialética era um processo racional, a probabilidade lógica das coisas, algo aceitável por todos, ou pelo menos pela maioria. Kant continuou com a teoria de Aristóteles, dizendo que dialética é, na verdade, uma lógica de aparências, uma ilusão, pois baseia-se em princípios muito subjetivos. É preciso fazer um exercício básico: ter acesso às fontes do pensamento pedagógico. Quando recorremos às fontes básicas do pensamento pedagógico, não estamos realizando um ato abstrato ou abstraído da realidade. Estudar a teoria educacional é aceitar um convite para a ação individual e coletiva. Por isso mesmo, nenhuma questão pode ser banalizada. Pelo contrário, todos os aspectos da realidade precisam ser constantemente elaborados, trabalhados e submetidos à reflexão. Além da leitura sempre importante, o questionamento, a pergunta, o diálogo, o debate e a discussão organizada são as bases para o hábito de pensar. Apresentando a pedagogia Educação, Pedagogia, Didática Os conceitos de “educação”, “pedagogia” e “didática” estão ligados funcional e historicamente. Para Diderot, em sua obra Enciclopédia (1751), a pedagogia “trata da escolha dos estudos e da maneira de pensar”. O estudioso francês Charles Rollin, em 1726, afirmou que a pedagogia compreende a maneira de pensar e estudar. Já o também francês Alain Prost (1982) destacou que a pedagogia não é sobre um saber do ensino, mas sobre seus estudos. Para ele, desde a sua origem, a pedagogia tem como foco os alunos, em sua relação com o saber. O principal é entender como eles aprendem, como reconstroem os saberes. Apresentando a pedagogia Hoje em dia, como podemos encontrar em textos de autores como Libâneo (2004), considera-se pela corrente construtivista, a ser mais bem abordada adiante, que o objetivo da pedagogia não é nem professor, nem aluno, nem saber. Seu objetivo central é a atividade que reúne esses três elementos. O trabalho articulado entre professor e aluno tem funções distintas na relação e no sistema pedagógico. Trata-se do ensinar e do aprender. Clique na Imagem Dessa maneira, a pedagogia tem como objeto de estudo as relações entre aluno, professor e o saber, com a intenção de estudar as relações entre o ensino e a aprendizagem. Em sua face prática, a pedagogia pertence ao campo das experiências e dos conhecimentos compartilhados (e os não compartilhados) por educadores e educandos sobre a possibilidade de ensinar e de aprender. Ou seja, ela pertence tanto ao aluno quanto ao professor. Em sua face reflexiva, a pedagogia tem como meta esclarecer e expor a lógica das ações da educação, do ensino e dos valores que elas encerram; dessa forma, ela também se pauta pela organização da ação. Assim como a administração da atividade docente, ela se preocupa em criar novos meios de organizar essa atividade pedagógica. O filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1899) afirma que a pedagogia é uma reconstrução contínua que vai da experiência sempre passível de mudanças das crianças até as verdades organizadas em “estudos”. Dewey completa dizendo que ela também é um questionamento constante entre concepções, elementos fundadores e instrumentais. Podemos afirmar, então, que a pedagogia diz respeito, necessariamente, à experiência humana no campo educacional. Ela é, ao mesmo tempo, um plano de ação, a realização de um projeto de sociedade e também de suas instituições, por isso mobiliza técnica, saber e organização. A ciência pedagógica abarca diferentes conhecimentos: (Clique na área em destaque.) O engajamento pedagógico é também a construção complexa e paradoxal de um mundo comum que assegure a autonomia dos envolvidos nesse processo. Nesse sentido, a pedagogia tem um potencial transformador em relação à sociedade por sua capacidade de construção da consciência crítica do aluno. Conhecimento de metodologia (organização do trabalho docente). Conhecimento das disciplinas (programas e competências). Condutas pedagógicas. Conhecimento científico (ciências da educação, do conhecimento, sociais etc.). Conhecimento pedagógico de ação, para a vinculação do conhecimento do aluno às condições do exercício de educar. Os modos de trabalhar, os objetos, estão situados em contextos científicos, sociais e tecnológicos. Cada pessoa é confrontada com seu próprio desenvolvimento, com a obtenção de novos saberes, com a absorção de maneiras de aprendizagem, com modos sociais generalizados em uma sociedade do conhecimento. A sociedade que se pergunta sobre suas tendências está, de fato, preocupada com o passado, o futuro e o fundamento de suas regras. É por isso que a questão pedagógica é o centro deste debate. https://equella.pearson.com.br/dp/file/a8f654b1-360f-48f5-9cc4-daafd55049ca/1/04FE_U1_Obj01.zip/Obj01/index.html https://equella.pearson.com.br/dp/file/a8f654b1-360f-48f5-9cc4-daafd55049ca/1/04FE_U1_Obj01.zip/Obj01/index.html https://equella.pearson.com.br/dp/file/a8f654b1-360f-48f5-9cc4-daafd55049ca/1/04FE_U1_Obj01.zip/Obj01/index.html https://equella.pearson.com.br/dp/file/a8f654b1-360f-48f5-9cc4-daafd55049ca/1/04FE_U1_Obj01.zip/Obj01/index.html
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