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Aula1_Apostila-Oratória- como falar em público

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APOSTILA
AS POSSIBILIDADES PESSOAIS 
AULA 01
CARGA HORÁRIA 20H
PROFESSOR AUGUSTO CÉSAR FEITOSA 
COMO FALAR 
EM PÚBLICO
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor 
Amélia Maria Cerqueira Uchôa 
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Júnior
Superintendente Geral
André Tavares Andrade
Superintendente Administrativo e Financeiro
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Superintendente de Relações Institucionais 
e Mercado
Temisson José dos Santos
Superintendente Acadêmico
Paulo Rafael Monteiro Nascimento
Diretor de Educação a Distância
Flávia dos Santos Menezes
Gerente de Operações
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente de Ensino 
Lucas Cerqueira do Vale
Gerente de Tecnologias Educacionais
Milena Almeida Nunes Pinto 
Designer Instrucional
Alexandre Meneses Chagas
Supervisor
Caroline Gomes Oliveira
Designer Gráfico
Andira Maltas dos Santos
Edivan Santos Guimarães
Diagramadores
Matheus Oliveira dos Santos 
Shirley Jacy Santos Gomes
Ilustradores
Ana Lúcia Golob Machado
Antonielle Menezes Souza 
Lígia de Goes Costa
Assessoras Pedagógicas
Shutterstock 
Banco de Imagens
APRESENTAÇÃO 
Esta apostila expõe a importância de você “falar bem”, buscan-
do te instruir na articulação correta do pensar e no devido controle 
dos fatores externos, a saber: circunstâncias, pessoas, etc., que in-
fluenciam a apresentação da sua fala diante das mais variadas situa-
ções. Nesse sentido, lógica e controle emocional são essenciais para 
o perfeito encaminhamento da palavra. No entanto, nem sempre a 
gente se sente tranquilo o suficiente para apresentar fatos e argumentos 
diante de um público.
O objetivo dessa apostila é apresentar os mecanismos básicos 
de instrumentação, o uso de recursos e possibilidades de argumenta-
ção para que você possa se inserir de maneira significativa em diálo-
gos e palestras, otimizando suas percepções da realidade. Pois, sem-
pre que alguém se expressa adequadamente, é atribuída a esta pessoa 
uma confiança maior por parte dos demais, pressupondo-se que ela 
terá clareza acerca daquilo que vai tratar. Daí, o fato de os bons orado-
res tornarem-se representantes ou líderes de grupos. 
O princípio a partir do qual se pode desenvolver as técnicas da 
oratória é a observação atenta sobre si e sobre os que estão ao seu 
entorno.
Nesta apostila você irá identificar:
 D A expressão: o olhar, a voz e os gestos.
 D A postura: posicionamento, vestimenta e comportamento.
A utilização das dicas, oferecidas nesse curso, convida você a 
constatar o que auxilia ou prejudica em sua abordagem e em sua pos-
tura, levando você a canalizar aquilo que te parecer mais eficaz, e, por 
conseguinte, despertar uma nova relação com o público.
Bons Estudos!
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Comecemos este curso entendendo a Oratória como a arte de 
falar em público. Por essa definição parecer muito generalizada, pro-
curemos compreendê-la como a capacidade de que algumas pesso-
as desenvolveram para se expressar bem, sendo entendidas pelas 
demais.
O que se pretende com a Oratória?
Simplesmente, falar bem!
 
E qual a importância disso?
Essa resposta vai estar relacionada ao motivo que fez você 
procurar esse curso!
A Oratória tem como objetivo que você se torne “mais convincen-
te”, através da sua integração pessoal num grupo ou num auditório, as-
sumindo uma clara e boa postura. A projeção de uma boa imagem faz 
parte desse processo, pois você terá a visão ampliada para as possibili-
dades que se encontram à sua volta e que ainda não foram exploradas. 
A arte de falar bem exige regras. Quais seriam? 
 D A expressão: o olhar, a voz e os gestos.
 D A postura: posicionamento, vestimenta e comportamento.
Tais regras primam, em especial, por uma adequação em seu 
modo de ser. Perceba, o que impressionará os ouvintes não será a re-
petição robótica de palavras, mas a naturalidade com que você vai se 
dirigir ao público por meio das regras. Não basta apenas se enquadrar 
nelas. Faz-se necessário, também, identificar essas regras para, pos-
teriormente, internalizá-las nas suas práticas usuais de interação e 
divulgação de suas ideias com o público.
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Para que você entenda o que estou dizendo é necessário, antes 
de iniciar uma abordagem em público, perguntar-se a si mesmo: 
Percebo-me como uma pessoa convincente? Em algum 
momento, vejo-me como orador? 
Para que você possa trabalhar este personagem, “o orador”, é 
preciso explorar a fonte de sua origem: você mesmo! 
Digo isto por duas razões:
 D A primeira está no fato de a oratória não ser a arte de enga-
nar e fazer valer o prejuízo do outro. Ao contrário, ela busca a 
“justa medida” para que interesses distintos possam ser con-
ciliados. Para isso, todos os argumentos precisam ser lógi-
cos para se tornar eficazes. A demagogia não aproxima, mas 
dispersa as pessoas. Nem mesmo a demagogia é o objetivo 
do mercado, pois este procura fidelização de clientes, algo 
que não se obtém com a propagação de mentiras.
 D A segunda, com a necessidade de se expressar com natura-
lidade. Se o orador não consegue atingi-la com suas ideias, 
poderá ser traído por si mesmo pela artificialidade da sua ex-
pressão.
Então, Orador, vamos pensar no que pode te fazer mais con-
vincente!
Iniciemos atentando para a identificação do terreno comum que 
existe entre você e o público. Embora esta situação, a de tomar a palavra 
em público, pareça inusitada, há muito já vemos pessoas que se posicio-
nam e proferem seus discursos; esse exercício de memória faz parte de 
nosso treinamento, o qual se inicia com a aquisição de registros guarda-
dos e com a sua projeção, colocando-se na mesma situação.
Você precisa realizar uma conexão direta, interpessoal, com 
aqueles aos quais você se dirige! “Aprender com os erros dos outros”, 
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este pode ser um primeiro exercício a ser realizado. Como primeiro passo 
então, iniciamos com este exame de observação. 
Vale lembrar que, falar bem não tem estrita relação com prática 
de leitura, mas sim com uma vivência no falar. Isto é válido para que 
você tome como parâmetro, aproximando-se do nível que se deseja 
chegar. 
Tente lembrar-se de três pessoas que falam muito bem? Ago-
ra tente lembrar-se de três que não falam bem. Consegue encontrar 
a disparidade entre a fala destas? Quais são os elementos que fa-
zem com que estas, que falam bem, atinjam sua meta? O que impede 
aquelas outras três a falarem bem?
O orador precisa estar atento aos detalhes, que podem ser usa-
dos a seu favor, quando se projeta o discurso. Deste modo, cai por ter-
ra a mera repetição como elemento determinante da observação. Na 
maioria das vezes, o improviso é o detalhe que faz com que o orador 
ganhe seu público.
O recurso da observação é de fundamental importância para 
aquele que quer falar bem, não simplesmente para imitar, já que várias 
situações serão inusitadas, mas para guardar situações, impedindo, as-
sim, de ser “pego de surpresa”.
Você é o vetor, o ponto central, para o qual diversos elementos 
apontam. Por isso, não se tem como iniciar esse curso sem enfatizar a 
sua pessoa.
Qual é o seu estilo de comunicação? Vamos nos atentar as suas 
qualidades pessoais. 
Para tal, levemos em consideração que sempre projetamos uma 
imagem daquilo que somos e o modo como reproduzimos certos com-
portamentos é que nos revela tal projeção, e pelo fato do mesmo en-
contrar-se no âmbito do inconsciente, nem sempre essa projeção tor-
na-se positiva.
Deste modo, assumamos a intenção de projetar uma imagem 
e consideremos que para se projetar uma boa imagem de si, positiva, 
seja necessário começa-la com a expressão. 
O semblante facial constitui o melhor “cartão de visitas” para se 
dizer quem é você. Nele temos a indicação do que ocorre em seu inte-
rior. O semblante expressa, antes de qualquer palavra, algo importante 
sobre você. Inegavelmente, é no semblante facial o local onde se faz 
presentea expressão. 
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Destaquemos um elemento chave para o semblante: O SORRISO! 
O sorriso franco é sempre acolhedor, é sinônimo de simpatia. Assim 
como alguém que não sorri, na maior parte do tempo, mostra-se até 
como inacessível. O semblante deve ser compatível com o sentimento 
que seu discurso expressa. O bom humor é muito mais persuasivo do 
que o discurso imperativo. Através do bom humor se consegue manter 
por mais tempo a atenção de todos. 
É aquilo que se chama presença de espírito, ou toque pessoal, 
para fazer com que um assunto duro, possa ser mais leve e digerível. 
Mas atenção: presença de espírito não é fazer gracejos a todo instante.
Outro elemento determinante: O OLHAR! O olhar não pode ser 
algo que se perde na distração, o que chamamos de olhar perdido. Fugir 
com os olhos, além de quebrar a conexão do discurso com o publico, 
expressa, na maioria das vezes, fugir com a verdade. O olhar inquieto 
denuncia que o orador está à procura de algo no qual o discurso possa 
se amparar e que não está, definitivamente, naquele lugar. O olhar fixo 
em algo ou alguém deixa o ouvinte incomodado e apreensivo, pressu-
pondo uma ação hostil do orador. 
Não tome uma pessoa da plateia como vítima da sua ação. Mas 
ao mesmo tempo demore-se mais naquelas pessoas que te trazem 
tranquilidade. O mais indicado é que se possa olhar em geral para to-
dos, pois assim a plateia se sentirá valorizada.
Outro elemento: A VOZ! A voz remete à personalidade da pessoa. 
Abra adequadamente a boca para que sua voz seja projetada. Não per-
ca de vista a extensão do ambiente no qual sua voz será projetada e o 
recurso de áudio que está à sua disposição. Ao usar microfone, cuidado 
com a posição e a proximidade deste em relação à sua boca. Se perce-
ber que você está com tremores, deixe-lhe no apoio.
O requisito é que você perceba a sua voz. O recurso mais simples 
do qual podemos nos dispor é a da gravação da voz em algum apare-
lho eletrônico. Observe como é sempre estranho ouvir a gravação da 
própria voz. Grave sua voz, em intensidade alta, com diferentes tipos 
de discurso, a saber, uma história, uma poesia, uma notícia. É possível 
modular o seu discurso, ou seja, aplicar diferentes tipos de vozes, con-
forme você prefira enfatizar ou se referir a algo. 
Há, também, a preocupação de guardar fôlego para a parte mais 
importante de seu discurso e manter o equilíbrio com os intervalos. Falar 
mais depressa, ou devagar, mais baixo, ou mais alto. O que importa é 
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que o auditório não deixe de perceber sua intenção e sinta-se envolvi-
do por ela. É preciso que todos sejam tomados pela “energia” do seu 
discurso. 
No entanto, faz-se necessário uma habilidade para se transitar 
por esses distintos momentos. Ter uma boa dicção – gesticular bem a 
boca na pronúncia dos fonemas, não falar com a flor dos lábios cerra-
da, falar pausadamente e com todas as terminações da oração - auxilia 
muito quem te ouve a compreender melhor seu discurso. As frases fa-
ladas possuem sua elasticidade, mas sempre devem estar submetidas 
à norma culta. Sua flexibilidade vai estar ligada ao modo de como são 
entonadas e pronunciadas. 
É nesse movimento que encontramos o sentido daquilo que se 
disse. Evitar ambiguidades, gírias, termos complexos e terminações 
chulas. O discurso deve estar dotado de sentimentos, os quais serão 
expressos nas palavras.
Mais um elemento: A POSTURA! Não se arrisque em excessos. 
Evite as mãos nos bolsos e seja comedido nas gesticulações. Atente 
para o fato de que a postura é sempre pessoal e deve expressar a sua 
naturalidade. Se de início sugeríamos que você se lembrasse daqueles 
que possuem uma boa comunicação, a questão agora é você e como 
você pode traduzir esta habilidade com naturalidade. Procure uma po-
sição de equilíbrio, confortável, porém sem esculachar, evite tiques e 
vícios com o corpo que, na hora do nervosismo, fazem com que os 
ouvintes se distraiam. 
O movimento diante do seu público deve servir unicamente para 
reforçar a atenção naquilo que está a proferir. Nesse sentido, o movi-
mento serve para chamar a atenção de quem está desatento ou impe-
dir que o disperso atrapalhe o seu vizinho. A falta de gestos também 
pode ser um elemento negativo, assim como o excesso. Entender que 
a voz vem acompanhada de uma postura, que habitualmente deve ser 
serena e calma. É preciso sentar-se de forma tranquila. 
Algo que auxilia é estar tranquilo quanto à higiene pessoal: roupa 
adequada, aparência saudável, limpeza. A roupa constitui um fator im-
portante para a obtenção da naturalidade. Há situações mais formais 
que exigem a utilização do terno. Em outras situações, basta estar ele-
gante. E isso pode ser obtido através de outros recursos. A roupa é de 
extrema importância para que, desde o início, você se sinta valorizado e 
à vontade para agir com naturalidade. 
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Evite o exótico, que possa sugerir críticas! Ter uma boa apresen-
tação pessoal não significa estar submetido à moda. É sempre impor-
tante visualizar o tipo de público para aproximar o tipo de roupa (comu-
nicação não-verbal)
Os gestos são alvo das nossas considerações neste momento, 
pois estão implícitos na questão da postura, mas nos deteremos a eles 
num segundo momento deste curso, pois os gestos estão ligados às 
nossas emoções. Os gestos devem acompanhar uma sequência que é 
lógica, pois devem estar ligados ao desenvolvimento do discurso. Uma 
postura adequada sugere gestos articulados que exprimem confiança 
(expressão corporal).
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CONCLUSÃO
Nessa apostila foi apresentada a importância da oratória para 
que você obtenha mais domínio sobre seus potenciais e adquira au-
tonomia pessoal em diálogos, exposição de ideias e pronunciamentos 
públicos. Por isso, o foco de análise que nos conduziu foi a relação que 
o indivíduo deve possuir consigo mesmo, condição primordial para um 
bom orador, destacando elementos como a expressão e a postura, para 
que se possa vencer obstáculos que impedem a exposição de um bom 
discurso diante da plateia ou de um grupo de ouvintes.
Como aprendizado primeiro, você foi conduzido a lembrar de 
pessoas ou a observar situações nas quais a comunicação ocorre de 
forma positiva e significativa para aqueles que estão envolvidos. Em 
vista de aguçar essa percepção, sugerimos observar as regras de co-
municação que envolvem tais situações. Dessa forma, a oratória mos-
trou-se como um campo de aprendizado que solicita o desenvolvimen-
to de técnicas para o “bem falar”, pois o objetivo desses estudos é que 
você adeque tais regras ao seu cotidiano, compreendendo que não 
basta reproduzir, mas adequá-las ao seu modo próprio de ser, obtendo 
naturalidade e, nesse sentido, imprimindo muito mais confiança ao que 
expõe na sua fala.

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