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Trabalho de Historia de Direito

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(
INSTITUTO DE SUPERIOR DE CIENCIAS E EDUCACAO A DISTANCIA
Departamento de Ciências Sociais e Humanas 
Curso de Direito
Historia do Direito na Antiguidade Classica
Fátima António Selemane Vangela
Nampula, 2020
)
Índice
Introdução	3
História do Direito na Antiguidade Clássica	4
Conceito	4
Historia do direito primitivo	5
Fontes dos direitos dos povos agrafos	7
Historial do Direito na Grécia Antiga	7
O direito ateniense	9
O Direito Espartano: O Militarismo na Constituição de Licurgo	11
Direito Romano	14
Corpo do Direito Civil	14
O direito do período pós-clássico	15
Conclusão	16
Referencia Bibliográfica	17
Introdução
 Como sabemos, a história do direito é um carácter universalizante em uma progressão temporal linear. Adoptando-se de perspectiva tradições culturais particulares que informam práticas rituais de resolução de conflitos, sejam estas formais ou informais, codificadas ou não, escritas ou não. Pode limitar-se a uma ordem nacional, abrangendo o direito de um conjunto de povos identificados pela mesma linguagem ou tradições culturais.
É necessário que a história do direito, paralelamente à análise da legislação antiga, proceda à investigação nos documentos históricos da mesma época. A pesquisa histórica pode recorrer às fontes jurídicas - que tomam por base as Leis, o Direito consuetudinário, sentenças judiciais e obras doutrinárias - às fontes não jurídicas, como livros, cartas e outros documentos. as origens do direito situam-se na formação das sociedades e isto remonta a épocas muito anteriores à escrita. Esses povos sem escrita não têm um tempo determinado, podem ser os homens da caverna de 3.000 a.C. ou os índios brasileiros até a chegada de Cabral, ou mesmo as tribos da floresta Amazónica que ainda hoje não entraram em contacto com o homem branco. 
É muito difícil de conceituar o direito dos povos sem escrita porque o direito requer o conhecimento de como funcionavam as instituições na época em questão. Mas é com base em estudos arqueológicos que se torna possível reconstituir os vestígios deixados pelos povos pré-históricos, a exemplo das moradias, armas, cerâmicas, rituais, com os quais é possível determinar a respectiva evolução social e económica.
História do Direito na Antiguidade Clássica
A história do direito é de suma importância para o estudo da ciência jurídica, pois, visa compreender o processo de evolução e constante transformação das civilizações humanas no decorrer da história dos diversos povos e consequentemente das diversas culturas, do ponto de vista jurídico, sendo assim o direito a ciência do conviver.
A pré-história do direito é um longo caminho de evolução jurídica que povos percorreram e, apesar de podermos supor que foi uma estrada bastante rica, temos a dificuldade, pela falta de escrita, de ter acesso a ela. Povos sem escrita ou agrafos não têm um tempo determinado. Podem ser os homens da caverna de 3000 a.C. ou índios brasileiros até a chegada de Cabral, ou até mesmo as tribos da floresta Amazónica que ainda hoje não entraram em contacto com o homem branco. As características gerais dos direitos dos povos agrafos são: abstractos, numerosos, relativamente diversificados e impregnados de religiosidade. (GILISSEN, 1986:sem ano)
Nesses sistemas, diferenciar entre o que é jurídico e o que não, é muito difícil. Eles basicamente utilizam os Costumes como fonte de suas normas, ou seja, o que é tradicional no viver e conviver de sua comunidade torna-se regra a ser seguida. Nos grupos sociais onde se pode distinguir pessoas que detêm algum tipo de poder, estes impõem regras de comportamento, dando ordens que acabam tendo carácter geral e permanente.
Há um lugar no mundo onde quase tudo que considera-se "civilizado" nasceu: o Crescente Fértil, onde hoje está o Iraque, uma parte do Irã e parte de seus vizinhos. A mais grandiosa invenção dessa gente da Mesopotâmia, foi passar para uma superfície símbolos que expressavam as ideias, a isso chamamos de escrita. O tipo de escrita foi a cuneiforme e serviu para línguas de diversas famílias linguísticas de vários povos da região: Sumérios, Elamitas, Semitas (Acadianos, Babilónios, Caldeus, Assírios), Indo-Europeus (Hititas, Persas).
Nesse ambiente, surgiram cidades-estados, e depois, reinos e impérios. Como se era de se esperar de uma sociedade complexa como essa, desenvolveram-se um sistema jurídico amplo, representado principalmente pelos códigos:
 Conceito
Considera-se que o termo Direito vem do latim “Directum” do verbo “dirigere” do latim (dirigir, orientar, endireitar) em português, tendo como significando aquilo que é “recto”, “direito” ou “conforme à razão”. Porem, na didáctica define-se, o Direito sendo o ramo da ciência que estuda as regras gerais, abstractas e imperativas do relacionamento social, criadas pelo Estado e por este impostas, se necessário, de forma coerciva. 
Tendo como deveres e obrigações impõem-se à conduta de todas as pessoas no convívio familiar, na vida laboral e nas relações sociais em geral. A solução dos conflitos, com base no Direito e mediação do Estado, torna possível a vida em sociedade. (CUNHA; SILVA, SOARES, 2005:114) 
Assim, Direito não é somente o conjunto de normas gerais, abstractas obrigatórias e coercitivas (normas jurídicas) que regulam, ordenam ou disciplinam os aspectos mais relevantes da vida societária, mas é também o ramo da ciência que tem por objecto o estudo dessas normas. 
O Direito regula uma enorme e crescente gama de relações humanas e rege-se, em todo o mundo civilizado, por numerosos princípios e regras cuja validade é imposta e aceite como condição da própria sobrevivência social. Tal ordenamento compulsório estabeleceu-se em lenta e trabalhosa evolução, ao longo de séculos, como se verá em seguida, através de uma breve referência às suas matrizes históricas mais conhecidas, para uma melhor compreensão dos sistemas jurídicos vigentes na actualidade
Direito é a ordenação da convivência humana em sociedade através de normas jurídicas de acordo com a Justiça. 
Num sentido normativo, Direito é o conjunto ou sistema de normas e princípios jurídicos, é o ordenamento jurídico que regula a vida em sociedade e determina o seu modo de ser e de funcionar.
Historia do direito primitivo
Neste período considera-se que é o período onde o direito apresenta os costumes e as primeiras fontes escritas, manifestando-se através de usos e tradições nas épocas mais recuadas da civilização preparando o advento posterior do direito escrito. 
De acordo com os primórdios da Civilização, todo o direito estava expresso nos costumes, transmitindo-se de geração em geração, sobretudo, por via oral. Abordando que o Costume jurídico, enquadra-se numa primeira forma histórica de expressão do Direito, era igualmente a que prevalecia nas sociedades esclavagistas e feudal. 
Características gerais dos povos agrafos 
· São, por definição, direitos não escritos;
· Os esforços de formulação de regras jurídicas são bastante limitados, caracterizando mais uma compilação de casos concretos;
· As regras devem ser decoradas e passadas de pessoa para pessoa de forma mais clara possível;
· Cada comunidade tinha o seu próprio costume, uma vez que não mantinha contacto com outras comunidades, vivendo isolada, o que proporcionou uma diversidade de direitos;
· Cada comunidade vivia dos seus próprios recursos e do que produziam os seus membros pela caça, pesca, colheita de frutos selvagens ou naturais;
· São, em sua maior parte, caçadores colectores, considerados seminómades ou nómadas;
· O sistema de economia era fechado, eis que não havia o sistema de trocas com outros grupos.
· Não têm grande desenvolvimento tecnológico e apenas uma minoria tem agricultura.
· O homem vivia no temor constante dos poderes sobrenaturais. Por isso, havia um entrelaçamento entre o direito e a religião, não existindo distinção entre religião, moral e direito. A influência da religião sobre o direito manteve-se em numerosos sistemas jurídicos que se seguiram, a exemplo do direito muçulmano, hindu e canónico.
· Nos sistemas arcaicosde direito era justo que interessava para a manutenção da coesão do grupo social e não o respeito aos direitos individuais. 
A função de julgar não consistia em resolver um litígio segundo regras pré-estabelecidas, mas em tentar obter o acordo das partes por concessões recíprocas. 
 Com base nas obras lidos muitos autores entendem que nesse período da história não se podia falar em regras jurídicas ou em direito propriamente dito, uma vez que não se pode estudar a história do direito senão a partir da época em relação à qual remontam os mais antigos documentos escritos conservados. (Modulo de ISCED Introdução ao Direito)
Fontes dos direitos dos povos agrafos 
Fonte do direito é tudo aquilo que é utilizado como base para a feitura de regras ou códigos. Como fonte dos direitos dos povos sem escrita pode ser considerado, quase que exclusivamente, o costume, ou seja, a forma tradicional de viver em comunidade, cujas normas são estabelecidas de comum acordo pelos membros do grupo. Assim, o costume se torna a regra a ser seguida. 
A principal preocupação do homem em obedecer ao costume era decorrente da possibilidade de ele viver fora do seu grupo, isoladamente, podendo ser considerado fadado à morte. Essa obediência ao costume era assegurada pelo temor dos poderes sobrenaturais e pelo medo da opinião pública, principalmente o de ser desprezado pelo grupo. 
Penas que eram, normalmente, impostas para quem não respeitasse o costume do grupo: morte penas corporais banimento (ou seja, a exclusão do grupo social).
O direito e a origem da família privada. Com isso, há uma distinção entre terras comuns (uso de toda comunidade, como as florestas e pastos) e as parcelas cultivadas pelas famílias. 
 De acordo com o começo da distinção entre ricos e pobres, a apropriação do solo leva a desigualdades sociais e económicas, em razão de partilhas sucessórias, diferenças de fertilidade, acidente meteorológicos, entusiasmos no trabalho etc. 
 CASTRO (2007) consideram, que As desigualdades económicas implicam então em desigualdades sociais, o que faz surgir distintas classes sociais e uma hierarquização da sociedade. Com isso, o resultado é a formação das cidades, o adensamento populacional, a necessidade de fiscalização e de recenseamento, o aumento da troca de informações e o surgimento da escrita, quando a simples transferência oral de informações não é suficiente e há a necessidade de registrar os fatos. O surgimento das cidades, a invenção e domínio da escrita e o advento do comércio são os principais factores históricos responsáveis pela transição das formas arcaicas da sociedade para as primeiras civilizações da Antiguidade.
Historial do Direito na Grécia Antiga 
Perante à investigação relativa ao historial de direito na Grécia Antiga, importa salientar que não esta expresso de modo uniforme em todo o seu território, nas diferentes polis ou cidades, tendo, em comum, a mistura das regras jurídicas, essencialmente costumeiras, com fórmulas de conteúdo moral e teológico.
Com base as informações sobre o Direito Grego em períodos distantes. Fustel de Coulanges, realizou um feito digno de nota ao estudar as percepções jurídicas de romanos e gregos em tempos imemoriais. 
Do princípio põe-se em consideração que um direito é essencialmente consuetudinário, ritualistas, fundado no culto aos antepassados e desenvolvido no seio da própria família.
Os gregos desenvolveram a consciência da existência de uma lei eterna, imutável, a reger o homem indistintamente. Trata-se de ideia embrionária do que convencionamos chamar hoje de direito natural. Igualmente, é creditado aos gregos o mérito de terem contribuído para o florescimento de uma noção preliminar de constitucionalismo, especialmente em Atenas, onde os cidadãos, por serem mais politizados, acabavam possuindo uma experiência mais apurada da condução da vida pública. 
Deste sentido o "direito grego", não se pode perder de vista o facto de que inúmeras cidades ou estado helénicas eram regidas por um ordenamento jurídico próprio, uma vez que as mesmas gozavam de plena soberania. 
De acordo com o Aristóteles, na sua obra “Constituições Gregas”, reúne 158 constituições das distintas cidades, estados do antigo mundo grego. Seus autores são, além do legendário Licurgo (da antiga Esparta) e dos legisladores Dracon e Solon (de Atenas), figuras como Sócrates e Platão, Faleas (de Calcedónia), Fidón (de Corinto), Hipódamo (de Mileto), Charondas (de Catania), Zeleucos, etc. Na obra de Aristóteles da politica destacam o Onomácritos como o primeiro que adquiriu perícia e fama na legislação. 
Portanto, a história do direito da Grécia, está destacado das práticas jurídicas que foram observadas na Grécia Arcaica (800-500 a.C.), de seguida, a organização do direito na Grécia Clássica (séc. 500-400 a.C.). Segundo Roberto (sem ano) De forma mais detalhada, o período arcaico foram identificados dois mecanismos mais característicos de seu funcionamento: 
· Os ordálios estão patentes na presença de período mais primitivo da cultura grega, assim como em todos os povos de origem indo-europeia. Através dos ordálios, práticas nitidamente marcadas por uma visão mítica do mundo, o corpo do acusado é submetido a provas para testar sua inocência ou culpabilidade. Em geral, há um enfrentamento do acusado com alguns elementos da natureza. Como, por exemplo, o fogo e a água. 
· À vendeta, ou vingança privada, observa-se a sua ocorrência na Grécia Arcaica assim como, praticamente, em todas as culturas antigas da bacia do Mediterrâneo. Como a estrutura das sociedades primitivas se organiza em torno das relações de parentesco, é através dos clãs que se realiza a punição do dano causado. Demonstram a permanência destas práticas na cultura grega por longo 
Quanto ao período clássico, tem sido feita em torno da hipótese formulada por um grupo de helenistas franceses contemporâneos a "Escola de Paris", de Jean Pierre Vernant e Marcel Detienne. A hipótese apontava para as tragédias como testemunho fundamental da emergência. A maior contribuição do pensamento grego para o direito foi a formação de um corpo de ideias filosóficas e cosmológicas sobre a justiça, mais adequado para apelações nas assembleias populares do que para estabelecer normas jurídicas aplicáveis a situações gerais. As primitivas cosmologias gregas consideravam o indivíduo dentro da transcendental harmonia do universo, emanada da lei divina (logos) e expressa, em relação à vida diária, na lei (nomos) da cidade (polis).
O direito ateniense
O Ideal Democrático no Âmago da Lei Atenas foi, por certo, uma das mais importantes cidades da Antiguidade. Berço da erudição e do conhecimento, este centro cosmopolita alcançou notável desenvolvimento na Grécia Antiga.
Por suas ruas transitavam, diariamente, vários filósofos atraídos pela extremada valorização concedida ao saber. Não por acaso, aqui despontam, pela primeira vez na história da humanidade, os nítidos contornos dos ideais democráticos. 
Ademais, o profícuo comércio marítimo mantido com praticamente todos os povos do Mediterrâneo permitiu a ascensão de um estado pujante e potencialmente hegemónico. A natural inclinação do país à cultura, às letras e artes fez brotar uma aristocracia bem articulada politicamente, que se fazia imitada e ditava padrões de comportamento para o mundo antigo. Em virtude disso, o Direito Ateniense é, sem dúvida alguma, aquele mais bem servido de fontes dentre todas as cidades que pontilharam a imensa Hélade. 
O primeiro aspecto a chamar a atenção de qualquer interessado no estudo das leis da Grécia Antiga diz respeito ao sofisticadíssimo modelo de organização judiciária de Atenas, onde já havia tribunais com competências jurisdicionais completamente distintas. 
Assim, o Areópago, nas palavras de Jardé, era o mais antigo tribunal de Atenas: de acordo com a lenda, foi instituído pela deusa Atena, por ocasião do julgamento de Orestes. Suas atribuições primitivas, mal definidas, mas muito amplas, transformaram-no numa corte de justiça e num conselho político,que exercia intensa vigilância sobre toda a cidade e suas leis. Tinha Carácter aristocrático, porque era formado por antigos arcontes, que sempre eram escolhidos entre os cidadãos das duas classes mais altas, e, porque as funções de seus membros, os (areopagítes) eram vitalícias. 
Por essas mesmas razões é que foi particularmente visado pelas reformas dos democratas: em 462, Efialtes conseguiu tirar do Areópago todo o poder político, reduzindo as suas funções apenas às judiciárias. 
Com o tempo, até essas atribuições judiciárias foram-se restringindo com a criação e desenvolvimento de outros tribunais. 
No século IV, o Areópoago só conservava o julgamento dos casos de homicídios com premeditação, de incêndios e de envenenamento". 
Interessante notar que este famoso tribunal ateniense continuou desenvolvendo suas actividades, ainda que reduzidas, até o século I da Era Cristã, mesmo quando a Grécia, já em franco declínio, tinha inevitavelmente sucumbido ao poderio romano e as suas cidades haviam perdido todo o seu antigo esplendor. 
Tem-se notícia, inclusive, de que o apóstolo Paulo, em dado momento, fora intimado a prestar esclarecimentos às autoridades locais sobre a doutrina religiosa que pregava, a qual, segundo consta, estaria causando certos tumultos entre os cidadãos. 
A mais democrática corte de Atenas, porém, foi aquela conhecida por Heliaia ou Tribunal dos Heliastas, um "júri popular composto de até 6.000 cidadãos, escolhidos por sorte, entre os que tivessem mais de trinta anos e se colocassem à disposição da cidade para exercer importantes funções. 
Além disso, de acordo com S. C. Tode, é possível falar da existência de pelo menos mais duas cortes na cidade de Atenas, que teriam funcionado até a metade do século IV a.C. Trata-se de um tribunal específico par apreciar causas em que pelo menos uma das partes era estrangeira o Xenicon Dikasterion e também uma espécie de tribunal marítimo o Nautodikai. É certo, pois, que a transposição dos costumes para um direito escrito facilitou a consolidação das instituições democráticas de Atenas. Sob este prisma, o legado da cidade ao direito público de ser mensurado. 
Ora, o poder na sociedade ateniense, pelo menos até o final do século VIII a.C., como bem observou Claude Moussé 8, era partilhado entre uma aristocracia guerreira (que possuía o monopólio da terra) e os sacerdotes (os quais, não obstante o eventual controle de todos os assuntos relacionados à religião, também cuidavam de distribuir a justiça e aplicar o direito). 
Destarte, quando a oralidade é abandonada e as leis passam a ser registradas em pedra, as comunidades ganham automática estabilidade e, naturalmente, se afastam da prática de julgamentos arbitrários e de decisões inconsistentes.
Quando os atenienses aprimoram seu ordenamento jurídico, definindo as condições para a validade das leis e o rechaço ao direito ancestral de carácter consuetudinário: "As autoridades não têm permissão para usar uma lei não escrita, em caso algum. Nenhum decreto do Conselho ou da assembleia deve prevalecer sobre uma lei. Não é permitido fazer uma lei para um indivíduo se ela não se estender a todos os cidadãos atenienses e se não for votada por seis mil pessoas, por voto secreto". 
As leis de Atenas, agora escritas, revelam a preocupação dos governantes com a conservação da cidade e o bem-estar de seus cidadãos. O elemento público, pois, se torna primordial, o tema central de muitas dessas regras. É o que se pode notar a partir da leitura da regra relativa à limpeza (cerca de 440-439 a.C.) que se segue: "...não é permitido autorizar que apodreçam no rio Ilissos acima do templo de Heracles; ninguém tem permissão para curtir peles ou jogar lixo no rio.
O Direito Espartano: O Militarismo na Constituição de Licurgo 
Esparta desenvolveu-se às margens do rio Orontes, nas terras da Lacônia. Sua história começa a ser contada a partir da invasão de um povo de origem germânica, os dórios. Estes subjugam os seus vizinhos. Inicia-se aqui a saga de uma das mais belicosas e militaristas que o mundo já conheceu. O homem espartano, desde os sete anos de idade, ingressava no período de treinamento das forças armadas. Na juventude já era um exímio e perigoso guerreiro. (Modulo de ISCED, Historia de Direito)
As leis da cidade autorizava o rechaçam paterno às crianças portadoras de deficiências. O pai poderia também lançar o bebé de qualquer penhasco se imaginasse que a compleição física do mesmo fosse um eventual empecilho à carreira militar. 
Os espartanos eram mestres no cultivo das tradições cívicas e amavam com fervor a sua pátria. Dedicavam-se até à morte no combate e tinham repugnância dos covardes e desertores. Eram xenófobos por excelência, pois se julgavam "iguais entre si", mas "superiores a qualquer outro povo da Hélade". Usavam uma longa cabeleira e bem forjados apetrechos de guerra. Uma longa capa vermelha tocava-lhes o calcanhar. Um escudo e um elmo que protegia, além da cabeça, também os maxilares, traziam pavor aos adversários. 
A coragem espartana foi imprescindível à manutenção da cultura grega. Entre os anos de 500 e 449 a.C. Esparta alia-se a Atenas, a fim de refrear a fúria do invasor nas chamadas "Guerras Médicas". Os soldados comandados pelo legendário Leônidas lutaram com ânimo redobrado contra os persas. Em 431 a.C. eclode o conflito contra Atenas. A guerra só terminaria em 404 a.C. com a vitória de uma enfraquecida e desgastada Esparta. 
Quanto ao sistema político, Esparta tinha dois reis que provinham de duas importantes famílias aristocráticas locais: a dos Ágidas e a dos Euripôntidas. Estes, apesar de serem "reis" não possuíam irrestrita autonomia no campo da política interna e, nem tampouco, da externa. 
Encontravam-se eternamente resignados a vontade superior dos aristocratas que compunham a Assembleia do Povo, chamada em Esparta de Apella ou o Conselho de Anciãos, a Gerúsia, composto apenas por vinte e oito gerontes com idade igual ou superior a sessenta anos e por dois reis. Portanto, estes dois monarcas mais se assemelhavam a chefes militares do que propriamente a monarcas. (ALBERGARIA, 2012)
Todavia, não tem sido possível conhecer o Direito Espartano da mesma forma que o direito de sua maior rival, Atenas. O maior desafio é a inexistência de fontes directas, o que nos leva a buscar aquelas informações prestadas por filósofos da estirpe de Aristóteles, Xenofonte, Plutarco, Tucídides, Heródoto e Políbios. Vale dizer que o próprio Corpus Iuris Civilis, de Justiniano, já atentava para essa realidade ao ressaltar que os espartanos, ao contrário dos atenienses e romanos, preferiam "confiar à memória aquilo que observavam como lei. 
Na opinião de Aristóteles, o Direito Espartano sofreu alguma influência do Direito Cretense, apesar de não explicar as motivações que o levaram a chegar a tais conclusões. 
Segundo Werner Jaeger, autor da célebre Paidéia, "esta pretensa legislação é o contrário do que os gregos costumavam entender por legislação”. 
Não é uma compilação de leis particularizadas, civis e públicas, mas sim os nomos, no sentido original da palavra: uma tradição oral válida, da qual apenas algumas leis fundamentais e solenes as rhetra que foram fixadas por escrito. Entre estas estão as que se relacionam com as atribuições das assembleias populares, mencionadas por Plutarco. 
As fontes antigas não consideram esta faceta como resíduo de um estágio primitivo. Pelo contrário, e em oposição à mania legisladora da democracia do séc. IV, têm-na como obra da sabedoria previdente de Licurgo, o qual, como Sócrates e Platão, dava maior importância à força da educação e à formação da consciência de seus cidadãos do que às escritas. Com efeito, quanto maior importância se concede à educação e à tradição oral, menor é a coação mecânica e externa da lei sobre os detalhes da vida. 
Características do direito grego
· Os gregos não elaboraram tratados sobre o direito, mas apenas legislaram (criaram leis) e administraram a aplicação da justiça (direito processual).
· O direito era laico;não havia uma classe de juristas.
· Havia muitas diferenças de classes.
· Nos tribunais era preciso provar o direito (a lei, o costume) além dos fatos.
· Era excedente mente retórico, mas o advogado como o conhecemos hoje ainda não existia, mas havia muitos redactores jurídicos, conhecidos como logógrafos.
· Inexistia órgão público de acusação – quando um podia denunciar os crimes públicos.
· A lei começou a ser escrita e usada como instrumento de poder.
· Surgiram inovações em termos de processo (direito processual).
· O grego preferia falar a escrever. 
Contribuições do direito grego para o direito moderno: 
· Regulamentação da propriedade privada;
· Criação de alguns tipos básicos de contratos;
· Criaram a democracia;
· Valorização do direito público;
· Rigidez das penas no direito penal;
· Criação de figuras jurídicas como a hipoteca;
Atenas se tornou um paradigma do direito grego, principalmente por ter sido um pais da democracia que se desenvolveu o direito atingindo uma forma mais aperfeiçoada quanto à legislação e processo. 
Em Esparta nasceu a ideia dos “Três Poderes” constitucionais:
· O Eforato Supremo Tribunal;
· O Conselho de Anciãos Senado;
· Apela – Assembleia dos Cidadãos.
Direito Romano
De acordo com Cunha (2005), No século V, os povos germânicos invadiram o Império Romano do Ocidente, estabelecendo aí uma série de reinos e em 476 d.C. Roma caiu. Cada uma das tribos germânicas conservava seu próprio Direito, baseado em costumes imemoriais, transmitidos oralmente, de carácter bastante primitivo. Cada tribo germânica tinha seus próprios costumes, sendo assim, o direito de cada reino era diferente.
Corpo do Direito Civil
A burocracia e a organização administrativa e financeira dos povos nascentes receberam sua estrutura básica do Império Romano que se extinguira. Porém, foi com os romanos que eles aprenderam que o Direito pode ser também uma criação do poder do Estado e uma tradição cultural. De acordo com o fim do Império, a Igreja Romana surgiu como eficaz substituto de sua administração, autoridade, cultura e jurisdição, assumindo, antigas funções das autoridades seculares, como as de documentação. A organização pedagógica e escolar da Antiguidade continuou moldando o ensino, mesmo após as invasões, baseada no estudo do trívio: gramática, dialéctica e retórica.
Por volta de 1100, o Ocidente redescobriu o Corpo do Direito Civil e o Direito Romano foi gradativamente se tornando base da ciência jurídica em toda a Europa, somado a elementos de Direito Canónico  (igreja), formou um Direito Comum para todo o Ocidente que, por esse motivo, recebeu o nome de Ius Commune. Ao lado do Direito Comum, existia o Ius Proprium, constituído basicamente por costumes germânicos.
Os criadores da civilização romana, cujo espírito prático, senso da realidade e tendência para o individualismo se equilibravam com um raro discernimento da conveniência e da necessidade política, edificaram o mais grandioso e perfeito sistema jurídico da idade antiga, que sobrevive num sem-número de concepções, instituições e princípios vigentes no mundo contemporâneo. O direito romano influiu poderosamente sobre a ordem jurídica ocidental e constituiu um dos principais elementos da civilização moderna. 
O direito romano é o complexo de normas e princípios jurídicos vigentes em Roma, desde a sua fundação (lendária, no século VIII a.C.) até à codificação de Justiniano, falecido no ano 565 (século V I d.C.). A evolução Nos treze séculos da história romana, do século VIII a.C. ao século VI d.C., assistimos, naturalmente, a uma mudança contínua no carácter do direito, de acordo com a evolução da civilização romana, com as alterações políticas, económicas e sociais, que a caracterizavam. Tal divisão pode basear-se nas mudanças da organização política do Estado Romano, distinguindo-se, então, a época régia (fundação de Roma no século VIII a.C. até a expulsão dos reis em 510 a.C.), a época republicana (até 27 a.C.), o principado até Diocleciano (que iniciou seu reinado em 284 d.C.), e a monarquia absoluta, por este último iniciada e que vai até o fim do período por nós estudado, isto é, até Justiniano (falecido em 565 d.C).
O direito do período pós-clássico 
O último período, o pós-clássico, é a época da decadência em quase todos os sectores. Assim, também no campo do direito. Vivia-se do legado dos clássicos, que, porém, teve de sofrer uma vulgarização para poder ser utilizado na nova situação caracterizada pelo rebaixamento de nível em todos os campos. 
Nesse período, pela ausência do génio criativo, sentiu-se a necessidade da fixação definitiva das regras vigentes, por meio de uma codificação que os romanos em princípio desprezavam. Não é por acaso que, excepto aquela codificação das XII Tábuas do século V a.C., nenhuma outra foi empreendida pelos romanos até o período decadente da era pós-clássica. 
Em suma: O Código Justiniano (colecção das leis imperiais vigentes na época), o Digesto (selecção das obras dos jurisconsultos clássicos), as Instituas (manual de direito destinado aos estudantes) e as Nove las (as novas leis publica das após a publicação do Código Justiniano) são as quatro grandes obras justinianas e formam o Corpus Juris Civilis.
Conclusão
Depois de se ter feito o trabalho, que teve como tema História do Direito na Antiguidade Clássica. Constatamos A história do direito é de suma importância para o estudo da ciência jurídica, pois, visa compreender o processo de evolução e constante transformação das civilizações humanas no decorrer da história dos diversos povos e consequentemente das diversas culturas, do ponto de vista jurídico, sendo assim o direito a ciência do conviver.
A pré-história do direito é um longo caminho de evolução jurídica que povos percorreram e, apesar de podermos supor que foi uma estrada bastante rica, temos a dificuldade, pela falta de escrita, de ter acesso a ela. Povos sem escrita ou agrafos não têm um tempo determinado. Podem ser os homens da caverna de 3000 a.C. ou índios brasileiros até a chegada de Cabral, ou até mesmo as tribos da floresta Amazónica que ainda hoje não entraram em contacto com o homem branco. As características gerais dos direitos dos povos agrafos são: abstractos, numerosos, relativamente diversificados e impregnados de religiosidade
Referencia Bibliográfica
ALBERGARIA, Bruno.  Histórias do Direito: evolução das leis, fatos e pensamentos. São Paulo: Atlas, 2ª edição, 2012
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