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Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Fundamentos Sociais e Históricos do Direito Unidade Nº 1 - Panorama Geral Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Autoria: Bruna Kitéria Moreira Paiva Revisão Técnica: Cauê Hagio Nogueira de Lima Introdução Após certo período renegado das grades curriculares da educação brasileira, o estudo da história do Direito voltou a ganhar seu espaço nos tempos recentes. Ao visarmos o fortalecimento do Estado Democrático de Direito, esta investigação histórica se torna potente mecanismo no entendimento das decisões jurídicas atuais e dos rumos que o Direito moderno está tomando; dessa forma, ganhando cada vez mais força na atualidade. A história do direito não pressupõe historicidade propriamente evolutiva, ora podendo figurar em um vale, ora em um prisma. Assim, o passar dos anos nem sempre vão significar evolução histórica para o Direito. Não existe direito permanente, o que nos leva a entender que o Direito muda conforme o seu povo, os costumes da sociedade, as crenças que nela circulam, bem como a estrutura histórica que a edifica. Por isso nos é tão importante estudar os Fundamentos Sociais e Histórico do Direito, construindo uma visão além do óbvio. Nas sociedades mais arcaicas, o poder estava concentrado nas instituições domésticas. Fundadas no princípio do parentesco - princípio este que se baseava em um poder instituído por uma divindade e laços sanguíneos - todas as estruturas sociais, políticas e familiares tinham em seu cerne o poder instituído por uma divindade ou adquirido por vínculo sanguíneo. Vemos então que a história serve para mostrar que as coisas nem sempre foram como são hoje; que toda mudança precede de algum lugar, sendo fruto de um embate ou de um povo, ou até mesmo produção de um saber de cada época. Embora esse material inaugure com o estudo do direito antigo, passando pelo medieval, o foco dos nossos estudos deve ser o Direito Brasileiro. Ainda que o Brasil possua um povo jovem, de cultura jurídica bastante recente e ainda em formação se comparada a outras democracias, é importante não ignorar nossa origem institucional, respeitando o nosso próprio tempo de crescimento. É importante também entender tais processos para que seja possível avançar e compreender a cultura jurídica do nosso país. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Bons estudos! 1. Panorama geral Conforme estipulado, iniciaremos nossos estudos com o Direito Arcaico e Direito Antigo. Falaremos, brevemente, do direito primitivo, que deriva dos primórdios da humanidade, onde se deu início às fundações do Direito. Após, a sociedade humana passa a ter bases mais complexas com o surgimento das principais civilizações antigas: Impérios Orientais (Mesopotâmia e antigo Egito), Grécia Antiga e Roma. Trataremos, então, do estudo do Direito Medieval e Moderno. Ao final, concluiremos com a história do Direito Brasileiro. Iremos estudar de maneira aprofundada cada um desses períodos que figuram na historicidade do direito e suas intercorrências até chegarmos nos dias atuais. 2. Direito arcaico: a formação do Direito Primitivo (até 4.000 a.C.) A história da humanidade, como civilização socialmente organizada, está intimamente ligada à história do Direito. Por isso, é importante que prestemos atenção para a forma como o Direito se estruturou no tempo, mesmo antes da invenção da escrita. O surgimento do Direito, como forma de controle social e legitimação da vontade geral, é, sob determinado prisma, associado à necessidade de impedir a desordem e o caos, buscando o bem comum e se aproximando cada vez mais da justiça. Já outros pensadores jurídicos, de viés crítico, apontam que este controle visa conservar determinadas estruturas sociais, mantendo relações entre indivíduos que sejam favoráveis a determinados projetos de poder. Quando o homem deixa de ser nômade e começa a fixar-se em territórios, descobrindo a agricultura e a pecuária, torna-se sedentário e começam a surgir, assim, as primeiras comunidades humanas. Como decorrência direta dessa nova vida em sociedade, principiam diversos conflitos entre seus integrantes, irrompendo a necessidade do Estado de intervir e de impor mecanismos de controle social. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Nesse momento, o ser humano, mesmo que de maneira primitiva, desenvolveu regras de convívio em comunidade, regrando a conduta social dos seus integrantes. É provável que as primeiras regras em sociedade tenham sido, segundo alguns antropólogos, de viés moral e ético, como a proibição do incesto, o homicídio e o roubo; então, logo depois aquelas relativas à divisão do trabalho. Cumpre apontar que o sistema jurídico de cada povo, considerando a sua localização na linha histórica temporal da humanidade, pode ser utilizado para atestar o seu grau de evolução e complexidade, tanto antropologicamente como socialmente. Falar de um direito primitivo, portanto, implica considerar a existência de certa ordem social e política dentro de determinados grupos que, até então, não possuíam o conhecimento da escrita. Nessas sociedades, as leis eram expressões da vontade divina, reveladas por meio dos sacerdotes. Em tempos que não existiam leis e códigos escritos, o direito primitivo era transmitido por meio da fala, símbolos, gestos solenes, palavras sagradas e força de rituais. Nesse período, é possível observar três estágios de evolução: 1) O direito que provém dos deuses; 2) O direito confundido com os costumes; 3) O direito identificado com a lei (não se trata, ainda, de direito escrito, mas um conjunto de práticas e costumes reiterados durante um período e publicamente aceitos). Sedentarismo + Crescimento demográfico = aumento de crises e conflitos sociais. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Em consequência da predominância da oralidade nessas sociedades, vigorava entre eles um sistema jurídico consuetudinário: as regras e sanções eram fundamentadas em crenças e tradições que, por sua vez, eram manifestadas por meio de ritualismos. Por ser resultado de veneração e respeito a seres divinos, assegurados por sanções sobrenaturais, dificilmente o homem primitivo questionaria a sua validade. 2.1. Características e fontes do direito arcaico Primeiramente, o direito arcaico não era formal, pois os povos não conheciam a escrita. As regras e sanções eram conservadas por meio das tradições e costumes: o direito arcaico se caracterizava por ter um sistema primitivo consuetudinário. Em segundo lugar, cada comunidade primitiva possuía seu próprio direito, que era único. Cada organização social tinha suas próprias regras e viviam com autonomia, tendo contato com outros povos apenas em situações de conflitos territoriais. Um terceiro fator característico desse período é a multiplicidade dos direitos não escritos. Trata-se da diversidade de regras diante de várias comunidades existentes, cada qual com leis e sanções específicas para cada um dos seus costumes e crenças. Finalmente, talvez a mais importante característica desse período primitivo seja a influência da prática religiosa sobre a sociedade e sobre as leis. O direito estava integralmente subordinado às crenças dos antepassados, ao ritualismo simbólico e à força das divindades. Era praticamente impossível distinguir o preceito sobrenatural do preceito de natureza jurídica. Desta sorte, as fontes jurídicas não eram muitas, resumindo-se aos costumes, mandamentos verbais e decisões por tradição. Os costumes são a fonte mais importante e antiga do direito, manifestada por atos cotidianos e habituais dos integrantes de certa comunidade. Em relaçãoao direito arcaico, a religião é determinante para a conservação dos costumes, uma vez que o receio de sofrer sanções sobrenaturais garante o cumprimento das regras. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Os mandamentos verbais são proferidos por chefes de tribos ou clãs, e são respeitados em razão do prestígio que essas autoridades impõem por meio do poder e do conhecimento. Por fim, as decisões reiteradas dos chefes das tribos ou anciões das comunidades para resolver conflitos criam “precedentes” para a resolução de futuros litígios semelhantes. Além das decisões por tradição, também cumpre mencionar as regras propagadas por meio de “provérbios”. 2.2. Direito antigo O início da antiguidade representa o fim da pré-história e é marcado pelo surgimento da escrita (por volta de 4.000 a.C.) e de importantes civilizações. Entre as principais, que importam para o nosso estudo de história do Direito, estão as civilizações orientais da Mesopotâmia e antigo Egito; Grécia Antiga e Império Romano. Iremos estudar, neste capítulo, as formas de manifestação do direito nestas sociedades e as instituições encarregadas da sua aplicação. 2.3. Impérios orientais: Mesopotâmia e Egito Antigo A Mesopotâmia e o antigo Egito se destacam como sociedades com certa evolução econômica e comercial, tanto pela utilização do solo para plantio, quanto pelo emprego da navegação como meio de transporte de mercadorias. Em razão do seu caráter urbano e comercial, desenvolveram um grau de complexidade que exigiu um direito escrito em contraposição àquele mantido apenas pelos costumes ou tradição. Cumpre ressaltar, contudo, que apesar do avanço em relação à formalização das leis por meio da escrita, as normas de direito na Mesopotâmia e no Egito se justificavam na revelação divina, da mesma forma como ocorria nas sociedades arcaicas que as antecederam. O uso da expressão “código” para descrever as normas de direito escrito existentes na Mesopotâmia encontra respaldo apenas na tradição; não há qualquer relação com os códigos modernos (documento sistematizado, com princípios, conceitos, institutos etc). A Mesopotâmia foi responsável pela promulgação de diversos “códigos” durante a sua história. Entre alguns, podemos citar o Código de Ur-Nammu, Código Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral de Lipit-Ishtar e o Código de Esnunna. Mas, talvez, o mais relevante e mais conhecido seja o Código de Hammurabi. O Código de Hammurabi, promulgado por volta de 1.694 a.C., representa uma das principais fontes históricas de estudo da antiga Mesopotâmia. Composto por 282 artigos, ele detalha aspectos importantes da sociedade babilônica, desde penas para diversos crimes até especificidades do direito de família, tais como institutos da adoção e da sucessão. Dentro do direito privado, a obra de Hammurabi preceitua diversas modalidades de contratos e negócios jurídicos, tais como arrendamento, responsabilidade civil, empréstimo a juros e sociedades de comerciantes. Figura 1 - Imagem do Código de Hammurabi. Fonte: Estudo Prático. Você quer ver? Veja a grandiosidade do Código de Hamurabi no Museu do Louvre (Paris, França) https://youtu.be/DGNnpVu1QVg Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Diferentemente do que ocorreu com a Mesopotâmia, não chegou ao conhecimento da modernidade nenhum texto legal do antigo Egito. Há, contudo, excertos de contratos, testamentos e atos administrativos, além de inúmeras referências às normas jurídicas em textos sagrados e literatura da época. No estudo da história do direito durante o Egito antigo, talvez a contribuição mais interessante seja a representação da deusa maat, que simbolizava o princípio da justiça. O faraó, que acreditavam ser uma personificação divina, tinha o dever de velar pela aplicação do princípio da justiça da deusa maat, que era o símbolo da paz, da solidariedade social e do equilíbrio de todas as coisas. A jurisdição, na aplicação do direito, era exercida pelo faraó, que poderia delegar a função de decidir para funcionários. Esse funcionário, em regra, era o vizir, que também era sacerdote da deusa maat. Figura 2 - ilustração da deusa maat. Fonte: Nova Acrópole. 2.3. Grécia Antiga A história e as fontes do direito grego não são muito conhecidas pelo homem moderno por dois motivos: primeiro, a recusa da sociedade grega em aceitar a profissionalização do direito e da figura do advogado; segundo, os gregos preferiam falar a escrever. A recusa dos gregos em profissionalizar o direito se traduz na ausência da figura de juízes, promotores e advogados. Em Atenas, existia um tribunal popular, chamado heliaia, que julgava todas as causas, tanto públicas como privadas. Os membros da heliaia eram cidadãos comuns, responsáveis pelas decisões. A Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral acusação e a defesa eram feitas pelos próprios litigantes, que deveriam persuadir o júri a seu favor por meio da retórica da persuasão. A única ajuda que recebiam era dos logógrafos, personalidades com considerável conhecimento das leis e do processo, tais como banqueiros, políticos, entre outros. Esses logógrafos eram responsáveis por escrever para seus clientes um discurso que este último deveria apresentar como se fosse de sua autoria. Outros institutos importantes presentes no direito processual grego são a arbitragem e a mediação como alternativas ao processo judicial normal. Apesar da existência da escrita no século VIII a.C., que permitiu a codificação de leis e a sua divulgação através de inscrições nos muros das cidades gregas, os gregos tinham predileção pela oralidade, o que é demonstrado pela prática da retórica nas heliaia. Talvez o motivo seja a inexistência de materiais duráveis onde pudessem escrever. O desenvolvimento da escrita em material durável ocorreu paralelamente à evolução da sociedade e do direito grego. Em relação ao direito codificado, é possível verificar leis gregas em diversas áreas. No direito penal, os gregos já diferenciavam o homicídio entre voluntário, involuntário e em legítima defesa, como é demonstrado pela lei de Drácon (620 a.C), que vigorou aproximadamente até IV a.C. Ainda na categoria de crimes, haviam as leis de Zaleuco, que fixava as sanções para determinadas ofensas; as leis de Carondas, que também estabeleciam penalidades para diversos crimes; e as leis de Sólon, que previam multa para estupro, sanções específicas para roubo, e penalidades para difamação e calúnia. No direito de família, haviam leis sobre casamento, sucessão, adoção, escravos, cidadania, legitimidade de filhos, herança, etc. Também haviam leis públicas que regulavam as atividades religiosas, a economia, aluguéis, vendas, dívidas, direitos e deveres políticos dos cidadãos, entre outros assuntos. Como é possível notar, os gregos influenciaram grandemente algumas das nossas práticas jurídicas modernas: o conceito de júri popular, a figura do advogado na forma primitiva do logógrafo, os institutos da mediação e da arbitragem, a gradação da pena de acordo com a gravidade da ofensa e, finalmente, a retórica e a eloquência forense. 2.4. Império Romano Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral A história do Direito romano vai desde a sua fundação, em 753 a.C., até a morte do imperador Justiniano, em 585 d.C. Durante todo esse período, o direito romano passou por constante evolução até constituir-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos da humanidade. A história jurídico-política do Império Romano corresponde à seguinte ordem cronológica: 1) Período da Realeza (753 a.C. a 510 a.C.); 2) Período da República (510 a.C. até 27 a.C.); 3) Período do Principiado (de 27 a.C.a 285 d.C.); 4) Período do Baixo Império (de 285 a.C. até 585 d.C.). Na fase da Realeza, Roma foi governada por um total de sete reis, durante um período de aproximadamente 250 anos. As instituições político-jurídicas se vinculavam à existência de um Estado Teocrático, com a figura do rei exercendo múltiplas funções: era, ao mesmo tempo, magistrado, chefe político, religioso e militar. Durante esse período, o Direito era essencialmente costumeiro, e a jurisprudência era monopolizada pelos pontífices. Após a abolição da realeza em Roma, foi implantada a República. Durante esse período, as fontes do direito são o costume, a lei, o plebiscito, a interpretação das jurisprudências e os editos dos magistrados. Os magistrados patrícios julgavam segundo costumes que apenas eles conheciam. A insegurança jurídica vivida pelos plebeus levou-os a exigir a elaboração das leis escritas. Como resultado, foi elaborada a Lei das XII Tábuas, cuja importância para o direito moderno é inegável, sendo até hoje considerada como fonte do direito público e privado. A Lei das XII Tábuas já protegia a propriedade, punindo quem contra ela atentasse. Ao lado do conceito de propriedade, também surgiram conceitos de condomínio, teorias sobre a posse, poder de fato, o conceito de pessoa jurídica. No campo do direito das obrigações, os romanos substituíram a punição pessoal e corporal pela patrimonial. O Principado é conhecido por ser um período de transição entre a República e o Baixo Império. A autoridade política e militar do imperador é Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral máxima, e o seu poder é compartilhado com o Senado. Por isso, o poder judiciário também é partilhado entre o príncipe e o Senado. Em relação às fontes do direito, o costume continua tendo papel relevante; as leis, em especial as leges datae, que correspondem aos regulamentos administrativos do nosso direito atual, adquirem maior importância. Em contrapartida, os editos dos magistrados perdem relevância. Ganham destaque as constituições imperiais (medidas de ordem legislativa promulgadas pelo imperador) e as respostas dos jurisconsultos, que eram pareceres jurídicos feitos por quem fixa o direito. Durante o Baixo Império, as constituições imperiais (leges) são a única fonte do direito romano. Nesse período surgem as codificações (ou compilações), sob o governo de Justiniano que também é o responsável pela produção do maior legado deixado pela civilização romana: o Corpus Juris Civilis. O Corpus Juris Civilis é uma obra que condensa, em um só corpo, todos os textos de lei de todos os períodos do Império Romano, e constitui a origem de todos os principais institutos jurídicos ocidentais dos dias atuais. 3. Direito Medieval e Moderno A queda do Império Romano e as invasões bárbaras não extinguiram o direito até então vigente na Europa Ocidental, sendo possível observar o predomínio da influência romana em diversas regiões do antigo Império durante algum tempo. No entanto, sem o domínio do Imperador, cada povo passou a viver de acordo com as suas próprias leis, dando origem a um princípio até hoje utilizado no direito, denominado “princípio da personalidade”, o qual preleciona que o indivíduo vive segundo as regras jurídicas de seu local de nascimento, não importando o local onde se encontre. Com o poder descentralizado, teve início a era do Feudalismo, um modelo de organização político e social centralizado na propriedade da terra, em que o senhor feudal cedia parte de sua propriedade ao vassalo (servo) em troca de serviços. Tal sistema perdurou por séculos e é uma das características mais marcantes da Idade Média. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Figura 3 - Camponeses trabalham na propriedade de um senhor feudal. Fonte: Sobre História Assim, a Europa Ocidental se transformou em um conjunto de pequenas propriedades (feudos) que se autossustentavam economicamente e eram comandadas por nobres que, embora sujeitos a um rei, possuíam exércitos próprios. 3.1. Direito Medieval: Características e Fontes do Direito Ainda que o rei ocupasse o topo da hierarquia medieval, a forma como o território era dividido à época e a fragilidade política dos reinos recém-criados impediam que sua vontade fosse determinante para os senhores feudais, que acabavam por exercer, dentro de seus feudos, todas as funções de poder, inclusive legislativa e judicial. Assim, o direito se torna resumido às relações vassalo-suserano, ou seja, cada feudo era dirigido de acordo com a vontade do senhor em relação aos seus servos. O costume, que é o conjunto de práticas reiteradas durante um longo período, se torna a fonte do direito feudal. Ao contrário do direito romano, os escritos jurídicos são praticamente inexistentes nos séculos X e XI, inclusive os contratos, salvo aqueles advindos das relações que a Igreja Católica considerava importante registrar. As instituições religiosas, inclusive, eram as detentoras do acesso à leitura e escrita. O povo, em sua esmagadora maioria, não sabia ler nem escrever. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Assim, a codificação do direito, marca do direito romano, se tornou desprezada, dando início a uma era de julgamentos baseados em crendices religiosas e superstições, as quais supostamente revelavam a vontade divina. 3.1.1. Direito medieval feudal Na sociedade medieval prevaleciam as relações baseadas no controle da terra. Os homens se dividiam entre os que se dedicavam à atividade religiosa (clérigos); cavaleiros e senhores, que lutavam nas guerras; e servos, que trabalhavam nas propriedades. As relações de direito também estavam ligadas à terra, havendo dois sistemas de relações: um relacionado à própria relação do senhor com a terra e outro relacionado a relação do suserano com seus servos. Esses dois sistemas, senhorial e feudal, se desenvolvem paralelamente, em ritmos distintos, pois o direito referente à propriedade interessava mais a quem detinha poder, sendo, portanto, alvo de maiores cobranças por segurança jurídica. Têm-se o início da divisão entre regras gerais e regras particulares. As primeiras, representadas pela atividade legislativa e as segundas, pelos casos concretos. As regras gerais eram produzidas em conselhos e cortes, após discussões e barganhas entre os vários interessados. Após diversas crises no sistema político, ocasionado pela ascensão social de senhores feudais inferiores e pela crescente expansão da jurisdição da igreja, o direito feudal passou também a ser positivado, ou seja, escrito e publicado. Alguns exemplos são os Usos de Barcelona (1068), a Carta de Pisa (1142) e os Libri Feudorum de Milão (1095-1130). 3.1.2. Direito canônico Durante a Idade Média, o direito canônico foi o único direito escrito e universal. A interpretação privativa do Papa dava às interpretações católicas uniformidade e unidade. Tal direito eclesiástico foi aos poucos substituindo a jurisprudência romana, embora alguns de seus preceitos ainda mantivessem influência, quando não conflitantes com os decretos da Igreja. Esses decretos ficaram conhecidos como ius divinum (direito divino), que são um conjunto de regras legais teoricamente inspiradas no Antigo e no Novo Testamento, bem como em escritos de mestres da igreja. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral O direito canônico possui grande relevância na história do Direito, por sua influência no contexto das instituições, assim como na cultura jurídica. Conforme pontuado por José Reinaldo de Lima Lopes: (...) é dele que parte a reorganização completa da vida jurídica europeia, e as cortes, tribunais e jurisdições leigas, civis, seculares, principescas, serão mais cedo ou mais tarde influenciadaspelo direito canônico (LOPES, 2011). Dessa forma, por meio da Igreja Católica, o direito positivado se tornou intrinsecamente ligado a valores sobrenaturais e espirituais, sendo legitimado principalmente pelo argumento da inspiração divina e acabou por se resumir aos tribunais eclesiásticos. Você quer ver? O professor de Direito da Universidade Católica de Brasília Paulo Bosco de Souza fala sobre o Direito Canônico em entrevista produzida pela TV Justiça. Acesse em: <https://youtu.be/LN1Tg0ub6hk/>. 3.1.3. Principais características do Direito Medieval De modo geral, segundo Lopes, podem ser destacadas as seguintes características do Direito Medieval: Pluralismo de jurisdições – caracterizada pelo fato de que nenhum grupo controlava todos os aspectos da vida civil. Rejeição da legislação pelo desuso que se caracteriza pela não aplicação de leis antigas por sua não correspondência à realidade. Ideologia do direito natural também chamada de jusnaturalismo, para controle de leis abusivas, que prelecionava existirem leis divinas e da natureza que incorporam ao homem direitos, desde o seu nascimento, formando uma ideia de justiça universal. Costume como fonte de direito – consubstanciado especialmente no fato de cada feudo possuir uma realidade própria; https://youtu.be/LN1Tg0ub6hk/ Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Busca pelo bem comum, o qual impedia que interesses exclusivamente particulares justificassem decisões relativas a qualquer grupo. 3.1.4. A Inquisição Nos séculos XII e XIII, no período conhecido como Baixa Idade Média, o poder da Igreja atingiu seu auge, pois o Estado era completamente influenciado pelo poder eclesiástico, inclusive para a ascensão de reis ao trono. Era a Igreja quem os consagrava e ditava os limites de seu poder. Foi nesse período que teve início a fase da Inquisição, sob a justificativa de evitar qualquer forma de oposição aos dogmas da Igreja Católica, o que era chamado de heresia. A expressão “heresia” compreendia toda atividade contrária ao que tinha sido pactuado pela Igreja como matéria de fé. Assim, inúmeros grupos minoritários da sociedade, como os mouros e os judeus, foram considerados hereges, além dos acusados de praticar bruxaria. A Inquisição, também chamada Inquisição Medieval, manifestava-se através da identificação, processamento, julgamento e condenação de pessoas suspeitas de heresia. Tal atividade era exercida por membros do clero da igreja, que se dividiam entre Tribunais Eclesiásticos e Tribunais Seculares. A prática da tortura era comum em tais tribunais e visava obter a confissão do acusado. Essa prática também era utilizada como forma de repressão àqueles que se opunham ao poder da Igreja, que, quando se via ameaçada por alguma ideia ou dogma diferente, transformava o ato em crime religioso, a fim de poder processar, julgar e condenar o transgressor em seus próprios tribunais. A Inquisição perdurou por vários séculos, até o início da Era Moderna, quando a Igreja perdeu grande parte de seu poder sobre o Estado e as matérias penais passaram a ser responsabilidade de tribunais seculares. 3.2. Direito Moderno Diversos eventos históricos deram fim a Idade Média e promoveram uma profunda transformação política na Europa. A Reforma Protestante levou a divisão entre Estado e Igreja, separando o direito eclesiástico daquele emanado Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral pelo rei. Houve o fortalecimento do Estado e o surgimento de reinos como Portugal, França e Espanha, com território definido e um governo centralizado. A sociedade agora era mercantilizada e as relações comerciais se expandiam para outros continentes. O início da Modernidade, no século XVI, também despertou o movimento iluminista, com ideias centradas na razão e no homem e não mais na inspiração divina. Tais ideias fortaleceram a concepção de jusnaturalismo e a afirmação do sujeito como centro do direito. O direito deixa de ser apenas um instrumento de boas intenções e passa a ser necessário para a eficácia dos principais objetivos políticos: paz civil e prosperidade econômica. Assim, o direito se torna mais procedimentalista, para regular o exercício do poder e não apenas promover a cooperação na vida em sociedade. Dentre as principais mudanças, destacam-se aquelas ocorridas no direito processual penal. O procedimento acusatório foi superado e o direito romano foi sendo reinstaurado pelos juristas da época. A própria Igreja incentivou a mudança para o modelo inquisitorial. Algumas das vantagens desse modelo eram: a publicidade do processo, embora os atos ficassem restritos somente à vítima e sua família; a desvinculação da figura do acusador, passando a ser responsabilidade do Estado; a necessidade de provas contundentes para atestar a culpabilidade e o redimensionamento de métodos de tortura para obter confissões. Após o declínio da Inquisição, o direito passou a ser laicizado, ou seja, desvinculado da Igreja, tornando o processo mais humanizado. O jusnaturalismo ascendeu, proclamando que há deveres naturais absolutos, ou seja, de todos para com todos e que são o fundamento do direito natural, ao contrário de deveres que dependem de reconhecimento de alguma instituição, como o contrato e o casamento. Há também a retomada do positivismo, o que trouxe cientificidade e racionalidade para o direito. Inúmeras revoluções ocorreram nos séculos seguintes, como a Francesa (1789) e Americana (1776), baseadas nas ideias do jusnaturalismo e da positivação do Direito. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral O final da era moderna marca o fim do direito eclesiástico e sua substituição pelos direitos individuais, principalmente os relacionados à propriedade e à liberdade. Houve a extinção da jurisdição eclesiástica sobre questões penais e civis, que se tornam adstritas ao Estado. O direito processual também passa a ser tão considerado quanto o direito material, levando-se em notável consideração o processo de elaboração das leis para sua legitimidade. 4. História do Direito brasileiro Diferentemente da forma como aconteceu com os povos antigos, a exemplo dos gregos, romanos e germânicos, o direito brasileiro não resultou da evolução gradual e milenária de um povo. A condição do Brasil como colônia de Portugal fez com que toda a nossa formação jurídica se desse de forma imposta, e não como resultado natural das relações sociais entre os diferentes segmentos da sociedade. De fato, a legislação da colônia não refletia a vontade das populações nativas e dos nascidos brasileiros, mas impunha o projeto colonizador português, preterindo as reais necessidades locais pelo interesse das elites agrárias. Assim, a história do direito brasileiro foi moldada pelos principais eventos históricos desde a chegada dos portugueses em nossas terras. Não só nossas terras foram exploradas, mas os nativos indígenas e os negros que para cá foram trazidos também. Todos esses fatores políticos, sociais e culturais influenciaram diretamente a formação do direito brasileiro como conhecemos hoje. a. Movimentos históricos relevantes anteriores a 1916 Em 1549, a primeira forma de governo no Brasil Colônia foi o sistema de capitanias hereditárias. Com o fracasso desse sistema, Portugal estabeleceu uma centralização administrativa da Colônia, nomeando um governador-geral. Assim, passaram a viger as ordenações do reino, que correspondiam a compilações das leis gerais existentes. O ajuntamento dessas leis fez surgir três grandes ordenações: Ordenações Afonsinas (1466), Ordenações Manuelinas (1521) e Ordenações Filipinas (1603), que vigoraram até a entrada em vigor do Código Civil em 1916. Em 1587, foi criado o primeiro tribunal do Brasil e também da América: o Tribunalde Relação da Bahia. Entretanto, este tribunal só foi efetivamente Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral instalado em 1609, posteriormente sendo suprimido em 1626. O interesse do rei Felipe II, de Portugal e Espanha, ao criar este tribunal, era diminuir o poder dos ouvidores. Em 1720, ocorreu a criação das Casas de Fundição, órgãos responsáveis pela arrecadação dos tributos sobre a mineração, que tinham como objetivo garantir a cobrança do quinto e dos impostos decorrentes do seu uso. Entre 1750 e 1760, mais dois impostos foram instituídos: as 100 arrobas e a derrama. Esses acontecimentos foram importantes para despontar a Inconfidência Mineira em 1789. Em 1808, após ameaça de invasão por Napoleão Bonaparte, a Corte Portuguesa foge para o Brasil. A chegada da família real contribuiu de forma significativa na urbanização, no comércio e na criação de academias militares na Colônia. Alguns anos depois, em 1822, sobreveio a Independência do Brasil. A independência marcou o início do estudo das ciências jurídicas brasileiras e da elaboração das leis nacionais, com o marco inicial da primeira Constituição Imperial de 1824, que conferiu as bases da organização político-institucional do país recém independente. Em 1827, são criados os primeiros cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil, em São Paulo e Olinda. Em 1830, é sancionado o Código Criminal do Império, o primeiro código penal brasileiro. Em 1850 é publicada a Lei de Terras, a primeira lei criada no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Em 1888, a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil, é sancionada. No ano seguinte, em 1889, é proclamada a República. Entre 1889 e 1894 subsistiu a República da Espada, período em que o Brasil viveu sua primeira ditadura militar sob o governo dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Em 1891, é promulgada a Primeira Constituição Republicana, que vigorou até 1934. Também conhecida como a “Constituição de Ruy Barbosa”, essa Constituição se caracterizava pela estrutura federativa e republicana, eletividade dos governantes e pela tripartição dos poderes. Sua elaboração, pelo jurista baiano Ruy Barbosa, recebeu grande influência da Constituição dos Estados Unidos. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Por fim, em 1916, é publicado o primeiro Código Civil Brasileiro. 4.2. Codificação, decodificação e recodificação do Direito Civil brasileiro A codificação é um movimento jurídico nascido na Europa em meados do século XIX, que visava a unificação do direito em uma única obra. Em 1804, o Código Napoleônico marcou o início da codificação do direito privado. Com a proclamação da Independência do Brasil em 1822, o governo imperial promulgou uma lei que mantinha as leis portuguesas e as Ordenações Filipinas em vigor até que fosse organizado e publicado o primeiro Código Civil brasileiro. A Constituição Imperial de 1824 era clara ao determinar a urgência em elaborar um código civil moderno e nacional, que atendesse às peculiaridades da cultura e da sociedade brasileira da época. Apesar do comando constitucional, até 1840, nada havia sido feito. Finalmente, em meados de 1850, influenciado pelo Código Napoleônico, o Brasil começou a codificar. Em 1899, Clóvis Beviláqua redigiu o anteprojeto do Código Civil que só foi aprovado em 1916. A ideia por trás da codificação do direito privado era fornecer uma lei imutável e perene, que garantisse segurança jurídica. Com o tempo, o código começa a perder esse status, pois não consegue acompanhar a evolução dos costumes sociais e a modernização da sociedade. O próprio Código Civil de 1916, idealizado na época em que a sociedade era patriarcal e agrária, já não se mostrava eficaz em solucionar os litígios sociais, pois não continha todas as normas necessárias para regular as complexas relações que se formavam. Assim, de 1916 a 2003, vimos acontecer a decodificação do Código Civil: várias outras leis especiais foram criadas para suprir a lacuna do antigo código, formando um microssistema de legislações (ex.: Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Defesa do Consumidor, Lei de Registro Público, etc). Partimos, então, de um monossistema para um polissistema de leis. Hoje, muitas matérias de direito civil não estão no código, mas em leis esparsas, devido a esse processo de decodificação. Após a promulgação da Constituição da República de 1988, surgiu a necessidade de se elaborar um novo Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Código Civil em conformidade com os ditames constitucionais. Assim, o direito civil foi recodificado a partir da elaboração do Código Civil de 2002. Durante toda essa trajetória, e principalmente após a valorização do princípio da dignidade da pessoa humana pela Constituição da República de 1988, o direito civil evoluiu saindo de um viés essencialmente patrimonialista para voltar suas atenções nos valores sociais. Você quer ver? Os professores Michael Dionísio de Souza e Ricardo Marcelo Fonseca falam sobre a composição jurídica do Brasil entre 1769 e 1916, período que antecede nosso primeiro Código Civil. Também discutem sobre a influência das leis de Portugal no país. Acesse o vídeo em: <http://youtu.be/tuCW22kpcR4/>. Síntese Nesta Unidade verificamos que desde os primórdios da História houve alguma forma de direito regendo a sociedade, o que demonstra que as leis, sejam elas positivadas ou não, são necessárias para estabelecer a ordem e a paz social. A evolução do Direito não foi linear, possuindo fases de grande evolução no aspecto de positivação e outras de regresso a um estado de direito baseado nos costumes e em relações diretas entre indivíduos. A titularidade do direito também passou por grandes evoluções, tendo início na ideia de vontade divina (divindades pagãs do Oriente Médio), depois para um poder central (Império Romano), após, para a Igreja Católica, até voltar ao Estado e por fim colocar o homem como o detentor natural do direito. Embora o direito possa ser verificado em relações sociais menos complexas, percebe-se que sua evolução possui relação intrínseca com o conceito de Estado. Quanto mais fortalecido um poder centralizado, maior o alcance das http://youtu.be/tuCW22kpcR4/ Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral leis e do direito. Isso também impactava a impessoalidade do direito: quanto menor o alcance da norma, maiores as chances de as decisões serem tomadas em critérios pessoais. A Igreja Católica, aproveitando-se da instabilidade política gerada após a queda do Império Romano, acabou por ocupar o lugar de legisladora e de juíza, tendo em vista ser a única instituição com um poder centralizado, representada na figura do Papa. A ideia de que os homens possuem direitos naturais intrínsecos (jusnaturalismo) promoveu a evolução do conceito de direitos fundamentais invioláveis, como a vida, a propriedade e a liberdade, o que contribuiu para a limitação do poder do Estado e deu ao direito maior racionalidade, em contraste com a religiosidade dos regimes anteriores. A evolução do direito brasileiro, por sua vez, não ocorreu da mesma forma que na Europa Ocidental, por não haver em nosso território qualquer organização política como a europeia. O direito foi trazido por uma fonte externa, os colonizadores portugueses, após intensas transformações do estado português. As modificações de acordo com a realidade e necessidade local começaram a ocorrer somente após a independência, com a primeira Constituição brasileira, outorgada em 1824, por Dom Pedro I. Ainda assim, apenas em 1850 é que o Brasil começou a codificar suas leis civis. Desde a publicação do Código Civil de 1916, a legislação civil brasileira passoupor diversas transformações, acompanhando a modernização da sociedade e se adaptando à nova realidade pós Constituição de 1988. Por isso, o Código Civil de 2002 é um marco na evolução do nosso direito civil. Ele é exemplo de lei de uma importância basilar, em razão do seu extenso conteúdo que regula e organiza todas as relações sociais entre as pessoas - naturais ou jurídicas. Nesta unidade você teve oportunidade de aprender a respeito dos seguintes tópicos: ● Panorama geral ● Direito arcaico e formação do Direito Primitivo; ● Direito Antigo: Impérios orientais - Mesopotâmia e Egito Antigo; Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral ● Grécia Antiga e Império Romano ● Direito Medieval e Moderno; ● História do Direito Brasileiro. Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - Unidade Nº 1 - Panorama Geral Bibliografia FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2016. 1 [Biblioteca virtual] ISBN 9788597006704. LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na história: lições introdutórias. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 1 [Biblioteca virtual] ISBN: 9788522490813. ROCHA, José Manuel Sacadura. Sociologia Jurídica, 5ª edição. Rio de janeiro: Forense, 2018. ISBN 978-85-309-8033-7. Referências imagéticas: Figura 1 - Imagem do Código de Hammurabi. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/codigo-de-hamurabi/>. Acesso em: 11 out. 2019. Figura 2 - Ilustração da deusa maat. Disponível em: <https://www.nova- acropole.pt/deusa-maat-estudo-simbolico/>. Figura 3 - SOBRE HISTÓRIA. O Arado e a ferramenta que possibilitou a expansão do século XI. Disponível em: <https://sobrehistoria.com/el-arado-la-herramienta- que-posibilito-la-expansion-del-siglo-xi/>. Acesso em: 11 out. 2019. https://www.estudopratico.com.br/codigo-de-hamurabi/ https://www.nova-acropole.pt/deusa-maat-estudo-simbolico/ https://www.nova-acropole.pt/deusa-maat-estudo-simbolico/ https://sobrehistoria.com/el-arado-la-herramienta-que-posibilito-la-expansion-del-siglo-xi/ https://sobrehistoria.com/el-arado-la-herramienta-que-posibilito-la-expansion-del-siglo-xi/
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