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1
LUDICIDADE E LIBRAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
daniela souza brito
RESUMO
O presente artigo vem ressaltar a importância da ludicidade na educação especial inclusiva através de jogos e brincadeiras e apesar de toda a atenção conferida a eles é nesse espaço que acontecem alguns acidentes de conflitos, agressividades e Bullyng. A escola cabe o papel de incluir este aluno portador de necessidades especiais no ambiente escolar e transformar este momento educativo num momento prazeroso com relações interpessoais trabalhando respeito e solidariedade. O objetivo fora demonstrar como se dá a ludicidade com os alunos da educação especial inclusiva, usando a metodologia de estudos bibliográficos com pesquisas e observações em escolas públicas.
Palavras-chave: Ludicidade. Bullyng. Escola. Respeito.
1 INTRODUÇÃO 
A legislação é um importante instrumento para garantir o direito dos portadores de necessidades especiais, e também por acabar com a discriminação em que os educandos especiais forem incluídos na escola de forma natural, respeitando e sendo aceitos pelos demais alunos. Sendo assim, a atividade lúdica contribui e muito, para que ocorra esse processo. Logo, esse estudo de atividade lúdica nos dá oportunidade de inserir este portador em jogos e brincadeiras. Quanto à teoria para desenvolver esse tema, tivemos como base o que está definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 20 de dezembro de 1996, sobre os aspectos que norteiam como os educandos com necessidades especiais devem ser incluídos em classes regulares de ensino. Quanto à questão da ludicidade, autores como Johan Huizinga (1971), Chateau (1987) e Nhary (2006) trouxeram grande contribuição ao trabalho. 
O foco do trabalho recaiu no fato de como é desenvolvido o processo de inclusão dos educandos especiais junto com os demais alunos na escola. Todos os educandos que têm alguma limitação estão inseridos em uma classe regular de ensino. Dessa forma, esse foi o objetivo principal do trabalho que pretende deixar como contribuição a perspectiva da ludicidade no processo da educação. 
O lúdico é o modo de ser do homem no transcurso da vida, o mágico, o sagrado, o artístico, o científico, o filosófico, o jurídico são expressões da experiência lúdica constitutiva da vida. O lúdico significa a experiência de ‘ir e voltar’, ‘entrar e sair’, ‘expandir e contrair’, ‘contratar e romper contratos’, o lúdico significa a construção criativa da vida enquanto ela é vivida.O lúdico é um fazer o caminho enquanto se caminha, nem se espera que ele esteja pronto, nem se considera que ele ficou pronto, este caminho criativo foi feito e está sendo feito com a vida no seu ‘ir e vir’, no seu avançar e recuar. Mais: não há como pisar as pegadas feitas, pois que cada caminhante faz e fará novas pegadas. O lúdico é a vida se construindo no seu movimento. (LUCKESI,1994, p. 51)
Grandes aglomerações nos centros urbanos, consumismo agressivo, espaços públicos de lazer cada vez mais estão reduzidos, além dos avanços tecnológicos que fazem com que as pessoas busquem exercitar atividades que exigem uma concentração estática, onde o corpo do sujeito não é visto, não tem vez, pois geralmente fica paralisada na frente de uma máquina tornando-se uma extensão da mesma, essa postura comportamental ainda dificulta o relacionamento com outros indivíduos, ocasionando muitos problemas sociais. De acordo com Euclides Redin,
 A expansão do capitalismo criou, em países como o nosso uma das situações mais difíceis para a criança. O modelo econômico concentrado conseguiu maximizar desvios que jamais haviam atingidos níveis tão dramáticos, com conseqüências fatais. Com a expansão do capitalismo (selvagem), a criança perdeu espaço, perdeu a possibilidade de participar, perdeu a possibilidade do lúdico espontâneo em função de sua substituição por “estrutura de consolação”, perdeu a possibilidade de experimentação. Implantou-se a cultura do progresso a qualquer custo. (REDIN, 2001, p.24)
Segundo Sans & Domingues, (2002, pág;108.). 
Através do lúdico, a criança realiza aprendizagem significativa. Assim, podemos afirmar que o jogo e a brincadeira propõem à criança um mundo do tamanho de sua compreensão, no qual ela experimenta várias situações, entre elas o fazer comidinha, o limpar a casa, o cuidar dos filhos, etc. O ato de brincar (jogo, brinquedo, brincadeira) proporciona às crianças relacionarem as coisas umas com as outras, e ao relacioná-las é que elas constroem o conhecimento. Esse conhecimento é adquirido pela criação de relações e não por exposição a fatos e conceitos isolados, e é justamente através da atividade lúdica que a criança o faz. A participação ativa da criança, a natureza lúdica e prazerosa tem servido de argumento para fornecer dados relevantes no nosso agir, enquanto educadores. O brinquedo é uma oportunidade para encorajar a criança a reconhecer as limitações do elemento competitivo. SEGUNDO SANS & DOMINGUES, (2002, PÁG;108.). 
2 LUDICIDADE
Brincar e jogar é situação natural e universal do ser humano, que compreendem atividades que proporcionam alegria, divertimento, prazer para os que estão envolvidos na ação, além de ajudar no desenvolvimento físico, intelectual, emocional, social do sujeito e ainda interagem com o portador de necessidades especiais. Essas atividades lúdicas estão presentes em todas as classes sociais, crianças de várias idades, deficiências ou etnias se divertem através da brincadeira.
Essas atividades são importantes para o desenvolvimento do sujeito independente se ele tenha ou não alguma limitação. E durante as atividades lúdicas não há por parte de quem as pratica um olhar para o diferente, neste caso o aluno portador de necessidades especiais é vistos como capazes de realizar a atividade coletivamente, dentro das suas capacidades físicas, intelectuais, sociais, enfim, o ato do brincar e jogar ocasiona a interação dos educandos de qualquer série, já que todos participam das atividades, proporcionando assim a socialização do corpo discente no ambiente educacional, desta maneira o aluno especial é incluído através da ação lúdica. Isso porque o mais importante nestas atividades é o desejo de se socializar, mesmo que seja para competir, é poder usufruir do movimento que a atividade gera e suas fruições.
Qualquer tipo de atividade lúdica seja ela brincadeiras, jogos, brinquedos cantados, favorecem o processo de inclusão, pois durante a brincadeira há o processo de integração entre as crianças, elas estão aprendendo a compartilhar, a serem cooperativas umas com as outras, a respeitar os limites impostos por elas mesmas que participam da brincadeira ou jogo, “A ludicidade constitui um traço fundamental das culturas infantis, Brincar não é exclusivamente o das crianças, é próprio do homem e uma das suas atividades sociais mais significativas”. (SARMENTO apud NHARY, 2006, p.57).
Os alunos gostam de brincar, pois este é um ato espontâneo da criança, e ao brincar com o outro portador de necessidade especial este passa pelo processo de aquisição das relações interpessoais que são fundamentais para desenvolvimento social. Temos a certeza de que a ludicidade privilegia a interação do aluno no ambiente escolar, fazendo com que ele se sinta como parte integrante daquele ambiente, aceito e respeitado por todos. 
 2.1 A LINGUA DE SINAIS
A educação inclusiva vem representando avanços no que diz respeito ao processo da educação de alunos surdos com (NEES) Necessidade Educacionais Especiais nas escolas comuns. Sendo assim, oferecer uma educação que assegure participação e aprendizagem de qualidade para todos os alunos, exige desenvolvimento da escola como um todo, principalmente, dos educadores, pois os mesmos são peças fundamentais para que ocorra o sucesso no ensino e aprendizagem dos estudantes com NEES. A educação de alunos surdos tem sido muito discutida na interface entre educação inclusiva e educação bilíngue. O deficiente enfrenta várias barreiras da comunicação para si próprias. Para que essas barreiras sejam derrubadas é necessária queo aluno surdo esteja em primeiro lugar e que seja alfabetizado em libras, que é a língua brasileira de sinais. A escolarização da criança surda foi se adaptando e reorganizando conforme o tempo em função dos avanços e mudanças que só melhoram a escolarização dos deficientes. 
A libras é a principal porta de acesso do aluno surdo na sociedade é ela quem irá fazer com que ele comece a ver e entender o mundo e que se passa nele, assim podendo ter uma vida normal como a de pessoas ouvintes. A educação inclusiva entende que a presença de alunos com deficiência, embora torne o conjunto da turma de alunos mais heterogêneo e complexo, também pode torna – ló mais rico, no sentido de que a convivência com a adversidade colocaria em pauta as diversas formas de aprender e de ensinar, bem como variedade de ideias e concepções de pessoa e do mundo. De acordo com Dias e MacCleay:
A superação dessas desigualdades que os portadores de necessidade auditivas enfrentam só poderá ser atingida se a escola reorganizar visando promover o intercâmbio entre as duas culturas surda e ouvintes. (MACCLEARY, 2006 e DIAS 2006 a). 
Dessa forma para que o aluno possa se socializar e entrar em contato precisa saber a libras, porque através desta e de seus signos e sinais eles poderão mostrar o que querem expor e o que pensam. Os professores devem estar capacitados e interessados no desenvolvimento desses alunos, para isso é preciso que eles estudem sobre a língua de sinais e aprendam para que haja a comunicação entre ambas às partes. Os pais também devem estar presentes e sobre isto Quadro diz:
Quando a criança surda tiver a chance de início de o seu desenvolvimento contar com pais dispostos a aprender a língua de sinais, com adultos surdo, com colegas surdos, quando ela narrar em sinais e tiver escuta em sinais a dimensão do seu processo educacional será outro (QUADROS 2005).
Assim os pais tornam-se peças principais no desenvolvimento e na alfabetização de alunos surdos, eles devem logo que descobrir a deficiência procurar um médico para assim começar o processo de conhecimento. No início do seu desenvolvimento motor e cognitivo a criança juntamente com os pais deve familiarizar com a língua de sinais para que seu desempenho seja de melhor aproveitamento. 
O estudo da língua de sinais deve ser estudado pelos professores para que eles entendam e tenham o interesse na língua porque quando temos o interesse aprendemos mais. Pois, a comunicação está totalmente envolvida com signos e logo mais estará toda envolvida com o processo de Alfabetização do aluno surdo em língua portuguesa. O processo de Alfabetização do aluno surdo é muito objetivo, pois os métodos podem variar de acordo com cada necessidade do aluno. 
O método para se alfabetizar em libras é a memorização. A alfabetização através da memorização ocorre porque a professora capacitada mostra a figura e mostra o sinal, dessa forma o aluno irá aprendendo através da memorização todos os sinais. As frases são verbais, dessa forma uma frase como “Eu gosto de ir ao parque” ficaria “Eu gosto ir parque “os sinais pertencem às categorias lexicais ou a classe de palavras como nome verbos, adjetivos e advérbios. Para Quadros:
O fato de passar a ter contato com a língua portuguesa trazendo conceitos, adquiridos na sua própria língua, possibilitara um processo muito mais significativo. A leitura e a escrita podem passar a ter outro significado social se as crianças surdas se apropriarem da leitura e da escrita de sinais isso potencializará a aquisição da leitura e da escrita do português (QUADROS, 2005, p.33).
A Língua Brasileira de Sinais é uma modalidade gestual- visual porque utiliza, como meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão. Sendo diferenciada da língua portuguesa de ouvintes que apresenta por modalidade uma linguagem oral – auditiva, pois os sons são emitidos pela voz de acordo com as orientações curriculares:
A Língua Brasileira de Sinais tem, para as pessoas surdas, a mesma função que a língua portuguesa na modalidade oral tem para os ouvintes. É ela, portanto que vai possibilitar as crianças surdas atingirem os objetivos propostos pela escola, incluindo o aprendizado da língua portuguesa na modalidade e escrita. (PEREIRA 2008, p.22).
Os sinais são formados a partir de combinações das formas e movimentos das mãos e expressões faciais. A mão tem importância fundamental, pois elas são utilizadas para a datilologia que é quando se utiliza o alfabeto com as mãos, no caso da língua de libras. Os movimentos podem ser utilizados ou não, dependendo de cada palavra, sendo que não se obtém a emissão da fala, o entendimento dos sinais provém das expressões faciais ou corporais que podem ser utilizados para se comunicar com outras pessoas sem uso de palavras. Existem algumas particularidades da língua de sinais, por exemplo: os verbos, não são conjugados como ocorre na língua portuguesa escrita. Se você diz: Eu estou com fome, na linguagem de sinais você apenas utilizará o sinal que significa (“eu” e o outro sinal que significa “fome”). Juntando os dois sinais para formar uma frase.
A língua de sinais apresenta-se para este grupo determinante um pouco mais complexa para expressar- se outro ser falante ou não falante da língua de sinais. Em relação à escrita, a comunicação em sinais é diferente, pois o falante de língua de sinais tem muitas dificuldades para expor suas ideias numa folha de papel, isto é escrever um texto, não é tarefa fácil para um surdo. Pois ele compreende a sua língua de sinais, mas não compreende a língua portuguesa, devido a tantas regras gramaticais diferentes de sua mãe que fomentam na parte escrita. 
A Libras é dotada de uma gramática constituída a partir de elementos constituídos das palavras, que se estruturam a partir de mecanismo morfológicos sintáticos e semânticos que apresentam especificidade, mas seguem também princípios básicos gerais. É estrutura convencional, codificado no léxico e nas estruturas das Libras e que permitem a geração de implícitas sentidas metafóricas ironias e outros significativos não literais.
Diante deste contexto educacional e inclusivo, convém entendermos a dificuldade tanto para os educadores quantas para os educandos inseridos na rede pública. (Ensinar língua portuguesa já não é fácil devido ao avanço de tecnologia que vem prejudicando alguns fatores na linguagem digital assim atribuída, por exemplo: WHATSAPP, INSTAGRAN, FACEBOOK). Entre outras redes sociais nas quais os falantes fazem uso. Isto é apenas um comparativo para explorar a ideia de que como educadores temos um desafio e uma tarefa muito árdua para cumprir. Segundo Soares (2003, p.4): “O letramento compreende, insere avalia e aprecia a escrita e leitura tanto pelas apropriações técnicas, quanto ao aspecto de convívio e hábito. 
Esse conceito define bem a ideia e letramento, mas o que podemos dizer da junção do letramento em libras nota – se a dificuldade em ambas as partes para alfabetizar e letrar um aluno deficiente. Em questão de debate na busca de entender como funciona esse processo, recorremos às intervenções multiprofissionais como uma ferramenta auxiliadora na educação inclusiva e dessa forma tentar sanar essa dificuldade. Alfabetização e Letramento na educação de alunos surdos.
A palavra letramento não pode ser considerada um “instrumento” neutro a ser usado nas práticas sociais a ser usado nas práticas sociais mais amplos, e responsáveis por reforçar ou questionar valores tradições e formas de distribuição de poder presentes nos contextos sociais. Para Magna Soares: Letramento pode ser estado ou condição de quem não sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais da leitura e escrita, que circulam na sociedade em que vivem conjugando – as com as práticas sociais de interação oral. (Magda Soares 1999, p. 86).
Alfabetização e letramento acabam tendo o mesmo significado, pois a alfabetização não é vista meramente como habilidade para decodificar e compreender a escrita, mas quando os alunos são ou estãoalfabetizados começam a utilizar a leitura para que eles criem sua própria cultura. Com tudo o letramento vem prover e desenvolver os processos mentais, como a superação das dificuldades que aparece em dia a dia, e treinar o raciocínio. 
A alfabetização não deve ser apenas no sentido de decodificação e codificação da língua escrita. Deve alfabetizar letrando o surdo ao mesmo tempo levando em conta os diversos contextos nos quais as práticas sociais da língua escrita acontecem nas pessoas com deficiências.
Diante disso podemos dizer que alfabetizar e letrar os alunos com deficiências são similares ao processo aplicado às pessoas ouvintes. Pois ambas são alfabetizadas com a teoria e letradas com as experiências vividas do indivíduo. A diferença é que o surdo utiliza – se de sinais para se comunicar, então é preciso que se trabalhe muito a memorização de interação espontânea e entendimento, que são os requisitos para capacitar uma pessoa como letrada. Pereira afirma:
A única forma de assegurar que aos textos se tornem significativo para os alunos surdos é interpreta – lós na língua de sinais, em um processo semelhante ao observado na aquisição de uma primeira língua. (Apud Pereira, 2008, p.208).
Os pais são peças fundamentais no processo de alfabetização e letramento porque cada filho com deficiência deve ser estimulado desde criança. Os professores devem estar capacitados para propiciar situações de interação desses alunos com os mesmos estejam preparados e familiarizados com sinais, preparando – os para a aprendizagem da língua brasileira de sinais e no bilinguismo a língua portuguesa na modalidade escrita, respeitando sempre as diferenças linguísticas que existem entre as duas línguas. 
Os alunos devem ter contato com as duas línguas para estar inserido de forma total na sociedade e no mundo. Num passado não muito distante, as pessoas surdas eram forçadas à prática da oralização, não aceitavam o que antes era vista apenas como gestos, acreditava-se que elas deveriam oralizar para aprender, que o aprendizado só ocorreria caso houvesse oralização. Isso trouxe um atraso para a comunidade surda, e deixou marcas profundas na vida desses surdos. Audrei Gesser (2009), “Oralizar é sinônimo de negação da língua de sinais. É sinônimo de correção, de imposição de treinos exaustivos, repetitivos e mecânicos da fala. A figura do adepto convicto do oralismo, Alexandre Graham Bell, por exemplo, ganhou força durante o movimento eugênico e, especialmente, no famoso congresso de Milão em 1880, durante o qual ele pregava que a surdez era uma aberração para a humanidade, pois perpetuava características genéticas negativas”.
Existia uma falsa crença até os anos 60 de que a linguagem falada era a única forma de linguagem e por tanto, interação social, desenvolvimento e aprendizagem só ocorriam se houvesse a fala. Um dos filósofos que disseminou esse pensamento foi Aristóteles, que disse que todo processo de aprendizagem só ocorria pela audição, fazendo com que os surdos durante muito tempo, fossem segregados, excluídos da sociedade, sendo visto como um doente mental, por exemplo. 
Então, em 1880 ocorreu o Congresso Mundial de Professores surdos em Milão na Itália, onde ficou decidido que todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro e a língua de sinais foi proibida. Por muitos anos a base da educação de surdos foi o oralismo (Goldfeld, 1997), que devia ser ensinado o surdo a falar, mas sem muito sucesso, apenas atraso para eles. Em 1960 vários estudiosos confirmaram o fracasso do oralismo e optaram por uma nova forma de ensino, aprendizado e comunicação com os surdos, a comunicação total que envolve sinais, leitura labial e fala. Graças a estudos mais aprofundados visando o desenvolvimento da pessoa surda, atualmente o método adotado é o bilinguismo, tendo a língua de sinais como primeira língua e a língua da comunidade local como segunda língua na modalidade escrita.
Somente em 1990 começou a ser utilizada a LIBRAS no Brasil e só passou a ser reconhecida e oficializada a partir de 2002, depois de muitos estudos foram criadas leis que apoiam e mostram a importância da língua de sinais (LIBRAS) para que aconteça a alfabetização, leis como, por exemplo, a Lei n°. 10.436/2002 onde é consolidada a Língua de Sinais Brasileira, no nosso estado, Mato Grosso do Sul, a Lei Estadual n° 1.693 de 12 de dezembro de 1996 e no município de Campo Grande em 10 de novembro de 1993 a Lei Municipal n° 2.997 que reconhece a língua de sinais.
A língua de sinais é reconhecida em todo o mundo como um sistema linguístico independente das línguas oral-auditivas, e foi reconhecida por meio do Decreto nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
A proposta educacional para esta criança surda que mais tem sido estudada e existe uma luta para que ela se torne realidade é o bilinguismo, onde são ensinadas LIBRAS como L1 e Língua Portuguesa na modalidade escrita como L2. Todos os profissionais da educação devem ter esse entendimento, que a inclusão garantida pela lei 13.146 de 6 de julho de 2015 já é realidade nas redes de ensino, que o aluno surdo vai ser matriculado e seus aprendizado só ocorrerá de forma eficaz se for proporcionado para ele o ensino de sua L1 e um ambiente linguístico. O bilinguismo é a verdadeira acessibilidade à criança em duas línguas (Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa) no contexto escolar e essa é a melhor forma de alcançar o êxito na educação de surdos principalmente nos anos iniciais, essa é a verdadeira inclusão. Segundo Salles (2000), a Libras:
É a língua natural do surdo, sua forma de expressar leituras de mundo para depois se passar à leitura da palavra em língua portuguesa. Sendo sua primeira língua denominada - L¹. Os estudantes surdos necessitam explicitar suas ideias, sentimentos, pensamentos na sua primeira língua - a Língua Brasileira de Sinais - L1 - expressando-se enquanto indivíduo na interação com o mundo. É fundamental que os temas discutidos em aula sejam compartilhados com o grupo, em LIBRAS, pois é dessa forma que as pessoas surdas expressam-se espontaneamente. Somente a partir disso, será possível pensar em um processo de aprendizado da língua escrita. (SALLES, 2000, p.21).
A criança surda é capaz de aprender como qualquer outra, desde que seja respeitada essa questão, ela precisa da Língua de Sinais para interagir e conhecer o mundo ao seu redor. Por isso, cada vez mais é preciso que os professores e futuros professores tenham pleno conhecimento do assunto, aprendam libras e transmita o conhecimento através dela SOARES (1999, p. 219) afirma que: “a língua de sinais é uma linguagem autêntica, com uma estrutura gramatical própria e com possibilidades de expressão em qualquer nível de abstração. ” A Língua de Sinais é essencial, deve ser usada na alfabetização e todo o processo de aprendizagem da criança surda.
Algumas ações de ensino na sociedade e dos educadores podem compreender que essas pessoas devem ter um convívio social e um ambiente que proporciona a aprendizagem da língua de sinais e deve começar na família onde compreendemos que é o começo de toda criança com o convívio em social, pois é ela que dará a primeira estrutura para essa criança, com amor e atenção serão necessários para que o deficiente possa se desenvolver com mais rapidez.
As pessoas deficientes podem frequentar normalmente escolas tanto da rede municipal, como nas redes estaduais e até mesmo particulares, sem problemas, a inclusão existe nas escolas e em muitos lugares, como em fábricas, lojas, escritórios e até mesmo nas secretarias das próprias escolas onde eles estudam ou estudaram. 
O problema maior que os deficientes enfrentam e enfrentarão, é o preconceito, muitas pessoas acham que um deficiente não pode fazer o que uma pessoa dita normal pode, mas, eles não só podem como fazem bem melhor que muitas pessoas que encontramos em vários tipos de serviços O aluno deficiente estimulado desde pequeno aprenderá e com certeza será muito dedicado aos estudos e ao trabalho apesar de todo o fato, eles sãopessoas como outras qualquer e devem ser respeitados por todos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Kishimoto (2000), refere-se ao brinquedo entendido como objeto, suporte da brincadeira, supõe relação íntima com a criança, seu nível de desenvolvimento e indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organize sua utilização. Uma boneca permite à criança desde a manipulação até brincadeiras como mamãe e filhinha.
Atualmente nas escolas deve ser implantado as atividades lúdicas como trabalho de estimulação para os alunos portadores de necessidade especial, agora, começando uma nova era no cuidado à criança. Temos uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação que reconhece a criança de zero a sete anos em sala de aula, e é o dever do Estado promover educação a essas crianças sendo elas portadoras de alguma deficiência ou não, temos ainda uma secretaria ministerial que elaborou e publicou referenciais curriculares nacionais para a educação. Então, já é tempo para a reflexão sobre o nosso papel, o que nos solicitam é o que nós devemos e podemos executar, contudo com diversas atividades lúdicas que podem ser especialmente trabalhadas na escola, levando em consideração o contexto social, cultural em que a criança se insere, pois, o aprendizado só apresentará significado no momento em que as atividades propostas estejam contextualizadas ao mundo infantil. 
Enfim quando pensamos na ludicidade como instrumento facilitador do processo de construção de conhecimento e do desenvolvimento psicomotor da criança, pensamos na pré-escola que deve ser amplamente utilizado como instrumento educativo do processo de desenvolvimento humano, especialmente educação inclusiva especial. Diante da proposta através da pesquisa de campo feita durante um mês em uma escola pública municipal com observações podemos observar que os surdos que tiveram na sua infância o ensino da sua língua mãe, a libras, na escola ou/e na família, foram alfabetizados de forma mais eficaz e conseguiram desenvolver melhor sua aprendizagem.
A maioria das crianças surdas é estimulada tardiamente e quando chegam ao início dos estudos, geralmente não são fluentes e acabam encontrando dificuldade para adquirir novos conhecimentos e os processos da vida em escola. A família é primordial, pois, quando ela se empenha em aprender e desenvolver em seu lar essa criança surda e sua língua, a mesma consegue extrair ao máximo as potencialidades aprendendo, mas na realidade ainda está um pouco distante disso, atualmente são poucas as famílias que sabem se comunicar, fazendo com que esse surdo tenha seu primeiro contato linguístico na escola. 
Já a comunidade escolar tenta desempenhar seu papel, um lugar onde existe a inclusão e está precisa se adequar de forma respeitosa, de qualidade e proporcionando aquilo que o deficiente preciso para desenvolver. Nesse contexto encontra-se o professor que muitas vezes não recebeu a capacitação adequada e precisa lidar com tudo isso, entendendo que existe um aluno que tem necessidades diferentes e precisa ser atendido visando o seu aprendizado. 
Para isso acontecer é necessária uma conscientização e uma mudança em sua forma de trabalho enquanto educador, incluindo verdadeiramente, fazendo com que seja proveitoso para ambos os alunos, surdos ou não, não de uma forma pronta e acabada, mas em um continuo processo de se capacitar, conhecer, formar e estruturar verdadeiramente uma aula inclusiva e que busca resultados positivos diante da mesma. 
REFERÊNCIAS 
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