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Nome da Escola Nome do Estudante Ano/Ciclo 1º Ano Ciências Humanas EM Coordenação Geral Rosa Maria Araújo Luzardo Irene de Souza Costa Equipe de Coordenação Adriano Sabino Gomes Edwaldo Dias Bocuti Isaltino Alves Barbosa Lucia Aparecida dos Santos Simone de Barros Berte Richard Carlos da Silva Grupo de trabalho Adriana Nezeir de Almeida Duarte - CBA- História Cristiane dos Santos Silva - Líder de Equipe Francisco Miranda Filho - ROO - Geografia Gerson Ribeiro da Rosa - Geografia Karina Aparecida Geraldo - CBA - História Maureci Moreira de Almeida -PLA - Filosofia Patrícia Simone da Silva Carvalho - Sociologia - Líder de Equipe Revisores Waldney Jorge de Lisboa– Revisor Suleima Cristina Leite de Moraes – Revisora Audiovisual Mizael Teixeira Silva Realização Mauro Mendes Ferreira Governador do Estado de Mato Grosso Otaviano Olavo Pivetta Vice-Governador de Mato Grosso Marioneide Angélica Kliemachewsk Secretária de Estado de Educação de Mato Grosso Rosa Maria Araújo Luzardo Secretária Adjunta de Gestão Educacional Richard Carlos da Silva Superintendente de Políticas de Educação Básica Adriano Sabino Gomes Superintendente de Políticas de Desenvolvimento Profissional Rosangela Maria Moreira Superintendente de Políticas de Gestão Escolar Lúcia Aparecida dos Santos Superintendente de Políticas de Diversidades Educacionais 1. HISTÓRIA. Os Primeiros Seres Humanos (Tales Pinto) A origem dos seres humanos gera inúmeras divergências. Inúmeras origens são apontadas em decorrência das respostas dadas à pergunta: de onde viemos? Ou talvez: como surgimos? Durante milhares de anos, e até hoje, grande parte das civilizações respondeu a essas perguntas tendo por base suas percepções religiosas do mundo. Gregos, hindus, vikings, judeus, entre outros, acreditam que o ser humano surgiu a partir da criação de uma divindade, ou de várias divindades. Essas explicações se inserem no que se convencionou chamar de criacionismo, a explicação de que o ser humano foi criado em algum momento por uma divindade. Mas com o desenvolvimento do racionalismo na Europa ocidental e as pesquisas empíricas, passou-se a criar teorias científicas para explicar a origem do ser humano a partir de um processo evolutivo iniciado há bilhões de anos. Essas teorias e as pesquisas que dão base a elas estão sujeitas a constantes questionamentos e continuações, alterando-se de acordo com os resultados alcançados. No que se refere à origem do ser humano, há mais dúvidas que certezas sobre uma origem precisa. As pesquisas paleológicas e arqueológicas possibilitam ver similitudes entre os seres humanos e algumas espécies de macacos, o que CIÊNCIAS HUMANAS Unidade 2 leva a argumentar sobre a existência de um ancestral comum. Só que em algum momento houve uma divisão evolutiva, que teria originado os macacos e os seres humanos como os conhecemos. Algumas pesquisas apontam que os hominídeos teriam dado origem ao ser humano. Os hominídeos seriam uma família que incluiria o gênero australopithecus e também o gênero humano. Dentre os australopithecus, encontram-se o australopithecus animensis, que teria vivido entre 4,2 a 3,9 milhões de anos atrás, e o australopithecus afarensis, que possivelmente habitava a Terra há 3,9 a 3 milhões de anos. Os dois possivelmente caminhavam sobre dois pés. Do gênero homo, o primeiro hominídeo seria o homo habilis, que viveu há 2,4 a 1,5 milhões de anos, fabricando instrumentos grosseiros de pedra, além de desenvolver uma linguagem rudimentar. Do homo habilis teria descendido o homo erectus. Habitou a África e depois alcançou a Europa, a Ásia e a Oceania, por volta de 1,8 milhões e 300 mil anos atrás. Descobriu o fogo, passou a cobrir o corpo e utilizar instrumentos e ferramentas mais precisas, provavelmente também elaborou melhor sua linguagem, frente às novas experiências adquiridas. Descendente do homo erectus foi o homo neanderthalensis, que conviveu com o homem moderno, mas não se sabe os motivos que o levaram a desaparecer. Viveu entre 230 e 30 mil anos atrás, criando armas e ferramentas sofisticadas, além de enterrar seus mortos com flores e objetos. Também do homo erectus descendeu o homo sapiens, desenvolvedor de sofisticadas ferramentas, objetos de trabalho, linguagem muito bem articulada e uma diversidade cultural espantosa. Ele próprio acredita que descende tanto dos deuses quanto do homo erectus. Continua violento como seus antepassados. Surgiu há cerca de 120 mil anos e ainda hoje habita as cidades e os campos do mundo. 1.2. Nossa Espécie Os humanos atuais são resultado de grupos distintos, que viveram em várias regiões e em habitats variados, desde florestas a desertos, uma diversidade que resultou nas atuais características da espécie Homo sapiens. O trabalho, liderado por Eleanor Scerri, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e que teve a colaboração do pesquisador do Instituto Gulbenkian de Ciência em Portugal Lounes Chikhi, defende, ao contrário das teses prevalecentes, que “milênios de separação deram origem a uma desconcertante diversidade de formas, uma mistura” de antepassados que acabou por moldar as espécies humanas. “A evolução das populações humanas na África foi multirregional. Nossos antepassados foram multiétnicos. E a evolução do nosso material cultural foi multicultural”, afirma Eleanor Scerri no estudo. Os antropólogos salientam que os humanos atuais não derivam de uma única população de antepassados, com origem em uma só região da África, como é aceito e referido com frequência em várias áreas do conhecimento. O trabalho, publicado esta semana nos Trends in Ecology and Evolution, vem desafiar a visão estabelecida com base no estudo de ossos, artefatos de pedra e análises genéticas, a que se juntaram reconstituições mais detalhadas do clima e habitats da África, nos últimos 300 mil anos. Os cientistas defendem que é necessário “olhar para todas as regiões da África para compreender a evolução humana e resumem suas conclusões em uma expressão: “uma espécie, várias origens”. Scerri aponta que utensílios de pedra e outros artefatos encontrados em vários locais são de diferentes períodos. “Há uma tendência continental para uma cultura material mais sofisticada, mas essa ‘modernização’ claramente não tem origem em uma região ou não ocorre em um único período de tempo”, afirma. Quanto aos fósseis humanos, “quando olhamos para a morfologia dos ossos humanos nos últimos 300 mil anos, vemos uma complexa mistura de características arcaicas e modernas em diferentes locais e em diferentes períodos de tempo”, explica Chris Stringer, pesquisador no London Natural History Museum, que também participou do estudo. Na análise genética, “é difícil conciliar os padrões que vemos nos africanos vivos e o DNA extraído dos ossos dos africanos que viveram nos últimos 10 mil anos com a existência de uma população humana ancestral”, explica ainda Mark Thomas, especialista nessa área e cientista na Universidade College London. O estudo agora divulgado não põe em questão a teoria geralmente aceita de que após surgir como espécie distinta, o Homo sapiens coexistiu durante bastante tempo com outras espécies de humanos, como o Homo floresiensis, o Homo neanderthalensis ou o Homo naledi, que foram desaparecendo face à expansão da espécie humana atual. Artefatos culturais encontrados em várias regiões da África (Foto: Eleanor Scerri / Francesco d’Errico / Christopher Henshilwood) Sugestão de vídeo aula: Disponível em: <https://youtu.be/oBLYb636tFA>. Acesso em: 14 abr. 2020. Referências: Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/primeiros-seres-humanos.htm>. Acesso em: 13 abr.2020. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/580846-a-origem-do-homem-na- africa-acaba-de-ser-reescrita-de-novo>. Acesso em: 14 abr.2020. 2. GEOGRAFIA. 1. Estrutura interna da Terra –Aula 01 Na unidade anterior você aprendeu os conceitos referente à paisagem e ao espaço geográfico. Agora vamos estudar a Estrutura interna da Terra. Você já parou para pensar como o interior da Terra funciona e como ele afeta a superfície? https://youtu.be/oBLYb636tFA https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/primeiros-seres-humanos.htm https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/primeiros-seres-humanos.htm http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/580846-a-origem-do-homem-na-africa-acaba-de-ser-reescrita-de-novo http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/580846-a-origem-do-homem-na-africa-acaba-de-ser-reescrita-de-novo Os cientistas já desvendaram uma série de mistérios da natureza. Mas no que se refere à estrutura interna da Terra ainda existe muito que se descobrir. O poço super profundo de Kola na Rússia foi o ponto mais profundo feito pelo homem na crosta terrestre, com aproximadamente 12 km de profundidade. Entretanto, com base em experiências indiretas, foi possível inferir a composição interna do nosso planeta, sendo que os estudos das camadas da Terra são realizados na superfície e seguem duas abordagens, uma segundo a composição química e a outra conforme o comportamento físico. Nesta unidade (aula ) estudaremos as camadas da Terra de acordo com sua composição química. As camadas por composição química. A crosta é a fina camada da superfície terrestre, e corresponde a uma faixa com profundidades entre 30 km e 70 km nos continentes e nos oceanos esta profundidade varia entre 5 km e 10 km, composta por rochas sólidas constituídas por oxigênio, silício, alumínio, magnésio e ferro. O manto compreende a segunda camada, representa 83% do volume da Terra, possui 2.900 quilômetros de extensão e conserva uma temperatura elevada que atinge 3.400ºC. O minério responsável pela formação dessa camada da Terra é o magma, constituído por silício e magnésio. O núcleo é formado por minerais como ferro e níquel, corresponde a 16% do volume do planeta e está dividido em núcleo externo com composição líquida e núcleo interno com composição sólida. Acredita-se que seu interior seja composto por níquel e ferro, daí a denominação “nif”. 2. Minerais e rochas. Os minerais são compostos químicos inorgânicos, com uma composição estabelecida, cristalizados e formados a partir de processos inorgânicos ou também oriundos de asteróides ou meteoritos que atingiram o planeta. Quando agrupados, dão origem aos diferentes tipos de rochas sendo empregados para diversos fins econômicos. Entretanto, as rochas são formadas por um conjunto de minerais sólidos resultante em sua grande maioria da união natural de minerais. A crosta terrestre é formada por diversos tipos de rochas, sendo classificadas de acordo com sua origem: magmáticas, sedimentares e metamórficas. O Granito é uma rocha magmática resultante da união natural dos minerais de quartzo, feldspato e mica, conforme pode ser observado na imagem abaixo. Fonte: Disponível em: <https://www.google.com/search?q=fotos+de+mica&tbm>. Acesso em: 14 abr. 2020. 3. Vamos agora aprender como são formadas as rochas. Rochas ígneas ou magmáticas: são formadas a partir da solidificação do magma ou lava vulcânica. Costumam apresentar uma maior resistência. E se dividem em dois tipos: Rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas: são aquelas que surgem a partir do resfriamento do magma expelido em forma de lava por vulcões, formando a rocha na superfície e em áreas oceânicas. Como nesse processo a formação da rocha é rápida, ela apresenta características diferentes das rochas intrusivas. Um exemplo é o basalto. Rochas ígneas intrusivas ou plutônicas: são aquelas que se formam no interior da Terra, geralmente nas zonas de encontro entre a astenosfera e a litosfera, em um processo constitutivo mais longo. Elas surgem na superfície somente através de afloramentos, que se formam graças ao movimento das placas tectônicas, como ocorre com a constituição das montanhas. Exemplo: gabro Disponível em:https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-rochas.htm. Acesso em 14 abr. 2020 3. Vamos estudar sobre a formação das rochas magmáticas e as rochas sedimentares https://www.google.com/search?q=fotos+de+mica&tbm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-rochas.htm.%20Acesso%20em%2014%20abr.%202020 Rochas metamórficas: são as rochas que surgem a partir de outros tipos de rochas previamente existentes (rochas-mãe) devido à decomposição das delas durante o processo, o que é chamado de metamorfismo. Quando a rocha original é transportada para outro ponto da litosfera que apresenta temperatura e pressão diferentes do seu local de origem, ela altera as suas propriedades mineralógicas, transformando-se em rochas metamórficas. Exemplo: mármore. Rochas sedimentares: são rochas formadas a partir do acúmulo de sedimentos, que são partículas de rochas. Uma rocha preexistente sofre com as ações dos agentes externos ou exógenos de transformação do relevo, desgastando-se e segmentando-se em inúmeras partículas; em seguida, esse material (pó, argila, etc.) é transportado pela água e pelos ventos para outras áreas, onde se acumulam e, a uma certa pressão, unem-se e solidificam-se novamente (diagênese), formando novas rochas. Exemplo: calcário. Fonte: Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-rochas.htm>. Acesso em: 14 abr. 2020. Sugestão de vídeo aula: Estrutura da terra. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-TQTuVGXPU4>. Acesso em: 14 abr. 2020. (Geografia/Geologia: A estrutura da Terra. Parte II). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MhWX3rDItJs>. Acesso em: 14 abr. 2020. (Estrutura da Terra Parte I) - Rochas e Minerais. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9wvphUyN8ME>. Acesso em: 14 abr. 2020. 3. FILOSOFIA. A Alegoria da caverna 1 – Platão 2 1 A Alegoria da caverna também é conhecida como “O mito da caverna”. 2Texto extraído do autor: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-rochas.htm%3e https://www.youtube.com/watch?v=-TQTuVGXPU4 https://www.youtube.com/watch?v=MhWX3rDItJs https://www.youtube.com/watch?v=9wvphUyN8ME SÓCRATES 3 : Imagine [alguns] homens que vivem em uma espécie de morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo. GLAUCO: Entendo. SÓCRATES: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam. GLAUCO: Estranha descrição e estranhos prisioneiros! SÓCRATES: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tinham visto algo mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhosque o fogo projeta na parede da caverna à sua frente? GLAUCO: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel? SÓCRATES: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam? GLAUCO: É claro. SÓCRATES: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que veem, pensariam nomear seres reais? GLAUCO: Evidentemente. SÓCRATES: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua frente? GLAUCO: Sim, por Zeus. SÓCRATES: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as sombras dos objetos fabricados. 3 O presente texto apresenta alguns recortes e acréscimos realizados para facilitar a fluência da leitura. Isso não implicará em prejuízo para a compreensão do mesmo. GLAUCO: Não poderia ser de outra forma. SÓCRATES: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto, forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras, anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o, com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora? GLAUCO: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras. SÓCRATES: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram? GLAUCO: Sem dúvida alguma. SÓCRATES: E se o tirassem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora? E, chegando à luz, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que nós afirmamos agora serem verdadeiros. GLAUCO: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos. SÓCRATES: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais facilmente as sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água, depois os próprios objetos. Em segundo lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz do sol. GLAUCO: Sem dúvida. SÓCRATES: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa, mas o próprio sol, no lugar do sol, o sol tal como é. GLAUCO: Certamente. SÓCRATES: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível, e que é, de algum modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna. GLAUCO: É indubitável que ele chegará a essa conclusão. SÓCRATES: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de seus antigos companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles? GLAUCO: Claro que sim. SÓCRATES: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas concedidas àquele que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na parede e de uma memória mais fiel para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a confiança assim adquiridas entre os companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes [...] que mais vale “viver como escravo de um lavrador” e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e viver como se vive lá? GLAUCO: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá. SÓCRATES: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol? GLAUCO: Naturalmente. SÓCRATES: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam? GLAUCO: Sem dúvida alguma, eles o matariam. SÓCRATES: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso, eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela própria é a soberana que dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública. GLAUCO: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo. Sugestão de vídeo aula: Para compreender um pouco mais a “Alegoria da caverna”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZBAyHVlzRV0>. Acesso em: 14 abr. 2020. 4. SOCIOLOGIA. A sociologia como ciência Vamos estudar sobre a Sociologia como ciência capaz de interpretar e sistematizar nossos modos de ser, pensar, agir e sentir em sociedade. A Sociologia é uma das três Ciências Sociais, ao lado da Antropologia e da Ciência Política. Sem dúvida, ela é a mais popular das três, sendo não só a mais estudada, como também a mais compreendida. A ciência sociológica nos ajuda a compreender determinados fenômenos sociais, como a violência, a corrupção e o desemprego. Por meio da análise sociológica, podemos também apontar caminhos para solucionar alguns destes fenômenos, contribuindo assim para a justiça e a igualdade social. Torna-se importante salientar que a formação da Sociologia é também resultado do processo de consolidação da sociedade capitalista. Esse campo de estudo só pode se manifestar porque havia um ambiente social favorável ao seu surgimento. Naquele momento, de grande desenvolvimento industrial na Europa, tornou-se fundamental criar uma ciência capaz de compreender a dinâmica da sociedade para, inclusive, incrementara produção de mercadorias, a fim de torná-la mais eficiente, rápida e barata. Assim, a Sociologia, serviu para aprimorar a lógica capitalista. No entanto, como já dizia Michel Foucault, onde há poder, há resistência. Revoltado com a exploração dos trabalhadores na sociedade capitalista, Karl Marx surge como o primeiro grande pensador da Sociologia preocupado com a igualdade e a justiça social. Exploração capitalista. Fonte: Disponível em: < http://bit.ly/2PfnZJM>. Acesso em: 14 abr. 2020. Marx, como você já deve ter ouvido falar, foi um pensador extremamente crítico do modo de produção capitalista, apontando seu caráter desigual, excludente e explorador. Marx analisou a sociedade alemã do século XIX, porém seu modelo irá servir para compreender todas as sociedades capitalistas da época, o que nos ajuda a compreender também alguns problemas sociais que perduram em nossas sociedades capitalistas contemporâneas. De lá para cá, sociólogos e sociólogas vêm aperfeiçoando o estudo da Sociologia, buscando não apenas entender melhor os fenômenos sociais, como também evidenciar a importância de pensar sobre eles para que possamos viver em uma sociedade mais justa, igualitária, harmoniosa e feliz. A Sociologia busca superar a visão do senso comum, que costuma ser carregada de pressupostos e preconceitos. A ciência sociológica nos mostra que uma opinião é diferente de uma análise crítica, pois enquanto a primeira se reduz a um comentário baseado na própria experiência, a segunda está ancorada na pesquisa, no conhecimento científico sobre dado assunto. Todos e todas temos direito a ter opiniões sobre qualquer assunto, mas achar que nossas opiniões podem servir de base para analisar a sociedade e apontar caminhos para o http://bit.ly/2PfnZJM desenvolvimento da mesma é um pensamento errôneo e perigoso que a Sociologia busca combater. A Sociologia é uma ciência tão importante como a Química, a História, a Biologia e a Matemática, sendo seu estudo, em todos os níveis do ensino básico, fundamental para o aprimoramento do ser humano, como cidadão crítico que vive em sociedade. Sugestão de vídeo aula: Contexto histórico-social do surgimento da Sociologia - Sociologia - Prof. Leandro Vieira. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KNbJ_IonWuU>. Acesso em: 14 abr. 2020. Referência TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010. https://www.youtube.com/watch?v=KNbJ_IonWuU
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