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FILOSOFIA JURÍDICA AS ESCOLA ESTÓICA E EPICURISTA E FILOSOFIA DO DIREITO EM ROMA ESCOLA ESTÓICA A escola Estóica tem antecedentes na Escola Cínica e o seu principal representante é Antístenes e Diógenes. Os homens devem limitar as suas necessidades e depender menos das coisas. Cada cidadão deve agir livremente e romper os laços que o prendem ao Estado e se transformar num cidadão do mundo, cosmopolita. A atenção dos homens deve se voltar para as leis da virtude e não para os costumes e leis impostas pelo Estado. Pregaram o retorno ao estado de natureza. ESCOLA ESTÓICA Fundada por Zenão de Cítio, foi sistematizada por Crisipo e se expandiu pela Grécia até Roma, com notáveis seguidores com Cícero, Sêneca, Marco Aurélio e Epíteto. Sob a influência de Heráclito, adotaram uma filosofia panteísta, no qual o universo seria conduzido por um princípio geral, “logos”, a razão, estando o mundo da matéria impregnado de racionalidade. O homem, submetido a esse princípio, seria essencialmente racional. Nos domínios da Ética, o homem deveria viver de acordo com a natureza em geral. ESCOLA ESTÓICA O “bem” estaria na resignação e sábio é aquele que consegue superar as suas paixões e se livrar dos condicionamentos externos, desfrutando da liberdade interna. A liberdade interna seria alcançada pelo aperfeiçoamento do espírito e, diante dela, a diferença de classes não teria sentido. Sendo o universo animado pela razão, esta seria a fonte suprema para orientar os homens e suas leis e sendo única só poderia ditar um direito e um Estado único. Zenão de Cítio pregava a formação de um Estado universal. ESCOLA ESTÓICA O estoicismo se apresenta como um Direito Natural, que estaria em total harmonia com a razão que governa o universo. Defendiam que com a implantação do Estado único, o Direito Natural tenderia a se efetivar espontaneamente, prescindindo de leis, pois estas não seriam necessárias. ESCOLA EPICURISTA Criada por Epicuro de Samos, um extensão da escola Cirenaica aperfeiçoada. Produziu inúmeros tratados que só chegaram à atualidade em fragmentos. A escola foi chamada de “filósofos do jardim”. A escola Cirenaica, criada por Aristipo de Cirene, defendia uma ética utilitária, chamada de Escola Hedonista, do grego “hedone”, “prazer”. Na escola Cirenaica, o homem deveria procurar alcançar o prazer e afastar a dor. O prazer era identificado como sensações físicas. Os cirenaicos negaram a existência de um Direito Natural e não admitiam o justo por natureza, afirmando tratar-se de convenção humana. ESCOLA EPICURISTA A ética da escola conservou o sentido hedonista, porém o prazer não era o prazer das sensações, mas, sim, o prazer do espírito. Criaram uma hierarquia de prazeres e o prazer da amizade estava em primeiro lugar. A temperança era o meio de assegurar as melhores condições para que o homem desfrute dos prazeres. Entendiam que o ser humano não era sociável por natureza, mas por convenção. Em estado de natureza, o homem vivia na dor, em conflito com o semelhante. Para evitar a dor e assegurar o prazer, os homens criaram o Estado. ESCOLA EPICURISTA O Estado, no momento em que deixar de cumprir com a missão para qual foi criado, afastar a dor e propiciar o prazer, deve deixar de existir. Como o Estado se estrutura e se organiza a sociedade mediante leis, estas, as leis, teriam o objetivo essencial de propiciar o prazer e afastar a dor. O Epicurismo elaborou o esboço fundamental da “teoria do contrato social”. A FILOSOFIA DO DIREITO EM ROMA Os romanos foram extraordinários na elaboração de seu “Jus Positum”. Em Roma, os estóicos obtiveram sua maior influência com Cícero, Sêneca, Marco Aurélio e Epíteto. A influência da Escola de Zenão de Cítio é explicada também pelo caráter austero dos romanos que incorporaram a tendência expansionista com apoio na teoria do Estado único. Em relação ao Direito, limitaram-se a “praecepta juris” (princípios do direito). A definição deixada por Celso situou o direito como “ars boni et aequi” (arte do bem e do justo), faltando a percepção de que o Direito e a Moral são autônomos. A FILOSOFIA DO DIREITO EM ROMA Ulpiano, autor da máxima de “viver honestamente, não lesar a outrem, dar a cada um o que é seu”, também deixou de estabelecer a diferença entre Direito e Moral. Os romanos não formularam uma teoria diferenciadora entre Direito e Moral, que só surgiu com Tamásio, no século XVIII. Ulpiano elaborou a mais famosa definição do valor excelso do Direito, tendo a justiça como virtude pessoal, porém sem indicar a fórmula pela qual se deve dar a cada um o que é seu. Em relação do Direito Natural, Marco Cícero afirmava ser ele a reta razão em concordância com a natureza, eterna, imutável, universal. A FILOSOFIA DO DIREITO EM ROMA Marco Cícero proclamou que a proclamação do justo viria da natureza e que esse valor antecedia as leis positivas. O sentimento de justiça seria comum a todos os homens. A lei não é um acordo entre os homens, mas algo derivado da natureza. Marco Aurélio adotou a filosofia estóica em seu governo e concebeu um direito natural fundado na razão e válido em todas as partes. Promulgou leis humanitárias de sentido universal. Para Sêneca, a humanidade teria vivido uma idade de ouro, pela inexistência da propriedade privada, leis e governos. Abominou o Estado e suas leis, os males do mundo.
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