Buscar

Resumo das aulas - Introdução à Filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Filosofia Jurídica
Ontologia jurídica: é a ciência que estuda o ser enquanto ser, independente do modo como se manifesta. É a parte da Filosofia do Direito que tem a função de determinar o conteúdo do direito, fazendo conhecer seu objeto e por fim possibilitando a determinação de seu conceito e posterior definição. Todavia, a missão da ontologia jurídica de determinação conceitual do direito esbarra em alguns problemas de ordem não puramente ontológica, sendo o maior deles o de se encontrar uma definição única para o direito, que abranja suas inúmeras manifestações e funções. A heterogeneidade de elementos constitutivos do fenômeno jurídico, enquanto realidade complexa torna penosa e complicada a função de determinação conceitual sem que se elimine de seu âmbito de alcance uma ou outra manifestação essencial à compreensão do direito.
Axiologia jurídica: Axiologia jurídica é, naturalmente, o estudo dos valores jurídicos na base dos quais está a justiça. Recebem por isso, também as denominações de Teoria dos valores jurídicos, Teoria do direito justo, Estimativa jurídica, Teoria da justiça e outras.
A Filosofia do direito se divide em três perspectivas segundo Del Vecchio:
Gnoseologia Jurídica: (Teoria do conhecimento do direito): é aquele que se refere às estruturas lógicas que permitem ao jurista realizar a sua tarefa científica, sem fazer questionamentos sobre a validade do direito. (teoria do direito: conhecimento e lógica do direito) 
Deontologia jurídica: É quando terminado o conhecimento do direito, abres-se o campo de indagação relativo à posição e a atitude do jurista perante a um dever a cumprir em sua valoração do agir, de sua ação em dado momento concreto, respondendo a pergunta (Reale): que fins ou valores norteiam os homens e que deveres resultam desses fins?(fundamento ético: dinâmica da culpa e do pecado)
Fenomenologia jurídica: É quando se estuda o direito enquanto fenômeno social ou fato social, enquanto realidade histórica em determinada sociedade ou civilização. (fundamento social)
O que é filosofia do direito para Giorgio Del Vecchio?
É a disciplina que define o direito na sua universalidade lógica, investiga os fundamentos e os caracteres gerais do seu desenvolvimento histórico e avalia-o segundo o ideal de justiça traçado pela razão pura.
O que a filosofia para Miguel Reale?
É o estudo crítico-sistemático dos pressupostos lógicos, axiológicos e históricos da experiência jurídica.
 
O que é filosofia do direito para nós?
A filosofia do direito é a parte da filosofia geral que tem por objeto de estudo o direito, considerando-o entre princípios fundamentais da investigação filosófica geral em virtude de sua nota de universidade, dotado que é de validade universal, analisando sob a ótica da ontologia (estudo do ser das coisas) da metafísica (filosofia da religião e da história), gnoseologia (teoria do conhecimento) e da ética (deontologia)
Quais as características da filosofia do direito?
Estuda o direito de modo sistemático, abrangendo conceitos gerais que definem a existência do fenômeno jurídico;
Estuda o direito como sendo um produto necessário da natureza humana, como uma dimensão de fenômeno humano universal, portanto, como uma realidade existencial histórica, regida pelos caracteres da condicionalidade e da realizabilidade da ação no plano prático (REALE);
Estuda o direito como manifestação cultural de conteúdos axiológicos cambiantes na dinâmica da história, avaliando e analisando sua realidade com sentido analítico e critico.
Sistematizar o sistema jurídico, dar a entender que o sistema tem vida e se auto alimenta, para fazer uma distinção entre as várias áreas do direito.
O fim ultimo do Indivíduo é realizar a existência do Estado. A visão do totalitário era o benefício do Estado, é a realização de uma democracia mundial. O Estado não pode usar sua soberania de maneira absoluta, exercer a democracia não é uma opção, é uma necessidade.
O direito é um produto necessário para o ser humano, É o que é em virtude de suas mobilidades históricas, está relacionado com a mobilidade histórica, está relacionado com a eficácia. Todos os países se não escrito, costumeiros, realidade existencial.
Importante notar que a filosofia do direito se distância da mitologia, da religião, do saber vulgar, pois é o saber racional, sistemático, metodológico e lógico. A transição de pensamentos ocorre por meio dos pré-socráticos e o termo dike é a referencia com o termo justiça. 
O conceito de justiça e injustiça tem concepções gerais sobre a sobrevivência ou não das coisas. 
Importante notar através deste estudo que os conceitos éticos utilizados pelos pensadores da época, assim como a evolução de tais pensamentos, nos levando a raciocinar quanto a prováveis mudanças sobre conceitos que norteiam nosso ordenamento jurídico.
Período pré-socrático
Os chamados filósofos pré-socráticos, preocupados com o desenvolvimento de conhecimentos de natureza cosmológica e investigando a arché (princípio) do universo não elaboraram fragmentos significativos sobre os problemas normativos das sociedades onde viviam. Apenas no período da filosofia considerado como antropológico – chamado assim por conta de sua preocupação com questões relativas ao homem em seu mundo – é que as leis e a justiça serão o centro das investigações dos filósofos de uma maneira geral. Ou seja, a filosofia se dedica sistematicamente a temas relacionados à normatividade social apenas no período que se seguiu ao socrático (século IV a. C.).Um dos grandes temas que animavam as discussões nesta época era a relação entre a physis ou a natureza das coisas e suas leis, e o nomos as convenções sociais com suas leis e razões. É nesta relação entre physis e nomos que se encontra a base da reflexão sobre as leis dos gregos. Leis humanas feitas pelos homens mortais espelhadas em leis naturais, estipuladas pelos deuses imortais. Sendo assim, percebemos que não se desenvolveu uma reflexão deste matiz entre os pré-socráticos pelo fato destes se concentrarem apenas na physis e nas leis naturais que são os princípios do universo (princípios tanto no sentido de início quanto sentido de base) do cosmos, daí o nome de reflexão cosmológica.
Sócrates: Sócrates sempre foi um filósofo da ação. Apartir de um interrogatório ele mexia coma opinião (convicção) das pessoas, os valores das pessoas mudavam apartir do interrogatório que ele fazia. Neste periodo o dinheiro não era um meio era uma finalidade, as grandes revoluções economicas foram revoluções filosóficas.Em função da filosofia crítica de Socrates, foi condenado a morrer ingerindo veneno, rejeitou a ideia de fugir, pois sua vida era em atenas e havia feito tudo por Atenas, esse ultimo ato de Socrates o tornou imortal.
Homero: É uma criação coletiva de varios autores, alguns deles anonimos tem um legado que é a iliada e a odisséia. Viveu em tróia, a guerra era uma maneira de conquistar as autarquias da pólis, e o primeiro instituido de direito do mundo grego.Sem as ideias fundamentais do mundo grego o mundo seria diferente , ele nos faz pensar o homem tal qual ele é hoje, com suas vontades e determinações. Homero é o primeiro a buscar através da guerra.
Hesidóro: É alguém que vai escrever no século VI, ele pretende chamar a atenção para fazer um equilibrio através de várias justiças humanas, ele vê abusos de várias partes, e vai defender a justiça divina, quem não inveja as pessoas pode encontrar um ponto de equilibrio. Ele comenta da tirania do poder, o problema da guerra e da injustiça está relacionado com a inveja. As pessoas que mais reclamam são as mais acomodadas.
Pindaro: Autêntico trabalhou para vários reis no séculoV a.C. era um poeta cantado por vários gregos. A justiça é uma coisa natural do proprio homem. Descendente dos átridas, chegou aos dez anos em Atenas, onde aprendeu música com os mestres Agatides e Apolodoro.Estudou em Delfos e Egina, colhendo as tradições que o fizerem brilhar na vida artística.Na "Décima Pítica", seu primeiro poema, parece alertar oshomens sobre o perigo da guerra e convencê-los à paz.
Sófocles: Sófocles, na tragédia grega intitulada "Antígona", apresenta a oposição entre o Direito Natural (no caso da peça, Direito que provinha das crenças – deuses – e dos costumes) e o Direito Positivo (Direito imposto pelo representante do Estado). Este foi o aspecto destacado por Hegel, na sua interpretação da peça. Acontece que o texto de "Antígona" apresenta outros aspectos de relevância para o estudo do Direito, além do que foi proposto por Hegel, mesmo que não estejam em primeiro plano. Um desses aspectos relevantes é a questão da Democracia. Sófocles deixa evidente a importância da Democracia na Grécia Antiga, tirando-a do pequeno mundo político de Atenas e levando-a como necessidade para as outras cidades gregas; Tebas no caso. A importância e a necessidade da Democracia no cenário político vivido por Antígona e Creonte vêm à tona nas falas de Hémon. Numa leitura superficial do texto, tem-se a sensação de que Hémon enfrenta seu pai, o rei Creonte, apenas para salvar a vida de sua prima e amada, Antígona; seria uma atitude meramente passional. Mas uma leitura mais atenta pode fazer com que o leitor tenha uma outra impressão.
Na história, os irmãos Etéocles e Polinices eram filhos do rei Édipo e, por isso, herdeiros do trono de Tebas. Polinices cerca a cidade para tomar o trono que está em poder de Etéocles e ambos morrem em combate, um pelas mãos do outro. Com a morte dos irmãos, quem assume o trono é Creonte, irmão de Jocasta - mãe e esposa de Édipo. O novo rei de Tebas faz o enterro de Etéocles com todas as honras devidas e acusa Polinices de traidor, proclamando um edito dizendo que quem o enterrasse seria morto. Por se tratar de um irmão, Antígona se rebela contra a lei positiva de Creonte e enterra o cadáver. É a partir daí que começa a disputa entre o Direito Natural e o Direito Positivo.
Creonte defende a sua posição dizendo que não poderia deixar de matar Antígona por ela ser sua sobrinha, pois as leis deveriam ser para todos. Caso contrário, ele pareceria um rei incorreto, mentiroso e injusto para a cidade. Antígona se defende dizendo que o edito está em desacordo com a vontade dos deuses e com os costumes. O profeta Tirésias tem um papel importante nesse debate pois, ao profetizar o trágico e próximo futuro de Creonte, mostra o Direito Natural sancionando o monarca por seu erro.
Mas Sófocles parece ampliar a discussão, até então restrita ao Direito Natural e Direito Positivo, quando coloca Hémon em cena. É no contexto das falas fortes do herdeiro do trono de Tebas que se encontra a importância da Democracia. No debate com Creonte, Hémon se baseia na razão. Mas, em que consiste essa razão? Consiste em ouvir outras opiniões arrazoadas, não tomar apenas a opinião própria como a única correta. Deve-se ouvir, principalmente, a opinião do povo. Creonte se apresenta numa posição de tirano, parecendo injusto para os tebanos. Hémon vem à presença de seu pai preocupado com a sorte de Antígona, mas também preocupado com a imagem do rei, que está começando a ser mal visto pela população. Em todo o seu discurso, o príncipe defende que a opinião do povo deve ser levada em consideração, não estando preocupado com a opinião dos deuses ou com os costumes.
Quando o dramaturgo grego apresenta Hémon tentando se impor perante Creonte, sem submissão, pode-se visualizar um debate entre Democracia e Tirania, no qual o príncipe apresenta argumentos mais fortes do que os do pai, mas não consegue vencer sua teimosia. Transcreve-se, aqui, alguns trechos do texto para uma melhor visualização:
Da sofistica e sua visão do direito Natural e positivo
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de cidade em cidade realizando aparições públicas (discursos, etc) para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação. Os mestres sofistas alegavam que podiam "melhorar" seus discípulos, ou, em outras palavras, que a "virtude" seria passível de ser ensinada.
Protágoras (481 a.C.-420 a.C.), Górgias (483 a.C.-376 a.C.), e Isócrates (436 a.C.-338 a.C.) estão entre os primeiros sofistas conhecidos. Protagoras foi o primeiro sofista a aceitar dinheiro (pagamento) dos seus ensinamentos. Diversos sofistas questionaram a propalada sabedoria recebida pelos deuses e a supremacia da cultura grega (uma idéia absoluta à época). Argumentavam, por exemplo, que as práticas culturais existiam em função de convenções ou "nomos", e que a moralidade ou imoralidade de um ato não poderia ser julgada fora do contexto cultural em que aquele ocorreu. Tal posição questionadora levou-os a serem perseguidos, inclusive, por aqueles que se diziam amar a sabedoria: os filósofos gregos. A conhecida frase "o homem é a medida de todas as coisas" surgiu dos ensinamentos sofistas. Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra-argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e que a efetividade de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma dada platéia.
Os Sofistas foram os primeiros advogados do mundo, ao cobrar de seus clientes para efetuar suas defesas, dada sua alta capacidade de argumentação. São também considerados por muitos os guardiões da democracia na antiguidade, na medida em aceitavam a relatividade da verdade. Hoje, a aceitação do "ponto de vista alheio" é a pedra fundamental da democracia moderna.
Sofística: era originalmente o termo dado às técnicas ensinadas por um grupo altamente respeitado de professores retóricos na Grécia antiga. O uso moderno da palavra, sugestionando um argumento inválido composto de raciocínio especioso, não é necessariamente o representante das convicções do sofistas originais, a não ser daquele que geralmente ensinaram retórica. Os sofistas só são conhecidos hoje pelas escritas de seus oponentes (mais especificamente, Platão e Aristóteles) que dificulta formular uma visão completa das convicções dos sofistas.
Os sofistas são os primeiros a romperem com a busca pré-socrática por uma unidade originária (a physis) iniciada com Tales de Mileto e finalizada em Demócrito de Abdera (que embora tenha falecido pouco tempo depois de Sócrates, tem seu pensamento inserido dentro da filosofia pré-socrática).
A principal doutrina sofística consiste em uma visão relativa de mundo (o que os contrapõe a Sócrates que, sem negar a existência de coisas relativas, buscava verdades universais e necessárias). A principal doutrina sofística pode ser expressa pela máxima de Protágoras: "O homem é a medida de todas as coisas".
Tal máxima expressa o sentido de que não é o ser humano quem tem de se moldar a padrões externos a si, que sejam impostos por qualquer coisa que não seja o próprio ser humano, e sim o próprio ser humano deve moldar-se segundo a sua liberdade.
Outro sofista famoso foi Górgias de Leontini, que afirmava que o 'ser' não existia. Segundo Górgias, mesmo que se admitisse que o 'ser' exista, é impossível captá-lo. Mesmo que isso fosse possível, não seria possível enunciá-lo de modo verdadeiro e, portanto, seria sempre impossível qualquer conhecimento sobre o 'ser'.
Estas visões contrastantes com a de Sócrates (que foram adotadas também por Platão e Aristóteles, bem como sua "luta" anti-sofista) somada ao fato de serem estrangeiros - o que lhes conferia um menor grau de credibilidade entre os atenienses - contribuiu para que seu pensamento fosse subvalorizado até tempos recentes.
· Antifonte: de Atenas (480-411 a.C.) é uma figura controversa. Antifonte, o Sofista, representa melhor que todos a contraposição entre a natureza (phýsis), na qual se baseia o direito natural, considerado inato e absoluto, e as leis da cidade (nómos), nas quais se apoia o direito positivo, puramente convencional e imposto pela força ou pela necessidade.
A verdadeira justiça baseia-se na leinatural, que corresponde à verdade. As leis civis não passam de opinião. A separação em classes sociais é convenção social. Fomos todos feitos pela natureza do mesmo modo. Se a lei é apenas uma convenção, podemos transgredi-la, desde que ninguém o saiba. Mas não podemos transgredir de maneira alguma uma lei natural. Muitas leis e costumes não escritos são contrários à natureza, diz Antifonte, como honrar aos nascidos de berço nobre e desprezar os comuns. Todos os homens são iguais por natureza, sejam gregos ou bárbaros (não gregos).
· Outros sofistas de destaque foram Hípias, Pródicos, Cálicles, Crítias e Antifonte. No que interessa à filosofia do direito, a contribuição dos sofistas foi questionar os valores éticos e jurídicos da pólis ateniense, pondo em causa a forma de governo, combatendo a injustiça da economia escravista, embasando o direito natural a partir da ordem humana e não divina. Os sofistas forneceram os argumentos contra as distorções do direito positivo vigente nas diversas pólis gregas. O indivíduo é o criador da cidade e vale sempre mais que a coisa criada: sua consciência, sua lei interior é mais valiosa que o decreto do democrata Péricles ou do tirano de Tebas.
A crítica dos sofistas trouxe problemas. Com relação à escravidão, diziam: os deuses nos fizeram livres e a ninguém fez escravo. Ironizavam, na prática, a justiça da cidade, ensinando a quem quisesse pagar como vencer uma causa, independentemente da tese a ser defendida. Às leis decretadas pelo poder governante (nómos), opunham o conceito de uma natureza ou princípio natural (phýsis) presente no cosmo e no homem, assinalando, desse modo, a diferença entre as normas jurídicas convencionais e que quase sempre se identificam com os interesses do grupo mais forte.
Período pré-socrático
Os chamados filósofos pré-socráticos, preocupados com o desenvolvimento de conhecimentos de natureza cosmológica e investigando a arché (princípio) do universo não elaboraram fragmentos significativos sobre os problemas normativos das sociedades onde viviam. Apenas no período da filosofia considerado como antropológico – chamado assim por conta de sua preocupação com questões relativas ao homem em seu mundo – é que as leis e a justiça serão o centro das investigações dos filósofos de uma maneira geral. Ou seja, a filosofia se dedica sistematicamente a temas relacionados à normatividade social apenas no período que se seguiu ao socrático (século IV a. C.).
Um dos grandes temas que animavam as discussões nesta época era a relação entre a physis ou a natureza das coisas e suas leis, e o nomos as convenções sociais com suas leis e razões. É nesta relação entre physis e nomos que se encontra a base da reflexão sobre as leis dos gregos. Leis humanas feitas pelos homens mortais espelhadas em leis naturais, estipuladas pelos deuses imortais. Sendo assim, percebemos que não se desenvolveu uma reflexão deste matiz entre os pré-socráticos pelo fato destes se concentrarem apenas na physis e nas leis naturais que são os princípios do universo (princípios tanto no sentido de início quanto sentido de base) do cosmos, daí o nome de reflexão cosmológica.
Para outros filósofos, porém, o pensamento filosófico surge na Grécia, por volta do século VI a.C., quando surgem as primeiras tentativas de explicação natural (e não sobrenatural) para os fenômenos da natureza. De fato, isso foi uma coisa nova e um dos momentos essenciais ao desenvolvimento humano, que deram um enorme impulso ao nosso conhecimento. 
Os primeiros filósofos gregos
Os primeiros filósofos gregos tentaram entender o mundo com o uso da razão, sem recorrer à religião, à revelação, à autoridade ou à tradição. Além disso, também eram professores que ensinavam seus discípulos a usar a razão e a pensar por si mesmos. Eles os encorajavam a discutir, argumentar, debater e propor ideias próprias.
Tendo vivido entre o século VI a.C e princípios do séculoV a.C., esses filósofos mais antigos, dos quais poucos conhecimentos foram conservados através dos tempos, são também chamados de pré-socráticos, por que antecederam Sócrates, o primeiro filósofo cujo método de pensar, bastante sistemático, foi efetivamente preservado para a posteridade.
Não se pode, porém, deixar de examinar, ainda que brevemente, o pensamento dos pré-socráticos. Ainda que só nos restem fragmentos de suas ideias, elas são surpreendentes. E não só por constituírem uma grande novidade para a época em que elas foram formuladas, mas também porque muitas delas ou conservam grande atualidade ou encontraram ressonância em filósofos de milênios posteriores, inclusive nossos contemporâneos.
Tales e Anaximandro: Para começar, pode-se mencionar Tales, da cidade de Mileto, na Ásia Menor (atual Turquia). As datas de seu nascimento e morte são ignoradas, mas sabe-se que ele atuou na década de 580 a.C. Tales de Mileto se perguntou: "De que é feito o mundo?". Chegou à conclusão de que ele era feito de um único elemento: a água. Afinal, todas as coisas precisam de água para viver, é a chuva que faz as plantas brotarem da terra e toda porção de terra termina na água.
Na verdade, a física moderna chegou a uma conclusão semelhante à do antigo filósofo ao mostrar que todas as coisas materiais são redutíveis à energia.
Um discípulo de Tales, nascido na mesma cidade, Anaximandro (610 a.C.-546 a.C) desenvolveu outro raciocínio. Se a Terra fosse sustentada pela água, esta, por sua vez, deveria ser sustentada por outra coisa e assim sucessivamente, até o infinito. Disso, Anaximandro concluiu que a Terra não era sustentada por nada, mas um objeto sólido que flutuava no espaço e se mantinha em sua posição graças a sua equidistância em relação a tudo mais.
Parmênides: Na primeira metade do século 5 a.C., Parmênides, desenvolveu uma reflexão contrária à de Heráclito. Parmênides considerou que é uma contradição afirmar que "nada existe". Para ele, tudo sempre existiu. O mundo, portanto, não tem princípio, nem foi criado: ele é eterno e imperecível. "Tudo é um", dizia Parmênides, e o que parece mudança ocorre, na verdade, no interior de um sistema fechado e imutável.
Empédocles: Sem discordar de Parmênides, Empédocles sustentava que tudo era composto de quatro elementos essenciais e perenes: terra, água, ar e fogo. Essa ideia influenciou o pensamento ocidental até o renascimento e a ideia dos quatro elementos é bastante conhecida ainda hoje, mesmo por quem não conhece história da filosofia.
Enfim, os pré-socráticos refletiram sobre a natureza do mundo procurando explicá-lo a partir de sua própria natureza e, se muito do que pensarem pode ser considerado um absurdo hoje em dia, seu pensamento inegavelmente foi o ponto de partida para o entendimento racional do mundo.
Heráclito e Pitágoras: Na mesma época, outro filósofo de outra cidade grega, Heráclito de Éfeso, desenvolveu dois raciocínios extremamente originais. Primeiro a da unidade entre os opostos. Heráclito percebeu que o caminho para subir uma montanha é o mesmo para descer. Ou seja, trata-se de um mesmo caminho, embora ela conduza a direções opostas. A partir daí, o filósofo concluiu que a realidade surge justamente da contradição.
Por isso, a realidade é instável e está em constante movimento. "Tudo flui", dizia Heráclito. Com isso, queria dizer que nada é permanente. Ele comparava as coisas a uma chama que parece um objeto, mas é muito mais um processo. Para ele, portanto, a mudança é a lei da vida e do universo. 
Pouco antes de Heráclito, outro filósofo também se destacava na cidade grega de Samos: Pitágoras. Supõe-se que ele tenha inventado o termo "filosofia", pois se definia como um amigo (filo) do saber (sofia). Com certeza, sabe-se que ele relacionou a filosofia à matemática, acreditando que a linguagem matemática poderia expressar com maior precisão as estruturas do universo.
Pitágoras é o autor do famosíssimo teorema que leva seu nome: num triângulo retângulo, a hiponenusa ao quadrado é igual à soma do quadrado dos catetos. Aliás, foi Pitágoras o inventor da ideia de "quadrado" e "cubo"de um número, traçando uma relação, até então inexistente, entre geometria e aritmética.
Platão e sua doutrina acerca da justiça: Em um primeiro momento podemos falar de Platão e Sócrates, incidindo na doutrina de Aristóteles, a estóica e a cristã - sendo esta última, enfatizada no pensamento de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Cabe aqui, trazer a perspectiva platônica como ponto histórico importante na construção do ideal de justiça.
Na Grécia, imperava a ordem natural e social que o homem deveria ser submeter sem questionar. Neste contexto os fatos eram conseqüências do divino, tudo o que acontecia era atribuído à vontade dos deuses. Em dado momento há uma a ruptura entre este ideal, onde "o homem é medida de todas as coisas", frase proferida por um filósofo na época socrática: Protágoras. Ainda se situando nesse momento, a ruptura dessa ordem inexorável se faz pela afirmação consciente da subjetividade, ou também pela particularidade do indivíduo pura e simplesmente. Aqui Platão está perante a justiça como medida imposta ao homem, aonde ir de encontro com estas naquela cultura fazia o homem merecer o castigo dos deuses. O pensamento platônico acerca da justiça é uma correta reflexão sobre a idéia de justiça como igualdade, ponto de partida da doutrina.
Devemos vincular a fundamentação da perspectiva platônica no pensamento de Sócrates, onde a subjetividade consciente do ético e se opera na medida do nomos da sociedade, onde trás o censo de julgar e romper a harmonia que é a medida objetiva da pólis. Assim se tem uma maior dinâmica na participação de uma nova ordem. 
A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência. A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividir-se-ia em teorética, prática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional. A teorética, por sua vez, divide-se em física, matemática e filosofia primeira (metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em ética e política; a poética em estética e técnica. Aristóteles é o criador da lógica, como ciência especial, sobre a base socrático-platônica; é denominada por ele analítica e representa a metodologia científica. Neste método trata Aristóteles os problemas lógicos e gnoseológicos no conjunto daqueles escritos. Limitar-nos-emos mais especialmente aos problemas gerais da lógica de Aristóteles, porque aí está a sua gnoseologia. Foi dito que, em geral, a ciência, a filosofia - conforme Aristóteles, bem como segundo Platão - tem como objeto o universal e o necessário; pois não pode haver ciência em torno do individual e do contingente, conhecidos sensivelmente. Sob o ponto de vista metafísico, o objeto da ciência aristotélica é a forma, como idéia era o objeto da ciência platônica. A ciência platônica e aristotélica é, portanto, ambas objetivas, realistas: tudo que se pode aprender precede a sensação e é independente. No sentido estrito, a filosofia aristotélica é dedução do particular pelo universal, explicação do condicionado mediante a condição, visto que o primeiro elemento depende do segundo. Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenômeno particular depende da lei universal e o efeito da causa. O seu processo característico, clássico, é o silogismo. Os elementos primeiros, os princípios supremos, as verdades evidentes, consoante Platão, são fruto de uma visão imediata, intuição intelectual, em relação com a sua doutrina do contato imediato da alma com as idéias - reminiscência. 
Aristóteles, entretanto, de cujo sistema é banida toda forma de inatismo, também os elementos primeiros do conhecimento - conceito e juízos - devem ser, de um modo e de outro, tirados da experiência, da representação sensível, cuja verdade imediata ele defende, porquanto os sentidos por si nunca nos enganam. O erro começa de uma falsa elaboração dos dados dos sentidos: a sensação, como o conceito, é sempre verdadeira. Por certo, metafisicamente, ontologicamente, o universal, o necessário, o inteligível, é anterior ao particular, ao contingente, ao sensível: mas, gnoseologicamente, psicologicamente existe primeiro o particular, o contingente, o sensível, que constituem precisamente o objeto próprio do nosso conhecimento sensível, que é o nosso primeiro conhecimento. Assim sendo, ela não está efetivamente acabada, mas pode-se integrar logicamente segundo o espírito profundo da sua filosofia. Quanto aos elementos primeiros do conhecimento racional, a saber, os conceitos, a coisa parece simples: a indução nada mais é que a abstração do conceito, do inteligível, da representação sensível, isto é, a "desindividualização" do universal do particular, em que o universal é imanente. A formação do conceito é tirada da experiência. Quanto ao juízo, entretanto, em que unicamente temos ou não temos a verdade, e que é o elemento constitutivo da ciência, a coisa parece mais complicada. Aristóteles reconhece que é impossível uma indução completa, isto é, uma resenha de todos os casos os fenômenos particulares para poder tirar com certeza absoluta leis universais abrangendo todas as essências. Então só resta possível uma indução incompleta, mas certíssima, no sentido de que os elementos do juízo os conceitos são tirados da experiência seu nexo, porém, é em principio analítico, colhido imediatamente pelo intelecto humano mediante a sua evidência, necessidade objetiva.
  Ética, direito e a Escola Estóica:A transformação do conceito de justiça natural no de direito natural costuma ser atribuída aos Estóicos. Se a lei "comum" a que Aristóteles sugeria recorrer era claramente natural, por oposição a ser o resultado de uma legislação divina, o direito natural estóico era indiferente à fonte - natural ou divina - do direito: os Estóicos afirmavam a existência de uma ordem racional e propositada para o universo (um direito eterno ou divino), e o meio pelo qual um indivíduo racional vivia em conformidade com esta ordem era o direito natural, que induzia ações em consonância com a virtude. Estas teorias tornaram-se altamente influentes entre os juristas romanos e, portanto, desempenharam um papel central no futuro da teoria do direito.
O DIREITO NA FILOSOFIA MEDIEVAL
O Cristianismo 
O cristianismo é uma doutrina religiosa nascida no início da nossa era, na região da Palestina. Foi instituído por Jesus de Nazaré que pregava a fraternidade entre os homens como lema de vida. Foi levado a Roma por seu seguidor Paulo de Tarso, sendo combatida por mais de um quarto de século, até ser legalizado como a única religião do império. 
A doutrina cristão, aparentemente, não trata de questões relacionadas à justiça, no entanto é constituída por princípios morais a serem acatados por seus fiéis. Não propunha reformas político-sociais configurando-se, dessa forma, como cúmplice da maior violência contra a vida humana: a escravidão. "O Apóstolo Paulo não apenas reconheceu a escravidão como parte da organização social como ainda concitou os escravos à obediência e os amos, à eqüidade." 
O cristianismo foi inovador por distinguir os domínios do Estado e Igreja, que até então se apresentavam juntos. A essa caberia ordenar as questões da vida eterna, enquanto àquele restaria administrar os interesses do homem neste mundo. Vale ressaltar uma forte influência da Igreja sobre o Estado ao longo da história, sendo mais nítida durante a Idade Média. Nesse período houve uma aproximação entre o direito e a teologia, perceptível nas idéias da patrística e da escolástica que admitiam um direito emanado de uma ordem divina, e um Estado concebido como uma instituição divina. 
Contribuição Filosófica da Patrística para o Direito 
Patrística é o nome que se utiliza para designar o pensamento filosófico desenvolvido pelos Padres da Igreja Católica ou Santos Padres entre os séculos II e VI. Através de argumentos e especulações filosóficas procuraram explicar os dogmas, as verdades da religião católica. Percebe-se então na patrística quea filosofia apresenta-se como alicerce, como base da teologia. Portanto as formulações e contribuições filosóficas desse período possuem grande influência do pensamento teológico cristão. 
Santo Agostinho é, sem dúvida alguma, o maior expoente da patrística e um dos mais célebres pensadores de todas as épocas. As contribuições e formulações filosóficas agostinianas são vastas, no entanto, vamos nos ater àquelas pertencentes ao Direito. 
Quanto ao conceito de Estado, Santo Agostinho apresenta dois conceitos e os confronta: o conceito helênico pagão que corresponde à civitas terrena, e o conceito cristão que corresponde à civitas caelestis. A primeira povoada por homens vivendo no mundo (Estado Pagão), a segunda composta por almas libertas do pecado e próximas de Deus. O homem deve procurar o estabelecimento da cidade celeste (submissão do Estado à Igreja). 
Verifica-se em Santo Agostinho um esboço da distinção entre Direito e Moral. A lei humana tem por fim o governo dos homens, manter a paz entre eles. Enquanto a lei eterna e a natural referem-se à moralidade, a humana pode ser vista como o Direito. 
Por fim, no que se refere à Justiça, Santo Agostinho compartilha da definição de Cícero, onde a "Justiça é a tendência da alma de dar a cada um o que é seu". 
A Doutrina Escolástica e o Direito 
A escolástica tem seu início marcado pela anexação de Grécia e Roma por Carlos Magno ao Império Franco. Nessa época, a característica denunciante da genialidade dos homens transparecia pelo equilíbrio entre a razão e a fé, o qual fora alcançado por Santo Tomás de Aquino ao demonstrar que fé e razão são diferentes caminhos que levam ao verdadeiro conhecimento. Pelos grandes trabalhos de ordem filosófica, teológica e, até mesmo jurídica, o Doutor Angélico foi considerado o maior pensador da doutrina escolástica. 
Na Suma Teológica, ao tratar da justiça, Tomás de Aquino afirma que a mesma pode ser dita uma virtude geral, uma vez que, tendo por objeto o bem comum, ordena a este os atos das outras virtudes. Como cabe à lei ordenar para o bem comum, tal justiça é denominada justiça legal, por meio dela, o homem se harmoniza com a lei que ordena os atos de todas as virtudes para o bem comum. Assim a justiça legal é na verdade uma virtude particular cujo objeto próprio é o bem comum. Todavia, comanda todas as outras virtudes, por isso sendo chamada também de justiça geral. 
Santo Tomás de Aquino reinterpreta seus predecessores à luz de seus próprios princípios, fazendo-os dizer o que ele próprio pretendia afirmar. O filósofo grego Aristóteles é um exemplo disso, pois notamos que ambos refletiam um fundo religioso em que justiça quer dizer retidão para com Deus (ou deuses – segundo Aristóteles), o próximo e consigo mesmo. Tomás de Aquino transformaria sutilmente a tipologia de justiça desenvolvida por Aristóteles, introduzindo novos caracteres. Vejamos a seguir: 
Santo Tomás de Aquino
· Justiça geral: conjunto das virtudes. 
· Justiça especial: 
· Geral ou legal: ordenação do homem ao bem comum. 
· Particular ou Cardeal: ordenação do homem a vantagens particulares. 
Classificando-se ainda em: distributiva ou comutativa. 
"Nas linhas gerais a filosofia de Santo Tomás de Aquino concorda com a de Aristóteles e pode ser aceita ou rejeitada na mesma proporção. A originalidade de S. Tomás está na adaptação de Aristóteles ao dogma cristão com alteração mínima. Foi mais notável pela sistematização do que pela originalidade." 
Santo Tomás de Aquino admite uma diversidade de lei, seriam: a lei divina revelada ao homem, a lei humana, a lei eterna e a lei natural, contudo, não as considera como compartimentos estanques. 
A lei eterna é a razão oriunda do divino que coordena todo o universo, incluindo o homem. A natural, o reflexo da lei divina existente no homem. O Angélico afirma a necessidade da complementação desta pelas leis divina e humana, a fim de se conseguir a certeza jurídica e a paz social, bem como facilitar a interpretação dos juizes. "Por ser a lei natural proveniente de disposição divina, eterna, ela é soberana, participando assim do absoluto poder de Deus, não cabendo ao homem modificá-la, anulá-la, nem desconhecê-la." 
A lei divina seria o antídoto contra as deficiências da lei humana, observado o íntimo saber humano perante o divino. Tomás de Aquino enumera as razões que comprovam a necessidade da lei divina. A primeira razão está ligada ao destino do homem, algo alheio à ordem natural, exigindo para tal uma lei divina. A segunda, alia-se à carência de sabermos que atitudes devemos tomar. Outra, faz-se presente na exigência de se comandar os atos interiores do homem. A última razão está no fato de a lei humana não conseguir castigar todas as atitudes más. 
Santo Tomás divide o direito natural em duas categorias. A primeira seria o direito natural estritamente dito, relacionado às exigências da natureza dos animais. À outra categoria, pertenceria o direito das gentes, formado pelas normas de ação derivadas dos princípios da lei natural, conhecidos por todos os homens. 
Para o maior dos escolásticos o Direito não deve restringir-se apenas a um conjunto de normas, visto que está fundado na virtude da justiça. Idealizava que um Governo justo seria aquele no qual o soberano almeja o bem da comunidade. 
Ao realizar essa obra, Tomás de Aquino trabalhou como um verdadeiro filósofo, abandonando sua faceta de teólogo. Operou com todos os ramos do saber, unindo as lições de direito de Aristóteles, Cícero e Gaio, dentre outros, num trabalho inovador para a época. Parte inferior do formulário
Corresponderam os glosadores a primeira corrente de juristas modernos, vale dizer, posteriores aos romanos. Surgiram no século XII, que adotaram os brocardos, regras doutrinárias sob forma de sentenças concisas dotadas de sabedoria jurídica, tal qual os provérbios de conteúdo moral; as disputae, ou seja, a discussão de questões controvertidas; as argumentae, vale dizer, a enumeração de argumentos úteis nas disputas, e a análise de casos concretos. Para o medieval, tratava-se, antes de tudo, de argumentar e de polemizar, mais do que de extrair aplicações de certas premissas.

Outros materiais