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Nos inquiétudes - Nossas inquietudes (transcrição traduzida)

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Tradução da transcrição do filme "Nossas inquietudes" (por R.D. e M.C.)
1 - Evelyne
Um dia, fui derrubada. Derrubada por uma força que me desanimou. Estava completamente arrasada, esgotada. E tinha a impressão de pesar trinta mil toneladas. E não podia mais me levantar. Não podia mais de modo algum me levantar da minha cama. Mas pelo contrário se passava um monte de coisas na minha cabeça, no meu corpo. Havia uma força que me derrubava. Estava arrasada. Estava abatida, abatida, no chão. Então senti que havia algo que acontecia que era físico, que era muito físico, mas sabia que não era só físico. Disse para mim mesma "Para que haja uma força física tão grande que me faça pesar trinta mil toneladas... há algo que tenho absolutamente que..." Era um pouco "Levanta-te e anda ... Levanta-te, levanta-te, levanta-te... vá achar..." Já acreditava na psicanálise, então fui ver um psicanalista. Mas o primeiro psicanalista que achei, ele era horrível. Então para me levantar, foi muito difícil... Me levantei... consegui me levantar, consegui me maquilar, consegui ir pra lá, e então me deparei com um psicanalista horrível que encarnava tudo aquilo que detesto...
2 - Léandre
Em primeiro lugar, a idéia era dizer para mim mesmo: "Tenho que fazer o luto de meu pai". Bom, acho que foi isso... E então... procurei nas páginas amarelas, liguei, queria uma mulher. Para mim era uma evidência. E em seguida houve a primeira consulta, e pronto. E penso que toda esta primeira análise, ou terapia muito avançada... para esta primeira parte, que durou dois anos... três anos contando com as interrupções... paguei pra ver, como no pôquer.
3 - Agnès
Acredito que fui ver pessoas quando era pequena, várias vezes. Mas isso eram tentativas por parte dos meus pais, ligadas à minha historia com meu irmão que é... deficiente ou anormal ou autista ou não sei muito bem... mas que era. E em seguida a verdadeira decisão, é uma decisão que tomei muito jovem porque... então só pude começar uma analise decidindo por mim mesma. Acho que tinha dezenove anos e meio e ... já tinha deixado a casa dos meus pais havia um certo tempo e... tudo ia bem... nem sei se eu tinha o sentimento que nem tudo ia bem... Ou se... Não sei o que realmente levou a isso... mas de qualquer maneira... era necessário pois... havia um... é difícil identificar um mal-estar retrospectivamente, na verdade, de se dizer se eu ia realmente mal ou... mas era... indispensável, acredito que tinha um problema de respiração... ou de saturação, de sufocamento. E minha primeira análise foi... era um descolamento de meu irmão.
4 - Evelyne
Então em seguida tentei outro. O outro era sedutor demais. Ele era tão sedutor que eu não parava de lhe contar tudo que tinha feito a respeito da sedução! Então senti que não dava certo. E aí ele, ele, quando o vi, era aquele que me dava o que eu esperava. Ele encarnava o equilíbrio, a calma, a dádiva. Ele me dava algo, isso, ele me dava algo. E eu sentia que ele ia me dar essa força que... Um homem idoso, distante, calmo e... Ah não sei, era provavelmente a pessoa que eu precisava... que eu precisava.
5 - Emilie
Chego, toco o interfone, sempre digo a mesma coisa: Senhorita, mais meu sobrenome, ele sempre me diz: sim. Subo os seis andares no elevador e chego. Abro a porta sozinha, entro na sala de espera e sempre espero, nunca sou atentida logo. Às vezes espero quinze minutos, às vezes meia hora, às vezes uma hora, tempo de aumentar um pouco mais ainda a angustia, o que nem é sempre muito agradável... E aí, num momento dado, o, o analista entra na sala de espera, olha para mim para me indicar minha vez e eu entro... na sala. Na sala, me sento - já que ainda não ou talvez nunca estarei deitada. Então estou sentada e ele está a minha direita. Não está na minha frente, está a minha direita, sentado também, ele me olha e invariavelmente me diz: sim. E começo a falar de... do que me vem à mente ou do que pensei um pouco antes. Depende das vezes.
6 - Gérard
Sintomas que não são normal (sic) à minha vida comum? À minha vida que vivia antes? Oh! Horríveis os sintomas! De repente, eu parava em hipnose em frente de uma puta. Na rua, olhava pra ela assim, eu era, como um, como um... e me dava conta que eu era assim e tentava ser normal... Na frente de uma puta ou... Sim, muitas vezes crianças! Sim, eram muitas vezes crianças. Gente grande, eu era um pouco, normal com gente grande. Um pouco como sempre. Eu tentava fazer... Vontade de vomitar o tempo todo, vomitar, que eu vomitava, mijava nas calças. E, de repente, uma crise, e eu desmaiava. Crises de histeria total, eu tremia. Dizem que não existe histeria no homem... bom, posso lhe dizer que realmente existia! Eram realmente crises de histeria, grandes pffffff...! 
E eu morava num lugar onde ainda havia Pierre Allien que morava aí, que me disse "você com certeza deveria fazer um trabalho analítico" Eu disse "Você me enche com suas babaquices de análise, é coisa para burgueses!"... Eu tinha uma idéia bastante estranha sobre a psicanálise! porque vi muita gente ir à psicanálise e filhos de ricos... não a classe operária, não era aberto à classe operária, tive a impressão. E, aliás acredito que ainda não seja. O tabu do dinheiro, que aliás é verdadeiro, poderia falar disso agora, que se não pagar, não há psicanálise. Tem que pagar sempre, de certo modo tem que pagar. Mas os analistas, acredito que eles peguem também - estou persuadido disso - que eles pegam o dinheiro que... que eles não lhe impõem uma quantia se você não tiver um tostão, se você tem seguro desemprego eles não vão pegar 300 contos, isso não é verdade, é uma falsa imagem da psicanálise. Eles lhe tomarão uma quantia que você poderá pagar, mais tarde, se você tiver dinheiro, você paga. Mas tem que pagar. E isso tenho certeza disso que tem que pagar porque se eu não tivesse pago, eu... eu me lembro que eu estava muito mal, que não trabalhava mais, porque não podia mais trabalhar. Eu ia muito mal, não podia mais... não é verdade, era mentira. Porque eu podia mesmo assim, e ele aumentou as minhas sessões quando eu lhe disse que não trabalhava mais. De propósito, para que eu fosse trabalhar. E eu fui trabalhar, e trabalhando, me sentia melhor.
7 - Emilie
Na verdade, no processo que fiz no início, de começar uma análise, era apesar de tudo também a aceitação de: tenho problemas, posso estar com queixa, posso em algum lugar ser uma vitima. Portanto, ter "formulário de doença", de certo modo, era bom! Era "estou doente, tenho problemas". E um dia, na verdade, esqueci o formulário de doença quando saí e na semana seguinte, ele me diz "Olha só! A senhora a esqueceu, talvez seja por que não está doente?" E caí em prantos. Ele me disse "mas o que está acontecendo?" Eu tinha dito coisas antes que, a priori, podiam muito mais suscitar lágrimas do que isso. E caí no choro. Ele me disse "mas por que o choro afinal?" E não consegui dizer bem, enfim dizia um pouco "tenho a impressão de que o senhor me abandona, que me recusa de algum modo..." Ele me disse "mas de jeito nenhum! Há outras maneiras de se encontrar e de se falar do que uma relação psiquiatra/doente. Há também... ele não disse "de analista/analisando" mas é um pouco isso que ele queria dizer.
8 - Didier
Estava completamente perdido...
Quando esse mal-estar se tornava importante demais, isso me colocava em perigo de um ponto de vista... eu diria social. Ou seja, nas relações com as pessoas, nas minhas relações com... na minha vida profissional, quer dizer que me lembro, nesses anos, eu era professor primário, fui professor primário alguns anos... e durante esses anos, é verdade que eu matutava tanto que acontecia de eu não ir trabalhar e não dizer nada. E aí, sentia que estava em perigo.
E sabe, havia uma espécie de... como dizer... de sinal que se acendia, sabe... deste lado... que fazia com que eu me dissesse... aí... há risco, sabe? E ao cabo disso... simplesmente apareceu o problema muito claro e muito simples da sexualidade, ou seja... que provocava - como pra todo mundo - que provocavasintoma na minha história, entende. O que faço com o fato de que tenho mais desejo por homens do que por mulheres e como me saio dessa? E a grosso modo foi ajustado em torno disso, como assumo isso? Como posso... o que pode me ajudar a assumir este negócio aí, essa história aí?
9 - Agnès
Penso que foi ancorado muito cedo para mim... levei muito tempo para entender que eu tinha chegado ao meu nascimento... num universo, numa vida onde tinha algo de... um parâmetro extremamente violento... que é ter... este irmão, que não era normal e com quem fui ao maternal e onde as outras crianças... e onde eu era sua... me tornei sua guardiã e seu guarda-costas, e sua irmã mais velha, quando na verdade eu era mais nova... e me confrontei com o olhar, com o fato de ser encarada... com a diferença. Com coisas de uma violência incrível.
Acredito que passei ao divã muito rapidamente...
E aí comecei a chorar. E então, houve um tipo de rio que se abriu... e não me lembro de ter chorado pequena porque não era... não era possível... não podia... acredito que nem pensava nisso... Tinha que confrontar uma realidade e além disso, havia meu mundo interior... onde ao contrário havia prazer mas... E então chorei, chorei, chorei, chorei, chorei, chorei... a tal ponto que ... tanto... tanto que acho que era complicado para minha analista, que ela se pergunto se eu não estava muito muito deprimida... Devia estar muito deprimida, mas como fazer a diferença entre uma depressão muito grande e uma necessidade de chorar muito grande... De chorar sobre uma história que tinha algo de muito triste.
10 - Gérard
Ele me perguntou só uma vez: "por que o senhor não se deita?" Eu disse "porque não tenho vontade. E só! Me mete medo!" E só, era isso. Não tinha vontade... Me parecia que era melhor... e eu era assim, eu não sei! Mas tem um monte de gente que se deitou, um monte. Eu não podia, não poderia, não parava quieto... Deitado, ao cabo de 2 minutos, teria explodido. Tinha que me mexer. Estava sentado numa cadeira e em seguida me levantava e falava. E falava e falava assim... "Imbecil aí! tô cheio deste negócio aí! Sim! E sim!" E coisas desse tipo...
Eu tinha muita agressividade, sim! Sobretudo quando abordei a Argélia e... o ser humano... e não podia mais suportar...tudo que era... Aliás, até hoje não posso. Tudo o que tem um uniforme para mim é... ou eu desmaio, ou sou muito agressivo, ou tenho tontura, algo assim... Não posso, não resolvi isso e acredito que não resolverei. E felizmente que não resolvo, isso me ajuda.
Essa guerra da Argélia... podridão presa... que mofou aqui dentro... e como eu me saí com isso? Não conseguia no início... o primeiro ano com o analista... no segundo ano, tinha muita dificuldade para falar disso... Queria ter falado mas não saía... ainda era como se... eu ainda gozava de guardar isso! porque se eu tivesse dito... se eu tivesse dito de uma só vez, poderia ter me suicidado porque eu teria caído numa culpabilidade muito forte. Então, o trabalho se fez aos... poucos... lentamente... assim...
11 - Léandre
Faltei a sessões porque não queria ir... Então faltei a sessões voluntariamente, conscientemente. Faltei a sessões inconscientemente. Às vezes há uma vontade de faltar as coisas... porque é doloroso ir para lá, porque a gente não quer abordar os assuntos, ou porque a gente se sente mal demais e... e se reexamina... Porque eu iria para lá? Por que a gente não domina, porque... é finalmente entender que a gente se negligencia. E que... há vezes em que a gente não quer mais se negligenciar.
12 - Evelyne
E houve muito sonhos com ondas. Ou seja, sonhava que as ondas, havia ondas, paredes de ondas, ondas monumentais, colunas de ondas, que vinham pra cima de mim, que iam me invadir. E era todas as noites. Então colunas de ondas, e às vezes havia até colunas de ondas de cada lado. Isto é, só tinha uma faixa de areia e as colunas de ondas estavam de cada lado e iam chegar em cima de mim. Então eu gritava e acordava aos berros. Então cinco, seis vezes seguidas assim, começa a cansar. E depois, perto do final... então houve ondas... E, em seguida, há muito cadáveres, muitos muitos cadáveres. Cadáveres um atrás do outro, cadáveres a boca aberta, a boca aberta, uma verdadeira boca de morto. Cadáveres na água, cadáveres que flutuam, cadáveres que procuro. Muitos muitos muitos cadáveres. Em zonas, acontecia freqüentemente em zonas, em no man's land, lugares inumanos, margens, zonas, lugares negligenciados, abandonados, desocupados, lugares não humanos. Não humanos, ou no limite do humano. Pronto. E o pior, perto do final, foi quando o inanimado tornava-se animado. Ou seja tinha objetos inanimados que ganhavam vida. E aí foi realmente, realmente... aí eu disse pra ele "Não aguento mais, estou cheia... " Então, foi aí que ele me disse "São apenas sonhos...". Parecia dizer que era um material abundante e que... não era grave... Isso me magoou porque uma vez ele me fez sentir que esses sonhos que eram muito angustiantes, que eram horríveis, ele me fez sentir que eu não devia ficar nisso, dentro. Tinha que me desvencilhar e que não fizesse disto quase que um estilo de vida, quase um orgulho.
13 - Evelyne (mexendo com plantas)
Enfim digamos que a coisa deve nos assombrar, mas ela chega graças a... Sim, sim, os pesadelos nos quais sonhava com a coisa, era a psicanálise que trabalhava em mim, que a fazia chegar para mim!... Não gosto muito de falar disto porque agora estou perto da natureza e que... Talvez fosse preciso, então, furar o abscesso, abrir a caixa, para que essa coisa aparecesse, e que ela aparecesse de forma repetitiva... e depois... é o que me resta, porque vou te dizer, não me lembro mais disso!
14 - Evelyne
Parecia que, ao mesmo tempo que esta força arrasadora - não sei se podemos chamar isto uma força de morte, me arrasava, havia a força de vida que estava aí ao mesmo tempo. Significa que eu estava bastante incandescente, queimando, impossível, difícil. Havia tudo que... De fato era uma batalha. Era uma batalha entre as duas. Havia uma batalha. Havia um combate entre as duas. Havia um combate onde as duas estavam aí, ou seja, havia uma força de vida, uma outra força que não ouso chamar força de morte, não sei, mas uma outra força, e lutavam.
15 - Léandre
Até o momento das primeiras sessões que tive, finalmente, nunca pude dizer todas essas coisas horríveis. Então tenho um ... entre aspas um passado com... vinte e cinco, vinte e seis, ou... nem sei mais com que idade comecei... vinte e sete anos de... de coisas não ditas. Então finalmente, tem que achar meios para poder dizê-las, ou esquecê-las, então... o que pude achar como meio, penso que era o recalque, o esquecimento, a ocultação... E evitar ter o máximo de emoções ao abordar os outros. Simplesmente... é o fato de não fazer perguntas, por exemplo, aos outros. Por que se eu faço uma pergunta a alguém, se eu faço uma pergunta a um amigo, uma amiga, a minha mãe... é que espero uma resposta... e que esta resposta, talvez não tenha vontade de ouví-la. Talvez não tenha vontade de receber a emoção de uma resposta...
Um passeio na praia com... apenas Nathalie, era para mim... um pavor, um sofrimento...! porque... passear na praia só os dois... na praia, não há nada, não posso nem olhar para algo, somos só nós dois, de braços dados... vou ter que falar, vou ter que ouvir... vou ter que me concentrar numa conversa. É... eu... quando a gente ... quando Nathalie me propunha isso... eu fugia.
16 - Emilie
A gente consegue dizer algo, dar à luz uma idéia, um pensamento, algo que é difícil e a gente não tem nada em troca! E a gente ainda paga! É horrível! Enfim, é muito duro! A gente vai a algum lugar, vai lá, leva tempo, a gente espera, a gente se consulta, a gente diz coisas nada engraçadas... Além disso a gente paga, e.... a gente volta para casa, esconde e esquece! Quando a gente diz algo difícil a uma amiga ou amigo, ouve "Mas relaxa! Não é nada disso! Mas mesmo assim você é isso ou aquilo, mas eu te amo, e eu penso em ti, eu te entendo..." Masele não entende, não tá nem aí... enfim, não tá nem aí, não é... não é função dele ser reconfortante. E é aí a gente dá um passo entre dizer a um amigo "Vivi tal coisa ou penso tal coisa, é muito duro para mim" e dizer a um analista que não vai dizer nada em troca... Que vai dizer "Bom. Nos revemos tal hora" É horrível! É horrível!
17 - Didier 
Eu já estava em análise, e então meu pai - que nunca tinha me dado algo material, vamos dizer assim... meu pai me dá seu carro, um carro em bom estado, em perfeito estado, que ele tinha consertado etc. E então eu pego seu carro, ele se torna MEU carro, e um belo dia, vou numa estrada de praia com... meu amigo do momento, e tenho um acidente totalmente inexplicável. De repente, eu giro a direção da maneira que não deveria, capoto várias vezes e... pronto. E eu quebro seu carro... mas o quebro direitinho! Bom, aí de novo você tem uma prova que assim mesmo há coisas que acontecem que você não domina completamente... e que você não pode dominar.
18 - Léandre
Quando retomei as sessões com esta senhora... no início estávamos frente à frente. E depois... então houve esse convite para ir para o divã. E... algumas sessões antes de ir pro divã... eu disse para mim mesmo "Mas onde é que vou colocar meus pés?"... os sapatos... a gente anda em tudo que é lugar, eles podem estar sujos e... essas coisas. E eu via este divã com uma almofada na altura dos pés... "mas vou emporcalhar o divã dela..." e isso me chateou, falei sobre isto numa sessão.
19 - Didier
E aí meu analista, ao mesmo tempo que recebe analisandos adultos, ele recebia crianças. E isso era muito importante para mim também porque eu achava isso muito tranqüilizante. Achava isso muito tranqüilizante de... enfim, me parece normal que um analista, que trabalha com o inconsciente, que tenta trabalhar todas as feridas que tivemos na infância, que tenta reatualizá-las, colocar símbolos nisso tudo, me parecia importante que ele cuidasse também de crianças. Então eu ficava tranqüilo de ver canetas, de ver a massa de modelar, de ver um monte de coisas assim quando eu chegava antes de me deitar... Isso, isso me tranqüilizava.
20 - Léandre (carro)
Faz um ano que estou com esta analista, então realmente estamos entrando nas coisas que podem ser difíceis, que podem ser duras, coisas que me remetem a uma quantidade enorme de palavras, de imagens, de violência. Há sessões onde chego com o coração alegre, sem desconfiar que vou mergulhar em choros, em palavras, em lembranças que vão me devolver uma força tal de imagem que me deixa emocionalmente tocado. E tive que pagar o preço, em tempo, em dinheiro, em paciência, para chegar a essas coisas que expresso e que ainda estão em latência, mas que sinto chegar, e que tento francamente recalcar... e esperar... Espero, ainda, dizer tudo!
21 - Didier
A análise é um negócio impensável... Enfim, quando a gente diz a pessoas que não são... que eventualmente nunca falaram disso... que diz que pode se tecer um laço amoroso entre um cara que lhe ouve e você que se deixa, que se abandona sobre um divã... é surrealista esse negócio ... É incrível, e no entanto é assim que acontece... É como se, nesta experiência amorosa, a gente conseguisse captar aquilo que faz sofrer, o que faz sofrer.
22 - Gérard
O que é que eu lhe trazia?... Podemos fazer de novo como se eu estivesse sentado na minha cadeira, e olhasse Godin nos olhos e lhe dissesse "Ei, eu vi o Árabe lá embaixo..." "Como?" ele me dizia... porque era o Árabe... "Ele não quis minhas moedas para... eu paguei o café, ele tocou as moedas, eu tinha só moedas de 20 centavos" "Ah, o senhor quer pagar com moedas de 20 centavos?" "sim só tinha isso como moeda porque..." Pronto, coisas assim, coisinhas assim sem importância. "Minha mulher não quer mais saber de mim..." "Ah é, sua mulher não quer mais saber do senhor?"... nem isso, ele não me respondia nem isso, eu é que falava porque ele nem me respondia... Tive 2 anos na guerra da Argélia, não vou falar disso. Foi o que mais demorou. A gente abreviou isso porque não era daí realmente que vinham... Enfim, era um pouco tudo isso!... Sobre minhas fantasias sexuais... Nesta época tinha muitas delas... Sobre coisas... Sobre a morte dos meus irmãos... sim, porque acredito que isso me atingiu muito. Sobre a morte dos meus irmãos, eu tentava... Era engraçado... enfim não era engraçado... Eu fazia perguntas, isso. Eu dizia "por quê?" E ele tentava não... Não há porquê. Há... Tinha que falar afinal! ou não falar.
23 - Evelyne 
Você tem obsessões, imagens, coisas recorrentes. Você tem... como dizer... sua linguagem tem seus pólos, tem suas constelações, suas redes, e você parte disso. Por exemplo, uma cor, um som ou um nome podem despertar toda uma constelação de palavras. E senão eu penso que ela vem de muito, muito longe, sim, ela vem de muito longe, a palavra. De qualquer maneira, a prova de que vem de muito longe é que, nas primeiras sessões em que eu falava, quando eu falava, havia outro sinal. É que meu nariz fazia um barulhinho, um gemido contínuo, um gemido contínuo de bebê... E eu ficava incomodada, e dizia rindo "Como pode o meu nariz fazer um gemidinho assim?" No início, não o escutava, e então a palavra despertava algo profundo, algo profundo que eu não controlava. Talvez me incomodasse mais do que a ele... mas eu falava e isso cobria o que eu dizia. Mas, era um gemidinho de criança, um gemidinho muito pequenino. Eu dizia pra mim mesma... bom, ele geme... Não sei se era um bebezinho em mim que gemia, não sei. E ele disse "Sim, o quê, este narizinho?" Ainda assim, rimos um pouco, era meigo, era terno. Era como um bebezinho que vage... me parecia, era algo de um bebezinho que gemia. Não lembro muito bem o que ele disse sobre isso. Mas eu disse a ele "o senhor vê, existe apesar de tudo algo que se desperta... Estou cheia deste narizinho! O que ele tem, a chorar?"
24 - Emilie
De qualquer maneira não se pode esquecer seu corpo... Mesmo se a gente se defende intelectualmente, o corpo fala assim mesmo, de qualquer maneira. E é verdade que é um pouco isso que tenho que fazer também. Mas agora estou tão longe disso, não avançou muito! Enfim, ao que me parece claro... eu disse que eu sou meu próprio carrasco!... Não estar em paz com seu corpo, não gostar de agradar seu corpo... Estar um pouco em conflito, em guerra. Enfim eu não tenho a impressão que... Tenho a impressão de ser duas... Enfim, tenho a impressão que tenho um espírito e um corpo e que estou em guerra com meu corpo e que enquanto a paz não for assinada, não estarei apaziguada.
25 - Emilie (apartamento)
Acho que falei de uma coisa da qual falo muitas vezes, e que desta vez, não disse a mesma coisa de sempre. Fui mais longe. Aí realmente algo aconteceu. Era em relação à minha feminidade, etc... e penso que o fato de se deitar, justamente, não é sem importância. Não sei como ele decidiu isso... mas sei que estávamos em pé, ele abriu a porta, olhou pra mim e disse "Da próxima vez, se quiser, poderá se deitar".
Num momento que não ia bem, a respeito da aceitação do meu corpo ou algo assim, eu sei que disse na sessão "Não entendo, a comida é um problema para mim, não paro de pensar sobre isso e não muda nada!" E o analista me disse " Talvez você não devesse pensar nisto...". Aí fico sem reação 10 segundos... o que ele está me dizendo? porque não deveria pensar nisto? não acredito que ele esteja desaconselhando a pensar... E, sim, claro, não era para pensar, era para FALAR! E aí era um passo. Era aceitar a análise, que tudo deve passar pelo prisma desta fala. Não serve pra nada pensar sobre isso, porque anda em círculos, a comida, não vai pra frente. Tem que falar sobre isso. Agora eu sei que quando ele diz "falar" é importante. Toda vez que ele diz "Você nunca falou sobre isso, ou é a primeira vez que você me fala disso"... Falar... pronto... Essa coisa, deve vir aqui, na análise... Na verdade tudo deve vir na análise, tudo deve passar, é como um filtro, uma peneira, toda a existência deve passar por esta peneirada fala... E talvez seja isso que tenho dificuldade em aceitar, é que eu, como acredito muito na razão, em minha capacidade razoável ou racional, eu digo a mim mesma que é bom, isso, vou achar a solução sozinha com meus pequenos neurônios... E não! tem que passar pela fala, por este momento onde mergulho de cabeça, onde falo da coisa, onde não sei no que vai dar...
26 - Didier
Quando havia uma resistência, quando havia coisas que não queriam ser ditas, que não podiam ser ditas... a melhor tradução é, claro, o silêncio. Por isso eu guardo uma lembrança muito dolorosa, porque quando a gente fica trinta minutos... que se deita no divã e que... pronto... que se retorcia, que tentava... que se retorcia porque... Isso é muito doloroso... e a gente se levanta com uma espécie de peso, de aniquilamento terrível... A gente tem a impressão de ser uma pobre coisa que não consegue fazer chegar as coisas ao nível da fala, e isso é doloroso... é doloroso... E o analista atrás que... cuja única palavra finalmente é dizer "bom", e pronto acabou. E aí a gente diz a si mesmo... fica zangado consigo mesmo, porque se diz "desperdicei algo". Então, é claro, isso serve de material para a sessão seguinte, dizendo por que eu não falei, por que isso por que aquilo, mas há momentos onde... dizer as coisas é... pfffffff... E é aí que nos damos conta da importância, da importância do verbo.
27 - Gérard
Eu esperava muitas respostas da parte dele, não as tinha. E depois, ao cabo de 3 anos, eu tive... eu não obtive respostas da parte dele, mas isso me deu respostas. Então, eu diria mais, isso mudou... é o silencio dele, não o meu. É o silencio dele quando eu falava e sua espécie de silencio que era ainda mais silencioso do que o silêncio. Ah! Era mais silencioso do que o silêncio... Eu o sentia ausente, eu... Eu o sentia ausente ao que eu dizia... e era bastante importante. Hoje eu falo disso assim, mas não naquela época. Hoje eu falo disso, que era sua ausência que fazia bem... Acredito que ele fez bem seu trabalho porque ele fazia uma falsa ausência, ele fazia "Mmm... Mmm..." ele fazia quase (roncava) as vezes... mas ele não dormia. Hoje, eu sei disso... não naquela época... eu dizia "porra, eu pago para alguém que dorme?" Mexia comigo...
28 - Evelyne
A sessão é um espaço fora do tempo ordinário. Ou seja, fora de um tempo que é demarcado. É um outro tempo que corre dentro da sessão. E a nossa fala toma o lugar todo, e você não trapaceia com a fala. Você tem a impressão de que você tem um encontro com... Aí tinha a impressão que eu tinha um encontro comigo. Como em certo momentos importantes da vida, onde temos um encontro consigo mesmo. Sabemos que não vamos trapacear, e jogamos um pouco nossa última cartada. Não sei como lhe dizer, jogamos a última cartada de nossa vida.
E as palavras, aqui na sessão, têm um valor que elas não têm em nenhum outro lugar.
A fala me surpreendeu sobretudo um dia, em que cometi um lapso. Eu disse ao psicanalista "Estou dividida entre a piscanálise e a mística..." Enfim queria dizer "Estou dividida entre a psicanálise e a mística" E disse... enfim ou seja... não fui eu que disse... no momento que quis dizer "a psicanálise e a mística" eu disse "Estou dividida entre a psicanálise e a..." e nesse momento algo falou... Há uma voz, em mim, que disse... fiquei espantada com o que saiu de minha voz... disse, muito alto "... e A SOMA", fiz assim. Muito alto, disse A SOMA. 
E nunca teria pensado dizer esta palavra. Nunca. Aí ele me disse logo em seguida, depois do lapso, então, ele disse algo como "Rápido, rápido, então o que é para você, a soma?" Mas aí eu estava confusa porque era como se não tivesse sido eu quem tinha falado. Então a soma, a soma, bom, eu fiz como uma aluna de primário, eu disse " A soma é, em primeiro lugar, uma compilação de um conjunto... a suma teológica..." E depois eu disse "A soma é também a grana, é a dívida, é tudo que pagamos." Mas acredito que estava mais para isso... Era isso, era a pista da dívida.
29 - Gérard
E eu só tinha uma pressa... era a quarta-feira seguinte... e minha vida era a quarta-feira seguinte. E depois, era a segunda, a quarta, a sexta, era só pressa, era só isso. Era como uma droga mas uma droga para ficar melhor. Não era uma droga de remédio, nada, aí não tinha nada. Era uma droga da fala. Todos os sonhos depois que se desenvolveram na minha cabeça! Coisas surpreendentes! Poderíamos falar disso... Aliás é bastante engraçado! Faz sofrer tanto mas é bastante engraçado mesmo assim! É estranho como a gente é feito né? A gente é feito de maneira surpreendente, que ninguém poderia acreditar. Vamos dizer para as pessoas coisas bobas "Oh! Você disse isso, não quer dizer nada!" Até parece! A coisa, por mais banal que seja, que dissemos, que tem uma importância terrível no inconsciente... Não é por nada que falamos. O verbo, não é por nada que ele existe.
30 - Gérard 
Tenho um sonho... e aliás era um sonho bastante surpreendente. Aliás como todos os sonhos. Mas este aqui... ele era... Eu estava ali - o problema, era que estava bem no sonho - no alto de uma colina, bem lá no alto, como sempre em cima dos tetos... não é por nada que sou telhador, sempre por cima de todo o mundo, minha vida era um pouco isso... E à minha direita, havia um amigo, à minha esquerda, um outro amigo que não posso realmente definir e eu olho... no sonho... e era muito lindo, muito suave, muito... Como num líquido, estávamos muito bem nesse sonho, oh era bom este sonho por que eu queria, eu tentava voltar pra ele... eu sofria tanto nesta época que quando retornava a este sonho... mas eu não retornava mas... eu o abordava mais ou menos. E no fundo, vejo mulheres plantando arroz em arrozais... elas se abaixavam assim... bem, bem... e eu estava lá, eu falo "Olhe pra elas plantando arroz..." E o sonho vai embora. Eu vou embora com meus 2 apóstolos, eu diria isso assim... eu era o menino-rei. E minha mãe se chamava Valérie [Vallée (= vale) riz (= arroz)]. O bem estar que eu sentia, gozoso! Estava numa espécie de osmose... Contei isso ao analista. No inicio não entendi nada nessas coisas... Não é possível que seja isso... Que não como arroz por que isso, o arroz... Valérie... é comer minha mãe... Eu não posso dizer... estou aí para analisar, não sei como isso aconteceu. Sei que 15 dias depois, eu podia comer arroz. Não me fazia mais... eca... Gostava de arroz... E não tinha mais essas fantasias, essas fantasias de ver as mulheres idosas, por exemplo, de ter vontade de trucidá-las que tinha antes... não de trucidá-las, mas ou de matá-las... ou de me jogar em cima delas e beijá-las... durante minhas crises. Não antes, ou então estava bem escondido! E é isso que me fez entender... enfim não este sonho... mas tudo que vem depois com todos os outros sonhos. Não posso contar todos meus sonhos, era um monte de sonhos. Mas, para dizer, os significados, para dizer é uma charada o sonho! Há um vale, no fundo do vale plantava-se arroz, Valérie, funciona com... Percebe, é lacaniano talvez... o verbo amarrado ao inconsciente! PIMBA pronto, está aí. Bom, o dissemos, ele o analiso. O analista me disse 2 coisas... Eu... isso entendeu! Isso entendeu! Como arroz, o arroz é muito bom, obrigado psicanálise! Mas não foi só isso! Não sofri muito porque não podia comer arroz... É que começou a desemaranhar um monte de coisas e quando começa, esse negócio, não acaba mais!
31 - Agnès
Na primeira análise, me lembro mais de coisas físicas, de uma travessia física, de um nascimento, realmente algo como... realmente um nascimento, acredito... com essa historia de choros, de respiração... como um parto de mim mesma... Portanto algo muito físico... Enquanto que no segundo trabalho que fiz, penso que havia algo muito mais mental e, ao contrário, nas palavras, um tipo de elaboração nas palavras, que era formidável.
Minha angústia em relação a minha própria historia é que as mulheres sempre tiveram que escolher entre a maternidade e o trabalho artístico e portanto havia de qualquer maneira algo a criar nestenível, a entender como se podia ter tudo isso lado a lado. Então consegui entender que, no meu corpo, podia haver diferentes espaços que coexistiam, que não se anulavam uns aos outros.
Não se começa um trabalho analítico unicamente porque há um sofrimento, quero dizer... a questão ou a busca... intelectual, ou... não sei se pode se dizer intelectual... ou o pensamento... É pensamento. Portanto, podemos ter em um momento de nossa vida a necessidade de estar num... assim, numa bolha de pensamento, onde se mexe num certo numero de coisas, porque pressentimos que é preciso elaborar e que há uma elaboração que é tremendamente importante. Para mim, era vital. Há algo de jubiloso no que pode trazer a análise, como liberdade de pensamento e como liberdade por... É isso a análise acho, não é "conhecer melhor a si mesmo", é a liberdade que encontramos em relação a parâmetros e a coisas que nos marcaram, construiriam, etc. Acho que é realmente isso.
32 - Didier
Digamos que este personagem que é o analista e a quem eu dotava de um hiper-poder no inicio da análise, no final da análise eu o via como um homem. Como um homem com quem eu podia eventualmente conversar... conversar. Mas a partir do momento em que isso se instalou, quero dizer, a relação analisando/analista, ela era... como dizer... ela tinha se dissolvido, um pouco... E, sabe, é também isso que causa desconforto evidentemente.
33 - Evelyne
Perto do final da psicanálise havia pequenos sinais de vida, pequenas coisas muito reconfortantes. Por exemplo, eu sonhava com flores. Então, era um sinal de renascimento. Sonhava com flores brancas. Ou então sonhava que ganhava um concurso de poesia. Bom, isso eram pequenos sinais de retomada. Ou talvez que todas essas forças de morte... não são forças de morte... mas essas pulsões de morte ou essas imagens angustiantes desapareceram, desapareceram completamente, completamente. Completamente, completamente. Não sonho mais nada com feras, nem cadáveres. Aí então tive a impressão de atravessar... assim mesmo... eu disse atravessar Calcutá, atravessar um país... um país de horror. Atravessar o horror... mas uma vez atravessado... é só.
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