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CAPITULO 7.1 – ADUTORAS ➢ Tubulação de adução é toda a tubulação responsável em transportar a água pelas unidades do sistema de abastecimento de água antes da unidade de distribuição. ➢ As adutoras são classificadas de duas formas: • Quanto à natureza da água transportada, se subdivide em duas: ✓ Adutora de água bruta – tubulação que transporta a água desde a captação até a ETA; ✓ Adutora de água tratada – tubulação que transporta a água desde a ETA até a rede de distribuição. • Quanto à energia para movimentação da água, se subdivide em três: ✓ Adutora por gravidade – transporta a água de uma cota mais elevada para uma inferior, onde pode ser de duas formas: em condutos forçado, onde apresenta uma pressão maior que a pressão atmosférica. Em conduto livre, onde a pressão é a atmosférica nesse caso há a necessidade de a tubulação ser reta; ✓ Adutora por recalque – transporta à água de uma cota inferior para uma mais elevada, através de um conjunto motor-bomba, as EEA. Podendo ser do tipo simples ou dupla dependendo da quantidade necessária de EEA; ✓ Adutora mista – é quando se tem os dois casos anteriores, dependendo da topografia do terreno vai ter trechos por gravidade e outros por recalque. ➢ A adutora toda a canalização do SAA que atende a unidade de distribuição. Como visto cada unidade do SAA tem vazões diferentes, isso devido ao consumo. Então para realizar o dimensionamento das tubulações de adução é necessário conhecer o horizonte de projeto, a vazão e período de funcionamento da adução, sendo que depende de vários fatores, como: • Vida útil da obra; • Evolução da demanda de água, ou seja, crescimento populacional, desenvolvimento econômico da comunidade; • Custo da obra; • Flexibilidade na ampliação do sistema; • Custo de energia elétrica. ➢ Normalmente o horizonte de projeto é para 20 a 30 anos. ➢ As vazões de adução são: • Vazão de captação até a ETA (𝑄1): 𝑄1 = ( 𝐾1 ∗ 𝑃 ∗ 𝑞 86400 + 𝑄𝑒𝑠𝑝) ∗ 𝐶𝐸𝑇𝐴 • Vazão da ETA até o reservatório (𝑄2) 𝑄2 = ( 𝐾1 ∗ 𝑃 ∗ 𝑞 86400 + 𝑄𝑒𝑠𝑝) • Vazão do reservatório até a rede de distribuição (𝑄3) 𝑄3 = ( 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑃 ∗ 𝑞 86400 + 𝑄𝑒𝑠𝑝) • Nota-se que todas essas vazões são em função de: ✓ Da população a ser atendida; ✓ Cota per capita; ✓ Coeficiente 𝐾1 𝑒 𝐾2; ✓ Horas de funcionamento. ➢ Bombeamento contínuo ocorre em adução por gravidade, t = 24 horas; ➢ Bombeamento descontínuo ocorre em adução por recalque, o bombeamento não ocorre por 24 horas, normalmente dura em torno de 16 a 20 horas/dia, pois as bombas e equipamentos passam por manutenção. ➢ No dimensionamento das adutoras adota-se que o regime é permanente e uniforme • Regime permanente – quando não há variação das características hidráulicas no tempo; • Regime não-permanente ou variável – há variações das características hidráulicas no tempo; • Escoamento uniforme – se todas as seções transversais do conduto forem iguais e a velocidade media em todas as seções em um tempo (t) for a mesma, 𝜕V⃗⃗ 𝜕S = 0 ➢ Na hidráulica das adutoras tem-se dois casos para aplicação do Teorema de Bernoulli: • 1º caso: Regime permanente, onde a variação da pressão é relativamente pequena, não influenciando a massa especifica, ou seja, fluído incompressível 𝛾 = 𝑝𝑔= constante. Aplicando o Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos e regime permanente, tem-se: Portanto, a carga total (H) é constante ao longo de cada trajetória. • 2° caso: Regime não permanente e entre dois pontos diferente, tem-se uma perda de carga ∆H. Portanto, 𝐻1 = 𝐻2+ ∆𝐻12 ➢ Já em relação a potência hidráulica, tem-se: • As turbinas têm a função de extrair energia do escoamento; • As bombas têm a função de fornecer energia ao escoamento. ➢ Para determinar a energia de um equipamento (bomba ou turbina), tem-se: He + Emáq = Hs Emáq = Hs − He Onde, 𝐻𝑒 – Carga de escoamento de entrada; 𝐻𝑠 – Carga de escoamento de saída. ➢ Para se determinar a potência dessas bombas ou turbinas utilizar-se a equação abaixo: Se o fluido for a água γ = 9,8 x 10³ N/m³, tem-se: H = P γ + z + v2 2g = cte. P1 γ + z1 + v1 2 2g = P2 γ + z2 + v2 2 2g + ∆H12 Pot = γ. Q. H η Pot = 10³. Q. H 75. η (𝑐𝑣) ➢ As perdas de cargas são classificadas em perdas de cargas distribuídas e perdas de cargas localizadas. ➢ Para o efeito de dimensionamento das perdas de cargas de cargas distribuídas, pode se aplicar o Teorema de Bernoulli ou algumas equações encontradas na literatura, que depende do tipo de conduto, como: • Conduto forçado ✓ Fórmula universal – fórmula para a perda de carga por atrito em condutos para qualquer líquido, ∆𝐻 = 𝑓. 𝐿 𝐷 . 𝑣2 2𝑔 Em função da vazão, tem-se: ∆𝐻 = 0,0827𝑓. 𝐿. 𝑄2 𝐷5 ✓ Fórmula de Hazen-Willians 𝐽 = 10,65. 𝑄1,85. 𝐶−1,85. 𝐷−4,87 • Conduto livre ✓ Equação de Chezy – depende da natureza, estado e forma das paredes do conduto, 𝑣 = 𝐶.√𝑅ℎ. 𝐼 ✓ Equação de Manning 𝐶 = (𝑅ℎ) 1/6 𝑛 ➢ O traçado das adutoras depende de: • Topografia do local; • Cota dos reservatórios, onde a captação da água e para onde vai ser transportado. ➢ No caso das adutoras que funcionam por gravidade o traçado pode variar de três formas, isso por causa da topografia do terreno. • 1º forma – abaixo do plano de carga ou da linha piezométrica, ocorre em conduto forçado, situação ideal pois o traçado está abaixo da linha piezométrica as pressões serão positivas em todas as seções e a perda de carga é o desnível entre as superfícies livres do reservatório; • 2º forma – Coincide com o plano de carga ou linha piezométrica ocorre em condutos livres; • 3º forma – acima do plano de carga ou linha piezométrica, a pressão nesse caso é negativa, essa forma possibilita a entrada de ar e contaminação na sucção. ➢ Recomendações para o traçado das adutoras, diminuindo o custo de implantação: • Em ruas e terrenos públicos; • Evitar terrenos rochosos, pantanosos ou inadequados; • Compostos de trechos ascendentes (>0,2%), descendentes (> 0,3%) mesmo em terrenos planos; • Blocos de ancoragem quando i > 25%; • Trechos ascendentes longos com declividades pequenas seguidos de trechos descendentes curtos com maior declividade. ➢ Recomendações para definir o traçado da adutora: • Inspeção do local; • Levantamento topográfico; • Sondagens das informações dos subsolos; • Estaqueamento de 20 em 20 metros; • Elaboração do perfil do terreno e adutora; • Evitar que algum trecho da adutora corte a linha piezométrica. ➢ No dimensionamento de adutoras por gravidade em condutos forçados, onde o escoamento ocorre de um nível mais elevado para um mais baixo, se utiliza normalmente a fórmula universal para calcular a perda de carga. ➢ A velocidade adotada deve estar dentro dos parâmetros normativos, pois se tiver uma velocidade pequena favorece o acumulo de sedimentos na tubulação e dificultam a remoção hidráulica de ar. Se tiver uma velocidade elevada aumenta a perda de carga e o aparecimento de transientes hidráulicos, Sendo que a escolha da velocidade depende de alguns fatores, como: • Condições econômicas; • Possibilidades de ocorrência de transientes; • Limitação da perda de carga; • Desgaste das tubulações e peças acessórias; • Controle de corrosão; • Ruídos desagradáveis. ➢ Nos condutos livres (canais) tem a função de transporta à água de um nível mais elevado para um mais baixo e recomenda-se que o traçado da adutora coincida com a linha piezométrica. O dimensionamento ocorre pela equação de chézy e de manning. Onde se tem: • Velocidade: 𝑉 = 1 𝑛 𝑅ℎ 2/3. 𝐼1/2 • Vazão: 𝑄 = 1 𝑛 . 𝑆. 𝑅ℎ 2/3. 𝐼1/2 • Deve-se atentar a forma geométrica do canal, sendo que suas dimensões dependem da vazão, declividade e rugosidade. ➢ No dimensionamento de adutoras de recalqueo escoamento ocorre de um ponto mais baixo para um mais elevado, através de bombas. Geralmente se conhece a vazão de adução (Q), comprimento da adutora (L), desnível (𝐻𝑔) e material da adutora, sendo que para esse caso o diâmetro da adutora é indeterminado, assim, existe vários pares diâmetro – potência encontrada no mercado. ➢ Na escolha do diâmetro da adutora se tem como base o critério econômico, pois se tem dois casos e algumas recomendações: • 1º caso: Um diâmetro menor para a tubulação ocasiona uma perda de carga maior, maior altura manométrica, maior potência do conjunto motor-bomba, preço do conjunto elevatório é maior e as despesas com energia também; • 2º caso: Um diâmetro maior mais gasto com tubulação, menor perda de carga, potência reduzida e menor custo de aquisição e operação dos conjuntos elevatórios. ➢ As recomendações são: • Realizar um pré-dimensionamento do diâmetro, através de duas fórmulas que depende se a adução é contínua ou descontínua. ✓ Contínua – Fórmula de Bresse aceitável para adutora de até 6”; 𝐷𝑟 = 𝐾√𝑄 = 1,2√𝑄 ✓ Descontínua – Fórmula de Forchheimer 𝐷𝑟 = 1,3. √ 𝑥 24 4 . √𝑄 ➢ A análise econômica é feita pelo valor presente, com taxa de 12% a.a. CAPÍTULO 7.2 – ADUTORAS ➢ Os acessórios e dispositivos instalados nas adutoras é para se ter controle da adutora, afim de evitar problemas que venha danificar as adutoras. Eles têm a função de controlar as vazões, pressão na tubulação, velocidade do escoamento, bloqueio do fluído, dentre outras. ➢ A maioria desses dispositivos são ventosas ou válvulas. ➢ As ventosas são instaladas no enchimento, afim de expulsar o ar que está dentro da tubulação. Esse ar que fica na tubulação causa alguns transtornos como aumento de pressão, podendo ocasionar rompimento da tubulação da adutora e diminuir a velocidade de escoamento do fluído. ➢ A água tem na sua composição 2% de ar dissolvido, assim em regiões de baixa pressão esse ar tende a ser liberado formando bolhas que devem ser expulsos das tubulações, pois as mesmas ocupam espaço diminuindo o fluxo ou até mesmo interrompendo. ➢ A retirada do ar é feita por meio de dois processos, remoção hidráulicas de ar e remoção mecânica de ar. • Remoção hidráulica de ar – o ar é arrastado pelo o escoamento até o fim da tubulação. Isso só é possível se a velocidade do escoamento (V) é igual ou maior que a velocidade crítica (Vc). 𝑉𝑐 = 1,36.√𝑔. 𝐷. 𝑠𝑒𝑛𝜃 • Remoção mecânica de ar – O ar é removido através das ventosas, o dimensionamento das mesmas é feito para vazão lenta de enchimento com a velocidade de 0,3 m/s. A vazão de entrada da água deve ser igual à saída de ar pela ventosa. ➢ As ventosas são aparelhos dotados de flutuantes, que acompanham o nível da água, quando o nível da água desce a descarga abre permitindo a entrada de ar, se o nível de água aumenta o flutuador sobre vedando o orifício de descarga. ➢ A quantidade de câmaras de uma ventosa depende da vazão do ar, uma ventosa pode ter até duas câmaras. ➢ As ventosas são implantadas em diferentes pontos da adutora, a sua forma de funcionamento altera de acordo com o ponto onde é instalada e a fase de adução. • Se é durante o enchimento à medida que o volume de água vai aumentando o ar vai sendo expulso da canalização; • Se é durante a operação o ar que se acumula na canalização é eliminado; • Se é durante o esvaziamento o flutuador desce e libera a entrada de ar. ➢ As ventosas devem ser instaladas, em pontos estratégicos, como: • Todos os pontos altos; • Pontos de mudança acentuada de inclinação em trechos ascendentes; • Pontos de mudança acentuada de inclinação em trechos descendentes; • Pontos intermediários de trechos ascendentes muito longos; • Pontos intermediários de trechos horizontais muito longos; • Pontos intermediários de trechos descendentes muito longos; • Pontos iniciais e finais de trechos horizontais; • Pontos iniciais e finais de trechos paralelos à L.P. ➢ As válvulas de descargas são colocadas nos pontos mais baixos, afim de permitir a retirada de água quando necessário. ➢ Nas adutoras por gravidade em conduto forçado além dos dispositivos já mencionado têm a aplicação de algumas peças especiais, como: • Registros de parada – responsável por interromper o fluxo de água quando necessários. Normalmente é instalado: ✓ No começo e no fim da adutora; ✓ Ao longo da tubulação afim de permitir o isolamento dos trechos quando necessários e regular a vazão na operação. • Válvulas redutoras de pressão – regula a pressão, usadas em adutoras por gravidades ou em rede de distribuição; • Válvulas anti-golpe - reduzem a pressão interna, utilizadas em adutoras por recalque; • Válvulas de retenção - impede que quando a bomba é paralisada a água volte; • Ancoragens – são blocos de concreto colocados nas conexões, curvas e tes, têm a funcionalidade de suportar os componentes de esforço não equilibrados; • Stand – pipes – dispositivos instalados entre trechos de adutoras por recalque e por gravidade. Funciona como um reservatório, sendo sua função evitar que a linha piezométrica intercepte a tubulação. ➢ Em alguns casos são necessárias algumas obras complementares, como: • Pontes, pontilhões, pilares, treliças metálicas, berços - estruturas com a função de suportar trechos que têm que transpor vãos livres; • Túneis - transpor elevações, vencendo dificuldades hidráulicas. • Proteção contra corrosão - É utilizado a proteção catódica, que consiste na injeção de uma corrente contínua na estrutura a ser protegida. ➢ Os blocos de ancoragem podem ser de concreto simples ou armado, utilizados em: • Redes de distribuição de água; • Adutoras; • Pontos de deflexão e mudança de diâmetro; • Instalações de aparelhos, peças especiais e conexões com juntas elásticas; • Terminais de linha; • Trechos inclinados sujeitos a deslizamento. ➢ Os blocos têm a função de absorver os esforços resultantes da pressão exercida pela água e transferi-los ao solo. Esforços esses que são provocados por: • Transientes; • Fechamento ou acionamento de válvulas; • Curvas; • Reduções; • Derivações. ➢ As tubulações devem ter uma declividade adequada. Assim se ancora uma tubulação quando a declividade for maio que: • 20% para tubulação aérea; • 25% para tubulação enterrada. ➢ No dimensionamento dos blocos de ancoragem é necessário conhecer alguns dados, como: • Resultante das forças, direção e intensidade; • Tensão máxima admissível na parede lateral da vala; • Coesão do solo; • Ângulo de atrito interno do solo; • Peso específico do solo; • Especificações do concreto a ser utilizado; • Atrito concreto-solo. ➢ Há duas formas de dimensionar os blocos de ancoragem: • Por atrito entre os blocos e o solo (ancoragem por atrito), 𝐹𝑎 = 𝜇. (𝑀𝑐 + 𝑀𝑎 + 𝑀𝑡 + 𝑀𝑠)𝑔 • Por reação de apoio da parede da vala – essa forma de dimensionamento é composta por 5 etapa: ✓ 1º etapa: Selecione os eixos; ✓ 2º etapa: Determine as pressões, velocidades e vazões em um ponto específico; ✓ 3º etapa: Determine as forças usando as equações fundamentais; ✓ 4º etapa: Determine a condição do solo; ✓ 5º etapa: Calcule a dimensão do bloco de ancoragem.
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