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Natália Michelan Cristiano Dorça Ferreira Hidráulica Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE Michelan, Natália. M582h Hidráulica / Natália Michelan, Cristiano Dorça Ferreira. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2017. 172 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. ISBN 978-85-7777-642-9 1. Hidráulica. 2. Escoamento. I. Ferreira, Cristiano Dorça. II. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. III. Título. CDD 627 © 2017 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Editoração e Arte Produção de Materiais Didáticos-Uniube Revisão textual Márcia Regina Pires Diagramação Josiane Sueli do Nascimento Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Natália Michelan Mestre em Engenharia Civil e graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Cristiano Dorça Ferreira Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Especialista em Geoprocessamento pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Graduado em Engenharia Civil pela mesma universidade. Professor dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba (Uniube) e do Centro de Ensino Superior de Uberaba (CESUBE). Gerente de Desenvolvimento e Projetos do Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (CODAU). Sobre os autores Sumário Apresentação .............................................................................................................VII Capítulo 1 Escoamento Permanente em dutos, perdas de carga: distribuída e localizada ......................................................... 1 1.1 Classificação dos escoamentos .............................................................................. 2 1.1.1 Escoamento permanente em dutos ............................................................. 10 1.1.2 Perda de carga ............................................................................................ 16 1.2 Considerações finais..............................................................................................18 Capítulo 2 Sistema de tubulações ....................................................... 21 2.1 Condutos equivalentes ..........................................................................................22 2.1.1 Distribuição em marcha ...............................................................................26 2.1.2 Redes de distribuição de Água ....................................................................28 2.2 Considerações finais..............................................................................................34 Capítulo 3 Estações elevatórias .......................................................... 37 3.1 Objetivo básico ...................................................................................................... 39 3.1.1 Componentes do sistema ...........................................................................39 3.1.2 Altura de elevação .........................................................................................40 3.1.3 Potência ......................................................................................................43 3.1.4 Exercício resolvido ........................................................................................43 3.2 Dimensionamento das tubulações ........................................................................ 44 3.2.1 Fórmula de Bresse ....................................................................................... 44 3.2.2 Exercício resolvido ....................................................................................... 46 3.3 Relações de semelhança ...................................................................................... 46 3.3.1 Exercícios resolvidos .................................................................................. 47 3.4 Curvas características ........................................................................................... 49 3.4.1 Curvas da bomba ......................................................................................... 49 3.4.2 Curvas do sistema ....................................................................................... 51 3.4.3 Curvas de associação de bombas e do sistema de associação................. 53 3.4.4 Exercícios resolvidos ................................................................................... 54 3.5 Escolha da bomba ................................................................................................. 64 3.5.1 Exercício resolvido ..................................................................................... 67 3.6 Cavitação .............................................................................................................. 70 3.6.1 Definição ......................................................................................................70 3.6.2 N.P.S.H – Net Positive Suction Head............................................................71 3.6.3 Pressão atmosférica e pressão de vapor .....................................................74 3.6.4 Exercício resolvido .......................................................................................75 Capítulo 4 Vertedores, orifícios e comportas....................................... 77 4.1 Vertedores .............................................................................................................. 78 4.1.1 Orifícios ........................................................................................................ 86 4.1.2 Comportas .................................................................................................... 92 4.2 Considerações finais...............................................................................................93 Capítulo 5 Escoamento permanente uniforme e dimensionamento de canais ............................................................................ 95 5.1 Escoamento Permanente Uniforme .......................................................................96 5.1.1 Principais formas geométricas ..................................................................... 97 5.1.2 Dimensionamento de Canais .....................................................................109 5.2 Considerações finais............................................................................................ 112 Capítulo 6 Energia específica .............................................................115 6.1 Energia Específica ............................................................................................... 116 6.2 Considerações finais.............................................................................................124 Capítulo7 Ressalto Hidráulico .......................................................... 127 7.1 Ressalto hidráulico ...............................................................................................128 7.2 Considerações finais............................................................................................138 Capítulo 8 Escoamento permanente gradualmente variado em canais ................................................................................ 141 8.1 Escoamento permanente gradualmente variado em canais ..............................142 8.2 Considerações Finais ..........................................................................................161 Prezado(a) aluno(a). Hidráulica (do grego hydro, água e aulos, tubo, condução) significa etimologicamente “condução de água”. Sendo assim, hidráulica é o estudo do conjunto de técnicas relativas ao transporte de líquidos, em geral, e da água, em particular, em repouso ou mesmo em movimento. Entendemos que esse estudo é importante para sua formação profissional, por isso, neste livro, contemplaremos essa temática, a partir de quatro capítulos, descritos a seguir. O primeiro capítulo, intitulado Escoamento permanente em dutos, perdas de carga: distribuída e localizada, discorre sobre o escoamento permanente de líquidos em dutos e as perdas de cargas durante o escoamento. Esse tema é importante para as aplicações práticas que utilizam fluidos. Os condutos equivalentes e as redes de distribuição de água são tema do segundo capítulo, intitulado Sistemas de tubulação. Esse estudo é relevante, no sentido de que o fornecimento de água exerce total influência no desenvolvimento das cidades, e isso depende de melhorias progressivas em relação à distribuição desse líquido. O terceiro capítulo enfoca os conceitos fundamentais das estações elevatórias, os cálculos necessários da potência dos motores, o dimensionamento de tubulações envolvidas no sistema de recalque e o estudo do fenômeno da cavitação. Tais assuntos são imprescindíveis aos projetos de instalações hidráulicas. Apresentação VIII UNIUBE Vertedores, orifícios e compostas é o título do quarto capítulo. Por meio dele, você estudará o escoamento em vertedores, orifícios e comportas. Este é um assunto de grande importância por sua aplicação em diversas estruturas hidráulicas. Nas atividades em engenharia que envolvem o uso de recursos hídricos, normalmente se encontram canais abertos de diferentes formas e tamanhos. O quinto capítulo deste livro expõe o escoamento permanente uniforme da água, fato que está relacionado ao escoamento em canais, ou condutos livres, sendo assim, esse tema será abordado concomitantemente ao dimensionamento de canais. Os sextos e os sétimos capítulos abordam dois campos do escoamento em condutos livres, os quais denominam-se energia específica e ressalto hidráulico. O oitavo capítulo discorre acerca do escoamento permanente gradualmente variado em canais, ou seja, parâmetros hidráulicos que variam progressivamente ao longo da corrente de um canal. Acreditamos que o estudo desses capítulos de forma integrada oportunizará a você uma melhor compreensão acerca da hidráulica. Bons estudos! Natália Michelan Introdução Escoamento permanente em dutos, perdas de carga: distribuída e localizada Capítulo 1 A água não se distribui uniformemente no tempo e no espaço. Grandes massas ocorrem distantes dos centros populacionais ou, quando próximas, podem se apresentar impróprias para o consumo (SILVESTRE, 1979). A responsabilidade do controle e da distribuição das águas cabe, normalmente, aos governos e às comunidades, mas os aspectos técnicos dessas atividades enquadram-se nas atribuições do engenheiro civil. Sabendo-se deste fato, Hidráulica (do grego hydor, água, e aulos, tubo, condução) significa etimologicamente “condução de água”. Portanto, hidráulica é o estudo do conjunto de técnicas ligadas ao transporte de líquidos, em geral, e da água, em particular, em repouso ou mesmo em movimento. O estudo da Hidráulica envolve os conceitos de hidrostática e hidrodinâmica. A hidrostática está relacionada com o estudo das condições de equilíbrio dos líquidos em repouso, e a hidrodinâmica trata dos líquidos em movimento. Quando se trata do estudo de Hidráulica, devemos ter em mente alguns conceitos básicos, como os tipos de escoamento. 2 UNIUBE • Compreender a definição de escoamento e suas classificações. • Compreender a especificidade do escoamento permanente em dutos e suas equações básicas. • Compreender os fatores adversos que ocorrem em um escoamento, como as perdas de carga. 1.1 Classificação dos escoamentos 1.1.1 Escoamento permanente em dutos 1.1.2 Perda de carga distribuída 1.2 Considerações finais Objetivos Esquema Classificação dos escoamentos1.1 A transferência de líquidos em condutos é geralmente usada quando se quer transportar grandes volumes de determinado produto a longas distâncias (ASSUMPÇÃO, 2009). O escoamento define-se pelo processo de movimentação das moléculas de um fluido, umas em relação às outras e aos limites impostos. Sendo assim, podemos classificá-los de acordo com alguns pontos importantes: • Quanto à pressão no conduto: a. Forçado A pressão interna é diferente da pressão atmosférica. O conduto é totalmente fechado e o fluido ocupa toda a seção transversal do conduto, escoando sob pressão (Figura 1 – d). O movimento do fluido pode efetuar- se em um ou outro sentido do conduto. São exemplos: tubulações de recalque UNIUBE 3 e sucção de bombas, tubulações de redes de abastecimento de água, tubulações de ar comprimido em empresas, gases em hospitais, dentre outros. b. Livre O conduto pode ser aberto ou fechado e apresenta uma superfície livre onde reina a pressão atmosférica, porém, quando fechado, a seção transversal funciona parcialmente cheia, e o movimento do fluido se faz sempre no sentido decrescente das cotas topográficas (Figura 1 - a, b e c). São exemplo: canais fluviais, rios naturais, canaletas, calhas, drenos, interceptores de esgoto, dentre outros. Figura 1: Esquema de escoamentos Livres e Forçado. Fonte: Adaptado de Azevedo Netto, (1998). • Quanto à trajetória das partículas: a. Laminar A estrutura do escoamento é caracterizada pelo suave movimento do fluido em camadas ou lâminas que não se misturam (Figura 2 - a), em geral, esse escoamento ocorre em baixas velocidades e ou em fluidos muito viscosos. A força da viscosidade predomina sobre a força de inércia. b. Turbulento A estrutura do escoamento caracteriza-se pelo movimento caótico das partículas que se superpõem ao movimento médio (Figura 2 - b). Existem 4 UNIUBE partículas em sentido contrário ao escoamento, partículas em sentido transversal ao escoamento, partículas mais lentas, mais rápidas, ou seja, movem-se em trajetória irregulares, ocupando diversas posições na seção reta ao longo do escoamento. A força de inércia predomina sobre a força de viscosidade. Figura 2: Esquema de fluxos de escoamentos laminar e turbulento. Fonte: Picolo, Rühler e Rampinelli (2014). Osborne Reynolds publicou um estudo acerca do comportamento do escoamento dos fluidos e verificou que esse comportamento depende da viscosidade e da velocidade do fluido, da rugosidade e do diâmetro da tubulação. A denominação Número de Reynolds (Re) foi atribuída pela equação abaixo: Em que: é a massa específica (kg/m³), é a velocidade média do escoamento (M/s), é a dimensão geométrica característica (m), é a viscosidade dinâmica (kg/m⋅s) e é a viscosidade cinemática (m²/s). O valor de é aplicado em relação ao tipo de conduto, sendo que, no conduto livre consideramos o raio hidráulico e em conduto forçado o diâmetro, e também em relação ao fluxo de escoamento, no qual são definidos os números de Reynolds, conforme mostra a Tabela1: UNIUBE 5 Tabela 1: Número de Reynolds Condutos Livres Forçados Rh – raio hidráulico D –diâmetro Laminar <500 <2300 Transição 500 a 1000 2300 a 4000 Turbulento >1000 >4000 Fonte: Caracterização... (2016). • Quanto à variação no tempo: a. Permanente As propriedades e características hidráulicas do escoamento não variam com o tempo. Há, portanto, constância das características do escoamento no tempo, em uma seção definida, as grandezas físicas de interesse não variam com o decorrer do tempo, em um ponto previamente escolhido do fluido, assim sendo, a relação destas grandezas, temos que são iguais a zero: Em que: é a massa específica (kg/m³), é a pressão (N/m2) e é a velocidade média do escoamento (m/s). b. Variável O escoamento apresenta variações das características e propriedades com o tempo, portanto, as grandezas físicas em relação ao tempo são diferentes de zero: Em que: é a massa específica (kg/m³), é a pressão (N/m2) e é a velocidade média do escoamento (m/s). 6 UNIUBE • Quanto à trajetória do escoamento: a. Uniforme A velocidade é constante em módulo, direção e sentido, em todos os pontos do escoamento, ou seja, não há mudança na magnitude e direção das grandezas físicas ao longo do escoamento. Exemplo: em condutos de seção constante, grande extensão e declividade zero, a altura da lâmina d’água é sempre constante. Em que: é o vetor velocidade (cm/s) e é um deslocamento em qualquer direção. b. Variado A velocidade varia ao longo do escoamento. Exemplo: condutos com vários diâmetros, canais com seções diferenciadas e declividades variadas. Em que: é o vetor velocidade (cm/s) e é um deslocamento em qualquer direção. • Quanto ao número de dimensões envolvidas Todos os escoamentos são tridimensionais, porém, por meio de simplificações, podemos considerá-los: UNIUBE 7 a. Unidimensionais As variações das grandezas (pressão, velocidade, massa específica etc.) na direção transversal ao escoamento são desprezíveis (Figura 3) ou podem ser tomados seus valores médios, são funções exclusivas de somente uma coordenada de espaço e de tempo. Exemplo: escoamento em condutos forçados. Figura 3: Escoamento Unidimensional. Fonte: Introdução... (2016). b. Bidimensionais As variações das grandezas podem ser expressas em função de duas coordenadas apenas, ou seja, num plano paralelo ao do escoamento (Figura 4), não havendo variação do escoamento na direção normal aos planos. Exemplo: escoamento sobre vertedores ou asas de aviões. Figura 4: Escoamento Bidimensional. Fonte: Introdução... (2016). 8 UNIUBE c. Tridimensionais Escoamentos tridimensionais dependem de três coordenadas espaciais (x, y e z) requeridas na especificação do campo, conforme mostra a Figura 5. Exigem para sua análise métodos matemáticos complexos, por exemplo, um rio. Figura 5: Escoamento Tridimensional. Fonte: Introdução... (2016). • Quanto à velocidade angular das partículas: a. Rotacionais Quando as partículas do líquido, numa certa região, possuem rotação em relação a um eixo qualquer, ou seja, o movimento de rotação das partículas do fluido será diferente de zero: b. Irrotacionais Quando as partículas do líquido não possuem rotação, o movimento de rotação das partículas do fluido será igualado a zero: Tomamos como exemplo uma pequena circunferência leve, colocada sobre a superfície livre de um escoamento, a circunferência faz movimentos giratórios ou não. • Quanto à variação da massa específica do fluido: a. Incompressíveis UNIUBE 9 O escoamento para o qual a variação da massa específica é desprezível, o que acontece com a maioria dos líquidos, com exceção do fenômeno da cavitação. b. Compressíveis As variações da massa específica não são desprezíveis, é o que acontece com a maioria dos gases. • Quanto à viscosidade: a. Viscosos Todos os escoamentos são viscosos, e os efeitos da viscosidade não podem ser desprezados, pois o fluido apresenta uma resistência ao deslizamento, o que provoca a perda de energia. b. Não viscosos Consideramos um fluido não viscoso o fluido ideal, ou seja, de viscosidade nula. • Quanto à posição onde ocorrem: a. Internos Completamente limitados por superfícies sólidas, temos como exemplo o escoamento em condutos, onde deve-se levar em conta as perdas de energia, quedas de pressão e cavitação. b. Externos Ocorrem no entorno de corpos imersos em fluidos ilimitados, no qual os campos de velocidade, sustentação e arrasto são as grandezas mais importantes deste tipo de escoamento. 10 UNIUBE 1.1.1 Escoamento permanente em dutos Quando as propriedades do fluido em um ponto do campo não mudam com o tempo, o escoamento é denominado escoamento em regime permanente. Neste tipo de escoamento, as propriedades podem variar de ponto para ponto no campo, mas devem permanecer constantes em relação ao tempo para um dado ponto qualquer (ANDRADE, 2016). • Equação da continuidade A equação da continuidade é a equação da conservação da massa (Figura 6) expressa para fluidos incompressíveis (massa específica constante), ou seja, a massa que entra é igual à massa que sai, conforme mostra a Figura 6. Figura 6: Lei da conservação da massa. Fonte: Equações... (2016). Em um tubo de corrente de dimensões finitas, a quantidade de fluido com massa específica que passa pela seção , com velocidade média , na unidade de tempo é: Por analogia, na seção 2, tem-se: Em se tratando de regime permanente, a massa contida no interior do tubo é invariável, logo: UNIUBE 11 Esta é a equação da conservação da massa. Tratando-se de líquidos, que são praticamente incompressíveis, é igual a . Então: ou A equação da continuidade mostra que, no regime permanente, o volume de líquido que, na unidade de tempo, atravessa todas as seções da corrente é sempre o mesmo, ou seja, se a velocidade média no ponto 2 ( ) é menor que a velocidade média no ponto 1 ( ), para uma vazão constante, obrigatoriamente a área do escoamento deve aumentar, isto é, > , então > , conforme mostra a Figura 7. Figura 7: Equação da continuidade. Fonte: Equações... (2016). Consideremos a água que sai de uma torneira e se move para baixo, na direção vertical. Por efeito da interação gravitacional, o módulo da velocidade de escoamento da água aumenta, enquanto ela se afasta da torneira, num referencial fixo no solo. Então, pela equação da continuidade, à medida que o módulo da velocidade aumenta, a área da seção reta do jato de água diminui (GEF, 2016). • Equação da Energia de Bernoulli Aplicando-se a equação de Euler (equações gerais do movimento) aos líquidos em movimento permanente, sob a ação da força gravitacional e em dois pontos de uma tubulação, tem-se, segundo a 1ª Lei da Termodinâmica, que: 12 UNIUBE Ou seja: Em que: - carga de posição, carga altimétrica, deve obrigatoriamente estar relacionada a um referencial ou DATUM; - carga de pressão, carga piezométrica; → carga de velocidade, carga cinética ou taquicarga; → energia adicionada ou trabalho realizado (se utilizamos a energia disponível do sistema, ou seja, retirando energia do sistema, o sinal é positivo, trata-se de uma turbina; se cedemos energia ao sistema, ou seja, adicionando energia ao sistema, o sinal é negativo, trata-se de uma bomba). → perda de carga. Energia perdida em forma de calor não contribui para o movimento do fluido, que é o que importa em Hidráulica. Em obras prontas, é facilmente calculado em função dos valores tabelados para os equipamentos e acessórios que fazem parte da rede hidráulica e as variáveis do processo são medidas (vazão, comprimentos etc.). Prever é o grande desafio da Hidráulica! Estes estudos foram facilitados após a definição de camada limite feita por Ludwig Prandtl em 1904. Em que o , que é o coeficiente de energia cinética ou de Coriolis, é um fator de correção pelo fato deutilizarmos a velocidade média no UNIUBE 13 lugar da velocidade real (função do diâmetro). O fator não é uma constante, decresce com crescimento da velocidade, então, este aparece na expressão da energia cinética, para representar a relação que existe, para uma dada seção, entre a energia real e energia que se obteria considerando uma distribuição uniforme de velocidades. Sendo: = componente vertical da velocidade; = Diferencia de área correspondente a velocidade; = Velocidade média; = Área total; para condutos forçados com escoamento laminar , para escoamento turbulento ; e, para condutos livres . Para fins didáticos, adotaremos . Para a análise das energias associadas ao fluido , adotamos o sistema de referência DATUM. a. Energia potencial → estado de energia do sistema devido a sua posição em relação ao DATUM. b. Energia de pressão → corresponde ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam no fluido. 14 UNIUBE c. Energia cinética → estado de energia do sistema, determinado pelo movimento do fluido. Somando-se as energias descritas, temos: Se dividirmos todos os termos pelo peso do fluido é a carga do sistema, isto é, a energia por unidade de peso do fluido e sua unidade tem dimensão de comprimento (m, in, ft). Na equação de Bernoulli, todos os termos têm dimensão de comprimento, pois ela é uma equação homogênea. Em condutos forçados, conforme mostra a Figura 8: Figura 8: Plano de carga em condutos forçados. Fonte: Equações... (2016). Em condutos livres, conforme a Figura 9: UNIUBE 15 Figura 9: Plano de carga em condutos livres. Fonte: Equações... (2016). Em que: LPE – Linha Piezométrica Efetiva , LCE – Linha cinética efetiva , PCE – Plano de Carga Efetivo . Quando a velocidade do escoamento é zero, isto é, o fluido está parado e não há bomba ou turbina no sistema, a Energia cinética é zero ; não há perda de carga e não há energia adicionada ou trabalho realizado , assim, a equação de Bernoulli passa a ser: → Porém, se considerarmos o fluido como ideal e não há bomba ou turbina no sistema, não há perda de carga , não há energia adicionada ou trabalho realizado , a equação de Bernoulli passa a ser: 16 UNIUBE 1.1.2 Perda de Carga A perda de carga é a diminuição de energia que o fluido sofre ao longo do percurso, até seu destino final. Ela é fruto do atrito entre as camadas de fluido, quando o escoamento é laminar, e fruto das singularidades, como estrangulamentos (orifícios de válvulas) e curvas. Por outro lado, quando o escoamento é turbulento, essa energia se perde pelo movimento desordenado do fluido na tubulação (BARBOSA, 2016). • Perda de Carga Distribuída O escoamento de um fluido numa tubulação é acompanhado de perda contínua de carga de energia de pressão devido ao atrito das partículas do fluido e à rugosidade das paredes internas da tubulação. Esta perda de carga é chamada de distribuída e simbolizada por hf. Logo, ao calcular a carga entre a entrada e a saída de um trecho longo e reto, pode-se observar uma queda da mesma. Para condições de escoamento, a equação da energia entre as seções de entrada e saída fica: A diferença de pressão pode ser obtida pela equação manométrica: Para a determinação do hf, pode-se empregar também a seguinte expressão empírica: Em que: é o coeficiente da perda de carga distribuída; é o comprimento do trecho e é o diâmetro hidráulico da tubulação. • Perda de Carga Localizada UNIUBE 17 O escoamento em uma tubulação pode exigir a passagem do fluido através de vários acessórios, curvas ou mudanças súbitas de área. Perdas de carga são encontradas, sobretudo, devido à separação do escoamento (LOUREIRO, 2016). As perdas de carga localizadas tradicionalmente são calculadas de duas formas: Em que: o coeficiente de perda K deve ser determinado experimentalmente para cada situação, ou: Em que: é o comprimento equivalente de um tubo reto. Uma entrada mal projetada de um tubo pode causar uma perda localizada considerável. Se a entrada tiver cantos vivos, a separação do escoamento ocorre nas quinas e uma “veia contraída” é formada. Já em uma saída não é possível melhorar o coeficiente de perda de carga localizada, pois a energia cinética é completamente dissipada quando o escoamento descarrega de um duto para um grande reservatório ou câmara, entretanto a adição de um difusor pode reduzi-la consideravelmente (LOUREIRO, 2016). As perdas de carga causadas por variação de área podem ser reduzidas com a instalação de bocais ou ainda com difusores entre as duas seções de tubo reto. Quanto às perdas causadas por válvulas e acessórios, em geral, podem ser expressas em termos de um comprimento equivalente ao de um tubo reto. 18 UNIUBE Considerações finais1.2 Esta primeira parte do estudo de Hidráulica é baseada no entendimento de escoamentos de fluidos, assunto estudado enfaticamente em Mecânica dos Fluidos, de extrema importância para as aplicações práticas nas Engenharias que utilizam fluidos como: água, gases, dentre outros. Em se tratando de escoamentos, situações adversas podem ocorrer, como é o caso das perdas de carga, que terá aplicação prática, além da disciplina de Hidráulica, em Instalações Hidráulicas e Sanitárias, e estas perdas de cargas apresentam especificidades, ou seja, detalhes que necessitam de estudos mais aprofundados. PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 4 ed. São Carlos: EESC-USP, 2006. 520 p. SAIBA MAIS Referências ANDRADE, Alan Sulato. Máquinas hidráulicas. UFP. Disponível em: <http://www. madeira.ufpr.br/disciplinasalan/AT087-Aula04.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2016. ASSUMPÇÃO, Alexandre Hastenreiter. Modelagem em regime permanente de escoamento em dutos com abertura de coluna líquida. 2009. 126 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências em Engenharia Mecânica, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009. BARBOSA, João Paulo. Hidráulica aplicada: escoamento de fluidos em condutos livres – canais. UNINASSAU. Disponível em: <https://www.passeidireto. com/arquivo/10818654/escoamento-em-condutos-livres/2>. Acesso em: 07 jan. 2016. UNIUBE 19 INTRODUÇÃO aos fluidos em movimento. Fenômenos de transporte. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/350762/>. Acesso em: 07 jan. 2016. PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 4. ed. São Carlos: EESC-USP, 2006. 520 p. SILVESTRE, Paschoal. Hidráulica geral. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1979. 316 p. Natália Michelan Introdução Sistema de tubulaçõesCapítulo 2 Tubulações vão de um canto a outro transportando uma vazão constante, por um só tubo, ou por dois, ou até mesmo por mais tubos menores instalados, de diâmetro menor, ou maiores, fazendo que chegue mais ou menos água em cada sistema de tubulações. Os condutos equivalentes a outro sistema ou a uma tubulação simples são capazes de conduzir uma mesma vazão com a mesma perda de carga total, ou seja, com a mesma energia. Porém, nem sempre a vazão de entrada em uma tubulação é igual à vazão de saída, ocorrendo o que se denomina de distribuição em marcha, ou seja, existem diversas derivações ao longo desse percurso, onde a água vai sendo consumida e de cada um desses pontos para jusante a vazão é menor que a anterior (NETTO et al., 1998). Para o abastecimento de água de uma cidade, há uma infinidade de sistemas que conduz água para os pontos de consumo (prédio, indústrias etc.). Esses sistemas são formados por um conjunto de tubulações e peças especiais dispostas convenientemente de forma a garantir o bom atendimento dos pontos de consumo. Em projetos, as divisões das redes de distribuições nem sempre ocorrem ou são suficientemente claras, mas podem facilitar 22 UNIUBE • Compreender o escoamento de água em condutos equivalentes em série e em paralelo. • Compreender a distribuição de água por meio de condutosderivados em marcha. • Compreender a classificação dos sistemas de distribuição de água, bem como as maneiras de dimensionamento. 2.1 Condutos equivalentes: 2.1.1 Distribuição em marcha 2.1.2 Redes de distribuição de água 2.3 Considerações finais Objetivos Esquema Condutos equivalentes2.1 Um conduto é equivalente a outro ou a outros quando escoa a mesma vazão sob a mesma perda de carga total. Pode-se ter uma gama de condutos equivalentes, porém apresentaremos aqui os mais importantes, são eles: os condutos equivalentes simples, os em série e os em paralelo. Para a medição da perda de carga, utilizaremos a expressão de Hazen-Williams: a manutenção e operação do sistema, minimizar problemas, permitindo ainda realizar novas ligações facilmente com a tubulação em carga. UNIUBE 23 Que pode ser transformada em: Ela é usada para tubos com diâmetros acima de 50mm, em que: é a vazão (m³/s); diâmetro (m); perda de carga unitária (m/m); coeficiente que depende da natureza do material empregado na fabricação dos tubos e das condições de suas paredes internas. Além desta, a fórmula de Darcy-Weisbach vem sendo cada vez mais usada para a medição da perda de carga: Ela serve para todos os diâmetros, para qualquer material e para qualquer fluido, desde que seja determinado corretamente o valor do coeficiente de atrito . • Tubulações Simples A comparação de tubulações simples leva sempre a um dos seguintes casos: a. Tubulações de mesmo diâmetro e coeficientes de rugosidade diferentes. Para a fórmula de Hazen-Williams: Para Darcy-Weisbach, para aplicar a fórmula em dois condutos: 24 UNIUBE a. Para tubulações com o mesmo coeficiente de rugosidade, mas com diâmetros e comprimentos diferentes, adotamos: Em que: na fórmula de Hazen-Williams, e , e na fórmula de Darcy-Weisbach, e . Esta análise e das demais situações dos condutos apresentam uma contribuição de caráter prático, que permite a rápida transformação de um sistema complexo de tubulações em um conduto equivalente de diâmetro pré-determinado. • Condutos em série As perdas de cargas se somam para uma mesma vazão, assim, ao observarmos a Figura 1, temos condutos em série, que são constituídos por trechos de tubulações ( )com diâmetros diferentes ( ). Figura 1: Esquema de condutos em série. Fonte: Guedes, (2015). Em que: Q é a vazão, e pelos trechos do conduto circula a mesma vazão e os comprimentos podem não ser iguais, sendo: a perda de carga contínua no trecho de comprimento e diâmetro , consequentemente, o mesmo em e , assim temos que: UNIUBE 25 Desprezando-se as perdas de carga acidentais, a linha de carga piezométrica pode ser representada continuamente. Desta forma, quanto menor o diâmetro, maior a perda de carga (para uma mesma) e maior também a inclinação da linha piezométrica. Assim, para a solução deste problema, devemos substituir a tubulação por um conduto único, de único diâmetro de comprimento e diâmetro , ou seja: Simplificadamente temos que: Se utilizarmos a fórmula de Hazen-Willians, teríamos multiplicando o coeficiente . • Condutos em paralelo Este sistema é mais complexo que o sistema em série, pois é composto de vários condutos que têm em comum as extremidades iniciais e finais, conforme mostra a Figura 2. Sendo que a vazão inicial se divide entre os entroncamentos, de acordo com suas características e, no final, reencontram-se e voltam a assumir o mesmo valor. Figura 2: Esquema de condutos em paralelo. Fonte: Guedes, (2015). 26 UNIUBE É possível substituir os condutos paralelos por um único equivalente, o que é vantajoso, pois apresentarão a mesma vazão sob a mesma perda de carga total. Obtendo a vazão e/ou a variação de altura: Ou seja, quanto à perda de carga total, apresenta-se a mesma para cada conduto. Assim, havendo um conduto de diâmetro e comprimento capaz de transportar a vazão sob a perda de carga total , obtemos a seguinte igualdade: Se os comprimentos foram iguais, não se aplica na fórmula o . 2.1.1 Distribuição em marcha Consiste no momento em que a água é distribuída por meio de várias derivações dos condutos, temos como exemplos os sistemas de abastecimento público de água e os sistemas de irrigação. Nestas situações, é difícil determinar as vazões e as perdas de carga entre duas derivações sucessivas, pois apresentam número elevado de derivações, seu funcionamento é intermitente, o escoamento não permanente, apresentando variações graduais. Isto deve-se ao fato de a vazão consumida em um percurso ser feita de modo uniforme ao longo da linha de distribuição, Figura 3. Figura 3: Esquema de distribuição em marcha. Fonte: Vazão... (2016). UNIUBE 27 A vazão que é distribuída no sistema ( ) é definida por: Em que: consiste na vazão distribuída, é a vazão montante e a vazão montante, todas em m³/s. Para fins de projeto de engenharia, admite-se que, havendo distribuição em marcha, esta será uniforme em cada trecho elementar do conduto, sendo a vazão unitária distribuída no trecho (m³/s.m = vazão volumétrica por metro de tubulação): Para o cálculo das vazões a montante e a jusante, temos: A perda de carga diminui ao longo do percurso, assim, para o cálculo da perda de carga ( ), deverá ser usada uma vazão fictícia ou equivalente, isto é, uma vazão constante que, percorrendo toda a extensão do conduto, produz a mesma perda de carga verificada ao longo do percurso quando acontece a distribuição em marcha. Adota-se , pois, se usarmos a vazão de montante, , a perda de carga será superdimensionada, já que nos pontos a jusante estaremos usando para o cálculo uma vazão muito maior do que a que realmente percorre o conduto, e se usarmos a vazão de jusante, , a perda de carga será subdimensionada, já que nos pontos a montante estaremos usando para o cálculo uma vazão muito menor do que a que realmente percorre o conduto. Sendo assim, temos que: 28 UNIUBE 2.1.2 Redes de distribuição de água As redes de distribuição de água são um conjunto de tubulações, acessórios, reservatórios, bombas etc., que tem por finalidade atender, dentro de condições sanitárias, de pressão e de vazão convenientes, a cada um dos diversos pontos de consumo de uma cidade ou setor de abastecimento. As redes de distribuição são compostas por condutos principais ou troncos, que apresentam diâmetros maiores e abastecem os condutos secundários, que, por sua vez, apresentam diâmetros menores e abastecem os pontos de consumo. Denominam-se nó todos os pontos de derivação de vazão e os pontos de mudança de diâmetro dos condutos. Já os trechos são tubulações entre dois nós, e o final de rede ou extremidade morta, onde não há vazão ( ), chamamos de ponta seca. Existem essencialmente dois tipos de redes de distribuição em condutos forçados: as redes ramificadas e as redes malhadas. • Redes Ramificadas Nas redes ramificadas, Figura 4, a circulação da água nos condutos tem sentido único, e o sentido da vazão é conhecido em qualquer ponto. Funcionam a partir de uma tubulação tronco, que pode ser alimentada por gravidade ou por bombeamento, e a água é distribuída diretamente para os condutos secundários. Figura 4: Esquema de rede ramificada. Fonte: Captação... (2016). UNIUBE 29 Seu grande inconveniente está no fato de que todo o abastecimento fica sujeito ao funcionamento de uma única canalização principal. Uma interrupção acidental em um conduto mestre prejudica sensivelmente as áreas situadas a jusante de onde ocorreu o acidente. Pode ser classificada como espinha de peixe, mostrada na Figura 5, nas quais os condutos principais derivam de um conduto central e se dispõem de modo que lembram a espinha do animal. Figura 5: Rede ramificada com traçado em espinha de peixe. Fonte:Reservatórios... (2016). Outra modalidade é a de grelha (Figura 6), em que os condutos principais são paralelos, tendo uma de suas extremidades ligada a outro conduto principal. Figura 6: Rede ramificada com traçado em grelha. Fonte: Reservatórios... (2016). Calcula-se a vazão por metro linear de conduto, por meio da seguinte expressão: 30 UNIUBE Em que: é a vazão de distribuição em marcha em L/s, por metro de conduto, consiste na população de projeto a ser abastecida, é o coeficiente de reforço (depende de vários fatores), é o comprimento total da rede (m), a cota per capita (L/dia). Em projetos, emprega-se um roteiro de cálculo que obedece a uma sequência lógica de preenchimento, em que se determinam todos os elementos da rede (Tabela 1). Tabela 1: Dimensionamento das redes ramificadas Coluna Operação 01 Número do trecho. Cada trecho deve ser numerado de acordo com uma sequência racional. 02 Nome do logradouro (real de planta ou simbólico). 03 Extensão do trecho (m), medido na planta. 04 Vazão de jusante, (L/s). Na extremidade final, na extremidade de um trecho qualquer, . 05 Vazão em marcha, (L/s). 06 Vazão de montante, (L/s). 07 Vazão fictícia, (L/s). 08 Diâmetro, 09 Velocidade média, (m/s). 10 Cotas piezométricas de montante (m). 11 Perda de carga total, no trecho (m). 12 Cotas piezométricas de jusante (valores da coluna 11 subtraindo os valores da coluna 10). 13 Cotas do terreno a montante (m). UNIUBE 31 14 Cotas do terreno a jusante (m). 15 Pressões disponíveis a montante (valores da coluna 13 subtraindo os valores da coluna 10). 16 Pressões disponíveis a jusante (valores da coluna 14 subtraindo os valores da coluna 12). 17 Observações diversas Fonte: Adaptada de Silvestre, 1979. • Redes Malhadas Nas redes malhadas (Figura 7), os condutos formam circuitos, anéis ou malhas, geralmente, apresentam maior eficiência do que a ramificada, pois permitem a reversibilidade do sentido de circulação das vazões da água, ou seja, pode efetuar-se em ambos os sentidos dos condutos, em função da demanda. Podem ser alimentadas por gravidade ou por bombeamento e apresentam maior flexibilidade para manutenção e com mínima interrupção no fornecimento de água, pois o escoamento se mantém por outros caminhos. Figura 7: Esquema de uma rede malhada com quatro anéis ou malhas. Fonte: Reservatórios... (2016). A vazão de distribuição refere-se à área a ser servida pela rede: Em que: é a vazão de distribuição L/s, e é a área abrangida pela rede em Ha. 32 UNIUBE Para o dimensionamento das redes malhadas, entre os nós, estas redes são calculadas pelo método conhecido como Hardy-Cross, que consiste em um processo de tentativas diretas em que os valores são arbitrados previamente para as vazões. O encontro dos erros é muito rápida, geralmente, após três tentativas obtemos precisão satisfatória, outra vantagem é que podemos reduzir a rede de condutos aos seus valores principais. O método deve obedecer dois princípios para o ajuste das vazões: a. Continuidade, em que será aplicada aos nós a soma das vazões afluentes (que chegam ao nó), sendo esta igual à soma das vazões que deixam o nó, conforme mostra a Figura 8. Figura 8: Princípio da continuidade em um nó de uma rede malhada. Fonte: Redes... (2016). b. Conservação de energia, na qual é aplicada aos anéis a soma das perdas de carga nos condutos que formam o anel é zero, atribui-se à perda de carga a mesma direção da vazão e con- venciona-se o sentido horário como positivo (Figura 9). Figura 9: Princípio da conservação da energia em um anel de uma rede malhada. Fonte: Redes... (2016). UNIUBE 33 Retomando-se o processo Hardy-Cross, temos: • primeiramente, faz-se uma estimativa inicial para as vazões e seus sentidos em todo o anel; • na sequência, dimensionam-se os diâmetros de cada trecho; • calculam-se as perdas de carga correspondentes, utilizando-se das equações adequadas, e verifica-se o princípio de conservação de energia ( ); • se , a estimativa inicial das vazões e seus sentidos pode ser considerada correta, passa-se ao preenchimento global da tabela 2; • se , corrigem-se as vazões em , em que “ ” é o expoente de “ ” da equação de perda de carga utilizada. Em redes malhadas mais complexas, onde existe mais de um anel a ser equilibrado, o procedimento deve ser feito simultaneamente para todos os anéis existentes. Existirão trechos que pertencem a dois ou mais anéis, conforme se pode observar na Figura 10, o trecho AC (REDES..., 2016). Figura 10: Redes malhadas com mais de um anel. Fonte: Redes... (2016). 34 UNIUBE De acordo com as estimativas, as vazões têm os sentidos indicados na Figura. Desta forma, o trecho AC no anel 1 tem sinal positivo, e o mesmo trecho no anel 2 tem sinal negativo. Nestes trechos, as vazões devem ser corrigidas pelos dois obtidos segundo as seguintes equações: Quando realizada a correção, os valores das duas vazões devem continuar iguais, alterando-se apenas os sinais, pois, na prática, não é possível se ter, no mesmo trecho, dois valores de vazão. Tabela 2: Tabela para dimensionamento de redes de distribuição de água Trecho (M-J) L (m) Vazão (m³/s) D (m) ∆h (m) Cota piezo- métrica (z+p/γ) Cota do terreno z(m) Carga de pressão distribuída p/γ (m) Jusante QJ Distribuída QD=q.L Montante QM=QJ+QD Fictícia QF M J M J M J Fonte: Grifos do autor. Considerações finais2.2 O fornecimento de água exerce total influência no desenvolvimento das cidades. Devido às melhorias progressivas da distribuição de água, seu consumo tem aumentado e consequentemente as instalações de tubulações para sua condução. Assim, o estudo do dimensionamento das tubulações e das diferentes maneiras de condução de água, dentre outros tópicos vistos nesta UNIUBE 35 unidade, devem ser objetos de estudos mais aprofundados e práticos, pois eles vão além do papel. NETTO, J. M. D. A. et al. Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1998. 670 p. SAIBA MAIS Referências CAPTAÇÃO de águas superficiais. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ mackenzista2/aula-captao-adutorasrev>. Acesso em: 07 jan. 2016. GUEDES, Hugo Alexandre Soares. Hidráulica. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2015. 230 p. NETTO, José Martiniano de Azevedo. et al. Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA., 1998. 670 p. REDES de Distribuição de Água. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/ arquivo/1922522/redes-de-distribuicao-de-agua>. Acesso em: 07 jan. 2016. RESERVATÓRIOS e Redes de Distribuição de Água. Saneamento urbano. UFOP. Disponível em: <Disponível em: http://www.em.ufop.br/deciv/ departamento/~anibal/Aula%2010%20-%20Reservacao%20e%20redes%20 de%20distribuicao%20de%20agua.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2016. SILVESTRE, Paschoal. Hidráulica geral. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1979. 316 p. VAZÃO em Marcha. Distribuição de vazão em marcha. Disponível em: <https:// www.passeidireto.com/arquivo/1922467/distribuicao-de-vazao-em-marcha>. Acesso em: 07 jan. 2016. p. 2. Cristiano Dorça Ferreira Introdução Estações elevatóriasCapítulo 3 No capítulo anterior, vimos a importância da hidráulica como ciência que estuda o movimento dos líquidos e suas interferências. Aprendemos, também, a dimensionar as redes de distribuição que funcionam em gravidade e sob o regime de conduto forçado. Muitos projetos não conseguem conduzir a água até o objetivo final, apenas por gravidade, por estar localizado em postos mais altos que o inicial ou devido à grande quantidade de energia perdida durante a sua condução. Nesses casos, é necessária a utilização de equipamentos conhecidos como bombas, para solucionar o problema. O dimensionamento das bombas merece umestudo especial e detalhado. Assim, este capítulo está focado nos conceitos fundamentais das estações elevatórias, nos cálculos necessários da potência de motores e o dimensionamento de tubulações utilizadas nas instalações. Ao término dos estudos propostos, você estará apto(a) a: • identificar os conceitos básicos de estações elevatórias; Objetivos 38 UNIUBE • calcular a potência dos motores; • dimensionar a tubulação de recalque e sucção; • usar método para a escolha da bomba; • analisar a existência do fenômeno da cavitação nas instalações de bombeamento. Esquema 3.1 Objetivo básico 3.1.1 Componentes do sistema 3.1.2 Altura de elevação 3.1.3 Potência 3.1.4 Exercício resolvido 3.2 Dimensionamento das tubulações 3.2.1 Fórmula de Bresse 3.2.2 Exercício resolvido 3.3 Relações de semelhança 3.3.1 Exercícios resolvidos 3.4 Curvas características 3.4.1 Curvas da bomba 3.4.2 Curvas do sistema 3.4.3 Curvas de associação de bombas e do sistema de associação 3.4.4 Exercícios resolvidos 3.5 Escolha da bomba 3.5.1 Exercício resolvido 3.6 Cavitação 3.6.1 Definição 3.6.2 N.P.S.H – Net Positive Suction Head 3.6.3 Pressão atmosférica e pressão de vapor 3.6.4 Exercício resolvido UNIUBE 39 Os sistemas elevatórios são de grande importância para as instalações hidráulicas. Toda situação em que um fluido não possui carga suficiente para chegar ao local desejado exige a instalação de um sistema elevatório para adicionar carga ao fluido e este ter condições de chegar ao local desejado. 3.1.1 Componentes do sistema O sistema elevatório é composto por bomba, motor elétrico, instalação elétrica, abrigo da instalação e tubulação. Todos esses componentes trabalham em conjunto, portanto o dimensionamento não é individual e, sim, coletivo. Por esse motivo, torna-se um pouco mais complexo e merece ser mais bem estudado. Veja, a seguir, a ilustração (Figura 1) da estação elevatória de água bruta da cidade de Uberaba-MG. Objetivo básico3.1 Figura 1: Estação elevatória de água bruta do Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba – CODAU. Foto: CODAU (2011). 40 UNIUBE O ponto de captação se encontra a cerca de 120m abaixo da Estação de Tratamento de Água da cidade, necessitando, portanto, do auxílio das bombas para a água atravessar este desnível. O abrigo tem, em seu interior, bombas, motores elétricos, painéis elétricos e as conexões que são interligadas com a tubulação. Observe, na Figura 1, que temos várias bombas com os seus motores elétricos e as conexões. 3.1.2 Altura de elevação A altura de elevação é a somatória do desnível geométrico do sistema mais a somatória das perdas de carga no sistema. A seguir, temos a definição dos componentes da altura de elevação: • altura de sucção (Hs): é a distância vertical do nível mínimo do líqui- do em relação ao centro da bomba. Esta altura pode ser positiva se a bomba estiver instalada acima do nível do líquido, e negativa se a bomba estiver instalada abaixo do nível do líquido; • altura de recalque (Hr): é a distância vertical, entre o nível máximo do líquido em relação ao centro da bomba, quando a alimentação é feita pelo fundo do reservatório de chegada, e, pelo ponto mais alto do sistema, quando a chegada é pela parte superior do reservatório; • altura geométrica (Hg): é a somatória da altura de recalque (Hr) e da altura de sucção (Hs), sendo que o sinal deve ser levado em consideração; • altura manométrica de sucção (Hms): é a somatória da altura de sucção, mais a perda de carga no sistema do ponto da captação até a chegada à bomba; • altura manométrica de recalque (Hmr): é a somatória da altura de recalque, mais a perda de carga no sistema do ponto da bomba até o ponto de final do sistema. Nas Figuras 2 e 3, a seguir, são representadas todas as definições citadas anteriormente. Sendo que, na Figura 2, a bomba está afogada e, na Figura 3, a bomba não está afogada. UNIUBE 41 Observe a Figura 2: Figura 2: Esquema dos dados para o dimensionamento de uma bomba, com a bomba abaixo do nível de água da sucção. Observe a Figura 3: Figura 3: Esquema dos dados para o dimensionamento de uma bomba localizada acima do nível de água da sucção. 42 UNIUBE Para ilustrar o que foi dito anteriormente, vamos adotar, como exemplo, a Figura 4, a seguir: Figura 4: Exemplo de situação que utiliza bomba para atingir o reservatório elevado. Foto: CODAU (2011). Nesse processo da Figura 4, a água para abastecimento público chega até o reservatório metálico apoiado sobre o solo. Uma estação elevatória, localizada sobre o solo, transporta a água do reservatório metálico até o reservatório elevado. Portanto, temos: • a altura de sucção será a distância entre o nível de água do reservatório apoiado até o eixo da bomba; • a altura de recalque será a distância entre o eixo da bomba até o nível de água do reservatório elevado; • a altura geométrica será a diferença entre o nível do reservatório metálico apoiado e o nível do reservatório elevado; • a altura manométrica de sucção será a altura de sucção mais a somatória das perdas de cargas, devido ao sistema que se inicia no reservatório metálico apoiado e vai até a bomba; • a altura manométrica de recalque será a somatória da altura de recalque mais a perda de carga do sistema da bomba até a chegada no reservatório elevado. UNIUBE 43 SINTETIZANDO... A altura manométrica é a somatória do desnível geométrico entre o ponto de sucção e o ponto final do sistema, mais a somatória das perdas de carga da água nesse caminho. 3.1.3 Potência O sistema de bombeamento deverá ter condições de introduzir carga suficiente no sistema, para vencer a somatória da altura geométrica e mais a perda de carga do sistema em funcionamento. Esta carga é fornecida por meio de um motor elétrico, que tem sua potência calculada da seguinte maneira: .Q.HManP 75. γ = η em que: γ = Peso específico do líquido que está sendo recalcado (no caso da água e esgoto 1000 kgf / m³); Q = Vazão ou descarga em m³/s; Hman = Altura manométrica (m); η = rendimento do conjunto. 3.1.4 Exercício resolvido Vejamos, a seguir, um exercício resolvido no qual abordamos um sistema de bombeamento. Uma estação elevatória transporta 50 l/s de água a um desnível geométrico de 20 m. Considere que, no total do sistema, aconteça uma perda de carga de 5m em toda a tubulação e que o rendimento do sistema seja de 74%; determine a potência da bomba necessária para funcionar este sistema. 44 UNIUBE Dados: γ = 1000 kgf / m³ Q = 0,050 m³/s Hman = 20+5 = 25m η = 74% (motor) Com os dados levantados, a potência do motor é: 1000.0,05.25P= =30,03cv 75.0,74 AGORA É A SUA VEZ Uma estação elevatória transporta 65 l/s de água a um desnível geométrico de 18m. Considere que, no total do sistema, aconteça uma perda de carga de 5m em toda a tubulação e o rendimento do conjunto seja de 65%; determine a potência da bomba necessária para funcionar este sistema. Dimensionamento das tubulações3.2 3.2.1 Fórmula de Bresse Um sistema de bombeamento é formado por uma bomba, mais a tubulação. O dimensionamento deste sistema é um conjunto das duas partes que trabalham juntas. Se a tubulação for dimensionada com um diâmetro maior, consequentemente, a perda de carga no sistema será menor e a bomba necessária para o dimensionamento será de potência menor; o custo da instalação será maior e o custo da bomba e do consumo de energia será menor. Caso o sistema seja dimensionado com uma tubulação com o diâmetro menor, consequentemente, a perda de carga no sistema será maior e será necessária uma bomba com a potência maior. O custo da tubulação UNIUBE 45 será menor, mas, em compensação, o custo da bomba e do consumo de energia será maior. Portanto, deve-se determinar um diâmetro ideal que apresente o melhor custo e benefício, ou seja, que leve em consideração o custo da instalação e do funcionamento do sistema. Este diâmetro serádenominado de diâmetro econômico. Veja, a seguir, a representação gráfica da fórmula de Bresse (Figura 5). Figura 5: Representação gráfica da fórmula de Bresse. Para determinar o diâmetro econômico, utiliza-se a fórmula de Bresse. D Kx Q= em que : D = Diâmetro da tubulação de recalque (m); Q = Vazão em m³/s; K = Coeficiente que depende do peso específico do líquido, regime de trabalho e rendimento do conjunto elevatório, da natureza do material da tubulação. Para o dimensionamento do sistema de recalque, com funcionamento diferente de 24 h por dia, foi proposta a seguinte fórmula: 0,251,3D X Q= 46 UNIUBE X = número de horas de funcionamento de bombeamento por dia /24 Sempre que se partir de um valor médio de K, a solução obtida será aproximada. Tratando-se de pequenas instalações, a fórmula de Bresse pode levar a um diâmetro aceitável. Para o caso de grandes instalações, uma pesquisa econômica, na qual sejam investigados os diâmetros mais próximos inferiores e superiores, é importante para determinar os custos relativos à instalação considerada. Para o dimensionamento da linha de sucção, adota-se um diâmetro comercial superior ao calculado para a linha de recalque. 3.2.2 Exercício resolvido Vejamos a resolução do seguinte problema. Um sistema recalcará uma vazão de 40l/s de água. Sabendo que o coeficiente de Bresse é igual a 1,1, determine o diâmetro de sucção e recalque mais econômicos. D= 1,1. 0,04= 0,22 O diâmetro comercial superior ao valor encontrado na fórmula de Bresse é de 250 mm que será o diâmetro de recalque. E o diâmetro da sucção será de 300 mm. Relações de semelhança3.3 Para compreendermos o funcionamento de uma bomba mediante alterações, pautaremo-nos em Azevedo Netto (1998, p.274) que discorre: Os efeitos de alterações introduzidas nas condições de funcionamento de uma bomba não devem ser instalados exclusivamente com base na expressão que UNIUBE 47 permite determinar a sua potência. É indispensável o exame das curvas das características que indicam a variação do rendimento. As alterações de altura manométrica real de uma bomba centrífuga trazem as seguintes consequências: • aumentando-se a altura manométrica, a capa- cidade Q (vazão) e a potência absorvida dimi- nuem; • reduzindo-se a altura manométrica, a descarga Q e a potência absorvida elevam-se. Vejamos, a seguir, as equações para o desenvolvimento dos cálculos de vazão – Q, altura – H e potência – P. 2 1 2 2 3 1 3 2 Q1 rpm1= Q2 rpm2 (rpm )H1 = H2 (rpm ) (rpm )P1 = P2 (rpm ) 3.3.1 Exercícios resolvidos 1) Uma bomba centrífuga está funcionando com uma rotação por minuto de 2500 com 30 HP de potência, uma vazão de 60l/s e uma altura manométrica igual a 37m. Se a velocidade da bomba passar a ser de 2.000 rpm, quais alterações de vazão, altura manométrica e potência sofrerá o sistema? 48 UNIUBE 2 2 2 1 2 2 2 2 3 3 3 1 3 3 3 2 Q1 rpm1 60 2.500 60x2.000= = Q2= Q2=48l/s Q2 rpm2 Q2 2.000 2.500 (rpm )H1 37 (2.500) 37x(2.000)= = H2= H2=23,68m H2 (rpm ) H2 (2.000) (2.500) (rpm )P1 30 (2.500) 30x(2.000)= = P2= P2=15, P2 (rpm ) P2 (2.000) (2.500) → → → → → → → → → 36HP 2) Uma bomba centrífuga está funcionando com uma rotação por minuto de 1500 com 40 HP de potência, uma vazão de 40l/s e uma altura manométrica igual a 40m. Se a velocidade da bomba passar a ser de 2000 rpm, quais as alterações de vazão, altura manométrica e potência sofrerá o sistema? 2 2 2 1 2 2 2 2 3 3 3 1 3 3 2 Q1 rpm1 40 1.500 40x2.000= = Q2= Q2=53,33l/s Q2 rpm2 Q2 2.000 1.500 (rpm )H1 40 (1.500) 40x(2.000)= = H2= H2=71,11m H2 (rpm ) H2 (2.000) (1.500) (rpm )P1 40 (1.500) 40x(2.000)= = P2= P2 (rpm ) P2 (2.000) → → → → → → → → 3 P2= 94,82HP(1.500) → AGORA É A SUA VEZ Uma bomba centrífuga está funcionando com uma rotação por minuto de 3.000 com 40 HP de potência, uma vazão de 70 l/s e uma altura manométrica igual a 57 m. Se a velocidade da bomba passar a ser de 2.200 rpm, quais as alterações de vazão, altura manométrica e potência sofrerá o sistema? UNIUBE 49 Curvas características3.4 Para o dimensionamento de uma bomba, é fundamental, primeiramente, conhecer a definição de curva do sistema e curva da bomba, que são descritas, a seguir. 3.4.1 Curvas da bomba Para cada bomba, o fabricante faz um teste de funcionamento do seu produto para verificar qual será a altura manométrica que renderá a uma determinada bomba, para uma determinada vazão. Na medida em que a vazão aumenta, a altura manométrica é reduzida. O gráfico da bomba é descendente na medida em que aumenta a vazão. Para pequena vazão, a bomba trabalha com a máxima altura manométrica. Na medida em que a vazão aumenta, cai a altura manométrica. Existe um ponto que é definido como ponto de máxima eficiência para a bomba, que compreende o ponto de seu melhor funcionamento, levando em consideração a vazão a ser transportada e a altura manométrica. (Figura 6). 3.4.1.1 Curvas de bombas associadas em paralelo Veja a Figura 6: Figura 6: Estação elevatória de água tratada do CODAU. Foto: CODAU (2011). 50 UNIUBE Quando duas bombas estão associadas em paralelo para um mesmo sistema de recalque, é necessário gerar um curva correspondente com as duas bombas funcionando em paralelo. Nesse caso, para cada valor correspondente à altura manométrica, soma-se a vazão das duas bombas em funcionamento, tendo-se, consequentemente, uma curva correspondente às duas bombas no sistema, como é apresentado na Figura 6. 3.4.1.2 Curvas de bombas associadas em série No caso das curvas de bombas associadas em série, para cada valor correspondente de vazão da bomba em funcionamento, soma-se a altura manométrica de cada uma. Será gerada uma curva que corresponde às associações das bombas em série, conforme apresentado, a seguir, na Figura 7. Figura 7: Representação gráfica de associação de bomba em paralelo. UNIUBE 51 2.4.2 Curvas do sistema As curvas do sistema são representadas por um gráfico em que, na abcissa, registra-se a vazão e, na ordenada, a altura manométrica. Como foi definida anteriormente, a altura manométrica é a somatória da altura geométrica mais a perda de cargas. Para cada valor da vazão em um determinado sistema, é gerada uma perda de carga. Na medida em que se aumenta a vazão, a perda de carga no sistema também aumenta e, consequentemente, aumenta a altura manométrica. Portanto, a curva do sistema será sempre uma curva ascendente, conforme apresentada, na Figura 8, a seguir: Figura 8: Representação gráfica de associação de bomba em série. 3.4.2.1 Curva do sistema para tubulação em série Observe a Figura 9, a seguir: 52 UNIUBE Figura 9: Curva de associação de tubulação em série. Caso o sistema seja formado por duas ou mais tubulações em série (ou seja, em sequência) com diâmetros diferentes, será necessário calcular a altura manométrica para cada tubulação independente. A curva caracte- rística de cada tubulação deve ser lançada no mesmo gráfico, com ambas iniciando na mesma origem das ordenadas. A curva do sistema será a somatória da perda de carga, em cada trecho da tubulação mais a altura geométrica do sistema, conforme apresentado na Figura 9. 3.4.2.2 Curva do sistema para tubulação em paralelo Observe a Figura 10, a seguir: Figura 10: Associação de duas tubulações iguais. UNIUBE 53 Caso o sistema seja formado por tubulação em paralelo, a curva característica do sistema será para cada altura manométrica correspondente no sistema à somatória da vazão para cada tubulação, conforme apresentado na Figura 10. Explicando de outra forma, na determinação da curva do sistema em paralelo que corresponde ao sistema com duas tubulações instaladas em paralelo, cada sistema irá recalcar a água para a mesma altura manométrica e, como são duas linhas, a vazão será o dobro. Portanto, para cada valor da altura manométrica dobra-se o valor da vazão. Oresultado da curva é apresentado no gráfico anterior. 3.4.3 Curvas de associação de bombas e do sistema de associação Um sistema de recalque é composto por: • tubulações que podem estar associadas em série, em paralelo, ou individuais; • conjuntos de bombas que podem estar associados em série, em paralelo ou individuais. Esse sistema trabalha com as duas partes e em conjunto. Portanto, o funcionamento das partes tem que ser coincidente, por isso, para determinar a vazão com que a bomba e a tubulação irão funcionar, deve-se, em um mesmo gráfico, traçar as duas curvas. Ambas irão cruzar em um ponto que será chamado ponto de funcionamento do sistema, como pode ser visto, na Figura 11, a seguir. 54 UNIUBE Figura 11: Representação gráfica do ponto de funcionamento do sistema. 3.4.4 Exercícios resolvidos 3.4.4.1 Exercício resolvido 1 Para o sistema representado na Figura 12 e especificado a seguir, determine a curva do sistema, sendo a tubulação de ferro galvanizado (C=120), diâmetro de 200 mm e a somatória dos comprimentos equiva- lentes das peças corresponde a 18 m. A tubulação tem um comprimento real de 200 m. O desnível geométrico do reservatório 1 para o reserva- tório 2 é de 10 m. Determine o ponto de funcionamento do sistema, considerando duas bombas trabalhando em paralelo com as seguintes características (Tabela 1). Tabela 1: Dados da bomba UNIUBE 55 Na Tabela 1, são apresentados os dados da bomba e, na Figura 12, a seguir, é apresentado como as duas bombas estão instaladas, sendo que as duas são iguais. Figura 12: Representação do sistema do Exercício resolvido 1. Resolução: Segue a Tabela 2, com os cálculos da tubulação com a linha de recalque: Tabela 2: Cálculo da curva do sistema em paralelo Para a montagem do gráfico, é necessário o valor da altura manométrica e da vazão correspondente. Como já foi dito, a altura manométrica é a somatória da altura geométrica com a somatória de perda de carga. Na Tabela 2, foi calculada, na segunda linha, a perda de carga para cada respectiva vazão. Na terceira linha, calculamos a altura manométrica do 56 UNIUBE sistema, ou seja, somamos o valor encontrado na segunda linha, para cada vazão, com o desnível geométrico, que corresponde a 10m. Observe a Figura 13: Figura 13: Gráfico da curva do sistema Observe a Figura 14: Figura 14: Gráfico da bomba. UNIUBE 57 Observe a Figura 15: Figura 15: Determinação da altura manométrica e vazão de funcionamento do sistema. O ponto do gráfico no qual as duas linhas se cruzam é chamado de ponto de funcionamento do sistema. 3.4.4.2 Exercício resolvido 2 Para o sistema representado na Figura 16 e especificado a seguir, determine a curva do sistema, considerando a tubulação de PVC (C=140). A tubulação é dividida em duas partes, sendo uma parte na horizontal e outra parte na vertical, sendo que as duas estão interligadas em série. A tubulação na horizontal é de diâmetro de 250 mm, com comprimento real de 160 m e comprimento equivalente das peças correspondente a 15 m. A tubulação na vertical é de diâmetro de 200 mm, com um comprimento real de 280 m e as peças correspondem a um comprimento equivalente de 12 m. O desnível geométrico do reservatório 1 para o reservatório 2 é de 12 m. 58 UNIUBE Determine o ponto de funcionamento do sistema, considerando duas bombas, trabalhando em série, com as seguintes características. Na Tabela 3 constam os dados da bomba e na Tabela 4, a resolução do problema. Observe a Figura 16: Figura 16: Representação do sistema do exercício resolvido 2. Q (l/min) 2000 4000 6000 6500 7000 8000 10000 Dados da bomba (m) 25 25 24,5 23 22,5 22 20,5 Tabela 3: Dados da Bomba Resposta: Perda de carga no trecho I. Resolução: UNIUBE 59 Tabela 4: Resolução do problema Observe a Figura 17, que contém a curva do sistema das bombas com associação em série. Figura 17: Curva do sistema com a associação em série das bombas. 60 UNIUBE Na Figura 18, constam duas curvas, uma da bomba individual e outra da associação em série. Note que as vazões bombeadas são as mesmas (eixo x), mas a pressão dobrou (eixo y). Figura 18: Curva da bomba associada em série. Observe a Figura 19. Estão dispostas duas curvas, uma da bomba em série e outra do sistema (curva de tubulação). Figura 19: Curva do sistema para bomba em série. UNIUBE 61 3.4.4.3 Exercício resolvido 3 Para o sistema representado na Figura 20 e especificado a seguir, determine a curva do sistema, sendo que a tubulação tem o coeficiente de Hazzen-Williams C=120. A tubulação é dividida em duas partes: em uma parte na horizontal e outra parte na vertical, sendo que as duas estão interligadas em série. A tubula- ção na horizontal é de diâmetro de 150 mm, com comprimento real de 100 m e comprimento equivalente das peças correspondente a 12 m. A tubulação na vertical é de diâmetro de 150 mm, com um comprimento real de 80 m e as peças correspondem a um comprimento equivalente de 9 m. O desnível geométrico do reservatório 1 para o reservatório 2 é de 12 m. Determine o ponto de funcionamento do sistema, considerando duas bombas de modelos diferentes, trabalhando em série, com as seguintes características (Tabela 5). Dados da bomba 1 (m) 25 25 24,5 23 22,5 22 20,5 17 Dados da bomba 2 (m) 30 30 29,5 27,8 27,3 26,7 24 21 Tabela 5: Dados de duas bombas instaladas no sistema Na Tabela 5, constam os dados das duas bombas instaladas no sistema. Figura 20: Representação do sistema do exercício resolvido 3. 62 UNIUBE Na Tabela 6, a seguir, consta, passo a passo, como determinar o ponto de funcionamento de um sistema de duas bombas em série e duas linhas de tubulação em série. Primeiramente, é determinada a altura manométrica do trecho I e do trecho II. Depois, são determinados os valores para traçar a curva do sistema, considerando o mesmo em série. Também, são calculados os valores para determinar a curva das duas bombas em série. Tabela 6: Passo a passo para a determinação do funcionamento de um sistema de duas bombas em série e de duas linhas de tubulação em série Observe a Figura 21. Nela, constam as curvas de perda de carga das tubulações nos trechos I e II e da curva correspondente à associação em série. UNIUBE 63 Figura 21: Curva do sistema associado em série. Na Figura 22, estão dispostas as curvas das duas bombas individualmente e a curva da associação em série. Figura 22: Gráfico das duas bombas associadas em série. Observe a Figura 23. Nela, constam as duas curvas, uma do sistema e outra das bombas em associação em série. 64 UNIUBE Figura 23: Curva do sistema associada com a curva das duas bombas em série. Para melhor explicar como procede o modelo de escolha de uma bomba, vamos apresentar, a seguir, um exemplo para facilitar a compreensão. O exemplo está representado na Figura 24, a seguir, e será um sistema para recalcar uma vazão de 40 l/s de água limpa de um reservatório até outro. A tubulação utilizada no sistema é em PVC. A extensão de 1300 m inclui a extensão da tubulação e as perdas de cargas localizadas. Escolha da bomba3.5 Figura 24: Esquema da Instalação que será utilizado para exemplificar a escolha da bomba. UNIUBE 65 A seguir, descreveremos os passos para a escolha da bomba. 1) Trace a curva do sistema no qual deseja a implantação da estação elevatória, de acordo com o objetivo que se espera atingir. Nesse caso, será utilizada a fórmula de Hazzen-Williams. Veja a Tabela 7: Q (l/s) 0 10 20 30 40 50 60 70 Perda de carga da tubulação 0 0,75 2,70 5,71 9,72 14,69 20,58 27,37 Altura manométrica do sistema (m) 37 37,75 39,70 42,71 46,72 51,69 57,58 64,37 Tabela 7: Passo a passo para a escolha da bomba Na Tabela 7, constam os valores da perda de carga e o valor da altura manométrica para cada vazão correspondente. A altura manométrica corresponde à soma da perda de carga mais o desnível geométrico. Observe a Figura 25: Figura 25: Curvado sistema. 66 UNIUBE 2) De acordo com o líquido que será transportado, a vazão e a altura manométrica, o modelo a ser utilizado é escolhido no catálogo do fabricante. Sendo assim, com os dados da curva do sistema, é escolhido o modelo da bomba mais adequado para a estação elevatória. 3) O Modelo 65-160 da narca Imbil, com rotação de 3500 rpm, tem várias opções de acordo com o tamanho do rotor conforme a figura abaixo. A escolha deve se basear no maior rendimento, de maneira que tenha um menor consumo de energia. Portanto, deve-se escolher a bomba de maneira que intercepte a curva do sistema no ponto de maior rendimento. Nesse exemplo, o rotor escolhido será o de diâmetro de 172. 4) Com a bomba determinada, traça-se um gráfico da curva do sistema com a curva da bomba (Figura 26). UNIUBE 67 Figura 26: Curva do sistema com a curva da Bomba. 5) O sistema funcionará com uma vazão de 45 l/s, e conseguirá recalcar uma altura manométrica de 48,6 m e com um rendimento acima de 81,5 %. Caso o ponto de funcionamento atenda satisfatoriamente os itens mencionados anteriormente, estará definido o modelo da bomba que será utilizado. Caso contrário, o processo deve ser iniciado novamente a partir do item 3. 3.5.1 Exercício resolvido O sistema, representado na Figura 27, e especificado a seguir, deverá recalcar uma vazão de 10 l/s de água limpa de um reservatório até outro, conforme o esquema. A tubulação utilizada no sistema é em PVC. A extensão de 300 m inclui a extensão da tubulação e as perdas de carga localizadas. Determine qual das bombas propostas é mais adequada para esta instalação. 68 UNIUBE Figura 27: Representação do Sistema do Exercício resolvido. A seguir, é apresentado o gráfico de vários modelos de bombas e um desses modelos é mais adequado para o sistema apresentado (Figura 28). Figura 28: Representação gráfica de vários modelos de bomba, sendo um deles adequado para o projeto. Primeiramente, será construída a curva na tubulação para, posteriormente, traçar o gráfico. Observe a Tabela 8: UNIUBE 69 Tabela 8: Tabela do sistema Veja que, a partir da curva do sistema especificada a seguir, com as opções para a escolha da bomba, verifica-se que a melhor solução é a bomba de rotor de D=200. Pois, de todas as opções, é a que representa o ponto de funcionamento do sistema com o maior rendimento, e, ainda, no ponto de funcionamento, a vazão é superior à demanda. Observe a Figura 29, onde consta a curva do sistema. Figura 29: Curva do sistema (exercício) Observe a Figura 30. Nela constam as duas curvas, uma do sistema e a outra da bomba. 70 UNIUBE Figura 30: Curva do sistema e curva da bomba. Cavitação 3.6 Um fenômeno que merece grande atenção em relação ao funcionamento de uma estação elevatória de água é a cavitação. Quando acontece a cavitação em uma estação elevatória, ela acarreta queda de rendimento na instalação, ruídos e vibrações na bomba podendo até chegar ao colapso dos equipamentos. 3.6.1 Definição O fenômeno cavitação está relacionado com a pressão de vapor do líquido que está sendo recalcado. Quando um líquido, em escoamento, passa por uma região de baixa pressão, que pode atingir a sua pressão de vapor, há a transição do estado líquido para o estado de vapor do fluído que está sendo transportado. As bolhas formadas no interior do líquido são arrastadas juntamente com o fluído e atravessam regiões em que a pressão volta a ser maior que a pressão de vapor. As bolhas formadas, ao entrarem na região de maior pressão, acabam estourando. Esse processo é rápido, e o estouro das bolhas ocorre com as partes da bomba em funcionamento ou com as paredes dos equipamentos. UNIUBE 71 IMPORTANTE! Para evitar que este fenômeno ocorra, a instalação deverá ser dimensionada, de maneira que a pressão em toda a instalação seja sempre maior que a pressão de vapor do líquido que está sendo recalcado. Por isso, quando for dimensionar uma instalação elevatória, é muito importante conhecer a temperatura que estará o líquido que será recalcado. Pois a pressão de vapor do líquido oscila de acordo com a temperatura. Em relação a esses aspectos, Coiado (1995, p. 2) discorre que: Em geral, o ponto mais crítico ocorre na entrada do rotor da bomba. A queda de pressão, desde a superfície do poço de sucção até a entrada da bomba, depende da vazão, do diâmetro, do comprimento virtual da tubulação, da rugosidade do material e principalmente da altura estática de sucção, distância vertical do eixo da bomba até o nível d´água do poço. Estes são os elementos susceptíveis de mudanças, por parte do projetista, para sanar os danosos efeitos da cavitação. 3.6.2 N.P.S.H – Net Positive Suction Head 3.6.2.1 N.P.S.H Disponível N.P.S.H Disponível é a energia disponível do líquido, no início do processo, ou seja, é a energia do líquido, na maioria das vezes, a água, na entrada da tubulação de sucção na bomba, acima da pressão de vapor do líquido. No primeiro caso, causam a vibração do rotor da bomba e, no segundo caso, ocorre inúmeros choques de bolhas com as paredes dos equipamentos, causando um fenômeno de erosão com estas superfícies. 72 UNIUBE Então, explicando melhor, N.P.S.H disponível é a carga (energia) em pressão absoluta disponível na entrada de sucção de uma bomba hidráulica. Em qualquer seção transversal de um circuito hidráulico, o NPSH mostra a diferença entre a pressão atual de um líquido em uma tubulação e a pressão de vapor do líquido, a uma dada temperatura. Observe a Figura 31, que representa a altura de sucção de uma bomba. Figura 31: Representação da altura de sucção. 2 2 2. . . . 2 Pressão_Vapor_Líquido = + − − = v v PP VN P S H d EqI g P γ γ γ UNIUBE 73 Substituindo as equações I em II, tem-se: . . . . . . . . v v PPatmN P S H d Z Hs Patm PN P S H d Z Hs EqIII γ γ γ = − −∆ − − = − −∆ − 3.6.2.2 N.P.S.H Requerido O N.P.S.H requerido é específico da bomba, pois representa a perda de carga que a água sofrerá para atravessar toda a bomba. Este dado é fornecido pelo fabricante, pois é um dado muito específico da bomba e não tem como ser calculado. O fabricante geralmente fornece um gráfico de N.P.S.H por vazão, no qual o engenheiro responsável pelo dimensionamento terá condições de levantar o dado. 2 2 1 1 2 2 1 2 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 : _(Pr _ _ ) 0 2 0 _( _ _ ) _( _ _ arg _ _ ) _ 2 atm atm P V P VZ Z Hs g g onde PP essão Atmosférica Local V g Z Z Z Altura estática Sucção Hs Somatória Perdas c a sucção bomba Substituindo Tem se P P VZ Hs EqII g γ γ γ γ γ γ + + = + + + ∆ = = = = ∆ − − −∆ = + − carga Aplicando a equação de Bernoulli, entre o nível d´água no poço de suc- ção e o eixo da bomba, mantido constante e a entrada da bomba, temos: 2 2 1 1 2 2 1 2 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 : _(Pr _ _ ) 0 2 0 _( _ _ ) _( _ _ arg _ _ ) _ 2 atm atm P V P VZ Z Hs g g onde PP essão Atmosférica Local V g Z Z Z Altura estática Sucção Hs Somatória Perdas c a sucção bomba Substituindo Tem se P P VZ Hs EqII g γ γ γ γ γ γ + + = + + + ∆ = = = = ∆ − − −∆ = + − (Pressão_Atmosférica_Local) 74 UNIUBE IMPORTANTE! Para que o fenônemo da cavitação não ocorra, é necessário que a seguinte condição seja atendida: N.P.S.Hd > N.P.S.Hr. Pode-se calcular o valor da altura máxima de sucção, de maneira que não ocorra o fenômeno da cavitação. Esta condição limite será atingida quando o N.P.S.Hd = N.P.S.Hr. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . = − −∆ − = = − −∆ − = −∆ − − v v v PPatmN P S H d Z Hs N P S H r N P S H d PPatmN P S H r Z Hs PPatmZmáx Hs N P S H r γ γ γ γ γ γ 3.6.3 Pressão atmosférica e pressão de vapor O fenômeno da cavitação traz prejuízos para as bombas. A ocorrência deste fenômeno depende da pressão de vapor do líquido. Como a pressão do líquido é fixa para cada tipo e não está sujeita a alterações, a única variável é a cota de instalação
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