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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: GESTÃO E ESTRATÉGIA IMOBILIÁRIA AUTORIA: MÁRCIA VALÉRIA GONÇALVES Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de:Gestão e Estratégia Imobiliária Autoria: Mácia Valéria Gonçalves Primeira edição: 2009 CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação Sabemos que manter a competitividade em alta é um desafio permanente para todas as empresas. Uma das ferramentas para sustentar essa capacidade é a gestão estratégica. É um processo e deve ser de responsabilidade da alta administração. Entretanto, deve ser compartilhado com outros níveis de gerência, quando houver, buscando o envolvimento e comprometimento de todos para o planejar, o gerenciar, o executar, o acompanhar e o de corrigir rumos quando necessário. É um processo macro e essencial para a condução de um negócio marcado nos dias de hoje pela necessidade de mudanças muitas vezes radicais com inúmeras turbulências. O setor imobiliário se apresenta como um mercado marcado de grandes mudanças e é necessário que a empresa, o gestor e o corretor façam a diferença neste mercado. E estar atento às pequenas coisas e situações faz a diferença. Saber atender bem o cliente, estar atento as suas necessidades, entregar-lhe produtos de qualidade, neste caso atendendo-o bem é primordial para a sobrevivência da empresa e do profissional do mercado imobiliário. E é através das ferramentas essenciais disponibilizadas ao mercado que a empresa poderá exercer e aplicar a eficiência e eficácia de seu negócio. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 4 Objetivo Desenvolver no aluno a expertise da gestão estratégica imobiliária, capacitando-o para o mercado imobiliário com as mais diversas técnicas e ferramentas de gestão com a finalidade de ampliar seus conhecimentos nas funções gerenciais e operacionais bem como ampliar seus conhecimentos do real papel do corretor no mercado imobiliário suas remunerações, conflitos e dificuldades. Além de apresentar as normas de avaliação, registros, averbações, conceito de orçamentos e as exigências de escrituração e contratos. Ementa O mercado imobiliário; O gestor e o corretor de imóveis; Exercício público da profissão; Entidades do mercado imobiliário e suas funções. O Papel do Corretor de Imóveis; Início e Término da Intermediação Imobiliária; A Remuneração do Corretor de Imóveis; Sinal de Negócio; Estudos e conceitos de valor de imóveis; Estudos e conceitos de orçamentos; O imóvel; O cliente; Contrato de Corretagem; Avaliação de Imóveis e Locação de Imóveis. Leitura de plantas e avaliação de áreas; Instrumento de compra e venda; Registro de imóveis; Exigências quanto a averbações, escrituras e contratos. Hipotecas penhores e impostos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 5 Sobre o Autor Márcia Valéria Gonçalves, 43 anos, graduada em administração de empresas, corretora de imóveis registrada no conselho regional corretores de imóveis (CRECI) N: 3855-ES, atuando no mercado imobiliário com intermediações e consultoria há mais de 17 anos, Professora universitária, pós-graduada em Logística, Gestão Estratégica Recursos Humanos e outra pós-graduação em andamento de Gerenciamento de Projetos , Mestre em Economia Empresarial pela UCAM - Faculdade Candido Mendes – RJ Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 6 SUMÁRIO UNIDADE 1 ........................................................................................................... 9 O MERCADO IMOBILIÁRIO .............................................................................. 9 UNIDADE 2 ......................................................................................................... 13 A HISTÓRIA DA INOVAÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE IMÓVEIS. ......... 13 UNIDADE 3 ......................................................................................................... 16 NORMATIZAÇÃO DA CONDUTA DO CORRETOR DE IMÓVEIS................. 16 UNIDADE 4 ......................................................................................................... 19 O FUTURO DA PROFISSÃO. ......................................................................... 19 UNIDADE 5 ......................................................................................................... 22 A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E O TRABALHO DO CORRETOR ........ 22 UNIDADE 6 ......................................................................................................... 25 FISCALIZAÇÃO DA PROFISSÃO ................................................................... 25 UNIDADE 7 ......................................................................................................... 28 O PAPEL DO CORRETOR DE IMÓVEIS ....................................................... 28 UNIDADE 8 ......................................................................................................... 31 O CORRETOR DE IMÓVEIS EM EXERCÍCIO ............................................... 31 UNIDADE 9 ......................................................................................................... 33 A REMUNERAÇÃO IMOBILIÁRIA ................................................................... 33 UNIDADE 10 ....................................................................................................... 38 TÍTULO 1 – O GESTOR E O CORRETOR DE IMÓVEIS ............................... 38 UNIDADE 11 ....................................................................................................... 41 PONTOS FUNDAMENTAIS PARA O GERENTE DE VENDAS ..................... 41 UNIDADE 12 ....................................................................................................... 44 MOTIVANDO SUA EQUIPE ............................................................................ 44 UNIDADE 13 ....................................................................................................... 49 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 7 REMUNERANDO ATRAVÉS DAS METAS DE VENDAS .............................. 49 UNIDADE 14 ....................................................................................................... 54 GERENCIANDO CONFLITOS ......................................................................... 54 UNIDADE 15 ....................................................................................................... 57 FERRAMENTAS PARA GERENCIAR CONFLITOS ...................................... 57 UNIDADE 16 .......................................................................................................60 COMO RESOLVER CONFLITOS .................................................................... 60 UNIDADE 17 ....................................................................................................... 63 A COMERCIALIZAÇÃO DE UM IMÓVEL ....................................................... 63 UNIDADE 18 ....................................................................................................... 65 CLIENTE: A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA NOSSA EMPRESA ............ 65 UNIDADE 19 ....................................................................................................... 67 CONTRATO DE CORRETAGEM .................................................................... 67 UNIDADE 20 ....................................................................................................... 70 MODELO DE CONTRATO PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ............................... 70 UNIDADE 21 ....................................................................................................... 78 AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS ............................................................................... 78 UNIDADE 22 ....................................................................................................... 80 COMO AVALIAR O IMÓVEL USADO ............................................................. 80 UNIDADE 23 ....................................................................................................... 83 A LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA ............................................................................. 83 UNIDADE 24 ....................................................................................................... 85 INSTRUMENTO DE COMPRA E VENDA ....................................................... 85 UNIDADE 25 ....................................................................................................... 87 DOCUMENTAÇÕES NECESSÁRIA NA INTERMEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA ... 87 UNIDADE 26 ....................................................................................................... 92 ASPECTO SOBRE AS DOCUMENTAÇÕES .................................................. 92 UNIDADE 27 ....................................................................................................... 95 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 8 O REGISTRO ................................................................................................... 95 UNIDADE 28 ....................................................................................................... 98 FINALIDADE DO REGISTRO .......................................................................... 98 UNIDADE 29 ..................................................................................................... 103 PERGUNTAS MAIS FREQUENTES A RESPEITO DE REGISTROS E AVERBAÇÕES............................................................................................... 103 UNIDADE 30 ..................................................................................................... 104 A GESTÃO ESTRATÉGICA IMOBILIÁRIA ................................................... 104 GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 109 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 110 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 9 UNIDADE 1 Objetivo: Ampliar o conhecimento do aluno acerca das características do mercado imobiliário bem como a distinção do mesmo em relação aos outros mercados buscando demonstrar as fragilidades do setor. O MERCADO IMOBILIÁRIO O mercado imobiliário tem características muito diferentes comparados a outros mercados. Esta distinção decorre da característica especial de cada imóvel e do próprio mercado imobiliário. Podemos ver que existem inúmeras fontes de divergências e desigualdades entre os imóveis. Por sua localização fixa, qualquer alteração no ambiente provoca modificações nos valores dos imóveis. Para podemos ter uma compreensão da complexidade deste setor, podemos nos reportar ao passado e verificar as regiões onde os imóveis eram mais valorizados como, por exemplo, o centro da cidade. Atualmente as regiões mais valorizadas no passado são em vias de regras gerais as mais desvalorizadas hoje, guardando as especificidades de cada região. Vários bairros novos e nobres surgiram mudando o perfil e costumes dos moradores e fazendo com que regiões que no passado não fossem valorizadas passando a ser valorizadas hoje. E o setor se torna ainda mais complexo se analisarmos as características de cada imóvel e os fatores que auxiliam na sua valorização e desvalorização. Entre os fatores que diferenciam os imóveis, em si, os mais importantes são a grande vida útil, a fixação espacial, a singularidade, o elevado prazo de maturação (intervalo de tempo para a produção de novas unidades) e o alto custo das unidades. A combinação destes elementos permite explicar grande parcela das diferenças de valores entre os imóveis, em um dado momento. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 10 São muitos fatores provocando distinções, e naturalmente os imóveis precisam ser considerados como bens compostos, pois existem múltiplos atributos que despertam interesses. A literatura de economia urbana geralmente refere-se à existência de um pacote ou conjunto indissociável de atributos. Os preços de cada um dos atributos são os serviços de habitação Os preços dos imóveis podem ser compreendidos como a soma dos produtos das quantidades de cada um destes serviços pelos seus preços implícitos. O Corretor de Imóveis De acordo com a fonte do COFECI, (2009) a profissão do Corretor de Imóveis no Brasil vem desde o tempo da colonização, onde as pessoas ganhavam a vida arrumando pousadas para os desbravadores deste país. Como se trata de uma atividade que visa o desenvolvimento, o progresso e a concretização dos ideais, pode-se afirmar, de maneira figurada, que Pero Vaz de Caminha deu início às atividades de corretagem. Ao escrever para Portugal descrevendo o Novo Mundo, atuou como um Corretor de Imóveis. As primeiras leis trabalhistas foram criadas na década de 30 durante o governo Getúlio Vargas a partir daí se deu origem a uma nova forma de organização do trabalho, sendo institucionalizada a estrutura sindical brasileira. O primeiro sindicato de corretores de imóveis a ser reconhecido como tal no Brasil foi o do Rio de Janeiro em 1937, o ministro do Estado dos Negócios do trabalho, indústria e comércio em nome do presidente da República do Brasil, assinou as cartas sindicais, reconhecendo oficialmente o sindicato dos corretores de imóveis do Rio de Janeiro como sindicato profissional de trabalhadores por conta própria. Vale relatar que a história do Sindimóveis – Rio se confunde com a do sindicalismo brasileiro isto porque a entidade contribuiu para a discussão da estrutura sindical no país. Em 1937 se conseguiu a outorga da carta sindical, embrião dos sindicatos dos corretores de imóveis do Município do Rio de Janeiro sendo o primeiro da categoria criado no país. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 11 A história do primeiro corretor de Imóvel Os primeiros Corretores de Imóveis eram consultores da família, pessoas de confiança que não mediam esforços e distâncias para atender bem a seus clientes. Eram os Corretores de bons negócios que "gritavam" seus próprios anúncios, profissionais de um tempo bem diferente. Os proprietários eram os donos de pacatas chácaras. Graças à divisão da terra em lotes e à tabela price, tornou-se muito maior o número de proprietários. (COFECI, 2009) Paulo. Pai de Antônio Macuco Alves, natural de São Paulo, nunca exerceu outra atividade senão a de Corretor de Imóveis. Lavravaem média vinte escrituras por mês e vendia em torno de 240 imóveis por ano, sem saber ao certo a quantidade de imóveis transacionados por seu intermédio. Uma curiosidade foi a compra, à prestação, da sua casa própria, situada em um dos endereços mais conhecidos de São Paulo, a Avenida Brasil, no bairro Jardim América. Quando comprou o terreno, o metro quadrado custava 80 cruzeiros, sendo que em 1955 o mesmo já custava 30 mil cruzeiros. Embora tenha sido um dos fundadores da Associação dos Corretores de Imóveis, o único cargo na diretoria da Associação que assumiu pertenceu ao Conselho Fiscal da segunda diretoria. (COFECI, 2009). Fonte: Cofeci, (2009). Nos anos 40 os Corretores de Imóveis faziam parte de uma categoria organizada e reconhecida por toda a sociedade. Os sindicatos tinham uma estreita ligação com as associações comerciais, conseguindo estender aos seus associados todas as garantias Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 12 conquistadas pelos trabalhadores brasileiros. Uma prova é o Decreto n.º 5.493 de 9 de abril de 1940, pelo qual os Corretores de Imóveis eram segurados no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, pagando seguro anual obrigatório. Outra conquista importante foi o reconhecimento da capacidade técnica desses profissionais por parte do poder público, que passou a considerar como avaliação oficial a que era feita pelo Sindicato de Corretores de Imóveis, repartição arrecadadora ou por via judicial. Graças a este convênio, os Corretores sindicalizados passaram a utilizar nos seus anúncios, depois do nome do escritório, a expressão "do Sindicato dos Corretores de Imóveis", ou "filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis". Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 13 UNIDADE 2 Objetivo: Demonstrar a evolução do mercado imobiliário e da função do corretor desde a sua criação e as mudanças ocorridas para a consolidação da categoria. A HISTÓRIA DA INOVAÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE IMÓVEIS. A criação do Pregão Imobiliário, no dia 30 de novembro de 1940, também foi outra importante iniciativa que aumentou ainda mais a credibilidade de toda a categoria na sociedade - por intermédio de uma iniciativa da Associação de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, da Rádio Tupi e do jornal Diário de São Paulo. Os Corretores sindicalizados, que também eram anunciantes dos classificados do Diário de São Paulo, poderiam divulgar gratuitamente os textos para o Pregão dos Negócios Imobiliários, transmitidos todos os sábados, a partir das 16 horas, e reproduzido nas edições de domingo do referido jornal. Em função do pregão, o Diário de São Paulo passou a oferecer aos Corretores sindicalizado um preço especial em seus anúncios e um desconto de 20%. (COFECI, 2009). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 14 A admissão com corretor de imóveis No início de 1942 a Associação de Corretores de Imóveis regulamentou um projeto rigoroso para a admissão de novos associados. Eram aceitos apenas os profissionais que exercessem efetiva e seguidamente a profissão durante, no mínimo, dois anos, mediante prova concludente. Mais que isso, era preciso preencher todos os requisitos de absoluta idoneidade moral e profissional. Entre os documentos exigidos, o profissional deveria apresentar os atestados de antecedentes criminais e político-sociais. Uma pessoa que fosse condenada a qualquer pena não poderia ingressar ou pertencer ao sindicato durante o tempo de condenação. Para que um novo sócio fosse admitido, deveria ser indicado por, no mínimo, dois outros Corretores associados. Regulamentação da profissão Por intermédio de um convênio firmado entre os sindicatos dos Corretores de Imóveis de São Paulo e do Rio de Janeiro, no dia 10 de outubro de 1942, as duas entidades passaram a adotar medidas de interesse para classe e para o aperfeiçoamento das transações imobiliárias no Brasil. Alguns dos documentos firmados nesse convênio, codificando praxes e usos, constituíam uma verdadeira legislação supletiva, tanto que inúmeras cidades brasileiras passaram a adotar esse regulamento. As relações entre o Corretor e as partes, e dessas entre si, foram reguladas pelas disposições desse regulamento, na falta de convenção escrita. Estabelecia que a obrigação do Corretor fosse até o ajuste das partes interessadas, quando lhe seria devida a remuneração conveniada. Esta remuneração deveria ser mantida se, antes de esgotado o prazo da autorização concedida ao Corretor, o cliente revogasse ou desistisse da transação, ou mesmo se ele dispensasse os serviços ou embaraçasse a atuação do Corretor. A remuneração deveria ser paga pelo vendedor no ato do recebimento do sinal ou princípio de pagamento, ou no ato da assinatura da promessa de venda. O regulamento estabelecia o Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 15 que deveria ser feito em cada caso que a venda se realizasse, seja por meio de empréstimo, financiamento ou outro. O sinal deveria corresponder entre 10% e 20 % do preço ajustado na transação. Amplie seus conhecimentos: acesse seu ambiente on-line e leia mais sobre a LEI 6.530 que regulamenta o trabalho do corretor nas imobiliárias leia também a lei 6.530 e sua íntegra. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 16 UNIDADE 3 Objetivo: Mostrar a importância da categoria bem como seus códigos de conduta e sua criação. NORMATIZAÇÃO DA CONDUTA DO CORRETOR DE IMÓVEIS Em 1942, foi criado pelos sindicatos de corretores de imóveis de São Paulo e Rio de Janeiro um documento de como deveria ser a conduta do profissional do corretor de imóveis perante o seu cliente e companheiros de classe e em relação também à entidade; 1. O Corretor vive o valor e seriedade de sua palavra, de sua ação e de seu espírito de iniciativa. 2. É o espírito de cooperação, e nunca o de competição ou concorrência, que deve presidir as relações entre os Corretores. Não há necessidade de perturbar o negócio entregue a outro Corretor, pois todo dia fica sempre aberta a porta da colaboração. 3. Não deve o Corretor aceitar a incumbência de venda ou de compra de um imóvel que seja entregue a outro, cumprindo-lhe, portanto, indagar sempre do cliente a respeito. 4. Nenhum Corretor deve oferecer um imóvel sem estar devidamente autorizado pelo cliente ou por outro Corretor autorizado. 5. Não cabe ao Corretor o direito de prender em suas mãos um negócio, se não tiver a probabilidade de realizá-lo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 17 6. Ao oferecer um negócio, cabe ao Corretor apresentar dados rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes que o depreciem. 7. Diante de cliente e estranhos, nunca deve o Corretor atacar, mas ao contrário, defender e justificar seus colegas. Só com esse ânimo conseguirá elevar o nível da classe, com proveito geral para si próprio. 8. As queixas devem ser levadas por escrito ao conhecimento do Sindicato, e nunca expostas ao público. O desprestígio de um Corretor reflete o conceito de todos os seus colegas. 9. Da camaradagem, do respeito e da amizade entre os Corretores resultará inevitavelmente a elevação moral da classe e um campo mais vasto de negócios e oportunidades para todos. 10. O Corretor deve colocar estes preceitos da ética profissional acima de seus interesses materiais, respeitando-os incondicionalmente. Os Convênios e Comissões Os sindicatos também concordaram em tornar norma definitiva, para efeito de divisão de comissão de seus associados nos negócios trabalhados conjuntamente, as seguintes taxas: Para os Corretores sindicalizados, a divisão das comissões deveria ser a meio, ou de acordo com as taxas previamente combinadas; Para os Corretores não pertencentesaos sindicatos, no máximo um terço das comissões auferidas; Para simples intermediários, isto é, pessoas sem escritório montado e que não tivessem na profissão o exercício habitual, meio por cento. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 18 A tabela de comissões compreendia a compra, venda ou permuta de imóveis, hipotecas e financiamentos, incorporações, loteamentos, locação, administração de bens e outros encargos e avaliação de imóveis. Era dividida tanto pela porcentagem como taxa mínima de comissionamento. As taxas de comissão eram de, no mínimo, 1% (exemplo: estudo técnico preliminar de incorporação) até comissões que variavam entre 5 a 10% (exemplo: venda ou hipoteca de sítio, chácara e propriedade rural). O maior valor de comissionamento poderia chegar a 20%, quando se tratasse da venda de loteamento em área suburbana, incluindo a organização da venda e publicidade inicial, paga por unidade comercializada. O valor mais comum de comissão estava na casa dos 3%, compreendendo a venda ou hipoteca de prédio, loja, sala, apartamento, terreno urbano, financiamentos e locação avulsa. QUER CONHECER MAIS AINDA A HISTÓRIA DA SUA PROFISSÃO? ENTRE NO SITE: www.cofeci.gov.br E veja como foi a criação dos sindicatos e a história da profissão em sua região. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 19 UNIDADE 4 Objetivo: Apresentar as mudanças ocorridas através dos tempos do perfil do corretor e a tendência da figura do corretor no mercado imobiliário. O FUTURO DA PROFISSÃO. De acordo com dados do Cofeci (2009), nos anos 80 e 90 a profissão do Corretor de Imóveis foi consolidada em todo o Brasil. Foram criados 24 conselhos regionais nas principais capitais do país, responsáveis pela fiscalização do exercício profissional. Desde o surgimento dos primeiros Corretores, o perfil dos profissionais mudou bastante. Com a alteração introduzida por Clineu Rocha, acabando com a Opção de Venda, e com a crescente urbanização das cidades brasileiras, aumentando o número de profissionais atuando no mercado, o perfil do profissional também foi alterado. A figura do Corretor da família foi ficando cada vez mais rara e a competitividade no mercado de trabalho acabou desunindo a categoria. Mas, qual o futuro da profissão? Após tanta luta pela regulamentação, qual o papel dos sindicatos e dos Conselhos Federais e Regionais de Corretores de Imóveis? O próprio mercado acabou dando a resposta a essas perguntas. Com a difusão da informática e o aumento do nível de exigência por parte dos clientes, passou a ser exigida uma nova postura dos profissionais. A prestação de serviços e o apoio na realização do melhor negócio ganharam destaque entre as principais características da profissão. O trabalho do Corretor do século XX e do ano 2000 não se restringe mais à comercialização de imóveis. Em tempos de informática e alta velocidade na transmissão de informações, para ser bem-sucedido e conquistar a confiança do cliente é necessário estar bem preparado. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 20 A competitividade do mercado de trabalho leva o cliente a escolher o profissional melhor preparado. O acesso a todo o tipo de informação fornece melhores subsídios para a avaliação de imóveis e para desenvolvimento de um trabalho de qualidade. Com isso, o Corretor passa a agir como um consultor, assessorando o cliente em todas as fases da comercialização do imóvel. A participação do Corretor também é valiosa na averiguação dos aspectos legais envolvidos na transação, como a aprovação da planta pela Prefeitura, a inexistência de planos de desapropriação, a regularização do titular do imóvel etc. A parte contratual também exige uma grande atenção. É importante certificar-se sobre a qualificação completa do proprietário, a descrição detalhada do imóvel e a declaração da inexistência de débitos, entre outros. Se o imóvel for vendido na planta, o consultor deve averiguar todos os dados sobre a construtora (idoneidade), sua aprovação pelo órgão competente (número de alvará) e o contrato (inexistência de parcelas intermediárias além das determinadas pelo contrato). Todas as informações e o trabalho de investigação são muito importantes para a conclusão do negócio, mas o trabalho do Consultor Imobiliário não termina com a assinatura do contrato. O Corretor também deve estar presente na entrega do imóvel, verificando a qualidade da obra e se foram realizadas as benfeitorias descritas no contrato. A criação da opção de venda Considerando a necessidade de oferecer aos pretendentes das ofertas imobiliárias anunciadas a segurança de que, ao procurarem o anunciante, este realmente disponha da autorização exclusiva para a sua intermediação; e que a divulgação pública por diversos profissionais e imobiliárias do mesmo imóvel gera confusão no mercado, insegurança e desconfiança aos seus pretendentes, a diretoria do Cofeci e seus conselheiros federais aprovaram, em novembro de 1995, a Resolução nº 458/95. Com esta resolução, somente pode anunciar publicamente o Corretor (pessoa física) ou Imobiliária (pessoa jurídica) que tiver, com exclusividade, contrato escrito de intermediação. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 21 Nos anúncios e impressos deverá constar o número de inscrição precedido da sigla Creci, acrescido da letra J quando se tratar de pessoa jurídica. Esta resolução ocasionou uma revolução no mercado imobiliário, estabelecendo um novo relacionamento entre proprietário, corretores e clientes. Mas sua adoção também é importante porque possibilita a informatização da comercialização de imóveis. A adoção do contrato de exclusividade passa a ter sentido quando toda a oferta de imóveis está reunida em um banco de dados informatizado. Deixa de ter sentido colocar um imóvel à venda ou para locação em diversas imobiliárias, ou sob a responsabilidade de vários corretores, sem que nenhum deles se responsabilize de fato pelo imóvel ou possa investir com segurança na sua divulgação. Quando este imóvel passa a fazer parte de um banco de dados, consultado por milhares de profissionais, com a avaliação do corretor de confiança, a Opção de Venda passa, então, a representar um serviço de melhor qualidade ao cliente. O Cofeci (2009) acredita que a grande mudança cultural está na adoção de uma nova postura por parte dos profissionais. Com a obrigatoriedade do contrato escrito, dando exclusividade para um único corretor ou empresa para a intermediação imobiliária, o cliente passa a escolher com critérios mais rigorosos seu agente. Ele só poderá escolher uma imobiliária ou corretor e com certeza vai procurar o mais capacitado. Além disso, terá à sua disposição uma rede informatizada, onde seu imóvel também será trabalhado por outros profissionais. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 22 UNIDADE 5 Objetivo: Demonstrar a evolução da tecnologia através da informática no mercado imobiliário criando novas formas de desenvolver o atendimento junto ao cliente A EVOLUÇÃO TECNOLOGICA E O TRABALHO DO CORRETOR Com a evolução tecnológica, o computador passa a ser o principal instrumento do Corretor de Imóveis. De posse da Opção de Venda (Autorização de Venda), o profissional coloca o imóvel em um banco de dados informatizado. Apenas Corretores e imobiliárias credenciadas no Creci têm acesso ao programa. Em São Paulo, o Creci e o Sindicato uniram forças e criaram a Central de Operações Imobiliárias (COI). Inaugurada no dia 24 de abril de 1997, no Palácio de Convenções do Anhembi (São Paulo), sua operacionalização foi possível após mais de 40 mil horas de testes. Todo esse tempo investido teve o objetivo de dar maior segurança ao Corretor de Imóveis e ao seu cliente na transação imobiliária,no que diz respeito à integridade do sistema, comissionamento e serviços agregados. Seu funcionamento é feito via Internet, o que barateou os custos e trouxe diversas vantagens ao sistema. Cada hora de consulta (que representa entre três e quatro horas de uso do computador). Para que o Corretor ou imobiliária tenha total segurança são inseridos, no sistema, apenas imóveis para os quais o Corretor tenha a Opção de Venda. O proprietário é cadastrado pelo seu CPF, sendo possível verificar de que forma se deu a conclusão do negócio e a partilha da comissão. Quando a venda ou locação do imóvel é feita pela Central de Operações Imobiliárias, a comissão é dividida igualmente entre o profissional que tem a Opção de Venda (captador) e o que apresentou o imóvel ao seu comprador/locador. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 23 Algumas vantagens da informatização A inclusão do imóvel em um sistema informatizado pode ser utilizada pelo Corretor de Imóveis como uma prova jurídica da sua participação ou da sua empresa na transação imobiliária. Até o final de 1996, dados do Cofeci indicam que 80% das transações imobiliárias são feitas sem a presença do Corretor de Imóveis, e quando o profissional investe seu tempo e conhecimento, muitas vezes não recebe a comissão a que tem direito, por não ter como comprovar sua participação na concretização do negócio. Por intermédio de convênios firmados com empresas, cartórios e outras atividades ligadas à corretagem de imóveis, os Corretores/imobiliárias credenciadas à COI têm acesso a diversos serviços e vantagens que poderão ser repassadas aos clientes, valorizando o seu trabalho. Um convênio, por exemplo, foi firmado com a IBM, que passou a oferecer um financiamento especial aos Corretores de Imóveis para a compra de um microcomputador Pentium, por um preço abaixo do mercado, podendo ser pago em pequenas parcelas mensais. O Corretor pode acessar, via Internet, o Cartório de Registro de Imóveis, tirando a Certidão Negativa do Imóvel em sua casa ou escritório. Ele também poderá oferecer financiamento imobiliário ao seu cliente, seguro do imóvel, transporte da mudança, entre outros serviços. Com este sistema, o Corretor passa a assessorar o cliente de forma completa, com rapidez e segurança. Entretanto, sua capacidade técnica, ao avaliar o imóvel de forma competente é o principal serviço oferecido. É a garantia do melhor negócio para o cliente. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 24 VAMOS AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS Busque na sua região quais são as tecnologias oferecidas para ampliar e agilizar o trabalho de corretor Já ouviu falar da Netimóveis? Estaremos discutindo isto posteriormente Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 UNIDADE 6 Objetivo: Apresentar como é feita a fiscalização do profissional, bem como as normas e lei que regulamentam a categoria bem como a forma de avaliação. FISCALIZAÇÃO DA PROFISSÃO Relata Cofeci (2009), afirma que desde 1997 os conselhos de fiscalização profissional perderam o vínculo com a administração pública. Esta alteração foi provocada pela edição da Medida Provisória n.º 1.549/35, de 9/10/97, que dispõe sobre a organização da presidência da República e dos ministérios e dá outras providências. A medida foi reeditada no dia 7 de novembro (n.º 1.549/36) e transformada na Lei nº 9.649 em 27 de maio de 1998. Com esta lei o governo federal dá liberdade ao gerenciamento dos conselhos e também tira a fiscalização da administração federal sobre essas entidades. Além de ser um volume pequeno, a receita é constituída unicamente por contribuições dos profissionais inscritos. Segundo fontes do Ministério do Trabalho, apesar de terem um volume de arrecadação pequeno, correspondente a menos de 0,2% do total a ser fiscalizado, ocupava cerca de 80% do efetivo da Siset (Secretaria de Controle Interno). O artigo 58 estabelece que os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas sejam exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. Altera, portanto, o artigo 5º da Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, que definia o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) e os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis (Crecis) como autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 26 vinculadas ao Ministério do Trabalho, com autonomia administrativa, operacional e financeira. De acordo com o artigo 58, os conselhos de fiscalização, dotados de personalidade jurídica de direito privado, não manterão qualquer vínculo funcional ou hierárquico com os órgãos de administração pública. O controle das atividades financeiras e administrativas passa a ser realizados exclusivamente pelos órgãos internos de controle. Os Crecis irão prestar contas ao Cofeci, que por intermédio de uma plenária determinará e disciplinará a sua estrutura e funcionamento. A Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios e dá outras providências Art. 58: Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. §1º - A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas serão disciplinados mediante decisão do plenário do Conselho Federal da respectiva profissão, garantindo-se que na composição deste estejam representados todos os seus conselhos regionais. §2º - Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade jurídica de direito privado, não manterão com os órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. §3º - Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da Administração Pública direta ou indireta. §4º - Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas e jurídicas, bem como Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 27 preços de serviços e multas, que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes. §5º - O controle das atividades financeiras e administrativas dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas será realizado pelos seus órgãos internos de controle, devendo os conselhos regionais prestar contas, anualmente, ao conselho federal da respectiva profissão, e este aos conselhos regionais. §6º - Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços. §7º - Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas promoverão até o dia 30 de junho de 1998 a adaptação de seus regimentos ao estabelecido neste artigo. §8º - Compete à Justiça Federal a apreciação das controvérsias que envolvam os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, quando no exercício dos serviços a eles delegados, conforme disposto no caput. §9º - O disposto neste artigo não se aplica à entidade de que trata a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. COMO É A FISCALIZAÇÃO EM SUA REGIÃO? Anote e busque informações, estaremos discutindo posteriormente a respeito disto. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 28 UNIDADE 7 Objetivo: Verificar a função e o papel do corretor de imóveis no Brasil, bem como sua representatividade na sociedade.Apresentar quais são os requisitos necessários para se tornar um corretor de imóvel. O PAPEL DO CORRETOR DE IMÓVEIS De acordo com o Dicionário AURÉLIO Eletrônico [1994] "a palavra corretor significa agente comercial que serve de intermediário entre o vendedor e comprador, representando, um ao outro eventualmente. O termo corretor vem do verbo correr, significando o que anda, procura ou agencia". Junqueira (1994) afirma que "a corretagem é uma prestação de serviços em relação de dependência, aproximando as partes interessadas em uma transação". No Brasil, somente o corretor de imóveis é autorizado a intermediar transações imobiliárias. A profissão é reconhecida e regulamentada por legislação nacional desde os anos 1960. Além do proprietário do imóvel e do corretor imobiliário, ninguém mais pode oferecer negócios nesse segmento dentro do território brasileiro. Qualquer manifestação diferente pode ser denunciada à polícia e ao sistema Cofeci-Crecis (conjunto de entidades que normaliza e fiscaliza a profissão de corretagem de imóveis no país). Além da responsabilidade de apresentar o imóvel aos interessados, o corretor de imóveis e a imobiliária devem estar qualificados para compreender as necessidades do cliente, avaliar as possibilidades do mercado, prestar esclarecimentos sobre segurança ou risco do negócio, fornecer com clareza todas as informações necessárias às partes interessadas, e Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 29 acompanhar a negociação até seu desfecho, o que inclui o registro de compra e venda num cartório de imóveis. No código civil a corretagem não é contemplada, porém no código comercial, o artigo 35, regula a matéria dos corretores. A matéria, segundo o código comercial, prende-se aos atos de comércio, pois nesse caso o corretor é considerado um agente auxiliar de comércio. Os corretores de imóveis são pessoas mediadoras, com a finalidade precípua de aproximar vendedor e comprador numa operação imobiliária. É o profissional que procura o negócio imobiliário, quer vendendo, trocando, locando, administrando, vistoriando e avaliando imóveis. Em linhas gerais, a corretagem é a intermediação de negócios. O decreto nº 81.871, de 29 de junho de 1978 deu uma nova forma à profissão, sendo que, no seu artigo 2º, estabelece a obrigatoriedade de habilitação para Técnico de Transação Imobiliária para mediar vendas, compras e locações imobiliárias, administrar bens imóveis e condomínios e vistoriar e avaliar imóveis. Esta habilitação foi aprovada pelo Parecer 61/76 do Conselho Federal de Educação. A Lei no 6.530, em seu artigo 1º, explicita [COFECI, 1997, p.11]: "O exercício da profissão do corretor de imóveis em todo o território nacional somente será permitido: Ao possuidor do título de Técnico em Transações Imobiliárias, inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição; Ao corretor de imóveis inscrito nos termos da Lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, desde que requeira a revalidação de sua inscrição". Segundo Pereira (1986), uma singularidade da Lei nº 6.530 é que ela atribuiu ao COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), competência para estabelecer, em resolução, as condições de inscrição dos candidatos à atividade de intermediação no mercado imobiliário. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 30 O QUE É PRECISO PARA SER UM CORRETOR DE IMÓVEIS Atualmente, para ser um corretor de imóveis, é necessário registrar-se legalmente junto ao CRECI (Conselho Regional de Corretores de imóveis) e possuir o título de Técnico em Transações Imobiliárias. Para adquirir este título, o candidato deverá submeter-se a um curso profissionalizante próprio da área. As disciplinas arguídas pelos exames são: direito e legislação, economia e mercado, organização e técnica comercial, operações imobiliárias, desenho arquitetônico e noções de construção civil, e relações humanas. Todas atendem os mínimos exigidos pelo CFE (Conselho Federal de Educação). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 31 UNIDADE 8 Objetivo: Analisar quais são as funções e obrigações do corretor de imóveis no exercício de sua profissão. O CORRETOR DE IMÓVEIS EM EXERCÍCIO O corretor de imóveis tem a função de intermediar, ou seja, aproximar o cliente interno empresário imobiliário, (construtor ou vendedor do imóvel e o cliente externo comprador potencial) a um objetivo comum, o imóvel. Do ponto de vista jurídico, o intermediador imobiliário começa o seu trabalho ao assinar um Contrato de Prestação de Serviços ou Opção de Vendas. Com esta assinatura, cria-se um vínculo jurídico entre o corretor de imóveis e o cliente interno, provando assim, a participação do intermediador na venda do produto imobiliário e, consequentemente, garantindo os direitos de exclusividade de venda e de cobrança da comissão ao término da transação imobiliária. De acordo com o artigo 16 da lei n° 6.530, de 12.05.78; é ilegal trabalhar sem o Contrato de Prestação de Serviços, conforme estabelecem, expressamente, o item VI do artigo 1° da Resolução n° 5 do COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), de 09.09.78; e ainda, o inciso IX do artigo 4° da Resolução n° 326 do COFECI, de 25.06.92 (Código de Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 32 Ética)". Com este contrato concluído, o corretor de imóveis terá permissão legal de anunciar o imóvel, de contactar e recepcionar clientes externos potenciais. Além do processo de intermediação de uma venda imobiliária existem várias atividades exercidas pelo corretor de imóvel tais como; Ao receber um suposto pretendente à aquisição do imóvel, o intermediador deverá fazer uma triagem junto ao comprador, como saber o tipo de imóvel desejado, preço, localização, quando deseja obter o imóvel, etc. Depois disto, escolhe-se na pasta de estoque de avulsos (pasta usada pelos corretores para arquivar as fichas de cada imóvel à venda) o imóvel que esteja mais próximo de satisfazer os anseios do interessado. Caso o imóvel esteja disponível, propõe-se uma visita para a demonstração dos aspectos físicos, acabamento, equipamentos e materiais usados na construção. Despertado o interesse do cliente externo, passa-se para a fase de negociação, onde são discutidas a modalidade do negócio (se à vista ou a prazo) e a disponibilidade financeira do comprador. Decidindo o cliente externo pela realização do negócio, o corretor deverá aproximá-lo ao cliente interno para preparar a documentação apropriada para o fechamento do negócio. Do ponto de vista jurídico, o trabalho do corretor de imóveis está concluído com o recebimento do sinal de negócio, mais conhecido como arras (em vendas financiadas ou a prazo) ou a totalidade do valor combinado. Entretanto, sobre o ponto de vista profissional, o trabalho de qualquer prestador de serviços só acaba quando não há mais nada a fazer em relação ao negócio, ou seja, o corretor de imóveis deverá acompanhar todos os passos da transação imobiliária até que o nome do cliente externo esteja assentado no Cartório de Registro de Imóveis. Cada uma destas atividades pode ser objeto de treinamento e recomendações específicas sobre a melhor maneira de proceder diante de uma venda imobiliária. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 33 UNIDADE 9 Objetivo: Entender como é feita a remuneração financeira do corretor de imóveis no mercado imobiliário e a lei que regulamenta o sistema de honorários dos profissionais liberais. A REMUNERAÇÃO IMOBILIÁRIA A remuneração imobiliária é o retorno financeiro que o corretor de imóveis recebe pelos serviços prestados como intermediador da transação imobiliária. É muito comum neste ramo, o uso equivocado da palavra comissão para definireste retorno, porém deve-se deixar bem claro que o corretor de imóveis, por ser um profissional liberal (Diário Oficial de 09 de julho de 1986, portaria n.º3.245 de 08 de julho de 1986), não cobra comissões e sim honorários. No atual Código de Processo Civil, no seu artigo 275, letra "m", está previsto o rito sumaríssimo para a cobrança de honorários de profissões liberais. Os valores a que faz juz o corretor de Imóveis pela execução de seus serviços profissionais de corretagem são fixados pelos órgãos competentes como CRECI, através de tabelas que estipulam os percentuais dos honorários que aumentam conforme a localização. A Tabela de Honorários de Serviços Profissionais do Corretor de Imóveis, no que diz respeito a vendas imobiliárias, contém o seguinte: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 34 VENDA 1) Imóveis urbanos…………………………………............................................……… 5% a 8% 2) Imóveis rurais ……………………….............................................………………… 6% a 10% 3) Imóveis industriais …………........................................……………………………… 6% a 8% 4) Venda judicial …………………........................................................……………………… 5% NOTA 1: Nas permutas, os honorários serão devidos pelos respectivos proprietários a quem estes contrataram, calculado sob o valor de venda de cada imóvel. NOTA 2: Quando a transação envolver diversos imóveis, os honorários devidos pelos respectivos proprietários a quem estes contrataram, calculados sobre o valor de venda de cada um dos imóveis. NOTA 3: Nos casos de vendas com transferência de financiamento os honorários serão devidos sobre o total da transação realizada. .NOTA 4: Quando a transação imobiliária envolver mais de um corretor, os honorários serão pagos a todos os participantes, em partes iguais, salvo ajuste em contrário, firmado entre os interessados, por escrito. LOCAÇÃO 1)De qualquer espécie e sempre por conta do locador ………………. Equivalente ao valor de 1 (um) aluguel 2)Locação de temporada(Lei 8.245/91), com prazo de até 90(noventa)dias……30% sobre o valor recebido Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 35 ADMINISTRAÇÃO DE BENS IMÓVEIS Sobre o aluguel e encargos recebidos ……………………………………. 8% a 10% Valor mínimo de ……………………………R$ 50,00 Nota: A administração para clientes cuja carteira imobiliária seja, comprovadamente, superior à R$ 100.000,00(cem mil reais)/mês, o percentual será…………………………………………5% a 10% EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Venda de empreendimentos imobiliários ………………………………………… 4% a 6% NOTA: Não estão incluídas nos percentuais acima, as despesas de promoção e publicidade em geral. LOTEAMENTOS 1) Estudo, organização de vendas de áreas loteadas (urbanas), já aprovadas e registradas ………. 6% a 8% 2) Estudo, organização de vendas de áreas loteadas (rurais), já aprovadas e registradas …………. 6% a 10% NOTA: Não estão incluídas nos percentuais acima, as despesas de promoção e publicidade em geral, bem como a administração. ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS Sobre o arrecadado pelo condomínio mensalmente ………..………………… 5% a 10% Valor mínimo de ………………………………………… R$ 850,00 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 36 COMPRA Autorização expressa da procura de imóveis…………………………………………6% a 8% ATIVOS IMOBILIÁRIOS Intermediação de Fundos Imobiliários, cotas de consórcio imobiliário, certificados de recebíveis do SFI e outros ………………………………………………….....….. 4% a 6% PARECERES 1.Receber escrito quanto à comercialização de imóvel. Sobre o valor apresentado os honorários serão fixados em até……………………………………..................……. 1% 2.Parecer verbal quanto à operações imobiliárias. ………………………A partir do valor de 1 (uma) anuidade vigente . 3. Valor mínimo de parecer por escrito …………………………............……………… R$ 650,00 Vale ressaltar que cada região utiliza um tipo de remuneração, ou seja, os Crecis, regionais aplicam tabelas diferenciadas em relação a outras regiões. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 37 Amplie seus conhecimentos: Busque saber na sua região quais são os valores praticados (honorários), em uma intermediação imobiliária. Estaremos discutindo isto posteriormente. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 38 UNIDADE 10 Objetivo: Definir qual a função do gestor e o corretor de imóveis suas funções, características e principais características do gerente. TÍTULO 1 – O GESTOR E O CORRETOR DE IMÓVEIS Qualquer grupo social precisa ser gerenciado por uma pessoa que o guie para atingir os objetivos comuns ou satisfazer os interesses dos seus membros. A anarquia homens sem governo é uma utopia, ainda que filosoficamente atraente. Desde os tempos mais remotos da tribo primitiva, os homens tiveram gerentes. Ainda que não com esse nome. Evoluir o homem e fazê-lo passar de autômato a consciente de suas responsabilidades e da sua posição no mundo são responsabilidades primordiais do gerente. A razão administrativa e a racional dentro do processo do trabalho exigem pessoas que distribuam as responsabilidades em função das características individuais que planejem, organizem, coordenem e controlem os esforços dos indivíduos e determinem o melhor caminho a seguir. Gerentes de vendas são profissionais responsáveis por gerenciar as vendas de uma instituição, conquistar clientes e aumentar o faturamento das empresas. Comandam equipes de vendas que em grandes empresas podem chegar a ter 40 vendedores. Elaboram estratégias, estabelecendo metas para o crescimento das vendas e premiações para que possa motivar toda a sua equipe de venda. Têm a tarefa de identificar as especificidades do mercado fazendo a leitura acurada das demandas reais para que possa ser repassado aos seus colaboradores. O gerente de vendas precisa ter espírito de liderança e de equipe, capacidade motivacional, carisma e flexibilidade para saber negociar. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 39 Características desejáveis: Boa aparência Capacidade de adaptação a novas situações Capacidade de comunicação Capacidade de decisão Capacidade de liderança Capacidade de negociação Capacidade de organização Criatividade Determinação Habilidade para os negócios Habilidade para trabalhar em equipe Noção de prioridades Senso de responsabilidade Os Gerentes de vendas do mercado imobiliário geralmente são profissionais experientes que em geral começam como vendedores talentosos e competentes, e depois são promovidos. Mesmo não sendo obrigatório, além da experiência, o mercado vem exigindo, em muitos casos, diploma de curso universitário em áreas como administração de empresas, economia, marketing, direito, contabilidade. Atualização constante através de cursos oferecidos por empresas e instituições, como os de gerenciamento, técnicas de venda, informática, relações Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 40 com o cliente, estatística e controle de qualidade são também requisitos importantes. O domínio de computadores e da Internet é fundamental. Principais atividades do gerente de venda Cabe ao gerente de vendas uma única e permanente tarefa, “Conquistar volumes crescentes de receita para a sua empresa. Não há nenhuma outra tarefa mais importante na organização. Este desafio, renovado diariamente, exige que o profissional responsável pela gerência de vendas empreenda esforços contínuos e antecipados para alcançar com êxito os objetivos propostos pela empresa. O pedido, o fechamento da venda, a realização do negócio não é um fim em si, mas consequência de um trabalho preparatório realizado ao longo do tempo e que precisa ser revisto e atualizado todos os dias.E esta preparação, tanto em qualidade como em tempo gasto na sua execução irá determinar o grau de sucesso da área de vendas. Acesse seu ambiente on-line e leia mais sobre o papel do gestor Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 41 UNIDADE 11 Objetivo: Analisar e apresentar as funções fundamentais requeridas ao gerente de vendas do mercado imobiliário mostrando os pontos fundamentais a serem desenvolvidos. PONTOS FUNDAMENTAIS PARA O GERENTE DE VENDAS Existem quatro pontos fundamentais para que o processo gerencial de vendas seja executado na sua plenitude. 1) Planejar as ações de vendas que irão propiciar o atingimento dos objetivos; 2) Organizar a força de vendas para que as ações planejadas sejam executadas; 3) Avaliar, remunerar a premiar os desempenhos individuais da força de vendas; 4) Basear suas decisões num sistema de informações. Cada um destes tópicos tem importância fundamental para a correta execução das estratégias comerciais. Não basta ter metas a alcançar, é preciso equipe instrumentada e motivada e um controle permanente das suas atividades. 1) Planejar as ações de vendas que irão propiciar o atingimento dos objetivos. Os números referentes às intenções de venda sejam em valor sejam em quantidade, não são planejamento de vendas. São apenas números, intenções, expectativas. O verdadeiro planejamento de vendas é constituído pelo rol de ações que serão empreendidas pela força Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 42 de vendas para alcançar as intenções de venda. Ao elencar estas ações o gerente terá uma noção mais clara sobre os recursos materiais e do tempo necessários. O bom planejamento de vendas inicia pela elaboração das metas e ações de venda para os principais clientes. Desta forma é possível identificar as oportunidades de negócio existentes e qual a melhor política comercial em cada caso. 2) Organizar a força de vendas para que as ações planejadas sejam executadas. Para cada cliente, para cada mercado existe um tipo de profissional de vendas mais eficiente. Tratar todos os cliente e mercados de maneira padronizada contém riscos e probabilidade de insucesso. O gerente de vendas deve avaliar qual o tipo de profissional necessário para executar as ações relacionadas no planejamento de vendas. Avaliar as características pessoais, conhecimento técnico necessário aquele cliente ou mercado e duração do ciclo da venda são pontos que irão determinar qual o profissional mais adequado para desempenhar satisfatoriamente as ações planejadas. O bom gerente de vendas descarta, por princípio, o profissional pronto, independente do tempo exercido na função. Sabe que, por mais experiência que o candidato tenha será sempre necessário um período de ajuste às políticas e procedimentos da empresa que está contratando. O gerente de vendas sabe também que mesmo com alguns anos de experiência muitos vencedores nunca receberam qualquer treinamento em técnicas de venda e será necessário instrumentá-lo na ciência da venda. Algumas vezes o gerente de vendas deixa-se levar pela conveniência e contrata não um profissional de vendas, mas uma carteira de clientes, frustrando-se logo a seguir porque os pedidos anunciados na hora da contratação não chegam ao volume ou valor prometidos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 43 3) Avaliar, remunerar a premiar os desempenhos individuais da força de vendas. O sistema de remuneração e premiação do desempenho da força de vendas deve ser construído visando incentivar os profissionais da venda a buscar a permanente superação das suas metas profissionais e pessoais. Identificar características pessoais dos componentes da força de vendas e construir sistemas de remuneração e premiação personalizados produz efeitos concretos na melhoria dos resultados. Cada pessoa tem diferentes formas de motivação, quer pela faixa etária, quer pelo nível de ambição. Essas diferenças precisam ser consideradas no momento de estabelecer metas, remuneração e premiação. 4) Basear suas decisões num sistema de informações. A era da intuição e do improviso terminou. Muitas empresas têm sido vítimas de gerentes desatualizados que mantém equipes desatualizadas e sem produzir resultados. Fazer as coisas da mesma forma e esperar que o resultado seja diferente foi chamado de loucura por Einstein. Tomar decisões reativas, ou esperar pelo dia 25 do mês para mudar a política comercial não é gerenciar vendas. Gerenciar vendas é construir um eficiente sistema de informações que dê ao gerente de vendas a possibilidade de identificar tendências, motivos, razões pelas quais as metas estão ou não sendo atingidas. O profissional que se propõe a responder pela receita da empresa precisa ter em mente que somente através de muito esforço e qualificação pessoal poderá destacar-se num mercado cada dia e a cada momento mais competitivo. Ele também é o responsável pela orientação necessária à empresa nos aspectos relacionados a produtos, política de preços e estratégias de venda. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 44 UNIDADE 12 Objetivo: Tem como objetivo demonstrar as ferramentas usualmente utilizadas pelo setor para motivar e desenvolver sua equipe. MOTIVANDO SUA EQUIPE Gerenciar pessoas requer algumas habilidades que podem ser desenvolvidas através de técnicas de treinamento. Embora pessoas diferentes possam ser motivadas de formas diferentes, existem algumas regras práticas, das quais todo o profissional espera o respeito e o envolvimento da empresa onde trabalha. Formação de uma boa equipe tem sido uma busca cada vez mais frequente em qualquer tipo de organização. A reunião de pessoas em busca de objetivos comuns é chamada de equipe. A verdadeira equipe é aquela que possui objetivos claros, sabe exatamente onde deve chegar, cresce enquanto equipe, mas que respeita e incentiva o crescimento de cada um dos seus componentes. Ou seja, equipe é um grupo primário, em que seus participantes se conhecem, relacionam-se diretamente. Quando se focalizam as equipes, verifica-se que os resultados que elas querem atingir são os objetivos da organização. Para que você possa motivar um vendedor, em primeiro lugar você tem que ser flexível. Não existe uma forma milagrosa que serve para todos, até por que cada ser humano é um, com suas características e individualidades, por isso a flexibilidade de entender o que motiva cada um do grupo é fundamental para se conseguir resultados extraordinários no coletivo. Se fossemos resumir o que realmente motiva uma equipe poderíamos dizer que são três fatores; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 45 1. Engajamento: você deve criar um clima que inspire motivação e sucesso. Todos devem perceber que a empresa tem um rumo, uma visão e em especial, ofereça desafios e responsabilidades. Isso sim faz com que sua equipe se engaje e atinja objetivo e metas. 2. Treinamento: Treinar é dar elementos de preparação para a pessoa se sentir importante e capaz de fazer mais e melhor. Autotreinamento é uma saída e se faz com livros, DVDs, ferramentas. Para isso disponibilizo em meu site uma série de ferramentas para baixar e aplicar em seu dia a dia, além de assistir a vídeos, ler artigos ou ter acesso a materiais exclusivos na minha loja virtual. 3. Monitoramento: A empresa precisa ter rotina de controles específicos para equipes de vendas. Monitorar os negócios, as metas, o volume de vendas, a produtividade. Mas tudo tem que ser feito com simplicidade, sem tomar muito tempo. Além disso, controles para vendedores só têm efeito quando eles percebemo significado: ajudá-los a vender mais. Podemos assim, através do resumo acima apresentado, enumerar 10 atitudes para que se possa ter uma equipe de vendas engajada e motivada são elas; 1º Seja mais humanista e enxergue sua equipe de uma forma holística, reconhecendo seus pontos fracos e fortes. Saiba que ao enxergá-los individualmente, considerado as características individuais de cada um, o vendedor perceberá uma relação de interesse pessoal saindo da relação fria e superficial como geralmente acontece e como consequência essa relação, que obviamente deve ser sincera, gera motivação. 2º Reconheça e diga sempre o quanto sua equipe é importante para você e para a empresa. Saber reconhecer e orientar são características de um bom líder e de uma boa empresa. Reconheça as vitórias, vibre com as conquistas, participe das realizações. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 46 3º Dê Feedback’s positivos. Quando um bom vendedor erra e perde uma venda, ele é criticado, quando vende horrores às vezes nem recebe um simples parabéns. É preciso reconhecer os acertos mais que os erros. O objetivo do feedback é ser construtivo, por isso evite as criticas que não sejam proveitosas e simplesmente dê opiniões sinceras que farão o vendedor crescer. Destaque mais os pontos positivos em vez dos negativos. 4º Dê incentivos aos seus vendedores. Parta da ideia que é muito melhor vender mais e a empresa ganhar 90% do lucro, por exemplo, do que vender bem menos e ganhar 100%. Sempre fui a favor de comissões e incentivos por metas reais traçadas e alcançadas, por gerar mais vendas devido à sustentação do tripé: motivação, reconhecimento e recompensa. Se possível, surpreenda sua equipe com incentivos extras, algo que não era esperado por eles. Os vendedores que alcançam suas metas, ganham e a empresa também ganha por vender mais e ter colaboradores mais motivados. A empresa fará o investimento em premiações depois que as metas propostas forem atingidas, seja aumentando lucros ou diminuindo custos, assim sendo o programa de incentivo se paga. 5º Crie um ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional de seu colaborador. Invista em programas de treinamento técnicos, propiciando um desenvolvimento profissional e geral, abordando assuntos que envolvam relações pessoais, gerenciamento do tempo, gerenciamento do stress, relacionamento familiar, qualidade de vida, etc... Propiciando um desenvolvimento pessoal, que gerará satisfação por parte do pessoal e consequentemente uma retenção de talentos. Não adianta investir fortunas em treinamentos sendo que quando Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 47 forma-se um bom vendedor perde ele para a concorrência, tendo que treinar outro. O mais difícil não é formar talentos, mas mantê-los. E para isso o ambiente tem que ser propício. 6º Disponibilizar os recursos necessários para boas vendas. O vendedor será muito mais motivado quando tiver em suas mãos os melhores, e de preferência, mais modernos recursos para o auxiliarem nas vendas. Condições excelentes para desenvolver o trabalho irão gerar resultados extraordinários. 7º Dê assistência frequente. Somente estando no campo constantemente com o vendedor é que se entende por que ele está vendendo bem, por que as coisas não estão acontecendo e ainda, quais são as reais necessidades dos clientes, que muitas vezes não são entendidas ou compreendidas por quem não vivencia o dia a dia no campo de trabalho. Com essas informações ricas e atualizadas é possível desenvolver encontros, que podem ser diários, semanais ou mensais, com o objetivo de capacitar e compartilhar experiência para o crescimento de toda equipe. 8º Gere e conquiste a confiança da equipe. Gerar confiança significa gerar comprometimento que leva a resultados que farão toda a diferença. Como fazer isso? Cumpra, por exemplo, o prazo para pagamento de comissões, cumpra realmente o que prometeu. Uma empresa na qual prestei serviço me prometeu uma grande viagem caso alcançasse uma meta, que para o proprietário era impossível. Eu alcancei a meta e ele, em vez de vibrar comigo a conquista inventou mil desculpas para não pagar o prêmio. Conclusão: Ele não pagou o prêmio e devido a isso eu me desliguei da empresa e até hoje recebo convites para voltar, mas a imagem de desconfiança ficou até hoje, excluindo qualquer possibilidade do meu retorno a ela. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 48 9º Proponha metas reais. Eu friso muito esse ponto, uma vez que algumas empresas colocam metas irreais para a realidade do mercado. Os gerentes querem, muitas vezes, que os vendedores “quase” alcancem as metas, porque assim, a empresa venderá bastante e não precisará conceder os brindes propostos. Que ideia infantil. E o pior é que muitos gerentes fazem isso. Quanta imaturidade na profissão. Trace metas reais, que incentivem o crescimento de cada um. Mas quando alcançadas, pague os brindes e gratificações com prazer, vibre com o vendedor, faça parte dessa conquista. Seus resultados serão tão extraordinários quanto o possível. 10º Forme um time fiel. Forme um grupo campeão e tenha essa base de vendedores campeões na mão. Forme seguidores e vendedores que estarão do seu lado, do lado da empresa onde for. Uma base sólida na equipe de vendas sustenta todo o grupo. As vendas manterão uma média sempre e a empresa terá mais segurança. Mas esse é, quem sabe, o ponto mais difícil para os empresários e gerentes. Então, medite sobre os últimos 9 pontos aqui destacados e coloque- os em prática, para que o resultado dessa 10ª dica certamente venha como consequência da realização os outros 9. Motivar pessoas, liderá-las para alcançarem sucesso nas suas vidas pessoal e profissional está no fato de descobrir as ferramentas necessárias para explorar o máximo do potencial de cada um, alcançando e mantendo o que é o mais difícil- o desempenho máximo de cada talento. Siga as considerações propostas nesse texto que certamente você terá vendedores mais motivados, sua empresa como consequência venderá mais e ainda assim cumprirá com um grande papel: fazer do ambiente de trabalho um ambiente propicio à realização e felicidade de cada um. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 49 UNIDADE 13 Objetivo: Compreender os sistemas de remuneração e como desenvolver as metas de vendas de forma que venha a motivar sua equipe. REMUNERANDO ATRAVÉS DAS METAS DE VENDAS Sabemos que o objetivo de uma empresa não é somente obter lucros, mas se espera a obtenção contínua deste e que a empresa produza cada vez mais e melhor. O lucro é um meio de conseguir outros fins, e é o principal padrão de medida do sucesso da empresa. Dentro da empresa a área que requer muita atenção em relação à mensuração de seu sucesso é a área comercial, pois, avaliar adequadamente a força de vendas não é uma tarefa fácil, geralmente ocorre uma ênfase nos volumes e nos custos incorridos para realização das vendas. Assim, a maioria das empresas se utiliza de planos de remuneração baseados na aplicação de percentuais sobre o valor da venda / faturamento. Desse modo, embora muitas utilizem outros parâmetros (ex: fixação de cotas e níveis de concessão) para adequar, incentivar ou reduzir o valor da comissão a ser paga para o vendedor, a realidade é que prevalece a pouca ênfase dada pela maioria das empresas sobre a efetiva contribuição que cada pedido vendido traz para a organização. Para não cometer esse erro a empresa deve compreender a importância da contabilidade por ser a fonte geradora de informações e dados relevantes para a tomada de decisões de grande valia. Com isso, uma das ferramentas mais valiosas fornecidas pela contabilidade de custos é margem de contribuição, ou seja,o resultado de uma empresa, negócio, operação, linha de produtos ou um único produto, após a dedução dos respectivos custos e despesas variáveis, exclusivamente. Pois essa quantia irá garantir a cobertura do custo fixo e o lucro. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 50 A receita atual para a eficácia da área comercial é a remuneração como ferramenta que apoia a gestão e quando bem aplicada, torna-se muito importante para o alcance de bons resultados, pois motiva os profissionais e incentiva a mudança do comportamento. Dessa maneira, o sistema de comissionamento baseado na margem de contribuição privilegia a qualidade da venda e impõe uma nova maneira de pensar e agir não apenas do profissional de vendas, mas também de todos aqueles que interagem nas compras, recebimento, produção e entrega de um pedido. Em relação ao vendedor, ele se obrigaria a desenvolver maneiras inovadoras de abordagens nas negociações com os clientes e maior interação com outras áreas da empresa, tais como Compras, PCP, Produção, Distribuição e Finanças, contribuindo indiretamente para o aperfeiçoamento das relações e fortalecendo os processos internos da empresa. Existem várias formas de se remunerar o profissional de vendas e, inicialmente, é fundamental para a empresa identificar qual é o fator que mais motiva a sua equipe de vendas. Isto porque ainda que vivamos em uma sociedade altamente capitalista, nem sempre a recompensa financeira é a que deixará o vendedor mais satisfeito. Às vezes uma recompensa não financeira, que envolve tanto as questões motivacionais, como reconhecimento e a autoestima, quanto a segurança no emprego e o orgulho de pertencer à organização, são suficientes para motivar plenamente a equipe de vendas. Portanto, é extremamente necessário conhecer o perfil da equipe como um todo para que se consiga atingir os mais altos índices de satisfação e principalmente de resultados para a empresa. Outro fator determinante para se definir o pagamento ou não de comissões aos vendedores é o conhecimento profundo do produto comercializado, e claro saber o esforço necessário do profissional para se concretizar a venda. De uma maneira geral, quanto menor o valor agregado a um determinado produto e quanto menor o "valor" da empresa no mercado, mais difícil para o profissional concretizar a venda. Pode-se dizer então que nesses casos, o "mérito" pela venda é muito mais do vendedor do que da empresa propriamente dita, e sendo assim, esse profissional deveria ser recompensado com comissões sobre os seus resultados. Analogamente, em casos em que a venda ocorre muito mais pela empresa que Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 51 pelo profissional, seja pela especificidade do produto, seja pela força da marca da empresa, não é muito usual que se pague comissão. Um exemplo típico de um profissional que requer de muito esforço para concretizar uma venda é o vendedor de livros. Seu desempenho depende diretamente do esforço em visitar livrarias e convencer professores e determinados profissionais a utilizarem o seu material. Além disso, esse esforço é diário e desgastante, pois o valor agregado a um livro é relativamente baixo e, portanto o volume de material a ser vendido é muito grande. Este é um caso em que a comissão funciona muito bem, pois faz com que o profissional tenha uma motivação extra pra aumentar o número de visitas, melhorando assim o seu desempenho e consequentemente os resultados da empresa. Lembrando é claro que nestes casos a empresa geralmente estabelece uma meta a ser atingida pelo profissional, para que ele tenha direito a essa comissão. Esta comissão pode ser individualizada, ou até dividida em partes iguais pela equipe. Outro exemplo que poderíamos também citar é o corretor de imóveis. Ao contrário que muitos pensam, para exercer esta profissão, além do esforço físico exige do corretor o esforço mental, pois precisa estar atendo a movimentações do mercado bem como aprender a conhecer e identificar a real necessidade do seu cliente. A definição da meta de um profissional, ou de uma equipe de vendas, é outro ponto muito importante e delicado. Importante porque a saúde financeira da empresa depende diretamente dela, pois a meta é estabelecida em função dos custos do produto e da empresa, ou seja, é o valor necessário para que a empresa consiga honrar seus compromissos, como pagamento aos fornecedores das matérias-primas utilizadas no processo, os salários e encargos, além de possíveis investimentos. Delicado porque se deve tomar muito cuidado para estabelecê-la, pois a meta deve ser grande o suficiente para cobrir os custos e motivar a equipe, porém sempre atingível, pois uma meta inalcançável independente do empenho da força de vendas acaba por desmotivar toda a equipe. As consequências dessa meta irreal são profissionais insatisfeitos e a consequente queda dos resultados da empresa. Portanto, todo cuidado é pouco na hora de se definir a meta de venda de um determinado produto. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 52 Em casos de empresas que comercializam produtos diferentes, com aceitações diferentes então, deve se tomar um cuidado ainda maior na hora de definir o pagamento das comissões, pois, se um determinado produto tem um mercado muito maior que o outro, é natural que ele venda mais e consequentemente gere mais divisas para o vendedor responsável por aquele determinado produto. Isto pode acabar gerando insatisfação na equipe e desmotivar a todos. Por outro lado, empresas que vendem produtos com alto valor agregado, ou que possuam uma marca forte o suficiente para que os clientes venham até elas, não costumam pagar comissões. Empresas na área de mineração (fornecimento de equipamentos complexos) e siderurgia são exemplos de empresas nas quais o departamento comercial não precisa ser remunerado com comissão para melhoria dos resultados. O próprio mercado se torna mais responsável pelo sucesso da empresa. Além disso, em empresas de mineração, o valor de uma venda é muito alto e o número de vendas ao ano é baixo. Isto porque o prazo de fornecimento de determinados projetos é longo e o sucesso da empresa está muito mais associado ao sucesso de todos os departamentos trabalhando em conjunto do que somente ao departamento comercial. Neste caso costuma-se trabalhar com salários fixos e participação nos lucros da empresa em todos os setores. Os principais benefícios proporcionados pelo pagamento de comissões são o comprometimento da força de vendas, e a motivação que cada profissional tem para se atingir os resultados pré-determinados pela empresa. Uma vez que o resultado financeiro está diretamente ligado ao seu desempenho, com isso, quanto mais se vende mais dinheiro se "ganha". O que, obriga os profissionais a estarem sempre inovando e tentando atender cada vez melhor o cliente, fazendo com que a empresa tenha um nome cada vez mais reconhecido no mercado, pois isto sempre o beneficia em vendas futuras. Por outro lado, este pagamento pode gerar bastante ciúme e inveja tanto na própria equipe de vendas quanto no restante da empresa. Dentro da equipe de vendas, quando se tem um profissional que se destaca consideravelmente em relação aos demais, pode estimular a competitividade (característica marcante e necessária de um bom profissional de vendas), ou Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 53 gerar uma insatisfação muito grande no restante da equipe. Dessa maneira, os demais departamentos costumam sempre questionar a alta valorização do departamento comercial em detrimento as outras áreas da empresa, dificultando a integração de todos os setores. Outro fator negativo que pode ocorrer, é desrespeitar a hierarquia salarial da empresa em função do alto volume de comissão paga a um determinado
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