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PONTO - 4 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 4
Conteúdo
Direito Constitucional: Eficácia. Aplicação. Interpretação. Integração das Normas Constitucionais. Recepção. Repristinação. Disposições Constitucionais Gerais. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Emendas Constitucionais.	2
Direito Tributário: Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Proteção Judicial do Contribuinte. Procedimento Administrativo Tributário. Processo Tributário. Revisão Judicial e Garantia de Direitos. Execução fiscal	24
Administrativo - Ato Administrativo. Conceito. Pressupostos ou Requisitos. Espécies. Atributos. Administração Direta e Indireta. Regime Jurídico da Administração Pública. Desconcentração e Descentralização. Empresas Públicas. Sociedades de Economia Mista. Autarquias. Fundações. Agencias Reguladoras e Executivas. Organização Social e Organização de Sociedade civil de interesse público. Administração Pública ativa e consultiva.	68
Penal: Concurso de agentes: autoria e participação. Conduta delituosa. Resultado. Relação de causalidade. Imputação. Direitos humanos. Crimes de genocídio (Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956). Crimes contra os índios (Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973). Crimes resultantes de preconceito de raça e de cor (Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989). Crimes contra portadores de deficiência física (Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989) Crimes de tortura (Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1977). Crimes contra a fé-pública (Código Penal).	96
Direito Previdenciário: Previdência social Rural e Previdência Social Privada. Regimes especiais. Regime previdenciário do servidor estatutário. Previdência complementar.	130
Direito Civil: Pessoa Jurídica. Desconsideração da personalidade jurídica. Disposições Gerais. Associações. Fundações. Domicílio. Registros Públicos. Direito de vizinhança e direito ambiental.	177
Comercial - Propriedade Industrial. Noções Gerais. Regime Jurídico. Invenção. Desenho Industrial. Modelo de Utilidade. Marca. As Principais Atividades Empresariais e sua Relação com o Regime Jurídico das Relações de Consumo: os Serviços Públicos, a Atividade Bancária, a Atividade Securitária, a Atividade Imobiliária, a Atividade do Transportador Aéreo, os Consórcios.	201
Direito Internacional Público: Jurisdição do Estado. Imperium e dominium. Solo e subsolo. Rios. Alto mar. Mar territorial. Zona contígua. Plataforma continental. Espaço aéreo e espaço exterior.	275
Direito Internacional Privado: Nacionalidade: aquisição. Perda e mudança da nacionalidade. Naturalização. Espécies, condições, processo, efeitos. A Justiça Federal e o processo de naturalização.	290
Direito Processual Civil: Sujeitos Processuais. Juiz. Princípios. Garantias. Organização da Magistratura. Poderes. Deveres. Responsabilidade. Impedimentos e Suspeição. Mandado de Segurança. Mandado de Injunção. Ação Popular. Ação Civil Pública e Inquérito Civil Público. Improbidade Administrativa. Habeas Data. Proteção ao Meio Ambiente e ao Consumidor.	298
Direito Processual Penal: Processo penal cautelar. Medidas assecuratórias e restituição de coisas apreendidas. A quebra do sigilo das operações das instituições financeiras como meio de investigação e prova. Interceptação das comunicações telefônicas. Programa de proteção a vítimas e testemunhas. Utilização de meios operacionais para prevenção e repressão das ações praticadas por organizações criminosas.	374
Ambiental - Repartição de competências em matéria ambiental. Política Enérgica e meio ambiente.	449
Direitos Humanos: Os direitos humanos como princípios gerais de direito. As dimensões dos direitos humanos.	476
Direito Econômico: Os investimentos de capital estrangeiro. Práticas comerciais restritivas: colusão ou acordo de cartelização. Cartéis internos.	492
Princípios Institucionais da Magistratura: Dos vencimentos e vantagens e direitos dos magistrados.	503
PONTO 04 
Direito Constitucional: Eficácia. Aplicação. Interpretação. Integração das Normas Constitucionais. Recepção. Repristinação. Disposições Constitucionais Gerais. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Emendas Constitucionais.
	Teoria da Norma
	Os princípios, na teoria clássica, não eram considerados normas. Norma seria obrigatória e vinculante, enquanto o principio era diretriz, conselho, apenas. Hoje, o entendimento é que norma é o gênero e dentro desse gênero (norma jurídica), há duas espécies, que são os princípios e as regras.
	
Como regra geral, todas as normas constitucionais apresentam eficácia, algumas jurídica e social, e outras apenas jurídica. 
	Planos da norma
	I) Vigência: é a obrigatoriedade da lei no tempo. 
	II) Validade: é a conformidade da lei em relação à outra norma de nível superior (via de regra a CF). Espécies: validade material (quanto ao conteúdo) e validade formal (quanto às regras procedimentais destinadas à edição da norma). 
	III) Eficácia: é a aplicabilidade completa da lei, eficaz é a norma que pode produzir efeitos. Espécies de eficácia: 
a) Eficácia jurídica: norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. 
b) Eficácia social: a norma vigente, isto é, com potencialidade para regular determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos concretos. Está relacionada à efetividade da norma (é a obediência fática pelos destinatários da norma) 
- lacuna ontológica – existência de norma sem eficácia social. 
	
	Eficácia Jurídica
	Graus de eficácia jurídica:
	EFICÁCIA MÍNIMA – eficácia que toda e qualquer norma constitucional possui. Hipóteses de eficácia mínima:
	i)FORÇA PARALISANTE – força que se opera para o PASSADO. Ela paralisa tudo que havia antes da nova constituição e que com ela esteja em contrário. A FORÇA PARALISANTE se confunde com o FENÔMENO DA NÃO-RECEPÇÃO.
	ii)FORÇA IMPEDITIVA – força que se opera para o FUTURO. Ela é responsável por impedir que normas contrárias à Constituição ingressem no ordenamento. A FORÇA IMPEDITIVA se confunde com o FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE.
	EFICÁCIA MÁXIMA (EFICÁCIA SOCIAL) – é a capacidade da Constituição se tornar real no dia-a-dia. É a concretização no mundo real do comando constitucional. A eficácia pode depender de diversos fatores: [não são apenas jurídicos]
		i)FATORES JURÍDICOS: necessidade de uma norma infraconstitucional.
		_ex.: “(...) na forma da lei”.
		ii)FATORES SOCIAIS
		iii)FATORES CULTURAIS
		iv)FATORES POLÍTICOS
Classificação das Normas Constitucionais
1) Norma-regra e Norma-princípio: 
Característica básica do neoconstitucionalismo - atribuir força normativa não só às regras, mas também aos princípios. Diferença entre regras e princípios: 
a) Critério do Humberto Ávila - forma de descrição da conduta exigida – as normas são imediatamente descritivas enquanto os princípios são normas imediatamente finalísticas. O dispositivo que prevê a regra já traz qual é a conduta exigida de seu destinatário. Já os princípios trazem apenas fins a serem atingidos. Quem determina o meio necessário é o aplicador do direito. 
b) Critérios utilizados pelo Dworkin e pelo Alexy – se referem à forma de aplicação e à forma de resolução de conflitos. Quanto à forma de aplicação, as regras se aplicam segundo a lógica do tudo ou nada (Dworkin). Seriam, portanto, comandos definitivos ou posições jurídicas definitivas (Alexy). Já os princípios se aplicam segundo a lógica do “mais ou menos”. O Alexy chama de mandados de otimização ou posições jurídicas não definitivas. Não basta a realização da hipótese de incidência sobre princípios para a sua consequência jurídica ser aplicada. Não é automático assim como ocorre com as regras, em que se ocorreu a subsunção se aplica a consequência jurídica. Isso porque os princípios entram em conflito com outros princípios. Assim chegamos ao segundo critério de distinção entre regras e princípios que se refere à forma de resolução de conflitos: 
· conflito entreregra e regra: três critérios – hierárquico (prevalece o de maior hierarquia), cronológico (prevalece a posterior) e especialidade (prevalece a mais especifica sobre a geral). Além dos conflitos entre regras serem resolvidos por esses 3 critérios, quando há um conflito real entre regras, uma delas ou a parte que está em conflito é expelida da ordem jurídica. 
· Conflito entre princípios – Método próprio – ponderação de interesses. E mais: a resolução de conflitos entre princípios não implica a exclusão de um deles. 3 fases da ponderação:
1) identificação dos princípios contrapostos. 2) identificação dos fatos relevantes para resolver a controvérsia 3) interação entre os fato e os princípios. Ponderação é particularista, dependendo do caso concreto a resposta pode ser diferente. 
Parâmetros genéricos de ponderação: 
· Grau de intensidade da restrição aos princípios constitucionais em conflito. 
· Quanto maior a hierarquia axiológica da norma constitucional, maior o seu peso no caso concreto 
· Princípio da proporcionalidade – principal instrumento metodológico da ponderação (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). 
· Princípio da proteção do núcleo essencial – nenhuma restrição constitucional pode tocar no núcleo essencial de um principio. 
	2) Normas Constitucionais Formais e Normas constitucionais materiais.
Para Carl Smith, a Constituição é uma decisão política fundamental, formada por normas essencialmente constitucionais. Para o autor, há diferença entre Constituição e leis constitucionais. Essas ultimas, hierarquicamente abaixo da Constituição, seriam apenas formalmente constitucionais. 
Formalmente constitucional – se encontra expressamente dentro do texto da Constituição. 
Materialmente constitucional – matérias essencialmente constitucionais, como aquelas que dizem respeito à formação do estado, direitos fundamentais. 
	
	3) Normas de organização e normas definidoras de direitos
As primeiras dispõem sobre a ordenação dos poderes do Estado, sua estrutura, competência, atribuição reciproca e o estatuto dos seus titulares; as outras, são as que definem os direitos fundamentais dos jurisdicionados. 
 
	4) Classificação das normas quanto à efetividade:
Rui Barbosa: classificação trazida do direito constitucional norte-americano. Dividia as normas constitucionais em normas diretórias e mandatórias. (mandatory e directory provisions). Baseada no grau de densidade normativa. 
Pontes de Miranda: chamava as normas mandatórias de “bastantes em si”, as próprias normas constitucionais já tinham os elementos suficientes para sua aplicação imediata, não precisavam de norma regulamentadora. Ao lado delas, haviam as diretórias, ou “não bastantes em si”. Eram normas abstratas, fluidas, não eram autoaplicáveis, ou seja, só produziam efeito depois de regulamentadas pelo legislador. Essa classificação permaneceu no Brasil até a publicação da obra do JAS chamada de “Aplicabilidade das normas constitucionais”. 
	CRITÉRIO: JAS– teoria tripartida: 
	a)NORMAS DE EFICÁCIA PLENA – normas de APLICABILIDADE IMEDIATA por não necessitarem da atuação do legislador ordinário. Não admitem que o legislador ordinário restrinja o seu alcance. Normas bastantes em si mesmo. Desde a sua entrada em vigor produzem seus efeitos essenciais. Art. 1º da CF. Eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral. 
	b)NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA – NÃO PRECISAM DA INTERMEDIAÇÃO do LEGISLADOR ORDINÁRIO para terem EFICÁCIA, mas admitem que esta possa ser restringida por aquele. Produzem seus efeitos essenciais desde a entrada em vigor. Eficácia contida ou prospectiva tem aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral. 
	ex.: -art. 5º, XIII – “(...) atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
	-art. 5º, LVIII – “(...) salvo nas hipóteses previstas em lei”.
- art. 93, IX – “...podendo a lei restringir...” – existem processos que correm em segredo de justiça. 
	-art. 170, parágrafo único, CF. 
	
	c)NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA – normas que PRECISAM DA INTERMEDIAÇÃO do LEGISLADOR ORDINÁRIO. _a ineficácia social nesse caso é também JURÍDICA, mas podem existir outros fatores (EX.: FATOR POLÍTICO). Não tem o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional, ou até mesmo de integração por meio de emenda constitucional (art. 4º da EC 47/05). 
Aplicabilidade mediata e reduzida, ou segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. 
	-Subdivide-se em:
		Normas de princípio institutivo (ou organizativo)– a lei é necessária para que determinado órgão ou instituição seja criado. Conteúdo de organização de uma instituição, função. Contém esquemas gerias de estruturação de instituições, órgãos ou entidades. Ex. art. 18 §2º, 22, pu, 25, §3º. 
		Normas de princípio programático– são programas cuja eficácia depende da intermediação do legislador ordinário. Relacionadas aos direitos sociais, criam metas, diretrizes que devem ser cumpridas. Programas a serem implementados pelo Estado. Ex. arts 196, 205. 
Discurso moderno: Efetividade de todas as normas que estão na CF, juridicidade máxima. Todas as normas, independentemente de seu conteúdo, produzem 3 efeitos: é parâmetro de controle de constitucionalidade; parâmetro para recepção ou não de normas anteriores; servem como fonte de interpretação. 
	Interpretação Constitucional
	Interpretação é a atividade prática de explicitação do sentido e do alcance da norma. Enquanto aplicação é o momento final da interpretação, ou seja, momento em que uma norma incide no caso concreto para dar a solução, o tratamento jurídico aplicável. Hermenêutica é o domínio teórico que estuda os princípios de interpretação do direito. Interpretação constitucional é a atividade que consiste em fixar o sentido das normas da lei fundamental – sejam essas normas regras ou princípios. 
Há um brocardo em latim que diz: in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a lei for clara não há necessidade de interpretação. Esse brocardo está superado porque para saber se a lei é clara ela precisa ser interpretada. 
	A interpretação constitucional é o processo que busca compreender, investigar e revelar o conteúdo, o significado e o alcance das normas que integram a Constituição. É uma atividade de mediação que torna possível concretizar, realizar e aplicar as normas constitucionais. Segundo Hesse, Interpretação constitucional é concretização.
Interpretação e Hermenêutica
	Interpretação e Hermenêutica não são tecnicamente sinônimos. Enquanto a interpretação é o método pelo qual se procura apreender o pensamento do legislador expresso na norma (revelar o sentido e fixar o alcance), a Hermenêutica é a ciência da interpretação dos textos de lei, um conjunto sistemático de regras que ensinam a conhecer e esclarecer o sentido e o alcance das normas jurídicas, ou a sua inteligência, e adaptá-las aos fatos sociais. A interpretação é uma das ferramentas utilizadas pela hermenêutica, que também é instrumentalizada por métodos e princípios.
Métodos (elementos) da hermenêutica clássica: os métodos não se excluem, podem ser usados o mesmo tempo:
a) Método gramatical (semântica ou literal). Ponto de partida é a leitura. É o ponto de partida, mas não o de chegada. 
b) Método histórico. Ratio legis, o fundamento racional que mantém a Constituição viva. Hoje se defende a necessidade de uma interpretação histórico-evolutiva. 
c) Método sistemático – A Constituição é formada por um sistema interligado de normas que devem ser analisadas em conjunto e não separadamente. 
d) Método teleológico – Busca-se a finalidade dos institutos. 
Outros métodos da interpretação constitucional apontados pela doutrina: 
	1) Hermenêutico Clássico (Savigny) - O sentido das normas constitucionais desvenda-se através da utilização dos elementos interpretativos: filológico - literal, gramatical, textual; lógico - sistemático; histórico; teleológico - racional e elemento genético.
	2) Tópico-Problemático (problema concreto para a norma)- Orientação para quese pense o problema, partindo dele para que se encontre a solução. Caráter prático da interpretação constitucional, a qual é um sistema aberto de regras e princípios. 
	Graças à abertura dos enunciados e do pluralismo axiológico, a CF, enquanto objeto hermenêutico, mostra-se muito mais problemática do que sistemática, o que aponta para a necessidade de interpretá-la dialogicamente, bem como aceitar como igualmente válidos todos os topoi – como forma de busca – que racionalmente forem trazidos à comunidade hermenêutica. Não se admite que uma interpretação seja dona da verdade.
	
	Por esse caminho, ademais, as contendas políticas são absorvidas e transformadas em simples conflitos de interpretação. Ou seja, na “disputa” Executivo x Judiciário (Cesare Battisti) não se extrairia uma contenda política desestabilizante, e sim um conflito de interpretação racionalizado. Isso representaria resguardar a CF contra inconformismos autoritários. Aquele que participa do debate hermenêutico sente-se obrigado a respeitar seu resultado, em vez de se voltar contra o objeto da interpretação.
	3) Hermenêutico-Concretizador (da CF para o problema)- (Konrad Hesse) Embora prestigiando o procedimento tópico orientado ao problema, os adeptos do método hermenêutico-concretizador procuram ancorar a interpretação no próprio texto constitucional como limite da concretização
	
	O ponto de partida aqui, de resto pouco diferente do método tópico-problemático, é a constatação de que a leitura de qualquer texto normativo, inclusive do texto constitucional, começa pela pré-compreensão do intérprete aplicador, a quem compete concretizar a norma a partir de uma dada situação histórica, que outra coisa não é senão o ambiente em que a o problema é posto a seu exame, para que ele o resolva à luz da CF e não a partir de critérios pessoais de justiça.
	Circulo hermenêutico: é o movimento de ir e vir do subjetivo para o objetivo, até que o interprete chega a uma compreensão da norma. 
	Ex: substituição de intérpretes (ministros do STF). Há mudança de pré-compreensões.
	4) Científico-Espiritual - A interpretação da constituição dever ter em conta, em primeiro lugar, as bases de valoração, ou seja, uma ordem de valores ou sistema de valores subjacentes ao texto constitucional. Captação espiritual do conteúdo axiológico último da ordem constitucional.
	A análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da CF. Parte dos fenômenos culturais. 
	Obs.: o art. 5 da LICC é considerada a Regra de Ouro da Interpretação: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
	Obs.: e o art. 4 da LICC é considerada a Regra de Ouro da Integração: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
	
	Tem como pressuposto uma ideia da CF, um ponto de partida para definir o método. O que traz sustentação a isso é a ideia da CF como instrumento de integração, não apenas do ponto de vista jurídico-formal (kelseniano), mas também numa perspectiva política e sociológica.
	
	5) Normativo-estruturante: Formulado e desenvolvido na plena vigência das ideias de Gadamer e Heidegger, este método parte da premissa de que existe uma relação necessária entre programa normativo e âmbito normativo, sendo que a própria normatividade, tradicionalmente vista como própria do texto normativo, parece que sai a buscar apoio fora dele.
	Inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. Vai se formar uma norma a cada solução dos conflitos. Sem o apoio, um suporte extratextual, o texto não se sustenta. É preciso que fatores extratextuais fiquem à disposição do texto para torná-lo efetivo.
	A normatividade resultará do dados extralinguísticos de tipo estatal-social, do funcionamento efetivo e da atualidade efetiva do ordenamento constitucional. O teor literal de qualquer prescrição de direito positivo é apenas a “ponta do iceberg” (Müller); todo o resto, talvez a parte mais significativa, que o intérprete-aplicador deve levar em conta para realizar o direito, esse âmbito de incidência é constituído pela situação normada, na feliz expressão de Miguel Reale.
	6) Comparação constitucional
	Referindo-se aos métodos de Savigny, Haberle propõe a comparação constitucional como quinto método, com comunicação entre as várias Constituições.
	Mas o direito comparado (cotejo entre ordenamentos distintos para chegar a semelhanças e distinções) sempre existiu. No contexto globalizado, isso é mais óbvio ainda.
	Espécies de Interpretação Constitucional
O Judiciário não tem o monopólio da interpretação da Constituição. Todos os poderes do estado, inclusive os cidadãos podem interpretá-la. Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição – Peter Haberle. 
 
INTERPRETAÇÃO JUDICIAL – irá produzir uma NORMA DE DECISÃO, concretizando a constituição no caso concreto. O STF é um legislador negativo, na medida em que retira do ordenamento as normas inconstitucionais. Entendendo-se a norma como resultado da interpretação, não há como afastar a noção de que o Judiciário produz norma.
INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA – quando a autoridade administrativa faz a interpretação da Constituição. Para alguns (Barroso, por exemplo), o chefe do executivo pode deixar de dar cumprimento a lei quando entender inconstitucional. Para outros, poderá apenas arguir mediante ADI.
INTEPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA – pode servir para a interpretação de algum conceito aberto. EXEMPLO: o que é casa.
INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA – sua existência é questão dividida na doutrina: 1) entendem que sim, por meio de emendas constitucionais; 2) entendem que não existe a interpretação autêntica, porque quem faz a CF é o poder constituinte originário, assim, a emenda não é da mesma fonte criadora (POSIÇÃO MAJORITÁRIA).
Interpretação quanto ao resultado: declaratória, restritiva e extensiva: Grau de precisão do legislador na redação da norma. Se o legislador disse exatamente o que ele queria, a interpretação literal condiz com a interpretação correta. Essa é a interpretação declaratória. Há casos em que o legislador disse menos do que queria, é o caso da interpretação extensiva, utilizo os outros elementos de interpretação para esticar, estender o sentido literal da norma. Por fim, temos casos em que o legislador disse mais do que queria, e se faz necessária uma interpretação restritiva, o interprete terá que restringir o sentido literal para adequar o sentido real da norma. 
	INTERPRETATIVISMO E NÃO INTERPRETATIVISMO (Construtivismo) 
Vem da doutrina americana que tem repercussão na doutrina brasileira através do Barroso.
Interpretativismo – teorias interpretativistas enfatizam a auto restrição judicial, vem da expressão judicial self restraint. Teorias que não veem com bons olhos o chamado ativismo judicial, enfatizam a auto restrição judicial. Ex clássico: teorias formalistas ou textualistas, propõem um apego rigoroso do intérprete ao texto, dá um relevo muito grande à interpretação judicial.
Teorias não interpretativistas – não veem com maus olhos o ativismo judicial, consideram que há ativismo judicial legítimo, em certas circunstâncias isso se justifica. Ex. teorias que consideram que é dever do judiciário concretizar valores fundamentais, abstratos, como moralidade, razoabilidade, boa-fé, protagonismo dessas normas abertas. Defende tal atividade criadora, já que os intérpretes não se limitam a revelar o sentido da norma, mas, ao contrário, ajudam a construí-la, podendo recorrer a elementos externos ao texto (realidade social/valores morais). A mutação por construção constitucional originou-se nos Estados Unidos, através do termo construction. A construção designa um meio eficiente pelo qual as constituições sofrem mudanças substanciais, no sentido, alcance e conteúdo dos seus preceptivos, sem a necessidade de recurso formal à revisão ou emenda constitucionais. Encontra seu fundamento no fato de que o direito é experiência.Os construtivistas pretendem leitura contemporânea do texto constitucional, subsumindo-o à realidade, que exigiria a intervenção do judiciário, na consecução da justiça social.
	Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição 
	Ideia associada a Peter Häberle. A hermenêutica constitucional não deve ficar adstrita aos tribunais, sendo valoroso que toda a sociedade possa discutir e interpretar a constituição. No Brasil, um dos mecanismos admitidos para essa participação é a manifestação do Amicus Curiae no controle concentrado e também nos recursos especiais sujeitos à sistemática do recurso repetitivo.
A interpretação passa por 3 pontos:
· processo interpretativo público e aberto: todos devem colaborar. Executivo, Legislativo, Judiciário e o povo. Audiências públicas, amicus curiae, visita in locu. 
· Ampliação do círculo de intérpretes da Constituição – Judiciário não exerce essa função com exclusividade. 
· A interpretação deve estar sempre concatenada com a realidade do país. (a mutação constitucional é a mudança informal da CF, seria uma vertente dessa interpretação). 
Com o fim da segunda guerra as Constituições se abriram ao principio da dignidade da pessoa humana o que mudou a historia do direito constitucional. Na visão positivista a Constituição se reduzia a regras aplicadas mediante subsunção. A partir de 1945 a Constituição passou a ser formada por um complexo de regras e princípios que são normas abertas, fluidas, de conteúdo ético e moral que deixaram o papel de coadjuvantes das regras, estando hoje ao seu lado para dirimir conflitos que se apresentam no ordenamento vigente. O Brasil se inseriu nessa nova ordem mundial tardiamente tendo em vista os 21 anos de ditadura. 
Princípios da Interpretação Constitucional, interpretação das normas constitucionais. 
a) Princípio da Unidade da Constituição - as normas constitucionais devem ser vistas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados num sistema unitário (globalizado) de regras e princípios. Em consequência, a Constituição só pode ser compreendida e interpretada corretamente se for entendida como unidade, e as aparentes antinomias devem ser afastadas. 
b) Princípio da concordância prática ou da harmonização - o princípio da concordância prática impõe a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito ou em concorrência de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. Trata-se de recomendação para que o aplicador das normas constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao mesmo tempo não acarrete a negação de nenhum. Não se deve esvaziar o significado de nenhuma norma. Não há hierarquia formal entre as normas (podemos falar numa hierarquia axiológica, de valores). 
c) Princípio da justeza/correção/conformidade funcional - tem por finalidade orientar os intérpretes da constituição no sentido de que, instituindo a norma fundamental um sistema coerente e previamente ponderado de repartição de competências, não podem os seus aplicadores chegar a resultados que perturbem o esquema organizatório-funcional nela estabelecido - como é o caso da separação dos poderes, cuja observância é consubstancial à própria ideia de Estado de Direito. O principio da correção funcional é muito utilizado em sede de controle de constitucionalidade e visa resolver os conflitos existentes na seara da repartição de competências e da separação de poderes, fazendo valer a vontade do constituinte quanto às atribuições determinadas pela CF. Não é possível que os poderes, no desenvolvimento de suas funções, transbordem os limites existentes no ordenamento, cada poder deve agir conforme a função que lhe foi atribuída. 
d) Princípio do efeito integrador (eficácia integradora) - ao construir soluções para os problemas jurídico-constitucionais, procure dar preferência àqueles critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política. Determina que o intérprete dê uma solução importante para a sociedade, sempre que possível. Integração politica e social de acordo com a interpretação da Constituição na solução dos conflitos. 
e) Princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas – todos os direitos são relativos, não existe direito absoluto. A consequência do reconhecimento de um direito absoluto é a impossibilidade de sua flexibilização/compatibilização, por isso a necessidade de se reconhecer que todos são relativos. 
f) Princípio da máxima efetividade - Estreitamente vinculado ao princípio da força normativa da constituição, configura um subprincípio (Gilmar Mendes trata como sinônimos). Orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em ordem a otimizar-lhes a eficácia, mas sem alterar o seu conteúdo. Assim, a norma constitucional deve ter a mais ampla efetividade social. Para Canotilho, o princípio atualmente é aplicado sobretudo no âmbito dos direitos fundamentais (no caso de dúvidas, deve-se preferir a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais). Determina que o interprete dê efeitos jurídicos máximos a todas as normas constitucionais mesmo aquelas que possuem conteúdo programáticos. Todas as normas estão plenamente aptas a produzir efeitos jurídicos essenciais. 
g) Princípio da força normativa: os aplicadores da CF, ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais. Kornrad Hesse realça a chamada vontade da CF. A CF tem força de lei, e, se descumprida, gera sanções. Não se pode ignorar a eficácia das normas constitucionais, para não virar “letra morta”, pois todas as normas constitucionais tem um sentido. Na interpretação constitucional deve-se dar primazia às soluções ou pontos de vista que, levando em conta os limites e pressupostos do texto constitucional, possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência. 
A diferença entre o principio da força normativa da Constituição em relação ao principio da máxima efetividade está relacionada ao âmbito de incidência de cada um. Diferente do que ocorre com o primeiro principio, que tem aplicação sobre a constituição como um todo, o principio da máxima efetividade incide em relação às normas relativas aos direitos fundamentais. 
h) Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade: consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins. A proibição de proteção deficiente e a proibição do excesso são um desdobramento – dupla face – do princípio da proporcionalidade (doutrina alemã) ;. Para Alexy, o Princípio se divide em:
	Adequação: o intérprete deve identificar o meio adequado para a consecução dos objetivos pretendidos (meio, em tese, idôneo). O ato é apto ao atingimento do fim a que foi concebido? 
	Necessidade (ou exigibilidade): o meio escolhido não deve exceder os limites indispensáveis à conservação dos fins desejados. Existe outro meio menos oneroso capaz de atingir o objetivo visado?
	Proporcionalidade em Sentido Estrito: o meio escolhido, no caso específico, deve se mostrar como o mais vantajoso para a promoção do conjunto de valores em jogo (máxima efetividade e mínima restrição/ponderação entre o ônus imposto e o benefício trazido). As vantagens de seu cometimento superam os custos de sua realização?
Luis Roberto Barroso sintetiza: pode-se dizer que uma medida é adequada, se atinge o fim almejado, exigível, por causar o menos prejuízo possível e finalmente, proporcional em sentido estrito, se as vantagens que trará superarem as desvantagens.
- HÁ DISTINÇÃO ENTRE O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE?
NÃO: Di Pietro, Barroso, Bandeira Mello e STF (tendência)
SIM: Humberto Ávila e Siqueira Castro
Distinções que a doutrina aponta: 
	RAZOABILIDADE
	PROPORCIONALIDADE
	Origem anglo-saxão (E.U.A) - 
	Origem romano-germânico (Alemanha) –por isso é mais analítico (pressupostos) – dec 50, pós Segunda Guerra. 
	Direito Constitucional (forma de controle de constitucionalidade e coibir excessos do Governo)
	Direito Administrativo (forma de limitar a discricionariedade administrativa) 
	Decorre do devido processo legal substantivo
	Decorre do Estado de Direito
	Nexo de motivos (não se analisa os meios) e fins 
	Nexo de meios e fins
	Princípio hermenêutico 
	Princípio hermenêutico e material 
	Medida Negativa
	Medida positiva
	Função de bloqueio
	Função de bloqueio e resguardo
	Menor motivação
	Maior motivação
	Pressupostos: equidade, congruência e equivalência
	Pressupostos: necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito
- um ato proporcional é razoável, mas nem todo ato razoável é proporcional;
- Jellinink: não se matam pardais com canhões; 
- Humberto Àvila apresenta os seguintes pressupostos da razoabilidade:
a) Equidade: exige a harmonização da norma geral com o caso individual daquilo que normalmente acontece. Ex. procurador do estado sem procuração nos autos (fato normal) 
b) Congruência: harmonização da norma com suas condições externas de aplicação (CAUSA JUSTA). Relação congruente entre o critério de diferenciação escolhido e a medida adotada. Ex. 1/3 de férias para inativos (ausência de causa) 
c) Equivalência: relação de equivalência entre a medida adotada e o critério que o dimensiona. Ex. custos de serviço judiciário e taxa. 
- Razoabilidade: em nenhum desses casos, não se analisa meio e fins (isso é só para proporcionalidade)
	No Info 590, o STF declarou inconstitucional a Lei de Estado-membro que criou milhares de cargos em comissão, ao entender que viola o princípio da proporcionalidade e da moralidade administrativa uma evidente desproporção entre número de cargos de provimento em comissão e os de provimento efetivo. Ademais, a lei não observou o disposto no art. 37, V, da CF, haja vista que grande parte dos cargos criados referir-se-ia a áreas eminentemente técnicas e operacionais, não se revestindo de natureza de chefia, direção ou assessoramento, o que estaria a burlar, por conseguinte, a exigência constitucional do concurso público (CF, art. 37, II). Tendo em vista a essencialidade dos cargos, fixou-se o prazo de 12 meses para que se revejam as nomeações feitas e se substitua pelo provimento de cargos efetivos já existentes de igual natureza, ou criando novos cargos e preenchendo-os mediante realização de concurso público.
Principio da proporcionalidade: principio que está presente mas não positivado expressamente. Doutrina menciona como fonte: art. 1º, 5º,II, LVI da CF. 
Previsto expressamente na lei do processo administrativo no âmbito federal – Lei 9784 art. 2º. 
	Princípios Instrumentais - Os princípios materiais são consagrados no texto da Constituição, enquanto os instrumentais não estão na Constituição. São aqueles aceitos pela doutrina e pela jurisprudência, usados para interpretar a Constituição: da unidade, da concordância prática, etc.
Princípios da interpretação das normas infraconstitucionais 
O principio mor é o da Supremacia da Constituição, não se admite nenhuma interpretação contrária à CF. Supremacia do texto constitucional no ordenamento jurídico. Dois passos inerentes ao processo interpretativo dependerão de uma análise direta do texto constitucional: a) análise da validade da norma interpretada. b) filtragem constitucional – a Constituição passa a ser a lente através da qual se leem e se interpretam todas as normas infraconstitucionais. 
Princípio da presunção de constitucionalidade das leis: Presume-se que toda norma editada é constitucional. Se a Constituição é a norma suprema, se as leis encontram seu fundamento de validade na Constituição, se os poderes que editam a norma retiram sua competência diretamente da Constituição, presume-se que a norma foi elaborada conforme o texto constitucional. A existência de controle preventivo de constitucionalidade é outro aspecto que justificaria a presunção de constitucionalidade. A presunção é, porém, relativa (juris tantum) – são presumidas relativamente constitucionais, devemos cumprir as leis até que a norma seja declarada inconstitucional. No julgamento quanto à constitucionalidade, se houver dúvida, a norma deverá ser declarada constitucional. 
Pode o STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma constitucional originaria? Não. Essas normas nascem com uma presunção absoluta de constitucionalidade. STF não é competente para declarar a inconstitucionalidade do PCO. Na ADI 815 o STF assim se posicionou, e a ação não foi conhecida por impossibilidade jurídica do pedido. 
O alemão Otto Bachof na década de 50 defendeu a possibilidade de declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias. Porém, a conjuntura da época era muito distinta. Para ele, se a norma não respeitasse a vida, liberdade, deveria ser declarada inconstitucional. 
Emendas constitucionais podem ser declaradas inconstitucionais (são fruto do poder constituinte derivado). A fiscalização só não pode ocorrer em relação às normas constitucionais originárias. 
Princípio da interpretação conforme à Constituição: é um princípio de hermenêutica, mas também um método do controle concentrado de constitucionalidade conforme prevê o art. 28 Lei 9868/99. O intérprete afasta qualquer outra interpretação que seja contrária à Constituição. Norma que gera mais de uma interpretação e pelo menos uma delas está em conformidade com o texto. Mantém a norma no ordenamento desde que interpretada de certa forma. Isso se coaduna inclusive com o principio da presunção de constitucionalidade das leis. 
O princípio da interpretação conforme a CF consubstancia essencialmente uma diretriz de prudência política ou, se quisermos, da política constitucional, além de reforçar outros cânones interpretativos, como o princípio da unidade da CF e o da correção funcional. Indica que, em vez de declarar a inconstitucionalidade de uma lei, procure o aplicador escolher o sentido que a torne constitucional. Assim, valoriza-se o trabalho legislativo e previnem-se os conflitos que decorreriam da descuidada declaração constante de inconstitucionalidade. Essa prudência, por outro lado, não pode ser excessiva, a ponto de induzir o intérprete a salvar a lei à custa da CF, nem tampouco a contrariar o seu sentido inequívoco, para constitucionalizá-la de qualquer maneira.
Características:
a) Prevalência da CF: deve-se preferir a interpretação não contrária a CF;
b) Conservação das normas: interpreta-se a norma de acordo com a CF, para evitar a sua invalidade;
c) Exclusão de interpretação contra legem: o intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da norma para obter a sua concordância com a CF;
d) Espaço de interpretação: só se admite interpretação conforme a CF se existir um espaço de decisão;
e) Legislador positivo: não se aceita a interpretação conforme a CF quando, pelo processo hermenêutico, se obtiver uma regra NOVA daquela objetivada pelo legislador, e com ela contraditória, em seu sentido literal ou objetivo. 
Interpretação conforme X Declaração de nulidade sem redução de texto
Na declaração de nulidade sem redução de texto – dentre as interpretações possíveis o PJ identifica aquela que viola a CF. Na interpretação conforme – dentre as interpretações possíveis o PJ identifica aquela que não viola a Constituição. 
Semelhanças: Podem ser utilizadas no controle difuso e concentrado. Não promovem alteração no texto da lei. Reduzem o âmbito de incidência da norma. 
O STF entendeu que a cláusula de reserva de plenário não se aplicaria em nenhuma das duas hipóteses. Justificativa: se não houve alteração no texto da lei, se a decisão só incide sobre as interpretações, a cláusula não precisa ser observada. 
Princípio da simetria: princípio que determina que algumas matérias sejam tratadas pelas constituições estaduais e pelas leis orgânicas municipais de forma simétrica/idêntica à forma tratada pela constituição. 
- Normas de observância obrigatória– normas aplicáveis à União que devem ser observadas pelas constituições estaduais e leis orgânicas municipais. Jurisprudência consolidada: 1) princípios básicos do processo legislativo (art. 59 e seg da CF). 2) normas relativas ao TCU 3) requisitos para criação da CPI – art. 58 §3º da CF – requerimento de 1/3, prazo certo de duração e objeto determinado. 
LIMITES DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL	
	
Não se pode desconhecer a realidade atual e inevitável de, muitas vezes, criação judicial do direito, já que entre a declaração de nulidade absoluta total da lei ou ato normativo ou o não conhecimento da ação, em termos de segurança, preferem-se as decisões interpretativas com efeitos modificativos ou corretivos. Estamos diante de verdadeira atividade legislativa heterônoma, destacando-se segundo Riccardo Guastini as seguintes espécies de interpretação conforme ou de adequação das leis à CF: 
	1 - DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO
	
	A – Sentenças interpretativas de rechaço: diante de duas possíveis interpretações que determinado ato normativo possa ter, a Corte Constitucional adota aquela que se conforma à Constituição, repudiando qualquer outra que contrarie o texto constitucional. 
	B – Sentenças interpretativas de aceitação: a Corte Constitucional anula decisão tomada pela magistratura comum (instancias ordinárias), que adotou interpretações ofensivas à Constituição. 
	
	2 – DECISÕES MANIPULADORAS (OU NORMATIVAS)
	São as sentenças de aceitação em que a Corte Constitucional não se limita a declarar a inconstitucionalidade das normas que lhe são submetidas, mas, agindo como legislador positivo, modifica (=manipula) diretamente o ordenamento jurídico, adicionando-lhe ou substituindo-lhe normas, a pretexto ou com o propósito de adequá-lo à CF. Daí a existência das chamadas sentenças aditivas e substitutivas, como subespécies das decisões normativas ou manipuladoras.
	A – Sentenças aditivas: a Corte Constitucional declara inconstitucional certo dispositivo legal não pelo que expressa, mas pelo que omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência. 
	Por via de regra, esse tipo de sentença decorre da aplicação do princípio da isonomia, naquelas situações em que alguma lei concede um benefício a certo grupo de pessoas, deixando de contemplar outros indivíduos que se encontram em igualdade de condições com os beneficiados. Nesses casos, a corte declara inconstitucional a norma na parte em que não confere o mesmo tratamento ao grupo por ela excluído. Como, por outro lado, essa parte da norma não existe, até porque não integra formalmente o texto, o que a Corte faz em tese é criar uma norma autônoma, que estende aos excluídos o benefício antes concedido apenas aos indivíduos expressamente contemplados no texto/norma objeto de julgamento. Sentença se mostra aditiva. 
	Nesses casos, a Corte não declara a inconstitucionalidade do texto/norma que delimita o universo dos seus beneficiários – o que lhes cancelaria o benefício sem concedê-lo aos demais -, mas sim a de outra norma, implícita, extraída do texto com o argumento a contrario, ou seja, daquela norma que nega o mesmo direito a indivíduos merecedores de idêntico tratamento. Isso só é possível porque se entende que a anulação de uma norma que nega determinado direito implica a concessão do direito por ela negado.
Ex do STF: direito de greve dos servidores; demarcação Raposa Serra do Sol; antecipação terapêutica do parto em casos de gravidez de feto anencefálico – ao dar interpretação conforme a Constituição aos arts 124 e 128 do CP, acrescentou mais uma excludente de punibilidade ao crime de aborto. 
	B – Sentenças substitutivas: são aquelas decisões em que a Corte declara a inconstitucionalidade de um preceito na parte em que expressa certa norma em lugar de outras, substancialmente distinta, que dele deveria constar para que fosse compatível com a CF. Atuando dessa forma, a Corte não apenas anula a norma impugnada, como também a substitui por outra, essencialmente diferente, criada pelo próprio tribunal, o que implica a produção heterônoma de atos legislativos ou de um direito judicial (numa visão depreciativa). 
	Diante desse quadro, não soa descabida a advertência de que estamos caminhando para uma onipotência judicial ou, se preferirmos, para um novo governo de juízes, em que as grandes decisões políticas vão se deslocando do âmbito do Legislativo e do Executivo para o do Poder Judiciário.
	Ex: declaração de inconstitucionalidade da lei que definiu juros compensatórios em 6% na desapropriação por necessidade ou utilidade pública, e substituída por 12% (já havia súmula do STF nesse sentido). 
	Ante tudo quanto foi exposto, parece plenamente justificada a assertiva de Rubio Llorente de que, atualmente, a doutrina da interpretação é o núcleo essencial da teoria da constituição e do Direito Constitucional, assim como da Teoria do Estado e, de certa forma, até mesmo da própria Teoria do Direito, na medida em que os traços fundamentais do chamado novo constitucionalismo, a depender do ponto de vista em que os encaremos, podem ser causa ou consequência da interpretação constitucional.
Teoria dos Poderes Implícitos
A outorga de competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que lhes foram atribuídos. Os meios decorrentes das atribuições estabelecidas de modo explicito devem passar por uma analise de razoabilidade e proporcionalidade. Ex. STF reconheceu o poder implícito de concessão de cautelares pelo TCU no exercício de suas atribuições explicitamente fixadas no art. 71 da CF. Ex2. STF reconheceu a possibilidade de o TJ estadual conhecer e julgar reclamação para a preservação de sua competência e a autoridade de suas decisões. Ex3. Poderes investigatórios do MP. 
Teoria da Ação Comunicativa
	A Teoria de Habermas permite rever a função do direito, e igualmente da democracia, nas sociedades complexas. A informalização do direito e a alteração da clássica divisão tripartite de poderes, lhe permitem, entre outros fatores, propor a idéia de uma "proceduralização" do direito. O modo "procedural" de Habermas se diferencia do egocentrismo do formalismo normativista e do irracionalismo das posturas do modelo hermenêutico material, pelo fato de fundar a sua validade no respeito a procedimentos de elaboração discursiva das normas: as regras práticas da argumentação intersubjetiva.
	Uma possibilidade prática (obviamente limitada) de testar a hipótese de Habermas pode ser feita através da análise de novos fenômenos de informalização e acesso a justiça, como é o caso da resolução de conflitos por meio da arbitragem, negociação e mediação. Por exemplo, na mediação pode-se observar decisões de um novo tipo de racionalidade pragmático consensual, onde a decisão não esta determinada pela arbitrariedade do poder judiciário, nem pela soberania do poder político, mas pela livre manifestação da opinião. A mediação é assim um passo exemplar para a constituição de um novo tipo de democracia: a democracia deliberativa.
	Teoria da Argumentação Jurídica
	A Teoria da Argumentação Jurídica de Alexy consiste em, considerando que se constitui a correção elemento essencial para a validade do discurso jurídico, como se lhe fundamentar racionalmente?
	1) Necessário um modelo que, por um lado, permita as convicções comumente aceitas e os resultados de prévias discussões jurídicas, e, por outro, deixe espaço aberto para os critérios de correção. Premissas: A) impossibilidade de satisfação plena quanto à universalidade de pessoas; B) coerência estimada interior da ordem jurídica; C) obtenção de uma ordem objetiva de valores.
	2) Tomada a verdade não mais sob o aspecto aristotélico (natural e presente), mas pela produção cultural humana construída pelo discurso (diferente no tempo e espaço).
	3) Alexy sugere regras e princípios a serem seguidos para sua teoria, quais sejam: A) Princípio da Concentração; B) Princípio da Universalidade – No Direito éexpressa pelo da isonomia e o da analogia; C) Princípio da não contradição; D) Pretensão da veracidade habermasiana; E) Pretensão da inteligibilidade de Habermas; F) Regra geral da fundamentação;
	Teoria dos Diálogos Institucionais
	Levar em consideração as decisões do STF no momento da elaboração legislativa X Ativismo judicial. Judicialização das Políticas Públicas x "uma atuação menos ativa do Poder Judiciário, com base num modelo de diálogos institucionais, é importante para efetivar direitos"
	
	Mutação Constitucional
	É um processo informal de mudança da CF, onde, de conformidade com o contexto vivenciado, muda-se a interpretação do texto da CF sem mudar sua literalidade. Ideia associada ao Construtivismo.
	As mutações constitucionais nada mais são do que alterações semânticas dos preceitos da CF, em decorrência de modificações no prisma histórico-social ou fático-axiológico em que se concretiza a sua aplicação.
	MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL – PECULIARIDADE DA LINGUAGEM CONSTITUCIONAL (POLISSÊMICA E INDETERMINADA) + FATORES EXTERNOS
	ESPÉCIES DE MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL	
	Analisada à luz das suas causas, pode-se dizer, com o jurista chinês Dau-Lin, que a mutação constitucional é um estado de incongruência entre as normas constitucionais, por um lado, e a realidade constitucional, por outro, e que essa anomalia é provocada:
	a – mediante uma prática estatal que não viola formalmente a CF;
	b – pela impossibilidade de se exercerem certos direitos estatuídos constitucionalmente
	c – por uma prática estatal contraditória com a CF; ou, ainda,
	d – através de interpretação, situação de anormalidade que se normaliza ou se ultrapassa no curso da própria práxis constitucional.
	LIMITES DA MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL	
 Canotilho afirma que muito embora não se deva entender a CF como um texto estático e rígido, completamente indiferente às alterações da realidade constitucional, isso não significa entregar o seu texto à discrição dos intérpretes/aplicadores, liberando-os para leituras que, realizadas à margem ou além da fala constitucional, acarretem alterações não permitidas pela CF.
	Levadas a extremos, ou aceitas sem maior cuidado pela lei do menor esforço, as mutações constitucionais acabam afetando o núcleo duro das constituições, aquele conteúdo essencial que as próprias cartas políticas, para não perder a identidade, cautelosamente protegem contra tudo e contra todos, mas, em especial, contra as tentações dos seus reformadores de plantão (cláusulas pétreas).
	Moderna Hermenêutica Constitucional
	Esse movimento doutrinário diz que toda a tarefa de interpretação da CF deve estar voltada para um único objetivo: CONCRETIZAR os direitos fundamentais. O movimento constitucionalista cresce junto com o movimento de concretização dos direitos fundamentais.
	Modernas Técnicas de Interpretação Constitucional
	Dentre as modernas técnicas de interpretação constitucional existentes, destacam-se: a) declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade; b) declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador; c) interpretação conforme à Constituição. (a explicação de cada uma destas técnicas se confunde com o controle de constitucionalidade, que pertence a outro ponto, por isso, não as tratarei aqui)
INTEGRAÇÃO das normas constitucionais 
Integração da vontade da Constituição é um processo de preenchimento de eventuais vazios normativos, de lacunas constitucionais. Há um debate sobre se seria possível a existência de lacunas na CF. Situações relevantes não previstas. 
Omissões legislativas: situações previstas no texto constitucional, mas que dependem da atuação do legislador ordinário (normas de eficácia contida). 
Silencio eloquente: Não se aplica a analogia nem o costume. 
Obs.: o art. 5 da LICC é considerada a Regra de Ouro da Interpretação: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
Obs.: e o art. 4 da LICC é considerada a Regra de Ouro da Integração: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara (isso é um dogma). Já a integração depende da existência de lacunas, que, por sua vez, podem ser: 
a. AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou uma hipótese
b. NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não tratar sobre o assunto. 
Silêncio Eloqüente – o legislador quis excluir a possibilidade, é a possibilidade de se restringir a aplicação da lei com base na LACUNA NÃO-AUTÊNCIA. Exemplo: competência constitucional da Justiça Federal, não pode ser ampliada pelo legislador, sob a alegação de tratar-se de lacuna. Trata-se de rol taxativo (numerus clausus).
A integração da lacuna deve ser aceita em razão do princípio que determina que o juiz não pode se eximir de julgar sob alegação de lacuna (“Princípio do non liquet” que, no Direito Romano, permitia ao pretor eximir-se de julgar alegando que o caso não está suficientemente claro).
Analogia pode ser dividida em:
a. analogia legal – a relação da semelhança toma por base a lei; 
b. analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em um caso concreto julgado pelo Judiciário.
A analogia não pode ser confundida com a INTEPRETAÇÃO EXTENSIVA
Há dificuldade de aplicação dos costumes, já que nosso direito não é costumeiro; a fonte primária, no Brasil, é a lei. Costume pode ser: 
secundum legem – quando sua eficácia obrigatória é reconhecida pela lei, como nos casos dos arts. 1297, § 1º, 596 e 615 do CC
praeter legem – o costume tem um caráter supletivo, complementar da lei. Ex.: pós-datado, como garantia de pagamento.
	contra legem – costume que tem caráter abrogativo, ou seja, revogação total. Isso é complicado, já que costume é fonte secundária do direito e não pode revogar a lei.
	Fenômenos do Direito Constitucional Intertemporal
	São relações da nova constituição com a constituição e com a legislação anteriores. São situações que excepcionam a regra geral da pura revogação da constituição anterior.
	FENÔMENOS EM RELAÇÃO À CONSTITUIÇÃO ANTERIOR.
	(i) DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
	(ii) PRORROGAÇÃO
	FENÔMENOS EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO ANTERIOR
	(i)RECEPÇÃO
	(ii)NÃO-RECEPÇÃO
	(iii)REPRISTINAÇÃO
	(iv)RECEPÇÃO QUALIFICADA
	Teoria da Desconstitucionalização
	Surgindo uma nova Constituição, deve-se identificar o que há de norma formal e materialmente constitucional. As normas materialmente constitucionais da CF antiga são automaticamente revogadas. As normas formalmente constitucionais continuam em vigor, mas com qualidade de normas legais. É a recepção pela nova ordem constitucional, como leis ordinárias, de disposições da Constituição antiga. Exige previsão expressa. 
	Prorrogação
	É a aplicação temporária de dispositivos da constituição anterior. ex: [art. 27, 29 , 34, 70 do ADCT]
	Recepção
	Recepção é o fenômeno pelo qual uma NOVA CONSTITUIÇÃO, ou uma NOVA EMENDA CONSTITUCIONAL, recebe como válidas as normas infraconstitucionais já existentes que forem materialmente compatíveis com o seu texto. 
	A nova constituição tem dois fenômenos em nome da segurança jurídica: RECEPÇÃO de toda a legislação que não a contraria e RECEPÇÃO de todo ato jurídico perfeito, coisa julgada ou direito adquirido que não a contrarie. Leis ou atos normativos anteriores à CF não podem ser objeto de ADI, já que eles serão objeto da recepção ou não. Mas podem ser objeto de ADPF.
	A Recepção ou Não-Recepção é automática, enquanto a Repristinação deve ser expressa.
	Requisitos para que haja Recepção:
		a) Vigência da Norma
		b) Compatibilidade Material com o conteúdo da Nova Constituição ou Emenda.
	Obs.: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE USANDO A CONSTITUIÇÃO ANTERIOR - o controle abstrato de constitucionalidade tem como paradigma a constituição vigente, mas é possível, em controle difuso, a argumentação de que a norma não poderia ter sido recepcionada pela atual constituição, pois não possuía vigência perantea constituição anterior. O argumento para a não aplicação da norma não seria a inconstitucionalidade, mas sua não recepção em decorrência da ausência de vigência quando do surgimento da nova constituição.
	 NÃO-RECEPÇÃO - é o fenômeno pelo qual as normas infraconstitucionais anteriores, que não forem materialmente compatíveis com o novo Texto Maior, são descartadas (NÃO –RECEPCIONADAS). Segundo a nomenclatura utilizada pelo STF ocorreria a REVOGAÇÃO PELA NÃO-RECEPÇÃO. Esta expressão utilizada pelo STF é criticada pela doutrina uma vez que representa a adoção do critério cronológico, quando de fato deveria ser utilizado o critério hierárquico [NÃO-RECEPÇÃO].
	NÃO-RECEPÇÃO PRO-FUTURO - é possível que o novo texto constitucional estipule a não-recepção (OU REVOGAÇÃO) pro-futuro [art. 25, ADCT].
	RECEPÇÃO e NÃO-RECEPÇÃO são fenômenos automáticos, ou seja, implícitos, que independem de previsão expressa da nova constituição, embora isso possa ocorrer (PREFERENCIALMENTE NO ADCT).
	Recepção Qualificada
	A norma infraconstitucional é recepcionada, naquilo que não conflita com a constituição, mas com outro status. Ex. CTN. 
	Repristinação
	Fenômeno pelo qual uma norma infraconstitucional, que não havia sido recepcionada por uma determinada constituição (e, portanto, se encontrava “revogada”), se restaura e retorna ao ordenamento por força de uma nova constituição. Há necessidade de disposição expressa nesse sentido.
	Efeito Repristinatório
	O Brasil não admite a repristinação, excetuando-se o caso em que a última lei ou constituição revogadora expressamente determine. Todavia não se confunde repristinação com efeito repristinatório, que é a regra em sede de controle de constitucionalidade. Quando este efeito é indesejável, o STF poderá afastá-lo nos termos do art. 11, §2º Lei nº 9868. No efeito repristinatório, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei a torna nula ab initio, restaurando automaticamente a lei revogada pela norma declarada inconstitucional.	
Disposições Constitucionais Gerais. Ato das disposições constitucionais transitórias. 
	Estrutura da Constituição
	Em um plano formal, a constituição é dividida em 03 partes: preâmbulo, parte dogmática e disposições transitórias.
	PREÂMBULO – mensagem dos constituintes para os destinatários da Constituição. 
Há divergência na doutrina quanto à força normativa do preâmbulo. O STF se posicionou pela inexistência de força normativa (AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 408.168-9). Boa parte acredita que tudo que se encontra no preâmbulo, também está no conteúdo dogmático. Sobre a invocação de Deus, argumenta-se que isso exclui os ateus, os agnósticos e os politeístas, por isso, há muitas críticas sobre essa invocação. A invocação de Deus no preâmbulo não é norma de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais e leis orgânicas do DF e Municípios. 
Para a posição majoritária, então, o preâmbulo não obriga, não é cogente, não pode servir de paradigma de confronto no controle de constitucionalidade. Tese da irrelevância jurídica do preâmbulo. 
	PARTE DOGMÁTICA – é criada para ser permanente, pois é feita para durar, mesmo que eventualmente possa ser modificada. 
-estrutura: TITULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS TITULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS TITULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO TITULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES TITULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS TITULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO TITULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA TITULO VIII – DA ORDEM SOCIAL TITULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS – Estão compreendidas no título IX, art. 233 a 250 – Fazer a leitura dos artigos. 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS – têm papel relevante para fazer a transição entre a realidade existente e a nova realidade que virá. Há um tempo de transição entre a realidade encontrada e a projetada. Essas disposições depois de cumprido o seu papel de transição, deixam de ter utilidade, não são revogadas, mas perdem a eficácia. Normas com natureza temporária. 
Natureza jurídica: NORMA CONSTITUCIONAL. Podem servir como paradigma de confronto no controle de constitucionalidade. 
Alteração: Diversas emendas ao ADCT – poderiam de fato as normas do ADCT terem sofrido alteração? Para Pedro Lenza: Se a norma já tiver se exaurido, não parece razoável o Constituinte reformador modificar o sentido da transição já concretizado conforme estabelecido pelo poder constituinte originário. Por outro lado, se o comando da transição não tiver se realizado e a disposição produzido os seus efeitos, seria possível a sua alteração, desde que observados os princípios intangíveis e os limites ao poder de reforma, explícitos e implícitos ex. art. 68 ADCT não poderia ser suprimido, pois violaria clausula pétrea. 
Função: são normas de transição, uma vez cumprido seu objetivo, elas se exaurem, exaurimento de sua eficácia. 
	Disposições Transitórias
	Carmem Lúcia:
	“As disposições constitucionais transitórias são prescrições voltadas para o passado com repercussões no presente” (...)
	“Em um caso pode-se ter como esvaziada a eficácia constitucional daquelas disposições: quando se verificasse uma hipótese em que a incongruência entre o princípio ou preceito constitucional e a disposição transitória fosse de tal natureza que houvesse uma impossibilidade de se chegar a interpretação que possibilitasse a aplicação de ambos. Tendo de optar, a tendência é a que se negue aplicação à disposição transitória, uma vez que não como ignorar-se a produção de efeitos próprios da norma constitucional componente do sistema fundamental.”
	“o exercício do poder constituinte tem graus de atuação, sendo que as normas fundamentais, postas no corpus constitucional permanente, dispõem de validade e supremacia sobre qualquer outra norma integrante do sistema, inclusive aquelas disposições transitórias. Essas teriam natureza e eficácia constitucional condicionada à sua adequação e obediência aos princípios tidos como pilares da construção do Constituinte.”
	Cabe emenda ao ADCT? Na prática, são feitas emendas, inclusive com características definitivas. EXEMPLOS: IPMF. Mas isso é um desvirtuamento dessa parte da constituição. Na verdade, o ADCT somente poderia ser emendado para estabelecimento de normas de transição decorrentes de emendas constitucionais. Carmem Lúcia: O ato das disposições constitucionais transitórias é exaurível em sua aplicação mesma e não permite mudança, menos ainda para que se dê o seu elastério no tempo e no espaço de sua aplicação (...) é fraudar e frustrar a obra constitucional a eternização da transitoriedade, sendo incompatível esse estado constitucional de instabilidade e permanência do que foi aprontado para ser passageiro.
Emendas Constitucionais
	
Poder de Reforma
Conceito: é o poder de direito destinado a alterar a Constituição. Poder constituinte derivado reformador tem a capacidade de modificar a Constituição Federal, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo originário. O poder de reforma constitucional, assim , tem natureza jurídica, ao contrario do originário, que é um poder de fato, um poder politico. É condicionado pelas regras colocadas pelo originário. 
Assim, Reforma Constitucional seria a modificação do texto constitucional, através dos mecanismos definidos pelo poder constituinte originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando artigos ao texto original. 
Se difere da mutação constitucional - são alterações no significado e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transformação não está no texto em si, que permanece inalterado, mas sim na interpretação daquela regra enunciada. Processo informal de mudança da Constituição. ( Georges Burdeau – fala em Poder Constituinte Difuso).
	DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO _ Art. 28: Um povo tem, sempre, o direito de REVER, de REFORMAR e de MUDAR a sua constituição. Uma geração não pode sujeitar a suas leis às gerações futuras.
	TENSÃO CONSTITUCIONAL:
	SupremaciaX Atualização
	DURABILIDADE DA NORMA X MODIFICAÇÃO DA NORMA
	Abertura constitucional – a constituição não pode estar hermeticamente enclausurada em si mesma, sob pena de apressar momentos de ruptura.
	MAURICE HAURIOU: “imutabilidade relativa das leis constitucionais”.
	PONTES DE MIRANDA: a constituição que se impõe ao tempo, impedindo sua alteração é constituição que só deixa ao povo o recurso da revolução.
	OSCAR VIEIRA VILHENA – as emendas constitucionais são alternativas à revolução.
	Perigos:
	a)SUPER-RIGIDEZ – corresponde à dificuldade excessiva para alterações do texto constitucional. A super-rigidez constitucional compromete a adequação do Texto Magno com os avanços sociais, gerando situações de instabilidade.
PROBLEMA DA SUPER-RIGIDEZ E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NOS EUA
	A super-rigidez para as alterações do texto constitucional estava impedindo a abolição da escravidão uma vez que o quórum elevado que era exigido não era atingido em decorrência da resistência de uma parcela de Estados.
	Caso Dred Scott - escravo pedindo à suprema corte permissão para mudar para um Estado, não escravocrata, para poder ser livre. A manifestação da Suprema Corte reafirmou a possibilidade de escravidão. (ESCRAVO NÃO ERA SUJEITO DE DIREITO, MAS OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA).
	Dificuldade procedimental para alteração + caso Dred Scott = guerra de secessão.
	b)HIPO-RIGIDEZ – corresponde à facilidade excessiva para alteração.
	O PROBLEMA DA HIPO-RIGIDEZ E A CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR
	A Constituição de Weimar não possuía cláusula pétrea, por uma emenda Hitler conseguiu o poder de legislar diretamente sobre matéria constitucional. É com base nessa facilidade em reformar as normas constitucionais que Hitler conseguiu reunir o poder em suas mãos.
	É necessária a identificação em um EQUILÍBRIO – quórum de EC – 3/5. 
PROBLEMA DO PARADOXO DA DEMOCRACIA (CANOTILHO) -discussão quanto à possibilidade de limitação, em determinadas matérias, de alterações futuras. Como um poder de hoje pode limitar as relações futuras?
-expressões relacionadas ao tema:
-DILEMA CONTRAMAJORITÁRIO – a maioria de hoje limitada por uma decisão de ontem.
-ANTIDEMOCRATICIDADE BÁSICA DO CONSTITUCIONALISMO – o fenômeno do constitucionalismo, ao se desenvolver baseado na questão da rigidez constitucional, e consequente limitação do poder reformador, geraria uma situação antidemocrática, qual seja, a maioria de hoje estaria limitada por uma decisão de ontem.
crítica à expressão: democracia não se limita ao atendimento da vontade da maioria, por isso ser equivocada tal expressão.
MOMENTO CONSTITUINTE é algo diferente do MOMENTO REFORMADOR. O momento constituinte é formado por decisões raras, enquanto o momento reformador é formado por decisões cotidianas.
RUPTURA (característica do momento constituinte) ≠ MUDANÇA (característica do momento reformador)
é incorreta a ideia de que a limitação do poder reformador implica uma restrição à democracia. O povo não está escravizado pela decisão tomada, basta que realize uma RUPTURA (o povo não é escravo, ele é senhor). As limitações impostas objetivam proteger o espírito do sistema, sendo relevante destacar que o ataque ao espírito do sistema não significa mudança, mas uma ruptura. Alterar o espírito/essência é destruir a constituição.
	Mecanismos de Alteração da Constituição
	a)PROCESSOS FORMAIS
	i)PROCEDIMENTO DE EMENDA [art. 60, CF]
	ii)PROCEDIMENTO DE REVISÃO [art. 3º, ADCT]
	iii)APROVAÇÃO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS [art. 5º, § 3º, CF]
	REFORMA É DIFERENTE DE REVISÃO
	-REVISÃO: via extraordinária de alteração da constituição.
	-REFORMA: via ordinária de alteração da constituição.
	b)PROCESSOS INFORMAIS
	MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL – alteração informal da constituição.
	-Espécies:
	i) MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
	-quando a interpretação não ofende a literalidade da constituição. (ex.: art. 5º, XI, CF – “casa como asilo inviolável” - adoção do conceito amplo, não apenas como residência; tal procedimento não ofende a literalidade da constituição)
 ii) MUTAÇÃO INCONSTITUCIONAL
		-quando a interpretação ofende a literalidade da constituição. 
	DISCUSSÃO ATUAL NO STF: INTERPRETAÇÃO DO ART. 52, X, CF - MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL OU MUTAÇÃO INCONSTITUCIONAL?
	Voto do Min. Gilmar Mendes no sentido de que a análise dos avanços da legislação em matéria de controle de constitucionalidade possibilita afirmar que o requisito da edição da Resolução por parte do Senado, para se garantir a eficácia erga omnes, estaria ultrapassado. Segundo o Min. o art. 52, X da CF teria sofrido mutação constitucional. [REFLEXO DO FENÔMENO DENOMINADO DE OBJETIVAÇÃO DO PROCESSO SUBJETIVO].
	
Atualização: STF não admitiu a teoria da abstrativização do controle difuso e o art. 52, X, da CF não sofreu mutação constitucional. Recl 4335/AC. Para o STF o art. 52, X, não sofreu mutação constitucional e o papel do Senado não é somente o de dar publicidade à decisão de inconstitucionalidade proferida em controle difuso. A resolução do Senado continua conferindo eficácia erga omnes à declaração de inconstitucionalidade proferida no controle concreto. Tema ainda polêmico. Ver Dizer o Direito – 3 de maio de 2014 para mais informações. 
	Emendas Constitucionais
Ao contrário do constituinte originário, o derivado é condicionado, submetendo-se a algumas limitações, expressamente previstas, ou decorrentes do sistema. Trata-se das limitações expressas ou explicitas (formais ou procedimentais, circunstanciais e materiais) e implícitas.
Limitações ao Poder de Reforma 
	a)LIMITE FORMAL OU PROCEDIMENTAL 
 	b)LIMITE CIRCUNSTANCIAL [art. 60, § 1º, CF]
 	c)LIMITE MATERIAL[art. 60, § 4º, CF]
	d)LIMITE TEMPORAL
a)LIMITE FORMAL OU PROCEDIMENTAL - processo legislativo especial da emenda.
INICIATIVA: rol taxativo de legitimados. Havendo proposta por qualquer outra pessoa – vício formal subjetivo, caracterizador de inconstitucionalidade. 
	1/3 dos membros da CD ou do SF[art. 60, I, CF];
	Presidente da República [art. 60, II, CF];
	mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, manifestando-se cada uma dela pela maioria relativa de seus membros [art. 60, III, CF].
Iniciativa popular de “PEC”? – o sistema brasileiro não admitiu expressamente a iniciativa popular para propostas de emendas à Constituição. No entanto, boa parte da doutrina aponta para uma interpretação sistemática da Constituição, direcionada para uma linha mais ampla da regra prevista no art. 61 §2º. Destaca-se o art. 1º, pu, que permite o exercício do poder de forma direta pelo próprio povo, e o art. 14, III, ao estabelecer que a soberania popular será exercida mediante a iniciativa popular. Cabe ressaltar que 17 dos 26 Estados + o DF, admitem de forma declarada e expressa a iniciativa popular para encaminhamento de PEC. 
PROCEDIMENTO PARA APROVAÇÃO: [art. 60, §2º, CF].
	quórum de votação: 3/5 dos membros de cada casa.
	sessões: 2 turnos.
PROMULGAÇÃO: [art. 60, §3º, CF].-mesas da CD e do SF.
REPROPOSITURA DE PEC REJEITADA: [art. 60, § 5º, CF]. -não pode ser reproposta na mesma sessão legislativa.
princípio da irrepetibilidade x espécies normativas 
LO e LC: possibilidade – art. 67
EC: impossibilidade
MP: impossibilidade
ART. 60, § 5º DA CF – LIMITAÇÃO FORMAL OU temporal? - doutrina majoritária entende ser limitação formal - estaria sendo limitada a iniciativa sobre aquela matéria dentro da mesma sessão legislativa. 
-crítica à posição doutrinária que defende ser caso de limitação temporal: na limitação temporal nenhuma outra matéria poderia ser apreciada, o que não é o caso.
b)LIMITE CIRCUNSTANCIAL [art. 60, § 1º, CF] -o texto constitucional só pode ser alterado em circunstância de estabilidade. As síncopes constitucionais refletem momentos patológicos na vida política e por isso são incompatíveis com a atmosfera de tranquilidade e serenidade necessárias.
-síncopes constitucionais: 
	-ESTADO DE SÍTIO;
	-ESTADO DE DEFESA;
	-INTERVENÇÃO FEDERAL.
c)LIMITE MATERIAL[art. 60, § 4º, CF] -matérias que não podem ser objeto de deliberação.
“Não será objeto de deliberação (...)”– o texto constitucional veda que o próprio processo legislativo de elaboração de EC ocorra. Nas hipóteses previstas, se o processo legislativo tiver início, ele deverá ser obstado. Não seria necessário aguardar a promulgação da EC, o próprio processo legislativo já estaria violando a CF. o vício está na fase da proposta legislativa.
“(...) tendente a abolir” – basta ser tendente a abolir, não precisa ser o vício tão grave a ponto de acabar com a cláusula pétrea.
-espécies:
-LIMITE MATERIAL EXPRESSO: [art. 61, § 4º, CF]
i)FORMA FEDERATIVA DE ESTADO;-é possível modificar a CF em relação ao pacto federativo sem que fique caracterizada violação da cláusula pétrea. [ADI 1749] O que estão sendo vedadas são as alterações tendentes a alterar os pilares do modelo federativo. 
ii)VOTO DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO. -o VOTO OBRIGATÓRIO não é cláusula pétrea. [PEC pode instituir voto facultativo].
iii)SEPARAÇÃO DOS PODERES;-as pequenas alterações não estão englobadas na vedação trazida pelo dispositivo, como por exemplo, a questão do caráter vinculante, em relação ao Poder Executivo, na ADC. Cada uma das funções do poder exercem função típica e atípica. Se houver o desequilíbrio do sistema de freios e contrapesos, há a criação de um superpoder. 
iv)DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS.
-amplitude do dispositivo:
a)CORRENTE RESTRITIVA: interpretação literal do dispositivo de forma que apenas os direitos individuais devem ser protegidos [exclusão dos direitos coletivos, sociais e difusos]
b)CORRENTE AMPLIATIVA: deve ser considerado como cláusula pétrea todos os direitos fundamentais todo o TITULO II da CF.
Numa perspectiva literal, os direitos preservados seriam os de primeira geração. Para o STF os direitos preservados como cláusulas pétreas não se esgotam no art. 5º. Ex. STF já decidiu que o direito à licença à maternidade é clausula pétrea (se inclui na 2ª dimensão), principio da anterioridade tributaria. ADI 1946. O inciso IV do §4º é uma expressão da dignidade da pessoa humana. 
-LIMITE MATERIAL IMPLÍCITO: 
i) modificação da titularidade do poder reformador;
ii) alteração do titular do poder constituinte originário (titular é o povo);
iii) modificação do processo legislativo especial de alteração da constituição. 
ALTERAÇÃO DO PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DE ALTERAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO PARA DIFICULTÁ-LO - J. J. Gomes Canotilho afirma que seria constitucional a alteração que tornasse o processo mais difícil.
Outros não concordam. O tema da rigidez constitucional parece estar fora do poder de reforma. Além disso, o limite jurídico deve ser externo, não poderia o poder reformador limitar a si próprio. As verdadeiras limitações são colocadas por forças externas. Foi o poder originário que fixou o procedimento das emendas, não pode o poder reformador alterar tal procedimento.
ALTERAÇÃO PARA ACRESCENTAR CLAUSULA PÉTREA EXPRESSA - há quem defenda ser possível alteração para acrescentar cláusula pétrea expressa. Prof. Robério discorda desse posicionamento. O limite jurídico deve ser externo, não poderia o poder reformador limitar a si próprio. As verdadeiras limitações são colocadas por forças externas. Foi o poder originário que fixou o procedimento das emendas, não pode o poder reformador alterar tal procedimento.
	Exceção: é possível acrescer novas cláusulas pétreas implícitas.
TESE DA DUPLA REVISÃO [Jorge Miranda, José Carlos Francisco] no STF não se aceita a tese da dupla revisão constitucional. Segunda essa teoria, em um primeiro momento se revoga uma clausula pétrea, para, em seguida, modificar aquilo que a clausula pétrea protegia. A maioria dos doutrinadores nacionais se posiciona no sentido da total impossibilidade da teoria da dupla revisão, na media em que existem limitações implícitas, decorrentes do sistema. Portanto, as limitações expressas caracterizam-se como a primeira limitação implícita ou inerente. Ouras duas limitações implícitas: impossibilidade de se alterar tanto o titular do poder constituinte originário como o titular do poder constituinte derivado reformador. 
CLÁUSULA PÉTREA E DEMOCRACIA - a democracia não é cláusula pétrea.
-Min. Carlos Ayres Brito – ser for possível condensar a constituição em um ponto, este será a democracia. A partir desse ponto central é construída a ordem constitucional. A partir dele são construídos círculos protetivos a este valor. O círculo protetivo mais íntimo/ mais próximo à democracia são as cláusulas pétreas. 
	-não seria possível dizer que a democracia é cláusula pétrea, pois isso seria reduzir a própria democracia. A democracia é protegida pelas cláusulas pétreas.
Ministério Público COMO CLÁUSULA PÉTREA - discussão se seria possível que EC extinguisse o Ministério Público ou que lhe diminuíssem as atribuições.
-Hugo Nigro Mazzili – defende que o MP deve ser reconhecido como cláusula pétrea, não podendo ser extinto, nem ter suas funções esvaziadas por EC.
-Alexandre de Moraes - afirma que as normas que tratam do MP são cláusulas pétreas.
-Daniel Sarmento - discorda desse posicionamento; ele até reconhece que a existência do MP e a sua independência possam ser concebidas como uma garantia institucional aos direitos fundamentais, logo estaria protegido pela cláusula pétrea, porém, situação diversa ocorre com os detalhamentos que o texto constitucional lhe confere.
-[art. 127 CF] – “O Ministério Público é instituição permanente (...)”
-Prof. Robério – incumbe ao MP a defesa da ordem democrática. O MP é um dos círculos protetivos mais próximos da democracia, logo também é uma cláusula pétrea.
d)LIMITE TEMPORAL - a constituição de 1988 não adotou limite temporal. Trata-se de previsão de prazo durante o qual fica vedada qualquer alteração da Constituição. O unico exemplo é o art. 174 da Constituicao do Império de 1824, não se verificando nas que se seguiram. 
Emenda constitucional inconstitucional
	ADI 939 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES Julgamento: 15/12/1993 Órgão Julgador: TRIBUNAL PLENO Publicação: DJ DATA-18-03-1994 PP-05165 EMENT VOL-01737-02 PP-00160 RTJ VOL-00151-03 PP-00755 EMENTA: - Direito Constitucional e Tributário. Ação Direta de Inconstitucionalidade de Emenda Constitucional e de Lei Complementar. I.P.M.F. Imposto Provisório sobre a Movimentação ou a Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - I.P.M.F. Artigos 5°, par. 2°, 60, par. 4°, incisos I e IV, 150, incisos III, "b", e VI, "a", "b", "c" e "d", da Constituição Federal. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada, portanto, de Constituinte derivada, incidindo em violação a Constituição originaria, pode ser declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, cuja função precípua e de guarda da Constituição (art. 102, I, "a", da C.F.). 2. A Emenda Constitucional n° 3, de 17.03.1993, que, no art. 2°, autorizou a União a instituir o I.P.M.F., incidiu em vicio de inconstitucionalidade, ao dispor, no parágrafo 2° desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, não se aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 1. - o principio da anterioridade, que e garantia individual do contribuinte (art. 5., par. 2., art. 60, par. 4., inciso IV e art. 150, III, "b" da Constituição); 2. - o principio da imunidade tributaria recíproca (que veda a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que e garantia da Federação (art. 60, par. 4., inciso I,e art. 150, VI, "a", da C.F.); 3. - a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a criação de impostos (art. 150, III) sobre: "b"): templos de qualquer culto; "c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e "d"): l ivros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

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