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Homologação de Penhor Legal - Romulo

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UNIVERSIDADE TIRADENTES
CURSO DE DIREITO
	
HOMOLOGAÇÃO DE PENHOR LEGAL
 Beatriz Oliveira Souza
 Denison Almeida Bezerra
Fernanda dos Santos Almeida 
Kamila Silva Oliveira 
Lucas Soares Morais Silva
Luiz Gustavo Carvalho de Santana
	
Estância – SE
2019
UNIVERSIDADE TIRANDENTES
CURSO DE DIREITO
Homologação de Penhor Legal
Artigo elaborado para composição de nota da ME, na segunda unidade, sob orientação do Profº. Rômulo Augusto pela matéria de Processo Civil III. 
ESTÂNCIA-SE
2019
A princípio, o referido penhor trata-se de coisa móvel para garantia de uma obrigação assumida, ou seja, ao existir um débito em razão de uma posse, o bem torna-se garantia de pagamento, transmitindo a posse ao credor pignoratício ou a quem for representante, havendo previsão legal no artigo 1.467 do Código Civil que elenca quem são os possíveis credores pignoratícios. O referido Código ainda ressalva que tanto há autorização do penhor até o limite da dívida (art. 1469, CC), quanto há a permissão da efetivação do penhor antes de recorrer à autoridade judiciária (art. 1470, CC) sendo dessa maneira legitimado para efetivar o penhor somente se houver urgência na realização, caso não haja, torna-se ilegal. Nesse sentido, a homologação do penhor legal confere autoridade ao ato particular, sendo assim, a homologação que era tratada como incorreta por meio de medida cautelar (vide artigos 874-876, no CPC/73), atualmente, no novo código, tornou-se um ato de procedimento especial de jurisdição contenciosa. 
Acerca do penhor legal, o professor Carlos Eduardo Elias bem leciona,
O penhor legal pode ser constituído por duas vias: (a) ação judicial por meio da qual o credor, com fulcro legal, reivindica sentença que constitua o direito real de penhor e que lhe outorgue a posse direta sobre a coisa empenhada; ou (b) empoderamento da coisa empenhada pelo credor sem prévia ordem judicial, com entrega ao devedor de comprovante dos bens retidos e posterior homologação judicial ou extrajudicial desse penhor legal. Essa última hipótese, que representa autotutela lícita e que não configura o ilícito de exercício arbitrário das próprias razões, só é admitida quando houver “perigo na demora” (art. 1.470, CC). E é a essa última situação que se dedica o procedimento de homologação do penhor legal. (OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de., 2017, p. 965)
Nesta perspectiva, o novo Código de Processo Civil, em harmonia com o artigo 1471 do Código Civil, elenca em seu artigo 703 a possibilidade do procedimento de homologação judicial e de audiência preliminar. A petição inicial (artigo 703, §1°) deverá conter o contrato de locação ou a conta das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos que foram retidos, como também terá que conter a citação do devedor para pagar ou para contestar na audiência preliminar designada. Citado o requerido para a audiência preliminar, ele pode ficar silente e por consequência de tal postura acarretará revelia e o julgamento antecipado do mérito, ou ele pode simplesmente pagar o débito havendo dessa forma o reconhecimento tácito do pedido e, por conseguinte, a extinção do processo com julgamento de mérito, ou o tal requerido pode contestar alegando sua defesa baseada nas hipóteses do artigo 704 do CPC.
O artigo 704 do Código de Processo Civil em sua descrição elenca limitações sobre a defesa do devedor, trazendo as seguintes hipóteses:
Art. 704. A defesa só pode consistir em:
I - nulidade do processo;
II - extinção da obrigação;
III - não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não estarem os bens sujeitos a penhor legal;
IV - alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada pelo credor. (BRASIL, 2015)
No entanto, mesmo que o artigo 704 do Código de Processo Civil tenha cunho taxativo, parte da doutrina entende que o réu pode arguir outras matérias como sobre nulidade do penhor, o excesso de penhora (discordando sobre o valor da dívida) e a insuscetibilidade do penhor legal por conta de impenhorabilidade absoluta. Vale ressaltar a inovação trazida no que se refere à defesa do requerido pelo novo código, onde há a possibilidade de alegar o oferecimento da caução idônea (art.704, inc. IV) em equilíbrio com o exposto no artigo 1472 do Código Civil. Portanto, é na audiência preliminar serão analisados os fatos, observando o procedimento comum, estabelecidos no artigo 318 e seguintes do Código Processo Civil, sabendo também que é na audiência preliminar que o devedor apresentará sua contestação caso não pague a dívida, sendo possível uma conciliação das partes, ou caso as partes não cheguem a um acordo, se necessário, o juiz determinará a data para uma audiência de instrução, como referido no artigo 705 do Código de Processo Civil.
Além disso, o §2° do referido artigo vem trazer outra maneira para que ocorra a homologação, onde será por via extrajudicial, mediante requerimento, contando com os requisitos previstos no §1, art. 703 do NCPC, do credor a notário de sua livre escolha. Logo após essa notificação, com prazo de 05 dias para quitação do débito, não ocorrendo o mesmo, o credor terá a formalização da homologação do penhor por escritura pública. Nesta modalidade de penhor, autorizada por lei, os credores pignoratícios apoderam-se dos bens do devedor até a quitação da dívida, independente de convenções, podendo ser homologado em cartório de Notas, após notificação que preferencialmente será feita pelo Registro de Títulos e Documento, podendo ser solicitada de forma eletrônica.
Vale lembrar, que conforme art. 1.434 do CC, o credor pignoratício não pode ser compelido à devolução da coisa empenhada, ou parte dela, antes do pagamento integral da dívida, cabendo ao juiz, a requerimento do devedor, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor pignoratício.
Em sequência, o artigo 705 do CPC como já foi citado durante o trabalho, envolve a observância do procedimento comum a partir da audiência preliminar, reportando ao procedimento e contestação com a devida previsão no artigo 703. Já o artigo 706 traz em seu caput a consolidação da posse através da homologação, visto que antes a posse direta do credor pignoratício estava sujeita a não homologação, entretanto após o reconhecimento da mesma, o credor passa a ter de fato a posse direta e assim o devedor passa a ter somente a posse indireta sobre a coisa. 
Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal, consolidar-se-á a posse do autor sobre o objeto.
§ 1º Negada a homologação, o objeto será entregue ao réu, ressalvado ao autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento comum, salvo se acolhida a alegação de extinção da obrigação.
§ 2º Contra a sentença caberá apelação, e, na pendência de recurso, poderá o relator ordenar que a coisa permaneça depositada ou em poder do autor. (BRASIL, 2015)
No entanto, no parágrafo primeiro deste mesmo artigo, está a hipótese da não homologação, em que neste caso o objeto antes tido como penhora será devolvido ao réu, restando ao autor a pretensão da cobrança da dívida através do procedimento comum, salvo se for acolhida a alegação de extinção do conteúdo obrigacional. Como consta no §2º do artigo 706, contra a sentença caberá apelação (não havendo discrepância do sistema recursal previsto no CPC/15) e se o recurso estiver pendente o relator poderá determinar que o bem continue depositado ou em posse do autor. 
Referente à sentença, o jurista Elpídio Donizetti explica,
Como a sentença, de regra, constitui uma resposta ao pedido do autor, poderá o juiz, neste ato, homologar o penhor legal, ou seja, referendar a conduta do autor e, se pedido houver, condenar o réu ao pagamento de quantia devida. O pedido de homologação é independente do pedido de condenação. Dessa forma, nada impede que a cobrança de eventual crédito seja feita em outro processo, tenha o juiz homologado ou não o penhor. É a ideia que se extrai do art. 706. (DONIZETTI, Elpídio, 2017, p. 561)
Reformandoa ideia incorreta tratada no Código de Processo Civil de 1973, em que tratava a homologação de penhor legal como medida cautelar, o Código atual aborda adequadamente como uma ação de procedimento especial de jurisdição contenciosa. Observando novamente, que o penhor não poderá exceder o valor limite da dívida (art. 1.469, CC), e que deverá sempre existir o “perigo na demora” (art. 1.470, CC), o contrário será ilegal o penhor. No mais, o penhor pode ser extinto quando há perecimento da coisa, renúncia do credor, adjudicação judicial ou venda amigável do penhor, caso haja permissão expressa em contrato ou com autorização do devedor.
Ademais, vale ressaltar a essência do penhor legal, enquanto direito material que se faz substancial para a homologação, onde o legislador destacou situações que constituem um penhor, diferentemente do penhor convencional que deriva da vontade das partes em um contrato, como bem explicita o autor Carlos Roberto Gonçalves,
O penhor legal é, assim, meio direto de defesa, constituindo direito mais amplo que o simples direito de retenção e de maior eficácia que o privilégio pessoal. Apresenta o instituto em apreço a singularidade de ficar ao critério do credor tomar posse de uma ou mais coisas do devedor, em garantia real de seu crédito, nos casos considerados, e de depender de homologação judicial, regulada no Código de Processo Civil, para tornar-se efetivo o penhor. (GONÇALVES, Carlos Roberto, 2018, p. 599)
É nesse toar que os donos de hotéis e estabelecimentos como pousadas, pensões, albergues, repúblicas, dentre outros, estão assegurados pelo artigo 1467 a exercer o penhor sobre bagagens, móveis, jóias que os hóspedes tragam consigo ou que tenham conduzido para o interior de um desses estabelecimentos. Da mesma forma são assegurados os donos de prédios rústicos ou urbanos a exercer o penhor sobre os bens móveis que o locatário ou inquilino tiver acomodado. Sobre a justificação do exercício do penhor nos tipos de credores pignoratícios supracitados, o jurista Carlos Roberto Gonçalves esclarece,
Para justificar o penhor, não basta o hospedeiro ou fornecedor de pousada ou alimento apresentar uma conta qualquer. Só vale a que for “extraída conforme a tabela impressa, prévia e ostensivamente exposta na casa”, contendo os “preços de hospedagem, da pensão ou dos gêneros fornecidos” (CC, art. 1.468). Neste caso, o hóspede ou consumidor não poderá alegar ignorância do custo da hospedagem ou do alimento, ou que o preço cobrado é por demais elevado, uma vez que dele tomou ciência de antemão. Pressupõe a lei, portanto, a celebração de um contrato de adesão aos preços expostos, a serem cobrados pelos serviços a serem prestados. (GONÇALVES, Carlos Roberto, 2018, p. 601)
Da mesma maneira, deve-se lembrar também com a devida importância, a possibilidade de haver instituição de penhor em favor dos artistas e auxiliares cênicos sobre o material da empresa teatral utilizado nas apresentações (Decreto n° 5.492/1928, art. 16, e Dec. n° 18.257/1928, art. 27) e o estabelecido sobre as máquinas e aparelhos utilizados na indústria que se encontrem no prédio dado em locação (Decreto-Lei n. 4.191/1941).
REFERÊCIA BIBLIOGRÁFICA
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 05 nov. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 5 nov. 2019.
CARVALHO, Newton Teixeira. Da homologação do penhor legal. https://domtotal.com/artigo/6321/22/11/da-homologacao-do-penhor-legal/. Anexado dia 05/11/2019.
DONIZETTI, Elpídio. Novo Código de Processo Civil comentado – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Elpídio Donizetti. – São Paulo: Atlas, 2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 5 : direito das coisas / Carlos Roberto Gonçalves. – 13. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018
MENDONÇA, Fernando Hideki e BORGUEZÃO, Suzi Eliza da Silva. Capítulo XII Da Homologação do Penhor Legal (art 703 a 706 CPC). https://www.direitocom.com/novo-cpc-comentado/capitulo-xii-da-homologacao-do-penhor-legal. Anexado dia 06/11/2019.
OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de. Art. 703. In: STRECK, Lenio Luiz; NUNES, Dierle; CUNHA, Leo-nardo (orgs.). Comentários ao Código de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 965.

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