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Cases - Teoria da Ação e da Exceção
Case 01:
Ricardo é filho de Augusto, idoso de 90 anos, deficiente físico, e de Maria, idosa de 85 anos. Desse modo, em virtude da delicada situação de saúde de seus pais, Ricardo possui uma procuração outorgando poderes a ele com o fito de assumir e responder por obrigações de seus pais, os quais seguem lúcidos, no entanto periodicamente apresentam um grau de esquecimento e confusão de ideias.
Um das responsabilidade que Ricardo possui é de efetuar o pagamento do plano de saúde de seus pais, contudo, em virtude do atual estado deles, a empresa, qual seja, Bem-Estar Agora cobra um montante elevado, comprometendo consideravelmente a renda familiar de Augusto e Maria, de modo que seu filho paga do próprio bolso a diferença compatível.
Pelo fato dos beneficiários do plano de saúde serem Augusto e Maria, o endereço cadastrado na empresa Bem-Estar Agora é o de sua residência, razão pela qual é o local para onde se direciona o boleto bancário mensalmente, Ricardo é avisado por seus pais para ir buscar e, portanto, efetuar o pagamento.
Contudo, no mês de janeiro de 2020, Ricardo esqueceu de pagar a fatura do mês, mesmo tendo sido avisado por Augusto. Nesse sentido, entrou em contato com a Bem-Estar Agora, por meio de ligação telefônica, para que enviassem outro boleto bancário, a qual se comprometeu a fazer.
O tempo fora passando e, com a pandemia da COVID-19, Ricardo esqueceu de acompanhar o andamento do processo, além disso, quando questionou seus pais, estes afirmaram que não receberam nenhuma correspondência da Bem-Estar Agora.
Nessa perspectiva, Ricardo concluiu que, à vista da pandemia, os correios estão demorando para entregar as correspondências, fato que justificaria a ausência de recebimento dos boletos bancários futuros.
Com o passar do tempo, no mês de abril, Ricardo com receio do aumento da pandemia resolveu conferir se estava tudo em ordem com o plano de saúde de seus pais, a fim de, caso acontecesse alguma emergência, eles ainda estarem assegurados. Entretanto, ao falar com o atendente da Bem-Estar Agora, fora informado que o plano de saúde de seus pais tinha sido cancelado por ausência de pagamento.
Surpreso com a informação recebida, Ricardo questionou como isso havia ocorrido, de modo que o funcionário afirmou que o boleto referente ao mês de janeiro havia sido enviado por correios por meio de AR (aviso de recebimento) para o endereço de Augusto e Maria, tendo sido assinado por Augusto. Posteriormente, salientou que o boleto de fevereiro também não havia sido adimplido, de forma que encaminharam novamente a cobrança com AR, o qual fora recebido e assinado por Maria. Todavia, ambos se esqueceram de comunicar a Ricardo do recebimento.
Em vista do atraso sucessivo dos meses de janeiro e fevereiro, a Bem-Estar Agora cancelou e rescindiu o contrato firmado com eles e, para firmar nova cobertura médica, exige um período de carência.
	Dito isto, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) da teoria da ação para cada parte em um eventual litígio judicial para restabelecer o plano de saúde destacando os aspectos argumentativos que justifiquem a conduta e pleito de cada um. Além disso, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) referente a teoria da exceção para a Bem-Estar Agora, assim como argumentos que corroborem com sua defesa.
Resposta: Ricardo poderia entrar com uma ação de conhecimento, para discutir o direito de reativar o plano de saude, sem o prazo de carência, alegando que o pagamento não foi efetuado em razão da doença de seus pais, uma vez que tal enfermidade faz com que ambos tenham episodeos de esquecimentos, sendo este o motivo pelo não pagamento das parcelas em questão. Por outro lado, a Bem-Estar Agora poderia interpor ação contraposta de natureza constitutiva para rescindir o contrato, alegando que, uma vez que Ricardo é o responsável legal de seus pais, era dever dele cuidar e se responsabilizar por quaisquer problemas referente ao pagamento.
Além disso, na hipótese de teoria da excessão para a empresa, como excessão substancial, poderia alegar que por ser sua obrigação cuidar do pagamento do plano de saúde dos pais, ele quem deveria cuidar do pagamento e, por não ter cumprido sua parte no contrato, baseado no artigo 476 do CC/02, o contratante não pode buscar nenhum meio de obriga-los a restabelecer o plano, sem cumprir sua obrigação contratual antes.
	Case 02:
	Fátima, por causa da pandemia da COVID-19, fica em casa sempre que pode, pois tem o receio de sair e acabar contraindo ou disseminando o vírus.
	Logo, em vista disso, passa 8 (oito) horas por dia trabalhando na modalidade de home office e, o restante do tempo, resolve colocar as séries e filmes em dia, razão pela qual assinou vários canais de streaming, inclusive, adicionando pacotes da rede de televisão TeVê, aproveitando as promoções que a empresa estava fazendo para atrair clientes.
	Contudo, após 1 (um) mês da assinatura, a imagem transmitida não estava em boa qualidade, bem como eventualmente travava, aparecendo uma mensagem de baixo sinal.
	Ao entrar em contato, Fátima alegava que a TeVê não estava prestando um bom serviço, enquanto que a contra-argumentação da empresa era que a antena de satélite que Fátima havia instalado era de péssima qualidade e antiga, razão pela qual não suportava o as informações emitidas.
	Nesse viés, a TeVê se comprometeu a enviar uma equipe técnica para averiguar a situação, porém ressaltou que, em virtude da pandemia, estava com um baixo número de funcionários e que, por causa disso, o prazo para a visita seria consideravelmente maior, mas que ela seria devidamente informada.
	Passados 20 (vinte) dias, Fátima não recebeu nenhum comunicado da empresa e, surpreendentemente, não conseguia acessar os canais que havia comprado, de modo que, quando entrou em contato, fora informada que a empresa não havia recebido o pagamento da fatura do mês e que, por isso, o serviço havia sido cancelado.
	Desconfiando da informação, Fátima percebeu que a validade de seu cartão havia expirado poucos dias após o primeiro contato e, consequentemente, não adimpliu sua obrigação pecuniária.
	Após explicar a situação para a funcionária da TeVê, lhe foi dito que, uma vez que descumpriu sua obrigação contratual, a empresa tem direito de rescindir o negócio jurídico, pois seria responsabilidade de Fátima atualizar seus dados e, caso ela desejasse renovar o plano que tinha, o valor seria 50% (cinquenta por cento) superior ao anteriormente pactuado, pelo fato de ter pedido o código promocional. 
	Irresignada com a possibilidade de pagar 50% (cinquenta por cento) a mais do preço original, Fátima começou a ler o contrato assinado com a empresa, de forma que viu uma cláusula que afirmava:
Caso haja o inadimplemento das obrigações contratuais da CONTRATADA, a CONTRATANTE terá o direito de descumprir dispositivos do presente documento, na sua justa medida, compatível e proporcional com o fato gerador.
	Ao ler esse trecho, Fátima entrou em contato com a TeVê alegando que ela agiu em conformidade ao não pagar pelo serviço, uma vez que não estava recebendo uma boa resolução da sua imagem.
Dito isto, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) da teoria da ação e da teoria da exceção para cada parte em um eventual litígio judicial para dirimir quem deu causa à rescisão destacando os aspectos argumentativos que justifiquem a conduta.
Resposta: Para Fátima, como ação, ela entraria com uma ação de conhecimento constitutiva, para rescisão contratual, ou mandamental, para a obrigação forçada de cumprimento por ordem judicial, alegando que conforme o contrato firmado entre as partes e, conforme o código civil, caso ocorra o inadiplemento da parte contratante, Fátima poderia descumprir sua parte. Como excessão para a TeVê, 
	Case 03:
Catarina com o intuito de comemorar seus 23 anos convidou todos seus amigos para irem a uma grande festa em uma boate da sua cidade que iria acontecer nodia do seu aniversário. Ela avisou para todos que deveriam chegar cedo, pois até às 22h o ingresso, o qual só era vendido somente antes de entrar na festa, estaria pela metade do preço. A aniversariante obteve essa informação ao tratar diretamente com a organização da festa em uma conversa particular. 
Assim, ao chegar na boate no dia do seu aniversário Catarina se surpreendeu com a venda do ingresso pelo preço normal, e, portanto, se sentindo prejudicada, informou que gostaria de pagar a metade do valor, conforme havia sido informada anteriormente. 
A organização da festa disse que faria esse preço informado apenas para ela, mas que seria inviável cobrar esse valor também para os amigos que ela convidou para comemorar com ela. 
Catarina sentiu-se lesada já que convidou todos os amigos informando um preço diferente do que de fato seria cobrado. Dessa forma, alguns colegas sabendo do valor que teriam que pagar, acabaram indo embora, mas outros ainda participaram da festa. 
Diante da situação inconveniente a qual Catarina foi submetida, acabou não aproveitando seu dia tão esperado e no dia seguinte comentou com seu pai. O seu pai, advogado, afirmou que a organização da festa não possuía conhecimento acerca do Código de Defesa do Consumidor e que diante do transtorno era possível o ajuizamento de uma ação. 
Diante da situação narrada, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) da teoria da ação e da teoria da exceção para cada parte (Catarina e a organização da festa) em um eventual litígio judicial. Destaque os aspectos argumentativos que justifiquem manifestação de ser possível o ajuizamento da ação do pai de Catarina, baseando-se, também, nos pressupostos processuais, relacionados as antigas condições da ação. Além de destacar os argumentos que cabíveis para a defesa da organização da festa. 
Case 04
Quando era jovem, Bruno comercializava drogas ilícitas com a intenção de obter lucros para pagar a sua faculdade. Após 5 (cinco) anos, ao chegar o fim da faculdade, ele decidiu investir em um novo ramo: vender acessórios para animais. Mas, a polícia estava desconfiando de suas atividades anteriores como vendedor de narcóticos, e para que pudesse se concentrar na nova empresa, decidiu pedir ao seu amigo Marcelo que guardasse para ele o restante dos entorpecentes que não haviam sido vendidos, com o combinado de que em 6 (seis) meses ele retornaria para buscar os produtos e resolver seu destino. Marcelo aceitou o combinado pois o apartamento que morava, onde as drogas seriam escondidas, pertencia a Bruno, e ele apenas o alugava. 
	Passados os 6 (seis) meses, Bruno vai até a casa de Marcelo para buscar as drogas que estavam guardadas com o amigo, e, ao chegar lá, Marcelo fala que utilizou as substâncias para pagar uma dívida de jogo, e que não tinha mais como entregar os pacotes ao colega. O problema foi que a loja de acessórios para animais não estava caminhando bem, fazendo com que Bruno precisasse voltar a vender as substâncias ilícitas para tentar obter alguma renda. 
Por vingança, Bruno decidiu expulsar Marcelo do apartamento, e mesmo eles tendo um contrato escrito de que o aluguel ainda duraria um ano, Bruno alegou que o valor mensal não estava sendo pago e, portanto, que a obrigação não estava sendo cumprida. Por sorte, Marcelo guardou todos os recibos de pagamento assinados. 
Apresentada a situação acima, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) da teoria da ação e da teoria da exceção para cada parte. Destaque os aspectos argumentativos que justifiquem a manifestação de ser possível (ou não) o litígio judicial em cada uma das ocorrências. 
Case 05
Na tarde desta última quarta feira (08) ocorreu, na avenida Presidente Adalberto, um acidente terrível, o qual envolveu dois carros e deixou um ferido. Um dos envolvidos, o senhor João, alega que a outra envolvida, Maria, avançou o sinal vermelho em alta velocidade, sendo assim a culpada do acidente. 
No entanto, Maria contesta a afirmativa de João, e alega que ele foi o causador do acidente, pois estava utilizando o celular enquanto dirigia, o que fez com que ele se distraísse e não percebesse que o sinal ainda não estava verde. 
No resultado da perícia, a culpada do acidente foi Maria, mas ela afirma com convicção que o sinal não estava vermelho no momento em que cruzou a avenida. Sendo assim, decidiu entrar em litígio para resolver a situação. 
Dito isso, explique qual(is) o(s) exercício(s), classificação(ões) e a constituição(ões) da teoria da ação e da teoria da exceção para cada parte. Destaque os aspectos argumentativos que justifiquem a manifestação de ser possível (ou não) o litígio judicial.

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