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Resumo Artigo A psicologia face aos novos progressos da genética humana

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A psicologia face aos novos progressos da genética humana
Atualmente, cada vez mais têm-se considerado questões psicológicas como produto (também) da genética, unindo a ciência da psicologia à da biologia, o que se mostra bastante plausível e coerente diante da quantidade de estudos realizados sobre as bases genéticas do comportamento das pessoas. 
Tal pensamento é considerado desde que não se deixe de avaliar questões ambientais como fatores importantes na estruturação do comportamento humano. Desta forma, as pesquisas relativas ao comportamento humano deverão levar em conta diversos fatores (biológicos, culturais ou particularidades psicológicas).
Algumas metodologias e abordagens são utilizadas para o estudo da matéria em questão. A Genética Mendeliana é a que considera as particularidades humanas como se fossem determinadas por somente um par de genes, o que se mostrou insuficiente para explicar a maioria das características comportamentais e psicopatias. A partir desta problemática, a genética quantitativa ganhou força ao considerar as características comportamentais como resultantes de múltiplos componentes genéticos associados a componentes ambientais, bem como as interações entre ambos.
A Biologia Molecular também tem incisiva influência neste tema, vez que auxilia as investigações na área através da tentativa de identificar, no DNA, genes responsáveis por características comportamentais. 
Como exemplo da influência biológica no desenvolvimento das psicopatias, estudos demonstram que existe um risco de 9% de um irmão de esquizofrênico apresentar a patologia, sendo que, nos casos dos gêmeos, o percentual de risco é de 16% em dizigóticos e 48% em monozigóticos. Além disso, pesquisas apontam que o risco de filhos de mães esquizofrênicas apresentarem esquizofrenia quando adotados por outros pais é semelhante ao encontrado para indivíduos criados por pais esquizofrênicos. 
O fator ambiental desencadeador da referida doença é demonstrado no fato da probabilidade de um indivíduo ser esquizofrênico tendo um irmão com a psicopatologia ser maior do que o risco de um filho de pai esquizofrênico ter a doença, embora a porcentagem de genes compartilhados por pai e filho e por irmãos seja a mesma, ou seja, o fato de os irmãos terem sido criados na mesma família é um fator que deve ser considerado. 
Além disso, pode-se observar a influência da interação de ambos os fatores acima (biológico e ambiental) em diversas outras psicopatias, como transtorno unipolar e bipolar, alcoolismo e drogadição, Alzheimer, Síndrome de Briquet, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e autismo. As únicas doenças apontadas como decorrentes apenas ou predominantemente do fator biológico são a de Huntington e a demência caracterizada pela confusão mental e perda progressiva de memória. 
Neste ensejo, faz-se imprescindível a atuação do psicólogo ao intervir para identificar a presença de genes que aumentam a predisposição a determinadas doenças, especialmente considerando que um exame positivo para esses genes não significa que o paciente esteja condenado definitivamente, e mesmo que venha a desenvolver a doença, há a possibilidade de combatê-la, integrando as terapêuticas de ordem física e de ordem psicológica. 
Por isso, há a necessidade de convergência das diferentes ciências, para facilitar sua integração na mesma faixa de entendimento. Tal propriedade é imperiosa para a compreensão da delicada e complexa natureza do comportamento do ser humano, que apresenta uma grande capacidade de modificar o meio à sua maneira, mas que tem demonstrado um ínfimo conhecimento de si através do insuficiente domínio do que se passa em sua subjetividade.

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