Buscar

CONTROLE FEITO PELO JUDICIÁRIO DAS NOMEAÇÕES PARA CARGOS DE CONFIANÇA DO PODER EXECUTIVO

Prévia do material em texto

CONTROLE FEITO PELO JUDICIÁRIO DAS NOMEAÇÕES PARA CARGOS 
DE CONFIANÇA DO PODER EXECUTIVO 
 
 
Referência: Alexandre de Moraes suspende nomeação de Ramagem para chefia 
da PF, autoras: Luiza Calegari e Fernanda Valente. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2020-abr-29/alexandre-suspende-nomeacao-
ramagem-chefia-pf Acesso em: 12/05/2020 
 
Nesta resenha será abordado sobre o controle que o poder judiciário fez na 
nomeação do Ramagem para ocupar um cargo de confiança, que seria de chefe 
da Policia Federal, o qual discutiremos sobre os princípios e o desvio de função 
que foi alegado pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal e também o tipo de 
ato realizado pelo presidente da república. 
 
O Ministro Alexandre de Moraes ao julgar o Mandado de Segurança coletivo 
mencionou em sua decisão que a ocupação do cargo por Ramagem teria uma 
finalidade diversa ao que na realidade deveria ser, configurando o desvio de 
finalidade de sua nomeação. O Ministro ainda alegou a inobservância de alguns 
princípios, sendo eles: o da legalidade (que diz que as administrações públicas 
têm uma vasta liberdade para fazerem o que desejarem, porém não deve ser um 
ato, comportamento ou atividade proibida em lei), o da moralidade (o qual é 
relacionado com as decisões legais que os agentes da administração pública 
tomam e que devem estar acompanhadas pela honestidade), o da 
impessoalidade (que faz com que o administrador público só deva praticar atos 
em seus fins legais), além do princípio do interesse público (que é aquele que 
resulta da busca da sociedade pelos seu interesses e é regulamentado na lei nº 
9784/99). 
 
Apesar de tudo isso, o magistrado afirmou que não é matéria do poder judiciário 
moldar a administração pública subjetivamente, mas consagrou que seu dever 
neste caso está de acordo com a ordem constitucional para impedir os atos 
incompatíveis, inclusive no que concerne às nomeações para cargos públicos, 
as quais devem observar os princípios acima supracitado, conforme o art. 37, I 
da CRFB. 
 
Vale ressaltar que a nomeação para um cargo de confiança trata-se de uma 
competência privativa do presidente da república, conforme pode-se encontrar 
expressamente no art. 84, I da CRFB. Porém, apesar do Ramagem cumprir 
todos os requisitos básicos para sua nomeação, o ato do excelentíssimo Jair 
Bolsonaro tratou-se de um ato discricionário, pois apesar da sua liberdade em 
nomear quem for do seu interesse, o mesmo deveria ter observado antes os 
princípios constitucionais e não ter a intenção de desviar o Ramagem de sua real 
função, já que não existe nenhum poder absoluto e nem ilimitado. Apesar disso, 
o Presidente da República não cometeu nepotismo, afinal o mesmo não indicou 
nenhum familiar seu para ocupar esse cargo de confiança. 
 
Deste modo, podemos dizer que no Brasil tal fato já ocorreu em 2016 e 2018, e, 
que o STF tomou a decisão de suspender tais nomeações de forma correta, 
apesar de não estar explicito dentro do âmbito jurídico, porém é dever do poder 
judiciário pode impedir o executivo de cometer atos que estejam em desacordo 
com os princípios constitucionais. 
 
 
Bibliografia: 
1. https://www.brasildefato.com.br/2020/04/29/alexandre-de-moraes-
revoga-nomeacao-de-ramagem-para-diretor-da-policia-federal 
2. https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/sem-precedentes/sem-
precedentes-ha-base-juridica-na-suspensao-da-nomeacao-de-ramagem-para-
a-pf-30042020 
3. https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/os-
principios-da-administracao-publica-no-sistema-juridico-brasileiro/

Continue navegando