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66 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTO EMPRESARIAL

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Prévia do material em texto

Administração Financeira e Orçamento 
Empresarial 
 
 
 
 
PAULO DIAS RAPOSO FILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E 
ORÇAMENTO EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
Universidade de Taubaté 
2014 
 
 
 
 
Copyright©2014.Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof.Dr. Marcos Roberto Furlan 
Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva 
Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade 
Pró-reitora de Graduação Profa.Dra.Ana Júlia Urias dos Santos Araújo 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico 
Diagramação 
Autor 
 Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Me.Benedito Fulvio Manfredini 
Prof. Me. José de Oliveira Filho 
Prof. Me. Paulo Dias Raposo Filho 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12)3625-4280 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R219a Raposo Filho, Paulo Dias 
Administração financeira e orçamento empresarial / Paulo Dias Raposo 
Filho. Taubaté: UNITAU, 2011. 
106p. : il. 
 
 
ISBN 978-85-62326-76-9 
 
 Bibliografia 
 
1. Administração financeira. 2. Orçamento empresarial. 3. Decisões 
operacionais. 4. Ética nas organizações. 5. Responsabilidade social. I. 
Universidade de Taubaté. II. Título. 
 
 v 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar 
certo, carece de relações saudáveis, tanto de 
ordem afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais 
diversificadas atividades humanas. Afinal, a 
obtenção de conhecimentos é o nosso 
diferencial de conquista frente a universo tão 
competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a 
orientações de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
vi 
 
 vii 
Apresentação 
 
Prezado Aluno, 
A área de administração e planejamento financeiro vem ganhando cada vez mais 
atenção por parte da administração geral, uma vez que, dentro de um cenário 
extremamente volátil, as definições têm de ser tomadas em tempo hábil e muitas são as 
opções a serem analisadas para uma condução mais eficaz dos recursos disponíveis. Um 
dos principais bordões da área financeira diz respeito à necessidade de as empresas 
tomarem decisões, de anteverem um provável futuro, pois, sem a necessidade de tomada 
de decisão, não haveria razão para a existência da administração financeira. 
 
Todos os processos de gestão de uma empresa acabam consumindo recursos, que, 
financeiramente, devem ser mensurados para uma definição adequada da escolha da 
política de negócios na sua operacionalização. Independentemente do porte da empresa, 
as áreas e os processos necessitam de análises financeiras para definir a relação de 
custo-benefício da escolhida. Essa escolha implica termos financeiros que foram 
rejeitados em outras tantas ações, daí a necessidade de se formalizar de forma adequada 
a relação de risco e o retorno das decisões a serem tomadas. 
 
O presente livro-texto irá abordar as principais práticas e ferramentas relacionadas à 
gestão, ao planejamento e à execução financeira e orçamentária, fornecendo aos leitores 
um valioso subsídio à interpretação e definição de políticas a serem observadas na 
condução dos negócios, valendo-se do uso de uma linguagem simples e objetiva dos 
principais processos que consumam recursos financeiros. 
Paulo Dias Raposo Filho 
 
 
viii 
 
 ix 
Sobre o autor 
 
 
PAULO DIAS RAPOSO FILHO é mestre em Ciências Contábeis pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo e bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade 
de Taubaté. Atualmente, é professor do Programa de MBA da Universidade de Taubaté e 
há mais de quinze anos é professor da Universidade de Taubaté lecionando nos cursos de 
Administração de Empresas, Contabilidade e Economia. Atua na área financeira contábil 
há mais de vinte anos, tendo trabalhado em grandes companhias, como a Ernst Young 
Auditoria, Cervejarias Kaiser, Fuji Film do Brasil, entre outras. Foi diretor financeiro do 
Hospital Universitário de Taubaté e atua como consultor de empresas nas áreas de 
controladoria, planejamento, finanças, contabilidade e custos. 
E-mail: pdrf@uol.com.br 
 
 
x 
 
 xi 
Caros(as) alunos(as), 
Caros(as) alunos(as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta 
com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande 
experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, 
ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais 
preparada especificamente para este fim, e porconteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
xii 
 
 
 xiii 
Sumário 
 
 
Palavra do Reitor ............................................................................................................ v 
Apresentação ................................................................................................................. vii 
Sobre o autor .................................................................................................................. ix 
Caros(as) alunos(as) ...................................................................................................... xi 
Ementa ............................................................................................................................. 1 
Objetivos .......................................................................................................................... 2 
Introdução ....................................................................................................................... 3 
Unidade 1. O ambiente e as expectativas de ação da administração financeira ....... 5 
1.1 Conceitos e papel da administração financeira........................................................... 6 
1.2 O administrador financeiro ......................................................................................... 8 
1.2.1 Competências financeiras empresariais ................................................................... 9 
1.3 Mercados .................................................................................................................. 10 
1.4 Sistema financeiro nacional ...................................................................................... 11 
1.5 Rentabilidade e liquidez ........................................................................................... 17 
1.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 19 
1.7 Para saber mais ......................................................................................................... 20 
1.8 Atividades ................................................................................................................ 21 
Unidade 2. Decisões operacionais (planejamento, análise e controle) ..................... 23 
2.1 Fluxo operacional ..................................................................................................... 23 
2.2 Ciclos operacionais e financeiros ............................................................................. 27 
2.3 Capital de giro .......................................................................................................... 29 
2.4 Análise de índices financeiros .................................................................................. 30 
2.5 O processo de planejamento financeiro .................................................................... 33 
2.5.1 Planos Financeiros de Longo Prazo....................................................................... 33 
2.5.2 Planos financeiros de médio e curto prazo ............................................................ 34 
2.6 Administração de caixa ............................................................................................ 34 
2.6.1 Estratégias de caixa ............................................................................................... 35 
2.6.2 Saldo mínimo de caixa .......................................................................................... 35 
2.6.3 Modelo financeiro de projeção de necessidades de caixa ..................................... 36 
 
xiv 
2.6.4 Fontes de caixa ...................................................................................................... 42 
2.7 Administração de clientes – contas a receber ........................................................... 43 
2.7.1 Concessão de crédito ............................................................................................. 44 
2.7.2 Flexibilização do crédito ....................................................................................... 45 
2.7.3 Ponderação como avaliação na concessão do crédito ........................................... 48 
2.8 Administração de estoques ....................................................................................... 49 
2.8.1 Principais classificações dos estoques ................................................................... 50 
2.8.2 Custos dos estoques ............................................................................................... 50 
2.8.3 Sistemas de administração de estoques ................................................................. 51 
2.8.4 Controles financeiros sobre os estoques ................................................................ 55 
2.9 Administração de passivos ....................................................................................... 56 
2.9.1 Passivos espontâneos ............................................................................................. 57 
2.9.2 Financiamentos sem garantias ............................................................................... 58 
2.9.3 Financiamentos com garantias .............................................................................. 58 
2.9.4 Financiamentos com empresas do mesmo grupo – conglomerado ....................... 59 
2.10 Instrumentos financeiros......................................................................................... 59 
2.10.1 Conceitos e definições ......................................................................................... 60 
2.10.2 Alguns tipos de derivativos ................................................................................. 64 
2.11 Para saber mais ....................................................................................................... 68 
2.12 Atividades ............................................................................................................... 68 
Unidade 3. Decisões de investimento e financiamento .............................................. 71 
3.1 Incerteza, risco e retorno .......................................................................................... 71 
3.2 Payback ..................................................................................................................... 73 
3.3 Valor presente líquido .............................................................................................. 74 
3.3.1 Payback descontado ............................................................................................... 76 
3.3.2 Taxa Interna de Retorno – TIR .............................................................................. 77 
3.3.3 Taxa Interna de Retorno Modificada – TIR-m ...................................................... 78 
3.3.4 Financiamentos ou captação de recursos ...............................................................80 
3.4 Para saber mais ......................................................................................................... 81 
3.5 Atividades ................................................................................................................. 81 
Unidade 4. Orçamento empresarial ............................................................................ 83 
4.1 Planejamento e orçamento – aspectos gerais ............................................................ 83 
 
 xv 
4.2 Conceitos de orçamentos .......................................................................................... 87 
4.3 Orçamento operacional ............................................................................................. 89 
4.3.1 Orçamento de vendas............................................................................................. 90 
4.4 Orçamento de produção ............................................................................................ 91 
4.5 Orçamento de materiais e estoques .......................................................................... 92 
4.6 Orçamento de mão de obra direta ............................................................................. 93 
4.7 Orçamento de custos indiretos de fabricação ........................................................... 94 
4.8 Orçamento de despesas administrativas e comerciais .............................................. 95 
4.9 Para saber mais ......................................................................................................... 96 
4.10 Atividades .............................................................................................................. 96 
Referências ................................................................................................................... 103 
Referências complementares ........................................................................................ 105 
 
 
 
xvi 
 
 
 
 
11 
 
Administração 
Financeira e 
Orçamento 
Empresarial 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EMENTA 
 
 
 Funções da administração financeira. 
 Mercado financeiro: estrutura e funcionamento. 
 Fluxos financeiros. Rentabilidade e liquidez. 
 Fluxo de caixa operacional. 
 Fluxos de investimentos e financiamentos. 
 Orçamento empresarial. 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
 
 
22 
 
Objetivo Geral 
Fornecer aos alunos um embasamento teórico e prático das principais técnicas 
utilizadas na área de finanças e orçamentos, imprescindíveis ao processo 
empresarial de tomada de decisões. 
Objetivos 
Objetivos Específicos 
 Alcançar a compreensão da organização empresarial e do contexto 
financeiro externo, por meio da aplicação das funções financeiras. 
Utilização das principais técnicas e ferramentas para gestão financeira; 
 Compreender as principais correlações e avanços verificados na 
administração financeira aplicáveis às características das empresas, face 
ao ambiente competitivo em que estão inseridas; 
 Analisar os processos decisórios relacionados à captação e aplicação de 
recursos no contexto do mercado financeiro brasileiro e internacional, 
particularmente no concernente à mensuração do risco que interfere nas 
taxas de juros utilizadas na avaliação de ativos e passivos financeiros; 
 Elaborar e entender os processos de planejamento, enfatizando ainda a 
importância de se planejar, controlar e monitorar a gestão empresarial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Introdução 
 
A importância da gestão financeira das empresas é tema central a ser desenvolvido neste 
livro-texto. Sempre as empresas sofreram os mais diferentes tipos de pressão para gerir 
seus recursos, porém diversos fatores permitiam que as empresas não se preocupassem 
com a gestão financeira, pois era fácil repassar para os preços finais ineficiências de 
gestão. 
Atualmente, é vital para as empresas procederem a análises tempestivas de avaliação 
financeira antes de tomarem decisões. Os recursos sempre serão escassos e, ao serem 
investidos em qual projeto, de uma maneira ou de outra, sacrificam outras tantas opções 
que poderiam ser escolhidas. Daí a necessidade de avaliarmos o custo financeiro de 
nossas decisões. 
Neste livro-texto, veremos ao longo de quatro unidades como funcionam as principais 
terminologias e quais são as principais. Também abordaremos conceitos e práticas que a 
administração financeira utiliza para municiar aos gestores uma melhor compreensão 
das variáveis que devem merecer atenção no processo de avaliação, de tomadas de 
decisão e de monitoramento das ocorrências reais em ralação ao que foi projetado. 
Na primeira Unidade, estudaremos a estrutura em que normalmente se dá a 
administração financeira, o papel do administrador financeiro, os principais agentes que 
participam e regulam o funcionamento dos mercados. 
Na segunda Unidade, estudaremos como administrar as variáveis que determinam o 
fluxo operacional de uma empresa, a partir dos três principais processos que 
impulsionam o ciclo operacional e financeiro: processo de compras, processo de 
estocagem e processo de vendas. 
Na terceira Unidade, o enfoque será dado aos fluxos de investimento e financiamento 
das operações, à necessidade de projeto das principais variáveis dos negócios, as suas 
projeções de resultado e de caixa e à comparabilidade dos projetos, a partir da 
determinação de uma taxa mínima de atratividade ou custo de oportunidade. 
 
 
44 
 
Na quarta Unidade, dar-se-á atenção ao processo de planejamento e orçamento das 
operações, utilizando-se da ferramenta do orçamento empresarial para a simulação e 
análise de políticas a serem implantadas, o ordenamento e a parametrização de variáveis 
de desempenho a serem monitorados, o controle e a gestão das operações reais com os 
cenários que foram projetados, o aproveitamento de oportunidades e a minimização de 
riscos. 
 
 
55 
 
Unidade 1 
Unidade 1 . O ambiente e as expectativas de ação da 
administração financeira 
 
 
 
A administração financeira destaca-se nas funções de 
gestão e controle pela necessidade que as empresas 
têm de gerenciar os recursos disponíveis. As práticas 
e ferramentas são destacadas para que se possam 
desenvolver projeções que melhor representem as 
relações de custo- beneficio e risco-retorno dos 
investimentos. 
A análise e mensuração financeira acabam por ser 
um dos parâmetros mais objetivos de se validar a 
viabilidade de um projeto, empreendimento, produto, 
etc., e para melhor se abastecer de informações a 
área financeira. Seus profissionais necessitam de 
uma visão abrangente do ambiente em que estão inseridas, bem como do contexto 
financeiro operacional do mercado. 
Esta Unidade explorará os principais requisitos na formação dos administradores 
financeiros, bem como fará uma abertura sob o ambiente em que as decisões ocorrem e 
os principais agentes que atuam no mercado financeiro. 
 
 
Figura 1.1 – Ambiente financeiro 
Fonte:<http://www.google.com.br/imag
es?um=1&hl=pt-BR&client=firefox-
a&rls=org.mozilla%3Apt-
BR%3Aofficial&channel=s&biw=1440
&bih=707&tbm=isch&sa=1&q=>. 
Acesso em 13 abr. 2011 
 
 
 
66 
 
1.1 Conceitos e papel da administração financeira 
A arte de administrar financeiramente remonta às sociedades mais antigas, quando, 
ainda, de forma rudimentar, havia troca ou escambo de produtos e serviços, sendo que o 
peso das transferências nem sempre transpareciam os adequados valores transacionados. 
Os estudos e a publicação do frade franciscano Luca Pacciolli, considerado o pai da 
Contabilidade como a conhecemos, correspondem a um marco na história das finanças 
Por volta de 1 500 d.C., ele desenvolveu o método das partidas dobradas, no qual os 
principais pontos abordados diziam respeito à necessidadede fornecer aos proprietários 
do capital informações sobre seus ativos e suas exigibilidades. 
Nessa época, não se tinha como objetivo a continuidade dos empreendimentos, uma vez 
que cada investimento era encerrado no final de seu ciclo quando se apurava o resultado 
econômico. Em decorrência, não havia necessidade de depreciações, provisões, 
deferimentos, apuração de encargos ou reconhecimento de juros etc. 
A administração financeira moderna obteve significativa ascensão depois da grande 
depressão americana dos anos 1929/30, quando as empresas passaram a se monitorar 
com maior ênfase e a discutir as melhores opções a serem escolhidas entre diversas 
oportunidades que surgiam. 
Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos foram transformando a teoria da 
administração financeira em uma ciência independente. A dissociação total está ligada 
aos estudos de Modigliani e Miller, aos quais se convencionou chamar Moderna Teoria 
de Finanças. Por fim, os estudos de risco que se desenvolveram a partir da Teoria do 
Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe, permitiram fechar o 
esboço no qual trafega a moderna administração financeira. 
Assaf e Lima (2010) destaca que a Administração Financeira é a ciência cuja finalidade 
é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A 
empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus 
investimentos. 
 
 
77 
 
O que observamos é que a Administração Financeira vale-se de outras ciências e, às 
vezes, confunde-se com outras com o intuito de melhor se municiar de informações para 
sua gestão. Dentre outras, destacamos as seguintes: 
Contabilidade: é a ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados históricos. 
Nas empresas, funciona como o grande banco de dados históricos, no qual todas as 
informações que geram dados financeiros acabam sendo registradas, fornecendo uma 
valiosa fonte de informações sobre dados ocorridos na empresa; 
• Matemática Financeira e Estatística: é a ciência que situa os números das 
finanças no tempo e facilita seu entendimento. Por meio dela, podem-se 
evidenciar, de diversas maneiras, os dados históricos registrados na 
contabilidade. Os dados podem ser simulados e manipulados, a fim de se 
obter melhores projeções e, consequentemente, melhores informações na 
tomada de decisão; 
• Economia e Direito: são ciências que ensinam como a empresa deve se 
colocar dentro das variáveis econômicas e legais, bem como se projetar 
nesses cenários. As empresas não são ilhas isoladas do mundo. Diversas 
variáveis podem ser monitoradas a fim de melhor se sensibilizar e tomar 
melhores decisões ou, ainda, se antever situações, a fim minimizar riscos e 
ameaças, e aproveitar oportunidades; 
• Tecnologia da Informação: trata-se de uma ciência mais recente, mas de 
grande utilidade para o administrador financeiro, devido a sua rapidez, seu 
monitoramento e sua confiabilidade no ordenamento de dados e na 
elaboração de relatórios; 
• Marketing: é a ciência que analisa o mercado em que a empresa está 
inserida. Os eventos projetados para a continuidade e sustentabilidade da 
empresa necessitam ser constantemente revisados sob a ótica de viabilidade 
mercadológica, o que implica termos informações do ambiente em que a 
empresa ira desenvolver-se; 
• Ética: é a ciência que estuda o modo de viver humano, com vistas tanto para 
o comportamento individual quanto para o coletivo. O administrador 
financeiro no exercício de suas atividades profissionais, tanto em 
organizações da administração pública como nas da iniciativa privada, 
necessita zelar pelas boas práticas, manter uma conduta e uma postura 
condizentes, participando da formulação, da implantação e da gestão das 
estratégias e políticas necessárias à realização dos objetivos institucionais. 
 
 
88 
 
1.2 O administrador financeiro 
A administração financeira tem de ser guiada independente e segregada dos recursos 
dos agentes financiadores (capital próprio ou de terceiros); para tanto, faz-se necessário 
que processos e ferramentas sejam implantados de forma ordenada para que os analistas 
e gestores se posicionem para tomar as decisões do seu funcionamento. Essas decisões 
podem ser divididas: operacionais, de investimento e de financiamento. 
As decisões operacionais envolvem a administração rotineira das operações da empresa 
e consistem em visualizar no futuro as consequências financeiras dos atos presentes, 
escolher as políticas a serem adotadas e analisar os resultados apresentados por meio do 
controle e da avaliação da performance. 
Trata-se da gestão do capital de giro da empresa, da preocupação com o 
desenvolvimento equilibrado das principais operações, da administração mais eficiente, 
dos ativos e passivos correntes e dos processos de contas a receber, contas a pagar e 
estocagem. 
As decisões de investimento existem em função das decisões político-administrativas 
da empresa e delimitam o montante de recursos a serem aplicados em decorrência 
daquelas decisões. Como veremos mais adiante, a oportunidade de se decidir por 
determinados investimentos está condicionada a uma série de análises de cenários e ao 
que se espera do mínimo desempenho dos empreendimentos. 
As decisões de financiamento compreendem a validação da forma mais adequada de 
mobilização de recursos, procurando o menor custo para viabilização das decisões de 
investimento. Aqui cabe a análise dos fatores de risco e a remuneração do capital 
próprio e de terceiros, bem como os prazos envolvidos e o fluxo de caixa projetado. 
Para executar essas funções, o administrador financeiro deve se valer de vários 
conhecimentos, tais como: cenários envolvidos, análise financeira, formação de custos, 
expectativas dos financiadores, administração da liquidez e política de preços. 
 
 
99 
 
1.2.1 Competências financeiras empresariais 
A complexidade dos controles requeridos e dos sistemas operacionais utilizados pelas 
empresas é que determina o quanto é necessário investir em termos de pessoas e 
controles informatizados necessários para atender às rotinas financeiras. Em empresas 
de menor porte, os sócios incumbem-se de muitas dessas competências e a 
contabilidade, geralmente, é terceirizada. Nas grandes empresas, as competências se 
subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma a seguir: 
 
As atribuições do administrador financeiro, tanto dentro das competências de tesouraria 
quanto das de controladoria, devem atender às atividades financeiras da empresa, entre 
as quais se destacam: 
 planejamento financeiro: a partir dos demonstrativos contábeis, projetam-se 
cenários e simulação de dados, elabora-se orçamentos para decisão e provação e, 
posteriormente, acompanhamento. Por meio dele, o administrador financeiro terá 
em mãos ferramentas para orientar financeiramente a empresa; 
 análise e controle financeiro: analisa os relatórios contábeis e gerenciais e 
denuncia possíveis desvios de roteiro, que devem ser corrigidos nas proporções e 
tempo requeridos; 
 administração de ativos: administra os ativos tangíveis e intangíveis que são 
uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a 
depreciação, o risco, o retorno devem ser questionados como forma de manter a 
melhor produtividade e os menores custos. Outra preocupação importantíssima 
diz respeito a sua exposição a variáveis e riscos não suportáveis pela empresa; 
 administração de passivos: os financiamentos a longo e curto prazo devem ser 
pesquisados para se evitar custos desnecessários. O equilíbrio do Balanço 
 
Figura 1.2 – Organograma típico 
Fonte: elaborado pelo autor 
 
Presidência 
Comercial Produção Administração Financeiro 
Tesouraria Controller 
 
 
1100 
 
Patrimonial deve ser sempre perseguido. Aqui também reside a preocupação com 
a sua exposição a variáveis e riscos não suportáveispela empresa; 
 reportings e prestação de contas: dizem respeito às informações que serão 
disponibilizadas pela empresa, tanto em nível interno como externo, atentando 
para prazos, formatos, moedas etc; 
 atendimento a órgãos reguladores: diz respeito ao atendimento a terceiros que 
por ventura venham a se utilizar das informações processadas, tais como 
auditorias, fiscalizações governamentais, órgãos de classe etc. 
 
1.3 Mercados 
A Administração Financeira está inclusa em 
complexos mecanismos de funcionamento que se 
denominam mercados. Os mercados estão 
distribuídos da seguinte maneira: 
 mercado monetário: é o mercado de 
curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-
se pelas políticas de controle da oferta 
da moeda e das taxas de juros que 
garantem sua liquidez. Quem executa e 
controla essas políticas é o Banco Central, praticando a chamada política 
monetária; 
 mercado de crédito: é o mercado que tem como objetivo suprir as 
necessidades de recursos da economia por meio dos agentes econômicos 
entre os quais se destacam os bancos comerciais e múltiplos. O Banco 
Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, 
normatização e fiscalização desse mercado; 
 mercado de capitais: é um mercado predominantemente de longo prazo. 
Seu principal ambiente é a bolsa de valores. Divide-se em primário, quando 
as operações são realizadas ali pela primeira vez, e secundário, quando são 
realizadas nas demais oportunidades. As operações também podem ser 
realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados 
ao giro ou ao permanente das empresas; 
 mercado cambial: é o mercado que envolve a contrapartida do mercado 
internacional. Inclui agentes econômicos variados, como importadores, 
exportadores, investidores e instituições financeiras. O Banco Central do 
 
Figura 1.3 – Mercado financeiro 
Fonte: <http://www.google.com.br/imgres?i
mgurl=http://www.assessoriafinanceira.com/
images/pneusremold/internet-
gestor_financeiro.jpg&imgrefurl=http>. 
Acesso em 13 abr. 2011 
 
 
1111 
 
Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das 
operações de câmbio e da taxa de câmbio, atuando por meio de sua política 
cambial. 
 
1.4 Sistema financeiro nacional 
O sistema financeiro nacional é um conjunto de instituições que se organizam para 
disciplinar e entender as entidades participantes, promovendo o mercado financeiro, 
propiciando condições favoráveis ao fluxo de recursos entre investidores e poupadores, 
sendo os principais agentes identificados: 
1- Sistema normativo 
 Conselho Monetário Nacional (CMN): é o órgão superior do sistema financeiro 
nacional. Foi criado pela Lei 4 595, de 31 de dezembro de 1964, e sofreu algumas 
alterações em sua composição ao longo dos anos. O CMN tem a responsabilidade 
de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda 
e o desenvolvimento econômico e social do país. Sua composição atual é: 
 Ministro da Fazenda, como presidente do conselho; 
 Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; 
 Presidente do Banco Central do Brasil; 
 Banco Central (BACEN): é o principal órgão executivo do CMN, funcionando 
como secretaria executiva. Compete ao BC organizar e assessorar as sessões 
deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte durante as reuniões, elaborar as 
atas e manter seu arquivo histórico); 
 Comissão de Valores Mobiliários: constitui no colegiado que define políticas e 
estabelece práticas a serem implantadas e desenvolvidas no mercado de capitais. 
Suas principais funções são: 
 
 
1122 
 
 assegurar o funcionamento eficiente e regular os mercados de bolsa e de 
balcão; 
 proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e 
atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias 
ou de administradores de carteira de valores mobiliários; 
 evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar 
condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários 
negociados no mercado; 
 assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários 
negociados e as companhias que os tenham emitido; 
 assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de 
valores mobiliários; 
 estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários; 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): é o órgão responsável pelo 
controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, 
capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda criada 
pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o 
Sistema Nacional de Seguros Privados, as sociedades autorizadas a operar em 
seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os 
corretores habilitados; 
 Banco do Brasil: até janeiro de 1986, assemelhava-se a uma autoridade 
monetária mediante ajustamentos da conta movimento do Banco Central 
(BACEN) e do Tesouro Nacional. Hoje, atua como um banco comercial comum, 
embora seja o responsável pela compensação de cheques, o que consiste no acerto 
de contas entre os bancos, acerto este referente aos cheques depositados em 
estabelecimentos diferentes dos sacados. A Centralizadora de Compensação de 
Cheques (Compe) é regulamentada pelo Banco Central do Brasil e dela 
 
 
1133 
 
participam todos os bancos com carteira comercial e caixas econômicas existentes 
no Brasil. A Compe (e o respectivo processamento de dados) presta serviços ou 
atividades essenciais (Lei 7.783, de 28/06/1989), tendo o Banco do Brasil como 
executante da compensação, fornecendo o espaço físico e o apoio logístico 
necessários ao seu funcionamento, seja para a troca física de documentos, nas 
situações em que isso ocorre, seja para a compensação eletrônica de todas as 
obrigações (Lei 4.595, de 31/12/1964); 
 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): foi 
fundado em 1952. Trata-se de uma empresa pública federal. Hoje é o principal 
instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos 
em todos os segmentos da economia, numa política que inclui as dimensões 
social, regional e ambiental. A principal incumbência é a de fomentar, por meio 
de financiamentos, projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e 
exportação de bens e serviços. Além disso, atua no fortalecimento da estrutura de 
capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a 
projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico. 
Alem disso, o BNDES também é responsável pela política de investimentos de 
longo prazo do governo e pela gestão do processo de privatização; 
 Caixa Econômica Federal (CEF): fundada em 1861, é o principal agente das 
políticas públicas do governo federal. Atua como um banco comercial, atendendo 
não só os seus clientes bancários como também todos os trabalhadores formais do 
Brasil, nos casos de pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; benefícios de 
programas sociais; apostas das loterias. Além disso, é a principal via de acesso ao 
crédito dos setores de habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação de 
serviços; 
2- Sistema de intermediação 
Os principais agentes de intermediação das operações financeiras entre as empresas e os 
órgãos que compõem o sistema normativo são: 
 
 
1144 
 
 Bancos comerciais e múltiplos: são intermediários (agentes) financeiros que 
transferem recursos por meio da captação e do financiamento de recursos, 
mecanismo esse que acaba criando moeda por meio do efeito multiplicador. Têm 
como principais operações os recebimentos de depósitos à vista em contas de 
movimento, empréstimos, curto e médio prazo, comércio, indústria, empresas 
prestadoras de serviços e pessoas físicas, além de prestarem serviços de cobrança 
bancáriamediante o pagamento de comissões e taxas de transferência de fundos 
de uma praça para outra. São constituídos como sociedade anônima e consta na 
sua denominação social o termo "banco"; 
 Bancos de desenvolvimento: o principal agente é o já citado BNDES, dentro do 
âmbito do governo federal. Destacam-se ainda os bancos regionais de 
desenvolvimento, como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o 
Banco da Amazônia (BASA) e o Banco Regional de Desenvolvimento do 
Extremo Sul (BRDES), conforme Resolução 394/1976 do Conselho Monetário 
Nacional; 
 Bancos de investimento: captam recursos por meio de emissão de CDB e RDB. 
Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos na 
aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures, 
utilizando-se, para isso, de capital (recursos) de terceiros. Os bancos de 
investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm 
limites para investimentos no setor estatal, conforme Resolução n. 2.624/99 do 
Conselho Monetário Nacional (para saber mais sobre essa resolução, consulte o 
site http://www.bcb.gov.br); 
 Sociedades de crédito financiamento e investimentos: conhecidas como 
“financeiras”, são instituições privadas constituídas em forma de sociedade 
anônima, com o objetivo de realizar financiamentos para aquisição de bens e 
serviços e para capital de giro. São as populares empresas de "crediários", que 
oferecem recursos para a compra de bens de consumo durável ou para crédito 
direto ao consumidor. As financeiras obtêm os recursos por meio da emissão de 
letras de câmbio no nome da pessoa física ou jurídica que adquire o crediário. É 
 
 
1155 
 
preciso o aceite da financeira na letra emitida para o repasse ao contratante. Para 
estreitar a relação e facilitar o acesso ao crediário pelo consumidor final, o lojista 
e as financeiras podem criar as promotoras de venda em seus estabelecimentos. 
São sociedades civis com poderes especiais, com a possibilidade de sacar letras de 
câmbio na qualidade de procuradores dos financiamentos e como garantia dos 
contratos intermediados; 
 Sociedades de arrendamento mercantil: trabalham com operações denominadas 
“leasing”, que nada mais é que um contrato de arrendamento mercantil. As partes 
desse contrato são denominadas arrendador e arrendatário: de um lado um banco 
ou sociedade de arrendamento mercantil e do outro o cliente. O objeto do contrato 
é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário. O 
arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto, 
durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato de arrendamento 
mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de 
propriedade do arrendador, diferentemente de um contrato de financiamento, 
quando o bem, objeto da operação, já é de propriedade do comprador; 
 Cooperativas de crédito: equiparam-se às instituições financeiras. São 
sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, 
não sujeita à falência, constituída para prestar serviços aos associados. Sem 
finalidade lucrativa, prestam serviços financeiros e de crédito aos seus associados. 
Para saber mais, acesse o site indicado, e obtenha maiores informações sobre as 
exigências e os procedimentos de funcionamento das cooperativas, veja as 
Resoluções nº 3.106, de 25/06/2003; 3.140, de 27/11/2003; Lei nº 5.764, de 
16/12/1971 e Lei nº 4.595, de 31/12/1964 (para saber mais sobre essa resolução, 
acesse http://www.bcb.gov.br/?SFN); 
 Bolsas de valores: são instituições administradoras de mercados. No caso 
brasileiro, a BM&FBOVESPA S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros 
(BM&FBOVESPA) é a principal bolsa de valores, administrando os mercados de 
Bolsa e de Balcão Organizado. A diferença entre esses mercados está nas regras 
de negociação estabelecidas para os ativos registrados em cada um deles. A 
 
 
1166 
 
BM&FBOVESPA também é responsável por administrar o mercado de bolsa de 
derivativos e de futuros. A principal função de uma bolsa de valores é 
proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de 
negócios com valores mobiliários. Somente por meio das corretoras, os 
investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuar suas transações 
de compra e venda desses valores; 
 Sociedades corretoras e distribuidoras: são instituições credenciadas pelas 
Bolsas de Valores que têm licença para operar em seus pregões por conta própria 
e com autorização de seus clientes, por meio de negociações com títulos e valores 
mobiliários; 
 Sociedades de fomento comercial: são conhecidas como “factoring” e operam 
na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor desse crédito (o 
sacador - empresa) a uma instituição compradora (o factor). A instituição fornece 
os recursos ao sacador mediante ao pagamento de um prêmio, que pode ser até um 
deságio sobre o valor de face da transação, por exemplo, uma duplicata ou 
cheque. A operação é semelhante à operação de desconto de duplicatas oferecidas 
pelos bancos comerciais, porém, na maioria das vezes, o valor das despesas pago 
pela empresa é superior, por estarem embutidos os valores de riscos de 
inadimplência dos papéis transacionados; 
 Administradoras de cartão: não são apenas empresas financeiras, são empresas 
prestadoras de serviços que fazem a intermediação entre os portadores de cartão 
junto aos estabelecimentos afiliados às bandeiras (Visa, Mastercard, American 
Express etc) das instituições financeiras; 
 Consórcios: trata-se da união de pessoas físicas ou jurídicas, em grupo fechado, 
para a aquisição de bens. Os participantes de cada grupo fechado, também 
chamados de cotistas, contribuem com parcelas mensais para a formação de uma 
poupança comum. Periodicamente, de acordo com o previsto em contrato, as 
contribuições pagas ao grupo são destinadas a contemplar seus cotistas. Trata-se 
de uma maneira de autofinanciamento dos participantes, sob controle e 
 
 
1177 
 
coordenação de sociedades denominadas administradoras de consórcios, que são 
empresas constituídas, controladas e fiscalizadas pelo Banco Central. A 
constituição e o funcionamento de grupos de consórcio são regulamentados pela 
Circular nº 3.432/09 e pela Circular nº 3.433/09, que dispõem sobre a concessão 
de autorizações, a aprovação de nomes para o exercício de cargos nas 
administradoras de consórcio e a instrução dos respectivos processos; 
 Entidades abertas ou fechadas de previdência complementar: são instituições 
constituídas para garantir a determinado grupo de contribuintes uma 
aposentadoria complementar. Embora integre o Sistema Financeiro Nacional, não 
são consideradas instituições financeiras, razão pela qual não são auditadas pelo 
Banco Central do Brasil que apenas regula a aplicação das reservas técnicas, cujas 
normas são expedidas pelo CMN. As Entidades Abertas de Previdência Privada 
são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por 
objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, 
concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a 
quaisquer pessoas físicas. São regidas pelo Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 
1966, e pela Lei Complementar 109, de 29 de maio de 2001. Ao contrário das 
entidades abertas, as entidades fechadas de previdência complementar não têm 
natureza comercial. Quanto à forma jurídica, as entidades fechadas de previdência 
complementar são necessariamente organizadas sob a forma de fundação 
(privada) ou sociedade civil, sem fins lucrativos (LC 109/01, art. 31, § 1º, e 
LC108/01, art. 9º, parágrafo único). 
 
1.5 Rentabilidade e liquidez 
O principal objetivo do administrador financeiro é o aumento da riqueza dos 
proprietários. Para isso, ele pondera as alternativas de investimentoe financiamento, 
planeja e administra, além de analisar demonstrativos e propor soluções. Para alcançar 
seu objetivo, é necessário atentar para dois fatores importantes que afetam as finanças: a 
rentabilidade e a liquidez. 
 
 
1188 
 
Enquanto que, por um lado, a contabilidade faz da apuração do resultado do exercício e, 
conseqüente, da apuração de lucro ou prejuízo via Demonstração do Resultado do 
Exercício, a área financeira faz do Demonstrativo de Fluxo de Caixa o meio de apurar se 
o resultado foi superavitário ou deficitário. 
Metaforicamente, enquanto o banco de dados da contabilidade funciona como uma 
fotografia de vários momentos da empresa, a análise financeira funciona mais como uma 
bola de cristal, onde precisamos prever o melhor futuro a ser seguido, daí a necessidade 
de simularmos cenários operacionais e prováveis consequências. 
Ao contrário do que se pensa, nem sempre uma empresa rentável está livre de um 
processo falimentar. Para ilustrar o que estamos afirmando, transcrevemos o exemplo a 
seguir: 
A empresa Meta S.A. vendia por R$ 20,00, com prazo de 30 dias, o artigo que comprava 
a R$ 15,00, pagando seus custos à vista. Como era nova, não tinha crédito na praça para 
levantar empréstimos ou fundos de qualquer espécie. Em dezembro de determinado ano, 
tinha os seguintes saldos no circulante: 
Caixa R$ 4.500,00 
Estoque R$ 15.000,00 
Contas a receber R$ 20.000,00 
Animada pela margem de contribuição de R$ 5,00 (20,00 – 15,00), em janeiro vendeu 
800 unidades e adquiriu 1 200. Em fevereiro, vendeu 1 200 unidades e comprou 1 500. 
Em março, vendeu 1 500 unidades e fez nova aquisição - de 2 000 unidades. De repente, 
se viu em dificuldades financeiras. Observe em seguida os quadros demonstrativos: 
Evento Caixa Estoques Contas a Receber 
Dez 4.500 12.000 20.000 
Jan Recebimento 20.000 20.000 
Jan Compra 18.000 18.000 
Jan Venda 12.000 16.000 
 
 
1199 
 
Fev Recebimento 16.000 16.000 
Fev Compra 22.500 22.500 
Fev Venda 22.500 30.000 
Mar Recebimento 30.000 30.000 
Mar Compra 30.000 30.000 
Mar Venda 30.000 40.000 
 Subtotal 70.500 70.500 82.500 64.500 106.000 66.000 
 Saldo - Mar 0 18.000 40.000 
 
Evento Vendas Custos Resultado 
Jan Venda 20.000 15.000 5.000 
Fev Venda 25.000 18.750 6.250 
Mar Venda 30.000 22.500 7.500 
 Saldo - Mar 0 75.000 56.250 18.750 
 
Muito embora a empresa esteja operando com níveis de lucratividade (gerando receitas 
com retorno de 25%), o planejamento de prazos inadequados determinou insuficiência de 
caixa, denominada insolvência, pois não mantém recursos (dinheiro) para efetuar novas 
compras de produtos e insumos necessários à manutenção de suas operações. 
 
1.6 Síntese da Unidade 
Nesta Unidade, transcorremos e apresentamos a estrutura operacional em que a 
administração financeira está inserida, as principais competências requeridas aos 
profissionais de finanças e ao ambiente econômico em que a empresa opera, os principais 
agentes financeiros que regulam os mercados. 
O intuito dessa apresentação é proporcionar uma visão mais abrangente da área e dos 
principais agentes e movimentos a serem monitorados. Fica demonstrado o quanto temos 
de monitorar fatores e variáveis externos às operações das empresas, que podem impactar 
de forma significativa a condução dos negócios. 
insolvência 
Lucro 
 
 
2200 
 
Por último, vimos a importância da área financeira na condução das atividades em 
conjunto com as outras áreas, na busca de um fluxo de operações com liquidez, 
desenvolvendo não só a busca de resultados satisfatórios em termos de rentabilidade, mas 
também se aprimorando para manter o “caixa” com resultados superavitários. 
 
1.7 Para saber mais 
 
Livros 
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
BRIGHAM, E. F.; HOUSTON, E. Fundamentos da moderna administração 
financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1996. 
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18. ed. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2010. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson 
Education, 2006. 
GITMAN, L. J.; MADURA, J. Administração financeira: uma abordagem gerencial. 
São Paulo: Pearson Education, 2003. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira: essencial. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman Editora, 2002. 
Sites 
http://www.bcb.gov.br 
http://www.bmfbovespa.com.br 
http://www.cvm.gov.br/ 
http://www.susep.gov.br 
http://www.bb.com.br 
http://www.bndes.gov.br 
http://www.caixa.gov.br 
 
 
2211 
 
1.8 Atividades 
 
1) Releia os tópicos referentes à área financeira e suas competências e resuma, em 
poucas palavras, a principais características a serem observadas pelos administradores 
financeiros na sua formação. 
2) Em relação ao mercado e ao sistema financeiro, dentro das expectativas de 
desenvolvimento na área de atuação, o que deveria ser monitorado de maneira mais 
focada? 
3) Reflita sobre rentabilidade e liquidez e destaque alguns pontos que mereçam 
atenção e acompanhamento por parte da área financeira?Para reforçar o aprendizado, 
responda as questões abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2222 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2233 
 
Unidade 2 
Unidade 2 . Decisões operacionais (planejamento, 
análise e controle) 
 
As decisões operacionais dizem respeito à 
administração financeira do grupo de contas 
contábeis que compreendem o Ativo Circulante e 
o Passivo Circulante, que inclusive recebem esses 
nomes por contemplar os registros contábeis que 
serão realizáveis em até 360 dias. 
O enfoque que será dado recai sobre os processos 
que irão efetivamente operacionalizar uma 
empresa: compras, estocagem e vendas, cuja 
adequada gestão implicará uma melhor 
administração do fluxo de caixa e dos prazos 
médios praticados nesses processos, quando obteremos definições de ciclos 
operacionais e financeiro, bem como a necessidade de caixa e capital de giro. 
 
2.1 Fluxo operacional 
O objetivo da administração financeira de curto prazo é tratar o gerenciamento das 
contas que compõem o capital de giro da empresa, que é apurado pela diferença das 
contas que compõem o ativo circulante da empresa (caixa, aplicações financeiras, 
contas bancárias duplicatas a receber, estoque etc) e os passivos circulantes (duplicatas 
a pagar, contas a pagar, impostos a recolher, empréstimos de curto prazo, provisões e 
contingências etc). 
 
Figura 2.1 – Decisões financeiras 
Fonte:<http://www.google.com.br/search?hl
=pt-BR&rlz=1I7ADFA_pt-
BR&biw=1003&bih=492&site= 
search&tbm=isch&sa=1&q=planejamento&
aq=f&aqi=&aql=&oq=>. 
Acesso em 13 abr. 2011 
 
 
2244 
 
Quando a soma das contas que compõem o ativo circulante supera a soma das contas 
que compõem o passivo circulante, a empresa tem Capital Circulante Líquido (CCL) 
positivo. Caso contrário, passivos circulantes superiores aos ativos circulantes, o Capital 
Circulante Líquido (CCL) é negativo. De uma forma geral, quanto maior for a margem 
com que os ativos circulantes de uma empresa cobrem suas obrigações em curto prazo, 
mais apta ela estará para pagar suas contas nos vencimentos. 
Em ambos os casos, por conta de a equação patrimonial ser equilibrada, a contrapartida 
do saldo apurado demonstra o quanto a empresa está sendo financiada (no caso de CCL 
positiva) ou está aplicando (no caso de CCL negativa) a longo prazo. 
Na condução das análises do fluxo das operações, normalmente os analistas financeiros 
se valem da interpretação das demonstrações financeiras públicas feitas pelas empresas, 
sendo que, dependendo do porte da empresa e das necessidades recorrentes, a análise 
pode determinar maior abrangência ou maior escopo dos trabalhos requeridos. 
A contabilidade passa por um período de intensa modernização diante do processo de 
convergência internacional.No Brasil, a Lei 11.638/07, já está em vigor, e o IFRS - 
International Financial Reporting Standards (padrões de relatórios financeiros 
internacionais) já são praticados na maioria das empresas, pois se trata de um processo 
de padronização mundial das informações contábeis. As empresas, por intermédio de 
seus profissionais contábeis e financeiros, precisam adequar-se rapidamente às 
melhorias provenientes dessa padronização. 
São elementos das demonstrações financeiras elaboradas conforme o IFRS: 
 Balanço patrimonial; 
 Demonstração de resultados; 
 Demonstração dos fluxos de caixa; 
 Demonstração das alterações do patrimônio líquido; 
 Demonstração dos lucros abrangentes; 
 Notas explicativas. 
O reconhecimento dos indicadores financeiros das demonstrações financeiras 
normalmente é um dos primeiros passos a serem observados quando se faz a análise de 
desempenho de uma determinada empresa. 
 
 
2255 
 
A partir das observações preliminares (revisão analítica) coletadas na análise desses 
indicadores, pode-se direcionar os exames a serem efetuados, bem como se evidenciar 
situações que mereçam melhor atenção. 
As tabelas apresentadas a seguir visam a demonstrar e corroborar o entendimento de 
determinados índices-chave da análise do desempenho financeiro de uma empresa: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO 31-12-X1 31-12-X2 VARIAÇÕES 
CIRCULANTE 
Disponível 3.000 8.960 5.960 
Contas a Receber 12.000 19.300 7.300 
Outras Contas a Receber 1.200 1.900 700 
Estoques 28.500 36.000 7.500 
Total do Circulante 44.700 66.160 21.460 
NÃO CIRCULANTE 
Empréstimos a Coligadas 7.800 1.200 -6.600 
Investimento 11.800 15.800 4.000 
Imobilizado 9.100 17.000 7.900 
(-) Depreciação Acumulada -2.400 -3.600 -1.200 
Total do Não Circulante 26.300 30.400 4.100 
TOTAL DO ATIVO 71.000 96.560 25.560 
PASSIVO 31-12-X1 31-12-X2 VARIAÇÕES 
CIRCULANTE 
Fornecedores 7.700 5.900 -1.800 
Contas a Pagar 1.500 2.460 960 
Empréstimos 6.000 9.000 3.000 
Obrigações Fiscais 2.300 7.000 4.700 
Outras Obrigações 7.100 5.740 -1.360 
Total do Circulante 24.600 30.100 5.500 
NÃO CIRCULANTE 
Empréstimos 12.000 6.000 -6.000 
Total do Não Circulante 12.000 6.000 -6.000 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital 21.000 42.300 22.800 
Reserva Legal 5.000 2.550 -2.450 
Reserva p/ Contingências 750 260 -490 
Reserva de Lucros a Realizar 1.050 1.990 940 
Reserva Estatutária 900 1.300 400 
Lucros Acumulados 5.700 12.060 6.360 
Total do Patrimônio Líquido 34.400 60.460 26.060 
TOTAL DO PASSIVO 71.000 96.560 25.560 
 
 
2266 
 
Para os mesmos períodos, foram apurados os seguintes resultados, conforme 
exemplificamos: 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 31-12-X1 31-12-X2 VARIAÇÃO 
RECEITA BRUTA 100.000 114.000 14.000 
(-) Deduções -11.900 -13.600 -1.700 
Receita Líquida 88.100 100.400 12.300 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas -49.800 -52.400 -2.600 
Lucro Operacional Bruto 38.300 48.000 9.700 
(-) Despesas Operacionais -21.377 -28.000 -6.623 
 Comerciais -9.200 -11.500 -2.300 
 Administrativas -11.100 -15.200 -4.100 
 Despesas com Depreciações -1.200 -1.200 0 
 Financeiras -600 -700 -100 
 Resultado de Equivalência Patrimonial 723 600 -123 
Lair 16.923 20.000 3.077 
Provisão IR / Contr. Social -5.923 -7.000 -1.077 
Lucro Líquido 11.000 13.000 2.000 
 
DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Movimentações Capital Reservas de Lucros Lucros 
Acumulados 
Total 
Reserva 
Legal 
Reserva 
de Lucros 
a Realizar 
Reserva 
Estatutária 
Saldo em 31-12-X-1 21.000 5.000 1.800 900 5.700 34.400 
Ajustes de Exercício Anterior 1.500 1.500 
Aumento de Capital I 16.800 -3.100 -900 12.800 
Aumento de Capital II 4.500 4.500 
Reversão de Reservas -1.800 1.800 0 
Lucro Líquido do Exercício 13.000 13.000 
Distribuição Proposta: 
Reserva Legal 5% 650 -650 0 
Reserva Estatutária 10% 1.300 -1.300 0 
Reserva de Lucros a Realizar 1.990 -1.990 0 
Dividendos a distribuir -5.740 -5.740 
Saldo em 31-12-X2 42.300 2.550 1.990 1.300 12.320 60.460 
 
 
 
2277 
 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 31-12-X2 
ATIVIDADES OPERACIONAIS 
Lucro Líquido do Exercício 13.000 
(+) Depreciação 1.200 
(+) Ajuste do Lucro 1.500 
(-) Equivalência Patrimonial -600 
Aumento de Contas a Receber -7.300 
Aumento de Outras Contas a Receber -700 
Aumento de Estoques -7.500 
Redução de Fornecedores -1.800 
Aumento de Contas a Pagar 960 
Aumento de Empréstimos 3.000 
Aumento de Obrigações Fiscais 4.700 
Redução de Outras Obrigações -1.360 
Caixa Gerado nos Negócios 5.100 
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
Aquisição de novos investimentos -3.400 
Aquisição de novo imobilizado -7.900 
Transf. de empréstimos p/ o Passivo Circulante -6.000 
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS -17.300 
Integralização de capital em dinheiro 17.300 
Recebimento de Empréstimos a Coligadas (AC) 6.600 
Distribuição de Dividendos -5.740 
RESULTADO FINAL DO CAIXA 18.160 
AUMENTO LIQUIDO DO SALDO DISPONIVEL 5.960 
Saldo existente em 31-12-X1 3.000 
Saldo existente em 31-12-X2 8.960 
 
2.2 Ciclos operacionais e financeiros 
Pelo que pudemos observar, os recursos financeiros movimentam-se sempre dentro de 
uma determinada sequência e por repetidas vezes, constituindo-se em ciclos (períodos 
que se repetem). 
Graficamente, os ciclos financeiros de uma empresa podem ser assim representados: 
 
 
2288 
 
 
Suponhamos que uma empresa disponha dos seguintes dados de Balanço em reais: 
 Ano X Ano X1 
Estoques 260 320 
Duplicatas a receber 145 255 
Compras 1.800 
Duplicatas a pagar 120 180 
Vendas 3.000 
Calcular: 
 Prazo Médio de Pagamento (PMP) ou giro do Contas a Pagar (GCP); 
 Prazo Médio de Estoques (PME) ou Giro dos Estoques (GE); 
 Prazo Médio de Recebimento (PMR) ou Giro do Contas a Receber (GCR); 
 Ciclo Operacional (CO); 
 Ciclo Financeiro (CF). 
 
Cálculos: 
Prazo Médio de Pagamento Giro do Contas a Pagar 
PMP = (CP- Médio) X Período . 
Compras 
GCP = Compras . 
(CP-Médio) 
PMP = (150) X 360 . 
1.800 
GCP = 1.800 . 
150 
PMP = 30 dias GCP = 12 vezes no ano 
 
Ciclo Financeiro 
PMP PMR 
PME 
Ciclo Operacional 
compra venda Recbto da venda Pgto da compra 
 
 
2299 
 
Prazo Médio dos Estoques Giro dos Estoques 
PME = (Estoques- Médio) X Período . 
Custos das vendas 
GE = Custos das Vendas . 
(Estoques-Médio) 
PME = (290) X 360 . 
1.740 
GE = 1.740 . 
290 
PME = 60 dias GE = 6 vezes no ano 
Custos das Vendas = Estoque Inicial + Compras – Estoques Finais 
Custos das Vendas = 260 + 1.800 – 320 = 1.740 
 
Prazo Médio de Recebimento Giro do Contas a Receber 
PMR = (CR- Médio) X Período . 
Compras 
GCR = Compras . 
(CR-Médio) 
PMR = (200) X 360 . 
3.000 
GCR = 3.000 . 
200 
PMR = 24 dias GCR = 15 vezes no ano 
 
Ciclo Operacional = PME + PMR 
Ciclo Operacional = 60 + 24 = 84 dias 
 
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMP 
Ciclo Financeiro = 84 -30 = 54 dias 
 
2.3 Capital de giro 
O conhecimento do capital de giro é fundamental para o administrador financeiro e para 
os profissionais que atuam na área financeira. Serve como facilitador no entendimento 
das estruturas básicas da análise. 
O principal objetivo da análise de liquidez de uma empresa reside em identificar sua 
capacidade de honrar seus compromissos de curto prazo. 
Muitos especialistas argumentam que as empresas “quebram” por terem problemas de 
liquidez, o que é óbvio, pois, se não houver dificuldade financeira, não há razão para 
 
 
3300 
 
quebrar. O relevante é identificar as causas que levam uma empresa a ter problemas de 
liquidez. 
O problema da dificuldade financeira de alguém decorre de ganhar pouco ou de gastar 
muito ou, ainda, da combinação desses dois fatores. Por isso, entendemos que a situação 
de liquidez de uma empresa é efeita da combinação de diversos fatoresde caráter 
operacional e de decisões estratégicas tomadas pela sua direção. 
 
2.4 Análise de índices financeiros 
Para os autores Weston e Brigham (2000, p. 50), “as demonstrações financeiras 
divulgam tanto a posição de uma empresa em um ponto do tempo quanto suas 
operações no decorrer de algum período passado”. 
A análise dos índices financeiros pode servir como base para o planejamento financeiro, 
além de fornecer instrumento de monitoramento do desempenho passado, modelos de 
gestão e práticas contábeis utilizadas pelos gestores. 
A análise de índices financeiros permite evidenciar a condição global de uma empresa, 
entretanto a análise financeira é mais significativa quando tem alguns padrões pelos 
quais os índices da empresa podem ser mensurados. 
Não basta visualizar a rentabilidade, a liquidez, a posição de suas dívidas e as relações 
de atividades se elas, em patamares compatíveis com as operações, se mantêm num 
padrão ao longo dos últimos exercícios e se estão melhorando ou não. Precisa-se 
determinar como a empresa está se saindo diante dos seus concorrentes e do ambiente 
econômico como um todo. 
Dentre os principais índices utilizados na análise do Capital de Giro das empresas, 
destacamos: 
 
 
 
 
3311 
 
Índice de Liquidez 
Uma das formas mais comumente utilizadas para se analisar o grau de liquidez e risco 
de uma empresa é o seu volume de Capital Circulante Líquido(CCL). Quanto maior sua 
magnitude, maior a margem de segurança e menor o grau de risco. Segundo Assaf Neto 
e Silva (2002), 
é importante destacar que a avaliação da liquidez com base no valor 
do CCL não é suficiente para conclusões mais definitivas, o que é 
explicado principalmente por seu volume depender das características 
operacionais de atuação da empresa política de estalagem, prazo de 
produção e venda etc., das condições de seu setor de atividade e da 
sincronização entre pagamentos e recebimentos (ASSAF NETO e 
SILVA, 2003, p. 29). 
Para Gitman (2006, p. 46), “a liquidez refere-se à solvência da situação financeira 
global da empresa – a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas”. 
Os índices de liquidez permitem ao gestor financeiro identificar a capacidade da 
empresa em honrar seus compromissos. 
São índices de liquidez: 
1- Índice de liquidez corrente 
O índice mostra a capacidade da empresa em gerar fundos para amortizar as decidas de 
curto prazo, por meio do confronto do Ativo Realizável a Curto Prazo e do Exigível a 
Curto Prazo. O índice de liquidez corrente permite ao gestor identificar a capacidade de 
pagamento da empresa a curto prazo. 
Segundo Gitman (2006. p. 46), “um índice de liquidez corrente de 2,0 é mencionado 
ocasionalmente como aceitável, mas a aceitabilidade do valor do índice depende, em 
grande parte, da indústria na qual a empresa opera”. 
Ainda consoante Gitman (2006. p. 46), a fórmula do índice de liquidez corrente é 
expressa por: 
circulantePassivo
circulanteAtivo
ILC  
 
 
3322 
 
2- Índice de liquidez seco 
Refere-se a uma tentativa de suprir as deficiências de risco do índice de liquidez 
corrente. 
Nas palavras de Weston e Brigham (2000. p. 51), o “índice de liquidez seca é calculado 
deduzindo os estoques dos ativos circulantes e então se dividindo o restante pelo 
passivo circulante”. 
O índice de liquidez seca é semelhante ao índice de liquidez corrente, com uma única 
diferença: este índice exclui os estoques do ativo circulante da empresa por ser, 
geralmente, "o ativo de menor liquidez", portanto mostra a capacidade da empresa em 
amortizar dívidas a curto prazo, desconsiderando o que ela tem em estoque. O estoque é 
um ativo de baixa liquidez, até o efetivo das vendas dos estoques corre o risco de ser 
roubado, perdido (produtos perecíveis), danificado e, na sua venda, pode ser concedido 
prazo ao cliente gerando uma duplicata a receber e aumentando seu risco de liquidez. 
Ocasionalmente, é recomendado um índice de liquidez seca igual ou maior que 1,0. 
Mas, da mesma forma que para o índice de liquidez corrente, um valor aceitável 
depende muito da empresa analisada. Seu resultado orienta a análise, demonstrando, 
principalmente, a representatividade e a relevância do estoque na capacidade de 
pagamento da empresa. De acordo com Gitman (2002. p. 135), a fórmula do índice de 
liquidez seco é expressa por: 
circulantePassivo
estoquescirculanteAtivo
ILS

 
 Capital Circulante Líquido 
Gitman (2002, p. 135) utiliza-se da seguinte argumentação para definir o índice de 
liquidez corrente: “uma medida de liquidez calculada, subtraindo-se o passivo circulante 
do ativo circulante”. 
O índice demonstra a capacidade de liquidação dos compromissos correntes, com a 
utilização das disponibilidades. Quanto maior a sua magnitude, maior será a capacidade 
 
 
3333 
 
da empresa em saldar seus compromissos, apenas com recursos de caixa. Para Gitman 
(2002, p. 134), a fórmula do Capital Circulante Líquido é expressa por: 
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante 
 
2.5 O processo de planejamento financeiro 
O administrador financeiro deve se valer de mecanismos que direcionem, controlem e 
critiquem os objetivos traçados pela alta administração sejam atingidos. Para tanto, as 
atividades e operações devem ser planejadas. Esse processo inicia-se com os planos 
financeiros de longo prazo (estratégicos), continua com a formulação de planos e 
orçamentos de médio prazo (táticos) e termina com os planos de curto prazo 
(operacionais). 
2.5.1 Planos Financeiros de Longo Prazo 
São as ações planejadas para períodos superiores a um ano, chegando, muitas vezes, a 
alcançar períodos muito mais longos, acompanhadas da previsão de seus reflexos 
financeiros. Devem estar em sintonia com o planejamento estratégico da empresa para 
os próximos anos. 
Normalmente, nas empresas de grande porte, as definições estratégicas são elaboradas 
com uma perspectiva de futuro, pois envolvem diretrizes que demandam maiores 
aplicações de recursos (por exemplo, a implantação de novas unidades fabris, o 
desenvolvimento de novos produtos, a entrada em novos mercados etc). 
Inclui-se aí as definições e aspirações que a empresa impõe ao seu futuro (tais como as 
definições de missão, visão e valores), fazendo generalizações pautadas em expectativas 
que deverão ser monitoradas dentro de uma visão não imediatista (prazos normalmente 
anuais). A esse ‘volume’ de informações, as empresas denominam Planejamento 
Estratégico. 
 
 
3344 
 
2.5.2 Planos financeiros de médio e curto prazo 
São ações planejadas, de forma diária e mensal, normalmente com a expectativa de até 
um ano, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros. Compõem-se 
normalmente das atividades de Tesouraria, tais como administração das Contas a 
Receber e a Pagar, financiamentos de curto prazo, administração de superávits e déficits 
de caixa, controles sobre ativos e passivos expostos etc. 
Agregando os planos financeiros de longo e curto prazo em demonstrativos contábeis, 
como Balanços Patrimoniais, Demonstrativos de Resultado do Exercício, Orçamento de 
Caixa etc, e partindo da previsão de vendas, pode-se montar um fluxograma de 
planejamento. 
De acordo com as projeções operacionais de vendas, inicia-se a projeção de receitas, 
custos, despesas, necessidades de investimentos e financiamentos e demais necessidades 
operacionais. Todo esse processo constitui no que se denominou Planejamento 
orçamentário ou simplesmente orçamento. Sobre a elaboração e o sistema de projeções 
orçamentárias, veremos nos próximos tópicos. 
 
2.6 Administração de caixa 
A rubrica caixa representa os ativos que têm como principal característica a liquidez 
imediata, ou seja, são valores em moeda, mantidos na tesouraria da empresa ou 
depositados em contas-corrente bancárias de liquidez imediata e, em sua maior parte, 
livres para serem usados a qualquer momento.Nos balanços das empresas, também é reconhecido como Disponível. A lógica é 
baseada nos princípios contábeis e na condição de que todos os bens do Ativo serão 
convertidos em caixa em algum momento da vida da empresa, assim como todos os 
passivos de terceiros gerarão saídas de caixa em futuro próximo. 
A gestão de caixa é a atividade da administração financeira que operacionaliza o 
gerenciamento dos recursos financeiros, integrados às demais atividades da empresa. É 
 
 
3355 
 
a atividade de tesouraria mais comum da empresa, que acompanha os reflexos das 
demais políticas de vendas, crédito, compras, pagamentos e investimentos. 
Consequentemente, controla a sobra (superávit) ou a falta (déficit) e a demanda de 
recursos. O gestor do caixa participa das definições dessas políticas, orientando-as para 
que não ofereçam problemas de liquidez para a empresa. 
Alguns controles mais comuns para melhor operacionalização dessas atividades são os 
inventários (surpresa ou não) de caixa, a validação de práticas de prazos de contas a 
receber e a pagar, os controles sobre conversão de moedas, a segregação de funções, o 
fac símile de assinaturas, a hierarquia de aprovações, a circularização junto aos bancos e 
exames de follow-up de documentos. 
2.6.1 Estratégias de caixa 
As empresas, com o intuito de administrar eficientemente o caixa, seguem algumas 
táticas. Dependendo do momento em que a economia, como um todo, sinalizar, pode-se 
valer de determinadas estratégias e políticas para obtenção de vantagens financeiras, 
entre as quais podemos destacar: 
 Aproveitar os descontos favoráveis junto aos credores; 
 Promover ações que acelerem o giro dos estoques; 
 Acelerar o recebimento de valores; 
 Reduzir os prazos administrativos por meio de processos de melhoria; 
 Obter vantagens pela reciprocidade bancária. 
2.6.2 Saldo mínimo de caixa 
Assaf Neto (2002, p. 88) destaca que as empresas necessitam manter um determinado 
valor em dinheiro no caixa para atender às necessidades diárias de pagamento. Para 
tanto, por vezes, valem-se de determinados modelos para o estabelecimento desses 
montantes, tais como: 
 Modelo de caixa mínimo operacional 
 Modelo de Baumol 
 Modelo de Miller e Orr 
 Modelo de dia da semana 
 
 
 
3366 
 
Tais modelos visam a corroborar com um processo de definição de valores que 
resguarde as necessidades do caixa da empresa, para melhor proveito na definição de 
políticas de crédito e financiamento, bem como na definição de montantes excedentes 
que possam ser canalizados para outras aplicações. A determinação dessa quantia 
mínima que é de difícil mensuração. Mesmo com o advento dos computadores e a 
previsão de pagamentos diários informatizados, os processos decisórios da empresa 
incluem e excluem pagamentos cotidianamente. Numa tentativa generalista, poderíamos 
dizer que essa quantia é igual aos desembolsos periódicos dividido pelo giro de caixa no 
mesmo período. Assim, se for previsível o desembolso mensal de $ 120 000 e o giro de 
caixa no mesmo período for de 4, por exemplo, o saldo mínimo seria de $ 30 000 ($ 
120.000/4). 
2.6.3 Modelo financeiro de projeção de necessidades de caixa 
Suponha-se agora que uma empresa 
em início de operação (portanto sem 
saldos anteriores de balanço) tenha 
as seguintes previsões e condições: 
 
 
 
 
Mês Vendas Compras Outras Entradas Outras Saídas 
ABR 500 650 450 
MAI 700 400 
JUN 800 220 270 
JUL 360 200 
AGO 300 320 160 310 
SET 500 350 
OUT 600 350 450 
NOV 650 360 190 
 
Figura 2.2 – Decisões financeiras 
Fonte:<http://www.google.com.br/imgres?Imgurl=http://fi
epb.com.br/images/noticias/3058/image/Fluxo%2520de%2
520caixa.jpg&imgrefurl=http://fiepb.com.br/noticias/2009/
08/17/dtcom_discute_fluxo_de_caixa_em_teleaula2>. 
Acesso em 13 abr. 2011 
 
 
3377 
 
DEZ 700 600 170 
Condições de Recebimento e Pagamento 
Operação A vista 30 dias 60 dias 90 dias 
Vendas 40% 30% 30% - 
Compras 25% 50% 25% - 
Outras entradas 100% - - - 
Outras saídas 100% - - - 
Outras informações 
Despesas fixas mensais: $130 
Saldo Inicial de caixa $ 40 
Saldo mínimo exigido $ 40 
Custo médio de empréstimo 5% am 
Rendimento médio de aplicações 2% am 
 
 
Fazer previsão de caixa até o final do período com os dados anteriores: 
Solução 
1- Elaboraremos o mapa de recebimentos e pagamentos por meio do quadro 
denominado “Aging List” para o Contas a Receber (ordenados das vendas) e o 
Contas a Pagar (originados das compras), conforme segue: 
Aging List de Contas a Receber 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Vendas 500 700 800 360 300 500 600 650 700 
Rec. Vista 200 280 320 144 120 200 240 260 280 
Rec. 30 dias 150 210 240 108 90 150 180 195 210 
Rec. 60 dias 150 210 240 108 90 150 180 195 210 
Total 500 700 800 360 300 500 600 650 700 
Recebimento 200 430 680 594 468 398 480 590 655 
Saldo a 
Receber 
300 570 690 456 288 390 510 570 615 
 
 
 
 
3388 
 
Aging List de Contas a Pagar 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Compras 650 400 220 200 320 350 350 360 600 
Pag. Vista 163 100 55 50 80 88 88 90 150 
Pag. 30 dias 325 200 110 100 160 175 175 180 300 
Pag. 60 dias 163 100 55 50 80 88 88 90 150 
Total 650 400 220 200 320 350 350 360 600 
Pagamento 163 425 418 260 235 298 343 353 418 
Saldo a 
Pagar 
488 463 265 205 290 343 350 358 540 
Outros Contas a Receber e a Pagar 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Outras 
Entradas 
450 160 190 
Outras 
Saídas 
 270 310 450 170 
Despesas 
Fixas 
130 130 130 130 130 130 130 130 130 
 
 
Fluxo de Caixa Mensal 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Saldo Inicial 40 40 40 40 40 40 41 40 40 
Recebimento 200 430 680 594 468 398 480 590 655 
Outras Entradas 450 - - - 160 - - 190 - 
Total de Entradas 650 430 680 594 628 398 480 780 655 
Pagamento 163 425 418 260 235 298 343 353 418 
Despesas Fixas 130 130 130 130 130 130 130 130 130 
Outras Saídas - - 270 - 310 - 450 - 170 
Total de Saídas 293 555 818 390 675 428 923 483 718 
Fluxo Operacional 358 -125 -138 204 -47 -30 -443 298 -63 
Aplicações -358 125 138 -204 47 30 253 -99 63 
 
 
3399 
 
Empréstimos - - - - - 189 -198 
Saldo Final 40 40 40 40 40 41 40 40 40 
APLICAÇÕES 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Saldo Inicial - 358 240 107 313 272 248 - 99 
Rendimentos - 7 5 2 6 5 5 - 2 
Entradas / 
Saídas 
358 -125 -138 204 -47 -30 -253 99 -63 
Saldo Final 358 240 107 313 272 248 - 99 38 
EMPRÉSTIMOS 
Mês ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Saldo Inicial - - - - - - - 189 - 
Despesas 
com Juros 
- - - - - - - 9 - 
Entradas / 
Saídas 
- - - - - - 189 -198 
Saldo Final - - - - - - 189 - - 
As projeções de fluxos de caixa permitem às empresas programarem os ingressos e os 
desembolsos de caixa de forma mais precisa, permitindo determinar o período em que 
deverá ocorrer sobras de caixa (superávits) e a aplicação de forma mais rentável. Por 
outro lado, quando da carência de recursos (déficit), dispor a empresa de tempo 
suficiente para as medidas necessárias. 
 
Exercício de projeção de necessidades de caixa 
Suponha-se agora que uma empresa já em operação apresente o seguintes dados em 31 de 
março e solicite a elaboração de fluxo de caixa para os demais meses do ano em curso. Seguem 
as informações financeiras de balanço: 
Conta Saldo Conta Saldo 
Caixa 
36.000 Contas a Pagar 180.000 
Aplicações Financeiras 
19.608 Empréstimos 19.048 
 
 
4400 
 
Contas a Receber 
405.000 Outras Contas a Pagar 410.000 
Outras Contas a Receber 
115.000 
 
As informações orçamentárias para os próximos meses são as seguintes: 
 
Mês Vendas Compras Investimentos Despesas 
fixas 
Outras 
entradas 
Outras 
Saídas 
ABR 450.000 140.000 180.000 85.000 
MAI 420.000 130.000 150.000 85.000 
JUN 380.000 110.000 120.000 85.000 180.000 
JUL 350.000 120.000 105.000 
AGO 360.000 135.000 105.000 50.000 
SET 400.000 170.000

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