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Desenho Técnico Mecânico ii Giuliano Breda Kassio Cabral Pereira dos Santos © Universidade Positivo 2018 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Thinkstock Presidente da Divisão de Ensino Reitor Pró-Reitor Acadêmico Coordenação Geral de EAD Coordenação de Metodologia e Tecnologia Autoria Supervisão Editorial Projeto Gráfico e Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Carlos Longo Prof. Everton Renaud Profa. Roberta Galon Silva Giuliano Breda Kassio Cabral Pereira dos Santos Aline Scaliante Coelho Baggetti Regiane Rosa Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e tem por objetivo a comunização bidirecional entre os atores educacionais. O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendi- zagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da con- textualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado nos seguintes propósitos: COMPREENDA SEU LIVRO valorizar suas experiências; incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; estimular a pesquisa; oportunizar a reflexão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Metodologia COMPREENDA SEU LIVRO Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura: Percurso Pergunta norteadora Ao final do Contextualizando o cenário, consta uma pergunta que estimulará sua reflexão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica. Tópicos que serão estudados Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. Boxes São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de filme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. Recapitulando É o fechamento do capítulo. Visa sinte- tizar o que foi abordado, reto mando os objetivos do capítulo, a pergunta nortea- dora e fornecendo um direcionamento sobre os questionamentos feitos no decorrer do conteúdo. Pausa para refletir São perguntas que o instigam a refletir sobre algum ponto estudado no capítulo. Contextualizando o cenário Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. Objetivos do capítulo Indicam o que se espera que você aprenda ao final do estudo do capítulo, baseados nas necessida- des de aprendizagem do seu curso. Proposta de atividade Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e siste- matize o que aprendeu no capítulo. Referências bibliográficas São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencio- nadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. BOXES Assista Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. Biografia Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. Contexto Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. Curiosidade Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. Dica Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. Exemplo Informação que retrata de forma obje tiva determinado assunto abordando a relação teoria-prática. Afirmação Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. Esclarecimento Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SUMÁRIO CAPÍTULO 1 Introdução ao desenho assistido por computador e modelagem 15 1.1. Conhecimentos iniciais do CAD 13 1.1.1. Histórico 13 1.1.2. Manipulando pastas, arquivos no CREO 15 1.1.3. Extensões dos nomes dos arquivos do software 18 1.2. Conceitos gerais sobre o Modelamento 3D (Feature Based) 21 1.2.1. Conceitos do modelo 21 1.2.2. Conceito de associatividade 24 1.2.3. Conceito de Feature Based 24 CAPÍTULO 2 Construção de elementos básicos e sólidos por extrusão 15 2.1 Linhas, círculos e cotas 29 2.1.1. Linhas 29 2.1.2. Círculo 34 2.1.3. Cotas 37 2.1.4. Restrições em esboços 39 2.2. Sólidos por extrusão: modelagem 3D de peças simples 42 2.2.1. Criação de modelos sólidos por meio da extrusão das peças 42 2.2.2. Criar um novo desenho 42 2.2.3. Esboço (sketch) 43 2.2.4. Comandos da extrusão 50 Desenho Técnico Mecânico II8 CAPÍTULO 3 Modelagem 3D: sólidos por revolução e furos 15 3.1. Sólidos por revolução: modelagem 3D de peças simples 55 3.1.1. Criação de modelos sólidos através da revolução das peças 55 3.1.2. Criação de um novo desenho 56 3.1.3. Esboço (sketch) 56 3.1.4. Revolução 62 3.2. Furos: reto, padrão, linear, coaxial, radial 64 3.2.1. Furos 64 CAPÍTULO 4 Trabalho com arestas e alguns comandos fundamentais para a definição de materiais e geometrias 15 4.1. Arredondamentos, chanfros e renderização 75 4.1.1. Raio 75 4.1.2. Chanfro 79 4.1.3. Renderização 81 4.2. Planos, eixos de referência, cavidades, nervuras e espelhamentos 83 4.2.1. Planos 83 4.2.2. Eixos de referência 88 4.2.3. Cavidades 91 4.2.4. Nervuras 93 4.2.5. Espelhamento 97 CAPÍTULO 5 Projeto e montagem de peças de roldanas 15 5.1. Projeto da roldana 103 5.1.1. Projeto de base e braço 103 5.1.2. Projeto de eixo e bucha 110 5.1.3. Roldana completa 113 5.2. Montagem das peças da roldana 114 5.2.1. Montagem da roldana 114 9Desenho Técnico Mecânico II CAPÍTULO 6 Modelagem de parafusos 15 6.1. Comando Sweep (desenho de parafuso) 127 6.1.1. Modelos de parafusos 127 6.1.2. Aplicações e usos 132 6.1.3. Modelagem de parafusos 134 6.2. Projeto e montagem de parafuso e porca sextavados: comando Helical Sweep 138 6.2.1. Projetar rosca no parafuso 138 6.2.2. Projetar porca na arruela 142 6.2.3. Projetar arruelas 146 6.2.4. Montagem das peças 148 CAPÍTULO 7 Engrenagens 15 7.1. Comando Pattern (desenho de engrenagem dentada) 155 7.1.1. Engrenagens 155 7.1.2. Engrenagem cilíndrica de dentes retos 156 7.1.3. Engrenagem helicoidal 164 7.2. Montagem (Assembly) de engrenagem, eixo e chaveta 173 7.2.1. Chavetas 173 7.2.2. Engrenagem com chaveta 176 7.2.3. Eixo com chaveta 180 7.2.4. Montagem dos componentes 184 CAPÍTULO 8 Modelamento: projeto de rolamento, polia, eixo e mancal 15 8.1. Modelamento (projeto de rolamento) 191 8.1.1. Rolamentos 191 8.1.2. Projeto de rolamento 193 8.1.3. Projeto de rolamento no mancal 211 8.2. Modelamento (projeto de polia, eixo e mancal) 218 8.2.1. Polia 218 8.2.2. Montagem 232 OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Histórico do CAD x desenho feito à mão. • Aprender como salvar arquivos de desenhos (selecionar diretórios). • Entender sobre os diferentes tipos de extensões (.prt, .asm, .drw). • Compreender os conceitos do modelamento 3D. • Reconhecer os conceitos sobre associatividade. • Identificar os conceitos Feature Based (removendo ou acrescentando material sobre um sólido bruto). 1 TÓPICOS DE ESTUDO Conhecimentos iniciais do CAD • Histórico. • Manipulando pastas, arquivos no CREO. • Extensões dos nomes dos arquivos do software. CAPÍTULO 1 Introduçãoao desenho assistido por computador e modelagem 2 Conhecimentos gerais sobre modelamento 3D (Feature Based) • Conceitos do modelo. • Conceito de associatividade. • Conceito de Feature Based. 13Desenho Técnico Mecânico II 1.1. Conhecimentos iniciais do CAD Neste texto, você verá um breve histórico dos desenhos realizados em CAD (Desenho Assistido por Computador), seus avanços e as relações com os desenhos feitos à mão. Será apresentado como salvar os arquivos de desenhos através da seleção do diretório. Também serão vistos os diferentes tipos de extensões, além de como realizar arquivos de pe- ças, montagens e desenhos por meio das extensões .prt, .asm e .drw, respectivamente. 1.1.1. Histórico Há aproximadamente 30 anos, os desenhos eram feitos em papéis, exigindo um gran- de espaço físico para as enormes pranchetas e mesas de reunião de projeto, limitando a troca de dados em meio físico (papel + correio). O desenhista projetista precisava ter um profundo conhecimento de geo metria ana- lítica. Pequenas mudanças significavam raspagem e redesenho, enquanto grandes altera- ções poderiam significar fazer tudo do início. Devido a essas dificuldades, alterações nos desenhos não eram realizadas, apenas cotas eram alteradas. Mudanças em um desenho ti- nham que ser feitas nos desenhos de conjunto, com gerenciamento próprio. Os estudos eram feitos com uma folha sobre a outra, sendo que essas folhas de dese- nho eram afetadas pela umidade, ainda com a limitação bidimensional do plano do papel. Os originais, à medida que eram tiradas cópias, ficavam destruídos, além de ser comum o seu extravio. Dessa forma, era necessário um espaço para a armazenagem de originais. O surgimento do CAD modificou este cenário drasticamente. Veja a seguir uma breve linha do tempo com os principais acontecimentos na área: • Em 1955, foi desenvolvido o sistema de defesa aérea SAGE (SemiAutomatic GroundEnvironment) da Força Aérea Americana. • Em 1957, foi desenvolvido o primeiro sistema comercial de programação de controle numérico, o PRONTO, pelo Dr. Patrick J. Hanratty (pai do “CAD/CAM”). • Em 1960, foi desenvolvido o projeto SKETCHPAD, considerado o primeiro passo na direção do CAD comercial. • Na década de 70, várias empresas dos setores automobilístico e aeroespacial, como a GM, Chrysler e Lockheed desenvolveram, internamente, programas de CAD. • Em 1972, aconteceu a primeira exibição de um sistema 3D CAD/CAM. • Em 1977, ocorreram os primeiros passos para o 3D – início do desenvolvimento do CATIA (Computer-Aided Three-Dimensional InteractiveApplication). Desenho Técnico Mecânico II14 • Em 1979, Mike and Tom Lazear desenvolveram o primeiro software de CAD para PC. • No fim dos anos 70, um sistema típico de CAD consistia em um microcomputador de 16-bit, com máximo de 512 Kb de memória e com 20 a 300 Mb de espaço em disco, a um custo de 125.000 USD. • A década de 80 foi marcada pelo lançamento de vários softwares de CAD, entre os quais pode-se citar o Catia (1982), o Autocad (1982), Versa Cad (1980), Unigraphics (1981). • A década de 90 foi marcada por várias aquisições e fusões. Em 1992, a Autodesk lança o 3D Studio versão 2 para DOS. O desenvolvimento dos sistemas CAD acompanhou o desenvolvimento do hardware dos computadores. Os novos processadores matemáticos executam cálculos rápidos que permitem o desenvolvimento, principalmente, na parte de interface gráfica. Outro gran- de avanço nos sistemas CAD não veio diretamente do desenvolvimento dos aplicativos, mas sim, com o advento da internet. Hoje, devido ao caráter eletrônico de armazenamento dos dados, é possível trocar informações em qualquer local do mundo, o que permite, por exemplo, que o projeto de uma cabine de caminhão seja feito nos Estados Unidos, enquan- to o projeto do chassi deste mesmo caminhão seja feito na Índia, com o projeto da instala- ção do motor sendo feito na Alemanha, tudo em tempo real. Outro grande passo no desenvolvimento dos sistemas de CAD foi a parame tri zação, que é a representação do sólido por parâmetros, e não dimensões. Esses parâmetros podem assumir diferentes valores, e o modelo sólido altera-se de forma a refletir o novo parâmetro. Não se altera mais o modelo sólido, mas sim, os seus parâmetros, permitindo também a criação da relação entre os parâmetros, como a relação de que o raio externo de dobra de uma chapa ser igual ao raio interno mais uma vez a espessura da chapa. CAD são as iniciais de Computer Aided Design, ou seja, aplicativos que utilizam o com- putador para auxiliar em projetos de peças de engenharia. A ferramenta CAD é muito usada na engenharia moderna, principalmente após a evolução dos processadores mate- máticos modernos, que permitiram o uso de PCs com processadores matemáticos avança- dos e placas de vídeo de alta capacidade. A principal vantagem em utilizar essas ferramentas é que com elas é possível redu- zir o tempo total entre projeto inicial e a sua introdução na linha de produção, principalmen- te quando o seu uso está associado ao uso do CAE (Computer Aided Engineering), pois diferentes conceitos podem ser testados virtualmente, com rapidez e segurança, obtendo-se resultados precisos e rápidos. Essas ferramentas permitem simular modelos de fenômenos físi- cos diversos para avaliar modelos virtuais no computador, sem a necessidade de modelos reais. 15Desenho Técnico Mecânico II Convém deixar claro que, em muitos casos, uma fase de testes de verificação e valida- ção é necessária, mas, definitivamente, os testes têm hoje a função de verificação, e não mais de desenvolvimento. Essa pequena diferença de palavras significa uma enorme diferença de tempo e di- nheiro, pois, o conceito de testes para desenvolvimento de soluções está associado ao tradicional método de tentativa e erro, ou seja, projeta-se uma peça, constrói-se um pro- tótipo, inicia-se o teste, detectam-se interferências ou inconsistências de funcionamento, e isto retroalimenta o processo, e então um novo protótipo é construído e tudo é repetido. Resumidamente, o CAD permite o desenvolvimento de um produto novo e melhor, com menor custo e em um menor intervalo de tempo. É claro também que as ferramentas CAD possuem um custo associado, ou seja, é necessário ter uma licença de um determina- do software, um computador com elevado poder de processamento e pessoas treinadas para operar tal sistema, interpretando os dados e os resultados. 1.1.2. Manipulando pastas, arquivos no CREO O CREO exige certa atenção do usuário quando a manipulação de arquivos e pastas. Para usuários iniciantes, é conveniente adotar uma rotina de trabalho a fim de manter o controle dos arquivos que estão sendo trabalhados. É aconselhável criar uma pasta única para armazenar todos os arquivos CREO. Após a criação da pasta de trabalho, é necessário indicar que esta pasta está sendo a pasta de tra- balho do CREO, conhecida como Working Directory. Isto é conseguido pela sequência de comandos “File / Set Working Directory”. Uma jane- la de navegação por pasta é iniciada e o usuário deve localizar a pasta desejada finalizando com “OK”. Dica Este procedimento deve ser repetido toda vez que o CREO for inicializado.. Outro ponto importante para ser observado, principalmente para usuários iniciantes, é que se deve perder o hábito de abrir um arquivo com duplo click diretamente sobre ele, como fazemos com arquivos word ou excel. No CREO alguns cuidados devem ser tomados, e o melhor caminho é primeiro abrir o aplicativo CREO, e abrir os arquivos das peças usan- do o comando “File / Open”. Desenho Técnico Mecânico II16 Resumidamente, você deve: 1. Ter uma pasta única com os arquivos CREO. 2. Abrir o aplicativo CREO. 3. Definir a pasta que contém os arquivos CREO como sendo a pasta de trabalho. 4. Abrir os arquivos da pasta de trabalho usando o comando “File / Open”. Veja os passos detalhados a seguir: 1. Defina umapasta como o “Working Directory” do CREO. 2. Abra uma pasta com o nome “Desenhos CREO” no C:\ Documentos. Figura 1. Abertura de Pasta no C:\Documentos. 3. Inicie o CREO Parametric, conforme demonstrado na Figura 2. Figura 2. Interface do CREO Parametric. 4. Selecione o comando “File / Select Working Directory” (Figura 3). Figura 3. Interface Select Working Directory. 5. Encontre a pasta “Desenhos CREO” no C:\ Documentos e finalize com “OK”. 6. Observe que o endereço apontado é alterado, mostrando a área do C: > Documentos > Desenhos CREO 17Desenho Técnico Mecânico II Figura 4. Interface Select Working Directory Pasta. Com a pasta de trabalho definida corretamente, resta agora entender como o CREO armazena os arquivos. Este aplicativo tem uma particularidade interessante. Toda a vez que o usuário clica no botão “Save”, o arquivo é salvo, até aí não tem novidade, mas a diferença é que o arquivo não é salvo sobrescrevendo o anterior, como acontece com os aplicativos Word ou Excel, e sim, uma nova cópia é criada, dando origem então a uma nova versão da peça. Isso é bom por um lado, pois permite que versões antigas da peça sejam recuperadas quando necessário, mas, por outro lado, cria um inconveniente de confundir o usuário so- bre qual das versões seria a versão final, além de consumir espaço desnecessário em disco. Por exemplo, se clicar nove vezes no botão “Save”, nove arquivos com o mesmo nome são criados na pasta de trabalho, cada um em uma versão diferente. Depois de ter definido a sua pasta de trabalho, você verá os arquivos na pasta cada vez que você clicar em Open no Creo Parametric. Você pode usar qualquer um dos seguintes métodos para abrir um arquivo: • Clique em File > Open no Menu principal, clique em Open da barra de ferramentas de Acesso Rápido ou clique em Open na guia Início. Em seguida, na caixa de diálo- go File Open, você pode dar um duplo-clique no arquivo que deseja abrir ou sele- cionar o arquivo e clicar em Abrir. • Navegue até a pasta desejada usando o navegador para exibir seu conteúdo. Em seguida, um duplo-clique no arquivo que você deseja abrir ou botão direito do mouse no arquivo e selecione Abrir no menu pop-up. Dica Não utilize acentuação ou caracteres especiais tanto para nome de peças quanto para nome de pastas. Quando não quiser mais trabalhar em uma peça, mas desejar continuar com o CREO aberto, feche a peça com o comando “File / Close Window”. Desenho Técnico Mecânico II18 Dica Quer descobrir um pouco mais sobre modelagem no CREO 2.0? Acesse o link ou utilize o código a seguir: https://goo.gl/7GSgvv 1.1.3. Extensões dos nomes dos arquivos do software Arquivos de peças, montagens e desenhos usam as extensões *.prt, *.asm e *.drw, respectivamente. Para abrir arquivos de peças, selecione o ícone Part conforme demonstrado na Figura 5. O desenho será salvo na extensão *prt. Figura 5. Arquivos *prt. Para abrir arquivos de montagens, selecione o ícone Assembly, conforme demonstra- do na Figura 6. O desenho será salvo na extensão *asm. Figura 6. Arquivos *asm. Para representar as vistas ortográficas dos desenhos, é utilizada a extensão *.drw. 19Desenho Técnico Mecânico II Para abrir é necessário selecionar o IconeDrawing, conforme ilustrado na Figura 7. Figura 7. Arquivos *drw. Dependendo de qual template você escolher, verá diferentes tipos de vistas e legendas. No exemplo da Figura 8, o desenho será aberto no formato de folha A4. Com o template aberto, você poderá alterar as bordas, vistas, legendas, escalas, cotas e realizar anotações. Figura 8. Arquivos *drw. Por padrão, os arquivos são salvos na pasta em que foram abertas. A nova peça, mon- tagem ou desenho será salvo na pasta que está ativa quando você clica em OK na caixa de diálogo Salvar. Você pode usar um dos seguintes métodos para salvar um arquivo: 1. Clique em File no Quick Access Toolbar; ou 2. Clique em File > Save a Copy, conforme Figura 9. Desenho Técnico Mecânico II20 Figura 9. Salvando arquivos. Use o atalho de teclado CTRL + S. Os modelos são armazenados na memória RAM do sistema até que você os apague ou saia do CREO. Isso requer um cuidado especial quando você trabalha com arquivos que têm o mesmo nome e estão em estágios diferentes de conclusão. Apagar os modelos da memória irá apagá-los do disco – isso apenas irá removê-los da memória do sistema. Dica KANIFE, P. O. Computer Aided Virtual Manufacturing Using Creo Parametric. Switzerland: Springer, 2016. 21Desenho Técnico Mecânico II 1.2. Conceitos gerais sobre o Modelamento 3D (Feature Based) Em um software paramétrico, como é o caso do CREO, as características da modela- gem são transferidas para todas as demais partes ou conjuntos criados a partir do mode- lamento 3D, pois se tratam de correlações de atributos de um recurso com outros, usando fórmulas numéricas. Isso se torna fundamental, visto que qualquer alteração tem impacto direto nos de- senhos 2D, características em dimensões ou características geométricas das partes que devem, por exemplo, ser utilizadas em uma montagem ou usinadas com uma máquina de comando numérico computadorizada (CNC). Neste texto, você verá como se dá a modelagem por meio do Feature Based, os con- ceitos de associatividade, as características de um modelo 3D e sua base para utilização por softwares CAM (Computer Aided Manufacturing) e CAE (Computer Aided Engineering). 1.2.1. Conceitos do modelo Qualquer software paramétrico, seja qual for seu desenvolvedor, trabalha com rela- ções matemáticas que associam os atributos de um recurso ao outro. Isso faz com que as todas as alterações realizadas no modelo base – ou no modelo 3D – passem para os demais arquivos, como por exemplo, os desenhos de componentes, os desenhos de montagem ou de simulação CAM (Computer Aided Manufacturing). A modelagem sólida apresenta todas as propriedades do modelo – ou as chamadas features – que o objeto sólido 3D real teria. Isso, invariavelmente, inclui as dimensões, a inércia, e tudo o que se relaciona às características do objeto real, já que são inseridas in- formações específicas sobre as propriedades do modelo. Para exemplificar de maneira simples, imagine que um prisma sólido com dimensões 100mm x 100mm x 50mm (compri- mento x altura x profundidade) deverá ser construído conforme apresentado na Figura 1. Figura 1. Prisma modelado 3D. Desenho Técnico Mecânico II22 Bem, até aqui, só há como propriedades do modelo, as dimensões (em milímetros) e a geometria da peça. Mas se for considerado que na sua construção será utilizado um aço com peso específico de 7830 kg/m3, logo, a partir dessa definição, algumas propriedades são atribuídas ao modelo, como por exemplo, a massa e o centro de gravidade, como pode ser observado na Figura 2. Nela é possível verificar, por exemplo, que a massa final será de 3,91 kg e que a área da superfície tem 40.000 mm2, além de outras informações relevantes para cálculos de engenharia e simulações CAE (Computer Aided Engineering). Figura 2. Propriedades do modelo 3D no CREO 2.0. Dessa forma, todas as alterações realizadas no modelo 3D, sejam elas quais forem, são automaticamente repassadas aos demais recursos, como arquivos de montagem e de simulação. Assim, fica claro que todas as alterações no projeto de um objeto, conjunto ou equipamento serão muito mais rápidas e eficientes. Considere que as informações sobre as características dos objetos modelados são transferidas para os demais recursos de simulações, não somente as dimensões, mas todas essas informações são utilizadas para que se tenha um produto robusto. Por exemplo, uma simulação CAE pode mostrar um ponto de tensão que provavelmente levará o componente ao colapso quando em uso. A partir do modelo 3D são construídos os modelos 2D, quando então são geradas as vistas ortogonais, as cotas, as referências geométricas entre outras informações. Da mes- ma maneira, uma montagemé composta de diversos modelos 3D que foram concebidos separadamente, e que unidos constituem um conjunto. Uma simulação de usinagem com 23Desenho Técnico Mecânico II um software CAM também utiliza um modelo 3D como referência, partindo de uma usi- nagem bruta até atingir a forma do modelo. Da mesma maneira, um protótipo construído com a tecnologia de manufatura aditiva, mais conhecida como impressão 3D, utiliza um só- lido criado pelos softwares CAD (Computer Aided Design). A Figura 3 apresenta, de maneira sucinta, a correlação entre o modelo 3D – que carre- ga as informações sobre as características do objeto – e os demais recursos que podem ser utilizados para o projeto de um produto. Figura 3. Correlação entre o modelo 3D e demais recursos de simulação e fabricação. Note que o modelo 3D não é copiado, mas sim, usado pelos demais recursos. Assim, diz-se que o desenho 2D, a montagem ou a simulação CAM ou CAE são chamados de ar- quivos ponteiros, ou seja, eles apontam para determinados modelos sólidos. Dessa forma, se o modelo 3D for apagado ou mesmo tiver seu nome alterado, os arquivos ponteiros ficam inconsistentes, gerando problemas na leitura, não abrindo corretamente. Por isso, se uma modificação é realizada no modelo 3D, ela migra automa- ticamente para todos os arquivos ponteiros que utilizam este modelo. Então, uma mon- tagem não tem a soma dos bytes de todos os arquivos utilizados, porque se tratam de arquivos ponteiros. A Figura 4 apresenta essa relação. Figura 4. Correlação (em bytes) entre os modelos 3D utilizados no arquivo ponteiro “Montagem”. Desenho Técnico Mecânico II24 Dica Todas as características do material utilizado na concepção do sólido 3D devem estar presentes no modelo, para evitar erros nas simulações. Essas informações são funda- mentais para que as ferramentas de simulação sejam eficientes no processo de desenvolvi- mento de produto. 1.2.2. Conceito de associatividade Como você já sabe, todas as alterações que são realizadas em um modelo 3D migram para os arquivos ponteiros, ou seja, para os arquivos que utilizam o modelo 3D original como base. Mas é possível que o contrário também ocorra. Com base no conceito de associatividade, pode-se dizer que se houver uma alteração em um desenho 2D ou em uma peça utilizada em uma montagem, essa alteração também flui para o modelo original. Lembre-se de que se trata de um software paramétrico, há a relação de um atributo de um recurso com outro, utilizando fórmulas numéricas. Então, os recursos paramétricos determinam condições geométricas e dimensionais entre diferentes recursos controlando, por exemplo, distâncias, ângulos e raios entre os objetos envolvidos. Isso faz com que se evite erros de posicionamento entre elementos, como concentri- cidade, perpendicularidade, paralelismo, entre outros. 1.2.3. Conceito de Feature Based Neste conceito, o modelo 3D é construído aos poucos, acrescentando-se ou retiran- do-se “material”. Basicamente, a construção de um sólido 3D passa pela construção de geometrias simples que associadas darão o formato final ao modelo. Assim, é possível construir um objeto com a adição de geometrias – que gerarão os sólidos – ou a extração de geometrias – que gerarão vazios – em um determinado modelo. A sequência apresentada na Figura 5 ilustra o processo de construção de um modelo a par- tir de geometrias simples. 25Desenho Técnico Mecânico II Figura 5. Feature based no processo de modelagem de um produto no CREO 2.0. Quando o usuário do software CAD já conhece a forma final do modelo ou tem em mente como ele se apresentará no seu formato final, dá-se início a um processo de simpli- ficação – realizado mentalmente – de obtenção da peça. Nesse processo de desconstrução do modelo 3D, o usuário faz o caminho inverso ao da construção, simplificando seu mode- lo até chegar às formas básicas e simples que o permitirão chegar ao resultado final. Dessa forma, o usuário entende melhor a evolução da modelagem de seu produto final. Essa ideia é apresentada na Figura 6. Figura 6. Etapas de simplificação de um modelo 3D. Note que existe uma evolução na construção do modelo 3D e que diferentes cami- nhos podem levá-lo ao mesmo lugar. Isso, é claro, pode deixar seu arquivo maior ou menor, dependendo da quantidade de comandos que foram utilizados para que seu modelo pudes- se ser concluído. Com o passar do tempo, a habilidade construtiva e o aprendizado sobre novas formas de fazer o feature based proporcionam mais economia de tempo e soluções mais criativas no processo de modelagem. Veja o exemplo apresentado na Figura 7 para o mesmo modelo apresentado anteriormente. Desenho Técnico Mecânico II26 Figura 7. Construção de um modelo 3D com menos etapas. É uma forma de se chegar ao mesmo resultado, porém, por outro caminho. Você pode perceber que há um passo a menos na modelagem, porém, o resultado se mantém igual. Isso só é possível exercitando a simplificação de modelos já existentes ou imaginan- do quantos comandos podem ser reduzidos no processo de construção. Veja como funciona na prática com o seguinte exemplo: Modele os desenhos apresentados abaixo no CREO. Assim, será possível entender melhor como funciona um software paramétrico e descobrir diferentes formas de se che- gar ao mesmo resultado final. OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Aprender sobre representações de linhas e círculos (comando circle). • Representar as cotas nos desenhos (diferença entre polegadas e milímetros). • Compreender as restrições (correlações geométricas entre as entidades). • Criar modelos (sólidos) através da extrusão das peças. • Identificar comandos da extrusão (extrusão: simétrica, limite defi nido e total). • Aplicar comandos de extrusão em peças. 1 TÓPICOS DE ESTUDO Linhas, círculos e cotas • Linhas. • Círculo. • Cotas. • Restrições em esboços. CAPÍTULO 2 Construção de elementos básicos e sólidos por extrusão 2 Sólidos por extrusão: modelagem 3D de peças simples • Criação de módulos sólidos por meio da extrusão das peças. • Criar um novo desenho. • Esboço (sketch). • Comandos da extrusão. • Aplicação de comando nas peças. 29Desenho Técnico Mecânico II 2.1. Linhas, círculos e cotas Com o conhecimento prévio das características de um software paramétrico, fica mais fácil iniciar o processo de modelagem 3D. Para tanto, alguns elementos são básicos no processo construtivo e auxiliarão a desenvolver desde os modelos mais simples até os mais complexos. Basicamente, todos os elementos são desenhados no “sketch” ou “esboço” antes de darem origem ao sólido. Neste texto, você entenderá como funciona o espaço sketch e como construir linhas, círculos e colocar cotas nos esboços que darão origem ao modelo 3D. Também entenderá como funcionam as restrições geométricas e as correlações entre elas e os elementos do desenho. 2.1.1. Linhas Para dar início a qualquer tipo de modelagem, você deverá selecionar um plano para iniciar o desenho. Esse plano será definido de acordo com a orientação que melhor con- vém à construção. A Figura 1 apresenta os três planos de referência centralizados na ori- gem (ponto zero no espaço) para iniciar a construção de um modelo 3D. Figura 1. Planos de referência centralizados na origem – CREO 2.0. Você estudará como definir a orientação e as possibilidades de planos mais adian- te neste texto. Neste momento, você deverá se preocupar apenas em conhecer as linhas e como construí-las. Basicamente, existem dois tipos de linhas que podem ser utilizados para construir seus esboços no CREO: as linhas de construção e as linhas auxiliares. 30 Desenho Técnico Mecânico II As linhas de construção serão convertidas nos limites da geometria quando forem realizadas extrusões e revoluções do esboço. Elas têm comprimento definido e normal- mente são conectadas a outras linhas, podem tangenciar uma ou mais circunferências ou arcos. Já as linhas auxiliares, comoo próprio nome diz, auxiliam na definição das linhas de construção e não geram geometria quando são realizados os comandos de extrusão ou re- volução. Como as linhas construtivas, também podem ser conectadas a outras linhas ou tangenciar circunferências ou arcos. O primeiro passo para criar um modelo é escolher o local onde ficarão os arquivos dos modelos 3D e que servirão, por exemplo, de base para a indicação do caminho para as montagens de conjuntos. A Figura 2 mostra a sequência para nomear o arquivo no softwa- re CREO 2.0. Figura 2. Nomeando o arquivo que dará origem ao modelo 3D – CREO 2.0. Após definir o caminho e nomear o modelo, outro passo importante – e que não deve ser negligenciado – é verificar o sistema de medição que está ativo, pois as dimensões po- dem estar em milímetros (mm) ou polegadas (in). Isso é fundamental para que não ocor- ram erros de projeto. A Figura 3 mostra o caminho para se verificar as unidades de medida. Lembre-se que no Brasil utilizamos o Sistema Internacional (SI), onde as unidades são milí- metro, quilograma e segundo. Acompanhe, cuidadosamente, os passos para que o resulta- do seja satisfatório. 31Desenho Técnico Mecânico II Figura 3. Seleção do sistema de medidas – CREO 2.0. Dica Não se esqueça de verificar se o sistema de unidades selecionado é o Sistema Internacional! Isso poderá evitar problemas futuros nas simulações. Com o sistema de medidas no SI, você deve, então, selecionar o plano do esboço para iniciar o processo de construção. A Figura 4 apresenta a sequência para selecionar um dos planos disponíveis no CREO 2.0. Lembre-se que, neste momento, é possível selecionar qualquer plano para o esboço das linhas do desenho. Para o exemplo que será apresentado, será definido o plano frontal para início do desenho. Figura 4. Seleção do plano no esboço para criação de um modelo. CREO 2.0 Com o plano do esboço definido, já é possível iniciar a construção do esboço. Para tanto, vamos tomar como base uma perspectiva isométrica de um modelo simples. Veja a Figura 5. 32 Desenho Técnico Mecânico II Figura 5. Modelo de construção com linhas. Neste momento, você não irá construir o sólido, mas sim, identificar quais são as li- nhas que serão utilizadas para fazer o esboço do modelo 3D. Note que a melhor forma de desenhar as linhas de construção é aquela que pode reduzir o tempo de construção de um modelo. No exemplo da Figura 5, há pelo menos três caminhos para construção do sólido. Se num exercício mental rápido fosse possível identificar a melhor posição, teríamos uma eco- nomia significativa no tempo de desenvolvimento de um modelo. Tomando a mesma po- sição do observador apresentado na Figura 6, é possível identificar algo parecido com um “L”. Esta é a forma mais simples de desenhar o esboço que dará início ao modelo. Figura 6. Visualização do observador. Agora que você já definiu a melhor alternativa para desenhar o esboço do modelo, você pode iniciar a construção. Com o plano do sketch ou esboço definido, inicie a figura geométrica que se assemelha à letra “L”. Agora, deve-se selecionar as linhas de construção ou linhas auxiliares, dependendo da função da linha. Selecione a linha de construção e ini- cie o desenho pela origem, conforme indicado na Figura 7. 33Desenho Técnico Mecânico II Figura 7. Seleção do tipo de linha. Com o botão esquerdo do mouse, clique na origem e desenhe um “L” parecido com o apresentado na Figura 8, sem se preocupar com as dimensões. Para que os comandos de linha sejam corretos, você deve apenas clicar e soltar o botão e daí arrastar o mouse. Quando a linha estiver no tamanho desejado, clique novamente e arraste o mouse para criar outra linha conectada à anterior. Não se preocupe com as dimensões neste momento, apenas faça o desenho considerando uma certa proporção nas abas do desenho. Quando o esboço estiver totalmente desenhado, clique duas vezes com o botão do meio do mouse para finalizar o “L”. O resultado deverá ser semelhante ao apresentado na Figura 8. Figura 8. Uso das linhas para construir um esboço. Agora, você colocará o esboço nas dimensões requeridas pela perspectiva apresenta- da na Figura 5. Para tanto, dê um duplo clique com o botão esquerdo do mouse sobre cada uma das cotas e coloque os valores correspondentes a cada linha. O resultado será o mes- mo apresentado na Figura 9. 34 Desenho Técnico Mecânico II Figura 9. Dimensões finais do esboço. É normal que durante o processo de atualização das dimensões seu desenho fique com aparência inadequada, mas após a colocação de todas as dimensões, ele ficará com a apresentação correta. Outra dica: você pode transformar uma linha construtiva para linha auxiliar utilizando o comando “Ctrl+G” do teclado. 2.1.2. Círculo Da mesma maneira que as linhas, os círculos são figuras geométricas fundamentais na construção de esboços, sendo que também podem ser utilizados como figuras de cons- trução ou auxiliares. Basicamente, existem quatro formas de se desenhar um círculo no es- boço. Veja os quatro tipos possíveis na Figura 10. Figura 10. Tipos de círculos – CREO 2.0. 35Desenho Técnico Mecânico II Cada tipo de círculo é realizado de uma forma diferente da outra e cabe ao usuário escolher a que melhor lhe convém. A Tabela 1 apresenta cada tipo e como ele deve ser exe- cutado no esboço. Center and Point Centro e ponto: Define-se um local para o centro e outro ponto para fixar o diâmetro deste tipo de círculo. Concentric Concêntrico: É semelhante ao tipo anterior, só que o ponto central está vinculado a um círculo preexistente. 3 Point 3 pontos: Neste caso, selecionam-se 3 locais no espaço e o círculo é definido por estes pontos. 3 Tangent 3 tangentes: É semelhante ao tipo anterior, só que os pontos pertencem a 3 entidades e o círculo é traçado pelos 3 pontos tangentes a estas entidades. Tabela 1. Tipos de círculos. Agora, para exemplificar as formas de construção apresentadas na Tabela 1, serão utiliza- das linhas auxiliares. Veja na Figura 11 como fazer isso. Figura 11. Usando linhas auxiliares. A partir das linhas auxiliares geradas, serão construídos quatro círculos de acordo com as especificidades de cada um. Você pode ver a seguir as diferentes maneiras de se construir um círculo. A mais simples e mais usada de todas as formas é a “centro e ponto”. Basta clicar e depois definir a distância. Veja na Figura 12 como fazer este tipo de círculo. 36 Desenho Técnico Mecânico II Figura 12. Construção do círculo com o comando “Centro e Ponto”. Outra maneira de construir um círculo é utilizar três pontos no espaço. A Figura 13 apresenta esse tipo de construção. Figura 13. Construção do círculo com o comando “3 Pontos”. A partir das linhas das geometrias geradas, de linhas auxiliares ou da combinação destas, é possível traçar um círculo tangente. Veja o exemplo na Figura 14. Figura 14. Construção do círculo com o comando “3 Pontos”. 37Desenho Técnico Mecânico II Por fim, mas não menos importante, a construção de um círculo concêntrico a outro. Veja como você pode realizar esta tarefa na Figura 15. Figura 15. Construção do círculo com o comando “Concêntrico”. Com a utilização dessas duas figuras geométricas, é possível construir uma grande quantidade de outras geometrias para criar um modelo 3D. É fundamental que se domi- ne a execução dessas figuras básicas para que seu desenvolvimento se dê da maneira mais rápida. 2.1.3. Cotas Embora, se tenha abordado muito superficialmente as cotas do desenho no esboço, elas são imprescindíveis para que você possa expressar sua intenção com relação ao pro- duto final. O processo de cotar uma peça no esboço é fundamental, pois ela determinará o comprimento de um rasgo, o ângulo de um chanfro, o diâmetro de um furo, a distância entre duas nervuras, enfim, é a cota que determinará a geometria e todas as demais di- mensões da peça. Vale salientar que as cotas utilizadasnos esboços são automaticamente apresentadas no desenho 2D. Portanto, um esboço bem dimensionado gerará um desenho 2D com mais agilidade. No CREO existem dois tipos de cotas, as fracas (weak) e as fortes (strong). As cotas fracas são atribuídas pelo próprio software e também retiradas arbitrariamente por ele. As cotas fortes são colocadas pelo usuário e só serão retiradas por ele. Desta forma, convêm que sejam colocadas as cotas que o usuário deseja ou que ele transforme as cotas fracas em fortes. Para transformar as cotas, basta clicar com o botão esquerdo sobre a cota, sele- cionar “Strong”, em seguida, com o botão do meio e, posteriormente, com o botão direto sobre a tela. Veja na Figura 16 um exemplo de como fazer esta alteração. Também é possí- vel alterar a cota de fraca para forte usando o comando “Ctrl+T”. 38 Desenho Técnico Mecânico II Figura 16. Alteração de cotas de “weak” para “strong”. As cotas normalmente são geradas com a seleção dos pontos, retas, diâme tros, raios ou ângulos, posteriormente são editados e posicionados. A Figura 17 apresenta os principais tipos de cotas que um esboço deve possuir. Figura 17. Tipos de cotas dos esboços. Quando as cotas fracas (geradas pelo próprio software) não são as ideais para conver- são em cotas fortes, então elas normalmente são geradas com a seleção dos pontos, retas, diâmetros, raios ou ângulos e, posteriormente, são editados e posicionados. Considerando o padrão de apresentação do CREO 2.0, as cotas fracas (weak) são re- presentadas pela cor azul-claro e as cotas fortes (strong) são representadas pela cor azul- -escuro. Outras indicações ocorrem, como por exemplo, quando o cursor é posicionado sobre a cota e ela fica na cor verde-claro, e quando selecionada, muda para verde-escuro. Como dito anteriormente, aqui no Brasil utiliza-se o Sistema Internacional de me- didas. Portanto, as cotas são colocadas em milímetros. Pode ocorrer que, eventualmen- te, alguns componentes deverão ser desenhados em polegadas, pois são comercializados com esse sistema de medidas, ou mesmo se faz necessário desenhar alguma peça para 39Desenho Técnico Mecânico II recompor a documentação de máquinas antigas com dimensões em polegadas. Nesse caso, o usuário deverá realizar a conversão das unidades para poder cotar com a dimensão em polegadas. Por exemplo, se um eixo precisa ser desenhado com dimensão de 3 pole- gadas (3”), o usuário deverá multiplicar 3” x 25,4 mm, transformando a dimensão de pole- gadas para milímetros. Para facilitar esse processo, o usuário pode proceder a conversão diretamente no campo onde se coloca a cota, assim, basta digitar 25.4*3 ou 3*25.4 que o software faz o cálculo automaticamente, como apresentado na Figura 18. Figura 18. Conversão de polegadas para milímetros. Caso o usuário queira colocar a dimensão 3/8” (três oitavos de polegada), deverá es- crever no campo da cota a expressão 3/8*25.4. Dica Para que a conversão seja realizada, você deve utilizar ponto em vez de vírgula. Caso contrário, a conversão não ocorrerá! 2.1.4. Restrições em esboços Até agora, você acompanhou apenas as características dimensionais, ou seja, as cotas que definem as dimensões do esboço e, consequentemente, do modelo. Mas, as caracte- rísticas dimensionais não são as únicas a definir um esboço. Há também as restrições geo- métricas que correlacionam os elementos que compõem o esboço e são tão importantes quanto as dimensões do modelo. Esse tipo de restrição ou correlação é fundamental para indicar que uma linha é per- pendicular à outra, ou que duas linhas são paralelas, ou ainda, que existe um ponto em co- mum entre duas retas. As restrições geométricas definem uma série de características que são fundamentais, por exemplo, em um software CAM. 40 Desenho Técnico Mecânico II Para que se tenha ideia de sua importância, imagine que, obrigatoriamente, uma su- perfície deva ser paralela à outra por questões de montagem. Neste caso, é fundamental especificar no esboço que tais arestas (que gerarão o sólido) são paralelas. Lembrando que se essa restrição não for colocada, o usuário pode acidentalmente deslocar uma das ares- tas e não perceber que ela ficou com um ângulo de 1º grau em relação à outra aresta. Isso gerará um sólido em que o paralelismo desejado não existirá. Assim, quando a peça for construída, certamente haverá um problema de montagem causado por um erro de restri- ções de geometria. A Tabela 2 apresenta as restrições utilizadas no CREO 2.0 aplicadas ao esboço: Vertical – Faz com que uma linha tenha restrição vertical ou alinha dois vértices na direção vertical. Horizontal – Faz com que uma linha tenha restrição horizontal ou alinha dois vértices na direção horizontal. Perpendicular – Faz com que dois elementos sejam perpendiculares entre si. Tangente – Faz com que dois elementos sejam tangentes entre si. Ponto Médio – Faz com que um elemento seja colocado no ponto médio de uma reta ou arco. Coincidente – Faz com que os elementos tenham o mesmo alinhamento. Simetria – Faz com que haja uma simetria com relação a uma linha de centro. Iguais – Faz com que comprimentos, raios, dimensões sejam iguais. Paralelo – Faz com que linhas sejam paralelas entre si. Tabela 2. Tipos de restrições do CREO 2.0. Essas são as restrições utilizadas nos esboços e que, se seguidas corretamente, ga- rantirão a qualidade do modelo final. A Figura 19 apresenta um esboço com as representa- ções de algumas restrições. 41Desenho Técnico Mecânico II Figura 19. Restrições geradas ou atribuídas ao esboço. Se acaso forem incluídas mais correlações que o necessário, o software irá apontar um erro, solicitando que o usuário elimine alguma restrição ou correlação para poder con- cluir a operação. Veja um exemplo na Figura 20. Figura 20. Conflito entre restrições e correlações. Eventualmente, podem ocorrer excessos de restrições e correlações que podem gerar uma redundância na informação. Quando um erro desse tipo ocorrer, o software mostrará, cabendo ao usuário definir o caminho que será tomado para resolver o problema. Dica As correlações são fundamentais para que sua construção obedeça aos requisi- tos do modelo. Portanto, cuide para que todas as correlações estejam corretas, mas cuidado para não gerar redundâncias! 42 Desenho Técnico Mecânico II 2.2. Sólidos por extrusão: modelagem 3D de peças simples A ferramenta CREO Parametric é um software de desenho paramétrico que possui di- versas funções e aplicações. Com a sua utilização, é possível realizar desde peças simples até projetos mais complexos. O comando de extrusão é um dos mais básicos e importan- tes, pois permite iniciar o modelamento da peça, formando a base para a aplicação de ou- tros comandos complementares. Neste texto, você verá como realizar a criação de uma peça, bem como realizar sua modificação pelo processo de extrusão. 2.2.1. Criação de modelos sólidos por meio da extrusão das peças O CREO permite que você crie rapidamente projetos com uma interface intuitiva e orientada ao modelo. Você cria e revisa os projetos na janela gráfica, usando barras de fer- ramentas e a dashboard. Outros componentes importantes da interface do CREO são o na- vegador e o browser. Esses componentes permitem localizar, pré-visualizar e abrir projetos rapidamente. Manipular e reorientar projetos são habilidades que você utilizará sempre que tra- balhar com o CAD. Com esse software você pode criar uma variedade de modelos e tipos de geometrias, desde simples peças prismáticas até projetos de superfícies complexas, de componentes únicos a montagens de milhares de componentes. A modelagem sólida do CREO permite visualizar facilmente as peças e montagens com uma aparência realista. Além disso, os modelos contêm propriedades, tais como mas- sa, volume, centro de gravidade, área de superfície, etc. À medida que são adicionadas features ao modelo, essas propriedades são atualizadas.Por exemplo, se você adiciona um furo a um modelo, a massa do modelo irá diminuir. Modelos sólidos também permitem análises de tolerância e de interferência/folga quando posicionados em montagens. 2.2.2. Criar um novo desenho Selecione o comando File >> New e abrirá uma janela, conforme você pode ver na Figura 1. Selecione o tipo de desenho (neste exemplo selecione Part). Defina um nome para o arquivo. 43Desenho Técnico Mecânico II Atenção: não utilize espaço ou caracteres especiais no nome do arquivo. Figura 1. Selecionar comando Part. Observe que na área de trabalho estão indicados três planos ( front, top e right) e um sistema de coordenadas x, y, z, conforme a Figura 2. Figura 2. Planos (front, top e right). 2.2.3. Esboço (sketch) Antes de iniciar o esboço é necessário visualizar a peça que será desenhada. Na Figura 3 estão representadas as vistas frontal, superior e isométrica da peça que será dese- nhada. As medidas também estão indicadas (mm). 44 Desenho Técnico Mecânico II Figura 3. Desenho da peça. Agora que você já visualizou a peça, é preciso planejar os passos para execução do desenho. Veja o exemplo na Figura 4. Figura 4. Vista frontal. Agora será necessário selecionar um plano para iniciar o esboço (sketch), conforme a Figura 4a. Selecione o comando Sketch (normalmente fica no canto superior direito da área de trabalho), conforme a Figura 5. Figura 5. Comando Sketch. 45Desenho Técnico Mecânico II Selecione (com o botão esquerdo do mouse) um dos planos. Ao aproximar o cursor, o plano será destacado na cor azul-claro e, após a seleção, ficará em cor de laranja. É neces- sário clicar no botão Sketch para finalizar. Veja as Figuras 6 e 7. Figura 6. Selecionar plano. Figura 7. Plano selecionado. Desenhe a primeira linha do esboço, conforme a Figura 8: Figura 8. Desenhar linha. Selecione o comando Line: Figura 9. Comando Line. 46 Desenho Técnico Mecânico II Clique com o botão esquerdo do mouse no primeiro ponto da linha. É importante se- lecionar a interseção dos planos como ponto inicial, veja na Figura 10: Figura 10. Definir ponto inicial. Direcione o cursor para a direita (sem clicar). Observe que aparecerá a letra H em ver- melho (veja a explicação na Figura 11): Figura 11. Ponto inicial. Clique com o botão esquerdo do mouse em qualquer posição para definir a linha ho- rizontal. Não se preocupe com a dimensão da linha, ela será definida depois. Clique com o botão do meio do mouse. A linha ficará em vermelho. Clique com o botão do meio novamente para finalizar. Observe que aparecerá uma cota, conforme a Figura 12 (o valor da cota pode variar dependendo do ponto selecionado): Figura 12. Indicar dimensão da linha. 47Desenho Técnico Mecânico II Clique duas vezes com o botão esquerdo do mouse no valor da cota. Altere seu valor para 40. Em seguida, clique em Enter para confirmar. Agora, a linha possui comprimento igual a 40, conforme indicado na Figura 13. Figura 13. Inserir o comprimento da linha. Figura 14. Inserir o comprimento da linha. Selecione o comando Line: Figura 15. Comando Line. Segmento AB: clique no ponto A (com botão esquerdo do mouse) e direcione o cur- sor para cima para formar o segmento AB. Observe que aparecerá a letra V em vermelho, indicando que a linha está na vertical. Então, clique com o botão esquerdo em uma posição qualquer para formar o segmento AB. Figura 16. Segmento AB. 48 Desenho Técnico Mecânico II Segmento BC: direcione o cursor para esquerda e clique para definir o ponto C. Certifique-se de que a linha está na horizontal (letra H). Atenção: quando a linha desenhada atinge comprimento igual a outra já desenhada, o software sugere a inclusão de uma restrição (veja na Figura 17b): Figura 17. Segmento BC. Siga o mesmo procedimento até chegar no ponto H. Clique com o botão do meio para finalizar. Clique com o botão do meio novamente para encerrar o comando. Veja a Figura 18: Figura 18. Construindo o esboço. Figura 19. Segmento BC. 49Desenho Técnico Mecânico II 1. Observe que as cotas mudam de cor quando suas dimensões são editadas. Isso significa que elas passaram de um estado de restrição fraco (weak) para forte (strong). 2. Para alguns segmentos não aparecem cotas para edição. Veja, por exemplo, o segmento CB. Ele não possui cota porque foi desenhado utilizando a restrição de igualdade (L), indicando que BC=AB=10. Se a letra L for apagada, uma cota será adicionada automaticamente para que a dimensão BC seja definida. 3. O segmento FG não possui cota para edição porque este segmento é consequên- cia de outros segmentos: FG=AH-BC-DE (ou seja, FG=40-10-20). O mesmo ocorre para o segmento GH. 4. Pode ser que no seu desenho não apareçam as mesmas restrições da figura apre- sentada. Isso dependerá de quais restrições foram “aceitas” durante o desenho do contorno. 5. Clique em Confirmar a finalização do sketch. 6. Confirme que o sketch está finalizado clicando no botão Done: Figura 20. Comando Done. Após clicar, o contorno do sketch aparecerá em vermelho. Figura 21. Sketch. 50 Desenho Técnico Mecânico II 2.2.4. Comandos da extrusão Nesta etapa será gerado o sólido a partir do sketch. Selecione o comando extrude: Figura 22. Comando extrude. Depois de selecionado, o objeto aparecerá conforme a Figura 23: Figura 23. Objeto selecionado. Pressione o botão do meio do mouse (mantenha pressionado) e movimente para visualizar o sólido. Observe que há uma seta amarela indicando o sentido de extrusão a partir do contorno (sketch) em vermelho. Observe também que há uma medida de profun- didade (neste exemplo, 14,32) que poderá ser editada (Figura 24). Figura 24. Objeto selecionado. Clique duas vezes na cota de profundidade e altere o valor para 15. Então, clique em Enter para confirmar. 51Desenho Técnico Mecânico II Clique no botão check para finalizar: Importante: opcionalmente, o valor pode ser alterado utilizando a barra de ferramentas: Figura 25. Barra de ferramentas. Agora, o próximo passo será salvar o desenho. Clique em File >> Save e o desenho será salvo no diretório definido no início do trabalho. Dica O arquivo deve ser salvo com frequência para evitar que o trabalho seja perdido. Porém, a cada vez que for salvo, um novo arquivo será gerado. Para apagar versões antigas e manter somente o arquivo mais atual, clique em File >> Delete >> Old Versions. Atenção: ao salvar, não mude o nome do arquivo, apenas clique em OK. O nome já foi definido no mo- mento da criação do arquivo (no CREO não é recomendado utilizar SAVE AS). Aplicação de comandos nas peças Utilize o botão do meio do mouse pressionado para manipular o sólido. Observe que o ponto de giro sempre é o centro do objeto. Algumas vezes, é conveniente mudar o ponto de giro e isto pode ser feito desativando o Spin Center (quando desativado, o ponto de giro passa a ser o primeiro ponto selecionado). 52 Desenho Técnico Mecânico II Pressione, ao mesmo tempo, o botão SHIFT e o botão do meio do mouse para arras- tar o objeto na tela. Role o botão do meio do mouse para aproximar ou afastar o objeto. Quando estiver no sketch e sair do plano por engano, o plano pode ser recuperado utilizando: OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Criar ou modificar através do processo de rotação de um rascunho no espaço. • Identificar a opção de linha de eixo. • Realizar o processo de rotação. • Criar furos simples e padronizados. • Posicionar os furos (linear, radial, diametral). • Aplicar comando de raio constante nos furos (suavizar arestas, comando de chanfro [chamfer] de aresta e comando de renderização [render]). 1 TÓPICOS DE ESTUDO Sólidos por revolução: modelagem 3D de peças simples • Criação de modelos sólidos através da revolução das peças. • Criação de um novo desenho. • Esboço (sketch). • Revolução. CAPÍTULO 3 Modelagem 3D: sólidos por revolução e furos 2 Furos: reto, padrão, linear, coaxial, radial • Furos.55Desenho Técnico Mecânico II 3.1. Sólidos por revolução: modelagem 3D de peças simples Com o uso da ferramenta Creo Parametric, você pode criar uma variedade de mo- delos e tipos de geometrias, desde simples peças prismáticas até projetos de superfícies complexas. A modelagem por revolução é bastante utilizada para desenhar componentes cilíndricos ou com faces cilíndricas, tais como pinos e tubos, por exemplo. Neste texto, você vai aprender como criar uma peça e como modifi cá-la por meio do processo de revolução. Você também vai ver que o modelamento por revolução é mais vantajoso que o modelamento por ressalto, pois é possível utilizar um menor número de features para construir o mesmo modelo. 3.1.1. Criação de modelos sólidos através da revolução das peças Utilizando o software CREO, você pode criar projetos rapidamente. Na janela gráfica do software, você pode criar e revisar o projeto através da barra de ferramentas e da dashboard, e o navegador e o browser possibilitam que você localize, pré-visualize e abra os projetos. Com a ferramenta CAD, você pode criar uma variedade de modelos e tipos de geo- metrias, que vão de simples peças prismáticas até projetos de superfícies complexas; de componentes únicos a montagens de milhares de componentes. A modelagem sólida do CREO permite visualizar facilmente as peças e montagens com uma aparência realista. Além disso, os modelos contêm propriedades como massa, volume, centro de gravidade, área de superfície etc. À medida que são adicionadas features ao modelo, essas propriedades são atualizadas. Por exemplo, se você adiciona um furo a um modelo, a massa do modelo irá diminuir. Os modelos sólidos também permitem análi- ses de tolerância e de interferência/folga quando posicionados em montagens. A modelagem por revolução é bastante utilizada quando são desenhados componen- tes cilíndricos ou com faces cilíndricas, como pinos e tubos. Neste caso, o modelamento por revolução é mais vantajoso do que o modelamento por ressalto, pois é possível utilizar um menor número de features para construir o mesmo modelo. Dica Na barra de ferramentas, é possível alterar o ângulo de revolução da peça até o valor de 360º graus. A alteração do ângulo pode variar conforme a necessidade do projeto. Nos desenhos em que se utiliza o comando de revolução, é importante verificar qual o eixo de referência está sendo selecionado para direcionar a peça. Desenho Técnico Mecânico II56 3.1.2. Criação de um novo desenho Siga os seguintes passos para criar um novo desenho: Selecione o comando File >> New, e, então, abrirá uma janela conforme a Figura 1. Após selecionar o tipo de desenho (Part), defina um nome para o arquivo. Lembre-se de não utilizar espaçamento ou caracteres especiais ao nomear o arquivo. Figura 1. Selecionar comando Part. Assim, observe que na área de trabalho estão indicados três planos ( front, top e right) e um sistema de coordenadas x, y, z (Figura 2). Figura 2. Planos (FRONT, TOP e RIGHT). 3.1.3. Esboço (sketch) Antes de iniciar o esboço, é necessário visualizar a peça que será desenhada, confor- me a Figura 3. Estão representadas as vistas frontal, lateral esquerda e isométrica da peça que será desenhada. As medidas também estão indicadas (mm). 57Desenho Técnico Mecânico II Figura 3. Desenho da peça. Agora que a peça já foi visualizada, é preciso planejar os passos para execução do desenho. Veja o exemplo na Figura 4: Figura 4. Vista frontal. Neste momento, será necessário selecionar um plano para iniciar o esboço (sketch) da imagem, conforme a Figura 4. A seguir, selecione o comando Sketch (normalmente fica no canto superior direito da área de trabalho; Figura 5). Figura 5. Comando Sketch. Após, com o botão esquerdo do mouse, selecione um dos planos. Ao aproximar o cur- sor, o plano será destacado na cor azul-claro e, após a seleção, ficará em cor de laranja. É necessário clicar no botão SKETCH para finalizar. Veja nas Figuras 6 e 7, um exemplo em que o plano TOP foi selecionado: Desenho Técnico Mecânico II58 Figura 6. Selecionar plano. Figura 7. Plano selecionado. Em seguida, desenhe a primeira linha do esboço, conforme indicado na Figura 8: Figura 8. Desenhar linha. Na sequência, selecione o comando Line: Figura 9. Comando Line. Clique com o botão esquerdo do mouse no primeiro ponto da linha. 59Desenho Técnico Mecânico II Importante: selecione a interseção dos planos como ponto inicial, conforme a Figura 10: Figura 10. Definir ponto inicial. Com isso, direcione o cursor para a direita (sem clicar). Observe que aparecerá a letra H em vermelho (observe a explicação na Figura 11): Figura 11. Definir ponto inicial. Clique com o botão esquerdo do mouse em qualquer posição para definir a linha hori- zontal. Não se preocupe com a dimensão da linha, ela será definida depois. Em seguida, clique com o botão do meio do mouse, a linha ficará vermelha. Com o botão do meio do mouse, clique mais uma vez para finalizar. Observe que aparecerá uma cota, conforme a Figura 12 (o valor da cota pode variar dependendo do pon- to selecionado): Figura 12. Indicar dimensão da linha. Desenho Técnico Mecânico II60 Para isso, clique duas vezes com o botão esquerdo do mouse no valor da cota e, en- tão, altere o valor para 100. Pressione ENTER para confirmar. A linha agora possui compri- mento igual a 100, conforme as Figuras 13 e 14. Figura 13. Inserir o comprimento da linha. Figura 14. Inserir o comprimento da linha. Selecione o comando Line (Figura 15): Figura 15. Comando Line. SEGMENTO AB: clique no ponto A (com o botão esquerdo do mouse) e direcione o cursor para cima, para formar o segmento AB. Observe que aparecerá a letra V em verme- lho, indicando que a linha está na vertical. Deste modo, clique com o botão esquerdo do mouse em uma posição qualquer a fim de formar o segmento AB (Figura 16). Figura 16. Segmento AB. 61Desenho Técnico Mecânico II SEGMENTO BC: direcione o cursor para a esquerda e clique para definir o ponto C. Certifique-se de que a linha está na horizontal (letra H). Quando a linha desenhada atinge comprimento igual a outra já desenhada, o software suge- re a inclusão de uma restrição (veja a Figura 17b). Figura 17. Segmento BC. Siga o mesmo procedimento até chegar no ponto H. Clique, então, com o botão do meio para finalizar, e depois, novamente, para encer- rar o comando. Veja nas Figuras 18 e 19. Figura 18. Construindo o esboço. Figura 19. Construindo o modelo. Desta forma, observe que as cotas mudam de cor quando suas dimensões são edi- tadas. Isto significa que elas passaram de um estado de restrição fraco (weak) para forte (strong). Desenho Técnico Mecânico II62 Para confirmar a finalização do sketch, clique no botão DONE (Figura 20). Figura 20. Comando Done. Após clicar em “Done”, o contorno do sketch aparecerá em azul (Figura 21). Figura 21. Sketch. 3.1.4. Revolução Nesta etapa, será gerado o sólido a partir do sketch. Para isso, selecione o comando REVOLVE (Figura 22): Figura 22. Comando revolve. Selecione o eixo X, conforme indicado na Figura 23. Figura 23. Selecionando o eixo. 63Desenho Técnico Mecânico II Observe que o objeto aparece sendo revolucionado em torno do eixo selecionado, conforme a Figura 24. Figura 24. Objeto com revolução. Clique no botão “check” para finalizar. Opcionalmente, o valor pode ser alterado utilizando a barra de ferramentas (Figura 25): Figura 25. Barra de ferramentas. Depois de finalizado, o sólido aparecerá desta forma (Figura 26). Figura 26. Sólido finalizado. Por fim, salve o desenho. Clique em File >> Save para salvar o desenho. O desenho será salvo no diretório defi- nido no início do exercício. Desenho Técnico Mecânico II64 3.2. Furos: reto, padrão, linear, coaxial, radial Ao aprofundar o conhecimento sobre o software CREO, você vai perceber que alguns comandos são morosos e que novas formas de comandos são necessárias.Isso não quer di- zer que as primeiras formas de modelagem estão erradas, mas sim, que existe a possibili- dade de aprimorar o processo de construção de um modelo 3D. Neste capítulo, você vai aprender novos comandos que resultam em um modelo idên- tico ao construído com os comandos anteriormente aprendidos, porém, com mais rapidez. Assim, será possível verificar que a criação e o posicionamento de furos podem ser mui- to mais eficientes com comandos realizados no modelo, em vez daqueles realizados no es- boço. É importante ressaltar que cada um tem a sua importância e que um comando não substitui o outro. Cabe ao usuário distinguir quais as melhores formas de aplicação para cada situação. 3.2.1. Furos Os furos são elementos fundamentais nos modelos, pois podem, por exemplo, cen- tralizar todo um conjunto de peças por meio de guias cilíndricas passantes. Os furos tam- bém possibilitam fixar uma peça à outra, permitem a passagem de um fluido por canais de refrigeração, bem como aliviar a pressão de um sistema ou permitir o acesso a uma par- te do equipamento. Sendo assim, eles permitem uma infinidade de possibilidades para os mais diferentes tipos de aplicações. Curiosidade Os furos podem ser gerados a partir do comando “extrude”, removendo o ma- terial a partir de um esboço. Porém, você vai aprender a aumentar a sua produtividade por meio de ferramentas que facilitam a execução de furos, bem como a sua padronização. Para começar a utilizar o recurso, a partir de um sólido já existente, selecione o ícone “hole”, conforme apresentado na Figura 1. 65Desenho Técnico Mecânico II Figura 1. Seleção da ferramenta para execução de furos – CREO 2.0. Ao clicar no ícone, uma aba com o nome “hole” aparece no software, possibilitando que você crie um furo. A Figura 2 apresenta a sequência de uma das possibilidades de in- serção das informações para confecção de um furo simples. Figura 2. Confecção de um furo simples – CREO 2.0. Como você já sabe, existem diversas formas de se chegar ao resultado final por meio de caminhos diferentes. Um furo simples pode ser executado usando as caixas de diálogo que o software abre de acordo com os comandos solicitados. Veja na Figura 3, a confecção do mesmo furo apresentado na Figura 2, porém, com outros comandos. Desenho Técnico Mecânico II66 Figura 3. Possibilidade de confecção de um furo simples – CREO 2.0. Outra forma de fazer um furo simples, é utilizar o tipo “Radial”, disponível na aba “Placement”. Ele é utilizado para facilitar o posicionamento de furos quando se tem como referência um eixo, observe na Figura 4. Figura 4. Confecção de um furo com posicionamento radial – CREO 2.0. Note que além de definir a dimensão do furo e de sua profundidade, você também deve ter um plano referencial e o raio no qual o furo será colocado. Ainda assim, existe outra maneira de se inserir um furo em uma peça: utilizar o tipo “diameter” ou diametral, disponível na aba “placement”. A diferença, é que em vez de se utilizar um raio, será utilizado um diâmetro para definir a distância da linha de centro ou da geometria cilíndrica. Veja na Figura 5, como executar um furo usando o tipo diametral: 67Desenho Técnico Mecânico II Figura 5. Confecção de um furo com posicionamento diametral – CREO 2.0. No posicionamento radial e diametral, o furo é posicionado por uma medida linear a partir de um eixo de referência – sendo essa a posição do raio ou do diâmetro – e outra me- dida angular será necessária para definir o seu posicionamento. Ainda com relação ao furo simples, existem algumas variações que podem facilitar a execução de detalhes. Uma dessas variações é o “furo com fundo plano”, em que deve ser determinado, além do diâmetro e da posição, a profundidade na peça. Veja na Figura 6, como executar um furo simples com fundo plano. Figura 6. Confecção de um furo simples com fundo plano – CREO 2.0. Existe também outra variação, que é o “furo com fundo de ponta de broca”. Observe na Figura 7 como executá-lo. Desenho Técnico Mecânico II68 Figura 7. Confecção de um furo simples com fundo de ponta de broca – CREO 2.0. A variação deste tipo de furo é a possibilidade de inserir a profundidade do furo con- siderando a ponta da broca ou a parte cilíndrica da broca. Além dessas opções, é possível colocar o ângulo da ponta da broca, que por padrão se mantém 118º. Veja na Figura 8 essa variação: Figura 8. Diferentes seleções de profundidade de brocas – CREO 2.0. Há outras três variações disponíveis: os furos com chanfro, os furos com rebaixo e a associação desses dois tipos. Observe na Figura 9 essas variações: Figura 9. Furo com chanfro, rebaixo e associação entre chanfro e rebaixo – CREO 2.0. Uma opção que facilita a confecção de projetos, é a utilização de furos padronizados. Eles já trazem as especificações dos padrões para roscas ISO (métrica em milímetros), UNC (polegadas passo grosso) e UNF (polegadas passo fino). A Figura 10 mostra os ícones onde se pode determinar as características dos furos. 69Desenho Técnico Mecânico II Figura 10. Seleção de furos padronizados – CREO 2.0. Dica Os passos das roscas são essenciais para a execução de um projeto corretamente, portanto, certifique-se de que está seguindo o projeto do produto conforme especificado. Para que todas as informações relevantes sejam inseridas no desenho, o projetista deve saber exatamente quais serão as especificações do projeto, definindo de forma clara e precisa as dimensões no modelo 3D. Por exemplo, é necessário saber se um parafuso M10 será fixado na peça por meio de: a) um furo roscado passante; b) um furo passante com rosca parcial; c) um furo cego com rosca parcial. Essas informações devem ser definidas na aba “shape”. Veja na Figura 11, a diferença entre essas três possibilidades. Figura 11. Definições de tipo de furo e comprimento de roscas ISO métrica – CREO 2.0. Perceba que, como se trata de um furo padronizado, sua dimensão não pode ser alte- rada. Desse modo, se no projeto foi determinado o uso de um parafuso M10 x 0,75, o furo deverá ter o Ø 9,25 mm. Se fosse determinado um parafuso M10 x 1,0, o furo teria Ø 9,0 mm e assim por diante. As únicas características que o usuário pode alterar nestes tipos de furos são o comprimento da rosca parcial e o ângulo da ponta da broca. Desenho Técnico Mecânico II70 Além dessas possibilidades, existem mais três variações, normalmente utilizadas para o assentamento da cabeça do parafuso, são elas: o chanfro, o rebaixo e a associação desses dois tipos. Veja na Figura 12, o local para selecionar esse tipo de característica, e na Figura 13, as variações possíveis para o assentamento de cabeça de parafuso. Figura 12. Escolha dos tipos de assentamento de cabeça de parafusos – CREO 2.0. Figura 13. Tipos de assentamento de cabeça de parafusos – CREO 2.0. Os mesmos tipos de assentamento de cabeça de parafuso estão disponíveis tanto para furos roscados passantes, quanto para furos passantes com rosca parcial e furos cegos com rosca parcial. Outra possibilidade é a execução de furos com folga para passagem livre de parafu- so. Esse tipo de definição possibilita a montagem de um conjunto com facilidade. Assim como os furos roscados, não pode ter seu diâmetro alterado por se tratar de um furo pa- dronizado. Por exemplo, para a montagem de um parafuso M10 x 1,5, o furo padrão terá Ø 10,5 mm. Essa dimensão não varia de acordo com o passo da rosca, mas sim, de acordo com o diâmetro do parafuso utilizado. Veja na Figura 14, um exemplo da aplicação desse tipo de furo, já com a seleção de assentamento para parafuso allen com cabeça cilíndrica. Igualmente, a seleção das características é realizada na aba “shape”. 71Desenho Técnico Mecânico II Figura 14. Furo com folga para montagem de parafuso allen com cabeça cilíndrica – CREO 2.0. A Figura 15 apresenta o local para seleção dos tipos disponíveis de roscas, seus diâ- metros e passos. Lembre-seque deve ser selecionado o tipo corretamente, ISO (métrica em milímetros), UNC (polegadas passo grosso) ou UNF (polegadas passo fino). Figura 15. Seleção do tipo de rosca ISO, UNC e UNF, seus diâmetros e passos – CREO 2.0. Dica Você deve determinar se os furos são roscados ou se apenas permitirão a passa- gem do parafuso. Caso você escolha a forma errada, provavelmente ocorrerão problemas na execução da peça real ou na montagem dos conjuntos. Dica Acesse o link ou utilize o código a seguir e assista a um breve tutorial sobre a ferramenta “Hole”. https://goo.gl/oMcT3H. OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Aplicar comando de raio constante (suavizar arestas). • Aplicar comando de chanfro (chamfer) de aresta. • Aplicar comando de renderização (render) nas peças. • Aplicar comandos para criação de cavidades (shell). • Aplicar comandos para criação de nervuras (ribs). • Aplicar comandos para espelhamento (mirror). 1 TÓPICOS DE ESTUDO Arredondamentos, chanfros e renderização • Raio. • Chanfro. • Renderização. CAPÍTULO 4 Trabalho com arestas e alguns comandos fundamentais para a definição de materiais e geometrias 2 Planos, eixos de referência, cavidades, nervuras e espelhamentos • Planos. • Eixos de referência. • Cavidade. • Nervuras. • Espelhamento. 75Desenho Técnico Mecânico II 4.1. Arredondamentos, chanfros e renderização Um dos detalhes mais simples em um desenho de peça é o arredondamento. De ma- neira geral, o arredondamento é aplicado nas arestas do modelo sólido para quebrar can- tos vivos. Os cantos vivos podem ser perigosos em peças que vão ser manuseadas por trabalhadores durante a fabricação, montagem e até mesmo no uso da peça. O chanfro é utilizado para “quebrar” o canto vivo de uma peça, ou seja, é possível se- lecionar duas faces e, a partir delas, criar uma terceira. Isso também suaviza uma aresta que poderia prejudicar uma montagem. Portanto, ao criar um modelo geométrico de peça, o fechamento do resultado geométrico deve ser feito pela eliminação de cantos vivos. Já o processo de renderização tem como objetivo definir o tipo de material que será utilizado na fabricação da peça. A principal vantagem de definir o material na hora do mo- delamento é ter dados definidos, como a resistência e a densidade do material. Neste texto, você vai estudar como realizar o arrendondamento de cantos vivos, chanfros e renderização. 4.1.1. Raio A aplicação de raios constantes para suavização de arestas é um recurso largamente utilizado em modelagens. Ele pode tanto suavizar o chamado “canto vivo” (em que a aresta formada entre dois planos é bem pronunciada), como também pode ser usado para facilitar o encaixe entre as diferentes peças na montagem ou até mesmo, por questões estéticas, melhorar o visual de uma peça. Para a criação dos raios, não é necessário criar um esboço, mas sim, utilizar um sólido geométrico já existente. A Figura 1 apresenta o local para selecionar a ferramenta de criação de raios de suavi- zação ou “Round”. Figura 1. Seleção do comando Round para criação de raios – CREO 2.0. Desenho Técnico Mecânico II76 Depois de selecionado o comando “Round”, você precisa escolher as arestas que de- vem ter os raios de suavização. Para selecionar as arestas, basta clicar sobre cada uma de- las. Porém, se uma aresta foi selecionada acidentalmente, basta apertar a tecla “Ctrl” do teclado e clicar sobre a aresta desejada. Assim, ela sairá da seleção para o arredondamen- to. Veja na Figura 2 a aplicação dos raios de suavização em diferentes arestas. Figura 2. Seleção de arestas e definição do raio – CREO 2.0. No exemplo da Figura 2, as arestas estão com raios constantes, ou seja, a dimensão não varia de um lado a outro da aresta. Se, por exemplo, todas as arestas do sólido de- vem ser suavizadas com dimensões diferentes, você deverá selecionar todas as arestas que possuem a mesma dimensão para criar o raio de suavização, para posteriormente, com um novo comando “round”, selecionar as arestas que terão outra dimensão e assim sucessiva- mente. Veja esta aplicação na Figura 3: Figura 3. Criação de diferentes raios de suavização – CREO 2.0. Outra forma de se construir junções de arestas, sem formar o arredondamento de canto, é utilizar o comando de “transição de canto”, disponível na aba “Round”. Veja na Figura 4, as diferenças entre as junções de 3 arestas, onde aparece uma junção com arre- dondamento de canto e outra sem arredondamento de canto. 77Desenho Técnico Mecânico II Figura 4. Junções com arredondamento de canto e sem arredondamento de canto – CREO 2.0. Para executar esse tipo de transição de canto, veja os comandos na Figura 5. Figura 5. Comandos para execução da transição de canto sem arredondamento – CREO 2.0. Você pode executar o raio selecionando as superfícies conectadas. Para tanto, basta selecionar as superfícies e definir o valor do raio por meio das referências ou digitar o valor no campo de cota. Observe a aplicação na Figura 6: Figura 6. Execução de raio entre superfícies conectadas – CREO 2.0. Desenho Técnico Mecânico II78 Também é possível executar um raio entre uma superfície e uma aresta. Para isso, se- lecione primeiro a superfície e depois a aresta. O raio será automaticamente definido pelo software, porém, é possível alterá-lo. Veja o resultado deste comando na Figura 7. Figura 7. Execução de raio entre uma superfície e uma aresta – CREO 2.0. Podem ser realizados raios inteiros com base na seleção de duas arestas, possibili- tando o arredondamento entre as superfícies. Para executar o comando, mantenha a tecla “Ctrl” do teclado pressionada e selecione as arestas. Após, clique com o botão direito do mouse e selecione a opção “Full round”, conforme apresentado na Figura 8. Figura 8. Execução de raio entre duas arestas – CREO 2.0. Existem outras combinações de transições de canto que não são usuais, portanto, não serão abordadas neste capítulo. 79Desenho Técnico Mecânico II 4.1.2. Chanfro Assim como o raio de suavização, o chanfro é utilizado para “quebrar” o “canto vivo” de uma peça, ou seja, é possível selecionar duas faces e a partir delas criar uma terceira. Isso também suaviza uma aresta que poderia prejudicar uma montagem. Esse recurso tam- bém é utilizado para melhorar o acabamento final das peças ou mesmo conferir melhoria estética ao produto. A Figura 9 apresenta o local para selecionar a ferramenta de criação de chanfros ou “chamfer”. Figura 9. Seleção do comando “chamfer” para criação de chanfros – CREO 2.0. A partir desta seleção, basta definir qual será o tipo de chanfro que será utilizado. Existem as opções: “D x D”; “D1 x D2”; “Angle x D”; “45 x D”; “O x O” e “O1 x O2”. Os mais utilizados são os quatro primeiros, portanto, os tipos O x O e O1 x O2 não serão tratados neste capítulo. A opção D x D faz com que o chanfro seja baseado em apenas um valor de distância; a opção “D1 x D2” faz com que o chanfro seja baseado duas distâncias: uma vertical e outra horizontal; a opção “Angle x D” faz com que o chanfro seja baseado em um ângulo definido pelo usuário e uma distância e a opção” 45 x D” faz com que o chanfro seja baseado em um ângulo de 45º e uma distância. A Figura 10 apresenta os quatro tipos de chanfros realizados com o comando “Chanfer”. Desenho Técnico Mecânico II80 Figura 10. Tipos de chanfros “D x D”, “D1 x D2”, “Angle x D” e “45 x D” – CREO 2.0. Note que os tipos “Angle x D” e “D1 x D2” têm a opção de inverter as dimensões ou ângulos dos chanfros. Isso possibilita a colocação deles de acordo com a solicitação do pro- jeto. Veja o exemplo de inversão das dimensões dos chanfros na Figura 11: Figura 11. Inversão de dimensões “D1 x D2” – CREO 2.0. O raio e o chanfro são normalmente utilizados para “quebrar cantos vivos”, porém, o chanfro cria mais uma face no modelo, diferentemente do raio. Dica Quando realizar os comandos de Raio e Chanfro, sempre verifique o valor que está selecionado.
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