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Profa. Emily Coelho E-mail: emilyccsantos@gmail.com CENTRO DE ENSINO E TECNOLOGIA DE ARAÇATUBA mailto:emilyccsantos@gmail.com Parte I: DETECTORES DE RADIAÇÃO QUESTÃO Como a radiação não pode ser vista, cheirada ou provada, como os técnicos detectam radiação ionizante? A) Olham para os sinais de radiação para indicar a presença de radiação ionizante. B) Dependem de instrumentos para indicar a presença de radiação ionizante. C) Não há como detectar radiação ionizante. D) É um jogo de adivinhação. É naturalmente assumido que qualquer instalação de radiação terá sempre exposição à radiação. INTRODUÇÃO • Detector de radiação é um equipamento que detecta e/ou mede a presença da radiação. • Convertem a energia da radiação em um sinal que pode ser medido ou avaliado. Detector Radiação Sinal Grandeza TIPOS DE DETECTORES DE RADIAÇÃO • Contador: o detector conta o número de interações e o sinal apenas informa a presença da radiação no local. Contador Geiger-Muller TIPOS DE DETECTORES DE RADIAÇÃO • Dosímetros: o sinal representa a dose absorvida pelo detector. Dosímetro termoluminescente CARACTERÍSTICAS DOS DETECTORES • Sensibilidade: é dada pela menor quantidade possível de detecção. • Exatidão: avalia o quanto a resposta do detector se aproxima do valor verdadeiro da grandeza. • Repetibilidade: grau de concordância entre os valores obtidos pelo detector. CARACTERÍSTICAS DOS DETECTORES CARACTERÍSTICAS DOS DETECTORES • Questão: Acerca dos detectores de radiação, analise as afirmativas. I. É um dispositivo que, colocado em um meio onde exista um campo de radiação, é capaz de indicar a sua presença. II. Estabilidade refere‐se à aptidão do instrumento em conservar constante suas características de medição ao longo do tempo. III. Repetibilidade refere‐se ao grau de concordância dos resultados obtidos . Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) A) I, II e III. B) B) I, apenas. C) C) I e II, apenas. D) D) I e III, apenas. E) E) II e III, apenas. DETECTORES A GÁS • Constituídos de um catodo e um anodo. • Entre o catodo e o anodo existe um gás isolante elétrico e eles são mantidos a uma alta diferença de potencial elétrico (ddp). • A ddp alta tem como função dirigir as cargas liberadas no gás aos eletrodos. DETECTORES A GÁS DETECTORES A GÁS DETECTORES A GÁS Questão: Os detectores preenchidos com gás funcionam com base no princípio de que, quando a radiação passa pelo ar ou por um gás específico, ocorre a ionização das moléculas no ar. A) Verdade B) Falso DETECTORES A GÁS • Questão: O lado positivo do detector preenchido com gás é chamado de cátodo. A) Verdade B) Falso DETECTORES A GÁS • Questão: Em detectores preenchidos com gás, como é formada uma corrente que vai para o detector? A) Os elétrons livres são atraídos para o ânodo, são coletados e formam uma pequena corrente nos fios indo para o detector. B) As cargas positivas são coletadas pelo ânodo que, em seguida, forma uma corrente nos fios que vai para o detector. C) Os elétrons livres viajam para o cátodo e são coletados para criar uma pequena corrente. D) A corrente já existe no detector. DETECTORES A GÁS • Os três tipos de detectores a gás empregados nas áreas de Física das Radiações, Nuclear e Partículas, são: Geiger Muller CÂMARA DE IONIZAÇÃO • Aplicando ddp nos eletrodos do detector (entre 50 e 200 V), as cargas formadas migram para os polos (CORRENTE ELÉTRICA). • A corrente elétrica é lida por um eletrômetro. CÂMARA DE IONIZAÇÃO • Principais características –Resposta depende do tipo de radiação. –Positivo: estável, resultados confiáveis, boa duração. –Negativo: preço elevado e quantidade de volumes. • Radioterapia: volume pequeno. • Radiodiagnóstico: volume maior. CÂMARA DE IONIZAÇÃO CÂMARA DE IONIZAÇÃO CÂMARA DE IONIZAÇÃO CONTADOR PROPORCIONAL • Câmara de ionização com maior ddp entre os eletrodos (voltagens de 250 a 600 V). • Os elétrodos liberados pela passagem da radiação são acelerados até o anodo com energia suficiente para ionizar outros átomos (AVALANCHE DE IONIZAÇÕES). • Principais características –O sinal elétrico produzido é proporcional à energia da radiação incidente. –Positivo: capaz de identificar radionuclídeos. –Negativo: alto custo. CONTADOR PROPORCIONAL CONTADOR PROPORCIONAL CONTADOR GEIGER-MULLER • Utiliza uma alta tensão (entre 800 e 1000 V) que ioniza todas as moléculas do gás. • Enquanto dura a descarga, o detector fica “cego” a outros estímulos (TEMPO MORTO). • Limitações: tempo de resposta longo, não distingue tipo ou energia de radiação • Positivo: robusto e fácil de usar. CONTADOR GEIGER-MULLER CONTADOR GEIGER-MULLER CONTADOR GEIGER-MULLER • Questão: Os detectores Geiger Müller foram introduzidos em 1928 e, devido a simplicidade, baixo custo, facilidade de operação e manutenção, são utilizados até hoje. O funcionamento deste tipo de detector fundamenta‐se pela: A) cintilação. D) termoluminescência. B) fluorescência. E) deposição de íons prata. C) ionização dos gases. • Termoluminescência: propriedade que alguns materiais têm de emitir luz visível quando são aquecidos, caso tenham sido irradiados antes. • A quantidade de luz é proporcional à dose absorvida pelo material termoluminescente, o que torna possível o seu uso como dosímetro. DETECTORES TERMOLUMINESCENTES (TLD) DETECTORES TERMOLUMINESCENTES (TLD) • São cristais de fluoreto de lítio, sulfato de cálcio e outros. • O dosímetro é utilizado por um mês e devolvido ao laboratório de dosimetria para leitura. • Vantagens: – Pequeno tamanho – Podem ser reutilizados DETECTORES TERMOLUMINESCENTES (TLD) DETECTORES TERMOLUMINESCENTES (TLD) • Questão: Nos serviços de radiodiagnóstico, todo indivíduo ocupacionalmente exposto deve ser monitorado por dosímetros individuais, que têm como finalidade determinar o nível de doses de radiação recebida pelo usuário como decorrência de seu trabalho. Os dosímetros termoluminescentes são cristais com propriedades termoluminescentes, que, quando aquecidos a uma determinada temperatura, emitem luz ultravioleta de intensidade proporcional à dose da radiação que incidiu sobre eles. Em relação a dosímetros TLD pessoais utilizados nos serviços de radiodiagnóstico médico e odontológico, a grandeza medida para corpo inteiro é denominada: A) dose equivalente. B) dose ambiental. C) taxa de exposição. D) dose efetiva. E) dose absorvida. RELATÓRIO DE DOSE Parte II: RADIOBIOLOGIA Efeitos biológicos das radiações ionizantes • A radiação ionizante perde energia quando atravessa um meio (ionização). – O que acontece quando o meio que a radiação ionizante atravessa é um organismo vivo? – Quais as consequências desta deposição no corpo? Os estágios da ação • A interação da radiação com a matéria segue uma sequência de estágios. – Estágio físico: dura cerca de 10-15 s. Ocorrem ionizações dos átomos de moléculas. – Estágio físico-químico: dura cerca de 10-6 s. Ocorrem quebras das ligações químicas da molécula. – Estágio químico: dura poucos segundos: os fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas. – Estágio biológico: dura dias, semanas ou anos. Surgem alterações morfológicas e/ou funcionais dos órgãos. Efeitos biológicos das radiações nos seres vivos • Classificação dos efeitos biológicos das radiações ionizantes Mecanismo Natureza Mecanismos de ação das radiações • Mecanismo direto: a radiação age diretamente nas moléculas importantes,como as de DNA. • Mecanismo indireto: a radiação age na molécula de água (radiólise da água). Reações teciduais • São observadas quando uma dose alta de radiação causa a morte celular de um número muito grande de células de um tecido ou órgão. • São caracterizados por um limiar de dose, abaixo do qual não ocorre o efeito. • O tecido ou órgão perde a sua função ou seu funcionamento fica prejudicado. • Geralmente altas doses de radiação acontecem somente em acidentes ou em radioterapia. Reações teciduais • Reações teciduais imediatas: surgem pouco tempo depois da exposição (algumas horas ou semanas). – Exemplos: eritema (queimadura) da pele Mucosite (inflamação da mucosa do trato gastrointestinal) escamação da epiderme Reações teciduais • Reações teciduais imediatas Reações teciduais • Reações teciduais tardias: surgem vários meses ou mesmo alguns anos após a exposição à radiação ionizante. – Exemplo: desmielinização necrose vasculopatia (danos nos vasos sanguíneos) catarata Reações teciduais • Reações teciduais tardias Reações teciduais • Limiar de dose – Para doses com irradiação do corpo inteiro de 3,0 a 5,0 Gy as reações teciduais são letais. Órgão/tecido Dose (Gy) Efeito biológico Cristalino 0,5 a 2,0 Opacificação detectável Pele 5,0 Eritema Gônadas 0,15 Esterilidade temporária Gônadas 5,0 Esterilidade permanente Reações teciduais • Questão: como não ocorrem as reações teciduais? (a) Dependem de altas taxas de exposição. (b) Nos descendentes do individuo irradiado. (c) Depois de anos de exposição. (d) Podem ocorrer dias após a exposição. Efeitos estocásticos • Podem ser causados por quaisquer doses, porém a probabilidade de sua ocorrência nas células é muito baixa para doses baixas. – Efeito cancerígeno: o câncer incide nas células da pessoa que recebeu radiação. – Efeito hereditário: pode ser repassado aos descendentes da pessoa irradiada. Efeitos estocásticos • Efeitos estocásticos cancerígenos – Até a dose de radiação ambiental pode causar câncer. – Quanto maior for a dose, maior será a chance de ocorrência dos efeitos estocásticos. – Quanto menor é a idade da pessoa exposta, maior é o risco de ter câncer. – São sempre tardios (vários anos). Efeitos estocásticos • Tempo de latência: período entre exposição à radiação e a detecção de câncer. * Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki Efeitos estocásticos • Tecidos mais sensíveis à indução de câncer – Tireoide infantil – Mama feminina – Medula óssea • Menos sensíveis – Tecido muscular – Tecido conectivo Efeitos estocásticos • Efeitos estocásticos hereditários – São provocados pela irradiação de óvulos ou espermatozoides. – Afetam os descendentes da pessoa irradiada. – Exemplos: mutações genéticas malformações Efeitos estocásticos • Efeitos estocásticos hereditários Efeitos estocásticos • Efeitos estocásticos hereditários Efeitos estocásticos • Questão: os efeitos estocásticos da radiação: (a) Não dependem da radiação ionizante. (b) Necessitam de um limiar de dose. (c) Não dependem da radiação de fundo. (d) Não necessitam de uma dose limiar. Risco fetal • O risco fetal para mulheres grávidas expostas à radiação depende do período de gestação em que ocorreu a exposição. Tempo de exposição Tipo de resposta 0-2 semanas Aborto espontâneo 2-10 semanas Anormalidades congênitas 2-15 semanas Retardo mental 0-9 meses Doença maligna 0-9 meses Crescimento e desenvolvimento prejudicados 0-9 meses Mutação genética • Questão: Correlacione às colunas em relação aos efeitos estocásticos (E) e reações teciduais (T). ( ) Morte celular. ( ) Não apresenta limiar de dose. Dano pode ser causado por uma dose mínima de radiação (sendo acumulada ao longo do tempo). ( ) Efeitos genéticos ou hereditários ( ) A gravidade do dano está diretamente relacionada com o aumento da dose. ( ) Probabilidade de ocorrência em função da dose com longo período de latência. ( ) Câncer sólido e leucemia. ( ) Anemia, esterilidade e catarata. Parte III: RADIOPROTEÇÃO PROTEÇÃO RADIOLÓGICA • Conjunto de medidas necessárias para que as atividades que utilizam radiações ionizantes sejam adotadas em benefício da sociedade. • Considera-se a proteção dos trabalhadores, do público, do paciente e do meio ambiente. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA • Não se pratica proteção radiológica com qualidade sem que se faça uso destes princípios concomitantemente. – Princípio da justificação – Princípio da otimização – Princípio da limitação de dose JUSTIFICAÇÃO • É enunciado da seguinte maneira pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN): “Nenhuma prática ou fonte associada a essa prática será aceita pela CNEN, a não ser que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou para a sociedade, suficientes para compensar o detrimento correspondente, tendo-se em conta fatores sociais e econômicos, assim como outros fatores pertinentes.” • Ou seja, para que um determinado uso de radiação ionizante seja justificável, os benefícios devem superar os malefícios. JUSTIFICAÇÃO • É justificável a utilização de materiais radioativos luminescentes em brinquedos? JUSTIFICAÇÃO • Um determinado paciente é encaminhado por um médico para a realização de um exame diagnóstico. O médico pode solicitar, para obter a mesma informação, um exame de ressonância magnética ou um exame de tomografia computadorizada. Neste caso, qual dos dois exames ele deve indicar? • E se o plano de saúde do paciente não contemplar o exame de ressonância magnética? OTIMIZAÇÃO • É enunciado da seguinte maneira pela CNEN: “Em relação às exposições causadas por uma determinada fonte associada a uma prática, salvo no caso das exposições médicas, a proteção radiológica deve ser otimizada de forma que a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de ocorrência de exposições mantenham- se tão baixas quanto razoavelmente exequível, tendo em conta os fatores econômicos e sociais.” OTIMIZAÇÃO • A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radiação, sem que isso implique na perda de qualidade de imagem. • E como se faz isso? OTIMIZAÇÃO • Utilização de filtros para a redução de dose. OTIMIZAÇÃO • A colimação minimiza a dose no paciente. LIMITAÇÃO DE DOSE • Os limites de dose foram estabelecidos para evitar a ocorrência de reações teciduais e minimizar as probabilidades de ocorrência de efeitos estocásticos. • Os limites de dose, tanto para trabalhadores com radiação quanto para indivíduos do público, devem ser respeitados. LIMITAÇÃO DE DOSE • Norma CNEN 3.01 de 2011: FATORES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA • Direcionam as ações para diminuir as doses de radiação recebidas. TEMPO DE EXPOSIÇÃO • Quanto menor o tempo de exposição à radiação ionizante, menor será a dose recebida. • A redução do tempo de exposição ao mínimo necessário é a maneira mais prática para se reduzir a exposição à radiação ionizante. DISTÂNCIA • Quanto mais distante da fonte de radiação, menor a intensidade do feixe. • A intensidade de radiação (I) é proporcional ao inverso do quadrado da distância (d) entre o ponto e a fonte. BLINDAGEM • Proteção individual • Blindagem para pacientes • Blindagem das áreas BLINDAGEM • Proteção individual – Óculos de chumbo – Protetor de tireóide – Avental de chumbo – Saiote de chumbo – Uso de dosímetro pessoal (por cima do avental de chumbo) BLINDAGEM BLINDAGEM • Proteçãopara pacientes – A proteção dos pacientes através do uso de acessórios blindados é obrigatória. – O protetor de gônadas e saiotes plumbíferos devem ser utilizados em pacientes submetidos aos raios X. BLINDAGEM • Blindagem das áreas – As barreiras de proteção radiológica devem ser calculadas inicialmente para a exposição primária do feixe de radiação, da radiação espalhada e da radiação de fuga. – As salas de raios X devem ser blindadas com chumbo ou equivalente em barita. BLINDAGEM
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