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Aspectos da Fitossanidade na Agricultura

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SUMÁRIO 
1 ASPECTOS GERAIS DA FITOSSANIDADE .............................................. 2 
1.1 Fitopatologia ......................................................................................... 3 
1.2 Entomologia Agrícola ........................................................................... 4 
1.3 Plantas Daninhas ................................................................................. 5 
1.4 A fitossanidade na defesa da agricultura.............................................. 5 
1.5 Políticas Públicas ................................................................................. 8 
1.6 Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934 .......................................... 10 
1.7 Decreto Nº 5.759, De 17 De Abril De 2006 ........................................ 16 
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS ...... 22 
2.1 Mudança de comportamento dos armazenadores ............................. 23 
2.2 Conhecimento da unidade armazenadora de grãos ........................... 24 
2.3 Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora ......... 24 
2.4 Correta identificação de pragas .......................................................... 25 
2.5 Conhecimento da resistência de pragas a inseticidas químicos ........ 25 
2.6 Potencial de destruição de cada espécie-praga ................................. 26 
2.7 Proteção do grão com inseticidas ...................................................... 26 
2.8 Tratamento curativo............................................................................ 28 
2.9 Monitoramento da massa de grãos .................................................... 28 
2.10 Gerenciamento da unidade armazenadora ..................................... 29 
3 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS ........................................................ 30 
3.1 Roedores ............................................................................................ 30 
3.2 Insetos ................................................................................................ 31 
3.3 Fungos e Microtoxinas ....................................................................... 33 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 35 
4 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 37 
 
 
 
 
1 ASPECTOS GERAIS DA FITOSSANIDADE 
 
Fonte: www.revistacampoenegocios.com.br (2015) 
A utilização de produtos fitossanitários para a prevenção e o controle de 
pragas, doenças e plantas daninhas e o surgimento de novas ferramentas como as 
plantas geneticamente modificadas têm contribuído para a melhoria da sanidade das 
culturas, trazendo benefícios como o aumento da produtividade. 
A fitossanidade pode ser definida como o conjunto de ciências que estão 
relacionadas à sanidade vegetal. Engloba o conhecimento e técnicas das áreas de: 
 Fitopatologia; 
 Entomologia Agrícola; 
 Plantas Daninhas. 
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1.1 Fitopatologia 
 
Fonte: www.fitopatolo.blogspot.com.br (2012) 
A Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças das plantas, abrangendo 
todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia 
até o seu controle. Desenvolveu-se ao longo dos anos, passando por cinco 
períodos: 
 Místico; 
 Predisposição; 
 Etiológico; 
 Ecológico; 
 Fisiológico. 
Atualmente, a Fitopatologia vive seu período fisiológico, em que as doenças 
de plantas passaram a ser encaradas com base nas relações fisiológicas entre 
hospedeiro e patógeno, como um processo dinâmico no qual ambos influenciam-se 
mutuamente. 
As doenças de plantas são o resultado da interação entre o hospedeiro 
(planta), o agente causal e o ambiente e são classificadas tomando por base a 
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natureza dos patógenos, definindo grupos de doenças causadas por fungos, vírus e 
bactérias. 
Os conhecimentos gerados nas diferentes linhas de pesquisas dentro da 
fitopatologia poderão ser utilizados em programas de melhoramento genético, 
visando o desenvolvimento de cultivares resistentes/tolerantes à doenças, 
garantindo incremento na produtividade das culturas. 
 
 
Fonte: www.embrapa.br (2014) 
1.2 Entomologia Agrícola 
É a ciência que estuda as pragas das plantas cultivadas visando a 
identificação, o manejo e o controle. 
Os danos causados pelos insetos às plantas são variáveis, podendo ser 
observados em todos os órgãos vegetais. Dependem da espécie e do nível 
populacional da praga, do estágio de desenvolvimento e estrutura vegetal atacada e 
duração do ataque, obtendo maior ou menor prejuízo às culturas. 
A identificação correta das espécies de insetos-praga é de fundamental 
importância para determinar as estratégias de controle mais adequadas. 
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Fonte: www.ebah.com.br (2017) 
1.3 Plantas Daninhas 
As Plantas Daninhas são aquelas que crescem espontaneamente em áreas 
de atividades humanas e que causam prejuízos a essas atividades. Constituem-se 
em um problema sério para a agricultura, pois se desenvolvem em condições 
semelhantes às das plantas cultivadas. 
Estas plantas apresentam crescimento rápido e facilidade de disseminação, 
produzem grande número de sementes e crescem em condições adversas. Elas 
também podem afetar as culturas sendo hospedeiras de pragas e doenças. 
A presença de Plantas Daninhas em áreas cultivadas resulta em redução da 
produtividade, devido a sua interferência, e aumenta os custos de produção. As 
perdas variam conforme a espécie e podem, inclusive, inviabilizar a colheita. 
1.4 A fitossanidade na defesa da agricultura 
Os conhecimentos adquiridos até o momento nas área de fitopatologia, 
entomologia, plantas daninhas e os avanços tecnológicos existentes para a proteção 
de plantas têm sido muito importante para o desenvolvimento pleno das culturas e, 
consequentemente, para o aumento da produtividade. 
Alguns dos avanços tecnológicos embarcados nos produtos agrícolas são a 
biotecnologia molecular, sequenciamento de genes, modernas tecnologias como a 
utilização de Bt, raças diferentes da mesma espécie/gênero e novas moléculas de 
produtos químicos. 
O equilíbrio e a eficiência dessas tecnologias podem ser prejudicados se os 
cuidados necessários para a sua utilização não forem levados em consideração. 
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Podemos citar como exemplo, a utilização das áreas de refúgio em lavouras com a 
tecnologia Bt, que é uma técnica de manejo para a preservação desta tecnologia. 
 
 
Fonte: www.portalbrasil10.com.br (2017) 
O conceito de fitossanidade, relacionado à proteção de plantas do ataque de 
pragas ou doenças, foi concebido no início do século XX, antes mesmo do 
aparecimento de tecnologias para controle de organismos que podem causar danos 
aos vegetais. Entretanto, foi a partir de 1950, com os constantes avanços da ciência, 
que a inovação passou a ser uma variável central e indispensável nas atividades 
agropecuárias. 
À medida que as tecnologias avançam, a prática agrícola fica cada vez mais 
complexa e, atualmente, deve ainda respeitar os preceitos de sustentabilidade. Com 
o advento dos produtos fitossanitários para controle de pragas e, mais 
recentemente, das Plantas Geneticamente Modificadas (GM) foi possível 
acompanhar essa evolução. Eles trouxeram uma praticidade sem igual ao manejo 
de pragas em uma agricultura que se torna sistematicamente mais intensiva e 
profissionalizada como a dos cerrados brasileiros. 
A vigilância fitossanitária é uma atividade que integra ações de inteligência, 
mapeando informações em diversos níveis a fim de simular cenários, definir riscos e 
ainda agir na proteção às lavouras. Esse processo deve serconduzido de maneira 
integrada entre entes públicos e privados por meio de levantamentos e construção 
de bases de dados sólidas e confiáveis que atendam aos interesses de todo o setor. 
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O equilíbrio e a eficiência das tecnologias podem ficar prejudicados caso a 
teoria e a prática não estejam em sintonia. A não observância da realidade do 
campo e o consequente não desenvolvimento de políticas e produtos adequados 
pode, no curto prazo, reduzir as alternativas tecnológicas à disposição dos 
agricultores, ameaçando e gerando conflito entre os setores do agronegócio. 
 
 
Fonte: www.novoeste.com (2014) 
Neste contexto, é importante que academia, poder público e empresas 
estejam dispostos a servir a quem mais precisa da tecnologia e das boas práticas: o 
agricultor. O papel do Estado se concentra na educação fitossanitária e no estimulo 
da discussão a partir de critérios científicos. 
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1.5 Políticas Públicas 
 
Fonte: pt.slideshare.net (2015) 
O risco fitossanitário é uma relação do perigo que uma praga representa para 
o agronegócio brasileiro versus a probabilidade de sua entrada (ou dispersão) em 
nosso território. É possível medir riscos e gerenciá-los. Essa é a premissa que deve 
ser perseguida pela alta gestão da fitossanidade do Brasil: a classificação dos riscos 
e a definição de planos de contingência e controle para a manutenção da 
fitossanidade no Brasil. Para isso é necessário técnica, ciência e coordenação de 
esforços e competências. 
A Política Fitossanitária é baseada no conceito científico do Manejo Integrado 
de Pragas (MIP), que consiste no conjunto de ações integradas que contém cinco 
eixos não excludentes: 
 Rotação de culturas, 
 Alternância de variedades, 
 Monitoramento de pragas, 
 Controle biológico (inimigos naturais), 
 Controle químico (supressão). 
Fazem parte da Política Fitossanitária: 
 Medidas fitossanitárias: Qualquer legislação, regulamentação ou 
procedimento oficial tendo o propósito de prevenir a introdução e/ou 
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disseminação de pragas quarentenárias, ou limitar o impacto econômico de 
pragas não quarentenárias regulamentadas; 
 Tratamentos fitossanitários: procedimento oficial para matar, inativar ou 
remover pragas, ou para tornar as pragas inférteis, ou para desvitalização; 
 Produtos fitossanitários: Qualquer substância destinada a prevenir controlar 
ou destruir pragas. 
 
Fonte: www.agricenterseberi.com.br (2015) 
A legislação de defesa sanitária vegetal é de 1934 e está desatualizada. Para 
a definição de novos marcos regulatórios sobre o assunto, é necessária uma ampla 
discussão, cabendo ao Estado atuar na fiscalização. O manejo de pragas é um 
dever de todos na agricultura e uma questão que depende de um esforço conjunto 
que só o Estado pode coordenar por meio da Defesa Agropecuária, incluída na 
Política Fitossanitária Nacional. 
A Política Fitossanitária Nacional consiste em um conjunto de ações 
coordenadas pelo Estado, que visam a sanidade dos vegetais e a sustentabilidade 
do agronegócio, sempre alinhada com o princípio científico, a transparência das 
decisões e a legislação vigente. É norteada pelos seguintes conceitos: 
 Base legal: Decreto de Sanidade Vegetal (24.114/1934); 
 Lei Agrícola (8.171/1991); 
 Decreto Nº 5.759: Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPV). 
 
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Fonte: blogs.oglobo.globo.com (2016) 
1.6 Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934 
Aprova o Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal 
[...] 
CAPÍTULO IV 
ERRADICAÇÃO E COMBATE DAS DOENÇAS E PRAGAS DAS PLANTAS E 
TRÂNSITO DE VEGETAIS E PARTES DE VEGETAIS 
Art. 27. O Ministério da Agricultura, por intermédio dos técnicos encarregados 
da execução das medidas de defesa sanitária vegetal, poderá inspecionar quaisquer 
propriedades como sejam: fazendas sítios, chácaras, quintais, jardins, hortas, etc., 
com o fim de averiguar da, existência de doenças e, pragas dos vegetais e aplicar às 
medidas constantes deste regulamento. 
Art. 28. O Ministério da Agricultura, com os recursos de que dispuser e com a 
colaboração dos governos estaduais e municipais; promoverá o reconhecimento 
periódico e completo do estado sanitário vegetal de todo o país. 
Art. 29. Verificada a irrupção, em qualquer ponto do país, de doenças ou 
pragas reconhecidamente nocivas às culturas e cuja disseminação se possa 
estender à outras regiões e constituir perigo para a lavoura nacional, o Ministério da 
Agricultura procederá, imediatamente, à delimitação da área contaminada, que 
declarará zona interditada, onde aplicará rigorosamente todas ás medidas de 
erradicação constantes deste regulamento e de instruções complementares. 
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Art. 30. Em torno da zona declarada infestada, nos termos do artigo anterior, 
poderá ser delimitada, sempre que o exigir a doença ou praga a erradicar, uma zona 
suspeita, cujo perímetro, a critério do Ministério da Agricultura, poderá variar, quer 
na demarcação inicial, quer durante os trabalhos de erradicação. 
Parágrafo único. Na zona suspeita, as propriedades referidas no art. 27, serão 
mantidas sob constante inspeção por todo o tempo da erradicação e nela o trânsito 
de vegetais, partes de vegetais e produtos empregados na lavoura será regulado 
pelo art. 32, deste regulamento. 
Art. 31. Aos proprietários arrendatários ou ocupantes a qualquer título de 
estabelecimentos agrícolas, situados quer na zona interditada, quer na zona 
suspeita, o Ministério da Agricultura divulgará as instruções para o reconhecimento 
combate e demais procedimentos em relação à doença ou praga em questão. 
Art. 32. Será proibido o trânsito dentro da zona interditada e para fora dela, de 
vegetais e partes de vegetais atacados bem como de quaisquer objetos e até 
mesmo veículos que não tenham sido desinfetados, susceptíveis de disseminar a 
doença ou praga declarada. 
Parágrafo único. Em se tratando de produtos para os quais a inspeção ou 
tratamento, a juízo do Ministério da Agricultura, ofereça garantia suficiente contra a 
disseminação da doença ou praga, poderá ser permitido o seu trânsito desde que os 
mesmos venham acompanhados de certificados dos técnicos incumbidos da defesa 
sanitária vegetal, atestando que foram inspecionados ou submetidos ao tratamento 
prescrito. 
Art. 33. Os proprietários, arrendatários ou ocupantes a qualquer título de 
estabelecimentos localizados em zona interditada, são obrigados, sob as 
penalidades previstas neste regulamento, a executar, à sua custa e dentro das 
respectivas propriedades e no prazo que lhes for cominado, todas as medidas de 
combate à doença ou praga constantes deste regulamento e das instruções 
complementares que o Ministério da Agricultura expedir, cuja aplicação lhes for 
determinada pelo técnico incumbido da erradicação, com pessoal, material, 
aparelhos e utensílios de que dispuserem ou que lhes forem fornecidos. 
Parágrafo único. No caso de se recusarem os proprietários ou ocupantes a 
executar as medidas previstas neste artigo, ou as deixarem de executar no prazo 
cominado, os funcionários incumbidos da defesa sanitária vegetal deverão aplicar 
compulsoriamente as referidas medidas, por conta dos proprietários ou ocupantes. 
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Art. 34. Entre as medidas adotadas para a erradicação poderá o Ministério da 
Agricultura incluir a destruição parcial ou total das lavouras, arvoredos ou matas 
contaminadas ou passíveis de contaminação. 
§ 1º Quando as plantas ou matas, cuja destruição for ordenada, ainda se 
encontraremindenes ou, embora contaminadas, ainda se mantiverem aptas ao seu 
objetivo econômico, poderá ser arbitrada uma indenização ao seu proprietário, 
baseada no custo de produção e levando-se em conta a depreciação determinada 
pela doença ou praga, bem como o possível aproveitamento do material resultante 
da condenação. 
§ 2º As indenizações poderão consistir, em parte ou não todo, na substituição 
das plantas destruídas por outras saídas e de qualidades recomendáveis para o 
lugar. 
§ 3º Não terá o proprietário direito a indenização sempre que se apurar que a 
doença ou praga, por sua natureza ou grau de intensidade, devesse causar a 
destruição das plantações ou matas. 
§ 4º Perderá direito a indenização todo o proprietário que houver infringido 
qualquer dispositivo do presente regulamento ou das instruções especiais baixadas 
para a erradicação. 
Art. 35. O Governo Federal poderá entrar em acordo com o governo do 
Estado ou do Município em cujos territórios houver irrompido a doença ou praga a 
erradicar e dos Estados e Municípios circunvizinho ou mais diretamente ameaçados 
pela mesma, para a execução das medidas de erradicação e custeio das despesas 
dela resultantes. 
§ 1º A direção e fiscalização supremas dos trabalhos de erradicação de que 
trata este artigo caberão em todos os casos ao Governo da União por intermédio do 
Ministério da Agricultura. 
§ 2º Independente da conclusão de qualquer acordo, deverá o Ministério da 
Agricultura aplicar desde logo as medidas de erradicação no território de qualquer 
Estado ou Município, quando se trata de doença ou praga que obrigue a pronta 
intervenção. 
Art. 36. Quando se tratar de doença ou praga que já se encontre disseminada 
a ponto de ser impossível a sua completa erradicação do país, competira 
principalmente, aos governos estaduais e municipais diretamente interessados, 
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providenciar quanto as medidas de defesa agrícola a serem aplicadas nos 
respectivos territórios visando a profilaxia e proteção das lavouras locais. 
Parágrafo único. Ao Ministério da Agricultura caberá estimular e coordenar 
tais trabalhos, prestando aos interessados, direta ou indiretamente, a necessária 
assistência. 
Art. 37. Em se tratando de doença ou praga que embora mais ou menos 
disseminada no país, exija, por sua importância econômica, medidas de caráter 
rigoroso, poderá o Ministério da Agricultura equipará-la as de que tratam os artigos 
29 e 34, baixando para tal fim as portarias que se fizerem necessárias. 
Art. 38. Sempre que os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou 
ocupantes a qualquer título dos estabelecimentos agrícolas de uma determinada 
região conjugarem esforços para o combate a uma doença ou praga que não passa 
ser eficazmente combatida sem a generalização das respectivas medidas de 
controle a uma área de determinada extensão, poderão dirigir-se ao Ministério da 
Agricultura, solicitando- lhe, que declare obrigatório o combate à referida doença ou 
praga, dentro de, um perímetro circundando os seus estabelecimentos. 
Art. 39. O Ministério da Agricultura verificará preliminarmente: 
a) se a doença ou praga pode ser eficazmente combatida; 
b) se o combate solicitado é realmente útil à lavoura da, região; 
c) se a área indicada e suficiente para o emprego eficaz das medidas 
profiláticas e não excede às exigências das mesmas. 
§ 1º O Ministério da Agricultura convidará os demais proprietários, 
arrendatários, usufrutuários ou ocupantes a qualquer título de estabelecimentos na 
área na qual se pretende dar combate à doença ou praga a cooperarem 
voluntariamente na execução das medidas e lhes determinara um prazo para 
significarem a sua adesão. 
§ 2º Findo o prazo, reunidas ou não novas adesões, o Ministério da 
Agricultura acertará com os interessados a forma por que os mesmos devem dar 
aplicação às medidas constantes das instruções complementares a este 
regulamento para o combate da doença ou praga em questão, exigirá o 
compromisso escrito ou testemunhado de que as executarão pela forma acordada e 
declarara obrigatório o combate em apreço. 
§ 3º O Ministério da Agricultura por intermédio dos técnicos do Serviço de 
Defesa Sanitária Vegetal, orientará, auxiliará e fiscalizará os trabalhos dos que 
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houverem manifestado a sua adesão para o combate à doença ou praga e exigirá, 
simultaneamente, a aplicação de medidas equivalentes por parte dos não aderentes. 
§ 4º No caso de uns ou outros deixarem de, executar as medidas que lhes 
forem exigidas dentro do prazo combinado, deverá o Ministério da Agricultura 
pratica-las compulsoriamente, por conta dos ocupantes dos terrenos, salvo a serem 
os mesmos notoriamente falhos de recursos. 
Art. 40. O Ministério da Agricultura, dentro dos recursos orçamentários que 
lhe forem atribuídos para esse fim e por todos os meios indicados pela técnica, pelas 
condições locais e pela natureza das disseminação das doenças ou pragas, auxiliará 
os os ocupantes de terrenos ou suas associações, principalmente os situados nas 
zonas do irradiação ou de combate, empregando maquinaria e aparelhamento não 
acessíveis ao particular, fornecendo a baixo preço ou gratuitamente, se possível, 
máquinas, inseticidas, fungicidas, utensílios, sementes e mudas sadias ou 
resistentes, etc. 
Parágrafo único. Os particulares que voluntariamente se reunirem para o 
combate de doenças ou pragas nas suas circunvizinhanças, terão preferência em 
todos os auxílios que o Ministério da Agricultura puder proporcionar. 
Art. 41. O Governo da União entrará em acordo com os governos locais para 
a realização do combate dentro dos respectivos territórios. 
Art. 42. Fica proibida a exportação ou redes pacho de plantas vivas ou partes 
vivas de plantas, nos portos ou outras localidades em que existirem técnicos do 
Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, sem a apresentação da "permissão de transito" 
passada pelos referidos técnicos, nas condições do art. 20 e parágrafos. 
Parágrafo único. Os estabelecimentos que negociam com plantas e partes 
vivas de plantas, para reprodução, poderão, a critério do Serviço de Defesa Sanitária 
Vegetal, usar o "certificado de sanidade" disposto no art. 19, em substituição à 
"permissão de trânsito". 
Art. 43. Em nenhum caso as alfândegas, guarda, mesas de rendas e 
companhias de transporte, dos lugares em que estiver proibido o livre trânsito de 
plantas ou partes de plantas, permitirão o embarque ou despacho de plantas ou 
partes vivas de plantas sem a autorização do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal. 
Art. 44. Com o intuito de evitar a transmissão de determinada doença ou 
praga a zonas de culturas ainda não infestadas poderá o Ministério da Agricultura 
determinar rigorosas medidas preventivas e exigir que sejam desinfetados ou 
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expurgados determinados vegetais, partes de vegetais, sacaria vazia outros objetos 
e até mesmo veículos, que penetrem na referida zona não infestada e que sejam 
suscetíveis de disseminar a doença ou praga. 
Art. 45. As infrações deste, capitulo serão sujeitas as às seguintes 
penalidades: 
a) multa de 200$ a 1:000$, aos proprietários, arrendatários ou ocupantes a 
qualquer título de estabelecimentos a que se refere o art. 27, que impedirem ou 
dificultarem os trabalhos de defesa sanitária vegetal; 
b) multa de 300$ a 3:000$ para os proprietários de vegetais o partes de 
vegetais e objetos suscetíveis do disseminar a doença ou praga, que infringirem as 
disposições do art.32 e parágrafo único; 
c) multa de 200$ a 1:000$ aos proprietários, arrendatários, ou ocupantes a 
qualquer título de propriedades localizadas em zona interditada, que se negarem a 
executar as medidas de combate constantes deste regulamento e das instruções 
complementares que o Ministério da Agricultura expedir, nos termos do art. 33 e 
parágrafo único; 
d) multa do 100$ a 1:000$ para os que infringindo os §§ 3º e 4º, do art. 39. 
Deixarem de executar as medidas de Sanitária Vegetal; 
e) multa de 200$ a 2:000$ para os particulares, empresas, e companhias de 
transporte em geral, que depois de notificadas facilitarem ou executarem o 
transporte de vegetais e partes de vegetais bem como de outros objetos sujeitos a 
inspeção, desinfeção o expurgo, conforme prescrevem o art. 32. E parágrafo único e 
os arts. 42 e 44. 
Art. 46. Nas instruções complementares a este capítulo, expedidas com 
relação a zonas de irradiação ou combate, serão estabelecidos o máxima e o 
mínimo das penalidades que couberem por outras infrações. 
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Fonte: www.embrapa.br (2015) 
1.7 Decreto Nº 5.759, De 17 De Abril De 2006 
Promulga o texto revisto da Convenção Internacional para a Proteção dos 
Vegetais (CIVP), aprovado na 29a Conferência da Organização das Nações Unidas 
para Agricultura e Alimentação - FAO, em 17 de novembro de 1997. 
[...] 
 
ARTIGO IV 
 
Disposições Gerais Relativas aos Acordos Institucionais de Proteção 
Fitossanitária Nacional 
1 - Cada parte contratante compromete-se a tomar as medidas necessárias 
para estabelecer da melhor forma possível, uma organização nacional oficial de 
proteção fitossanitária, cujas principais responsabilidades são estabelecidas no 
presente Artigo. 
2 - Dentre as responsabilidades de uma organização nacional oficial de 
proteção fitossanitária incluem-se as seguintes: 
a) a emissão de certificados referentes à regulamentação fitossanitária do 
país importador para o envio de plantas, produtos vegetais e outros artigos 
regulamentados; 
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b) a vigilância de vegetais tanto os cultivados, (por exemplo campos, 
plantações, viveiros, jardins, casas de vegetação e laboratórios) como os da flora 
silvestre, das plantas e produtos vegetais em armazenamento ou em transporte, 
particularmente com o objetivo de informar da presença, do foco e da disseminação 
de pragas, bem como controlá-las, incluindo a apresentação dos informes referidos 
no parágrafo 1 a) do Artigo VIII; 
c) a inspeção das cargas de vegetais e de seus produtos envolvidos nas 
trocas internacionais e, quando for apropriado, a inspeção de outros artigos 
regulamentados, particularmente com vistas a prevenir a introdução e/ou a 
disseminação de pragas; 
d) a desinfestação ou desinfecção das cargas de plantas, produtos vegetais, e 
outros artigos regulamentados, particularmente aqueles que estejam envolvidos no 
trânsito internacional, para cumprir os requisitos fitossanitários; 
e) a proteção de áreas em perigo e a identificação, manutenção e vigilância 
de áreas livres de pragas e as de baixa prevalência de pragas; 
f) a realização das análises de risco de pragas; 
g) assegurar, mediante procedimentos apropriados, que a segurança 
fitossanitária das cargas, depois da certificação fitossanitária, com respeito à 
composição, substituição e reinfestação, seja mantida antes da exportação; e 
h) a capacitação e formação de pessoal. 
3 - Cada parte contratante tomará as medidas necessárias, da melhor forma 
possível, para: 
a) a distribuição, dentro do território da parte contratante, de informação sobre 
pragas regulamentadas e meios de preveni-las e controlá-las; 
b) a pesquisa no campo da proteção fitossanitária; 
c) a promulgação da regulamentação fitossanitária; e 
d) o desempenho de qualquer outra função que possa ser necessária para a 
aplicação desta Convenção. 
4 - Cada uma das partes contratantes apresentará ao Secretário, uma 
descrição de sua organização nacional encarregada oficialmente da proteção 
fitossanitária e das modificações que nela sejam introduzidas. Uma parte contratante 
proporcionará à outra parte contratante que a solicite, uma descrição de seus 
acordos institucionais em matéria de proteção fitossanitária. 
 
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ARTIGO V 
Certificação Fitossanitária 
1 - Cada parte contratante adotará disposições para a certificação 
fitossanitária, com o objetivo de garantir que as plantas, produtos vegetais e outros 
artigos regulamentados exportados e suas partidas estejam de acordo com a 
declaração de certificação que deve ser feita em cumprimento do parágrafo 2 b) 
deste Artigo. 
2 - Cada parte contratante adotará providências para a emissão de 
certificados fitossanitários de acordo com as disposições seguintes: 
a) A inspeção e outras atividades a ela relacionadas que conduzam à 
emissão de certificados fitossanitários, serão efetuadas somente pela organização 
oficial nacional de proteção fitossanitária ou sob sua autoridade. A emissão de 
certificados fitossanitários estará a cargo de funcionários públicos tecnicamente 
qualificados e devidamente autorizados pela organização oficial nacional de 
proteção fitossanitária para que atuem em seu nome e sob seu controle, dispondo 
dos conhecimentos e das informações necessárias, de tal forma que as autoridades 
das partes contratantes importadoras possam aceitar os certificados fitossanitários 
como documentos dignos de fé; 
b) os certificados fitossanitários ou sua versão eletrônica se esta for aceita 
pela parte contratante importadora, deverão ser redigidos de acordo com os 
modelos constantes no anexo à presente Convenção. Estes certificados serão 
preenchidos e emitidos levando-se em conta as normas internacionais pertinentes; e 
c) as correções ou supressões não certificadas invalidarão os certificados. 
3 - Cada parte contratante compromete-se a não exigir que as partidas de 
plantas ou produtos vegetais ou outros artigos regulamentados importados para o 
seu território, sejam acompanhados de certificados fitossanitários que não estejam 
de acordo com os modelos Anexos a esta Convenção. Toda a declaração adicional 
exigida deverá limitar-se ao que estiver tecnicamente justificado. 
 
ARTIGO VI 
Pragas Regulamentadas 
1 - As partes contratantes poderão exigir a aplicação de medidas 
fitossanitárias para as pragas quarentenárias e não quarentenárias regulamentadas, 
sempre que tais medidas sejam: 
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a) não mais restritivas que as medidas aplicadas às mesmas pragas, se elas 
estiverem presentes no território da parte contratante importadora; e 
b) limitadas ao que seja necessário para proteger a sanidade vegetal e/ou 
salvaguardar o uso proposto e esteja tecnicamente justificado pela parte contratante 
interessada. 
2 - As partes contratantes não exigirão a aplicação de medidas fitossanitárias 
no comércio internacional para as pragas não regulamentadas. 
[...] 
 
ARTIGO IX 
Organizações Regionais de Proteção Fitossanitária 
1 - As partes contratantes comprometem-se a cooperar mutuamente para 
estabelecer organizações regionais de proteção fitossanitária nas regiões 
apropriadas. 
2 - As organizações regionais de proteção fitossanitária funcionarão como 
organismos de coordenação nas regiões de sua jurisdição, participarão nas diversas 
atividades para alcançar os objetivos desta Convenção e, quando convier, reunirão e 
divulgarão informações. 
3 - As organizações regionais de proteção fitossanitária cooperarão com o 
Secretário na consecução dos objetivos da Convenção e, quando for o caso, 
tambémcom o Secretário e com a Comissão na elaboração de normas 
internacionais. 
4 - O Secretário convocará Consultas Técnicas periódicas de representantes 
das organizações regionais de proteção fitossanitária para: 
a) promover a elaboração e utilização de normas internacionais relevantes 
para medidas fitossanitária; e 
b) estimular a cooperação inter-regional para a promoção de medidas 
fitossanitárias harmonizadas destinadas a controlar pragas e impedir sua 
disseminação e/ou sua introdução. 
 
ARTIGO X 
Normas 
1 - As partes contratantes acordam em cooperar na elaboração de normas 
internacionais de conformidade com os procedimentos adotados pela Comissão. 
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2 - A aprovação das normas internacionais estará a cargo da Comissão. 
3 - As normas regionais devem ser consistentes com os princípios desta 
Convenção; tais normas poderão ser depositadas na Comissão para sua 
consideração como possíveis normas internacionais sobre medidas fitossanitárias 
caso elas sejam de aplicação mais ampla. 
4 - Quando forem empreendidas atividades relacionadas com esta 
Convenção, as partes contratantes deverão ter em conta, se for o caso, as normas 
internacionais. 
 
ARTIGO XI 
Comissão de Medidas Fitossanitárias 
1 - As partes contratantes comprometem-se a criar a Comissão de Medidas 
Fitossanitárias no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e 
Alimentação - FAO. 
2 - As funções da Comissão serão as de promover a plena consecução dos 
objetivos da Convenção, e em particular: 
a) examinar a situação da proteção fitossanitária no mundo e a necessidade 
de medidas para controlar a disseminação internacional de pragas e sua introdução 
em áreas em perigo; 
b) estabelecer e manter sob revisão, os mecanismos e procedimentos 
institucionais necessários para a elaboração e aprovação de normas internacionais e 
aprová-las; 
c) estabelecer regras e procedimentos para a solução de controvérsias de 
conformidade com o disposto no Artigo XIII; 
d) estabelecer os órgãos auxiliares da Comissão que possam ser necessários 
para a apropriada implementação de suas funções; 
e) aprovar diretrizes relativas ao reconhecimento das organizações regionais 
de proteção fitossanitária; 
f) estabelecer cooperação com outras organizações internacionais relevantes 
sobre assuntos compreendidos no âmbito da presente Convenção; 
g) adotar as recomendações que sejam necessárias para a aplicação da 
Convenção; e 
h) desempenhar outras funções que possam ser necessárias para o alcance 
dos objetivos desta Convenção. 
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3 - Poderão pertencer à Comissão todas as partes contratantes. 
4 - Cada parte contratante poderá ser representada nas reuniões da 
Comissão por um só delegado, que pode estar acompanhado de um suplente e por 
especialistas e assessores. Os suplentes, especialistas e assessores poderão tomar 
parte nos procedimentos da Comissão, mas não terão direito a votar, exceto no caso 
de um suplente devidamente autorizado para substituir ao delegado. 
5 - As partes contratantes farão todo o possível para alcançar um acordo 
sobre todos os assuntos por consenso. No caso em que se esgotem todos os 
esforços para alcançá-lo e não se haja chegado a um acordo, a decisão adotar-se-á, 
em última instância, pela maioria de dois terços das partes contratantes presentes e 
votantes. 
6 - Uma Organização Membro da FAO que seja parte contratante e os 
Estados Membros desta Organização que sejam partes contratantes exercerão os 
direitos e cumprirão suas obrigações que lhes correspondam como membros, em 
conformidade, mutatis mutandis, com as disposições da Constituição e o 
Regulamento Geral da FAO. 
7 - A Comissão poderá aprovar e emendar, caso necessário, seu próprio 
regulamento, que não deverá ser incompatível com a presente Convenção e com a 
Constituição da FAO. 
8 - O Presidente da Comissão convocará uma reunião ordinária anual da 
Comissão. 
9 - As reuniões extraordinárias da Comissão serão convocadas pelo seu 
Presidente por solicitação de pelo menos um terço dos seus membros. 
10 - A Comissão elegerá seu Presidente e não mais do que dois Vice-
Presidentes, cada um dos quais ocupará o cargo por um período de dois anos. 
 
Fonte: www.agriculturasustentavel.org.br (2017) 
 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br (2017) 
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS 
O Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, perde cerca de 10 milhões de 
toneladas de grãos por ano, devido ao mau manejo da colheita e pós-colheita de sua 
produção. Qualidade e sanidade são os principais requisitos da produção mundial de 
alimentos. 
As perdas se dão principalmente pelas condições fitossanitárias dos grãos e 
do local de armazenamento. O ataque de fungos, bactérias, insetos e roedores 
resultam em perdas de até 10% do rendimento total de grãos armazenados. 
O manejo da unidade armazenadora de grãos para a redução das perdas de 
grãos armazenados consiste em algumas etapas a serem seguidas, conforme o MIP 
Grãos (Manejo Integrado de Pragas na Unidade Armazenadora de Grãos – Embrapa 
Trigo). 
Uma das soluções para o problema de perdas ocasionadas por pragas em 
armazéns é o Manejo Integrado de Pragas na Unidade Armazenadora de Grãos. 
Esse processo consiste na série de medidas que devem ser adotadas pelos 
armazenadores para evitar danos causados por pragas. Essa técnica compreende 
várias etapas. 
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2.1 Mudança de comportamento dos armazenadores 
 
Fonte: www.londrinaconvention.com.br (2017) 
É a fase inicial e mais importante de todo o processo, no qual todas as 
pessoas responsáveis que atuam na unidade armazenadora de grãos têm de estar 
envolvidas. É necessário que desde operadores das unidades, que lidam com o grão 
propriamente dito, até dirigentes das instituições armazenadoras desses grãos 
participem do processo. Nessa fase, o alvo é conscientizar sobre a importância de 
pragas no armazenamento e danos diretos e indiretos que estas podem causar. 
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2.2 Conhecimento da unidade armazenadora de grãos 
 
Fonte: www.plantarcrescercolher.blogspot.com.br (2016) 
Esta deve ser conhecida em todos os detalhes, por operadores e 
administradores, desde a chegada do produto à recepção até a expedição, após o 
período de armazenamento. Essa inspeção deve identificar e prever pontos de 
entrada e abrigo de pragas dentro do sistema de armazenagem. Nessa fase também 
deve ser levantado o histórico do controle de pragas na unidade armazenadora nos 
anos anteriores, identificando problemas passados. 
2.3 Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora 
O uso adequado dessas medidas definirá o maior sucesso da meta 
preconizada. O uso de simples equipamentos de limpeza, como, por exemplo, 
vassouras, escovas e aspiradores de pó em moegas, túneis, passarelas, secadores, 
fitas transportadoras, eixos sem-fim, máquinas de limpeza, elevadores, etc. nas 
instalações da unidade armazenadora representa os maiores ganhos deste 
processo. A eliminação total de focos de infestação dentro da unidade, como 
resíduos de grãos, poeiras, sobras de classificação, sobras de grãos, etc., permitirá 
o armazenamento sadio. Após essa limpeza, o tratamento periódico de toda a 
estrutura armazenadora, com inseticidas protetores de longa duração, é uma 
necessidade para evitar reinfestação de insetos nesses armazéns. 
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2.4 Correta identificação de pragas 
As pragas que atacam os diferentes tipos de grãos devem ser identificadas 
taxonomicamente, pois dessa identificação dependerão as medidas de controle a 
ser tomadas e a consequente potencialidade de destruição de grãos. As pragas de 
grãos armazenados podem ser divididas em dois grupos de maior importânciaeconômica, que são besouros e traças. No primeiro grupo, as espécies que causam 
maior prejuízo são Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae, S. zeamais e Tribolium 
castaneum, e, no segundo, Sitotroga cerealella é a traça de maior importância. 
 
 
Fonte: www.biosistemico.org.br (2015) 
2.5 Conhecimento da resistência de pragas a inseticidas químicos 
A resistência de pragas a produtos químicos é uma realidade comum no 
mundo todo e cada vez mais deve ser considerada, de forma consciente, por todos 
os envolvidos no processo, uma vez que pode inviabilizar o uso de alguns produtos 
químicos disponíveis no mercado e provocar perdas de elevados investimentos de 
capital para a consecução dessas ações. 
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Fonte: www.racismoambiental.net.br (2016) 
2.6 Potencial de destruição de cada espécie-praga 
O verdadeiro dano e a consequente capacidade de destruição da massa de 
grãos por cada espécie-praga devem ser perfeitamente entendidos, pois determinam 
a viabilidade de comercialização desses grãos armazenados. 
2.7 Proteção do grão com inseticidas 
Depois de limpos e secos, e se houver armazenamento por períodos longos, 
os grãos podem ser tratados preventivamente com inseticidas protetores, de origem 
química ou natural. Esse tratamento visa a garantir a eliminação de qualquer praga 
que venha a infestar o produto durante o período em que este estiver armazenado. 
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Fonte: www.sfagro.uol.com.br (2016) 
O tratamento com inseticidas protetores de grãos deve ser realizado no 
momento de abastecer o armazém e pode ser feito na forma de pulverização na 
correia transportadora ou em outros pontos de movimentação de grãos, com 
emprego de inseticidas químicos líquidos ou mediante polvilhamento com inseticida 
pó inerte natural, na formulação pó seco. Este último, um inseticida proveniente de 
algas diatomáceas fossilizadas, é extraído e moído em um pó seco de fina 
granulometria. Agindo no inseto por contato, causa morte por dessecação, não é 
tóxico e mantém inalteradas as características alimentares de grãos. 
É importante que haja perfeita mistura do inseticida com a massa de grãos. 
Também pode-se usar pulverização ou polvilhamento para proteção de grãos 
armazenados em sacaria, na dose registrada e indicada pelo fabricante. No caso de 
inseticidas químicos, para proteção de grãos às pragas S. oryzae e S. zeamais , 
indica-se o uso de inseticidas organofosforados, uma vez que tais produtos são 
específicos para essas espécies-praga. Já para R. dominica, os inseticidas 
indicados são os do grupo dos piretróides. 
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Fonte: www.amipa.com.br (2016) 
2.8 Tratamento curativo 
Sempre que houver presença de pragas na massa de grãos, deve-se fazer 
expurgo, usando produto à base de fosfina. Esse processo deve ser realizado em 
armazéns, em silos de concreto, em câmaras de expurgo, em porões de navios ou 
em vagões, sempre com vedação total, observando-se o período mínimo de 
exposição de cinco dias para controle de todas as fases da praga e a dose indicada 
do produto. 
2.9 Monitoramento da massa de grãos 
Uma vez armazenados, os grãos devem ser monitorados durante todo o 
período em que permanecerem estocados. O acompanhamento da evolução de 
pragas que ocorrem na massa de grãos armazenados é de fundamental 
importância, pois permite detectar o início da infestação que poderá alterar a 
qualidade final do grão. Esse monitoramento tem por base um eficiente sistema de 
amostragem de pragas, independentemente do método empregado, e a medição de 
variáveis, como temperatura e umidade do grão, que influem na conservação do 
produto armazenado. Registra o início da infestação e direciona a tomada de 
decisão por parte do armazenador, a fim de garantir a qualidade do grão. 
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2.10 Gerenciamento da unidade armazenadora 
Todas essas medidas devem ser tomadas através de atitudes gerenciais 
durante a permanência dos grãos no armazém, e não somente durante o 
recebimento do produto, permitindo, dessa forma, que todos os procedimentos 
interajam no processo e garantindo melhor qualidade de grão para comercialização 
e consumo. 
 
Fonte: www.aculturadocafe.xpg.uol.com.br (2017) 
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3 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS 
 
Fonte: www.agricultura.gov.br (2017) 
3.1 Roedores 
As espécies de roedores responsáveis por infestações em complexos 
agroindustriais são: 
 Camundongos (Mus musculus); 
 Ratos de telhado (Rattus rattus); 
 Ratazanas (Rattus novergicus). 
O controle de roedores deve ser feito com a implantação de barreiras físicas, 
saneamento do ambiente e redução da população de roedores pelo uso de ratoeiras 
ou produtos químicos denominados raticidas (arsênico, fluoracetato de sódio, alfa-
naftil-tioureia e anticoagulantes). 
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Fonte: www.agricultura.gov.br (2017) 
3.2 Insetos 
As principais pragas dos grãos armazenados são, com certeza, os insetos. 
Eles podem apresentar características de acordo com o ambiente em que se 
encontram os subprodutos e os grãos. São classificados em três grupos, segundo 
seus hábitos alimentares: 
 Primários: rompem o grão e atingem o endosperma; 
 Secundários: não rompem o grão. Geralmente vivem associados aos insetos 
primários; 
 Associados. 
Os principais insetos dos grãos armazenados pertencem à ordem Coleoptera 
(gorgulhos ou carunchos) e a ordem Lepdoptera (mariposas e traças). 
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Fonte: www.agencia.cnptia.embrapa.br (2017) 
Os gorgulhos sobrevivem em grandes profundidades dos silos e graneleiros. 
As mariposas são frágeis e permanecem na superfície da massa de grãos. 
Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae, S. zeamais e Tribolium castaneum, e, no 
segundo, Sitotroga cerealella é a traça de maior importância. 
O controle de insetos pode ser feito pelo uso de inseticidas de contato, pelo 
controle físico e pelo controle biológico. 
Os principais inseticidas de contato utilizados no Brasil são: 
 pirimiphos-methyl; 
 fenitrothion; 
 malathion 500 CE; 
 Deltamethrin; 
 Permethrin; 
 Bifenthrin. 
O controle físico é feito pelo controle da temperatura, umidade relativa do ar, 
teor de umidade dos grãos e dos silos, graneleiros e armazéns, além da pressão no 
produto (compressão e impacto). 
O controle biológico é feito empregando-se parasitas, predadores ou 
patógenos para eliminar as populações de insetos. 
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3.3 Fungos e Microtoxinas 
 
Fonte: www.defesavegetal.net (2017) 
As principais espécies de fungos que se desenvolvem nos grãos 
armazenados são: 
 Aspergillums spp.; 
 Penicillium spp.; 
 Fusarium spp. 
As principais micotoxinas que se desenvolvem são: 
 Aflatoxina - muito tóxica e cancerígena e a intoxicação é chamada de 
aflatoxicose; 
 Tricotecenos - promove acumulação de gordura e sérios danos renais; 
 Zearalenona – podem causar vômitos, hemorragias, interferência com o 
sistema imunológico, entre outras; 
 Ocratoxinas – podem causar hiperestrogenismo, aborto, infertilidade, entre 
outras. 
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Fonte: www.noticiaalternativa.com.br (2017) 
O controle de fungos e micotoxinas nos grãos é feito principalmente pelos 
cuidados durante as operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos além da 
sanificação dos graneleiros, silos e equipamentos mecânicos. Algumas 
recomendações são descritas a seguir: 
 Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita 
proceder a operação; 
 Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da 
massa de grãos e evitar danos mecânicos; 
 Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e 
graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais; Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; 
removendo impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois 
estes podem ser utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos; 
 Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução do 
teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de fungos; 
 Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, 
para uniformizar a temperatura; e 
 Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a 
proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas. 
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BIBLIOGRAFIA 
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Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, 2012. 
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KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. 
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químico de doenças de plantas. 6. ed. Passo Fundo. Ed: Universidade de Passo 
Fundo, 2010. 226 p. 
RIBEIRO DO VALE, F.X.; JÚNIOR, W.C.J.; ZAMBOLIM, L. Epidemiologia aplicada 
ao manejo de doenças de plantas. Belo Horizonte: Editora Perfil, 2004. 531p. 
ZAMBOLIM, L; CONCEIÇÃO, M. Z. & SANTIAGO, T. 2003. O que engenheiros 
agrônomos devem saber para orientar o uso de produtos fitossanitários. UFV, 
Viçosa. 376 p. 
 
 
4 LEITURA COMPLEMENTAR 
Autor: Luiz Carlos Bhering Nasser 
Disponível em: http://revistasafra.com.br/a-fitossanidade-como-
defensora-do-patrimonio-agricola-brasileiro/ 
Acesso: 06 de abril de 2017 
 
A fitossanidade como defensora do patrimônio agrícola brasileiro 
 
A safra brasileira de grãos em 1972/73 foi de 30 milhões de toneladas em 28 
milhões de hectares cultivados. Em 2012/13 187 milhões de toneladas de grãos 
foram produzidos em 53 milhões de hectares cultivados. Nesse tempo, o Brasil 
passou de importador de alimentos a terceiro maior exportador mundial de produtos 
agropecuários, sendo também o maior exportador/produtor de café, açúcar, suco de 
laranja, etanol de cana-de-açúcar, soja, feijão, milho, carne bovina e frango. Em 
outras palavras, 40 anos após o começo da distribuição de investimentos em 
recursos humanos, pesquisa, geração de tecnologia, desenvolvimento da indústria 
em apoio ao campo, tudo isso aliado à fibra do agricultor brasileiro, o agronegócio se 
tornou o segmento mais abrangente, dinâmico e importante da economia brasileira. 
Recentemente, para manter essa posição de liderança no agronegócio, outros 
parâmetros, conceitos e profissionais foram introduzidos para garantir a 
sustentabilidade da agricultura. Um parâmetro muitíssimo importante para esse 
resultado foi o uso de sementes sadias, isto é, livres de patógenos. Trata-se da 
melhor técnica de se evitar a introdução de doenças nas lavouras, reduzindo perdas 
na produtividade de grãos. No caso das lavouras de soja e feijão no Brasil, a maioria 
das doenças (80%) é transmitida pelas sementes. 
Para ilustrar um exemplo de fungo/patógeno transmissível por sementes de 
soja e feijão destacamos o agente causal da doença esclerotinia/mofo branco: o 
fungo Sclerotinia sclerotiorum. As sementes podem ser infectadas com o micélio do 
fungo ou contaminadas com escleródios. É grande o potencial de disseminação do 
patógeno a longa distância através de sementes (focos foram identificados em 1976 
no Paraná, 1982 em Minas Gerais, e em 1985 no Distrito Federal. Hoje já atingem 
quase todas lavouras de soja do Brasil). Os escleródios podem ser retirados de lotes 
de sementes, porém, aquelas sementes infectadas com micélio do fungo dificilmente 
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são detectadas sem a ajuda de um laboratório especializado. S. sclerotiorum é 
responsável por perdas de até 30% em lavouras de soja e de até 70% em lavouras 
de feijão irrigadas por pivô central. 
Plantas doentes de feijoeiro irrigado podem ter a produção reduzida em 37%. 
Se considerar uma incidência de 50% no campo, sob um pivô central que irriga uma 
área de 100 hectares, uma produtividade média de 3.120 quilos por hectare e o 
preço da saca de 60 quilos a R$ 200, isto poderia representar uma perda de receita 
bruta de R$ 130 mil – o equivalente a 650 sacas de feijão que deixariam de ser 
produzidas devido ao mofo branco. 
Vale lembrar que atualmente no mundo não existem variedades de plantas 
(feijão, soja, canola, girassol, algodão, ervilha, tomate industrial/mesa, nabo 
forrageiro, cenoura, pimentão e berinjela) resistentes ao patógeno, tornando 
necessário o controle químico com fungicidas para o controle dessa importante 
doença. Assim, a detecção desse fungo em sementes é de extrema importância, 
pois sementes com alta qualidade fitossanitária contribuem para menor consumo 
desses produtos durante o ciclo das culturas e evita a introdução e/ou aumento da 
doença nas lavouras. 
Nos debates sobre sustentabilidade, tanto ambiental como econômica, pouco 
se fala da importância das sementes. As sementes livres de doenças aumentam a 
produtividade e reduzem a necessidade de uso de fungicidas. Daí a importância dos 
laboratórios credenciados para análise sanitária. No caso da soja e do feijão é 
preciso manter as lavouras livres do mofo branco. Isso nada mais é que garantir a 
sustentabilidade do agronegócio. 
 
Registro de produtos fitossanitários no Brasil: necessidade de agilização 
Autor: José Otavio Menten 
Disponível em: http://cenarioagro.com.br/tag/fitossanidade/ 
Acesso: 07 de abril de 2017 
 
O manejo das pragas agrícolas (organismos nocivos às plantas cultivadas 
que causam 42% de danos à produção) deve sempre seguir o MIP (manejo 
integrado de pragas), que significa a utilização simultânea ou sequencial de todas as 
alternativas de controle disponíveis. Entretanto, em quase todos os cultivos, a 
utilização de produtos fitossanitários é indispensável. Daí a necessidade do mercado 
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oferecer cada vez mais alternativas para o agricultor poder optar por aqueles queofereçam mais vantagens, seja pela eficiência, relação custo benefício, redução da 
possibilidade de seleção de linhagens resistentes de pragas, apresentar melhores 
características ambientais ou toxicológicas etc. Atualmente, além dos produtos 
fitossanitários químicos ou sintéticos, também estão disponíveis os biológicos: 
fungos, bactérias, vírus, nematoides, insetos e ácaros que tem ação contra as 
pragas agrícolas por serem parasitas/parasitoides, predadores, competidores, 
produzirem metabólitos prejudiciais às pragas, estimularem mecanismos de defesa 
nas plantas etc. Há ainda os semioquímicos (feromônios e aleloquímicos) e os 
produtos à base de extratos naturais. 
Todos estes produtos, para serem utilizados, devem ser registrados. Este 
processo envolve a apresentação de estudos agronômicos ao MAPA (Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente), ambientais ao IBAMA e toxicológicos à 
ANVISA. Apenas os produtos que sejam eficientes e não apresentem problemas ao 
ambiente e a saúde das pessoas obtém o registro, emitido pelo MAPA. É 
fundamental que o processo seja ágil e mantenha o rigor para que as novas 
tecnologias sejam disponibilizadas aos produtores rurais o mais breve possível, 
contribuindo com a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira. Para 
os biológicos, semioquímicos e a base de extratos vegetais o registro é diferenciado, 
com base em normativas específicas. Produtos com uso aprovado para agricultura 
orgânica também dispõem de procedimento específico, mais simplificado. 
Embora haja concordância sobre as vantagens da utilização de produtos mais 
modernos, com características mais amigáveis, este tem sido um dos principais 
gargalos do agro brasileiro: a morosidade do processo de registro. Enquanto em 
outros países as inovações já estão no campo, no Brasil podem levar mais de cinco 
anos para a emissão do registro. Em 2016 foram registrados 277 novos produtos no 
Brasil. Recorde! Isto representou aumento de quase 100% em relação aos registros 
de 2015. Destaque para os produtos biológicos: foram aprovados 38 novos 
produtos, representando aumento de 65% em relação a 2015. Entretanto centenas 
de produtos estão aguardando a conclusão dos estudos e a emissão do registro. 
Várias sugestões tem sido apresentadas para aprimorar o processo. Existe, 
inclusive, um Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional que tem como 
um dos principais objetivos introduzir modificações que proporcionem mais agilidade 
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no registro de produtos fitossanitários no Brasil. É tempo de medidas serem tomadas 
com urgência! 
 
 
Aparência x Essência: agrotóxicos necessários ou não? 
 
Autores: José Otavio Menten Ciro Rosolem e Luiz Carlos Côrrea Carvalho 
Disponível em: http://cenarioagro.com.br/tag/fitossanidade/ 
Acesso: 07 de abril de 2017 
A agricultura brasileira tem sua reputação e imagem frequentemente 
questionadas, mas é necessário que prevaleça a verdade, baseada em fatos 
comprovados. A comunidade científica acompanha com rigor as inovações 
tecnológicas e o desenvolvimento da agricultura no Brasil, e o Conselho Científico 
para Agricultura Sustentável (CCAS) tem o objetivo de discutir temas relacionados à 
sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara e isenta, sobre o 
assunto, valorizando o conhecimento científico. 
O Brasil é líder na produção e exportação de soja, milho, cana, algodão, 
laranja etc. Estas conquistas ocorreram em paralelo ao desenvolvimento social do 
campo e maior consciência e respeito ambiental. O aumento da produtividade foi 
mais importante do que a expansão da área cultivada, de modo que cerca de 65% 
do território brasileiro continua recoberto por matas nativas. Nos últimos 35 anos, a 
produção de grãos no Brasil aumentou 198%, enquanto a área cultivada cresceu 
28%. 
Estando em região tropical, o Brasil desenvolveu tecnologias próprias para 
superar suas limitações. Um dos grandes desafios tem sido a convivência e redução 
dos danos causados pelas pragas agrícolas (insetos, doenças e plantas daninhas). 
Nos trópicos, onde a neve não controla naturalmente as pragas, estas são mais 
diversificadas e atuam com maior intensidade. No Brasil, todas as culturas agrícolas 
estão sujeitas a pragas. Medidas de controle são necessárias incluindo o uso de 
produtos fitossanitários para reduzir danos, manter a produtividade, qualidade e 
custos compatíveis dos produtos agrícolas. As pragas são controladas utilizando-se 
todas as medidas disponíveis. É o chamado MIP (Manejo Integrado de Pragas). 
São usados métodos genéticos (resistência das plantas), biológicos (inimigos 
naturais), culturais (rotação de culturas, erradicação, vazio sanitário), legislativos 
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(evitar introdução de novas pragas) e químicos (produtos fitossanitários/defensivos). 
A utilização do manejo químico com produtos fitossanitários é um dos mais 
utilizados, pela sua eficiência e segurança. Trata-se da aplicação de inseticidas, 
fungicidas e herbicidas. Se os produtos fitossanitários não fossem utilizados, a 
produção agrícola sofreria redução da ordem de 50%. Sem defensivos seria 
necessário dobrar a área cultivada, com a incorporação de terras hoje com florestas, 
com elevação nos preços dos alimentos, fibras e agro energia. A boa notícia é que 
foi demonstrado pela Kleffmann que de 2004 a 2011, o uso de produtos 
fitossanitários por unidade de produto cresceu 120% na China e 47% na Argentina, 
no Brasil houve redução de 3%. É o agronegócio brasileiro fazendo a lição de casa. 
Os produtos fitossanitários em uso no Brasil são extremamente seguros. São 
desenvolvidos por empresas que empregam ciência e tecnologia de ponta. Para que 
um novo produto chegue aos produtores rurais, há necessidade de muita pesquisa e 
avaliações rigorosas de qualidade. São necessários cerca de 12 anos de estudos e 
investimento aproximado de US$ 250 milhões para que uma nova substância possa 
ser utilizada. Antes de serem liberados para os agricultores, os produtos devem ser 
registrados junto aos órgãos reguladores do Brasil: MAPA, ANVISA e IBAMA. Estes 
órgãos seguem protocolos internacionais e exigem cerca de cinco anos de estudos 
por parte de especialistas. Este procedimento fez com que, nos últimos 40 anos, as 
doses dos produtos fitossanitários utilizados no Brasil fossem reduzidas em quase 
90% e a toxicidade aguda em mais de 160 vezes. 
Mas a alta qualidade dos produtos fitossanitários não basta. Há necessidade 
de seu uso correto e seguro. Para isto é fundamental educação e treinamento dos 
usuários, para que as Boas Práticas Agrícolas sejam adotadas. Milhares de 
manipuladores destes produtos são treinados anualmente, pelas empresas e 
instituições rurais. Deve-se destacar que seguir rigorosamente a receita 
agronômica, em especial quanto à dose utilizada e a obediência do intervalo de 
segurança (tempo entre a aplicação e a colheita) são fundamentais para que não 
haja contaminação dos alimentos. Isto tem contribuído para que a qualidade dos 
alimentos ofertados à população seja adequada, e é confirmado pelo monitoramento 
dos LMRs (Limites Máximos de Resíduos) realizado pelos órgãos reguladores, como 
MAPA E ANVISA, além de diversas empresas privadas. Destaque especial deve ser 
dado às embalagens vazias de produtos fitossanitários: o Brasil é líder mundial na 
destinação correta, em que cerca de 94% de todas as embalagens utilizadas são 
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recolhidas e devidamente destinadas, através da ação articulada dos fabricantes, 
distribuidores, agricultores e poder público. O rural inspirando o urbano no respeito 
ao ambiente! 
Além do manejo adequado de pragas, muitos outros aspectos da agricultura 
brasileira requerem conhecimento para que se chegue a posições apropriadas. Por 
se tratar de um assunto sensível, especialistas de ocasião,mídia sensacionalista e 
outros acabam por emitir opiniões infundadas, ou mesmo fundamentadas em 
pesquisa de má qualidade. O CCAS tem se preocupado em trazer a público, ciência 
de qualidade em linguagem compreensível, em especial quando se trata de 
alimentos, segurança alimentar e ambiente de qualidade. Existem insinuações 
relacionando o uso de produtos fitossanitários à maior incidência de câncer, má 
formação congênita, resíduos em leite materno etc., sem demonstração de nexo 
causal. Não há evidências científicas para suportar tais hipóteses. O assunto exige 
tratamento responsável.

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