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SUMÁRIO 1 ASPECTOS GERAIS DA FITOSSANIDADE .............................................. 2 1.1 Fitopatologia ......................................................................................... 3 1.2 Entomologia Agrícola ........................................................................... 4 1.3 Plantas Daninhas ................................................................................. 5 1.4 A fitossanidade na defesa da agricultura.............................................. 5 1.5 Políticas Públicas ................................................................................. 8 1.6 Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934 .......................................... 10 1.7 Decreto Nº 5.759, De 17 De Abril De 2006 ........................................ 16 2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS ...... 22 2.1 Mudança de comportamento dos armazenadores ............................. 23 2.2 Conhecimento da unidade armazenadora de grãos ........................... 24 2.3 Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora ......... 24 2.4 Correta identificação de pragas .......................................................... 25 2.5 Conhecimento da resistência de pragas a inseticidas químicos ........ 25 2.6 Potencial de destruição de cada espécie-praga ................................. 26 2.7 Proteção do grão com inseticidas ...................................................... 26 2.8 Tratamento curativo............................................................................ 28 2.9 Monitoramento da massa de grãos .................................................... 28 2.10 Gerenciamento da unidade armazenadora ..................................... 29 3 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS ........................................................ 30 3.1 Roedores ............................................................................................ 30 3.2 Insetos ................................................................................................ 31 3.3 Fungos e Microtoxinas ....................................................................... 33 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 35 4 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 37 1 ASPECTOS GERAIS DA FITOSSANIDADE Fonte: www.revistacampoenegocios.com.br (2015) A utilização de produtos fitossanitários para a prevenção e o controle de pragas, doenças e plantas daninhas e o surgimento de novas ferramentas como as plantas geneticamente modificadas têm contribuído para a melhoria da sanidade das culturas, trazendo benefícios como o aumento da produtividade. A fitossanidade pode ser definida como o conjunto de ciências que estão relacionadas à sanidade vegetal. Engloba o conhecimento e técnicas das áreas de: Fitopatologia; Entomologia Agrícola; Plantas Daninhas. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 1.1 Fitopatologia Fonte: www.fitopatolo.blogspot.com.br (2012) A Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças das plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia até o seu controle. Desenvolveu-se ao longo dos anos, passando por cinco períodos: Místico; Predisposição; Etiológico; Ecológico; Fisiológico. Atualmente, a Fitopatologia vive seu período fisiológico, em que as doenças de plantas passaram a ser encaradas com base nas relações fisiológicas entre hospedeiro e patógeno, como um processo dinâmico no qual ambos influenciam-se mutuamente. As doenças de plantas são o resultado da interação entre o hospedeiro (planta), o agente causal e o ambiente e são classificadas tomando por base a 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce natureza dos patógenos, definindo grupos de doenças causadas por fungos, vírus e bactérias. Os conhecimentos gerados nas diferentes linhas de pesquisas dentro da fitopatologia poderão ser utilizados em programas de melhoramento genético, visando o desenvolvimento de cultivares resistentes/tolerantes à doenças, garantindo incremento na produtividade das culturas. Fonte: www.embrapa.br (2014) 1.2 Entomologia Agrícola É a ciência que estuda as pragas das plantas cultivadas visando a identificação, o manejo e o controle. Os danos causados pelos insetos às plantas são variáveis, podendo ser observados em todos os órgãos vegetais. Dependem da espécie e do nível populacional da praga, do estágio de desenvolvimento e estrutura vegetal atacada e duração do ataque, obtendo maior ou menor prejuízo às culturas. A identificação correta das espécies de insetos-praga é de fundamental importância para determinar as estratégias de controle mais adequadas. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.ebah.com.br (2017) 1.3 Plantas Daninhas As Plantas Daninhas são aquelas que crescem espontaneamente em áreas de atividades humanas e que causam prejuízos a essas atividades. Constituem-se em um problema sério para a agricultura, pois se desenvolvem em condições semelhantes às das plantas cultivadas. Estas plantas apresentam crescimento rápido e facilidade de disseminação, produzem grande número de sementes e crescem em condições adversas. Elas também podem afetar as culturas sendo hospedeiras de pragas e doenças. A presença de Plantas Daninhas em áreas cultivadas resulta em redução da produtividade, devido a sua interferência, e aumenta os custos de produção. As perdas variam conforme a espécie e podem, inclusive, inviabilizar a colheita. 1.4 A fitossanidade na defesa da agricultura Os conhecimentos adquiridos até o momento nas área de fitopatologia, entomologia, plantas daninhas e os avanços tecnológicos existentes para a proteção de plantas têm sido muito importante para o desenvolvimento pleno das culturas e, consequentemente, para o aumento da produtividade. Alguns dos avanços tecnológicos embarcados nos produtos agrícolas são a biotecnologia molecular, sequenciamento de genes, modernas tecnologias como a utilização de Bt, raças diferentes da mesma espécie/gênero e novas moléculas de produtos químicos. O equilíbrio e a eficiência dessas tecnologias podem ser prejudicados se os cuidados necessários para a sua utilização não forem levados em consideração. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Podemos citar como exemplo, a utilização das áreas de refúgio em lavouras com a tecnologia Bt, que é uma técnica de manejo para a preservação desta tecnologia. Fonte: www.portalbrasil10.com.br (2017) O conceito de fitossanidade, relacionado à proteção de plantas do ataque de pragas ou doenças, foi concebido no início do século XX, antes mesmo do aparecimento de tecnologias para controle de organismos que podem causar danos aos vegetais. Entretanto, foi a partir de 1950, com os constantes avanços da ciência, que a inovação passou a ser uma variável central e indispensável nas atividades agropecuárias. À medida que as tecnologias avançam, a prática agrícola fica cada vez mais complexa e, atualmente, deve ainda respeitar os preceitos de sustentabilidade. Com o advento dos produtos fitossanitários para controle de pragas e, mais recentemente, das Plantas Geneticamente Modificadas (GM) foi possível acompanhar essa evolução. Eles trouxeram uma praticidade sem igual ao manejo de pragas em uma agricultura que se torna sistematicamente mais intensiva e profissionalizada como a dos cerrados brasileiros. A vigilância fitossanitária é uma atividade que integra ações de inteligência, mapeando informações em diversos níveis a fim de simular cenários, definir riscos e ainda agir na proteção às lavouras. Esse processo deve serconduzido de maneira integrada entre entes públicos e privados por meio de levantamentos e construção de bases de dados sólidas e confiáveis que atendam aos interesses de todo o setor. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce O equilíbrio e a eficiência das tecnologias podem ficar prejudicados caso a teoria e a prática não estejam em sintonia. A não observância da realidade do campo e o consequente não desenvolvimento de políticas e produtos adequados pode, no curto prazo, reduzir as alternativas tecnológicas à disposição dos agricultores, ameaçando e gerando conflito entre os setores do agronegócio. Fonte: www.novoeste.com (2014) Neste contexto, é importante que academia, poder público e empresas estejam dispostos a servir a quem mais precisa da tecnologia e das boas práticas: o agricultor. O papel do Estado se concentra na educação fitossanitária e no estimulo da discussão a partir de critérios científicos. 130757sp Realce 130757sp Realce 1.5 Políticas Públicas Fonte: pt.slideshare.net (2015) O risco fitossanitário é uma relação do perigo que uma praga representa para o agronegócio brasileiro versus a probabilidade de sua entrada (ou dispersão) em nosso território. É possível medir riscos e gerenciá-los. Essa é a premissa que deve ser perseguida pela alta gestão da fitossanidade do Brasil: a classificação dos riscos e a definição de planos de contingência e controle para a manutenção da fitossanidade no Brasil. Para isso é necessário técnica, ciência e coordenação de esforços e competências. A Política Fitossanitária é baseada no conceito científico do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que consiste no conjunto de ações integradas que contém cinco eixos não excludentes: Rotação de culturas, Alternância de variedades, Monitoramento de pragas, Controle biológico (inimigos naturais), Controle químico (supressão). Fazem parte da Política Fitossanitária: Medidas fitossanitárias: Qualquer legislação, regulamentação ou procedimento oficial tendo o propósito de prevenir a introdução e/ou 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce disseminação de pragas quarentenárias, ou limitar o impacto econômico de pragas não quarentenárias regulamentadas; Tratamentos fitossanitários: procedimento oficial para matar, inativar ou remover pragas, ou para tornar as pragas inférteis, ou para desvitalização; Produtos fitossanitários: Qualquer substância destinada a prevenir controlar ou destruir pragas. Fonte: www.agricenterseberi.com.br (2015) A legislação de defesa sanitária vegetal é de 1934 e está desatualizada. Para a definição de novos marcos regulatórios sobre o assunto, é necessária uma ampla discussão, cabendo ao Estado atuar na fiscalização. O manejo de pragas é um dever de todos na agricultura e uma questão que depende de um esforço conjunto que só o Estado pode coordenar por meio da Defesa Agropecuária, incluída na Política Fitossanitária Nacional. A Política Fitossanitária Nacional consiste em um conjunto de ações coordenadas pelo Estado, que visam a sanidade dos vegetais e a sustentabilidade do agronegócio, sempre alinhada com o princípio científico, a transparência das decisões e a legislação vigente. É norteada pelos seguintes conceitos: Base legal: Decreto de Sanidade Vegetal (24.114/1934); Lei Agrícola (8.171/1991); Decreto Nº 5.759: Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPV). 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: blogs.oglobo.globo.com (2016) 1.6 Decreto nº 24.114 de 12 de abril de 1934 Aprova o Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal [...] CAPÍTULO IV ERRADICAÇÃO E COMBATE DAS DOENÇAS E PRAGAS DAS PLANTAS E TRÂNSITO DE VEGETAIS E PARTES DE VEGETAIS Art. 27. O Ministério da Agricultura, por intermédio dos técnicos encarregados da execução das medidas de defesa sanitária vegetal, poderá inspecionar quaisquer propriedades como sejam: fazendas sítios, chácaras, quintais, jardins, hortas, etc., com o fim de averiguar da, existência de doenças e, pragas dos vegetais e aplicar às medidas constantes deste regulamento. Art. 28. O Ministério da Agricultura, com os recursos de que dispuser e com a colaboração dos governos estaduais e municipais; promoverá o reconhecimento periódico e completo do estado sanitário vegetal de todo o país. Art. 29. Verificada a irrupção, em qualquer ponto do país, de doenças ou pragas reconhecidamente nocivas às culturas e cuja disseminação se possa estender à outras regiões e constituir perigo para a lavoura nacional, o Ministério da Agricultura procederá, imediatamente, à delimitação da área contaminada, que declarará zona interditada, onde aplicará rigorosamente todas ás medidas de erradicação constantes deste regulamento e de instruções complementares. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Art. 30. Em torno da zona declarada infestada, nos termos do artigo anterior, poderá ser delimitada, sempre que o exigir a doença ou praga a erradicar, uma zona suspeita, cujo perímetro, a critério do Ministério da Agricultura, poderá variar, quer na demarcação inicial, quer durante os trabalhos de erradicação. Parágrafo único. Na zona suspeita, as propriedades referidas no art. 27, serão mantidas sob constante inspeção por todo o tempo da erradicação e nela o trânsito de vegetais, partes de vegetais e produtos empregados na lavoura será regulado pelo art. 32, deste regulamento. Art. 31. Aos proprietários arrendatários ou ocupantes a qualquer título de estabelecimentos agrícolas, situados quer na zona interditada, quer na zona suspeita, o Ministério da Agricultura divulgará as instruções para o reconhecimento combate e demais procedimentos em relação à doença ou praga em questão. Art. 32. Será proibido o trânsito dentro da zona interditada e para fora dela, de vegetais e partes de vegetais atacados bem como de quaisquer objetos e até mesmo veículos que não tenham sido desinfetados, susceptíveis de disseminar a doença ou praga declarada. Parágrafo único. Em se tratando de produtos para os quais a inspeção ou tratamento, a juízo do Ministério da Agricultura, ofereça garantia suficiente contra a disseminação da doença ou praga, poderá ser permitido o seu trânsito desde que os mesmos venham acompanhados de certificados dos técnicos incumbidos da defesa sanitária vegetal, atestando que foram inspecionados ou submetidos ao tratamento prescrito. Art. 33. Os proprietários, arrendatários ou ocupantes a qualquer título de estabelecimentos localizados em zona interditada, são obrigados, sob as penalidades previstas neste regulamento, a executar, à sua custa e dentro das respectivas propriedades e no prazo que lhes for cominado, todas as medidas de combate à doença ou praga constantes deste regulamento e das instruções complementares que o Ministério da Agricultura expedir, cuja aplicação lhes for determinada pelo técnico incumbido da erradicação, com pessoal, material, aparelhos e utensílios de que dispuserem ou que lhes forem fornecidos. Parágrafo único. No caso de se recusarem os proprietários ou ocupantes a executar as medidas previstas neste artigo, ou as deixarem de executar no prazo cominado, os funcionários incumbidos da defesa sanitária vegetal deverão aplicar compulsoriamente as referidas medidas, por conta dos proprietários ou ocupantes. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Art. 34. Entre as medidas adotadas para a erradicação poderá o Ministério da Agricultura incluir a destruição parcial ou total das lavouras, arvoredos ou matas contaminadas ou passíveis de contaminação. § 1º Quando as plantas ou matas, cuja destruição for ordenada, ainda se encontraremindenes ou, embora contaminadas, ainda se mantiverem aptas ao seu objetivo econômico, poderá ser arbitrada uma indenização ao seu proprietário, baseada no custo de produção e levando-se em conta a depreciação determinada pela doença ou praga, bem como o possível aproveitamento do material resultante da condenação. § 2º As indenizações poderão consistir, em parte ou não todo, na substituição das plantas destruídas por outras saídas e de qualidades recomendáveis para o lugar. § 3º Não terá o proprietário direito a indenização sempre que se apurar que a doença ou praga, por sua natureza ou grau de intensidade, devesse causar a destruição das plantações ou matas. § 4º Perderá direito a indenização todo o proprietário que houver infringido qualquer dispositivo do presente regulamento ou das instruções especiais baixadas para a erradicação. Art. 35. O Governo Federal poderá entrar em acordo com o governo do Estado ou do Município em cujos territórios houver irrompido a doença ou praga a erradicar e dos Estados e Municípios circunvizinho ou mais diretamente ameaçados pela mesma, para a execução das medidas de erradicação e custeio das despesas dela resultantes. § 1º A direção e fiscalização supremas dos trabalhos de erradicação de que trata este artigo caberão em todos os casos ao Governo da União por intermédio do Ministério da Agricultura. § 2º Independente da conclusão de qualquer acordo, deverá o Ministério da Agricultura aplicar desde logo as medidas de erradicação no território de qualquer Estado ou Município, quando se trata de doença ou praga que obrigue a pronta intervenção. Art. 36. Quando se tratar de doença ou praga que já se encontre disseminada a ponto de ser impossível a sua completa erradicação do país, competira principalmente, aos governos estaduais e municipais diretamente interessados, 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce providenciar quanto as medidas de defesa agrícola a serem aplicadas nos respectivos territórios visando a profilaxia e proteção das lavouras locais. Parágrafo único. Ao Ministério da Agricultura caberá estimular e coordenar tais trabalhos, prestando aos interessados, direta ou indiretamente, a necessária assistência. Art. 37. Em se tratando de doença ou praga que embora mais ou menos disseminada no país, exija, por sua importância econômica, medidas de caráter rigoroso, poderá o Ministério da Agricultura equipará-la as de que tratam os artigos 29 e 34, baixando para tal fim as portarias que se fizerem necessárias. Art. 38. Sempre que os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou ocupantes a qualquer título dos estabelecimentos agrícolas de uma determinada região conjugarem esforços para o combate a uma doença ou praga que não passa ser eficazmente combatida sem a generalização das respectivas medidas de controle a uma área de determinada extensão, poderão dirigir-se ao Ministério da Agricultura, solicitando- lhe, que declare obrigatório o combate à referida doença ou praga, dentro de, um perímetro circundando os seus estabelecimentos. Art. 39. O Ministério da Agricultura verificará preliminarmente: a) se a doença ou praga pode ser eficazmente combatida; b) se o combate solicitado é realmente útil à lavoura da, região; c) se a área indicada e suficiente para o emprego eficaz das medidas profiláticas e não excede às exigências das mesmas. § 1º O Ministério da Agricultura convidará os demais proprietários, arrendatários, usufrutuários ou ocupantes a qualquer título de estabelecimentos na área na qual se pretende dar combate à doença ou praga a cooperarem voluntariamente na execução das medidas e lhes determinara um prazo para significarem a sua adesão. § 2º Findo o prazo, reunidas ou não novas adesões, o Ministério da Agricultura acertará com os interessados a forma por que os mesmos devem dar aplicação às medidas constantes das instruções complementares a este regulamento para o combate da doença ou praga em questão, exigirá o compromisso escrito ou testemunhado de que as executarão pela forma acordada e declarara obrigatório o combate em apreço. § 3º O Ministério da Agricultura por intermédio dos técnicos do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, orientará, auxiliará e fiscalizará os trabalhos dos que 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce houverem manifestado a sua adesão para o combate à doença ou praga e exigirá, simultaneamente, a aplicação de medidas equivalentes por parte dos não aderentes. § 4º No caso de uns ou outros deixarem de, executar as medidas que lhes forem exigidas dentro do prazo combinado, deverá o Ministério da Agricultura pratica-las compulsoriamente, por conta dos ocupantes dos terrenos, salvo a serem os mesmos notoriamente falhos de recursos. Art. 40. O Ministério da Agricultura, dentro dos recursos orçamentários que lhe forem atribuídos para esse fim e por todos os meios indicados pela técnica, pelas condições locais e pela natureza das disseminação das doenças ou pragas, auxiliará os os ocupantes de terrenos ou suas associações, principalmente os situados nas zonas do irradiação ou de combate, empregando maquinaria e aparelhamento não acessíveis ao particular, fornecendo a baixo preço ou gratuitamente, se possível, máquinas, inseticidas, fungicidas, utensílios, sementes e mudas sadias ou resistentes, etc. Parágrafo único. Os particulares que voluntariamente se reunirem para o combate de doenças ou pragas nas suas circunvizinhanças, terão preferência em todos os auxílios que o Ministério da Agricultura puder proporcionar. Art. 41. O Governo da União entrará em acordo com os governos locais para a realização do combate dentro dos respectivos territórios. Art. 42. Fica proibida a exportação ou redes pacho de plantas vivas ou partes vivas de plantas, nos portos ou outras localidades em que existirem técnicos do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, sem a apresentação da "permissão de transito" passada pelos referidos técnicos, nas condições do art. 20 e parágrafos. Parágrafo único. Os estabelecimentos que negociam com plantas e partes vivas de plantas, para reprodução, poderão, a critério do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, usar o "certificado de sanidade" disposto no art. 19, em substituição à "permissão de trânsito". Art. 43. Em nenhum caso as alfândegas, guarda, mesas de rendas e companhias de transporte, dos lugares em que estiver proibido o livre trânsito de plantas ou partes de plantas, permitirão o embarque ou despacho de plantas ou partes vivas de plantas sem a autorização do Serviço de Defesa Sanitária Vegetal. Art. 44. Com o intuito de evitar a transmissão de determinada doença ou praga a zonas de culturas ainda não infestadas poderá o Ministério da Agricultura determinar rigorosas medidas preventivas e exigir que sejam desinfetados ou 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce expurgados determinados vegetais, partes de vegetais, sacaria vazia outros objetos e até mesmo veículos, que penetrem na referida zona não infestada e que sejam suscetíveis de disseminar a doença ou praga. Art. 45. As infrações deste, capitulo serão sujeitas as às seguintes penalidades: a) multa de 200$ a 1:000$, aos proprietários, arrendatários ou ocupantes a qualquer título de estabelecimentos a que se refere o art. 27, que impedirem ou dificultarem os trabalhos de defesa sanitária vegetal; b) multa de 300$ a 3:000$ para os proprietários de vegetais o partes de vegetais e objetos suscetíveis do disseminar a doença ou praga, que infringirem as disposições do art.32 e parágrafo único; c) multa de 200$ a 1:000$ aos proprietários, arrendatários, ou ocupantes a qualquer título de propriedades localizadas em zona interditada, que se negarem a executar as medidas de combate constantes deste regulamento e das instruções complementares que o Ministério da Agricultura expedir, nos termos do art. 33 e parágrafo único; d) multa do 100$ a 1:000$ para os que infringindo os §§ 3º e 4º, do art. 39. Deixarem de executar as medidas de Sanitária Vegetal; e) multa de 200$ a 2:000$ para os particulares, empresas, e companhias de transporte em geral, que depois de notificadas facilitarem ou executarem o transporte de vegetais e partes de vegetais bem como de outros objetos sujeitos a inspeção, desinfeção o expurgo, conforme prescrevem o art. 32. E parágrafo único e os arts. 42 e 44. Art. 46. Nas instruções complementares a este capítulo, expedidas com relação a zonas de irradiação ou combate, serão estabelecidos o máxima e o mínimo das penalidades que couberem por outras infrações. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.embrapa.br (2015) 1.7 Decreto Nº 5.759, De 17 De Abril De 2006 Promulga o texto revisto da Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais (CIVP), aprovado na 29a Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO, em 17 de novembro de 1997. [...] ARTIGO IV Disposições Gerais Relativas aos Acordos Institucionais de Proteção Fitossanitária Nacional 1 - Cada parte contratante compromete-se a tomar as medidas necessárias para estabelecer da melhor forma possível, uma organização nacional oficial de proteção fitossanitária, cujas principais responsabilidades são estabelecidas no presente Artigo. 2 - Dentre as responsabilidades de uma organização nacional oficial de proteção fitossanitária incluem-se as seguintes: a) a emissão de certificados referentes à regulamentação fitossanitária do país importador para o envio de plantas, produtos vegetais e outros artigos regulamentados; 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce b) a vigilância de vegetais tanto os cultivados, (por exemplo campos, plantações, viveiros, jardins, casas de vegetação e laboratórios) como os da flora silvestre, das plantas e produtos vegetais em armazenamento ou em transporte, particularmente com o objetivo de informar da presença, do foco e da disseminação de pragas, bem como controlá-las, incluindo a apresentação dos informes referidos no parágrafo 1 a) do Artigo VIII; c) a inspeção das cargas de vegetais e de seus produtos envolvidos nas trocas internacionais e, quando for apropriado, a inspeção de outros artigos regulamentados, particularmente com vistas a prevenir a introdução e/ou a disseminação de pragas; d) a desinfestação ou desinfecção das cargas de plantas, produtos vegetais, e outros artigos regulamentados, particularmente aqueles que estejam envolvidos no trânsito internacional, para cumprir os requisitos fitossanitários; e) a proteção de áreas em perigo e a identificação, manutenção e vigilância de áreas livres de pragas e as de baixa prevalência de pragas; f) a realização das análises de risco de pragas; g) assegurar, mediante procedimentos apropriados, que a segurança fitossanitária das cargas, depois da certificação fitossanitária, com respeito à composição, substituição e reinfestação, seja mantida antes da exportação; e h) a capacitação e formação de pessoal. 3 - Cada parte contratante tomará as medidas necessárias, da melhor forma possível, para: a) a distribuição, dentro do território da parte contratante, de informação sobre pragas regulamentadas e meios de preveni-las e controlá-las; b) a pesquisa no campo da proteção fitossanitária; c) a promulgação da regulamentação fitossanitária; e d) o desempenho de qualquer outra função que possa ser necessária para a aplicação desta Convenção. 4 - Cada uma das partes contratantes apresentará ao Secretário, uma descrição de sua organização nacional encarregada oficialmente da proteção fitossanitária e das modificações que nela sejam introduzidas. Uma parte contratante proporcionará à outra parte contratante que a solicite, uma descrição de seus acordos institucionais em matéria de proteção fitossanitária. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce ARTIGO V Certificação Fitossanitária 1 - Cada parte contratante adotará disposições para a certificação fitossanitária, com o objetivo de garantir que as plantas, produtos vegetais e outros artigos regulamentados exportados e suas partidas estejam de acordo com a declaração de certificação que deve ser feita em cumprimento do parágrafo 2 b) deste Artigo. 2 - Cada parte contratante adotará providências para a emissão de certificados fitossanitários de acordo com as disposições seguintes: a) A inspeção e outras atividades a ela relacionadas que conduzam à emissão de certificados fitossanitários, serão efetuadas somente pela organização oficial nacional de proteção fitossanitária ou sob sua autoridade. A emissão de certificados fitossanitários estará a cargo de funcionários públicos tecnicamente qualificados e devidamente autorizados pela organização oficial nacional de proteção fitossanitária para que atuem em seu nome e sob seu controle, dispondo dos conhecimentos e das informações necessárias, de tal forma que as autoridades das partes contratantes importadoras possam aceitar os certificados fitossanitários como documentos dignos de fé; b) os certificados fitossanitários ou sua versão eletrônica se esta for aceita pela parte contratante importadora, deverão ser redigidos de acordo com os modelos constantes no anexo à presente Convenção. Estes certificados serão preenchidos e emitidos levando-se em conta as normas internacionais pertinentes; e c) as correções ou supressões não certificadas invalidarão os certificados. 3 - Cada parte contratante compromete-se a não exigir que as partidas de plantas ou produtos vegetais ou outros artigos regulamentados importados para o seu território, sejam acompanhados de certificados fitossanitários que não estejam de acordo com os modelos Anexos a esta Convenção. Toda a declaração adicional exigida deverá limitar-se ao que estiver tecnicamente justificado. ARTIGO VI Pragas Regulamentadas 1 - As partes contratantes poderão exigir a aplicação de medidas fitossanitárias para as pragas quarentenárias e não quarentenárias regulamentadas, sempre que tais medidas sejam: 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce a) não mais restritivas que as medidas aplicadas às mesmas pragas, se elas estiverem presentes no território da parte contratante importadora; e b) limitadas ao que seja necessário para proteger a sanidade vegetal e/ou salvaguardar o uso proposto e esteja tecnicamente justificado pela parte contratante interessada. 2 - As partes contratantes não exigirão a aplicação de medidas fitossanitárias no comércio internacional para as pragas não regulamentadas. [...] ARTIGO IX Organizações Regionais de Proteção Fitossanitária 1 - As partes contratantes comprometem-se a cooperar mutuamente para estabelecer organizações regionais de proteção fitossanitária nas regiões apropriadas. 2 - As organizações regionais de proteção fitossanitária funcionarão como organismos de coordenação nas regiões de sua jurisdição, participarão nas diversas atividades para alcançar os objetivos desta Convenção e, quando convier, reunirão e divulgarão informações. 3 - As organizações regionais de proteção fitossanitária cooperarão com o Secretário na consecução dos objetivos da Convenção e, quando for o caso, tambémcom o Secretário e com a Comissão na elaboração de normas internacionais. 4 - O Secretário convocará Consultas Técnicas periódicas de representantes das organizações regionais de proteção fitossanitária para: a) promover a elaboração e utilização de normas internacionais relevantes para medidas fitossanitária; e b) estimular a cooperação inter-regional para a promoção de medidas fitossanitárias harmonizadas destinadas a controlar pragas e impedir sua disseminação e/ou sua introdução. ARTIGO X Normas 1 - As partes contratantes acordam em cooperar na elaboração de normas internacionais de conformidade com os procedimentos adotados pela Comissão. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 2 - A aprovação das normas internacionais estará a cargo da Comissão. 3 - As normas regionais devem ser consistentes com os princípios desta Convenção; tais normas poderão ser depositadas na Comissão para sua consideração como possíveis normas internacionais sobre medidas fitossanitárias caso elas sejam de aplicação mais ampla. 4 - Quando forem empreendidas atividades relacionadas com esta Convenção, as partes contratantes deverão ter em conta, se for o caso, as normas internacionais. ARTIGO XI Comissão de Medidas Fitossanitárias 1 - As partes contratantes comprometem-se a criar a Comissão de Medidas Fitossanitárias no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO. 2 - As funções da Comissão serão as de promover a plena consecução dos objetivos da Convenção, e em particular: a) examinar a situação da proteção fitossanitária no mundo e a necessidade de medidas para controlar a disseminação internacional de pragas e sua introdução em áreas em perigo; b) estabelecer e manter sob revisão, os mecanismos e procedimentos institucionais necessários para a elaboração e aprovação de normas internacionais e aprová-las; c) estabelecer regras e procedimentos para a solução de controvérsias de conformidade com o disposto no Artigo XIII; d) estabelecer os órgãos auxiliares da Comissão que possam ser necessários para a apropriada implementação de suas funções; e) aprovar diretrizes relativas ao reconhecimento das organizações regionais de proteção fitossanitária; f) estabelecer cooperação com outras organizações internacionais relevantes sobre assuntos compreendidos no âmbito da presente Convenção; g) adotar as recomendações que sejam necessárias para a aplicação da Convenção; e h) desempenhar outras funções que possam ser necessárias para o alcance dos objetivos desta Convenção. 130757sp Realce 3 - Poderão pertencer à Comissão todas as partes contratantes. 4 - Cada parte contratante poderá ser representada nas reuniões da Comissão por um só delegado, que pode estar acompanhado de um suplente e por especialistas e assessores. Os suplentes, especialistas e assessores poderão tomar parte nos procedimentos da Comissão, mas não terão direito a votar, exceto no caso de um suplente devidamente autorizado para substituir ao delegado. 5 - As partes contratantes farão todo o possível para alcançar um acordo sobre todos os assuntos por consenso. No caso em que se esgotem todos os esforços para alcançá-lo e não se haja chegado a um acordo, a decisão adotar-se-á, em última instância, pela maioria de dois terços das partes contratantes presentes e votantes. 6 - Uma Organização Membro da FAO que seja parte contratante e os Estados Membros desta Organização que sejam partes contratantes exercerão os direitos e cumprirão suas obrigações que lhes correspondam como membros, em conformidade, mutatis mutandis, com as disposições da Constituição e o Regulamento Geral da FAO. 7 - A Comissão poderá aprovar e emendar, caso necessário, seu próprio regulamento, que não deverá ser incompatível com a presente Convenção e com a Constituição da FAO. 8 - O Presidente da Comissão convocará uma reunião ordinária anual da Comissão. 9 - As reuniões extraordinárias da Comissão serão convocadas pelo seu Presidente por solicitação de pelo menos um terço dos seus membros. 10 - A Comissão elegerá seu Presidente e não mais do que dois Vice- Presidentes, cada um dos quais ocupará o cargo por um período de dois anos. Fonte: www.agriculturasustentavel.org.br (2017) Fonte: www.slideplayer.com.br (2017) 2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS O Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, perde cerca de 10 milhões de toneladas de grãos por ano, devido ao mau manejo da colheita e pós-colheita de sua produção. Qualidade e sanidade são os principais requisitos da produção mundial de alimentos. As perdas se dão principalmente pelas condições fitossanitárias dos grãos e do local de armazenamento. O ataque de fungos, bactérias, insetos e roedores resultam em perdas de até 10% do rendimento total de grãos armazenados. O manejo da unidade armazenadora de grãos para a redução das perdas de grãos armazenados consiste em algumas etapas a serem seguidas, conforme o MIP Grãos (Manejo Integrado de Pragas na Unidade Armazenadora de Grãos – Embrapa Trigo). Uma das soluções para o problema de perdas ocasionadas por pragas em armazéns é o Manejo Integrado de Pragas na Unidade Armazenadora de Grãos. Esse processo consiste na série de medidas que devem ser adotadas pelos armazenadores para evitar danos causados por pragas. Essa técnica compreende várias etapas. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 2.1 Mudança de comportamento dos armazenadores Fonte: www.londrinaconvention.com.br (2017) É a fase inicial e mais importante de todo o processo, no qual todas as pessoas responsáveis que atuam na unidade armazenadora de grãos têm de estar envolvidas. É necessário que desde operadores das unidades, que lidam com o grão propriamente dito, até dirigentes das instituições armazenadoras desses grãos participem do processo. Nessa fase, o alvo é conscientizar sobre a importância de pragas no armazenamento e danos diretos e indiretos que estas podem causar. 130757sp Realce 2.2 Conhecimento da unidade armazenadora de grãos Fonte: www.plantarcrescercolher.blogspot.com.br (2016) Esta deve ser conhecida em todos os detalhes, por operadores e administradores, desde a chegada do produto à recepção até a expedição, após o período de armazenamento. Essa inspeção deve identificar e prever pontos de entrada e abrigo de pragas dentro do sistema de armazenagem. Nessa fase também deve ser levantado o histórico do controle de pragas na unidade armazenadora nos anos anteriores, identificando problemas passados. 2.3 Medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora O uso adequado dessas medidas definirá o maior sucesso da meta preconizada. O uso de simples equipamentos de limpeza, como, por exemplo, vassouras, escovas e aspiradores de pó em moegas, túneis, passarelas, secadores, fitas transportadoras, eixos sem-fim, máquinas de limpeza, elevadores, etc. nas instalações da unidade armazenadora representa os maiores ganhos deste processo. A eliminação total de focos de infestação dentro da unidade, como resíduos de grãos, poeiras, sobras de classificação, sobras de grãos, etc., permitirá o armazenamento sadio. Após essa limpeza, o tratamento periódico de toda a estrutura armazenadora, com inseticidas protetores de longa duração, é uma necessidade para evitar reinfestação de insetos nesses armazéns. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 2.4 Correta identificação de pragas As pragas que atacam os diferentes tipos de grãos devem ser identificadas taxonomicamente, pois dessa identificação dependerão as medidas de controle a ser tomadas e a consequente potencialidade de destruição de grãos. As pragas de grãos armazenados podem ser divididas em dois grupos de maior importânciaeconômica, que são besouros e traças. No primeiro grupo, as espécies que causam maior prejuízo são Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae, S. zeamais e Tribolium castaneum, e, no segundo, Sitotroga cerealella é a traça de maior importância. Fonte: www.biosistemico.org.br (2015) 2.5 Conhecimento da resistência de pragas a inseticidas químicos A resistência de pragas a produtos químicos é uma realidade comum no mundo todo e cada vez mais deve ser considerada, de forma consciente, por todos os envolvidos no processo, uma vez que pode inviabilizar o uso de alguns produtos químicos disponíveis no mercado e provocar perdas de elevados investimentos de capital para a consecução dessas ações. 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.racismoambiental.net.br (2016) 2.6 Potencial de destruição de cada espécie-praga O verdadeiro dano e a consequente capacidade de destruição da massa de grãos por cada espécie-praga devem ser perfeitamente entendidos, pois determinam a viabilidade de comercialização desses grãos armazenados. 2.7 Proteção do grão com inseticidas Depois de limpos e secos, e se houver armazenamento por períodos longos, os grãos podem ser tratados preventivamente com inseticidas protetores, de origem química ou natural. Esse tratamento visa a garantir a eliminação de qualquer praga que venha a infestar o produto durante o período em que este estiver armazenado. 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.sfagro.uol.com.br (2016) O tratamento com inseticidas protetores de grãos deve ser realizado no momento de abastecer o armazém e pode ser feito na forma de pulverização na correia transportadora ou em outros pontos de movimentação de grãos, com emprego de inseticidas químicos líquidos ou mediante polvilhamento com inseticida pó inerte natural, na formulação pó seco. Este último, um inseticida proveniente de algas diatomáceas fossilizadas, é extraído e moído em um pó seco de fina granulometria. Agindo no inseto por contato, causa morte por dessecação, não é tóxico e mantém inalteradas as características alimentares de grãos. É importante que haja perfeita mistura do inseticida com a massa de grãos. Também pode-se usar pulverização ou polvilhamento para proteção de grãos armazenados em sacaria, na dose registrada e indicada pelo fabricante. No caso de inseticidas químicos, para proteção de grãos às pragas S. oryzae e S. zeamais , indica-se o uso de inseticidas organofosforados, uma vez que tais produtos são específicos para essas espécies-praga. Já para R. dominica, os inseticidas indicados são os do grupo dos piretróides. 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.amipa.com.br (2016) 2.8 Tratamento curativo Sempre que houver presença de pragas na massa de grãos, deve-se fazer expurgo, usando produto à base de fosfina. Esse processo deve ser realizado em armazéns, em silos de concreto, em câmaras de expurgo, em porões de navios ou em vagões, sempre com vedação total, observando-se o período mínimo de exposição de cinco dias para controle de todas as fases da praga e a dose indicada do produto. 2.9 Monitoramento da massa de grãos Uma vez armazenados, os grãos devem ser monitorados durante todo o período em que permanecerem estocados. O acompanhamento da evolução de pragas que ocorrem na massa de grãos armazenados é de fundamental importância, pois permite detectar o início da infestação que poderá alterar a qualidade final do grão. Esse monitoramento tem por base um eficiente sistema de amostragem de pragas, independentemente do método empregado, e a medição de variáveis, como temperatura e umidade do grão, que influem na conservação do produto armazenado. Registra o início da infestação e direciona a tomada de decisão por parte do armazenador, a fim de garantir a qualidade do grão. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 2.10 Gerenciamento da unidade armazenadora Todas essas medidas devem ser tomadas através de atitudes gerenciais durante a permanência dos grãos no armazém, e não somente durante o recebimento do produto, permitindo, dessa forma, que todos os procedimentos interajam no processo e garantindo melhor qualidade de grão para comercialização e consumo. Fonte: www.aculturadocafe.xpg.uol.com.br (2017) 130757sp Realce 3 PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS Fonte: www.agricultura.gov.br (2017) 3.1 Roedores As espécies de roedores responsáveis por infestações em complexos agroindustriais são: Camundongos (Mus musculus); Ratos de telhado (Rattus rattus); Ratazanas (Rattus novergicus). O controle de roedores deve ser feito com a implantação de barreiras físicas, saneamento do ambiente e redução da população de roedores pelo uso de ratoeiras ou produtos químicos denominados raticidas (arsênico, fluoracetato de sódio, alfa- naftil-tioureia e anticoagulantes). 130757sp Realce Fonte: www.agricultura.gov.br (2017) 3.2 Insetos As principais pragas dos grãos armazenados são, com certeza, os insetos. Eles podem apresentar características de acordo com o ambiente em que se encontram os subprodutos e os grãos. São classificados em três grupos, segundo seus hábitos alimentares: Primários: rompem o grão e atingem o endosperma; Secundários: não rompem o grão. Geralmente vivem associados aos insetos primários; Associados. Os principais insetos dos grãos armazenados pertencem à ordem Coleoptera (gorgulhos ou carunchos) e a ordem Lepdoptera (mariposas e traças). 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.agencia.cnptia.embrapa.br (2017) Os gorgulhos sobrevivem em grandes profundidades dos silos e graneleiros. As mariposas são frágeis e permanecem na superfície da massa de grãos. Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae, S. zeamais e Tribolium castaneum, e, no segundo, Sitotroga cerealella é a traça de maior importância. O controle de insetos pode ser feito pelo uso de inseticidas de contato, pelo controle físico e pelo controle biológico. Os principais inseticidas de contato utilizados no Brasil são: pirimiphos-methyl; fenitrothion; malathion 500 CE; Deltamethrin; Permethrin; Bifenthrin. O controle físico é feito pelo controle da temperatura, umidade relativa do ar, teor de umidade dos grãos e dos silos, graneleiros e armazéns, além da pressão no produto (compressão e impacto). O controle biológico é feito empregando-se parasitas, predadores ou patógenos para eliminar as populações de insetos. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 3.3 Fungos e Microtoxinas Fonte: www.defesavegetal.net (2017) As principais espécies de fungos que se desenvolvem nos grãos armazenados são: Aspergillums spp.; Penicillium spp.; Fusarium spp. As principais micotoxinas que se desenvolvem são: Aflatoxina - muito tóxica e cancerígena e a intoxicação é chamada de aflatoxicose; Tricotecenos - promove acumulação de gordura e sérios danos renais; Zearalenona – podem causar vômitos, hemorragias, interferência com o sistema imunológico, entre outras; Ocratoxinas – podem causar hiperestrogenismo, aborto, infertilidade, entre outras. 130757sp Realce 130757sp Realce Fonte: www.noticiaalternativa.com.br (2017) O controle de fungos e micotoxinas nos grãos é feito principalmente pelos cuidados durante as operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos além da sanificação dos graneleiros, silos e equipamentos mecânicos. Algumas recomendações são descritas a seguir: Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita proceder a operação; Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da massa de grãos e evitar danos mecânicos; Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais; Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; removendo impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois estes podem ser utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos; Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução do teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de fungos; Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, para uniformizar a temperatura; e Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas. 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce BIBLIOGRAFIA ALTIERI, M. Agroecologia – A Dinâmica Produtiva da Agricultura Sustentável. Ed. da Universidade. UFRGS, 2 a ed. 2000. 110 p. AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A. (Ed.). Manual de Fitopatologia. Princípios e conceitos. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2011. v. 1. 704 p. BANZATTO, D. A., KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. FUNEP/FCAV. Jaboticabal.1992. BERGAMIN FILHO, A., KIMATI, H., AMORIM, L. Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos. São Paulo: Ed. Ceres, 1995, 919p. BERTI FILHO, E. Entomologia Florestal. ESALQ/USP. Piracicaba. 1980. 99p. BORROR, D.J. & DELONG, D.M. Introdução ao estudo dos insetos. Rio de Janeiro: USAID, 1969. 653p. BURG, I. C. & MAYER, P. H. Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças, 14ª edição, Francisco Beltrão: Grafit Gráfica e Editora Ltda. 2001. 135p. BUZZI, Z.J. & MIYAZAKI, R.D. Entomologia Didática. Ed. UFPR, 3 ed. 1999. 306p. CARVALHO, L. B. Plantas daninhas. Lages: Edição do Autor, 2013. 82 p. GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BATISTA, G.C. de. BERTI FILHO, E.; PARRA,J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. & VENDRAMIN, J.D. Manual de Entomologia Agrícola. ESALQ: Piracicaba, 920 p. 2002. HOFFMANN-CAMPO, C.B.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; MOSCARDI, F. Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, 2012. 859p. KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Ed.). Manual de Fitopatologia. Doenças de Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v. 2. 661 p. LIMA, A.F. Receituário Agronômico – Pragas e Praguicidas, Prescrição Técnica. 2a. Edição. Editora Imprensa Universitária UFRuralRJ. 2006. 506p. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 640 p. MELO, I.S. & AZEVEDO, J.L. Controle Biológico. Jaguariúna, SP: EMBRAPA, 2000. 3 v. MONQUERO, P. A. (Org.). Aspectos da biologia e manejo das plantas daninhas. São Carlos: Rima Editora, 2014. 434 p. REIS, E.M.; REIS, A.C.; CARMONA, M.A. Manual de fungicidas: guia para controle químico de doenças de plantas. 6. ed. Passo Fundo. Ed: Universidade de Passo Fundo, 2010. 226 p. RIBEIRO DO VALE, F.X.; JÚNIOR, W.C.J.; ZAMBOLIM, L. Epidemiologia aplicada ao manejo de doenças de plantas. Belo Horizonte: Editora Perfil, 2004. 531p. ZAMBOLIM, L; CONCEIÇÃO, M. Z. & SANTIAGO, T. 2003. O que engenheiros agrônomos devem saber para orientar o uso de produtos fitossanitários. UFV, Viçosa. 376 p. 4 LEITURA COMPLEMENTAR Autor: Luiz Carlos Bhering Nasser Disponível em: http://revistasafra.com.br/a-fitossanidade-como- defensora-do-patrimonio-agricola-brasileiro/ Acesso: 06 de abril de 2017 A fitossanidade como defensora do patrimônio agrícola brasileiro A safra brasileira de grãos em 1972/73 foi de 30 milhões de toneladas em 28 milhões de hectares cultivados. Em 2012/13 187 milhões de toneladas de grãos foram produzidos em 53 milhões de hectares cultivados. Nesse tempo, o Brasil passou de importador de alimentos a terceiro maior exportador mundial de produtos agropecuários, sendo também o maior exportador/produtor de café, açúcar, suco de laranja, etanol de cana-de-açúcar, soja, feijão, milho, carne bovina e frango. Em outras palavras, 40 anos após o começo da distribuição de investimentos em recursos humanos, pesquisa, geração de tecnologia, desenvolvimento da indústria em apoio ao campo, tudo isso aliado à fibra do agricultor brasileiro, o agronegócio se tornou o segmento mais abrangente, dinâmico e importante da economia brasileira. Recentemente, para manter essa posição de liderança no agronegócio, outros parâmetros, conceitos e profissionais foram introduzidos para garantir a sustentabilidade da agricultura. Um parâmetro muitíssimo importante para esse resultado foi o uso de sementes sadias, isto é, livres de patógenos. Trata-se da melhor técnica de se evitar a introdução de doenças nas lavouras, reduzindo perdas na produtividade de grãos. No caso das lavouras de soja e feijão no Brasil, a maioria das doenças (80%) é transmitida pelas sementes. Para ilustrar um exemplo de fungo/patógeno transmissível por sementes de soja e feijão destacamos o agente causal da doença esclerotinia/mofo branco: o fungo Sclerotinia sclerotiorum. As sementes podem ser infectadas com o micélio do fungo ou contaminadas com escleródios. É grande o potencial de disseminação do patógeno a longa distância através de sementes (focos foram identificados em 1976 no Paraná, 1982 em Minas Gerais, e em 1985 no Distrito Federal. Hoje já atingem quase todas lavouras de soja do Brasil). Os escleródios podem ser retirados de lotes de sementes, porém, aquelas sementes infectadas com micélio do fungo dificilmente 130757sp Realce 130757sp Realce são detectadas sem a ajuda de um laboratório especializado. S. sclerotiorum é responsável por perdas de até 30% em lavouras de soja e de até 70% em lavouras de feijão irrigadas por pivô central. Plantas doentes de feijoeiro irrigado podem ter a produção reduzida em 37%. Se considerar uma incidência de 50% no campo, sob um pivô central que irriga uma área de 100 hectares, uma produtividade média de 3.120 quilos por hectare e o preço da saca de 60 quilos a R$ 200, isto poderia representar uma perda de receita bruta de R$ 130 mil – o equivalente a 650 sacas de feijão que deixariam de ser produzidas devido ao mofo branco. Vale lembrar que atualmente no mundo não existem variedades de plantas (feijão, soja, canola, girassol, algodão, ervilha, tomate industrial/mesa, nabo forrageiro, cenoura, pimentão e berinjela) resistentes ao patógeno, tornando necessário o controle químico com fungicidas para o controle dessa importante doença. Assim, a detecção desse fungo em sementes é de extrema importância, pois sementes com alta qualidade fitossanitária contribuem para menor consumo desses produtos durante o ciclo das culturas e evita a introdução e/ou aumento da doença nas lavouras. Nos debates sobre sustentabilidade, tanto ambiental como econômica, pouco se fala da importância das sementes. As sementes livres de doenças aumentam a produtividade e reduzem a necessidade de uso de fungicidas. Daí a importância dos laboratórios credenciados para análise sanitária. No caso da soja e do feijão é preciso manter as lavouras livres do mofo branco. Isso nada mais é que garantir a sustentabilidade do agronegócio. Registro de produtos fitossanitários no Brasil: necessidade de agilização Autor: José Otavio Menten Disponível em: http://cenarioagro.com.br/tag/fitossanidade/ Acesso: 07 de abril de 2017 O manejo das pragas agrícolas (organismos nocivos às plantas cultivadas que causam 42% de danos à produção) deve sempre seguir o MIP (manejo integrado de pragas), que significa a utilização simultânea ou sequencial de todas as alternativas de controle disponíveis. Entretanto, em quase todos os cultivos, a utilização de produtos fitossanitários é indispensável. Daí a necessidade do mercado 130757sp Realce 130757sp Realce oferecer cada vez mais alternativas para o agricultor poder optar por aqueles queofereçam mais vantagens, seja pela eficiência, relação custo benefício, redução da possibilidade de seleção de linhagens resistentes de pragas, apresentar melhores características ambientais ou toxicológicas etc. Atualmente, além dos produtos fitossanitários químicos ou sintéticos, também estão disponíveis os biológicos: fungos, bactérias, vírus, nematoides, insetos e ácaros que tem ação contra as pragas agrícolas por serem parasitas/parasitoides, predadores, competidores, produzirem metabólitos prejudiciais às pragas, estimularem mecanismos de defesa nas plantas etc. Há ainda os semioquímicos (feromônios e aleloquímicos) e os produtos à base de extratos naturais. Todos estes produtos, para serem utilizados, devem ser registrados. Este processo envolve a apresentação de estudos agronômicos ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente), ambientais ao IBAMA e toxicológicos à ANVISA. Apenas os produtos que sejam eficientes e não apresentem problemas ao ambiente e a saúde das pessoas obtém o registro, emitido pelo MAPA. É fundamental que o processo seja ágil e mantenha o rigor para que as novas tecnologias sejam disponibilizadas aos produtores rurais o mais breve possível, contribuindo com a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira. Para os biológicos, semioquímicos e a base de extratos vegetais o registro é diferenciado, com base em normativas específicas. Produtos com uso aprovado para agricultura orgânica também dispõem de procedimento específico, mais simplificado. Embora haja concordância sobre as vantagens da utilização de produtos mais modernos, com características mais amigáveis, este tem sido um dos principais gargalos do agro brasileiro: a morosidade do processo de registro. Enquanto em outros países as inovações já estão no campo, no Brasil podem levar mais de cinco anos para a emissão do registro. Em 2016 foram registrados 277 novos produtos no Brasil. Recorde! Isto representou aumento de quase 100% em relação aos registros de 2015. Destaque para os produtos biológicos: foram aprovados 38 novos produtos, representando aumento de 65% em relação a 2015. Entretanto centenas de produtos estão aguardando a conclusão dos estudos e a emissão do registro. Várias sugestões tem sido apresentadas para aprimorar o processo. Existe, inclusive, um Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional que tem como um dos principais objetivos introduzir modificações que proporcionem mais agilidade 130757sp Realce no registro de produtos fitossanitários no Brasil. É tempo de medidas serem tomadas com urgência! Aparência x Essência: agrotóxicos necessários ou não? Autores: José Otavio Menten Ciro Rosolem e Luiz Carlos Côrrea Carvalho Disponível em: http://cenarioagro.com.br/tag/fitossanidade/ Acesso: 07 de abril de 2017 A agricultura brasileira tem sua reputação e imagem frequentemente questionadas, mas é necessário que prevaleça a verdade, baseada em fatos comprovados. A comunidade científica acompanha com rigor as inovações tecnológicas e o desenvolvimento da agricultura no Brasil, e o Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) tem o objetivo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara e isenta, sobre o assunto, valorizando o conhecimento científico. O Brasil é líder na produção e exportação de soja, milho, cana, algodão, laranja etc. Estas conquistas ocorreram em paralelo ao desenvolvimento social do campo e maior consciência e respeito ambiental. O aumento da produtividade foi mais importante do que a expansão da área cultivada, de modo que cerca de 65% do território brasileiro continua recoberto por matas nativas. Nos últimos 35 anos, a produção de grãos no Brasil aumentou 198%, enquanto a área cultivada cresceu 28%. Estando em região tropical, o Brasil desenvolveu tecnologias próprias para superar suas limitações. Um dos grandes desafios tem sido a convivência e redução dos danos causados pelas pragas agrícolas (insetos, doenças e plantas daninhas). Nos trópicos, onde a neve não controla naturalmente as pragas, estas são mais diversificadas e atuam com maior intensidade. No Brasil, todas as culturas agrícolas estão sujeitas a pragas. Medidas de controle são necessárias incluindo o uso de produtos fitossanitários para reduzir danos, manter a produtividade, qualidade e custos compatíveis dos produtos agrícolas. As pragas são controladas utilizando-se todas as medidas disponíveis. É o chamado MIP (Manejo Integrado de Pragas). São usados métodos genéticos (resistência das plantas), biológicos (inimigos naturais), culturais (rotação de culturas, erradicação, vazio sanitário), legislativos 130757sp Realce (evitar introdução de novas pragas) e químicos (produtos fitossanitários/defensivos). A utilização do manejo químico com produtos fitossanitários é um dos mais utilizados, pela sua eficiência e segurança. Trata-se da aplicação de inseticidas, fungicidas e herbicidas. Se os produtos fitossanitários não fossem utilizados, a produção agrícola sofreria redução da ordem de 50%. Sem defensivos seria necessário dobrar a área cultivada, com a incorporação de terras hoje com florestas, com elevação nos preços dos alimentos, fibras e agro energia. A boa notícia é que foi demonstrado pela Kleffmann que de 2004 a 2011, o uso de produtos fitossanitários por unidade de produto cresceu 120% na China e 47% na Argentina, no Brasil houve redução de 3%. É o agronegócio brasileiro fazendo a lição de casa. Os produtos fitossanitários em uso no Brasil são extremamente seguros. São desenvolvidos por empresas que empregam ciência e tecnologia de ponta. Para que um novo produto chegue aos produtores rurais, há necessidade de muita pesquisa e avaliações rigorosas de qualidade. São necessários cerca de 12 anos de estudos e investimento aproximado de US$ 250 milhões para que uma nova substância possa ser utilizada. Antes de serem liberados para os agricultores, os produtos devem ser registrados junto aos órgãos reguladores do Brasil: MAPA, ANVISA e IBAMA. Estes órgãos seguem protocolos internacionais e exigem cerca de cinco anos de estudos por parte de especialistas. Este procedimento fez com que, nos últimos 40 anos, as doses dos produtos fitossanitários utilizados no Brasil fossem reduzidas em quase 90% e a toxicidade aguda em mais de 160 vezes. Mas a alta qualidade dos produtos fitossanitários não basta. Há necessidade de seu uso correto e seguro. Para isto é fundamental educação e treinamento dos usuários, para que as Boas Práticas Agrícolas sejam adotadas. Milhares de manipuladores destes produtos são treinados anualmente, pelas empresas e instituições rurais. Deve-se destacar que seguir rigorosamente a receita agronômica, em especial quanto à dose utilizada e a obediência do intervalo de segurança (tempo entre a aplicação e a colheita) são fundamentais para que não haja contaminação dos alimentos. Isto tem contribuído para que a qualidade dos alimentos ofertados à população seja adequada, e é confirmado pelo monitoramento dos LMRs (Limites Máximos de Resíduos) realizado pelos órgãos reguladores, como MAPA E ANVISA, além de diversas empresas privadas. Destaque especial deve ser dado às embalagens vazias de produtos fitossanitários: o Brasil é líder mundial na destinação correta, em que cerca de 94% de todas as embalagens utilizadas são 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce 130757sp Realce recolhidas e devidamente destinadas, através da ação articulada dos fabricantes, distribuidores, agricultores e poder público. O rural inspirando o urbano no respeito ao ambiente! Além do manejo adequado de pragas, muitos outros aspectos da agricultura brasileira requerem conhecimento para que se chegue a posições apropriadas. Por se tratar de um assunto sensível, especialistas de ocasião,mídia sensacionalista e outros acabam por emitir opiniões infundadas, ou mesmo fundamentadas em pesquisa de má qualidade. O CCAS tem se preocupado em trazer a público, ciência de qualidade em linguagem compreensível, em especial quando se trata de alimentos, segurança alimentar e ambiente de qualidade. Existem insinuações relacionando o uso de produtos fitossanitários à maior incidência de câncer, má formação congênita, resíduos em leite materno etc., sem demonstração de nexo causal. Não há evidências científicas para suportar tais hipóteses. O assunto exige tratamento responsável.
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