Buscar

Estrutura_das_Demonstracoes_Contabeis_Aula_4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
AULA 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá pessoal! Como estão vocês, tudo bem? 
Chegamos a nossa aula de número 04 da disciplina de estrutura das 
demonstrações contábeis. Nesta aula, vamos estudar sobre a dinâmica que 
ocorre com o caixa da empresa durante um determinado exercício, 
apresentando um relatório financeiro que busca justamente demonstrar a 
movimentação da conta caixa, suas entradas e saídas, bem como a segregação 
dos fluxos de caixa da entidade. 
Diante desse contexto, esta aula tem como objetivos levá-lo (a) a ter um 
primeiro contato com o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), proporcionar o 
conhecimento acerca de terminologias relacionadas ao tema, propiciar o 
aprendizado sobre a segregação dos fluxos por atividade e facilitar o 
entendimento sobre os métodos de elaboração do relatório. 
Para atingir a esses objetivos, iremos estudar os seguintes tópicos: 
 Demonstração do Fluxo de Caixa 
 Segregação dos fluxos por atividade 
 Métodos de Elaboração da DFC - Método direto 
 Métodos de Elaboração da DFC - Método indireto 
 Benefícios obtidos com a DFC 
A partir desse momento, vamos então começar a conhecer esse 
demonstrativo e, ao terminar a aula, você terá subsídios suficientes para saber 
os objetivos e benefícios da DFC no mundo empresarial, a sua importância 
nesse contexto, bem como as formas de utilização do demonstrativo por parte 
dos usuários tomadores de decisão. 
Aproveite a leitura, faça anotações sempre que tiver dúvidas acerca de 
algum ponto específico sobre o tema e não deixe de assistir as vídeo aulas. As 
dúvidas podem ser tiradas por meio da tutoria, pois os professores estão sempre 
a disposição para saná-las. É interessante também que se pratique os 
conhecimentos adquiridos resolvendo os exercícios propostos. Lembre-se, a 
melhor maneira de aprender, é praticando. 
 
 
3 
CONTEXTUALIZANDO 
Você estudante de ciências contábeis, com certeza já viu notícias acerca 
de empresas que fecham suas portas com pouco tempo de vida. Qualquer 
pesquisa rápida no google pode apresentar dezenas de notícias ou artigos 
acerca de empresas que fecham as portas de forma prematura. 
Muitos empreendedores abrem um negócio e acreditam que estão 
fazendo tudo certo para que o mesmo dê certo, mas acabam por falhar em 
muitos aspectos. Um dos pontos fundamentais que muitas vezes não é 
considerado pelo administrador, é justamente a questão financeira, o 
planejamento necessário para que se possa identificar a capacidade da empresa 
em gerar fluxos de caixa, bem como todo o caixa que deverá ser consumido por 
essa empresa em decorrência de suas atividades. 
Essas informações tão necessárias para a tomada de decisão tanto 
interna quanto externa, podem ser evidenciadas por meio de relatórios 
financeiros, dentre os obrigatórios, um em especial, que pode fornecer subsídios 
para que se conheça como a empresa gera e consome caixa, e a partir daí, se 
consiga fazer um planejamento que possibilite a perpetuação do negócio. 
Diante disso, a partir desse momento, nesta aula da disciplina de Estrutura 
das Demonstrações Contábeis, estudaremos acerca da demonstração que 
evidencia os fluxos de caixa da empresa, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa 
(DFC). Dada a importância desse demonstrativo para o contexto organizacional, 
é importante que se conheça mais detalhadamente todos os aspectos acerca do 
mesmo, as informações que são evidenciadas e os procedimentos necessários 
para que se chegue nelas. 
Então, não devemos perder mais tempo... 
 
TEMA 01 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
Vamos a 
aula!!! 
 
 
4 
As alterações na Lei no 6.404 de 15 de dezembro de 1976, por meio da 
lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007, determinam que, dentre as 
demonstrações obrigatórias que devem ser elaboradas e publicadas ao fim de 
cada exercício social, encontra-se também a Demonstração dos Fluxos de Caixa 
(DFC). 
 
 A Lei no 11.638/07 tornou obrigatória a elaboração da DFC, mas não 
tratou de sua forma de apresentação de maneira detalhada. Diante disso, para 
estabelecer regras de como as entidades devem elaborar e divulgar a esse 
demonstrativo, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu o 
Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, o qual 
foi elaborado com base na norma internacional de contabilidade (GELBCKE et 
al., 2018). Nesse contexto, o Pronunciamento Técnico CPC 03 - Demonstração dos 
Fluxos de Caixa tem por objetivo: 
[...] requerer a prestação de informações acerca das alterações 
históricas de caixa e equivalentes de caixa da entidade por meio de 
demonstração dos fluxos de caixa que classifique os fluxos de caixa do 
período por atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento. 
Dado o exposto, o CPC norteia as entidades na elaboração do 
demonstrativo, apresentando a estrutura conceitual para sua elaboração, e 
dentre outros aspectos, todas as informações que devem compor o relatório, 
Lei no 6.404/76 - Artigo 176 - § 6º A companhia fechada com 
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 
(dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada 
pela Lei nº 11.638, de 2007). 
A Lei no 11.638/07 tornou obrigatória a demonstração do fluxo de 
caixa (DFC) para todas as companhias abertas. Para as companhias 
fechadas, é obrigatória apenas para as com patrimônio líquido, na 
data do balanço (encerramento do exercício social), igual ou superior 
a 2.000.000,00 (dois milhões de reais) (ADRIANO, 2018, p.217). 
 
 
5 
visando acima de tudo, que os usuários da informação contábil tenham subsídios 
para a tomada de decisão. 
Antes de falar do demonstrativo, é importante que se tenha conhecimento 
acerca de alguns termos utilizados pelo CPC 03, e cuja definição é dada pelo 
próprio pronunciamento, conforme segue: 
 
Agora que já conhecemos esses termos utilizados na elaboração da DFC, 
podemos então iniciar nosso estudo acerca do demonstrativo. Um ponto 
fundamental é saber o que esse relatório evidencia aos seus usuários. De acordo 
com Borinelli e Pimentel (2018), a DFC evidencia as movimentações 
ocorridas em um importante ativo da organização: o caixa. 
De forma mais detalhada, esse demonstrativo evidencia: 
 a geração de caixa de forma dinâmica, 
 sua origem dentro de cada grupo de classificação (atividades 
operacionais, atividades financeiras, atividades de investimento), 
 a utilização do caixa dentro dessa classificação, 
 apresenta por fim, o resultado financeiro de determinado período 
(RIOS; MARION, 2019). 
Caixa compreende numerário (dinheiro) em espécie e depósitos bancários 
disponíveis. 
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, 
que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão 
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. 
Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. 
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da 
entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de 
financiamento. 
Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de 
longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. 
Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no 
tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade. 
 
 
6 
Falou em resultado, nos lembramos da DRE. Existe uma diferença 
substancial que deve ser mencionada em relação aos dois demonstrativos, 
conforme segue: 
 
Percebe a importância do regime de escrituração utilizado para a 
elaboração dos demonstrativos contábeis? Enquanto nos outros demonstrativos 
utiliza-se o regime de competênciapara escrituração de receitas e despesas, na 
DFC é utilizado o regime de caixa, pois não teria lógica elaborar um relatório que 
evidencia fluxos de caixa utilizando o regime de competência. 
 
Justamente por utilizar o regime de caixa é que o DFC evidencia para os 
usuários o resultado financeiro da entidade dentro de um determinado período. 
O fato de evidenciar o resultado financeiro de um determinado período faz com 
que a DFC se torne um dos principais relatórios financeiros elaborados pela 
entidade. Nesse contexto, apresenta-se então o objetivo da demonstração: 
Enquanto na DRE as receitas e despesas são registradas pelo 
regime de competência, ou seja, independentemente do 
recebimento ou desembolso, a base para a elaboração da DFC é 
o regime de caixa, onde são levados em conta os efetivos 
ingressos e desembolsos de recursos na empresa, não apenas 
os decorrentes das receitas e despesas, mas de todas as origens 
e aplicações de recursos (por exemplo: aporte de capital; 
captação e pagamento de empréstimos, aquisição ou alienação 
de bens; recebimentos de duplicatas emitidas em exercício 
anterior, porém recebidas no exercício da elaboração da DFC) 
(SILVA, 2019, p. 55). 
 
Para ilustrar a diferença entre “receitas e despesas” e “efeitos no 
caixa”, imagine uma venda realizada a prazo. Pelo regime de 
competência, essa venda aparecerá registrada na 
demonstração do resultado no momento em que ocorrer a 
venda, independentemente da forma como o cliente irá pagar o 
valor devido, e será composta por um direito de 
recebimento futuro. Dessa forma, o efeito no caixa 
de uma venda a prazo só ocorrerá em uma data 
futura (no momento do recebimento do dinheiro, quando o 
cliente efetivamente pagar). O mesmo raciocínio é válido para as 
despesas (BORINELLI; PIMENTEL, 2018). 
$ 
$ 
$ 
 
 
7 
 
De forma mais resumida, “o objetivo básico desse demonstrativo é 
disponibilizar informações sobre as entradas e as saídas de 
numerário em um determinado período” (RIOS; MARION, 2019, p. 311). 
Esse objetivo faz da DFC um demonstrativo que apresenta a situação financeira 
da empresa de forma mais precisa, porque o que interessa aos credores e 
proprietários da empresa é sua capacidade de gerar caixa para o pagamento de 
seus compromissos e dividendos (VICECONTI; NEVES, 2017). 
Para que o objetivo do demonstrativo seja alcançado, na elaboração do 
mesmo, a lei determina que os fluxos de caixa sejam segregados por atividade, 
assunto esse que será tratado no nosso tema 02. 
TEMA 02 – SEGREGAÇÃO DOS FLUXOS POR ATIVIDADE 
O inciso I do artigo 188 da Lei no 6.404/76, discorre sobre a DFC, 
apontando que as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e 
equivalentes de caixa, serão segregadas em três fluxos: operacional, 
investimentos e financiamentos (ADRIANO, 2018), conforme segue: 
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do 
art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 
11.638, de 2007) 
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante 
o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se 
essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela 
Lei nº 11.638, de 2007) 
a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
O entendimento acerca dessa divisão é que as movimentações 
segregadas em atividades possibilitam que os usuários avaliem o impacto de tais 
atividades na posição patrimonial e financeira da entidade, ou seja, qual área 
O objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
é prover informações relevantes sobre os 
pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma 
empresa, ocorridos durante um determinado período, 
e com isso ajudar os usuários das demonstrações contábeis na 
análise da capacidade da entidade de gerar caixa e 
equivalentes de caixa, bem como suas necessidades para 
utilizar esses fluxos de caixa (GELBCKE et al., 2018, p. 631). 
 
 
 
8 
está gerando mais dinheiro. Nesse contexto, a classificação adequada de cada 
evento de caixa em cada um dos grupos é uma das tarefas mais importantes 
para a conferir utilidade à DFC (BORINELLI; PIMENTEL, 2018). 
No mesmo contexto da lei das SA, visando atender a legislação brasileira 
e padronizar o demonstrativo conforme normas internacionais, o CPC 03 dispõe 
o seguinte: 
 
Diante dessa obrigatoriedade da divisão dos fluxos por atividades, vamos 
então estudar cada uma delas de forma mais detalhada. 
1.1 Atividades Operacionais 
“O fluxo de caixa da atividade operacional é constituído pelas entradas e 
saídas em dinheiro ou equivalente relacionadas às atividades de produção e 
venda dos bens e serviços produzidos pela sociedade [...] (VICECONTI; NEVES, 
2017, p. 421). Isso implica dizer que o fluxo das operações decorre de atividades 
que estão relacionadas ao objeto de constituição da sociedade, ou seja, sua 
atividade fim. Nesse contexto, todos os fluxos de caixa que tem ligação com 
essas atividades devem ser classificados dentro desse grupo. 
Por ser o órgão responsável por orientações acerca da elaboração do 
demonstrativo, o CPC 03 define o que seriam os fluxos das atividades 
operacionais: 
A entidade deve apresentar seus fluxos de 
caixa advindos das atividades 
operacionais, de investimento e de 
financiamento da forma que seja mais 
apropriada aos seus negócios. A 
classificação por atividade proporciona 
informações que permitem aos usuários 
avaliar o impacto de tais atividades sobre 
a posição financeira da entidade e o 
montante de seu caixa e equivalentes de 
caixa. Essas informações podem ser 
usadas também para avaliar a relação 
entre essas atividades. 
 
Atividades 
Operacionais 
Atividade de 
Investimento 
Atividade de 
Financiamento 
Variação no caixa 
do período 
 
 
9 
 
Alguns exemplos de atividades operacionais dadas pelo CPC 03 são 
apresentados de forma segregada por Adriano (2017, p. 228) conforme segue: 
 
Conforme exposto pelo CPC 03, as atividades operacionais estão 
diretamente relacionadas a atividade principal da empresa, tornando fácil de 
serem identificadas. O fluxo de operações basicamente diz respeito a entradas 
e saídas de caixa relacionadas a receitas e despesas. Conforme exposto por 
Borinelli e Pimentel (2018, p. 258,) (grifo nosso), “as transações dos fluxos de 
caixa das atividades operacionais incluem os aumentos (entradas) de caixa 
Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são 
basicamente derivados das principais atividades geradoras de 
receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam de 
transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro 
líquido ou prejuízo (CPC 03). 
 
Normalmente, o Caixa é gerado pela venda de bens e serviços, tendo 
como subtração as despesas operacionais, impostos, participações 
etc. São as transações ligadas ao objeto social da empresa 
(MARION, 2018, p. 115). 
Recebimentos de caixa 
a) pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; 
b) decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas; 
c) por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; 
d) de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. 
Pagamentos em caixa 
a) a fornecedores de mercadorias e serviços; 
b) a empregados ou por conta de empregados; 
c) por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; 
d) de impostos sobre a renda, a menos que possam ser especificamente identificados 
com as atividades de financiamento ou de investimento; 
e) de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. 
 
 
10 
derivados das receitas e as respectivas movimentações nas contas do 
ativo circulante”. Ainda conforme os autores supracitados,“por outro lado, as 
saídas (diminuições) de caixa estão relacionadas às despesas e às 
respectivas movimentações nas contas do passivo circulante”. 
Verifica-se aqui, que as atividades operacionais apresentam basicamente 
contas que também compõe a DRE, ou seja, receitas e despesas advindas das 
principais operações da entidade. No entanto, conforme já dito anteriormente, a 
no demonstrativo de resultado, utiliza-se o regime de competência para a 
elaboração do mesmo, enquanto na demonstração de fluxos de caixa, é utilizado 
o regime de caixa. 
1.2 Atividades de Investimentos 
As atividades de investimentos possuem relação com o aumento e a 
diminuição dos ativos não circulantes que são utilizados na produção de bens e 
serviços da empresa (GELBCKE, et al., 2018). “As aquisições de Ativos 
Permanentes (reposição de Ativos), bem como a venda destes itens, devem ser 
destacadas aqui. As participações em outras empresas também entram neste 
item” (Marion, p. 2018, 115). 
De modo mais abrangente, Adriano (2017, p. 229) caracteriza as 
atividades de investimento: 
As atividades de investimentos estão relacionadas com a compra à 
vista e venda à vista de bens do ativo não circulante, investimentos, 
imobilizado, intangível, mais o AÑC realizável a longo prazo que não 
constituam negócios usuais na atividade operacional da companhia, 
como, por exemplo, um empréstimo que a empresa efetue e o 
recebimento desse empréstimo, pois uma empresa que vende peças 
de automóveis tem como atividade operacional a venda de 
mercadorias, e o empréstimo a terceiros não faz parte do seu negócio 
usual. 
Nesse entendimento, as atividades de investimentos estão relacionadas 
tanto a aquisição e venda de bens do ativo imobilizados da empresa, quanto na 
participação da mesma em outras sociedades. Nesse contexto, as atividades de 
investimento se diferenciam das operacionais e de financiamento, pois cada uma 
possui suas especificidades. 
A seguir, temos os exemplos de atividades de financiamentos trazidos 
pelo CPC 03, e organizados por Adriano (2017, p. 229): 
 
 
 
11 
 
O CPC 03 contextualiza que a importância da divulgação em separado dos fluxos 
de caixa de atividades de investimentos se dá em função de que tais fluxos representam 
a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade 
de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. O CPC também norteia no sentido de que 
“somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações 
contábeis são passíveis de classificação como atividades de investimento”. 
1.3 Atividades de Financiamentos 
Conforme estudamos na aula sobre balanço patrimonial, esse 
demonstrativo é dividido em dois lados: origem de recursos e aplicação de 
recursos. O lado da origem de recursos financia todo o lado de aplicação de 
recursos, e por esse motivo, na demonstração de fluxos de caixa, as origens de 
recursos constituem o fluxo de atividades de financiamentos. Nesse 
entendimento, “os fluxos de caixa das atividades de financiamento se referem a 
entradas ou saídas em função de obtenção de recursos de terceiros (e sua 
Recebimentos de caixa 
a) resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo; 
b) provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras 
entidades e participações societárias em joint ventures, exceto aqueles recebimentos 
referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para 
negociação imediata ou futura; 
c) pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros, 
exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira; 
d) por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem 
mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados 
como atividades de financiamento. 
Pagamentos em caixa 
a) para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses 
pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos 
ativos imobilizados de construção própria; 
b) para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades 
e participações societárias em joint ventures, exceto aqueles pagamentos referentes a títulos 
considerados como equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou 
futura; 
c) para adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros, exceto aqueles 
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira; 
d) por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem 
mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como 
atividades de financiamento. 
 
 
12 
amortização) e a obtenção de recursos dos acionistas (e o respectivo pagamento 
de dividendos)” (VICECONTI; NEVES, 2018, p. 421). 
O CPC 03 também norteia sobre as atividades de financiamento, e traz 
alguns exemplos dos fluxos de caixa dessas atividades, os quais são descritos 
por Adriano (2017, p. 230): 
 
Conforme destacado anteriormente, o CPC descreve quais são as 
operações que podem ser classificadas como de financiamento, e todas dizem 
respeito a fluxos relativos a fornecedores de capital à entidade. Nesse contexto, 
“as entradas de caixa referem-se a integralização do capital e captação de 
empréstimos; as saídas de caixa derivam da redução do capital e do 
pagamento de empréstimos, dividendos e juros sobre o capital próprio” 
(RIBEIRO, 2017, p. 369, grifo nosso). De um modo geral, “as atividades de 
financiamento se referem à origem dos recursos próprios e de terceiros que 
serão aplicados no ativo da sociedade (VICECONTI; NEVES, 2017, p. 421). 
A utilidade dos fluxos de caixa de atividades de financiamento está na 
previsão das exigências de fluxos de caixa futuros pelos fornecedores de capital 
à entidade, bem como pela capacidade que a empresa tem de financiar as 
atividades operacionais e de financiamento, utilizando recursos externos 
(GELBCKE, et al., 2018). 
As atividades operacionais, de investimentos e financiamentos tem suas 
informações colhidas principalmente no balanço patrimonial. Diante disso, é 
possível localizar essas informações no demonstrativo, tornando mais fácil o 
entendimento acerca dessa classificação, conforme demonstrado por Borinelli e 
Pimentel (2018, p. 262): 
Recebimentos de caixa 
a) pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; 
b) pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, 
hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos. 
Pagamentos em caixa 
a) a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; 
b) para amortização (pagamento) de empréstimos e financiamentos; 
c) pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro; 
d) de participações estatutárias. 
 
 
13 
Figura 1 - Integração dos três grupos de fluxos de caixa com o balanço patrimonial. 
 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2018, p. 262) 
A seguir, apresentaremos os métodos de elaboração da DFC, os quais 
devem ser utilizados para a elaboração do demonstrativo, principalmente em 
decorrência das atividades operacionais. 
TEMA 03 – MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DA DFC - MÉTODO DIRETO 
Para a elaboração da DFC de um determinado período, deve-se segregar 
os fluxos de caixa em tipos de atividades, no caso, operacionais, de 
investimentos e de financiamentos, conforme visto no tema 02. Os fluxos e seus 
efeitos líquidos sobre os saldos de caixa devem ser conciliados com seus 
saldos no início e no final do período ou exercício (SILVA, 2017), e a soma 
dos resultados líquidos de cada um dos agrupamentos irá totalizar na 
variação no caixa do período (GELBCKE et al., 2018). 
Mas a segregação por tipo de atividade não é a única divisão que envolve 
a DFC, pois o CPC 03 determina dois métodospelos quais o demonstrativo pode 
ser elaborado, sendo eles método direto e método indireto. No contexto do CPC 
03, o pronunciamento indica a apresentação dos fluxos de caixa das atividades 
 
 
14 
pelos métodos direto ou indireto, alternativamente. Vamos então iniciar a 
elaboração do demonstrativo pelo método direto. 
Conforme o CPC 03, o método direto é aquele “segundo o qual as 
principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas” 
[...]. 
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos 
principais componentes das atividades operacionais, como os 
recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a 
fornecedores e empregados. O saldo final das operações expressa o 
volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante 
um período (GELBCKE, et al., 2018, p.638). 
O método direto apresenta os três tipos de fluxos de caixa das atividades, 
evidenciando as entradas e saídas respectivos a cada um deles e, no fim, o saldo 
final de caixa do período de elaboração do demonstrativo de fluxo de caixa. No 
demonstrativo, os saldos dos fluxos das atividades são evidenciados pela 
confrontação entre recebimentos brutos e pagamentos brutos, conforme 
determinado pelo CPC. “No método direto, os recursos derivados das operações 
são indicados a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das 
operações normais, efetuados durante o período” (RIBEIRO, p. 371). 
Vamos agora estudar a estrutura da DFC pelo método direto, conforme 
modelo dado por Visconti e Neves (2018, p. 422): 
Estrutura da DFC – método direto 
A estrutura da DFC, elaborada pelo método direto, pode assim ser 
resumida (o sinal + representa as entradas de caixa ou equivalentes-caixa e o 
sinal –, as saídas): 
1. Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
(+) Recebimentos 
(–) Pagamentos a Fornecedores 
(–) Pagamentos de Despesas Operacionais 
(–) Pagamentos de Despesas Antecipadas 
(±) Outros Recebimentos e Pagamentos relativos à atividade operacional 
(=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades operacionais 
2. Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento 
(+) Recebimentos de Venda de ativos imobilizados 
 
 
15 
(+) Recebimentos de Vendas de Participações Societárias 
(+) Amortizações de empréstimos concedidos a acionistas e/ou empresas 
controladas e coligadas 
(–) Pagamentos por aquisição de Ativos Imobilizados 
(–) Pagamentos por aquisição de Participações Societárias 
(–) Empréstimos concedidos a acionistas e/ou empresas controladas e 
coligadas 
(±) Outros Recebimentos e/ou Pagamentos relativos às atividades de 
investimento 
(=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades de investimento 
3. Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento 
(+) Recebimentos por Venda de ações ou Integralização de Capital 
(+) Recebimentos de Debentures emitidas 
(+) Recebimentos de Empréstimos de curto e longo prazo 
(–) Pagamentos de Dividendos 
(–) Amortizações de Dívidas contraídas 
(–) Resgates de Debêntures 
(–) Pagamentos por Resgate ou Reembolso das próprias ações 
(±) Outros Recebimentos ou Pagamentos relativos às atividades de 
financiamento 
(=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades de financiamento 
4. Caixa Gerado ou Consumido nas atividades = Variação do Disponível (1 
+ 2 + 3) 
5. Saldo do Disponível no início do exercício 
6. Saldo do Disponível no final do exercício (4 + 5) 
Essa é a estrutura da DFC pelo método direto, evidenciando todos os 
fluxos de caixa das atividades, conforme determinado pela lei 6.404/76 e pelo 
CPC 03. A evidenciação dos fluxos é obtida por meio de informações extraídas 
da DRE e do balanço patrimonial, conforme explica Adriano (2017, p. 232): 
Os saldos iniciais e finais da conta, como, por exemplo, 
mercadorias, adiantamentos de clientes, fornecedores, salários 
a pagar etc., são obtidos nos balanços patrimoniais do exercício 
anterior e do exercício corrente, enquanto as entradas e saídas 
são obtidas na demonstração do resultado do exercício. 
De acordo com o autor supracitado, “no método direto, para calcular os 
recebimentos e pagamentos, utilizamos a fórmula” (ADRIANO,2017, p. 232): 
 
 
16 
 
 
Seguindo então a estrutura disponibilizada anteriormente, bem como a 
fórmula para o saldo final da conta, é possível elaborar uma DFC conforme 
legislação pertinente e diretrizes do CPC 03. Diante disso, vamos então trabalhar 
com um exemplo prático, o qual foi desenvolvido por Padoveze (2010, p. 22) 
para o aprendizado da elaboração do Demonstrativo do Fluxo de Caixa. Para 
tanto, apresentam-se os demonstrativos que serão base para a elaboração da 
DFC, conforme segue: 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, para iniciar a elaboração do relatório, o CPC apresenta as 
diretrizes acerca das informações necessárias, conforme segue: 
Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de 
recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas 
alternativamente: 
(a) dos registros contábeis da entidade; ou 
(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços 
vendidos (no caso de instituições financeiras, pela receita de juros e similares 
e despesa de juros e encargos e similares) e outros itens da demonstração 
do resultado ou do resultado abrangente referentes a: 
(i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a 
receber e a pagar; 
(ii) outros itens que não envolvem caixa; e 
(iii) outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de 
investimento e de financiamento. 
 
 
 
17 
 
Demonstrações Contábeis – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado 
 
 
Fonte: Padoveze (2010, p. 22) 
 
Agora que temos os demonstrativos base de onde vamos extrair as 
informações, podemos então elaborar nossa DFC pelo método direto. Conforme 
modelo anteriormente demonstrado, vamos iniciar pelo Fluxo de Caixa das 
Atividades Operacionais, lembrando que o método direto explicita as entradas 
e saídas brutas de dinheiro. 
Conforme estrutura, o primeiro item é: 
(+) Recebimentos (sinal positivo, entradas de caixa) 
Para calcular os recebimentos, vamos recorrer a fórmula descrita por 
Padoveze (2010, p. 25): 
 
 
ATIVO INICIAL R$ FINAL R$ PASSIVO INICIAL R$ FINAL R$
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE INICIAL R$ FINAL R$
Caixa/Bancos/Apl. Financeiras 1.440,00R$ 230,00R$ Dupls. a Pagar – Fornecedores 1.070,00R$ 930,00R$ 
Dupls. a Receber – Clientes 3.550,00R$ 2.950,00R$ Salários e Encargos a Pagar 190,00R$ 580,00R$ 
Estoque de Mercadorias 2.100,00R$ 3.845,00R$ Contas a Pagar 80,00R$ 120,00R$ 
Total AC 7.090,00R$ 7.025,00R$ Imp. a Recolher s/ Mercadorias 590,00R$ 440,00R$ 
Total PC 1.930,00R$ 2.070,00R$ 
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Depósitos Judiciais 100,00R$ 120,00R$ Financiamentos 5.600,00R$ 5.180,00R$ 
INVESTIMENTOS E IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos em Controladas 2.500,00R$ 2.820,00R$ Capital Social 7.000,00R$ 7.800,00R$ 
Imobilizado Bruto 9.000,00R$ 10.500,00R$ Reservas 590,00R$ 590,00R$ 
(-) Depreciações Acumuladas 3.400,00-R$ 4.450,00-R$ Lucros Acumulados 170,00R$ 375,00R$ 
Total ANC 8.100,00R$ 8.870,00R$ PL TOTAL 7.760,00R$ 8.765,00R$ 
ATIVO TOTAL 15.290,00R$ 16.015,00R$ PASSIVO TOTAL 15.290,00R$ 16.015,00R$ 
Balanço Patrimonial (Inicial e Final)
33.800,00R$ 
6.760,00R$ 
27.040,00R$ 
16.224,00R$ 
10.816,00R$ 
4.500,00R$ 
2.900,00R$ 
1.050,00R$ 
2.366,00R$ 
30,00R$ 
600,00R$ 
320,00R$ 
2.116,00R$ 
741,00R$ 
1.375,00R$ 
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS
Impostos sobreo Lucro
LUCRO LÍQUIDO APÓS IMPOSTOS
Despesas Gerais
Depreciações
LUCRO OPERACIONAL
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Equivalência Patrimonial
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
LUCRO BRUTO
Despesas Operacionais 
Salários e Encargos Sociais
Demonstração de Resultados do Período
Receita Operacional Bruta
(-) Impostos sobre Vendas
 
 
18 
Recebimento das Vendas Demonstrativo Valor – $ 
Receita Operacional Bruta Demonstração de Resultados R$ 33.800,00 
(+) Saldo Inicial de Duplicatas a Receber Balanço Patrimonial R$ 3.550,00 
(-) Saldo Final de Duplicatas a Receber Balanço Patrimonial R$ 2.950,00 
Saldo Final de Recebimentos R$ 34.400,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
Assim, nosso primeiro item da demonstração de resultados elaborada pelo 
método direto, é evidenciado. Perceba a dinâmica utilizada para se chegar no saldo final 
da conta. Lembrando que o nosso exemplo não contempla todos os itens 
apresentados no modelo apresentado anteriormente, mas a lógica e raciocínio 
para a evidenciação é a mesma. Vamos continuar então com o nosso próximo fluxo, 
conforme dados de Padoveze (2010): 
(–) Pagamentos a Fornecedores (saída d caixa, sinal negativo): 
Pagamentos a Fornecedores Demonstrativo Valor – $ 
Custo das Mercadorias Vendidas Demonstração de Resultados R$ 16.224,00 
(+) Saldo Final de Estoque de Mercadorias Balanço Patrimonial R$ 3.845,00 
(-) Saldo Inicial de Estoque de Mercadorias Balanço Patrimonial R$ 2.100,00 
(=)Compras - Líquidas de Impostos R$ 17.969,00 
(+) Saldo Inicial de Fornecedores Balanço Patrimonial R$ 1.070,00 
(-) Saldo Final de Fornecedores Balanço Patrimonial R$ 930,00 
Saldo Final de Fornecedores R$ 18.109,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
Para a evidenciação do saldo de fornecedores tivemos um pouco de 
trabalho, não é mesmo? Pois é, o método direto possui essa complexidade na 
sua utilização, mas seguindo a fórmula, não tem como errar. Vamos continuar 
com a estrutura: 
 (–) Pagamentos de Despesas Operacionais 
Aqui nas despesas operacionais, é importante lembrarmos quais itens se 
classificam nessa categoria (ver aula 02, TEMA 2 – INFORMAÇÃO A SER 
APRESENTADA NA DRE, páginas 6-7). No nosso exemplo, temos (i) salários e 
encargos e (ii) despesas gerais. Iniciamos então com salários e encargos: 
Pagamento de Salários e Encargos Demonstrativo Valor – $ 
Salários e Encargos Sociais Demonstração de Resultados R$ 4.500,00 
(+) Saldo Inicial de Salários e Encargos a Pagar Balanço Patrimonial R$ 190,00 
(-) Saldo Final de Salários e Encargos a Pagar Balanço Patrimonial R$ 580,00 
Saldo Final de Recebimentos R$ 4.110,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
 
 
 
19 
Pagamento de Despesas Gerais Demonstrativo Valor – $ 
Despesas Gerais Demonstração de Resultados R$ 2.900,00 
(+) Saldo Inicial de Contas a Pagar Balanço Patrimonial R$ 80,00 
(-) Saldo Final de Contas a Pagar Balanço Patrimonial R$ 120,00 
Saldo Final de Despesas Gerais R$ 2.860,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
Após as despesas gerais, outro item que implica em um pagamento, logo, 
uma saída de caixa, são os impostos, e, portanto, devem ser evidenciados na 
DFC: 
(±) Outros Recebimentos e Pagamentos relativos à atividade 
operacional 
 
Pagamento de Impostos sobre Vendas Demonstrativo Valor – $ 
Impostos sobre Vendas Demonstração de Resultados R$ 6.760,00 
(+) Saldo Inicial de Imp. a Recolher s/ Merc. Balanço Patrimonial R$ 590,00 
(-) Saldo Final de Contas a Pagar Balanço Patrimonial R$ 440,00 
Saldo Final de Impostos sobre Vendas R$ 6.910,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
Os Impostos sobre o Lucro são evidenciados diretamente na 
demonstração de resultados, bastando retirar a informação desse 
demonstrativo. Assim, após evidenciadas essas informações, chega-se ao saldo 
final do demonstrativo: 
 (=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades operacionais 
Para evidenciar o caixa gerado ou consumido, basta pegar os 
recebimentos e subtrair todos os pagamentos. 
Encerrada a primeira parte, agora vamos aos fluxos das atividades de 
investimentos, seguindo a estrutura anterior (somente as contas que constam no 
nosso exemplo): 
2. Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento 
(–) Pagamentos por aquisição de Ativos Imobilizados 
Para saber se houve saídas de caixa devido a pagamentos na 
aquisição de imobilizados, basta subtrair do saldo final da conta imobilizados o 
saldo inicial da mesma: 
 
 
 
20 
Pagamentos por aquisição de Ativos Imobilizados Demonstrativo Valor – $ 
(+) Saldo final de Imobilizado Bruto Balanço Patrimonial R$ 10.500,00 
(-) Saldo inicial de Imobilizado Bruto Balanço Patrimonial R$ 9.000,00 
Saldo Final de Pagamentos por aquisição de Ativos Imobilizados R$ 1.500,00 
 
 (±) Outros Recebimentos e/ou Pagamentos relativos às atividades 
de investimento 
Aplicações no Realizável a Longo Prazo Demonstrativo Valor – $ 
(+) Saldo Final Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial R$ 120,00 
(-) Saldo Inicial Realizável a Longo Prazo Balanço Patrimonial R$ 100,00 
Saldo Final de Realizável a Longo Prazo R$ 20,00 
 
(=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades de 
investimento 
 
3. Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento 
(+) Recebimentos por Venda de ações ou Integralização de Capital 
Aumento de Capital Demonstrativo Valor – $ 
(+) Saldo Final de Capital Social Balanço Patrimonial R$ 7.800,00 
(-) Saldo Inicial de Capital Social Balanço Patrimonial R$ 7.000,00 
Variação no Capital Social R$ 800,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
(–) Pagamentos de Dividendos 
Distribuição de Lucros ou Dividendos Demonstrativo Valor – $ 
Lucro Líquido do Exercício Demonstração de Resultados R$ 1.375,00 
(+) Saldo Inicial de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial R$ 170,00 
(-) Saldo Final de Lucros Acumulados Balanço Patrimonial R$ 375,00 
Saldo final de Distribuição de Lucros ou Dividendos R$ 1.170,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
(–) Amortizações de Dívidas contraídas 
A informação sobre novos empréstimos pode ser encontrada em outras 
informações (abaixo do balanço patrimonial). 
Amortizações e Juros Demonstrativo Valor – $ 
Despesas Financeiras Demonstração de Resultados R$ 600,00 
(+) Saldo Inicial de Financiamentos Balanço Patrimonial R$ 5.600,00 
(-) Saldo Final de Financiamentos Balanço Patrimonial R$ 5.180,00 
Saldo final de Amortização de Juros R$ 1.020,00 
Fonte: Padoveze (2010) 
Por fim, temos então o saldo final de atividade de financiamento: 
 
 
21 
(=) Caixa Gerado (+) ou Consumido (–) nas atividades de 
financiamento 
4. Caixa Gerado ou Consumido nas atividades = Variação do 
Disponível (1 + 2 + 3) 
5. Saldo do Disponível no início do exercício 
6. Saldo do Disponível no final do exercício (4 + 5) 
Após todos esses passos, temos então o demonstrativo completo, com 
todas as informações evidenciadas anteriormente: 
 
Fonte: Adaptado de Padoveze (2010) 
Ufa! Finalmente conseguimos terminar a elaboração do Demonstrativo de 
Fluxo de Caixa pelo metódo direto. Deu um pouco de trabalho, não deu? Pois é, 
a dinâmica para a elaboração do demonstrativo é essa que utilizamos, mas o 
resultado e um demonstrativo financeiro muito utilizado na tomada de decisão, 
tanto de usuários internos quanto externos. 
DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS R$
Recebimentos 34.400,00R$ 
(-) Pagamentos
 Fornecedores 18.109,00R$ 
 Salários e Encargos 4.110,00R$ 
 Despesas Gerais 2.860,00R$ 
 Impostos sobre Vendas 6.910,00R$ 
 Impostos sobre o Lucro 741,00R$ 
Saldo final das atividades operacionais 1.670,00R$ 
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Aquisição de Imobilizados 1.500,00R$ 
Realizável a Longo Prazo 20,00R$ 
Saldo final das atividades de investimentos (negativo) 1.520,00R$ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Aumento de Capital 800,00R$ 
(-) Amortizações e Juros 1.020,00R$ 
Lucros Distribuídos 1.170,00R$ 
Saldo final das atividades de financiamentos (negativo) 1.390,00R$ 
SALDO TOTAL (negativo) 1.240,00R$ 
(=+) Receitas Financeiras 30,00R$ 
(+) Saldo Inicial de Caixa 1.440,00R$ 
(= Saldo Final de Caixa 230,00R$ 
Fluxo de Caixa – Méto Direto
 
 
22 
Em relação a esse método em específico, Padoveze (2010, p. 24) pondera 
sobre o mesmo: 
O método direto tem como premissa básica reproduzir fielmente a 
movimentação financeira refletida nos resultados e no balanço 
patrimonial. Nesse sentido, é mais facilmente assimilável por qualquer 
usuário, mesmo que não seja especialista em finanças. Além disso, 
suas movimentações refletem os eventos econômicos normais da 
empresa, permitindo um processo mais adequado para a extrapolação 
dos dados para períodos futuros (PADOVEZE, 2010, p. 24). 
No contexto do autor supracitado, observa-se o que método direto tem 
como finalidade reproduzir os fluxos de caixa de forma mais fiel possível aos 
demonstrativos bases, no caso, balanço patrimonial e demonstração de 
resultado. Um ponto de fundamental importância em relação a esse método é 
que “o formato direto está baseado no regime de caixa, ou seja, procura 
apresentar todos os pagamentos e os recebimentos ocorridos no período 
considerado, independentemente de os mesmos se referirem a operações 
apropriáveis ao resultado de períodos anteriores ou posteriores” (RIOS; 
MARION, 2019, p. 319). 
No mesmo contexto, Silva (2017, p. 57) acentua que “esse é o único 
demonstrativo contábil elaborado com base em regime de caixa, enquanto os 
demais são elaborados considerando a competência de exercício”. De acordo 
com o autor, “essa demonstração será obtida de forma direta (a partir da 
movimentação do caixa e equivalentes de caixa) ou de forma indireta (com base 
no Lucro/Prejuízo do Exercício), sendo esse o nosso próximo tema. 
TEMA 04 – MÉTODOS DE ELABORAÇÃO - MÉTODO INDIRETO 
Diferentemente do que ocorre no método direto, “no método indireto, os 
recursos derivados das atividades operacionais são indicados a partir do 
lucro líquido do Exercício” [...] (RIBEIRO, 2017, p. 371, grifo nosso). Conforme 
Viceconti e Neves (2017), nesse método, é necessário que haja a reconciliação 
do lucro líquido do exercício com o caixa gerado pelas atividades operacionais, 
“mostrando quanto desse lucro se converteu efetivamente em caixa ou 
equivalentes-caixa, evidenciando as parcelas do lucro que foram aplicadas em 
outros grupos do Ativo ou Passivo Circulante” (VICECONTI; NEVES, 2017, p. 
422). 
 
 
23 
Dessa forma a reconciliação do resultado líquido é realizada por meio de 
adições ou subtrações, para se chegar ao caixa líquido resultante das operações 
e, nessas operações, deve-se levar em consideração, também os acréscimos ou 
as diminuições nos ativos e nos passivos circulantes operacionais (RIOS; 
MARION, 2019). É importante também observar as características desse método 
conforme definição do CPC 03: 
O método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é 
ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos 
efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência 
sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais 
passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa 
associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de 
financiamento. 
De modo complementar, (VICECONTI; NEVES, 2017, p. 422), apontam 
como devem ocorrer os ajustes: 
a) adicionar ao lucro todas as despesas que não representam 
desembolso (depreciação, gastos com constituição de provisões, 
perdas na venda de ativo imobilizado, resultado negativo da 
equivalência patrimonial etc.) e deduzir todas as receitas que não 
impliquem entrada de numerário (reversão de provisões, ganho na 
venda do ativo imobilizado, resul- tado positivo da equivalência 
patrimonial etc.). 
b) excluir do lucro a parcela que foi aplicada no aumento de outras 
contas operacionais do Ativo Circulante (exceto o Disponível) ou na 
diminuição das outras contas operacionais do Passivo Circulante e 
somar a ele os recursos advindos da diminuição do Ativo Circu- lante 
(exceto o Disponível) e do aumento do Passivo Circulante. 
Dado o exposto, os autores apresentam a estrutura da DFC pelo método 
indireto: 
1. Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
Lucro Líquido do Exercício 
(+/-) Receitas e Despesas não Efetivadas Financeiramente 
(+) Depreciação, Amortização ou Exaustão 
(+) Despesas com a constituição de Provisões 
(+) Transferências de Despesas Antecipadas para o resultado 
(–) Reversão de Provisões 
(–) Despesas Antecipadas pagas no exercício 
(+/–) Resultado Negativo (Positivo) da Equivalência Patrimonial 
(+/–) Perda (Ganho) de Capital 
(+/–) Outras Receitas e Despesas que não envolvam numerário 
 
 
24 
(–/+) Aumento/Diminuição em bens e direitos do Ativo Circulante 
de caráter operacional 
(+/–) Aumento/Diminuição em obrigações do Passivo Circulante de 
caráter operacional 
2. Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento (igual à do método 
direto) 
3. Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento (igual à do 
método direto) 
4. Variação do Disponível (1 + 2 + 3) 
5. Saldo inicial do Disponível 
6. Saldo final do Disponível 
Vamos agora elaborar uma DFC pelo método indireto, utilizando como 
base o mesmo exemplo utilizado no método direto. Iniciamos pelo Fluxo de Caixa 
das Atividades Operacionais, lembrando que a diferença entre o método direto 
e o método indireto está justamente na forma de evidenciação dos fluxos 
de atividades operacionais. Lembrando também que só iremos apresentar 
aqui os itens que constam no nosso exemplo, conforme feito no exemplo 
anterior. 
Conforme estrutura, o primeiro item é: 
Lucro Líquido do Exercício 
Essa informação pode ser extraída diretamente da DRE 
A partir do Lucro Líquido, vamos então realizar os ajustes: 
(+/-) Receitas e Despesas não Efetivadas Financeiramente 
Um ponto aqui deve ser considerado. Por qual motivo trazemos no 
método indireto os itens que não representam saídas de caixa? Justamente 
porque pelo método indireto a DFC inicia-se pelo lucro líquido e, na DRE, o lucro 
líquido é evidenciado após deduzir as despesas, incluindo as que não 
movimentam caixa, como é o caso da depreciação, assim como também das 
provisões, ou receitas que não tenham sido recebidas. Dessa forma, o que não 
envolve caixa e foi considerado na DRE para apuração do lucro líquido, na DFC 
deverá ser ajustado, quando utilizado o método indireto. 
(+) Depreciação, Amortização ou Exaustão 
Essa informação pode ser extraída diretamente da DRE. 
(+/–) Resultado Negativo (Positivo) da Equivalência Patrimonial 
Essa informação pode ser extraída diretamente da DRE. 
 
 
25 
(–/+) Aumento/Diminuição em bens e direitos do Ativo Circulante 
de caráter operacional 
(+/–) Aumento/Diminuição em obrigações do Passivo Circulante 
de caráter operacional 
Nos dois itens anteriores, todos os itens que impactaram no lucro líquido, 
mas não movimentaram caixa, devem ser considerados. Deve-se verificar se 
houve variação nas seguintes contas do ativo e passivo: 
Duplicatas a Receber 
Estoques 
Duplicatas a Pagar 
Salários a Pagar 
Contas a Pagar 
Impostos a Recolher 
Para verificar a variação, deve-se fazer a seguinte fórmula: 
Saldo final – saldo inicial = variação na conta 
Variação positiva em contas do ativo, significa que houve saída de caixa, 
e variação negativa, significa que houve entradas de caixa. Por exemplo, vamos 
verificar a conta duplicatas a receber: 
Saldo final R$ 2.950,00 – saldo inicial R$ 3.550,00 = variação negativa de 
R$600,00. Isso significa que a empresa recebeu esse dinheiro entre os dois 
exercícios,por isso a conta diminuiu, o que implica em entrada de caixa (diminui 
contas a receber, aumenta a conta caixa). Dessa forma, na DFC vamos colocar 
(+) Diminuição de Duplicatas a Receber R$600,00. 
Agora verificando a conta estoques, temos: saldo final R$ 3.845,00 – saldo 
inicial R$ 2.100,00 = variação positiva de R$ 1.745,00. Isso significa que a 
empresa adquiriu mais estoques entre os dois exercícios, por isso a conta 
aumentou, o que implica em saída de caixa (aumenta a conta de estoques, 
diminui a conta caixa). Dessa forma, na DFC vamos colocar 
(-) Aumento dos Estoques R$ 1.745,00 
Não se esqueçam que estamos mexendo com o caixa, esse é o nosso 
foco aqui. Por esse motivo é que quando aumentam os bens, implica em 
saída de dinheiro do caixa, por isso o valor fica negativo. Quando falamos 
em contas do passivo, a lógica é que quando aumentam as obrigações, os 
 
 
26 
valores ficam positivos, pois significa que a variação não saiu do caixa, por 
isso deve ser incluída na DFC. 
Seguindo por essa lógica, vamos até finalizar o demonstrativo: 
(-) Diminuição de Duplicatas a Pagar -R$ 140,00 
(+) Aumento de Salários a Pagar R$ 390,00 
(+) Aumento de Contas a Pagar R$ 40,00 
(-) Diminuição de Impostos a Recolher -R$ 150,00 
Agora que apuramos todas as contas, vamos então apresentar o 
demonstrativo pelo método indireto: 
 
 
Fonte: Adaptado de Padoveze (2010) 
Deu um pouco de trabalho, não é verdade? Mas no fim das contas, é 
possível perceber que em ambos os métodos, o resultado final foi o mesmo, ou 
seja, o fluxo de caixa evidenciado, foi o saldo de caixa do balanço patrimonial do 
DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS R$
Lucro Líquido do Período 1.375,00R$ 
(+/-) Receitas e Despesas não Efetivadas Financeiramente
 (+) Depreciações 1.050,00R$ 
 (-) Equivalência Patrimonial 320,00R$ 
(= Lucro Gerado pelas Operações 2.105,00R$ 
(+/-) Aumento/Diminuição em bens e direitos do Ativo Circulante
 (+) Diminuição de Duplicatas a Receber 600,00R$ 
 (-) Aumento dos Estoques 1.745,00R$ 
Saldo 960,00R$ 
 (+/–) Aumento/Diminuição em obrigações do Passivo Circulante 
 (-) Diminuição de Duplicatas a Pagar 140,00R$ 
 (+) Aumento de Salários a Pagar 390,00R$ 
 (+) Aumento de Contas a Pagar 40,00R$ 
 (-) Diminuição de Impostos a Recolher 150,00R$ 
Saldo 1.100,00R$ 
DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
 (-) Aquisição de Imobilizados 1.500,00R$ 
 (-) Realizável a Longo Prazo 20,00R$ 
Saldo (negtivo) 1.520,00R$ 
DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
 (-) Redução dos Financiamentos de Longo Prazo 420,00R$ 
 (+) Aumento de Capital em Dinheiro 800,00R$ 
 (-) Distribuição de Lucros ou Dividendos 1.170,00R$ 
Saldo 790,00R$ 
SALDO TOTAL (negativo) 1.210,00R$ 
(+) Saldo Inicial de Caixa 1.440,00R$ 
(= Saldo Final de Caixa 230,00R$ 
Fluxo de Caixa – Méto do Indireto
 
 
27 
último período. Consegue perceber a dinâmica por trás da evidenciação do 
caixa? Todo esse trabalho que tivemos, foi necessário para que possamos 
entender como as atividades e quais as atividades geram e consomem caixa. 
Por tudo isso, o demonstrativo de fluxo de caixa é essencial para a tomada 
de decisão, e as informações fornecidas por esse demonstrativo podem trazer 
benefícios diversos aos usuários dos relatórios contábeis, assunto do nosso 
próximo tema. 
TEMA 05 - BENEFÍCIOS OBTIDOS COM A DFC 
Depois de conhecermos a DFC, é possível que consigamos enxergar o 
quão importante esse demonstrativo é no contexto empresarial. O fluxo de caixa 
é uma das informações mais importantes dentro de uma empresa, e a falta 
dessas informações pode comprometer a saúde financeira da entidade. 
No mundo inteiro, milhares de empresas fecham suas portas anualmente, 
o que implica em uma má gestão que provavelmente negligência muitas 
informações que são de suma importância para o contexto de uma boa gestão. 
A quebra de empresas é algo que pode estar relacionado a vários fatores, mas 
um item que deve ser considerado e tem um impacto muito grande em qualquer 
empreendimento é o planejamento financeiro, ou em muitos casos, a ausência 
do mesmo. 
A falta de planejamento financeiro ou a ausência total de fluxo de caixa e 
da previsão de fluxo de caixa (projeção de receitas e despesas) encontra-se 
entre as principais razões de falências ou insucessos de empresas (MARION, 
2018). Nesse contexto, visando manter os usuários das demonstrações 
contábeis mais informados acerca da saúde financeira da empresa, o CPC 00 
pontua sobre a relevância de informações acerca do fluxo de caixa, e determina 
a obrigatoriedade da DFC: 
 
 
28 
 
Essa obrigatoriedade pode justificar-se pelo fato de o caixa ser o coração 
da maioria dos aspectos do negócio, o que torna a DFC essencial para a 
empresa, uma vez que a prosperidade e sobrevivência da mesma, dependerá 
de sua capacidade de geração de caixa (BORINELLI; PIMENTEL, 2018). Essa 
capacidade de gerar caixa, poderá ser prevista caso a empresa possua 
informações que possibilitem as projeções futuras desses fluxos. 
Sem que se faça a projeção de fluxos de caixa, não é possível saber com 
antecedência quando se precisará de um financiamento, ou quando se tem 
sobras de recursos para fazer investimentos, levando esses fatos aos 
insucessos financeiros empresariais (MARION, 2018). Assim, o CPC 03 
complementa contextualizando sobre a relevância do demonstrativo para a 
tomada de decisões: 
 
Os usuários das demonstrações contábeis 
de uma entidade estão interessados em 
saber como a entidade gera e utiliza caixa e 
equivalentes de caixa. 
Esse é o ponto, independentemente da 
natureza das atividades da entidade, e 
ainda que o caixa seja considerado como 
produto da entidade, como pode ser o caso 
de instituição financeira. 
As entidades necessitam de caixa 
essencialmente pelas mesmas razões, por 
mais diferentes que sejam as suas 
principais atividades geradoras de receita. 
Elas precisam de caixa para levar a efeito 
suas operações, pagar suas obrigações e 
proporcionar um retorno para seus 
investidores. 
Assim sendo, este Pronunciamento Técnico 
requer que todas as entidades apresentem 
demonstração dos fluxos de caixa.
Informações sobre o fluxo de caixa de 
uma entidade são úteis para 
proporcionar aos usuários das 
demonstrações contábeis uma base 
para avaliar a capacidade de a 
entidade gerar caixa e equivalentes 
de caixa, bem como as necessidades 
da entidade de utilização desses 
fluxos de caixa. 
As decisões econômicas que são 
tomadas pelos usuários exigem 
avaliação da capacidade de a entidade 
gerar caixa e equivalentes de caixa, 
bem como da época de sua ocorrência 
e do grau de certeza de sua geração.
 
 
29 
Conforme exposto pelo CPC, os usuários da informação contábil (internos 
e externos) necessitam de informações para a tomada de decisões que 
evidenciem a capacidade que a empresa tem em gerar caixa, e isso é 
possibilitado pela DFC. Por meio da demonstração dos fluxos de caixa um 
usuário pode identificar (BORINELLI; PIMENTEL, 2018, p. 88): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dadas as informações que o demonstrativo pode evidenciar, o mesmo 
“propicia ao administrador financeiro a elaboração de um planejamento mais 
adequado às necessidades reais da empresa, evitando, assim, que, 
eventualmente, possa haver recursos monetários inativos” (RIOS; MARION, 
2018, p. 311). Esse contexto dado pelos autores, remete a sobra de recursos 
que podem ser investidos pela empresa para que não fiquem parados no caixa. 
Por outro lado, também existe a possibilidade de falta de dinheiro para o 
capital de giro da entidade, e a DFC “pode evitar também que, em determinadas 
circunstâncias, a empresa fique desprovida de recursos para enfrentar seus 
compromissos ou suas despesas correntes” (RIOS; MARION, 2018, p. 311). 
Perceba que, em decorrência de todas as característicasda DFC aqui 
apontadas, esse demonstrativo torna-se um relatório financeiro de extrema 
importância no contexto organizacional. A obrigatoriedade do demonstrativo por 
força da lei e do pronunciamento técnico tem sua fundamentação na relevância 
e utilidade das informações evidenciadas pelo relatório aos usuários dessas 
informações. 
(i) se a entidade está gerando caixa com as 
suas atividades operacionais;
(ii) se a entidade está consumindo mais caixa ao 
invés de gerar caixa;
(iii) se há indícios de comprometimento de caixa 
no futuro; 
(iv) se a geração de caixa é consistente ao longo 
do tempo, dentre outras coisas.
 
 
30 
Nesse contexto, a DFC torna-se um dos principais relatórios que devem ser 
elaborados e divulgados pelas empresas, pois é uma das principais fontes de 
informações que irá subsidiar a tomada de decisões de diversos usuários, e o 
uso dessas informações deve ser base para tanto para a gestão, quanto para 
potenciais investidores, credores e demais interessados na entidade que divulga 
a informação. 
TROCANDO IDEIAS 
Considerando que estudamos sobre a DFC, leia a notícia abaixo: 
 
Considere que dentre os fatores que impactam na falência dessas 
empresas, esteja também o fluxo de caixa. Na sua opinião, considerando o que 
estudamos na disciplina, qual a importância de informações acerca do fluxo de 
Seis em cada dez empresas fecham 
em cinco anos de atividade, aponta 
IBGE 
Levantamento do instituto mostra que apenas 40% das empresas que foram abertas em 2012 
continuavam em operação em 2017 
Por da Redação - Atualizado em 17 out 2019, 11h14 - Publicado em 17 out 2019, 11h03 
 
Cerca de 40% das 597.200 empresas criadas em 2012 estavam ativas em 2017. Essa 
proporção, medida pela taxa de sobrevivência, aponta que seis em cada dez companhias 
encerraram suas atividades nesses cinco anos, período em que o país esteve por dois anos em 
recessão (2015 e 2016). Os dados são da Demografia das Empresas e Estatísticas de 
Empreendedorismo, divulgada nesta quinta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). 
Em 2017, a pesquisa mostra que havia cerca de 4,5 milhões de empresas no país, 22.900 a 
menos em relação ao ano anterior. Eletricidade e gás foi a atividade com maior proporção de 
novas empresas no ano (23,3%), enquanto o setor de construção registrou o maior percentual 
de empresas que fecharam as portas (20,8%). 
A analista da pesquisa, Denise Guichard, explicou que o saldo de empresas no mercado vinha 
positivo por vários anos até 2013. “Havia quase 4,8 milhões de empresas em atividade no 
país, com um saldo de 175.000 em relação a 2012, e o número de empresas crescendo. Mas 
esse número vem se reduzindo, com saldos negativos em todos os anos desde 2014, quando 
teve a maior queda, de quase 218.000 empresas”. 
A tendência é que a taxa de sobrevivência se reduza com o passar dos anos. Por exemplo, das 
organizações criadas em 2012, 78,9% sobreviveram após um ano de funcionamento, 64,5% 
após dois anos, 55% após três anos, 47,2% após quatro anos e 39,8% estavam abertas em 
2017. Já das 558.600 empresas criadas em 2008, 47,8% sobreviveram em cinco anos. 
 Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/seis-em-cada-dez-empresas-fecham-em-cinco-anos-
de-atividade-aponta-ibge/ 
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/empresa
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/ibge
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/ibge
https://veja.abril.com.br/economia/seis-em-cada-dez-empresas-fecham-em-cinco-anos-de-atividade-aponta-ibge/
https://veja.abril.com.br/economia/seis-em-cada-dez-empresas-fecham-em-cinco-anos-de-atividade-aponta-ibge/
 
 
31 
caixa no contexto empresarial? Será que essa informação realmente é 
importante? 
Entre no fórum e debata o assunto com seus colegas. 
 
NA PRÁTICA 
1. O CPC norteia as entidades na elaboração do demonstrativo, 
apresentando a estrutura conceitual para sua elaboração, e dentre outros 
aspectos, todas as informações que devem compor o relatório, visando 
acima de tudo, que os usuários da informação contábil tenham subsídios 
para a tomada de decisão. 
Considerando os termos utilizados pelo CPC para a elaboração da DFC, analise 
as assertivas abaixo: 
I. O termo caixa representa o conjunto de bens e direitos da empresa, a aplicação 
de recursos. 
II. Fluxos de caixa dizem respeito a entradas e saídas de caixa e equivalentes 
de caixa. 
III. As atividades de investimento são as principais atividades geradoras de 
receita da entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco 
de financiamento. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas I e III estão corretas. 
b) Apenas I e III estão corretas. 
c) Apenas II está correta. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Apenas III correta. 
 
2. As alterações na Lei no 6.404 de 15 de dezembro de 1976, por meio da lei 
11.638 de 28 de dezembro de 2007, determinam que, dentre as 
demonstrações obrigatórias que devem ser elaboradas e publicadas ao fim 
de cada exercício social, encontra-se também a Demonstração dos Fluxos 
de Caixa (DFC). 
Sobre a DFC, assinale a alternativa correta: 
A. A DFC é obrigatória para todas as companhias fechadas. 
B. A DFC é uma demonstração dinâmica. 
C. Utiliza-se o regime de competência na elaboração da DFC. 
 
 
32 
D. Na DFC, os fluxos de caixa são segregados em ativo, passivo e patrimônio 
líquido. 
E. Para as companhias abertas, a DFC é obrigatória para as que possuem 
patrimônio líquido, na data do balanço, igual ou superior a 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais). 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim de nossa quarta aula, na qual estudamos sobre a 
DFC. 
Os temas tratados nesta aula foram: 
 Demonstração do Fluxo de Caixa 
 Segregação dos fluxos por atividade 
 Métodos de Elaboração da DFC - Método direto 
 Métodos de Elaboração da DFC - Método indireto 
 Benefícios obtidos com a DFC 
Na próxima aula estudaremos outro demonstrativo contábil importante 
para o contexto empresarial. 
Bons estudos e até a próxima aula! 
 
 
 
33 
REFERÊNCIAS 
 
GELBCKE, Ernesto Rubens, et al. Manual de contabilidade societária: 
aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais 
e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
Marion, José Carlos. Contabilidade básica. 12 ed. São Paulo: Atlas, 
2018. 
MARION, José Carlos. Introdução à contabilidade: com ênfase em 
teoria. Campinas, SP: Alínea, 2009. 
OYADOMARI José Carlos Tiomatsu Contabilidade gerencial: ferramentas para 
melhoria de desempenho empresarial /... [et al.]. - 1. ed. - São Paulo: Atlas, 2018. 
OYADOMARI, José Carlos Tiomatsu; et. al. Contabilidade gerencial: 
ferramentas para melhoria de desempenho empresarial. São Paulo: Atlas, 
2018. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica: contabilidade 
introdutória e intermediária. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
SILVA, Alexandre Alcantara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 5. ed. ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2019. 
BORINELLI, Márcio Luiz; PIMENTEL, Renê Coppe. Contabilidade para 
gestores, analistas e outros profissionais: de acordo com os 
pronunciamentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e IFRS 
(Normas Internacionais de Contabilidade. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
SILVA, Alexandre Alcantara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 5. ed. ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2019. 
VISCONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade Básica - 17 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
Gabarito 
1. C 
2. B

Outros materiais