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PRODUÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Produção de Materiais Instrucionais – Profa. Ms. Gislaine Cristina Micheloti Rosales e Profa. Ms. Nilvânia Ap. Spressola Olá! Meu nome é Gislaine Cristina Micheloti Rosales. Sou tecnóloga em Processamento de Dados, formada pela Facul- dade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC), mestre em Ciên- cia da Computação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e doutoranda pela mesma instituição. Além disso, sou professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus Araraquara. e-mail: gimicheloti@gmail.com Olá, tudo bem? É um prazer poder trabalhar com você. Meu nome é Nilvânia Aparecida Spressola. Sou mestre em Engenha- ria de Produção, na área de Gestão do conhecimento e sistemas de Informação. Sou também especialista em Educação Infantil e Alfabetização e graduada em Processamento de Dados. Atual- mente, trabalho com formação de tutores Virtuais e Presenciais no Centro Universitário Claretiano. Sou Professora na Graduação e Pós-graduação no Centro Universitário Claretiano em EaD. e-mail:nilvânia@claretiano.edu.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação PRODUÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS Gislaine Cristina Micheloti Rosales Nilvânia Ap. Spressola Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 005 R699p Rosales, Gislaine Cristina Micheloti Produção de materiais instrucionais / Gislaine Cristina Micheloti Rosales, Nilvânia Aparecida Spressola – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 218 p. ISBN: 978-85-8377-092-3 1. Aprendizagem. 2. Computador. 3. Aplicativos educacionais. 4. Materiais Instrucionais. I. Spressola, Nilvânia Aparecida. II. Produção de materiais instrucionais. CDD 005 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Eduardo Henrique Marinheiro Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Juliana Biggi Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rafael Antonio Morotti Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 11 UNIDADE 1 – APRENDIZAGEM E CONHECIMENTO 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 27 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 27 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 28 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 36 5 DEFINIÇÃO DE APRENDIZAGEM ..................................................................... 37 6 APRENDIZAGEM ESCOLAR E O MATERIAL DIDÁTICO .................................. 39 7 A APRENDIZAGEM E SUAS FASES, SEGUNDO A TAXONOMIA DE BLOOM ... 43 8 RESUMO DAS TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DA APRENDIZAGEM .............. 48 9 DIRETRIZES COM REFERÊNCIA À APRENDIZAGEM ....................................... 52 10 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 56 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 58 12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 58 13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 59 14 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 59 UNIDADE 2 – APRENDIZAGEM POR COMPUTADOR, MATERIAIS INSTRUCIONAIS E OBJETOS DE APRENDIZAGEM 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 61 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 61 3 RIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................. 62 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 64 5 O QUE SÃO MATERIAIS INSTRUCIONAIS? ..................................................... 68 6 O QUE DIFERENCIA UM MATERIAL INSTRUCIONAL DIGITAL DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM? ............................................................. 75 7 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR COMO RECURSO PEDAGÓGICO ................ 78 8 CONHECENDO OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ................ 79 9 CONHECENDO AS FASES DA ALFABETIZAÇÃO ............................................... 92 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 99 11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 100 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 102 13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 103 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 104 UNIDADE 3 – APLICATIVOS EDUCACIONAIS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 105 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 105 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 106 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 107 5 MATERIAIS INSTRUCIONAIS APRESENTADOS POR MEIO DE APLICATIVOS EDUCACIONAIS ................................................................................................. 108 6 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS INSTRUCIONAIS ............................ 130 7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 136 8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................137 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 140 10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 141 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 141 UNIDADE 4 – CONCEITOS IMPORTANTES PARA A CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 143 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 144 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 144 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 147 5 ASPECTOS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS ................................................................................................ 147 6 EVENTOS INSTRUCIONAIS DE GAGNÉ ............................................................ 153 7 CONSTRUINDO MATERIAIS INSTRUCIONAIS DE QUALIDADE PEDAGÓGICA E BOM DESIGN INSTRUCIONAL .............................................. 156 8 MATERIAL INSTRUCIONAL COM A AJUDA DE UM STORYBOARD ................ 157 9 AVALIAR O MATERIAL ...................................................................................... 172 10 EFETUAR CORREÇÕES ..................................................................................... 172 11 MÉTODOS E METODOLOGIA PARA O PROJETO ............................................. 173 12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 177 13 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 177 14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 180 15 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 181 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 181 UNIDADE 5 – AVALIAÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS E INTRODUÇÃO AOS REPOSITÓRIOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 183 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 183 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 184 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 185 5 PEQUENOS PEDAÇOS DE INSTRUÇÃO ............................................................ 185 6 COMO AVALIAR A INSTRUÇÃO PROPOSTA PELO MI E SEU IMPACTO NO ALUNO? ........................................................................... 189 7 METADADOS ..................................................................................................... 202 8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 208 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 216 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 217 11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 218 EA D CRC Caderno de Referência de Conteúdo Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Desenvolvimento de recursos instrucionais utilizando diferentes mídias (impres- sa, virtual - animações, TV, rádio, CD, softwares direcionados, internet). Modela- gem e Autoria de materiais educacionais. Produção, implementação e avaliação de produtos educacionais utilizando diferentes mídias. Avaliação de materiais instrucionais. Design instrucional de materiais. Ferramentas de autoria. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO O Caderno de Referência de Conteúdo de Produção de Ma- teriais Instrucionais tem como objetivo apresentar aos alunos dos Cursos de Graduação uma forma organizada e estruturada de pro- duzir materiais instrucionais, uma visão geral de organização da criação do material e também uma visão pedagógica na sua cons- trução, fazendo que os materiais atinjam seu objetivo, que é ins- truir, com qualidade. © Produção de Materiais Instrucionais10 Colocamos em reflexão, se todos os materiais instrucionais são educativos. Aqueles joguinhos em sites infantis provocam real- mente um aprendizado positivo? Está adequado à faixa etária da criança? O Caderno de Referência de Conteúdo apresenta vários au- tores que definem ou conceituam a aprendizagem e a aquisição do conhecimento. Em geral ela ocorre quando há um estímulo e o processo de aprendizagem se instala. O indivíduo tenta codificar o comportamento com o que foi aprendido, e daí há uma mudança, no desempenho, na forma de agir e de pensar etc. Essa informação reforça a ideia de que podemos estimular o aluno a adquirir e estruturar melhor o conhecimento adquirido, por meio de diferentes estratégias, inclusive com a utilização de materiais instrucionais. Cabe neste momento, um questionamento. O que são ma- teriais instrucionais e como eles podem contribuir com o aprendi- zado do aluno? Material instrucional é todo material educacional que auxilia na aprendizagem do aluno e fortalece a fixação da instrução (li- vros, revistas, música, arquivo de áudio, de vídeo etc.). Um bom material instrucional oferece um diferencial impor- tante, além da motivação do aluno, que é o reforço da aprendiza- gem. Para que os alunos consigam chegar ao objetivo final, que é aprender, eles relacionam conhecimentos passados, ou seja, já existentes, com os novos, aplicam na prática, testam hipóteses, pensam onde poderão aplicar o que estão aprendendo, expres- sam-se utilizando diferentes formas e linguagens. É papel da escola desenvolver nos estudantes o pensamen- to crítico, e a criação de materiais instrucionais pelos alunos possi- bilita estabelecer relações com outros, de natureza social, política, econômica e ambiental, integrando a aprendizagem de forma in- terdisciplinar com a tecnologia. Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdo Outra reflexão que propomos são os processos internos de aprendizagem. Gagné (1974) criou algumas estratégias cognitivas, que são capacidades internamente organizadas que o aluno usa para guiar seus próprios processos de atenção, aprendizagem, me- mória e pensamento. O aluno utiliza uma estratégia cognitiva, por exemplo, ao prestar atenção nas diversas características daquilo que está brincando. O leitor utiliza certas estratégias cognitivas para selecionar e codificar o que aprende e outras estratégias para recuperar o que gravou na memória. São meios que o aluno dis- põe para gerenciar os seus próprios processos de aprendizagem. Gagné relaciona tais estratégias com os conceitos de “aprender a aprender” e “aprender a pensar”. Após essa introdução aos conceitos principais do Caderno de Referência de Conteúdo, apresentaremos, a seguir, no Tópico Orientações para Estudo, algumas orientações de caráter motiva- cional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Profª. Ms. Nilvânia Ap. Spressola Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu- dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teóricocom base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis- são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi- lidade social. © Produção de Materiais Instrucionais12 O Caderno de Referência de Conteúdo Produção de Mate- riais Instrucionais tem como objetivo apresentar aos alunos uma visão geral de organização da criação do material e também uma visão pedagógica na sua construção, fazendo com que os mate- riais atinjam seu objetivo, que é instruir, com qualidade. Para iniciar, observe as seguintes questões: será que todos os materiais instrucionais são educativos para as crianças? Aque- les joguinhos em sites infantis provocam realmente um aprendiza- do positivo? Estão adequados à faixa etária da criança? Então, vamos refletir sobre a maneira pela qual adquirimos novos conhecimentos? A aprendizagem é um processo de mudança resultante da prática ou experiência anterior, que pode vir a se manifestar, ou não, em uma forma perceptível de comportamento (FLEURY, 1995). Vários autores definem ou conceituam a aprendizagem e a aquisição do conhecimento. Em geral ela ocorre quando há um es- tímulo e o processo de aprendizagem se instala. O indivíduo tenta codificar o comportamento com o que foi aprendido, e daí há uma mudança no desempenho, na forma de agir, de pensar etc. Durante toda a vida, o ser humano aprende e, por conse- -quência, pode evoluir, corrigir erros, superar obstáculos e adap- tar-se à sociedade em que vive. Autores como Piaget e Vigotsky estudaram o desenvolvi- mento infantil e, com isso, podemos identificar as fases de cresci- mento e as estruturas cognitivas sendo formadas. Vigotsky propôs uma teoria muito interessante, denomina- da Zona de Desenvolvimento Proximal. Ele afirma com essa teoria que há uma distância entre o nível de desenvolvimento real, que é a capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de de- senvolvimento potencial, determinado por meio da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com os colegas. Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo Resumindo, são informações que a pessoa pode poten- cialmente aprender, mas ainda não completou o processo. Essa informação reforça a ideia de que podemos estimular o aluno a adquirir e estruturar melhor o conhecimento adquirido, por meio de diferentes estratégias, inclusive com a utilização de materiais instrucionais. Várias outras teorias mostram focos diferentes da aprendiza- gem e de forma geral propõem uma visão diferenciada do conhe- cimento. Como alguns exemplos que você já estudou em outras disci- plinas, podemos citar: • Comportamentalista: explica a aquisição do conheci- mento ligado ao comportamento do indivíduo, em que a aprendizagem é definida como a aquisição de um novo comportamento, que foi provocado por um estímulo. • Cognitivista: explica a aquisição do conhecimento focan- do a forma de pensar e reagir de cada indivíduo. O ponto central é a estrutura cognitiva do sujeito que evolui por meio dos processos de adaptação (assimilação e acomo- dação). O indivíduo interpreta a informação recebida em suas estruturas cognitivas, analisa, interpreta e há uma mudança na estrutura cognitiva para compreender o pro- cesso, ou seja, a informação. • Construtivista: explica a aquisição do conhecimento por meio da interação do indivíduo com o meio. Parte do pressuposto de que todos nós construímos a nossa visão do mundo em que vivemos por meio da reflexão sobre as nossas próprias experiências. Agora, chegamos ao nosso assunto principal. O que são materiais instrucionais e como eles podem contri- buir com o aprendizado do aluno? © Produção de Materiais Instrucionais14 Material instrucional é todo material educacional que auxilia na aprendizagem do aluno e fortalece a fixação da instrução (li- vros, revistas, música, arquivo de áudio, de vídeo etc.). Um bom material instrucional oferece um diferencial impor- tante, além da motivação do aluno, o reforço da aprendizagem. Para que os alunos consigam chegar ao objetivo final, que é aprender, eles relacionam conhecimentos passados, já existentes com os novos, aplicam na prática, testam hipóteses, pensam onde aplicar o que estão aprendendo, expressam-se, utilizando diferen- tes formas e linguagens. Apresentaremos um exemplo: um material instrucional rea- lizado por alunos de computação. Lembramos que o público-alvo são crianças e adolescentes, e abrange a educação infantil e ensinos fundamental e médio. Veja a ideia inicial e em que ele vai se transformar: em um material instrucional. “Fessor” é um personagem criado em sala de aula e que irá se transformar, durante o curso, em um material instrucional. Sua intenção é ensinar para as crianças sobre os diversos continentes. Os alunos fizeram a estilização do boneco, construído manualmen- te na sala de aula, para o gráfico. A seguir, planejaram e montaram estratégias para torná-lo motivador e provocar o aprendizado das crianças. Os alunos precisaram, além das habilidades de programação, pensar no público-alvo a ser atingido e focar nas estratégias para motivar as crianças a aprender e tornar divertido o aprendizado. Há um material, em especial, que falaremos também: os ob- jetos de aprendizagem, que são pequenos pedaços de instrução, flexíveis e reutilizáveis. Isto quer dizer que são utilizados para um material instru- cional e, depois, unidos a outros pedaços de instrução e podem se transformar em outros materiais. É uma nova forma de aprender, Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo mais colaborativa e com maior motivação. A característica princi- pal desses materiais é a reutilização e a flexibilidade. O professor pode utilizar esses objetos para ajudá-lo a pre- parar as suas aulas. Ele pode planejar a aula fazendo que os alunos fiquem mais interessados e motivados. Se os objetos forem bem escolhidos, ajudarão a motivar e a contextualizar um novo assunto a ser tratado, outros objetos de aprendizagem servirão para visua- lizar conceitos complexos e ajudar o aluno a pensar criticamen- te, outros ainda são ideais para uma aplicação inteligente do que estão aprendendo. Com isso provocam uma aprendizagem muito mais significativa. A flexibilidade do objeto de aprendizagem permite que o professor possa utilizá-lo de diferentes formas, relacionando a di- ferentes materiais. Subsídios para compor um bom material instrucional Para que possamos fazer um bom material, precisamos estar atentos a alguns aspectos que afetam diretamente a qualidade. Devemos levar em consideração fatores como: para que ire- mos utilizar o material, o público-alvo e a sua atual fase de desen- volvimento. Uma criança que ainda não tem coordenação motora fina não conseguirá clicar com o mouse em pontos específicos na tela de um computador, por exemplo. Os objetivos a serem atendidos devem ser sempre o foco. O que eu quero com este material? Qual o objetivo a conseguir? Devemos, também, dar atenção aos detalhes como cor, la- yout das informações e imagens, de que forma vamos expor a mensagem para que chame a atenção do aluno com clareza, obje- tividade e fácil utilização pelo estudante. A interatividade do material instrucional com o aluno é de extrema importância. Devemos proporcionar meios para que o próprio aluno manuseie o material ou navegue (se for digital). Pro- © Produção de Materiais Instrucionais16 porcionar informações em que ele possa ter autonomia de fazer o que estiver interesse. Para isso, vamos ver, a seguir, algumas etapas para a confec- ção de um bom material instrucional: Primeira etapa: a análise. Nesta etapa, o objetivo é pensar no material, no público-alvo e no design do material. Pensar nas pessoas envolvidas no projeto de criação, na estrutura necessária e nas mídias potenciais. Segunda etapa: o design do material. Nesta etapa é defini- do um cronograma de trabalho, estratégiaspedagógicas e tecno- lógicas. Neste momento, é importante a participação do professor, com a visão pedagógica do que se quer atingir. Ele é a peça-chave no momento de decisão e os programadores e técnicos devem ouvi-lo para entender a parte pedagógica. Terceira etapa: o desenvolvimento. É a hora da adaptação de materiais e produção de itens que farão parte do material. Nes- ta etapa também poderemos levantar objetos de aprendizagem que possam fazer parte do projeto. Quarta etapa: a implementação. É a programação do mate- rial, por programadores, utilizando softwares de edição, gráficos e técnicas de interface. Quinta etapa: a avaliação. Após o material ficar pronto, ele precisa ser avaliado, para que seja realmente constatado que há qualidade pedagógica. Avaliar se atingiu os objetivos propostos, se a faixa etária proposta nos objetivos do projeto está correta. Para que a instrução seja bem realizada e os objetivos atingi- dos, citamos os nove eventos de instrução, especificados por Gag- né (1985), que devem ser seguidos: 1) Como captar a atenção do aluno? (Chamar a atenção inicial do aluno, fazendo que ele inicie o processo de atenção). Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo 2) O que eu quero ensinar? (Qual o tema da aula? O que será ensinado?) 3) Relembrar o aprendizado anterior (o que o aluno apren- deu antes, na aula anterior? É um gancho para mostrar a sequência do assunto que você quer ensinar). 4) Apresentar o material a ser aprendido. (Em formas mo- tivadoras, como figuras, gráficos etc. para que o aluno possa estar atento e mais motivado a continuar). 5) Guiar o aprendizado (do aluno, para onde o professor quer seguir, orientando a aprendizagem do aluno) 6) Obter desempenho do aluno (ele está aprendendo real- mente? Criar situações para exercitar o que aprendeu). 7) Fornecer Feedback (o aluno ao aplicar o que aprendeu precisa do retorno do professor) 8) Avaliar o desempenho (Avaliação do que ao aluno aprendeu. Através de testes, o professor pode avaliar o grau de retenção da informação) 9) Aumentar a retenção (ou fixação da instrução, com exercícios de fixação, por exemplo). Se seguirmos esses passos, propostos por Gagné, para nos orientar, com certeza, a aprendizagem será mais eficaz. Agora, estudaremos a elaboração do material instrucional. Seguindo todas as propostas que vimos anteriormente, passa- remos para a formulação gráfica do material, aqui chamado de storyboard. Storyboard é a documentação gráfica da sequência de pas- sos do material instrucional. Com a construção do storyboard, você diminui a ocorrência de erros durante a produção do material, ou seja, o storyboard é um roteiro a ser seguido. Quais são os objetivos de se fazer um storyboard? • Estipular os parâmetros da história e avaliar os recursos e o tempo. • Organizar a sequência de uma historia. © Produção de Materiais Instrucionais18 • Descobrir quais são os melhores meios para executar esta sequência. Ele deve conter a descrição detalhada das interatividades que serão realizadas, um resumo do texto e as observações impor- tantes que serão adicionadas. O que deve ser realizado, então? Desenhar, quadro a quadro, a sequência definida para o ma- terial instrucional e descrever os itens adicionados a ela, como músicas, sons, efeitos especiais, controle de navegação, os quais devem ser descritos em cada quadro, na sequência correta, para que os envolvidos na produção compreendam o conceito. Há softwares disponíveis para esse fim, mas você pode tam- bém utilizar o meio mais fácil, ou seja, papel e lápis. Dessa forma, partiremos para o próximo passo. Com o storyboard pronto, a próxima fase é a confecção do material. Se ele for digital, há diversos softwares de autoria para a execução do seu projeto e você deve escolher o que mais lhe interessar. O programador deve sempre estar atento às orientações descritas anteriormente no storyboard. A qualidade do projeto realizado depende das especificações detalhadas anteriormente. Aplicação e avaliação da viabilidade do Material Instrucional Depois de pronto, como avaliaremos se o material foi bem produzido e se atende às especificações? Para isso, é necessário realizar um pré-teste antes de liberar o material para uso. Alguns usuários iniciais poderão identificar erros e caminhos que não fo- ram percebidos anteriormente e as correções que precisam ser realizadas aparecerão. Com o material pronto e já testado, é hora de testar em uma sala de aula. O professor pode avaliar o resultado, em conjunto com as crianças. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo Há diversas formas de avaliação. Neste caso, podemos ten- tar responder algumas perguntas, como: 1) O Material destina-se a ensinar um determinado assun- to? Com a sua utilização se conseguiu ensinar o que foi proposto? O objetivo foi atingido? 2) A faixa etária está adequada? Ele contempla ações que são compatíveis com a idade estipulada no projeto? 3) No caso de material digital, as interfaces estão claras? Há facilidade de ir e vir pela criança? Ela pode individual- mente ter as suas próprias decisões durante a utilização? 4) A motivação, grande aliada do aprendizado, pode ser observada nas crianças? Elas ficaram motivadas no iní- cio, no meio e no fim da utilização do material? 5) O grau de dificuldade pode aumentar durante a execu- ção do material? Com a utilização, a criança pode esco- lher ações mais difíceis, conforme vai se entediando com os seus acertos? Lembre-se de que essas são perguntas importantes a serem respondidas e a qualidade do material dependerá disso. Veremos, outro exemplo de material instrucional. Observe os itens que serão descritos no material. Público-alvo: crianças cegas incluídas em classes comuns. Objetivo: o objetivo deste trabalho é produzir um material que interaja com crianças portadoras de deficiência visual. Eles utilizaram o tangran para contar uma história. No mo- mento que apareciam os personagens, o tangran era utilizado para criar (fisicamente) os personagens que compunham a história. As crianças tateavam as formas geométricas, criadas em madeira e formavam os personagens da história. À medida que mudavam os personagens na história, os alunos desmontavam e montavam o novo personagem que surgiu na escola. Essa é uma estratégia de integração e inclusão de alunos ce- gos em sala de aula com apoio de um material instrucional. © Produção de Materiais Instrucionais20 Esperamos que você tenha entendido e aproveitado ao má- ximo este momento. Agora é a sua vez de fazer um material instru- cional. Mãos à obra! Um grande abraço e bons estudos! Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados em Produção de Materiais Ins- trucionais. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Materiais instrucionais: são todos os materiais que po- dem colaborar no processo educacional ou instrucional do aluno, como: livros, vídeos, slides, jogos educativos, manuais técnicos, jornais, revistas, CDs e DVDs. Podem ser instrumentos digitais ou não, que servem como apoio à aprendizagem, estimulando o aluno a aprender com mais interesse. 2) Objetos de aprendizagem: são pedaços pequenos de instrução, flexíveis e reutilizáveis. São utilizados para um material e depois, unidos a outros pedaços de instru- ção, podem se transformar em outros materiais. É uma nova forma de aprender, mais colaborativa e com maior motivação. 3) Podcast: são arquivos de áudio que podem ser ouvidos pela internet ou baixados para sdrem ouvidos em equi- pamentos periféricos (ipod, MP3, celular etc.). 4) Visão cognitivista de aprendizagem: explica a aquisição do conhecimento, focando a forma de pensar e reagir de cada indivíduo. O ponto centralé a estrutura cognitiva do sujeito que evolui por meio dos processos de adap- tação (assimilação e acomodação). O indivíduo interpre- ta a informação recebida em suas estruturas cognitivas, analisa, interpreta e há uma mudança na estrutura cog- nitiva para compreender o processo, ou seja, a informa- ção. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo 5) Visão comportamentalista de aprendizagem: explica a aquisição do conhecimento ligado ao comportamento do indivíduo, em que a aprendizagem é definida como a aquisição de um novo comportamento, que foi provoca- do por um estímulo. 6) Visão construtivista de aprendizagem: explica a aquisi- ção do conhecimento, por meio da interação do indiví- duo com o meio. Parte do pressuposto de que todos nós construímos a nossa visão do mundo em que vivemos, por meio da reflexão sobre as nossas próprias experiên- cias. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, © Produção de Materiais Instrucionais22 na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações inter- nas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu co- nhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, esta- belecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adap- tado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/ mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 1 Esquema de Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo de Produção de Materiais Instrucionais. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Observamos que este Caderno de Referência de Conteúdo caminha entre teoria e prática, em que autores como Piaget, Vigotsky, Freire, Gagné e Gardner proporcio- nam uma visão geral do processo de crescimento e aprendizagem do ser humano. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. © Produção de Materiais Instrucionais24 Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati- vas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática de ensino pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de ques- tões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari- to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões autoavaliativas de múltipla escolha. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com- partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma forma- ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livrosda bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, © Produção de Materiais Instrucionais26 pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 1 EA D Aprendizagem e Conhecimento 1. OBJETIVOS • Conceituar e compreender a aprendizagem em seus di- versos níveis. • Entender o processo de aprendizagem. • Compreender as fases do aprendizado segundo a Taxono- mia de Bloom. 2. CONTEÚDOS • Aprendizagem – conceituação e mecanismos da aprendi- zagem. • Síntese da classificação dos tipos de aprendizagem. • Teorias contemporâneas da aprendizagem em suas diver- sas abordagens. • Diretrizes do conhecimento, segundo pesquisadores. © Produção de Materiais Instrucionais28 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Este Caderno de Referência de Conteúdo complementa diversos conceitos e proporciona uma visão prática de aprendizados anteriores. Portanto, lembre-se do que foi estudado anteriormente, em outras disciplinas, sobre a aquisição da aprendizagem e o desenvolvimento infantil. 2) Taxonomia de Bloom - Pesquise sobre a taxonomia de Bloom e para auxiliar na sua aprendizagem, acesse o jogo disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edu/bloom/jo- gobloom/memoria2.html>. Acesso em: 10 mar. 2008. 3) Analise seu aprendizado de acordo com a taxonomia descrita. Desta forma, você perceberá seu desenvolvi- mento. 4) Faça uma síntese do conteúdo proposto a cada sequên- cia de aprendizado. Isto facilitará seu aprendizado e seu desempenho será melhor. Você pode criar um fluxo de in- formações, esquematizando em tópicos o que aprendeu. Pesquise mais sobre os autores descritos nesta unidade, aprenda mais sobre suas teorias, aprofundando o que foi aprendido. 5) É importante que você leia os livros da bibliografia indi- cada, para ampliar seus horizontes teóricos. 6) Teorias de aprendizagem - Para obter mais informações sobre aprendizagem, é importante você pesquisar o site disponível em: <http://www.ufv.br/dpe/edu660/TEO- RIAS.htm>. Acesso em: 14 jan. 2007. 7) Jean Piaget - Você poderá conhecer mais sobre a teo- ria de Jean Piaget no site disponível em: <http://pen- ta.ufrgs.br/~marcia/curiopia.htm>. Acesso em: 12 fev. 2007. 8) Celestin Freinet - Você poderá conhecer mais so- bre Freinet no site disponível em: < http://www. educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete. asp?idPubWiki=9581.>. Acesso em: 01 jun. 2010. Claretiano - Centro Universitário 29© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 9) É importante que você acesse os links sobre o trabalho do professor e o material didático, sugeridos a seguir: a) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/>. Acesso em: 10 maio 2010. b) Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/>. Acesso em: 10 maio 2010. c) Rede do Saber - Disponível em: <http://www.rede- dosaber.sp.gov.br/>. Acesso em: 10 maio 2010. d) Disponível em: < http://www.fae.ufmg.br/site-novo/ />. Acesso em: 10/05/2010 e) Escola do futuro - Disponível em: <www.labvirt. fe.usp.br/>. Acesso em: 18 maio 2010. f) LECT – Laboratório de Ensino de Ciências e Tecnolo- gia - Disponível em: <http://darwin.futuro.usp.br/>. Acesso em: 10 maio 2010. g) As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da In- ternet Auxiliando o Professor na Construção do Conhecimento - Disponível em: <http://www.pgie. ufrgs.br/alunos_espie/espie/anap/public_html/ser- giointernet.doc>. Acesso em: 23 jun. 2010. h) Materiais didáticos – Disponível em: <http://www. tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/mdeu/meio. htm>. Acesso em: 23 jun. 2010. Benjamin S. Bloom Judeu, nascido em 21 de fevereiro de 1913, em Lansford, Pennsylvania. Recebeu diploma de bacharelado e de mestra- do da Universidade Estadual da Pensilvânia em 1935 e é Ph.D. em educação pela Universidade de Chicago, março 1942. Ele se tornou membro do pessoal do Conselho de Exames da Uni- versidade de Chicago de 1940 a 1943, quando se tornou exa- minador da universidade, cargo que ocupou até 1959. Atuou como consultor educacional para os governos de Israel, Índia, e outras nações. Foi um psicólogo educacional americano que contribuiu para a classificação dos objetivos educacionais e para a taxonomia dos objetivos educacionais. Influenciou as teorias da aprendizagem, na segunda metade do século XX. A sua herança educacional está presente nos movimentos contemporâneos. Por © Produção de Materiais Instrucionais30 isso, as suas produções fazem parte de um estudo sério, ponderado e livre de preconceitos ideológicos. Bloom morreu em 13 de setembro de 1999. (Imagem disponível em: <http://www.eses.pt/usr/ramiro/mestria.htm>. Acesso em: 10 jun. 2010. Texto disponível em: <http://www.spiritus-temporis.com/benjamin-bloom/>. Acesso em:10 jun. 2010). Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Seu pai, um calvinista convicto, era professor universitário de Lite- ratura medieval. Piaget foi um menino prodígio. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre sua observação de um pardal albi- no. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica. Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural. Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filo- sofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experi- mental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele pas- sou a combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e sistemáti- co - com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes. Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do de- senvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia genética. Piaget ensina ao pesquisar o desenvolvimento infantil, que podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui progressivamente em estágios, isto é: a lógica e formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da lógica dos adultos. Piaget identifica os quatro estágios de evolução mental infantil. Cada estágio é um período onde o pensamento e comportamento infantil é caracterizado por uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro estágios são: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Peda- gogia. (Imagem disponível em: <http://tiger.towson.edu/~jlyst1/portfolio/images/ piaget.jpg>. Acesso em: 10 jun. 2010. Texto disponível em: <http://www.psico- pedagogiabrasil.com.br/biografia_jean_piaget.htm>. Acesso em: 10 jun. 2010). Robert Gagne Mills Nascido em 1916, em Massachusetts, Gagneestudou na Uni- versidade de Yale, em 1937. Ph.D. em Psicologia na Universi- dade de Brown, em 1940. Lecionou no Connecticut College for Women (1940-1949) e na Pennsylvania (1945-1946). Gagne foi diretor de pesquisa do laboratório de habilidades percepti- vas e motoras da Força US.Air, momento em que ele começou a desenvolver algumas das ideias que iria entrar em sua teo- ria da aprendizagem abrangente chamada de “As condições Claretiano - Centro Universitário 31© U1 - Aprendizagem e Conhecimento de aprendizagem”. Suas pesquisas sobre problemas de treinamento militar, enquanto trabalhava para a Força Aérea e sua experiência como consultor do Departamento da Defesa dos E.U.A. (1958-1961) ajudou a ver que as teorias de aprendizagem de seus antecessores eram adequados para o seu projeto de instrução. Nessa época, Gagne começou a formular três princípios que ele viu contribuir para a instrução de sucesso: (1) fornecer instruções sobre o conjunto de tarefas, componente para construir uma tarefa final, (2) assegurar que cada tarefa com- ponente é dominada, e (3) sequenciamento das tarefas para garantir a transfe- rência, componente ideal para a tarefa final. Gagne publicou seu primeiro livro, conhecido por As condições de aprendizagem, em 1965. (imagem disponível em: <http://www.lifecircles-inc.com/Learningtheories/Gagne.html>. Acesso em: 8 fev. 2012. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.answers.com/topic/ robert-mills-gagn>. Acesso em: 8 fev. 2012). Lev Semenovich Vygotsky Lev S. Vygotsky, (nascido em Orsha, (1896 - 1934). Psicólo- go bielo-russo, professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia, numa época de conflitos políticos (Revolução Russa), em 17 de novembro, na cidade de Orsha, em Bielarus. quando morreu, de tuberculose, tinha 34 anos. Professor dedicou-se nos campos da pedagogia e psico- logia. Deu várias palestras em escolas, e faculdades sobre pe- dagogia, psicologia e literatura. Partidário da revolução russa sempre acreditou em uma sociedade mais justa sem conflito social e exploração. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como re- sultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico- -social. Graduou-se em Direito pela Universidade de Moscou, dedicando-se, posterior- mente, à pesquisa literária. Entre 1917 e 1923 atuou como professor e pesquisa- dor no campo de Artes, Literatura e Psicologia. Pensador, pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Veio a ser descoberto pelos meios acadêmicos oci- dentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose, aos 37 anos. Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Para ele, as origens da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação do ser com as condições de vida social da espécie hu- mana e não, como muitos acreditavam, no mundo espiritual e sensorial dos ho- mens. É necessário analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dos indivíduos a partir da interação destes com a realidade. Para Vigotsky “a experiência prática mostra que o ensino de conceitos é impos- sível. Um professor que tentar fazer isto ocorrerá num verbalismo vazio, uma repetição de palavras pela criança, semelhante a um papagaio, que simula um conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um “vácuo” (1987, p. 71). Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão © Produção de Materiais Instrucionais32 a trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito e con- flitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza social. Devem ser analisados e trabalhados através de fatores sociais. A redução de reações biológicas é uma condição prévia para o aparecimento de fenômenos psicológicos. Vygotsky e Luria (1930/1993) explicaram isto na área da percepção: ‘A criança no início de sua vida tem apenas sensações orgâni- cas - tensão - dor - calor, principalmente nas áreas mais sensíveis. Quando a criança deixa de sofrer influência desses processos biológicos, passa a perceber a realidade. A percepção da realidade requer processos biológicos como deter- minantes de experiência, permitindo que seu organismo passe a ser afetado por fatores externos. Evidentemente só a realidade dos fatores externos não de- termina completamente essa percepção. A informação de que esses processos biológicos se tornam disponíveis no organismo é organizado pela própria criança através de experiência social e cultural. A criança passa a ver o mundo com sua própria visão, administrando sob seu ponto de vista. Um conceito só é caracterizado quando as características resumidas são sin- tetizadas de forma que a resultante se torne um instrumento de pensamento. A criança progride na formação de conceitos após dominar o abstrato e combinar com pensamentos mais complexos e avançados. Na continuação da educação os conceitos tornam-se concretos, aplicam-se as habilidades aprendidas, por instruções, e as adquiridas em experiências da convivência social. (Imagem dis- ponível em: <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_vygotsky..htm>. Acesso em: 12 maio 2010. Texto disponível em: <http://www.psicopedagogia- brasil.com.br/biografia_vygotsky..htm>. Acesso em: 12 maio 2010). Celestian Freinet Freinet nasceu no dia 15 de outubro de 1896, na vila de Gaves, nos Alpes Franceses. Celestin Freinet nasceu no sul da Fran- ça, na região de Provença, numa família de oito filhos. Seus dias de escola foram profundamente desagradáveis, e afeta- ram seus métodos de ensino e desejo de mudança. No início dos seus estudos explode a Primeira Guerra Mundial e ele tem de parar seus estudos e é a obrigado alistar-se em 1915. Teve uma lesão pulmonar causada por gases tóxicos e esta expe- riência o transformou em um pacifista convicto. Teve uma infância e juventude rural, em meio das paisagens, modo de produção artesanal, comportamentos e valores de homem do campo. Sua condição de vida veio mais tarde influenciar sua pedagogia. Em 1920 iniciou seu trabalho como professor de escola primária, antes mesmo de concluir o curso normal. Foi quando Freinet começou a desenvolver seus métodos de ensino. Ele atuou como professor-adjunto em Le Bar-sur-Loup e docente em Saint-Paul. Freinet criou várias técnicas pedagógicas, uma delas seria a “aula passeio”, pois acreditava que o interesse da criança não estava na escola e sim no que acon- tecia fora dela, Freinet idealizava esta atividade com o objetivo de trazer motiva- ção, ação e vida para a escola. Para Freinet, a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de um tra- balho real. Sua carreira docente teve início construindo os princípios educativos de sua prática. Ele propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica e portanto desligada da vida. Claretiano - Centro Universitário 33© U1 - Aprendizagem e Conhecimento Suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da ma- neira de pensar da criança e de como ela construía seu conhecimento. Através da observação constante ele percebia onde e quando tinha que intervir e como despertar a vontade de aprender do aluno. De acordo com Freinet, a apren- dizagem através da experiência seria mais eficaz, porque se o aluno fizer um experimento e der certo, ele o repetirá e avançará no procedimento; porém não avançará sozinho, precisará da cooperação do professor. Na proposta pedagógica de Freinet, a interação professor-aluno é essencial para a aprendizagem. Estar em contato com a realidade em que vive o aluno é funda- mental. As práticas atuais dejornal escolar, troca de correspondência, trabalhos em grupo, aula-passeio são idéias defendidas e aplicadas por Freinet desde os anos 20 do século passado. As idéias de Freinet começaram a incomodar os conservadores franceses, e Freinet é afastado da escola em que lecionava (Saint Paul), após esta ruptura ele cria uma escola privada e laica, trabalhando arduamente na escola, criando novas pedagogias, porém, o Ministério da educação recusa-se a reconhecê-la. Durante a Segunda guerra mundial, a escola é desativada, Freinet é preso e fica seriamente doente. Enquanto se estabelecia, escreveu a maior parte de sua obra. Com todos os obstáculos, nos anos 50 a pedagogia de Freinet se espalha pelo mundo. Freinet cria um movimento em prol da escola popular, defendia a livre expressão como um princípio pedagógico, além da educação pelo trabalho e a cooperação. A Pedagogia Freinet é uma proposta pedagógica que tem em mira modernizar a escola, marcando assim uma nova etapa da evolução da mes- ma, através de uma gama de valores alicerçados no bom senso. Célestin Freinet morreu em Vence, na França, no dia 8 de outubro de 1966. (Imagem disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per06.htm>. Acesso em: 12 mai. 2010. Texto disponível em: <http://www.freinet.org.br/freinet.htm>. Acesso em: 12 maio 2010). Paulo Freire Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, espe- cialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio. O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a feno- menologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedago- gos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos. A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quan- do ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart. A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acu- sado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. © Produção de Materiais Instrucionais34 No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICI- RA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968). Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maio- ria no continente africano, que viviam na época um processo de independência. No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Cam- pinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina. Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Ma- ria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo. Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Edu- cação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992). “Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida.” (Paulo Freire). (Imagem disponível em: <http://oglobo.globo.com/educacao/ mat/2007/05/02/295589785.asp.>. Acesso em: 12 abr. 2010. Texto disponível em: <http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/biografia/>. Acesso em: 20 jun. 2010). Howard Gardner Psicólogo americano e autor das inteligências múltiplas. Ho- ward Gardner nasceu em Scranton, no estado norte-americano da Pensilvânia, em 1943, descendente de Judeus. Estudou em Harvard em 1961 para estudar história e direito, e conhe- ceu o psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e isso mudou sua carreira: redirecionou a carreira acadêmica para os campos combinados de psicologia e educação. Formado em psicologia e neurologia, é o criador da teoria das inteligências múltiplas, no início da década de 1980. Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência humana sob orientação de Jerome Bruner. Integrou o Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público em seu sétimo livro, Frames of Mind, de 1983, que o projetou da noite para o dia nos Estados Unidos. O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação ética simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor de cognição e Claretiano - Centro Universitário 35© U1 - Aprendizagem e Conhecimento pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos, vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect. (Imagem disponível em:<http://www.thinkers50.com/biographies/16/2009>. Acesso em: 14 jun. 2010. Texto disponível em: <http://revistaescola.abril.com. br/historia/pratica-pedagogica/cientista-inteligencias-multiplas-423312.shtml>. Acesso em: 12 abr. 2010). J. Thomas Schanck Membro e presidente da Hinsdale Township High School Classe de 1948, teve um negócio estelar e carreira de liderança. Seus anos de faculdade foram gastos na Dartmouth College. Depois de servir com grande distinção durante a Guerra da Coréia, Tom começou a sua carreira com Signode Steel Co. Strapping. Ele foi nomeado presidente e CEO em 1982 e continuou nessa função por 14 anos. Além de suas responsabilidades na Signode e ITW, Tom trabalhou em vários conselhos administrativos, incluindo a American National Bank Corporation, Amerifin, a Amsted Indus- tries, Lindberg Corporation, Maytag e Snap-on-Tools, Kellogg School of Management at Northwestern University, the Lyric Opera of Chicago, the Chicago Symphony Orchestra and the Economic Club of Chicago. Como líder empresarial, ele também atuou nos conselhos de direção da Kellogg School of Management da Northwestern University, a Ópera Lírica de Chicago, a Chicago Symphony Orchestra e ao Clube Econômico de Chica- go. Tom Schanck e sua esposa Barbara são residentes em Hinsdale. Schanck tem três filhos, Karen, William e Rebecca (imagem disponível em: <http://www. hchsfoundation.org/hall_of_fame.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012. Texto adapta- do do site disponível em: <http://www.hchsfoundation.org/hof_inductees/2004/ hof_2004_schanck.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012). Seymour Papert Seymour Papert nasceu em 1928, na África do Sul,é mate- mático e educador no MIT (Massachussetts Institute of Tec- nology). Papert começou a pesquisar o uso do computador como recurso pedagógico em sala de aula e criou a linguagem LOGO. Para ele, assim como para Piaget, a criança é cons- trutora ativa de suas próprias estruturas intelectuais, e a tec- nologia pode concretizar o formal, possibilitando a passagem do pensamento infantil, concreto, para o pensamento adulto, abstrato (CORREIA, 1999). Trabalha em um programa de edu- cação de jovens infratores em Maine, onde mora. Na educação, as pessoas riram de Seymour Papert na década de sessenta quan- do ele falou sobre as crianças que utilizam computadores como instrumentos de aprendizagem e para aumentar a criatividade. A ideia de um computador pessoal de baixo custo era ficção científica, mas Papert estava conduzindo uma investi- gação de forma séria e sua investigação levou a muitos conhecimentos. Foi em seu laboratório que as crianças tiveram a primeira chance de usar o computador © Produção de Materiais Instrucionais36 para escrever e fazer gráficos. O Logo, linguagem de programação, foi criado lá, como foram os primeiros brinquedos para crianças com o built-in cálculo. Hoje, Papert é considerado o principal especialista do mundo sobre como a tec- nologia pode proporcionar novas formas de aprender. Ele tem realizado projetos educacionais em todos os continentes, alguns deles em aldeias remotas, em paí- ses em desenvolvimento. Ele é um participante influente no desenvolvimento de mais oportunidades para as crianças participarem do mundo digital. Ele faz parte do conselho consultivo da empresa MaMaMedia Inc., cujo fundador, Idit Harel, era um aluno seu de doutorado, no MIT e da LEGO Mindstorms, linha de produ- tos, que foi nomeado após o livro Mindstorms Papert: Crianças, Computadores e Idéias Poderosas (imagem disponível em: <http://www.papert.org>. Acesso em: 13 maio 2010. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.papert.org/>. Acesso em: 31 maio 2010). 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE A revista Salto para o futuro (TV escola), do Ministério da Educação, apresenta uma visão muito interessante do que a escola deve ser, ou seja, “uma escola que produz conhecimento e o troca com outros pontos da rede-educação”. A escola reproduz o conhecimento adquirido além de seus muros, não abandonando os conhecimentos produzidos dela . A escola precisa ser autora e ter autoridade para criar e assumir práticas, mudanças, artefatos etc. Para ela ser autora e assumir formas, deve atender alguns requisitos básicos, entre eles: • Ser espaço em que seu alunado possa construir conhecimentos e competências, assim como ampliar os já construídos ao longo de sua vida pregressa; • Oferecer a seus alunos e alunas sólida formação básica, que os prepare não só para seguir sua vida escolar, como para realizar as escolhas que a vida lhes apresenta a cada instante. Muito mais do que apenas oferecer conteúdos compartimentados por “áreas do saber”, o ensino deve focar a formação (e o conheci- mento) como meio para viver e ampliar a capacidade de interfe- rência no entorno; • Oferecer educação que valorize tanto as dúvidas como as respos- tas; que leve os estudantes a desenvolver visão crítica do mundo que vêem e criam, do próprio conhecimento e de seus meios de produção; • Levar alunos e alunas a entender o conhecimento como instru- mento de comunicação e de intervenção no mundo real; Claretiano - Centro Universitário 37© U1 - Aprendizagem e Conhecimento • Estar firme e vivamente ligada à comunidade em que se insere, trazendo para o universo escolar as questões cotidianas do meio em que se encontra. O que não significa um processo artificial de contextualização das disciplinas que ali são lecionadas, mas que os conhecimentos trabalhados tenham sentido e significado a partir da clareza de sua função social; • Contribuir para a inclusão digital, oferecendo a estudantes e pro- fessores acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), gerando competência para que sejam tanto leitores como autores nestes meios; • Ser flexível e receptiva às mudanças ocorridas no seu entorno e estar preparada para promover transformações em si, garan- tindo seus interesses sempre que ocorram mudanças na rede- -educação. (TORNAGHI, 2008, p. 7-8). Com base nesta visão de uma escola forte, abrangente e interdisciplinar, que almejamos que todas as escolas se tornem, iniciaremos as unidades deste Caderno de Referência de Conteú- do, em que reforçaremos inicialmente alguns conceitos básicos sobre aprendizagem e a aquisição do conhecimento. Lembre-se de que você conhecerá as ideias de vários pesquisadores da área da educação que se dedicaram ao estudo do processo de ensino- -aprendizagem. A visão pedagógica apresentada é importante para a con- fecção de um Material Instrucional de qualidade, cuja intenção é facilitar a aprendizagem do aluno. 5. DEFINIÇÃO DE APRENDIZAGEM Como aprendemos? Como as crianças aprendem? Antes de definirmos o que são Materiais Instrucionais e como criá-los, é importante que você compreenda o que é apren- dizagem. Aprendizagem ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– É um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Apren- der é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De © Produção de Materiais Instrucionais38 acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente. Texto disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o- -que-e-aprendizagem.htm>. Acesso em: 10 abr. 2010. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Entender como se realiza a aprendizagem é entender o ser humano, ou seja, como ele se desenvolve. Assim, adquirimos co- nhecimento do mundo em que vivemos e nos organizamos quan- to à sociedade. Tudo isso é necessário ao nosso trabalho docente, pois, assimilando melhor todo contexto do aluno, poderemos pro- por estratégias mais adequadas . Todo processo de aprendizagem é iniciado por estímulos, seja do próprio homem, da sua família ou da sociedade. Observe a Figura 1, que apresenta a ideia do processo de aprendizagem. Figura 1 Processo de aprendizagem. Podemos dizer que durante toda a vida, o ser humano está em constante processo de aprendizagem. O homem nasce, cres- ce, desenvolve, trabalha, estuda, ou seja, a todo tempo, está em processo de aprendizagem. Em decorrência dessa aprendizagem, o homem corrige erros, supera obstáculos e adapta-se a seu am- biente social. Portanto, podemos afirmar que a aprendizagem leva o ser humano a progredir progressivamente. Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Aprendizagem e Conhecimento Exemplos na prática –––––––––––––––––––––––––––––––––– - Uma criança de 4 anos brinca na piscina. Ela observa, sente, experimenta, en- che seus brinquedinhos de água, joga fora, ouve o barulho, pondera sobre tudo e utiliza seus sentidos. - Uma criança de sete anos brinca de casinha, pinta as paredes, faz comidinha. - Duas crianças brincam de bola. - É brincando que as crianças de todas as idades, fundamentam em seu interior os primeiros conceitos de matemática, física, arte. Calculam o peso, comparam tamanhos. É um rico solucionar de questões internas e diversos processos de aprendizagem! –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Entender o processo de aprendizagem é, também, contribuir com ele, pois, ao conhecer a maneira pela qual o ser humano se desenvolve, ele também estará aprendendo. 6. APRENDIZAGEM ESCOLAR E O MATERIAL DIDÁ- TICO No tópico anterior, você compreendeu o que é aprendiza- gem, seus mecanismos e qual a sua importância para o desenvol- vimento evolutivo do ser humano. Agora, enfatizaremos a apren- dizagem escolar.No ambiente escolar, a aprendizagem, além de proporcionar mudanças no comportamento dos alunos, é responsável também por provocar muitas situações que geram o aprendizado e instru- ções ao ser humano, a fim de capacitá-lo para a vida. Essas situa- ções de aprendizagem escolar se refletem no cotidiano da criança, na família, na escola e, também, na vida social. Na escola, o aprendizado organizado em séries e o professor tem um papel muito especial, ministrando, orientando e direcio- nando o caminho a ser percorrido. O professor tem em suas mãos a ferramenta extremamente necessária para ajudar e proporcio- nar o insight necessário ao aluno: o material didático. © Produção de Materiais Instrucionais40 O que torna um material didático? É importante resaltar que qualquer material utilizado para a aprendizagem na escola é um material didático. O giz, a cane- ta, a lousa, os livros, o globo terrestre, o computador (mostrando Google Earth), o boneco que mostra os órgãos do aparelho diges- tivo. Assim, há uma quantidade e uma diversidade literalmente indeter- minadas de materiais didáticos a nossa disposição. Quanto menos especializados eles forem, maior o grau de elaboração e de inten- cionalidade pedagógica do professor. E vice-versa. Em ambas as alternativas, quanto mais adequadas estiverem o material, em re- lação à situação de ensino/aprendizagem em que se insere melhor o seu rendimento didático. (RANGEL, 2010). Cada material tem um limite e um potencial que precisa ser trabalhado pelo professor em sala de aula, com criatividade pe- dagógica e procurando identificar as diferentes situações em que o material pode ser inserido e vai colaborar com o processo de ensino-aprendizagem. [...] por melhor e mais especializado que seja um material, parte significativa de seu caráter didático decorre dos usos que professor e aluno, envolvidos numa situação de ensino/aprendizagem parti- cular, fazem dele. Podemos dizer, então, que a eficácia desses re- cursos resulta da correta formulação de uma equação entre o seu grau de especialização, o perfil dos sujeitos envolvidos e as caracte- rísticas da situação. (RANGEL, 2010). Reforcemos, então, a importância do professor na condução do processo de ensino aprendizagem, seja no planejamento, na aquisição de dados para a construção de um material instrucional pedagógico, na sua programação, avaliação ou na sua utilização. Ele assume um papel importante no desenrolar do processo de ensino-aprendizagem. A revista Salto para o futuro (2005) apresenta uma visão importante sobre material didático. Segundo ela, um material di- dático, qualquer que ele seja, deve desempenhar, no exercício de suas funções, determinados papéis: Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Aprendizagem e Conhecimento • Propiciar e orientar uma interação adequada entre o professor e o aluno, em torno do objeto a ser assimilado (a compreensão de um texto, um conceito, um tipo de raciocínio, um modo de fazer). • Independentemente do grau de especialização, a primeira função de um material, para que possamos qualificá-lo como didático, é de favorecer uma interlocução pedagógica eficaz entre os sujei- tos envolvidos no processo, de forma que a apresentação, o re- conhecimento e a assimilação do objeto possam se dar por meio do diálogo, exatamente como no exemplo da construção coletiva da noção de referente possível para uma determinada palavra. • Promover uma aproximação adequada dos sujeitos, e em espe- cial do aprendiz, em relação ao objeto. • Também independentemente de seu grau de especialização, um material didático adequado é aquele que permite aos sujeitos uma representação ao mesmo tempo possível para o nível e o momento do processo de ensino/aprendizagem e aceitável para os saberes de referência socialmente legitimados. A essa ope- ração, às vezes bastante delicada, se convencionou chamar de transposição didática. De sua qualidade depende a correção con- ceitual do instrumento. • Colaborar significativamente para que os sujeitos envolvidos atin- jam os objetivos estabelecidos para a situação em questão (RAN- GEL, 2005). Para realmente ser considerado um material instrucional di- dático de qualidade, é preciso cumprir os objetivos a que se desti- na, estar adequado à sua capacidade de exercer simultaneamente e nos níveis desejados, essas funções pré definidas. Livros Em sala de aula, o material mais utilizado até hoje é o livro. Os livros, com o direcionamento pedagógico correto, conduzem o foco da aprendizagem do aluno. Eles cumprem um papel importante de apoio ao professor e de instrução didática ao aluno. Vale ressaltar que existem dife- rentes tipos de livros escolares. Choppin (1992) distingue quatro grandes tipos, organizados de acordo com sua função no processo de ensino-aprendizado: © Produção de Materiais Instrucionais42 (a) os manuais ou livros didáticos, quer dizer, “utilitários da sala de aula” (p.16), obras produzidas com o objetivo de auxiliar no en- sino de uma determinada disciplina, por meio da apresentação de um conjunto extenso de conteúdos do currículo, de acordo com uma progressão, sob a forma de unidades ou lições, e por meio de uma organização que favorece tanto usos coletivos (em sala de aula), quanto individuais (em casa ou em sala de aula); (b) os livros paradidáticos ou paraescolares, obras complementares “que tem por função resumir, intensificar ou aprofundar” (p. 17) conteúdos específicos do currículo de uma disciplina, seja por meio de uma utilização individual em casa, seja por meio de uma utilização orientada pelo professor, na escola, como ocorre no Brasil (c) os livros de referência, como dicionários, Atlas e gramáticas, destinados a servir de apoio aos aprendizados, ao longo da es- colarização; (d) as edições escolares de clássicos, que reúnem, de modo inte- gral ou sob a forma de excertos, “as edições de obras clássicas (gregas, latinas, estrangeiras ou em língua materna) abundan- temente anotadas ou comentadas para o uso em sala de aula. (p. 16). Há diversos materiais que precisam ser mais utilizados, pois proporcionam ótimos estímulos ao aluno. Assim como cada pes- soa tem sua maneira de agir e pensar, tem também seu próprio jei- to de aprender. Materiais como vídeos, músicas, podcasts, podem ser mais aplicados em escolas, pois a diversificação de materiais didáticos será positiva e provocará, de diferentes formas, o apren- dizado do aluno. Fora da escola, a aprendizagem das crianças se conduz por diversos meios: rádio, televisão, DVD, músicas, jogos, e muita práti- ca. Além disso, há outros meios de aprendizagem, como o contato com a sociedade, a família, os amigos, os companheiros de estudo etc. Para que a escola seja motivadora e eficaz precisa aperfeiçoar seus processos e utilizar melhor as ferramentas tecnológicas que estão à disposição. O resultado serão alunos motivados e apren- dendo muito mais. Claretiano - Centro Universitário 43© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 7. A APRENDIZAGEM E SUAS FASES, SEGUNDO A TA- XONOMIA DE BLOOM Taxonomia, palavra que vem do grego “taxis” e “nomos”, é todo sistema de classificação que possui três características: cumu- latividade, hierarquia e eixo comum. É descrita também como a ciência que classifica e estabelece critérios para classificar os seres vivos. Também chamada de “taxionomia” ou “taxonomia”. Benjamim Bloom, pesquisador da aprendizagem, liderou o trabalho multidisciplinar de especialistas de várias universidades dos EUA, na década de 1950 que culminou na estruturação hierár- quica de objetivos, intitulada: Taxonomia dos Objetivos Educacio- nais, pularizada como Taxonomia de Bloom. A aprendizagem pode ser classificada segundo a taxonomia de Bloom, que identifica três domínios educativos: • Cognitivo: gravam a lembrança de algo que foi aprendi- do e que será utilizado para solucionar problemas poste- riores. É onde o indivíduo estrutura, reorganiza, combina ideias ou
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