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Produção de materiais instrucionais - material didatico claretiano

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PRODUÇÃO DE MATERIAIS 
INSTRUCIONAIS
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Produção de Materiais Instrucionais – Profa. Ms. Gislaine Cristina Micheloti Rosales e 
Profa. Ms. Nilvânia Ap. Spressola 
Olá! Meu nome é Gislaine Cristina Micheloti Rosales. Sou 
tecnóloga em Processamento de Dados, formada pela Facul-
dade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC), mestre em Ciên-
cia da Computação pela Universidade Federal de São Carlos 
(UFSCar) e doutoranda pela mesma instituição. Além disso, 
sou professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia de São Paulo, campus Araraquara. 
e-mail: gimicheloti@gmail.com
Olá, tudo bem? É um prazer poder trabalhar com você. Meu 
nome é Nilvânia Aparecida Spressola. Sou mestre em Engenha-
ria de Produção, na área de Gestão do conhecimento e sistemas 
de Informação. Sou também especialista em Educação Infantil e 
Alfabetização e graduada em Processamento de Dados. Atual-
mente, trabalho com formação de tutores Virtuais e Presenciais 
no Centro Universitário Claretiano. Sou Professora na Graduação 
e Pós-graduação no Centro Universitário Claretiano em EaD.
e-mail:nilvânia@claretiano.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
PRODUÇÃO DE MATERIAIS 
INSTRUCIONAIS
Gislaine Cristina Micheloti Rosales
Nilvânia Ap. Spressola
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
 005 R699p 
 Rosales, Gislaine Cristina Micheloti 
 Produção de materiais instrucionais / Gislaine Cristina Micheloti Rosales, 
 Nilvânia Aparecida Spressola – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 218 p. 
 ISBN: 978-85-8377-092-3 
 
 1. Aprendizagem. 2. Computador. 3. Aplicativos educacionais. 4. Materiais 
 Instrucionais. I. Spressola, Nilvânia Aparecida. II. Produção de materiais 
 instrucionais. 
 
 CDD 005
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Juliana Biggi
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 11
UNIDADE 1 – APRENDIZAGEM E CONHECIMENTO 
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 27
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 27
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 28
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 36
5 DEFINIÇÃO DE APRENDIZAGEM ..................................................................... 37
6 APRENDIZAGEM ESCOLAR E O MATERIAL DIDÁTICO .................................. 39
7 A APRENDIZAGEM E SUAS FASES, SEGUNDO A TAXONOMIA DE BLOOM ... 43
8 RESUMO DAS TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DA APRENDIZAGEM .............. 48
9 DIRETRIZES COM REFERÊNCIA À APRENDIZAGEM ....................................... 52
10 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 56
11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 58
12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 58
13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 59
14 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 59
UNIDADE 2 – APRENDIZAGEM POR COMPUTADOR, MATERIAIS 
INSTRUCIONAIS E OBJETOS DE APRENDIZAGEM
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 61
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 61
3 RIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................. 62
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 64
5 O QUE SÃO MATERIAIS INSTRUCIONAIS? ..................................................... 68
6 O QUE DIFERENCIA UM MATERIAL INSTRUCIONAL DIGITAL 
DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM? ............................................................. 75
7 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR COMO RECURSO PEDAGÓGICO ................ 78
8 CONHECENDO OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ................ 79
9 CONHECENDO AS FASES DA ALFABETIZAÇÃO ............................................... 92
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 99
11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 100
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 102
13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 103
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 104
UNIDADE 3 – APLICATIVOS EDUCACIONAIS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 105
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 105
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 106
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 107
5 MATERIAIS INSTRUCIONAIS APRESENTADOS POR MEIO DE APLICATIVOS 
EDUCACIONAIS ................................................................................................. 108
6 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS INSTRUCIONAIS ............................ 130
7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 136
8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................137
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 140
10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 141
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 141
UNIDADE 4 – CONCEITOS IMPORTANTES PARA A CONSTRUÇÃO 
DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 143
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 144
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 144
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 147
5 ASPECTOS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DE MATERIAIS 
INSTRUCIONAIS ................................................................................................ 147
6 EVENTOS INSTRUCIONAIS DE GAGNÉ ............................................................ 153
7 CONSTRUINDO MATERIAIS INSTRUCIONAIS DE QUALIDADE 
PEDAGÓGICA E BOM DESIGN INSTRUCIONAL .............................................. 156
8 MATERIAL INSTRUCIONAL COM A AJUDA DE UM STORYBOARD ................ 157
9 AVALIAR O MATERIAL ...................................................................................... 172
10 EFETUAR CORREÇÕES ..................................................................................... 172
11 MÉTODOS E METODOLOGIA PARA O PROJETO ............................................. 173
12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 177
13 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 177
14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 180
15 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 181
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 181
UNIDADE 5 – AVALIAÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS E 
INTRODUÇÃO AOS REPOSITÓRIOS DE OBJETOS DE 
APRENDIZAGEM
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 183
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 183
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 184
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 185
5 PEQUENOS PEDAÇOS DE INSTRUÇÃO ............................................................ 185
6 COMO AVALIAR A INSTRUÇÃO PROPOSTA PELO MI 
E SEU IMPACTO NO ALUNO? ........................................................................... 189
7 METADADOS ..................................................................................................... 202
8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 208
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 216
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 217
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 218
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Conteúdo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Desenvolvimento de recursos instrucionais utilizando diferentes mídias (impres-
sa, virtual - animações, TV, rádio, CD, softwares direcionados, internet). Modela-
gem e Autoria de materiais educacionais. Produção, implementação e avaliação 
de produtos educacionais utilizando diferentes mídias. Avaliação de materiais 
instrucionais. Design instrucional de materiais. Ferramentas de autoria. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO 
O Caderno de Referência de Conteúdo de Produção de Ma-
teriais Instrucionais tem como objetivo apresentar aos alunos dos 
Cursos de Graduação uma forma organizada e estruturada de pro-
duzir materiais instrucionais, uma visão geral de organização da 
criação do material e também uma visão pedagógica na sua cons-
trução, fazendo que os materiais atinjam seu objetivo, que é ins-
truir, com qualidade.
© Produção de Materiais Instrucionais10
Colocamos em reflexão, se todos os materiais instrucionais 
são educativos. Aqueles joguinhos em sites infantis provocam real-
mente um aprendizado positivo? Está adequado à faixa etária da 
criança?
O Caderno de Referência de Conteúdo apresenta vários au-
tores que definem ou conceituam a aprendizagem e a aquisição 
do conhecimento. Em geral ela ocorre quando há um estímulo e o 
processo de aprendizagem se instala. O indivíduo tenta codificar o 
comportamento com o que foi aprendido, e daí há uma mudança, 
no desempenho, na forma de agir e de pensar etc.
Essa informação reforça a ideia de que podemos estimular 
o aluno a adquirir e estruturar melhor o conhecimento adquirido, 
por meio de diferentes estratégias, inclusive com a utilização de 
materiais instrucionais. 
Cabe neste momento, um questionamento. O que são ma-
teriais instrucionais e como eles podem contribuir com o aprendi-
zado do aluno?
Material instrucional é todo material educacional que auxilia 
na aprendizagem do aluno e fortalece a fixação da instrução (li-
vros, revistas, música, arquivo de áudio, de vídeo etc.).
Um bom material instrucional oferece um diferencial impor-
tante, além da motivação do aluno, que é o reforço da aprendiza-
gem.
Para que os alunos consigam chegar ao objetivo final, que é 
aprender, eles relacionam conhecimentos passados, ou seja, já 
existentes, com os novos, aplicam na prática, testam hipóteses, 
pensam onde poderão aplicar o que estão aprendendo, expres-
sam-se utilizando diferentes formas e linguagens. 
 É papel da escola desenvolver nos estudantes o pensamen-
to crítico, e a criação de materiais instrucionais pelos alunos possi-
bilita estabelecer relações com outros, de natureza social, política, 
econômica e ambiental, integrando a aprendizagem de forma in-
terdisciplinar com a tecnologia. 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
 Outra reflexão que propomos são os processos internos de 
aprendizagem. Gagné (1974) criou algumas estratégias cognitivas, 
que são capacidades internamente organizadas que o aluno usa 
para guiar seus próprios processos de atenção, aprendizagem, me-
mória e pensamento. O aluno utiliza uma estratégia cognitiva, por 
exemplo, ao prestar atenção nas diversas características daquilo 
que está brincando. O leitor utiliza certas estratégias cognitivas 
para selecionar e codificar o que aprende e outras estratégias para 
recuperar o que gravou na memória. São meios que o aluno dis-
põe para gerenciar os seus próprios processos de aprendizagem. 
Gagné relaciona tais estratégias com os conceitos de “aprender a 
aprender” e “aprender a pensar”.
Após essa introdução aos conceitos principais do Caderno 
de Referência de Conteúdo, apresentaremos, a seguir, no Tópico 
Orientações para Estudo, algumas orientações de caráter motiva-
cional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar 
o seu estudo.
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Profª. Ms. Nilvânia Ap. Spressola
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará 
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma 
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões 
no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral 
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do 
qual você possa construir um referencial teóricocom base sólida 
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis-
são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. 
© Produção de Materiais Instrucionais12
O Caderno de Referência de Conteúdo Produção de Mate-
riais Instrucionais tem como objetivo apresentar aos alunos uma 
visão geral de organização da criação do material e também uma 
visão pedagógica na sua construção, fazendo com que os mate-
riais atinjam seu objetivo, que é instruir, com qualidade.
Para iniciar, observe as seguintes questões: será que todos 
os materiais instrucionais são educativos para as crianças? Aque-
les joguinhos em sites infantis provocam realmente um aprendiza-
do positivo? Estão adequados à faixa etária da criança?
Então, vamos refletir sobre a maneira pela qual adquirimos 
novos conhecimentos? 
A aprendizagem é um processo de mudança resultante 
da prática ou experiência anterior, que pode vir a se manifestar, 
ou não, em uma forma perceptível de comportamento (FLEURY, 
1995).
Vários autores definem ou conceituam a aprendizagem e a 
aquisição do conhecimento. Em geral ela ocorre quando há um es-
tímulo e o processo de aprendizagem se instala. O indivíduo tenta 
codificar o comportamento com o que foi aprendido, e daí há uma 
mudança no desempenho, na forma de agir, de pensar etc.
Durante toda a vida, o ser humano aprende e, por conse-
-quência, pode evoluir, corrigir erros, superar obstáculos e adap-
tar-se à sociedade em que vive.
Autores como Piaget e Vigotsky estudaram o desenvolvi-
mento infantil e, com isso, podemos identificar as fases de cresci-
mento e as estruturas cognitivas sendo formadas.
Vigotsky propôs uma teoria muito interessante, denomina-
da Zona de Desenvolvimento Proximal. Ele afirma com essa teoria 
que há uma distância entre o nível de desenvolvimento real, que é 
a capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de de-
senvolvimento potencial, determinado por meio da resolução de 
um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração 
com os colegas.
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
Resumindo, são informações que a pessoa pode poten-
cialmente aprender, mas ainda não completou o processo. Essa 
informação reforça a ideia de que podemos estimular o aluno a 
adquirir e estruturar melhor o conhecimento adquirido, por meio 
de diferentes estratégias, inclusive com a utilização de materiais 
instrucionais.
Várias outras teorias mostram focos diferentes da aprendiza-
gem e de forma geral propõem uma visão diferenciada do conhe-
cimento.
Como alguns exemplos que você já estudou em outras disci-
plinas, podemos citar: 
• Comportamentalista: explica a aquisição do conheci-
mento ligado ao comportamento do indivíduo, em que 
a aprendizagem é definida como a aquisição de um novo 
comportamento, que foi provocado por um estímulo.
• Cognitivista: explica a aquisição do conhecimento focan-
do a forma de pensar e reagir de cada indivíduo. O ponto 
central é a estrutura cognitiva do sujeito que evolui por 
meio dos processos de adaptação (assimilação e acomo-
dação). O indivíduo interpreta a informação recebida em 
suas estruturas cognitivas, analisa, interpreta e há uma 
mudança na estrutura cognitiva para compreender o pro-
cesso, ou seja, a informação. 
• Construtivista: explica a aquisição do conhecimento por 
meio da interação do indivíduo com o meio. Parte do 
pressuposto de que todos nós construímos a nossa visão 
do mundo em que vivemos por meio da reflexão sobre as 
nossas próprias experiências.
Agora, chegamos ao nosso assunto principal.
O que são materiais instrucionais e como eles podem contri-
buir com o aprendizado do aluno?
© Produção de Materiais Instrucionais14
Material instrucional é todo material educacional que auxilia 
na aprendizagem do aluno e fortalece a fixação da instrução (li-
vros, revistas, música, arquivo de áudio, de vídeo etc.).
Um bom material instrucional oferece um diferencial impor-
tante, além da motivação do aluno, o reforço da aprendizagem.
Para que os alunos consigam chegar ao objetivo final, que é 
aprender, eles relacionam conhecimentos passados, já existentes 
com os novos, aplicam na prática, testam hipóteses, pensam onde 
aplicar o que estão aprendendo, expressam-se, utilizando diferen-
tes formas e linguagens. 
Apresentaremos um exemplo: um material instrucional rea-
lizado por alunos de computação. 
Lembramos que o público-alvo são crianças e adolescentes, 
e abrange a educação infantil e ensinos fundamental e médio.
Veja a ideia inicial e em que ele vai se transformar: em um 
material instrucional.
 “Fessor” é um personagem criado em sala de aula e que irá 
se transformar, durante o curso, em um material instrucional. Sua 
intenção é ensinar para as crianças sobre os diversos continentes. 
Os alunos fizeram a estilização do boneco, construído manualmen-
te na sala de aula, para o gráfico. A seguir, planejaram e montaram 
estratégias para torná-lo motivador e provocar o aprendizado das 
crianças. 
Os alunos precisaram, além das habilidades de programação, 
pensar no público-alvo a ser atingido e focar nas estratégias para 
motivar as crianças a aprender e tornar divertido o aprendizado. 
Há um material, em especial, que falaremos também: os ob-
jetos de aprendizagem, que são pequenos pedaços de instrução, 
flexíveis e reutilizáveis. 
Isto quer dizer que são utilizados para um material instru-
cional e, depois, unidos a outros pedaços de instrução e podem se 
transformar em outros materiais. É uma nova forma de aprender, 
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
mais colaborativa e com maior motivação. A característica princi-
pal desses materiais é a reutilização e a flexibilidade.
O professor pode utilizar esses objetos para ajudá-lo a pre-
parar as suas aulas. Ele pode planejar a aula fazendo que os alunos 
fiquem mais interessados e motivados. Se os objetos forem bem 
escolhidos, ajudarão a motivar e a contextualizar um novo assunto 
a ser tratado, outros objetos de aprendizagem servirão para visua-
lizar conceitos complexos e ajudar o aluno a pensar criticamen-
te, outros ainda são ideais para uma aplicação inteligente do que 
estão aprendendo. Com isso provocam uma aprendizagem muito 
mais significativa.
A flexibilidade do objeto de aprendizagem permite que o 
professor possa utilizá-lo de diferentes formas, relacionando a di-
ferentes materiais.
Subsídios para compor um bom material instrucional
Para que possamos fazer um bom material, precisamos estar 
atentos a alguns aspectos que afetam diretamente a qualidade.
Devemos levar em consideração fatores como: para que ire-
mos utilizar o material, o público-alvo e a sua atual fase de desen-
volvimento. Uma criança que ainda não tem coordenação motora 
fina não conseguirá clicar com o mouse em pontos específicos na 
tela de um computador, por exemplo. 
Os objetivos a serem atendidos devem ser sempre o foco. O 
que eu quero com este material? Qual o objetivo a conseguir?
Devemos, também, dar atenção aos detalhes como cor, la-
yout das informações e imagens, de que forma vamos expor a 
mensagem para que chame a atenção do aluno com clareza, obje-
tividade e fácil utilização pelo estudante.
A interatividade do material instrucional com o aluno é de 
extrema importância. Devemos proporcionar meios para que o 
próprio aluno manuseie o material ou navegue (se for digital). Pro-
© Produção de Materiais Instrucionais16
porcionar informações em que ele possa ter autonomia de fazer o 
que estiver interesse.
Para isso, vamos ver, a seguir, algumas etapas para a confec-
ção de um bom material instrucional:
Primeira etapa: a análise. Nesta etapa, o objetivo é pensar 
no material, no público-alvo e no design do material. Pensar nas 
pessoas envolvidas no projeto de criação, na estrutura necessária 
e nas mídias potenciais.
Segunda etapa: o design do material. Nesta etapa é defini-
do um cronograma de trabalho, estratégiaspedagógicas e tecno-
lógicas. Neste momento, é importante a participação do professor, 
com a visão pedagógica do que se quer atingir. Ele é a peça-chave 
no momento de decisão e os programadores e técnicos devem 
ouvi-lo para entender a parte pedagógica.
Terceira etapa: o desenvolvimento. É a hora da adaptação 
de materiais e produção de itens que farão parte do material. Nes-
ta etapa também poderemos levantar objetos de aprendizagem 
que possam fazer parte do projeto.
Quarta etapa: a implementação. É a programação do mate-
rial, por programadores, utilizando softwares de edição, gráficos e 
técnicas de interface.
Quinta etapa: a avaliação. Após o material ficar pronto, ele 
precisa ser avaliado, para que seja realmente constatado que há 
qualidade pedagógica. Avaliar se atingiu os objetivos propostos, se 
a faixa etária proposta nos objetivos do projeto está correta. 
Para que a instrução seja bem realizada e os objetivos atingi-
dos, citamos os nove eventos de instrução, especificados por Gag-
né (1985), que devem ser seguidos:
1) Como captar a atenção do aluno? (Chamar a atenção 
inicial do aluno, fazendo que ele inicie o processo de 
atenção).
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
2) O que eu quero ensinar? (Qual o tema da aula? O que 
será ensinado?)
3) Relembrar o aprendizado anterior (o que o aluno apren-
deu antes, na aula anterior? É um gancho para mostrar a 
sequência do assunto que você quer ensinar).
4) Apresentar o material a ser aprendido. (Em formas mo-
tivadoras, como figuras, gráficos etc. para que o aluno 
possa estar atento e mais motivado a continuar).
5) Guiar o aprendizado (do aluno, para onde o professor 
quer seguir, orientando a aprendizagem do aluno)
6) Obter desempenho do aluno (ele está aprendendo real-
mente? Criar situações para exercitar o que aprendeu).
7) Fornecer Feedback (o aluno ao aplicar o que aprendeu 
precisa do retorno do professor)
8) Avaliar o desempenho (Avaliação do que ao aluno 
aprendeu. Através de testes, o professor pode avaliar o 
grau de retenção da informação)
9) Aumentar a retenção (ou fixação da instrução, com 
exercícios de fixação, por exemplo).
Se seguirmos esses passos, propostos por Gagné, para nos 
orientar, com certeza, a aprendizagem será mais eficaz.
Agora, estudaremos a elaboração do material instrucional. 
Seguindo todas as propostas que vimos anteriormente, passa-
remos para a formulação gráfica do material, aqui chamado de 
storyboard.
Storyboard é a documentação gráfica da sequência de pas-
sos do material instrucional. Com a construção do storyboard, você 
diminui a ocorrência de erros durante a produção do material, ou 
seja, o storyboard é um roteiro a ser seguido.
Quais são os objetivos de se fazer um storyboard?
• Estipular os parâmetros da história e avaliar os recursos 
e o tempo.
• Organizar a sequência de uma historia.
© Produção de Materiais Instrucionais18
• Descobrir quais são os melhores meios para executar esta 
sequência.
Ele deve conter a descrição detalhada das interatividades 
que serão realizadas, um resumo do texto e as observações impor-
tantes que serão adicionadas. 
O que deve ser realizado, então? 
Desenhar, quadro a quadro, a sequência definida para o ma-
terial instrucional e descrever os itens adicionados a ela, como 
músicas, sons, efeitos especiais, controle de navegação, os quais 
devem ser descritos em cada quadro, na sequência correta, para 
que os envolvidos na produção compreendam o conceito.
Há softwares disponíveis para esse fim, mas você pode tam-
bém utilizar o meio mais fácil, ou seja, papel e lápis. 
Dessa forma, partiremos para o próximo passo. Com o 
storyboard pronto, a próxima fase é a confecção do material. Se 
ele for digital, há diversos softwares de autoria para a execução do 
seu projeto e você deve escolher o que mais lhe interessar. 
O programador deve sempre estar atento às orientações 
descritas anteriormente no storyboard. A qualidade do projeto 
realizado depende das especificações detalhadas anteriormente.
Aplicação e avaliação da viabilidade do Material Instrucional
Depois de pronto, como avaliaremos se o material foi bem 
produzido e se atende às especificações? Para isso, é necessário 
realizar um pré-teste antes de liberar o material para uso. Alguns 
usuários iniciais poderão identificar erros e caminhos que não fo-
ram percebidos anteriormente e as correções que precisam ser 
realizadas aparecerão.
Com o material pronto e já testado, é hora de testar em uma 
sala de aula. O professor pode avaliar o resultado, em conjunto 
com as crianças.
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
Há diversas formas de avaliação. Neste caso, podemos ten-
tar responder algumas perguntas, como:
1) O Material destina-se a ensinar um determinado assun-
to? Com a sua utilização se conseguiu ensinar o que foi 
proposto? O objetivo foi atingido?
2) A faixa etária está adequada? Ele contempla ações que 
são compatíveis com a idade estipulada no projeto? 
3) No caso de material digital, as interfaces estão claras? 
Há facilidade de ir e vir pela criança? Ela pode individual-
mente ter as suas próprias decisões durante a utilização?
4) A motivação, grande aliada do aprendizado, pode ser 
observada nas crianças? Elas ficaram motivadas no iní-
cio, no meio e no fim da utilização do material?
5) O grau de dificuldade pode aumentar durante a execu-
ção do material? Com a utilização, a criança pode esco-
lher ações mais difíceis, conforme vai se entediando com 
os seus acertos?
Lembre-se de que essas são perguntas importantes a serem 
respondidas e a qualidade do material dependerá disso. 
Veremos, outro exemplo de material instrucional. Observe 
os itens que serão descritos no material.
Público-alvo: crianças cegas incluídas em classes comuns.
Objetivo: o objetivo deste trabalho é produzir um material 
que interaja com crianças portadoras de deficiência visual. 
Eles utilizaram o tangran para contar uma história. No mo-
mento que apareciam os personagens, o tangran era utilizado para 
criar (fisicamente) os personagens que compunham a história. As 
crianças tateavam as formas geométricas, criadas em madeira e 
formavam os personagens da história. À medida que mudavam os 
personagens na história, os alunos desmontavam e montavam o 
novo personagem que surgiu na escola.
Essa é uma estratégia de integração e inclusão de alunos ce-
gos em sala de aula com apoio de um material instrucional.
© Produção de Materiais Instrucionais20
Esperamos que você tenha entendido e aproveitado ao má-
ximo este momento. Agora é a sua vez de fazer um material instru-
cional. Mãos à obra!
Um grande abraço e bons estudos!
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados em Produção de Materiais Ins-
trucionais. 
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Materiais instrucionais: são todos os materiais que po-
dem colaborar no processo educacional ou instrucional 
do aluno, como: livros, vídeos, slides, jogos educativos, 
manuais técnicos, jornais, revistas, CDs e DVDs. Podem 
ser instrumentos digitais ou não, que servem como 
apoio à aprendizagem, estimulando o aluno a aprender 
com mais interesse.
2) Objetos de aprendizagem: são pedaços pequenos de 
instrução, flexíveis e reutilizáveis. São utilizados para um 
material e depois, unidos a outros pedaços de instru-
ção, podem se transformar em outros materiais. É uma 
nova forma de aprender, mais colaborativa e com maior 
motivação. 
3) Podcast: são arquivos de áudio que podem ser ouvidos 
pela internet ou baixados para sdrem ouvidos em equi-
pamentos periféricos (ipod, MP3, celular etc.).
4) Visão cognitivista de aprendizagem: explica a aquisição 
do conhecimento, focando a forma de pensar e reagir de 
cada indivíduo. O ponto centralé a estrutura cognitiva 
do sujeito que evolui por meio dos processos de adap-
tação (assimilação e acomodação). O indivíduo interpre-
ta a informação recebida em suas estruturas cognitivas, 
analisa, interpreta e há uma mudança na estrutura cog-
nitiva para compreender o processo, ou seja, a informa-
ção. 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
5) Visão comportamentalista de aprendizagem: explica a 
aquisição do conhecimento ligado ao comportamento 
do indivíduo, em que a aprendizagem é definida como a 
aquisição de um novo comportamento, que foi provoca-
do por um estímulo.
6) Visão construtivista de aprendizagem: explica a aquisi-
ção do conhecimento, por meio da interação do indiví-
duo com o meio. Parte do pressuposto de que todos nós 
construímos a nossa visão do mundo em que vivemos, 
por meio da reflexão sobre as nossas próprias experiên-
cias.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
© Produção de Materiais Instrucionais22
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações inter-
nas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo 
tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu co-
nhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, esta-
belecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer 
com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adap-
tado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/
mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 
mar. 2010).
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo de Produção 
de Materiais Instrucionais.
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. Observamos que este Caderno 
de Referência de Conteúdo caminha entre teoria e prática, em que 
autores como Piaget, Vigotsky, Freire, Gagné e Gardner proporcio-
nam uma visão geral do processo de crescimento e aprendizagem 
do ser humano.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
© Produção de Materiais Instrucionais24
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas. 
 Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática de ensino pode ser uma forma de você 
avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de ques-
tões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando 
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma 
maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir 
uma formação sólida para a sua prática profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas de múltipla escolha. 
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
Claretiano - Centro Universitário
25© Caderno de Referência de Conteúdo
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com 
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o 
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livrosda bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
© Produção de Materiais Instrucionais26
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
1
EA
D
Aprendizagem e 
Conhecimento 
1. OBJETIVOS
• Conceituar e compreender a aprendizagem em seus di-
versos níveis. 
• Entender o processo de aprendizagem.
• Compreender as fases do aprendizado segundo a Taxono-
mia de Bloom.
2. CONTEÚDOS
• Aprendizagem – conceituação e mecanismos da aprendi-
zagem.
• Síntese da classificação dos tipos de aprendizagem. 
• Teorias contemporâneas da aprendizagem em suas diver-
sas abordagens.
• Diretrizes do conhecimento, segundo pesquisadores.
© Produção de Materiais Instrucionais28
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir: 
1) Este Caderno de Referência de Conteúdo complementa 
diversos conceitos e proporciona uma visão prática de 
aprendizados anteriores. Portanto, lembre-se do que foi 
estudado anteriormente, em outras disciplinas, sobre a 
aquisição da aprendizagem e o desenvolvimento infantil. 
2) Taxonomia de Bloom - Pesquise sobre a taxonomia de 
Bloom e para auxiliar na sua aprendizagem, acesse o jogo 
disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edu/bloom/jo-
gobloom/memoria2.html>. Acesso em: 10 mar. 2008. 
3) Analise seu aprendizado de acordo com a taxonomia 
descrita. Desta forma, você perceberá seu desenvolvi-
mento.
4) Faça uma síntese do conteúdo proposto a cada sequên-
cia de aprendizado. Isto facilitará seu aprendizado e seu 
desempenho será melhor. Você pode criar um fluxo de in-
formações, esquematizando em tópicos o que aprendeu. 
Pesquise mais sobre os autores descritos nesta unidade, 
aprenda mais sobre suas teorias, aprofundando o que 
foi aprendido.
5) É importante que você leia os livros da bibliografia indi-
cada, para ampliar seus horizontes teóricos. 
6) Teorias de aprendizagem - Para obter mais informações 
sobre aprendizagem, é importante você pesquisar o site 
disponível em: <http://www.ufv.br/dpe/edu660/TEO-
RIAS.htm>. Acesso em: 14 jan. 2007.
7) Jean Piaget - Você poderá conhecer mais sobre a teo-
ria de Jean Piaget no site disponível em: <http://pen-
ta.ufrgs.br/~marcia/curiopia.htm>. Acesso em: 12 fev. 
2007.
8) Celestin Freinet - Você poderá conhecer mais so-
bre Freinet no site disponível em: < http://www.
educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete.
asp?idPubWiki=9581.>. Acesso em: 01 jun. 2010. 
Claretiano - Centro Universitário
29© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
9) É importante que você acesse os links sobre o trabalho 
do professor e o material didático, sugeridos a seguir:
a) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
- Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/>. Acesso 
em: 10 maio 2010.
b) Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - 
Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/>. 
Acesso em: 10 maio 2010.
c) Rede do Saber - Disponível em: <http://www.rede-
dosaber.sp.gov.br/>. Acesso em: 10 maio 2010.
d) Disponível em: < http://www.fae.ufmg.br/site-novo/ 
/>. Acesso em: 10/05/2010
e) Escola do futuro - Disponível em: <www.labvirt.
fe.usp.br/>. Acesso em: 18 maio 2010.
f) LECT – Laboratório de Ensino de Ciências e Tecnolo-
gia - Disponível em: <http://darwin.futuro.usp.br/>. 
Acesso em: 10 maio 2010.
g) As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da In-
ternet Auxiliando o Professor na Construção do 
Conhecimento - Disponível em: <http://www.pgie.
ufrgs.br/alunos_espie/espie/anap/public_html/ser-
giointernet.doc>. Acesso em: 23 jun. 2010.
h) Materiais didáticos – Disponível em: <http://www.
tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/mdeu/meio.
htm>. Acesso em: 23 jun. 2010.
Benjamin S. Bloom 
Judeu, nascido em 21 de fevereiro de 1913, em Lansford, 
Pennsylvania. Recebeu diploma de bacharelado e de mestra-
do da Universidade Estadual da Pensilvânia em 1935 e é Ph.D. 
em educação pela Universidade de Chicago, março 1942. Ele 
se tornou membro do pessoal do Conselho de Exames da Uni-
versidade de Chicago de 1940 a 1943, quando se tornou exa-
minador da universidade, cargo que ocupou até 1959. Atuou 
como consultor educacional para os governos de Israel, Índia, 
e outras nações. Foi um psicólogo educacional americano que 
contribuiu para a classificação dos objetivos educacionais e para a taxonomia 
dos objetivos educacionais.
Influenciou as teorias da aprendizagem, na segunda metade do século XX. A 
sua herança educacional está presente nos movimentos contemporâneos. Por 
© Produção de Materiais Instrucionais30
isso, as suas produções fazem parte de um estudo sério, ponderado e livre de 
preconceitos ideológicos. Bloom morreu em 13 de setembro de 1999. (Imagem 
disponível em: <http://www.eses.pt/usr/ramiro/mestria.htm>. Acesso em: 10 jun. 
2010. Texto disponível em: <http://www.spiritus-temporis.com/benjamin-bloom/>. 
Acesso em:10 jun. 2010).
Jean Piaget
Jean Piaget (1896-1980) nasceu no dia 9 de agosto de 1896, 
em Neuchâtel, na Suíça. Psicólogo e filósofo suíço, conhecido 
por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Seu 
pai, um calvinista convicto, era professor universitário de Lite-
ratura medieval.
Piaget foi um menino prodígio. Aos 11 anos de idade, publicou 
seu primeiro trabalho sobre sua observação de um pardal albi-
no. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica. 
Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural.
Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filo-
sofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade.
Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experi-
mental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra 
em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele pas-
sou a combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e sistemáti-
co - com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de 
pacientes.
Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do de-
senvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia 
genética. Piaget ensina ao pesquisar o desenvolvimento infantil, que podemos 
entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre 
a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo 
de entender como o conhecimento evolui progressivamente em estágios, isto é: 
a lógica e formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da 
lógica dos adultos.
Piaget identifica os quatro estágios de evolução mental infantil. Cada estágio é 
um período onde o pensamento e comportamento infantil é caracterizado por 
uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro estágios são: 
sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal.
Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Peda-
gogia. (Imagem disponível em: <http://tiger.towson.edu/~jlyst1/portfolio/images/
piaget.jpg>. Acesso em: 10 jun. 2010. Texto disponível em: <http://www.psico-
pedagogiabrasil.com.br/biografia_jean_piaget.htm>. Acesso em: 10 jun. 2010).
Robert Gagne Mills
Nascido em 1916, em Massachusetts, Gagneestudou na Uni-
versidade de Yale, em 1937. Ph.D. em Psicologia na Universi-
dade de Brown, em 1940. Lecionou no Connecticut College for 
Women (1940-1949) e na Pennsylvania (1945-1946). Gagne 
foi diretor de pesquisa do laboratório de habilidades percepti-
vas e motoras da Força US.Air, momento em que ele começou 
a desenvolver algumas das ideias que iria entrar em sua teo-
ria da aprendizagem abrangente chamada de “As condições 
Claretiano - Centro Universitário
31© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
de aprendizagem”. Suas pesquisas sobre problemas de treinamento militar, 
enquanto trabalhava para a Força Aérea e sua experiência como consultor do 
Departamento da Defesa dos E.U.A. (1958-1961) ajudou a ver que as teorias 
de aprendizagem de seus antecessores eram adequados para o seu projeto de 
instrução. 
Nessa época, Gagne começou a formular três princípios que ele viu contribuir 
para a instrução de sucesso: (1) fornecer instruções sobre o conjunto de tarefas, 
componente para construir uma tarefa final, (2) assegurar que cada tarefa com-
ponente é dominada, e (3) sequenciamento das tarefas para garantir a transfe-
rência, componente ideal para a tarefa final. Gagne publicou seu primeiro livro, 
conhecido por As condições de aprendizagem, em 1965. (imagem disponível 
em: <http://www.lifecircles-inc.com/Learningtheories/Gagne.html>. Acesso em: 8 
fev. 2012. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.answers.com/topic/
robert-mills-gagn>. Acesso em: 8 fev. 2012).
Lev Semenovich Vygotsky 
Lev S. Vygotsky, (nascido em Orsha, (1896 - 1934). Psicólo-
go bielo-russo, professor e pesquisador foi contemporâneo de 
Piaget, e nasceu e viveu na Rússia, numa época de conflitos 
políticos (Revolução Russa), em 17 de novembro, na cidade de 
Orsha, em Bielarus. quando morreu, de tuberculose, tinha 34 
anos. Professor dedicou-se nos campos da pedagogia e psico-
logia. Deu várias palestras em escolas, e faculdades sobre pe-
dagogia, psicologia e literatura. Partidário da revolução russa 
sempre acreditou em uma sociedade mais justa sem conflito social e exploração. 
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como re-
sultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da 
aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-
-social.
Graduou-se em Direito pela Universidade de Moscou, dedicando-se, posterior-
mente, à pesquisa literária. Entre 1917 e 1923 atuou como professor e pesquisa-
dor no campo de Artes, Literatura e Psicologia. Pensador, pioneiro na noção de 
que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações 
sociais e condições de vida. Veio a ser descoberto pelos meios acadêmicos oci-
dentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose, 
aos 37 anos. 
Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. 
Para ele, as origens da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser 
procuradas na interação do ser com as condições de vida social da espécie hu-
mana e não, como muitos acreditavam, no mundo espiritual e sensorial dos ho-
mens. É necessário analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dos 
indivíduos a partir da interação destes com a realidade.
Para Vigotsky “a experiência prática mostra que o ensino de conceitos é impos-
sível. Um professor que tentar fazer isto ocorrerá num verbalismo vazio, uma 
repetição de palavras pela criança, semelhante a um papagaio, que simula um 
conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um 
“vácuo” (1987, p. 71).
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança 
aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão 
© Produção de Materiais Instrucionais32
a trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação 
social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito e con-
flitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza social. Devem 
ser analisados e trabalhados através de fatores sociais.
A redução de reações biológicas é uma condição prévia para o aparecimento de 
fenômenos psicológicos. Vygotsky e Luria (1930/1993) explicaram isto na área 
da percepção: ‘A criança no início de sua vida tem apenas sensações orgâni-
cas - tensão - dor - calor, principalmente nas áreas mais sensíveis. Quando a 
criança deixa de sofrer influência desses processos biológicos, passa a perceber 
a realidade. A percepção da realidade requer processos biológicos como deter-
minantes de experiência, permitindo que seu organismo passe a ser afetado por 
fatores externos. Evidentemente só a realidade dos fatores externos não de-
termina completamente essa percepção. A informação de que esses processos 
biológicos se tornam disponíveis no organismo é organizado pela própria criança 
através de experiência social e cultural. A criança passa a ver o mundo com sua 
própria visão, administrando sob seu ponto de vista.
Um conceito só é caracterizado quando as características resumidas são sin-
tetizadas de forma que a resultante se torne um instrumento de pensamento. A 
criança progride na formação de conceitos após dominar o abstrato e combinar 
com pensamentos mais complexos e avançados. Na continuação da educação 
os conceitos tornam-se concretos, aplicam-se as habilidades aprendidas, por 
instruções, e as adquiridas em experiências da convivência social. (Imagem dis-
ponível em: <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_vygotsky..htm>. 
Acesso em: 12 maio 2010. Texto disponível em: <http://www.psicopedagogia-
brasil.com.br/biografia_vygotsky..htm>. Acesso em: 12 maio 2010).
Celestian Freinet 
Freinet nasceu no dia 15 de outubro de 1896, na vila de Gaves, 
nos Alpes Franceses. Celestin Freinet nasceu no sul da Fran-
ça, na região de Provença, numa família de oito filhos. Seus 
dias de escola foram profundamente desagradáveis, e afeta-
ram seus métodos de ensino e desejo de mudança. No início 
dos seus estudos explode a Primeira Guerra Mundial e ele tem 
de parar seus estudos e é a obrigado alistar-se em 1915. Teve 
uma lesão pulmonar causada por gases tóxicos e esta expe-
riência o transformou em um pacifista convicto. 
Teve uma infância e juventude rural, em meio das paisagens, modo de produção 
artesanal, comportamentos e valores de homem do campo. Sua condição de 
vida veio mais tarde influenciar sua pedagogia. Em 1920 iniciou seu trabalho 
como professor de escola primária, antes mesmo de concluir o curso normal. Foi 
quando Freinet começou a desenvolver seus métodos de ensino. Ele atuou como 
professor-adjunto em Le Bar-sur-Loup e docente em Saint-Paul.
Freinet criou várias técnicas pedagógicas, uma delas seria a “aula passeio”, pois 
acreditava que o interesse da criança não estava na escola e sim no que acon-
tecia fora dela, Freinet idealizava esta atividade com o objetivo de trazer motiva-
ção, ação e vida para a escola. 
 Para Freinet, a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de um tra-
balho real. Sua carreira docente teve início construindo os princípios educativos 
de sua prática. Ele propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica 
e portanto desligada da vida.
Claretiano - Centro Universitário
33© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
Suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da ma-
neira de pensar da criança e de como ela construía seu conhecimento. Através 
da observação constante ele percebia onde e quando tinha que intervir e como 
despertar a vontade de aprender do aluno. De acordo com Freinet, a apren-
dizagem através da experiência seria mais eficaz, porque se o aluno fizer um 
experimento e der certo, ele o repetirá e avançará no procedimento; porém não 
avançará sozinho, precisará da cooperação do professor.
Na proposta pedagógica de Freinet, a interação professor-aluno é essencial para 
a aprendizagem. Estar em contato com a realidade em que vive o aluno é funda-
mental. As práticas atuais dejornal escolar, troca de correspondência, trabalhos 
em grupo, aula-passeio são idéias defendidas e aplicadas por Freinet desde os 
anos 20 do século passado.
As idéias de Freinet começaram a incomodar os conservadores franceses, e 
Freinet é afastado da escola em que lecionava (Saint Paul), após esta ruptura 
ele cria uma escola privada e laica, trabalhando arduamente na escola, criando 
novas pedagogias, porém, o Ministério da educação recusa-se a reconhecê-la. 
Durante a Segunda guerra mundial, a escola é desativada, Freinet é preso e 
fica seriamente doente. Enquanto se estabelecia, escreveu a maior parte de sua 
obra. Com todos os obstáculos, nos anos 50 a pedagogia de Freinet se espalha 
pelo mundo. Freinet cria um movimento em prol da escola popular, defendia a 
livre expressão como um princípio pedagógico, além da educação pelo trabalho 
e a cooperação. A Pedagogia Freinet é uma proposta pedagógica que tem em 
mira modernizar a escola, marcando assim uma nova etapa da evolução da mes-
ma, através de uma gama de valores alicerçados no bom senso. Célestin Freinet 
morreu em Vence, na França, no dia 8 de outubro de 1966. (Imagem disponível 
em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per06.htm>. Acesso em: 12 mai. 2010. 
Texto disponível em: <http://www.freinet.org.br/freinet.htm>. Acesso em: 12 maio 
2010).
Paulo Freire 
Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu 
no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco. 
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire 
tornou-se uma inspiração para gerações de professores, espe-
cialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, 
sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), 
sendo preso e forçado ao exílio. 
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes 
do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a feno-
menologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada 
ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedago-
gos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos. 
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quan-
do ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu 
um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. 
Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista 
do governo João Goulart. 
A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acu-
sado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. 
© Produção de Materiais Instrucionais34
No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICI-
RA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968). 
Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 
1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). 
Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maio-
ria no continente africano, que viviam na época um processo de independência. 
No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, 
passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, 
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de 
Angola e Moçambique. 
Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois 
livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e 
À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Cam-
pinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 
Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura 
de Luíza Erundina. 
Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. 
Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Ma-
ria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo. 
Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Edu-
cação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da 
Organização dos Estados Americanos, 1992).
 “Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os 
bichos, as árvores, a terra, a água, a vida.”
(Paulo Freire). (Imagem disponível em: <http://oglobo.globo.com/educacao/
mat/2007/05/02/295589785.asp.>. Acesso em: 12 abr. 2010. Texto disponível 
em: <http://www.pensador.info/autor/Paulo_Freire/biografia/>. Acesso em: 20 
jun. 2010). 
Howard Gardner
Psicólogo americano e autor das inteligências múltiplas. Ho-
ward Gardner nasceu em Scranton, no estado norte-americano 
da Pensilvânia, em 1943, descendente de Judeus. Estudou 
em Harvard em 1961 para estudar história e direito, e conhe-
ceu o psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e isso mudou sua 
carreira: redirecionou a carreira acadêmica para os campos 
combinados de psicologia e educação. Formado em psicologia 
e neurologia, é o criador da teoria das inteligências múltiplas, 
no início da década de 1980. Na pós-graduação, pesquisou 
o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência 
humana sob orientação de Jerome Bruner. Integrou o Harvard 
Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 
1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que 
desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público 
em seu sétimo livro, Frames of Mind, de 1983, que o projetou da noite para o dia 
nos Estados Unidos. O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, 
Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre 
educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação ética 
simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona neurologia 
na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor de cognição e 
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35© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos, vem pesquisando e 
escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como Mentes 
Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do 
mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect.
(Imagem disponível em:<http://www.thinkers50.com/biographies/16/2009>. 
Acesso em: 14 jun. 2010. Texto disponível em: <http://revistaescola.abril.com.
br/historia/pratica-pedagogica/cientista-inteligencias-multiplas-423312.shtml>. 
Acesso em: 12 abr. 2010).
J. Thomas Schanck 
Membro e presidente da Hinsdale Township High School Classe 
de 1948, teve um negócio estelar e carreira de liderança. Seus 
anos de faculdade foram gastos na Dartmouth College. Depois 
de servir com grande distinção durante a Guerra da Coréia, Tom 
começou a sua carreira com Signode Steel Co. Strapping. Ele foi 
nomeado presidente e CEO em 1982 e continuou nessa função 
por 14 anos. Além de suas responsabilidades na Signode e ITW, 
Tom trabalhou em vários conselhos administrativos, incluindo a 
American National Bank Corporation, Amerifin, a Amsted Indus-
tries, Lindberg Corporation, Maytag e Snap-on-Tools, Kellogg 
School of Management at Northwestern University, the Lyric Opera of 
Chicago, the Chicago Symphony Orchestra and the Economic Club of 
Chicago. Como líder empresarial, ele também atuou nos conselhos de direção 
da Kellogg School of Management da Northwestern University, a Ópera Lírica 
de Chicago, a Chicago Symphony Orchestra e ao Clube Econômico de Chica-
go. Tom Schanck e sua esposa Barbara são residentes em Hinsdale. Schanck 
tem três filhos, Karen, William e Rebecca (imagem disponível em: <http://www.
hchsfoundation.org/hall_of_fame.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012. Texto adapta-
do do site disponível em: <http://www.hchsfoundation.org/hof_inductees/2004/
hof_2004_schanck.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012).
Seymour Papert
Seymour Papert nasceu em 1928, na África do Sul,é mate-
mático e educador no MIT (Massachussetts Institute of Tec-
nology). Papert começou a pesquisar o uso do computador 
como recurso pedagógico em sala de aula e criou a linguagem 
LOGO. Para ele, assim como para Piaget, a criança é cons-
trutora ativa de suas próprias estruturas intelectuais, e a tec-
nologia pode concretizar o formal, possibilitando a passagem 
do pensamento infantil, concreto, para o pensamento adulto, 
abstrato (CORREIA, 1999). Trabalha em um programa de edu-
cação de jovens infratores em Maine, onde mora. 
Na educação, as pessoas riram de Seymour Papert na década de sessenta quan-
do ele falou sobre as crianças que utilizam computadores como instrumentos de 
aprendizagem e para aumentar a criatividade. A ideia de um computador pessoal 
de baixo custo era ficção científica, mas Papert estava conduzindo uma investi-
gação de forma séria e sua investigação levou a muitos conhecimentos. Foi em 
seu laboratório que as crianças tiveram a primeira chance de usar o computador 
© Produção de Materiais Instrucionais36
para escrever e fazer gráficos. O Logo, linguagem de programação, foi criado lá, 
como foram os primeiros brinquedos para crianças com o built-in cálculo.
Hoje, Papert é considerado o principal especialista do mundo sobre como a tec-
nologia pode proporcionar novas formas de aprender. Ele tem realizado projetos 
educacionais em todos os continentes, alguns deles em aldeias remotas, em paí-
ses em desenvolvimento. Ele é um participante influente no desenvolvimento de 
mais oportunidades para as crianças participarem do mundo digital. Ele faz parte 
do conselho consultivo da empresa MaMaMedia Inc., cujo fundador, Idit Harel, 
era um aluno seu de doutorado, no MIT e da LEGO Mindstorms, linha de produ-
tos, que foi nomeado após o livro Mindstorms Papert: Crianças, Computadores e 
Idéias Poderosas (imagem disponível em: <http://www.papert.org>. Acesso em: 
13 maio 2010. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.papert.org/>. 
Acesso em: 31 maio 2010).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A revista Salto para o futuro (TV escola), do Ministério da 
Educação, apresenta uma visão muito interessante do que a escola 
deve ser, ou seja, “uma escola que produz conhecimento e o troca 
com outros pontos da rede-educação”.
A escola reproduz o conhecimento adquirido além de seus 
muros, não abandonando os conhecimentos produzidos dela . A 
escola precisa ser autora e ter autoridade para criar e assumir 
práticas, mudanças, artefatos etc. Para ela ser autora e assumir 
formas, deve atender alguns requisitos básicos, entre eles:
• Ser espaço em que seu alunado possa construir conhecimentos e 
competências, assim como ampliar os já construídos ao longo de 
sua vida pregressa;
• Oferecer a seus alunos e alunas sólida formação básica, que os 
prepare não só para seguir sua vida escolar, como para realizar 
as escolhas que a vida lhes apresenta a cada instante. Muito 
mais do que apenas oferecer conteúdos compartimentados por 
“áreas do saber”, o ensino deve focar a formação (e o conheci-
mento) como meio para viver e ampliar a capacidade de interfe-
rência no entorno;
• Oferecer educação que valorize tanto as dúvidas como as respos-
tas; que leve os estudantes a desenvolver visão crítica do mundo 
que vêem e criam, do próprio conhecimento e de seus meios de 
produção;
• Levar alunos e alunas a entender o conhecimento como instru-
mento de comunicação e de intervenção no mundo real;
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37© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
• Estar firme e vivamente ligada à comunidade em que se insere, 
trazendo para o universo escolar as questões cotidianas do meio 
em que se encontra. O que não significa um processo artificial 
de contextualização das disciplinas que ali são lecionadas, mas 
que os conhecimentos trabalhados tenham sentido e significado 
a partir da clareza de sua função social;
• Contribuir para a inclusão digital, oferecendo a estudantes e pro-
fessores acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TIC), gerando competência para que sejam tanto leitores como 
autores nestes meios;
• Ser flexível e receptiva às mudanças ocorridas no seu entorno 
e estar preparada para promover transformações em si, garan-
tindo seus interesses sempre que ocorram mudanças na rede-
-educação. (TORNAGHI, 2008, p. 7-8).
Com base nesta visão de uma escola forte, abrangente e 
interdisciplinar, que almejamos que todas as escolas se tornem, 
iniciaremos as unidades deste Caderno de Referência de Conteú-
do, em que reforçaremos inicialmente alguns conceitos básicos 
sobre aprendizagem e a aquisição do conhecimento. Lembre-se 
de que você conhecerá as ideias de vários pesquisadores da área 
da educação que se dedicaram ao estudo do processo de ensino-
-aprendizagem. 
A visão pedagógica apresentada é importante para a con-
fecção de um Material Instrucional de qualidade, cuja intenção é 
facilitar a aprendizagem do aluno. 
5. DEFINIÇÃO DE APRENDIZAGEM
Como aprendemos? Como as crianças aprendem?
Antes de definirmos o que são Materiais Instrucionais e 
como criá-los, é importante que você compreenda o que é apren-
dizagem. 
Aprendizagem ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
É um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência 
construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Apren-
der é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De 
© Produção de Materiais Instrucionais38
acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor 
é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado 
na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente. 
Texto disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-
-que-e-aprendizagem.htm>. Acesso em: 10 abr. 2010.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Entender como se realiza a aprendizagem é entender o ser 
humano, ou seja, como ele se desenvolve. Assim, adquirimos co-
nhecimento do mundo em que vivemos e nos organizamos quan-
to à sociedade. Tudo isso é necessário ao nosso trabalho docente, 
pois, assimilando melhor todo contexto do aluno, poderemos pro-
por estratégias mais adequadas .
Todo processo de aprendizagem é iniciado por estímulos, 
seja do próprio homem, da sua família ou da sociedade. Observe 
a Figura 1, que apresenta a ideia do processo de aprendizagem.
Figura 1 Processo de aprendizagem.
Podemos dizer que durante toda a vida, o ser humano está 
em constante processo de aprendizagem. O homem nasce, cres-
ce, desenvolve, trabalha, estuda, ou seja, a todo tempo, está em 
processo de aprendizagem. Em decorrência dessa aprendizagem, 
o homem corrige erros, supera obstáculos e adapta-se a seu am-
biente social. Portanto, podemos afirmar que a aprendizagem leva 
o ser humano a progredir progressivamente. 
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39© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
Exemplos na prática ––––––––––––––––––––––––––––––––––
- Uma criança de 4 anos brinca na piscina. Ela observa, sente, experimenta, en-
che seus brinquedinhos de água, joga fora, ouve o barulho, pondera sobre tudo 
e utiliza seus sentidos.
- Uma criança de sete anos brinca de casinha, pinta as paredes, faz comidinha.
- Duas crianças brincam de bola.
- É brincando que as crianças de todas as idades, fundamentam em seu interior 
os primeiros conceitos de matemática, física, arte. Calculam o peso, comparam 
tamanhos. É um rico solucionar de questões internas e diversos processos de 
aprendizagem!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Entender o processo de aprendizagem é, também, contribuir 
com ele, pois, ao conhecer a maneira pela qual o ser humano se 
desenvolve, ele também estará aprendendo. 
6. APRENDIZAGEM ESCOLAR E O MATERIAL DIDÁ-
TICO
No tópico anterior, você compreendeu o que é aprendiza-
gem, seus mecanismos e qual a sua importância para o desenvol-
vimento evolutivo do ser humano. Agora, enfatizaremos a apren-
dizagem escolar.No ambiente escolar, a aprendizagem, além de proporcionar 
mudanças no comportamento dos alunos, é responsável também 
por provocar muitas situações que geram o aprendizado e instru-
ções ao ser humano, a fim de capacitá-lo para a vida. Essas situa-
ções de aprendizagem escolar se refletem no cotidiano da criança, 
na família, na escola e, também, na vida social. 
Na escola, o aprendizado organizado em séries e o professor 
tem um papel muito especial, ministrando, orientando e direcio-
nando o caminho a ser percorrido. O professor tem em suas mãos 
a ferramenta extremamente necessária para ajudar e proporcio-
nar o insight necessário ao aluno: o material didático. 
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O que torna um material didático?
É importante resaltar que qualquer material utilizado para 
a aprendizagem na escola é um material didático. O giz, a cane-
ta, a lousa, os livros, o globo terrestre, o computador (mostrando 
Google Earth), o boneco que mostra os órgãos do aparelho diges-
tivo. 
Assim, há uma quantidade e uma diversidade literalmente indeter-
minadas de materiais didáticos a nossa disposição. Quanto menos 
especializados eles forem, maior o grau de elaboração e de inten-
cionalidade pedagógica do professor. E vice-versa. Em ambas as 
alternativas, quanto mais adequadas estiverem o material, em re-
lação à situação de ensino/aprendizagem em que se insere melhor 
o seu rendimento didático. (RANGEL, 2010).
Cada material tem um limite e um potencial que precisa ser 
trabalhado pelo professor em sala de aula, com criatividade pe-
dagógica e procurando identificar as diferentes situações em que 
o material pode ser inserido e vai colaborar com o processo de 
ensino-aprendizagem. 
[...] por melhor e mais especializado que seja um material, parte 
significativa de seu caráter didático decorre dos usos que professor 
e aluno, envolvidos numa situação de ensino/aprendizagem parti-
cular, fazem dele. Podemos dizer, então, que a eficácia desses re-
cursos resulta da correta formulação de uma equação entre o seu 
grau de especialização, o perfil dos sujeitos envolvidos e as caracte-
rísticas da situação. (RANGEL, 2010).
Reforcemos, então, a importância do professor na condução 
do processo de ensino aprendizagem, seja no planejamento, na 
aquisição de dados para a construção de um material instrucional 
pedagógico, na sua programação, avaliação ou na sua utilização. 
Ele assume um papel importante no desenrolar do processo de 
ensino-aprendizagem.
 A revista Salto para o futuro (2005) apresenta uma visão 
importante sobre material didático. Segundo ela, um material di-
dático, qualquer que ele seja, deve desempenhar, no exercício de 
suas funções, determinados papéis:
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41© U1 - Aprendizagem e Conhecimento 
• Propiciar e orientar uma interação adequada entre o professor e 
o aluno, em torno do objeto a ser assimilado (a compreensão de 
um texto, um conceito, um tipo de raciocínio, um modo de fazer). 
• Independentemente do grau de especialização, a primeira função 
de um material, para que possamos qualificá-lo como didático, é 
de favorecer uma interlocução pedagógica eficaz entre os sujei-
tos envolvidos no processo, de forma que a apresentação, o re-
conhecimento e a assimilação do objeto possam se dar por meio 
do diálogo, exatamente como no exemplo da construção coletiva 
da noção de referente possível para uma determinada palavra.
• Promover uma aproximação adequada dos sujeitos, e em espe-
cial do aprendiz, em relação ao objeto.
• Também independentemente de seu grau de especialização, um 
material didático adequado é aquele que permite aos sujeitos 
uma representação ao mesmo tempo possível para o nível e o 
momento do processo de ensino/aprendizagem e aceitável para 
os saberes de referência socialmente legitimados. A essa ope-
ração, às vezes bastante delicada, se convencionou chamar de 
transposição didática. De sua qualidade depende a correção con-
ceitual do instrumento.
• Colaborar significativamente para que os sujeitos envolvidos atin-
jam os objetivos estabelecidos para a situação em questão (RAN-
GEL, 2005).
Para realmente ser considerado um material instrucional di-
dático de qualidade, é preciso cumprir os objetivos a que se desti-
na, estar adequado à sua capacidade de exercer simultaneamente 
e nos níveis desejados, essas funções pré definidas. 
Livros
Em sala de aula, o material mais utilizado até hoje é o livro. 
Os livros, com o direcionamento pedagógico correto, conduzem o 
foco da aprendizagem do aluno. 
Eles cumprem um papel importante de apoio ao professor 
e de instrução didática ao aluno. Vale ressaltar que existem dife-
rentes tipos de livros escolares. Choppin (1992) distingue quatro 
grandes tipos, organizados de acordo com sua função no processo 
de ensino-aprendizado: 
© Produção de Materiais Instrucionais42
(a) os manuais ou livros didáticos, quer dizer, “utilitários da sala de 
aula” (p.16), obras produzidas com o objetivo de auxiliar no en-
sino de uma determinada disciplina, por meio da apresentação 
de um conjunto extenso de conteúdos do currículo, de acordo 
com uma progressão, sob a forma de unidades ou lições, e por 
meio de uma organização que favorece tanto usos coletivos (em 
sala de aula), quanto individuais (em casa ou em sala de aula); 
(b) os livros paradidáticos ou paraescolares, obras complementares 
“que tem por função resumir, intensificar ou aprofundar” (p. 
17) conteúdos específicos do currículo de uma disciplina, seja 
por meio de uma utilização individual em casa, seja por meio de 
uma utilização orientada pelo professor, na escola, como ocorre 
no Brasil
(c) os livros de referência, como dicionários, Atlas e gramáticas, 
destinados a servir de apoio aos aprendizados, ao longo da es-
colarização; 
(d) as edições escolares de clássicos, que reúnem, de modo inte-
gral ou sob a forma de excertos, “as edições de obras clássicas 
(gregas, latinas, estrangeiras ou em língua materna) abundan-
temente anotadas ou comentadas para o uso em sala de aula. 
(p. 16).
Há diversos materiais que precisam ser mais utilizados, pois 
proporcionam ótimos estímulos ao aluno. Assim como cada pes-
soa tem sua maneira de agir e pensar, tem também seu próprio jei-
to de aprender. Materiais como vídeos, músicas, podcasts, podem 
ser mais aplicados em escolas, pois a diversificação de materiais 
didáticos será positiva e provocará, de diferentes formas, o apren-
dizado do aluno. 
 Fora da escola, a aprendizagem das crianças se conduz por 
diversos meios: rádio, televisão, DVD, músicas, jogos, e muita práti-
ca. Além disso, há outros meios de aprendizagem, como o contato 
com a sociedade, a família, os amigos, os companheiros de estudo 
etc. Para que a escola seja motivadora e eficaz precisa aperfeiçoar 
seus processos e utilizar melhor as ferramentas tecnológicas que 
estão à disposição. O resultado serão alunos motivados e apren-
dendo muito mais.
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7. A APRENDIZAGEM E SUAS FASES, SEGUNDO A TA-
XONOMIA DE BLOOM
Taxonomia, palavra que vem do grego “taxis” e “nomos”, é 
todo sistema de classificação que possui três características: cumu-
latividade, hierarquia e eixo comum. É descrita também como a 
ciência que classifica e estabelece critérios para classificar os seres 
vivos. Também chamada de “taxionomia” ou “taxonomia”. 
Benjamim Bloom, pesquisador da aprendizagem, liderou o 
trabalho multidisciplinar de especialistas de várias universidades 
dos EUA, na década de 1950 que culminou na estruturação hierár-
quica de objetivos, intitulada: Taxonomia dos Objetivos Educacio-
nais, pularizada como Taxonomia de Bloom.
A aprendizagem pode ser classificada segundo a taxonomia 
de Bloom, que identifica três domínios educativos: 
• Cognitivo: gravam a lembrança de algo que foi aprendi-
do e que será utilizado para solucionar problemas poste-
riores. É onde o indivíduo estrutura, reorganiza, combina 
ideias ou

Outros materiais