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Escola Superior de Tecnologia de Abrantes Evolução do Sistema de Freio em Veículos Ferroviários Relatório de Estágio Carlos Miguel Figueiredo Lopes Licenciatura em Engenharia Mecânica Projeto de Formação em Sistemas de Freio Abrantes, julho de 2020 Escola Superior de Tecnologia de Abrantes Carlos Miguel Figueiredo Lopes Evolução do Sistema de Freio em Veículos Ferroviários Relatório de Estágio Coordenado por: Doutor Luís António Rodrigues de Figueiredo Ferreira Pereira Engenheiro Vítor Manuel Reis Ângelo Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico de Tomar para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Mecânica Abrantes, junho 2020 Há minha família… RESUMO _____________________________________________________ Durante as últimas décadas ocorreu um desinvestimento sistemático no setor ferroviário português, o qual se deveu entre outros, a fatores de ordem económica e à alteração de paradigmas de mobilidade. Recentemente, no entanto, tem havido por parte do governo um renovado interesse na ferrovia portuguesa que se traduziu no Programa Ferrovia 2020 com um investimento total previsto de cerca de 2000 milhões de euros para a modernização dos comboios e linhas ferroviárias nacionais. Naturalmente, para fazer face a este volume de investimento, é necessário aumentar ou requalificar a mão-de-obra qualificada da empresa Comboios de Portugal (CP), e em particular, nas áreas da manutenção e engenharia. E é precisamente aí que reside presentemente um problema, que é o fato da CP ter vindo continuamente a perder know-how precisamente nessas áreas. Este fator poderá e terá um impacto direto na disponibilidade, fiabilidade e manutibilidade dos veículos ferroviários, o que poderá levar muitas vezes à sua supressão precoce, quando simplesmente não existirem internamente soluções de reparação economicamente viáveis. Este cenário poderá ocorrer em particular no material circulante mais antigo, que beneficia da enorme experiência acumulada por diversas gerações de técnicos da CP que possibilitam o prolongamento da sua vida útil, muito para além do que era inicialmente esperado. Consequentemente, as ações de formação são de extrema importância, uma vez que diariamente estão a entrar novos colaboradores e, sendo a manutenção e engenharia uma área fulcral e de complexidade relativamente elevada, torna-se, imprescindível, capacita-los de conhecimentos técnicos, e dos métodos e práticas desenvolvidas dentro da CP. É neste contexto que emergiu a tarefa principal do meu estágio curricular: elaborar um plano de formação (e respetivos conteúdos) na área dos sistemas de freio do material circulante e que tenha como público-alvo técnicos da CP, nomeadamente, mecânicos, eletricistas e eletromecânicos. Palavras-chave: CP, Formação, Sistemas de Freio. ABSTRACT ______________________________________________________ During the last few decades, there has been a systematic divestment in the Portuguese railway sector, among others due to economic factors and the changes in mobility paradigms. Recently, however, there has been a renewed interest from the government on Portuguese railway, which resulted in the Programa Ferrovia 2020 (2020 Railway Program) with an estimated total investment of around 2000 million euros for the modernization of national trains and railway lines. Naturally, in order to face this volume of investment, it is necessary to increase or requalify CP's qualified workforce, particularly in the areas of maintenance and engineering. And that is precisely where a problem resides, which is the fact that CP has continually lost know-how, precisely in these areas. This factor may have a direct impact on the availability, reliability and maintainability of railway vehicles, which can often lead to their early suppression, when no economically viable repair solutions ca be found internally. This scenario may occur particularly in the oldest rolling stock, which benefited from the enormous experience accumulated by several generations of CP technicians who made it possible to extend its life beyond previously expected. Consequently, formation is of utmost importance since new employees are entering every day and, with maintenance and engineering being a central and relatively complex subject, it is essential to provide the new incomers with capable technical knowledge, methods and best practices developed within de CP. It is from this context that the main task of my curricular internship emerged: to elaborate a training plan (and respective contents) in the area of the brake systems of the rolling stock targeting CP technicians, namely mechanics, electricians and electro mechanics. Keywords: CP, Training, Brake Systems. What´s measured improves… [O que é medido melhora…] Peter Drucker AGRADECIMENTOS Tal como em qualquer trabalho ou tarefa, assim como na própria vida, existem altos e baixos, este estágio curricular, também não fugiu à regra e é nesse sentido que gostaria de prestar agradecimento a algumas pessoas que contribuíram positivamente para a sua realização. Em primeiro lugar gostaria de agradecer à empresa CP – Comboios de Portugal E. P. E. [Entidade Pública Empresarial] pela oportunidade que me deram de poder realizar o estágio na empresa, com a certeza de ser uma mais-valia, dado a minha enorme experiência profissional, podendo continuar a desenvolver um trabalho objetivo e gerar bons resultados, contribuindo para o crescimento da empresa, uma vez que passei por várias experiências com grande sucesso nos 25 anos enquanto colaborador, sendo os últimos 10 no cargo de Técnico Oficinal. Gostaria de agradecer ao Engenheiro Pedro Rita, à Doutora Sara Domingues, ao Engenheiro Pedro Guedes, pela celeridade, disponibilidade e prontidão em relação ao pedido e à documentação necessária, e ao Engenheiro Vítor Ângelo, pela motivação, orientação e a forma como disponibilizou os meios necessários para a elaboração do estágio. Gostaria de agradecer também ao Doutor Luís Pereira pelo empenho, dedicação, acompanhamento técnico e metodológico no âmbito dos trabalhos desenvolvidos e um agradecimento especial a todos os meus colegas de turma e de trabalho, pelo companheirismo e incentivo. Por último, à minha família, por todo o tempo que estive ausente e por todos os sacrifícios que passaram por mim. Sem a colaboração de todos, este trabalho nunca teria sido possível. Obrigado a todos! Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ I Carlos Lopes nº 80773 Índice Lista de anexos ............................................................................................................... VI Índice de figuras ............................................................................................................ VII Índice de tabelas ............................................................................................................... X Lista de abreviaturas e siglas .......................................................................................... XI 1. Introdução ............................................................................................................... 20 1.1. Objetivos do estágio ....................................................................................... 21 1.2. Estrutura do relatório ......................................................................................22 2. Identificação da empresa ........................................................................................ 23 2.1. História da empresa ........................................................................................ 23 2.2. Volume de negócios ....................................................................................... 29 2.3. Fusão entre a CP e a EMEF ............................................................................ 30 2.4. Situação atual .................................................................................................. 31 2.5. Organograma da empresa CP ......................................................................... 35 2.6. Ordenamento Operacional .............................................................................. 36 3. Tipos de manutenção .............................................................................................. 37 3.1. Algumas definições importantes .................................................................... 38 3.2. Manutenção planeada ..................................................................................... 38 3.3. Manutenção não planeada .............................................................................. 39 3.4. Manutenção planeada preventiva ................................................................... 39 3.5. Manutenção preventiva sistemática ................................................................ 39 3.6. Manutenção preventiva condicionada ............................................................ 40 3.7. Manutenção preditiva ..................................................................................... 40 3.8. Manutenção planeada corretiva ...................................................................... 41 3.9. Manutenção não planeada de emergência ...................................................... 41 3.10. Manutenção centrada na fiabilidade (RCM) .................................................. 41 4. Oficinas de manutenção.......................................................................................... 42 4.1. Parque oficinal do Centro (POC) - Instalações .............................................. 43 4.2. Descrição e valências das oficinas [2] ............................................................ 46 4.3. Tipos de reparações, visitas periódicas e outras intervenções planeadas e não planeadas. ................................................................................................................... 46 4.3.1. Tipos de reparações .................................................................................. 46 4.3.2. Visitas periódicas ...................................................................................... 47 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ II Carlos Lopes nº 80773 4.3.3. Outras intervenções planeadas.................................................................. 48 Manutenção planeada condicional.......................................................................... 49 4.3.4. Outras intervenções não planeadas ........................................................... 49 4.4. Número e distribuição dos operários .............................................................. 50 4.5. Situação atual dos veículos em reparação ...................................................... 51 4.5.1. Parque Oficinal Norte ............................................................................... 51 4.5.1.1. Oficinas de Manutenção de Contumil ............................................... 51 4.5.1.2. UMAV – Unidade de Manutenção de Alta Velocidade .................... 53 4.5.1.3. Oficinas de manutenção de Sernada do Vouga (Figura 16) .............. 53 4.5.1.4. Oficinas de manutenção de Mirandela (Figura 17) ........................... 53 4.5.1.5. Oficinas de Grande Reparação de Guifões ....................................... 54 4.5.2. Parque Oficinal Centro ............................................................................. 55 4.5.2.1. Oficinas de Manutenção e Grande Reparação do Entroncamento .... 55 4.5.3. Parque Oficinal Sul ................................................................................... 60 4.5.3.1. Oficinas de Manutenção de Oeiras .................................................... 60 4.5.3.2. Oficinas de Campolide ...................................................................... 60 4.5.3.3. Oficinas de manutenção de Santa Apolónia ...................................... 61 4.5.3.4. Oficinas do Barreiro .......................................................................... 62 4.5.3.5. Oficinas de manutenção de Vila Real Santo António ....................... 63 4.6. Necessidades e importância de formação contínua ........................................ 63 4.7. Qualificações da mão de obra na empresa CP ................................................ 64 4.7.1. Soldadores qualificados segundo as normas EN 287-1 e ISO 9606-2 ..... 64 4.7.2. Soldadores qualificados - Enchimentos segundo a Norma ASME IX ..... 65 4.7.3. Ensaios finais (mecânica) T320/T500 - Norma Interna 0.NI.RHM.1 ...... 65 4.7.4. Ensaios finais (elétrica) T320/T500 - Norma Interna 0.NI.RHM.1 ......... 65 4.7.5. Ensaios finais - carruagens (mecânica) - Norma Interna 0.NI.RHM.1 .... 65 4.7.6. Ensaios finais - carruagens (elétrica) - Norma Interna 0.NI.RHM.1 ........ 66 4.7.7. Ensaios de freio de vagão - Norma Interna 0.NI.RHM.1 ......................... 66 4.7.8. Operador de banco de ensaios de freio - Norma Interna 0.NI.RHM.1 ..... 66 4.7.9. Medição de rodados - Norma Interna 0.NI.RHM.1 - F230 ...................... 67 4.7.10. Equipamentos de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor com fluidos que empobrecem a camada de ozono (HCFC; Ex: R22) ............................ 67 4.7.11. Ar condicionado - gases fluorados com efeito estufa ........................... 68 4.7.12. Ensaios não destrutivos de líquidos penetrantes, magnetoscopia e ultrassons 68 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ III Carlos Lopes nº 80773 4.7.13. Inspeção aos rolamentos ....................................................................... 69 4.7.14. Ensaio de vibrações em motores de tração. .......................................... 69 4.7.15. Equilibragem de induzidos e rotores dos motores de tração. ............... 69 5. Sistemas de freio em veículos ferroviários ............................................................. 69 5.1. Introdução histórica [2] .................................................................................. 69 5.2. Evolução dos sistemas de freio em veículos ferroviários ............................... 77 5.2.1. Freio de contravapor ................................................................................. 77 5.2.2. Vagão de frenagem ................................................................................... 78 5.2.3. Guarda freio .............................................................................................. 78 5.2.4. Freio a vácuo ............................................................................................ 79 5.2.4.1. Limitações do freio a vácuo .............................................................. 79 5.2.5. Freio a ar comprimido .............................................................................. 80 5.2.5.1. Tabela de comparação entre o Freio a Vácuo e Ar Comprimido ...... 81 5.2.6. Freio a ar comprimido: Freio direto ......................................................... 81 5.2.6.1. Freio a ar comprimido: Limitações do freio direto ........................... 82 5.2.7. Freio a ar comprimido: Freio automático................................................. 82 5.2.8. Freio a ar comprimido: Freio automático - Dual ...................................... 82 5.2.9. Freio a ar comprimido: Freio automático de duas condutas (freio pneumático) ............................................................................................................ 84 5.2.10. Freio a ar comprimido: Freio electropneumático - EP.......................... 84 5.2.11. Freio a ar comprimido: Freio auxiliar ................................................... 84 5.2.12. Freio a ar comprimido: Sistema blending ............................................. 85 5.2.13. Freio de Estacionamento ....................................................................... 85 5.3. Tipos de freio mais comuns em veículos ferroviários .................................... 85 5.4. Sistemas de freio específicos a abordar na formação ..................................... 85 6. Formação: Sistemas de freio em veículos ferroviários ........................................... 86 6.1. Porque é que esta formação é necessária? ...................................................... 86 6.2. Quem é o público alvo? .................................................................................. 86 6.3. Objetivo da formação ..................................................................................... 86 6.4. Tipo de formação ............................................................................................ 87 6.5. Formato da formação ...................................................................................... 88 6.6. Número de horas previsto ............................................................................... 88 7. Estrutura de conteúdos da formação ....................................................................... 88 7.1. Sistema de ar comprimido .............................................................................. 89 7.2. Sistema de produção e tratamento de ar comprimido..................................... 90 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ IV Carlos Lopes nº 80773 7.2.1. Principais funções ..................................................................................... 90 7.2.1.1. Purificação do ar atmosférico ............................................................ 90 7.2.1.2. Compressão do ar atmosférico .......................................................... 91 7.2.1.3. Órgãos de controlo da pressão do Ar Comprimido ........................... 94 7.2.1.3.1. Válvula de Segurança .................................................................. 95 7.2.1.3.2. Pressostato ................................................................................... 96 7.2.1.3.3. Válvula de Retenção .................................................................... 96 7.2.1.3.4. Válvula redutora de pressão ......................................................... 97 7.2.1.3.5. Armazenagem do ar comprimido ................................................ 97 7.2.1.4. Tratamento do ar comprimido: Órgãos do sistema ........................... 98 7.2.1.4.1. Arrefecedor de Ar ........................................................................ 98 7.2.1.4.2. Separador de óleo (Desoleador) ................................................... 98 7.2.1.4.3. Órgãos de purga. ........................................................................ 100 7.2.1.4.4. Unidade de secagem do ar (Torre de secagem) ......................... 101 7.3. Sistema de freio pneumático......................................................................... 105 7.3.1. Órgãos do sistema de freio pneumático UQE2300/2400 ....................... 107 7.3.1.1. Válvula de Maquinista FHD4-3 (B1) e válvula relé RH3-EP (B2) 108 7.3.1.2. Distribuidor de freio ........................................................................ 111 7.3.1.3. Válvula de carga do freio RLV (C9) ............................................... 113 7.3.1.4. Cilindros de freio/Blocos de freio ................................................... 114 7.3.1.5. Timoneria de freio ........................................................................... 115 7.3.1.6. Regulador de freio ........................................................................... 116 7.3.1.7. Guarnições de freio ......................................................................... 116 7.3.1.8. Funcionamento do aperto do freio pneumático ............................... 117 7.3.1.9. Funcionamento do desaperto do freio pneumático ......................... 118 7.4. Sistema de freio electropneumático .............................................................. 122 7.4.1. Órgãos do sistema de freio electropneumático UQE2300/2400 ............ 122 7.4.2. Funcionamento do aperto do freio electropneumático ........................... 122 7.4.3. Funcionamento do desaperto do freio electropneumático ...................... 123 7.5. Sistema blending .......................................................................................... 123 7.5.1. Órgãos do sistema blending ....................................................................... 123 7.5.2. Funcionamento do sistema blending ...................................................... 124 7.6. Sistemas de freio de emergência .................................................................. 125 7.6.1. Atuação pela válvula maquinista FHD4-3 B1 movimentada para emergência ............................................................................................................ 126 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ V Carlos Lopes nº 80773 7.6.2. Atuação pela válvula maquinista FHD4-3 B1 movimentada para emergência ............................................................................................................ 126 7.6.3. Atuação pela válvula de emergência SBV1 B3 ou válvula de Murro .... 127 7.6.4. Atuação pelo sinal de alarme .................................................................. 132 7.6.5. Atuação pelo sistema Homem Morto ..................................................... 134 7.6.5.1. Constituição do sistema HM ........................................................... 134 7.6.5.2. Funcionamento do sistema mecânico do HM ................................. 135 7.6.5.3. Funcionamento do sistema eletrónico do HM................................. 136 7.6.5.4. Funcionamento da electroválvula L8 posição de serviço................ 137 7.6.5.5. Funcionamento da electroválvula L8 atuação de emergência ......... 138 7.6.6. Atuação promovido pelo sistema Convel ............................................... 140 7.6.6.1. Funcionamento da electroválvula D1 posição de serviço ............... 141 7.6.6.2. Funcionamento da electroválvula D1 atuação de emergência ........ 141 7.6.6.3. Esquema de funcionamento do sistema Convel .............................. 141 8. Conclusões ............................................................................................................ 143 9. Recomendações .................................................................................................... 144 Bibliografia ................................................................................................................... 145 Webgrafia ..................................................................................................................... 145 Anexos .......................................................................................................................... 147 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________VI Carlos Lopes nº 80773 Lista de anexos Anexo 1 - Matriz de competências F250. Anexo 2 - Instrução de trabalho. Anexo 3 - Instrução de ensaio. Anexo 4 - Registo de ensaio. Anexo 5 - Auto de retorno ao serviço. Anexo 6 - Nota de recuperação. Anexo 7 - Ordem de manutenção. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ VII Carlos Lopes nº 80773 Índice de figuras Figura 1. Organização do trabalho durante pandemia COVID – 19. ............................. 33 Figura 2. Desinfeção de comboios. ................................................................................ 34 Figura 3. Organograma da empresa CP - Comboios de Portugal. .................................. 35 Figura 4. Ordenamento operacional. .............................................................................. 36 Figura 5. Tipos de manutenção....................................................................................... 37 Figura 6. POC – Instalações. .......................................................................................... 43 Figura 7. Oficina material motor Entroncamento. .......................................................... 44 Figura 8. Layout da oficina de material motor. ............................................................. 45 Figura 9. Locotrator. ....................................................................................................... 51 Figura 10. Locomotiva diesel 1900. ............................................................................... 51 Figura 11. Automotora Dupla Diesel UDD. ................................................................... 51 Figura 12. Locomotiva Elétrica 2600. ............................................................................ 52 Figura 13. Locomotiva a vapor E170. ............................................................................ 52 Figura 14. Composição de emergência........................................................................... 52 Figura 15. CPA4000 (Pendular). .................................................................................... 53 Figura 16. Automotora Diesel Série 9600. ..................................................................... 53 Figura 17. Metro Ligeiro. ............................................................................................... 53 Figura 18. Metro do Porto .............................................................................................. 54 Figura 19. Carruagens SChindler ................................................................................... 54 Figura 20. Locotrator Sentinel. ....................................................................................... 55 Figura 21. Allan série 0350. ........................................................................................... 55 Figura 22. UTE série 2240. ............................................................................................ 55 Figura 23. UME série 3150/3250 ................................................................................... 56 Figura 24. UQE da Série 2300/2400. ............................................................................. 56 Figura 25. UQE3500. ..................................................................................................... 56 Figura 26. CPA 4000 (Pendular) .................................................................................... 57 Figura 27. Carruagem. .................................................................................................... 57 Figura 28. Guindaste Ferroviário Y21. ........................................................................... 57 Figura 29. Dresina. ......................................................................................................... 58 Figura 30. Veiculo VCC. ................................................................................................ 58 Figura 31. Reparação de bogies, cilindros de freio e amortecedores. ............................ 58 Figura 32. Reparação de rodados e caixas de transmissão. ............................................ 59 Figura 33. Reparação de equipamentos elétricos e eletrónicos. ..................................... 59 Figura 34. Reparação de equipamentos mecânicos e pneumáticos. ............................... 59 Figura 35. Reparação de motores de tração, máquinas rotativas e bobinagem. ............. 59 Figura 36. UME série 3150/3250. .................................................................................. 60 Figura 37. UQE da Série 2300/2400. ............................................................................. 60 Figura 38. UQE3500. ..................................................................................................... 61 Figura 39. Locotratores................................................................................................... 61 Figura 40. Automotora Dupla Diesel UDD. ................................................................... 61 Figura 41. Carruagem corrail. ........................................................................................ 62 Figura 42. Comboio socorro. .......................................................................................... 62 Figura 43. Locomotiva Diesel Série 1400. ..................................................................... 62 Figura 44. Automotora Dupla Diesel UDD. ................................................................... 63 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736553 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736554 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736555 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736557 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736558 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736559 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736560 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736561 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736562 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736563 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736564 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736565 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736566 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736567 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736568 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736569 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736570 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736571 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736572file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736573 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736574 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736575 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736576 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736577 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736578 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736579 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736580 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736581 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736582 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736583 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736584 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736585 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736586 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736587 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736588 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736589 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736590 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736591 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736592 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736593 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736594 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736595 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736596 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ VIII Carlos Lopes nº 80773 Figura 45. Locomotiva a vapor 1804 (Richard Trevithick)............................................ 71 Figura 46. Locomotiva a vapor - 1812 (John Benkinsop). ............................................. 71 Figura 47. Locomotiva a vapor nº1 em Darlington Railway Center and Museum. ....... 72 Figura 48. Locomotiva a vapor Rocket (foguete)........................................................... 72 Figura 49. Bitola padrão 1435mm. ................................................................................. 73 Figura 50. Locomotiva a vapor 141R 1199. ................................................................... 73 Figura 51. Locomotiva a vapor "Mallard" ...................................................................... 74 Figura 52. Locomotiva a vapor “Big Boy” .................................................................... 75 Figura 53. Locomotiva a vapor “D. Luiz”. ..................................................................... 76 Figura 54. Inauguração do primeiro serviço publico caminhos de Ferro em Portugal .. 76 Figura 55. Vagão de freio 1254C. .................................................................................. 78 Figura 56. Guarda freio. ................................................................................................. 78 Figura 57. Diagrama de Blocos do Sistema Freio a Vácuo. ........................................... 79 Figura 58. Cilindro de freio a vácuo. .............................................................................. 80 Figura 59. Diagrama de blocos dos sistemas de freio a ar direto ................................... 81 Figura 60. Esquema Simplificado do Sistema de Freio automático. .............................. 82 Figura 61. Válvula de maquinista M8D ......................................................................... 83 Figura 62. Distribuidor Ar e Vácuo ................................................................................ 83 Figura 63. Diagrama de bloco freio automático de duas condutas. ................................ 84 Figura 64. Filtro de malha de aço ................................................................................... 90 Figura 65. Compressor de êmbolo UQE2300/2400. ...................................................... 92 Figura 66. Diagrama de blocos funcionamento do compressor de êmbolo.................... 93 Figura 67. Foto em corte do compressor de parafuso. ................................................... 93 Figura 68. Esquema de funcionamento do compressor de parafuso. ............................. 94 Figura 69. Válvula de segurança. ................................................................................... 95 Figura 70. Pressostato. .................................................................................................... 96 Figura 71. Válvula de retenção A5. ................................................................................ 96 Figura 72. Válvula redutora de pressão. ......................................................................... 97 Figura 73. Reservatório de ar comprimido. .................................................................... 97 Figura 74. Arrefecedor de ar........................................................................................... 98 Figura 75. Separador de óleo. ......................................................................................... 99 Figura 76. Diafragma danificado por óleo...................................................................... 99 Figura 77. Esquema de funcionamento dos equipamentos A7 e A14. ......................... 101 Figura 78. Unidade de secagem UQE2300/2400. ........................................................ 101 Figura 79. Esquema de funcionamento da torre de secagem UQE2300/2400. ............ 102 Figura 80. Esquema funcionamento do sistema de produção e tratamento de ar. ........ 103 Figura 81. Compressor auxiliar UQE2300/2400. ......................................................... 104 Figura 82. Esquema de funcionamento do circuito do pantógrafo. .............................. 104 Figura 83. Pantógrafo UQE2300/2400. ........................................................................ 105 Figura 84. CP e CG no Cabeçote de um veiculo. ......................................................... 106 Figura 85. Conduta dos Cilindros de Freio dos reboques UQE2300/2400. ................. 107 Figura 86. Válvula relé RH3-EP e Válvula de Maquinista FHD4-3. ........................... 108 Figura 87. Esquema de funcionamento válvula FHD4-3 posição aperto do freio. ...... 109 Figura 88. Esquema de funcionamento válvula FHD4-3 posição desaperto do freio. . 110 Figura 89. Esquema de funcionamento válvula relé RH3-EP. ..................................... 111 Figura 90. Distribuidor de freio KE1dt – DTB01. .......................................................113 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736597 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736598 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736602 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736605 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736606 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736607 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736608 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736609 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736610 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736611 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736612 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736613 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736614 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736615 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736616 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736617 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736619 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736620 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736621 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736622 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736623 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736624 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736625 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736626 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736627 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736628 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736629 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736630 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736631 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736632 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736633 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736634 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736636 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736637 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736638 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ IX Carlos Lopes nº 80773 Figura 91. Válvula de carga RLV 9 UQE2300/2400. .................................................. 114 Figura 92. Bloco de freio UQE2300/2400.................................................................... 115 Figura 93. Timoneria de freio. ...................................................................................... 116 Figura 94. Foto em corte do Regulador de freio DRV2A 320K. ................................. 116 Figura 95. Guarnições. ................................................................................................. 117 Figura 96. Esquema pneumático motora UQE2300/2400. ........................................... 119 Figura 97. Esquema pneumático reboque UQE 2300/2400. ........................................ 120 Figura 98. Cabina de condução UQE 2300/2400. ........................................................ 121 Figura 99. Digrama de Blocos do funcionamento do sistema blending. ...................... 125 Figura 100. Esquema de funcionamento da válvula de murro. .................................... 128 Figura 101. Desenho da válvula SBV1 - B3 (- válvula de murro) ............................... 129 Figura 102. LE5613 acidente em Alfarelos ano de 2013. ............................................ 130 Figura 103. CPA4007 Acidente em Santarém 23 de abril de 2020 .............................. 131 Figura 104. Esquema de funcionamento do sinal de alarme. ....................................... 133 Figura 105. Caixa de comando designada SIFA. ......................................................... 135 Figura 106. Esquema de Funcionamento do sistema HM da LD1400. ........................ 136 Figura 107. Esquema de Funcionamento do sistema HM da UQE2300/2400. ............ 136 Figura 108. Quadro Lumitext da cabina condução UQE2300/2400. ........................... 137 Figura 109. Esquema de Funcionamento L8 posição Serviço...................................... 138 Figura 110. Esquema de Funcionamento L8 Atuação de emergência. ........................ 139 Figura 111. Sistema Convel na Via. ............................................................................. 141 Figura 112. Sistema Convel na Composição ................................................................ 142 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736643 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736645 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736646 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736647 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736648 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736649 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736654 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736656 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736662 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45736663 Estágio Curricular na Empresa CP__________________________________________________________________________________________________________ X Carlos Lopes nº 80773 Índice de tabelas Tabela 1. Número de passageiros por ano em milhões. ................................................. 32 Tabela 2. Distribuição dos colaboradores na manutenção e engenharia do POC ......... 50 Tabela 3. Soldadores Qualificados segundo a Norma EN287-1 e ISO 9606-2. ............. 64 Tabela 4. Soldadores Qualificados - Enchimento segundo a Norma ASME IX. ........... 65 Tabela 5. Ensaios finais (mecânica) - Norma Interna O N.I. RHM.1. ........................... 65 Tabela 6. Ensaios finais (elétrica) - Norma Interna O N.I. RHM.1. .............................. 65 Tabela 7. Ensaios finais - carruagens (mecânica) - Norma Interna O N.I. RHM.1........ 65 Tabela 8. Ensaios finais carruagens (elétrica) - Norma Interna O N.I. RHM.1 ............. 66 Tabela 9. Ensaios freio de vagão - Norma Interna O N.I. RHM.1 ................................. 66 Tabela 10. Operador de banco de ensaios de freio - Norma Interna O N.I. RHM.1. ..... 66 Tabela 11. Medição de rodados - Norma Interna O N.I. RHM.1 ................................... 67 Tabela 12. Equipamentos que empobrecem a camada de ozono (HCFC; Ex: R22) ...... 67 Tabela 13. Ar condicionado – gases fluorados com efeito de estufa ............................. 68 Tabela 14. Ensaios líquidos penetrantes, magnetoscopia e ultrassons ........................... 68 Tabela 15. Inspeção aos rolamentos ............................................................................... 69 Tabela 16. Ensaio de vibrações em motores de tração ................................................... 69 Tabela 17. Equilibragem de induzidos e rotores dos motores de tração ........................ 69 Tabela 18. Tabela de comparação entre o freio a vácuo e Ar Comprimido ................... 81 file:///C:/Users/Carlos%20Lopes/Desktop/Relatório_Estágio_Carlos_Lopes_80773_Julho_2020_CL_15-07-2020.docx%23_Toc45739215 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ XI Carlos Lopes nº 80773 Lista de abreviaturas e siglas EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, S.A. Empresa CP - Comboios de Portugal E. P. E. [Entidade Pública Empresarial]. RCM - Reabilitação Centrada na Manutenção. POC - Parque Oficinal do Centro. UROT - Unidade Rotáveis. Freio EP - Freio Electropneumático. AC - Ar Comprimido. B1 - Válvula de Maquinista. B2 - Válvula Relé. RLV - Válvula de Carga do Freio. CP - Conduta Principal. CG (HL) - Conduta Geral. CF (HP) - Cilindros de Freio. CI (AL) - Conduta Iqualizadora. UCC - Unidade Central de Comando. UCT - Unidade Central de Tração. HM - Sistema de Controlo Homem Morto. CONVEL - Sistema de Controlo de Velocidade. PEV - Plano Exploração de Vida. QAS - Qualidade Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho. HSST - Higiene Segurança e Saúde no Trabalho. UTE - Unidade Tripla Elétrica UME - Unidade Múltipla Elétrica UQE - Unidade Quádrupla Elétrica CPA 4000 - Comboio Pendulação Ativa VCC - Veiculo Conservação de Catenária HFC - Hidrofluorocarbonetos GWP - Potencial Aquecimento Global Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 20/159 Carlos Lopes nº 80773 1. Introdução Este relatório “Projeto de Formação em Sistemas de Freio” surge no âmbito do estágio curricular do curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica, para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Mecânica na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. O estágio foi desenvolvido na empresa CP – Comboios de Portugal E.P.E. [1], na secção de pneumáticos na UROT - Manutenção e Engenharia, Parque Oficinal do Centro (POC) e ocorreu entre o dia 06 de abril e o dia 29 de junho de 2020, tendo uma duração de 297 horas. A CP trata-se de uma empresa portuguesa de transporte ferroviário, tendo sido criada em 11 de maio de 1860 pelo empresário espanhol José de Salamanca y Mayol com o nome de Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Desde dezembro de 1992 até 31 de dezembro de 2019, a manutenção de toda a frota dos veículos ferroviários da CP esteve a Cargo de empresa EMEF. A EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, S.A. foi constituída em dezembro de 1992. O seu capital social era detido a 100% pela CP – Comboios de Portugal, E.P.E. Foi criada como resultado da autonomização da área industrial da empresa CP destinada à reparação e reabilitação do material circulante, inclui todo o material que circula (locomotivas, automotoras, carruagens, vagões…) por contraste com a infraestrutura (carris …) tendo sido nas últimas décadas a empresa portuguesa de referência no sector da metalomecânica ferroviária, desenvolvendo a sua atividade em cinco áreas distintas: Manutenção qualificada pesada – grande reparação, modernização, reabilitação de material circulante ferroviário e reacondicionamento dos respetivos componentes e equipamentos; Manutenção qualificada ligeira – manutenção preventiva sistemática e condicionada e manutenção corretiva de material circulante ferroviário; Projeto e fabrico (vagões); Conceção e desenvolvimento de projetos no âmbito da tecnologia ferroviária; Operações de carrilamento, no âmbito de trabalhos de socorro a material circulante ferroviário. https://pt.wikipedia.org/wiki/Comboios_de_Portugal Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 21/159 Carlos Lopes nº 80773 1.1. Objetivos do estágio O principal objetivo deste estágio é a elaboração de um programa de formação em sistemas de freio destinado aos técnicos da CP da área da manutenção e engenharia. O programa de formação deverá ter em linha de conta a tipologia das competências que se pretende desenvolver nos formandos. Em particular o conhecimento em detalhe dos sistemas de freio, dos seus aspetos funcionais, bem como a partilha do conhecimento acumulado por diversas gerações de operários que passaram pelas oficinas da CP nas áreas da manutenção, reabilitação e fabrico de veículos ferroviários. Estas gerações desenvolveram soluções e metodologias internas mais económicas e/ou mais eficientes dos que as recomendadas pelos fornecedores dos diversos equipamentos que compõem um sistema de freio, e consequentemente é de absoluta importância fazer a divulgação deste corpo valioso de conhecimento ás gerações de operários que se vão sucedendo. Por outro lado, um conhecimento detalhado dos sistemas freio capacita os técnicos a diagnosticarem e resolverem de forma mais rápida e eficiente avarias mais complexas, que saem fora do âmbito das intervenções comuns de manutenção. Outro aspeto que deverá ser avaliado é o nível de formação do público-alvo, para que a formação seja efetivo e chegue de forma aproximadamente uniforme a todos os formandos ainda que com diferenças substanciais do nível de formação académica entre eles. Adicionalmente há um conjunto de atividades que serão desenvolvidas durante o estágio nomeadamente: a identificação do público alvo da formação. a identificação dos objetivos pedagógicos. a identificação dos conteúdos programáticos a elaboração de material didático de apoio à formação. a definição das modalidades de formação. a determinação dos recursos (tempo, recursos, humano, recursos técnicos, recursos materiais, recursos financeiros.). Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 22/159 CarlosLopes nº 80773 1.2. Estrutura do relatório O relatório é constituído por oito capítulos, no primeiro capítulo foi apresentada uma introdução que contextualiza o objetivo do trabalho e dá a conhecer a estrutura do relatório. O segundo capítulo traz a identificação da empresa CP, onde se mostra um pouco da sua história, o volume de negócios, assim como a fusão que ocorreu recentemente no dia 1 de janeiro de 2020, entre a CP e a EMEF- o que potencialmente poderá vir a reforçar a capacidade operacional e funcional da principal operadora nacional de transporte ferroviário de passageiros. Aproveita-se também, para fazer uma pequena abordagem sobre a sua situação atual. O terceiro capítulo, pretende mostrar os diversos tipos de manutenção que são executados pela empresa CP. No quarto capítulo, é feita uma breve apresentação das oficinas de manutenção, assim como as suas valências, tendo por objetivo mostrar os vários tipos de reparações que são efetuadas ao material circulante que se encontram distribuídos pelas oficinas dos vários parques oficinais de Norte a Sul do País. Neste capítulo aponta-se ainda, para a necessidade e importância da formação contínua, assim como, as qualificações em áreas específicas dos trabalhadores da CP, como é o caso dos sistemas de freio, com uma implicação preponderante na manutenção dos veículos ferroviários. O capítulo cinco, descreve os sistemas de freio em veículos ferroviários, onde é feita uma descrição histórica e a sua evolução desde os tempos do vapor até aos dias de hoje. No capítulo seis irá ser abordada a formação em sistemas de freio. O capítulo sete apresenta a estrutura dos conteúdos da formação que foi preparada, com o objetivo de capacitar os técnicos da CP com o conhecimento técnico necessário que lhes permita no futuro mais competências para enfrentar os desafios inerentes aos desenvolvimentos nas suas áreas de ação. No Oitavo capítulo apresenta-se a conclusão e baseado nesta, fazem-se recomendações. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 23/159 Carlos Lopes nº 80773 2. Identificação da empresa A CP – Comboios de Portugal E.P.E. é uma entidade pública empresarial detida a 100% pelo Estado. Como agente ativo da sociedade, a empresa CP assume a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento económico e para a coesão social do país e dos seus cidadãos, através de um bom desempenho da sua atividade comercial. Com cerca de 145 milhões de passageiros transportados em 2019, mais 19 milhões do que em 2018, ou seja, um aumento de 15%, confirmando a tendência de crescimento, verificada em anos anteriores, tendo sido transversal a todos os serviços, faz com que, a CP seja uma das mais representativas empresas portuguesas e a maior empresa de transportes terrestres a operar em Portugal. 2.1. História da empresa O princípio do caminho de ferro em Portugal, ocorre em 26 de outubro 1856, tendo sido um dos mais importantes acontecimentos da época. Desde então, muitos são os marcos que marcaram a história do transporte ferroviário em Portugal – de um projeto inicial de ligação ferroviária entre Lisboa e Porto e posteriormente à fronteira de Badajoz, alcançou-se numa verdadeira rede ferroviária, com ligações internas e externas, que em muito contribuíram para o desenvolvimento do País e da sua aproximação à Europa. Até ao ano de 1993, a CP assegurava a manutenção da sua própria frota, nesse ano, foi criada a EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários, como resultado da autonomização da área industrial da CP destinada à reparação e reabilitação do material circulante, tendo mantido essa responsabilidade durante os últimos 25 anos, tendo desempenhado um importante e fundamental papel na indústria metalomecânica do nosso país. Segue-se uma breve cronologia da evolução da EMEF [2]: 1993 Criação da empresa, EMEF a 30 de janeiro. A EMEF passou a desenvolver a atividade de reparação de material circulante e seus componentes, que anteriormente era desenvolvida pela CP, nos seguintes estabelecimentos: Grupo Oficinal do Porto https://www.emef.pt/ Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 24/159 Carlos Lopes nº 80773 Grupo Oficinal da Figueira da Foz Grupo Oficinal do Entroncamento Grupo Oficinal do Barreiro 1994 Alargou a sua área de atividade, englobando a manutenção do material ferroviário. Passaram também a fazer parte da EMEF as seguintes áreas oficinais: Região de Manutenção Norte (que mais tarde passou a ter a designação de Manutenção Norte), incluindo as oficinas de Contumil, Boavista, Mirandela, Livração, Régua e Sernada do Vouga. Região de Manutenção Centro (que mais tarde passou a ter a designação de Manutenção Centro), incluindo as oficinas de Entroncamento, Coimbra e Figueira da Foz. Manutenção de Material de Mercadorias, incluindo a oficina de Entroncamento. Região de Manutenção de Lisboa (que mais tarde passou a ter a designação de Manutenção de Lisboa), incluindo as oficinas de Campolide, Oeiras e Santa Apolónia. Região de Manutenção do Sul (que mais tarde passou a ter a designação de Manutenção Sul), incluindo as oficinas do Barreiro e Vila Real de Santo António. 1997 Foi criada a Manutenção e Reparação de Material de Mercadorias – MRM. 1998 Iniciou-se, nas instalações do Grupo Oficinal do Porto, a atividade de manutenção qualificada de material circulante a afetar ao metro ligeiro de superfície da área metropolitana do Porto (metro do Porto). Em outubro, a responsabilidade do estabelecimento de Coimbra passou para a Região de Manutenção Centro. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 25/159 Carlos Lopes nº 80773 1999 A empresa iniciou a preparação para a internacionalização das suas atividades com uma participação na constituição da FERTREM – Operações Ferroviárias Internacionais, S.A., dedicando-se à assistência técnica, industrial e comercial a entidades nacionais e estrangeiras no sector ferroviário. 2000 Em agosto, foi obtida a Certificação da Qualidade de acordo com a Norma NP EN/ISO 9002/1995. 2002 O Sistema de Gestão da Qualidade foi certificado de acordo com a Norma NP EN ISO 9001. Em novembro foi efetuada uma restruturação no ordenamento operacional, nomeadamente no núcleo de Manutenção da Figueira da Foz, incluindo as oficinas da Figueira da Foz e de Coimbra. 2004 Foi extinto o Grupo Oficinal da Figueira da Foz, em dezembro. 2005 A empresa iniciou atividade no sector da construção ferroviária, sendo escolhida como unidade industrial, no âmbito de um contrato de fornecimento e reabilitação de vagões de mercadorias entre o Estado Português e a República da Bósnia & Herzegovina. 2007 Em janeiro, foi extinta a Manutenção e Reparação de Material de Mercadorias, tendo a sua atividade de manutenção de vagões sido integrada na Manutenção Centro. A atividade de reparação de vagões foi integrada no Grupo Oficinal do Entroncamento. Em dezembro foram criadas a Unidade de Inovação e Tecnologia Ferroviária (UITF) e a Unidade de Novos Projetos (UNP). Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 26/159 Carlos Lopes nº 80773 2008 Em janeiro foi desativada a oficina de Coimbra, da Manutenção Centro, sendo a sua atividade transferida para a Manutenção da Figueira da Foz. Em julho foi criada a Direção de Planeamento e Controlo da Produção. Em setembro foi criadoo Parque Oficinal do Entroncamento (POE), que absorveu o Grupo Oficinal do Entroncamento e a Manutenção Centro. 2009 Em janeiro os Serviços Centrais da EMEF foram transferidos de Lisboa para a Amadora. Em fevereiro foi criado o Parque Oficinal do Sul (POS), que absorveu o Grupo Oficinal do Barreiro e a Manutenção Sul. Na mesma data foram também criados os seguintes órgãos: Direção Comercial e de Marketing, Apoio Jurídico e Contencioso e Apoio Técnico, Património e Obras de Construção Civil. Foi constituído, a 28 de agosto, o ACE-Agrupamento Complementar de Empresas entre a EMEF S.A. e a Siemens S.A. para a reparação e manutenção das locomotivas elétricas da CP séries 5600 e 4700. Foi criada, a 1 de outubro, a Unidade de Manutenção de Alta Velocidade (UMAV), sediada em Contumil. Foi criado o Parque Oficinal do Norte (PON), que absorveu o Grupo Oficinal do Porto e a Manutenção Norte. 2010 Em 14 de junho foi constituída a EMEF INTERNACIONAL, S.A. tendo como principal objeto o fabrico de vagões e vocacionada para o mercado externo. 2011 Em janeiro foi criada a Direção de Inovação e Engenharia Ferroviária, que absorveu a Unidade de Inovação e Tecnologia Ferroviária e a Direção de Engenharia. Foi criado o Parque Oficinal Centro (POC), que absorveu o Parque Oficinal do Entroncamento e a Manutenção da Figueira da Foz. O Parque Oficinal do Sul (POS) absorveu a Manutenção de Lisboa. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 27/159 Carlos Lopes nº 80773 Foi encerrada a oficina de Livração do Parque Oficinal do Norte, em fevereiro. Em dezembro, foram encerradas as oficinas da Régua (PON) e da Figueira da Foz (POC). 2012 O Sistema de Gestão de Recursos Humanos da EMEF foi certificado conforme a NP 4427. Em junho foi extinta a EMEF – INTERNACIONAL, S.A. Em novembro foi extinta a Direção de Inovação e Engenharia Ferroviária, tendo sido criadas a Direção de Engenharia e a Unidade de Inovação e Desenvolvimento. 2013 Em 9 de janeiro foi extinta a Unidade de Novos Projetos (UNP). Em 18 de Março foi criado o cargo de Diretor Geral, diretamente dependente do Conselho de Administração. Em 2 de abril foram criadas, na dependência direta do Diretor Geral, as Direções de Coordenação de Engenharia e Gestão Operacional e a Direção de Coordenação Financeira, Logística e Organizacional. Em 16 de julho houve uma reorganização global da empresa, que incluiu a criação de novas direções, de novas áreas e a redefinição das responsabilidades de alguns domínios de intervenção: Foram criadas a Direção de Desenvolvimento de Negócio, a Área de Controlo de Gestão, a Área Jurídico e Secretariado Executivo e a Área da Segurança, Qualidade e Ambiente (dependentes do Diretor Geral), bem como a Área de Auditoria Interna (dependente do Conselho de Administração). As Direções Financeira, de Recursos Humanos, Logística e de Sistemas de Informação passaram a depender do Diretor Coordenador das Áreas de Suporte. A Direção de Engenharia, os Parques Oficinais do Norte, do Centro e do Sul, a Unidade de Manutenção de Alta Velocidade e a Área de Planeamento Integrado da Produção passaram a depender do Diretor Coordenador das Áreas Operacionais. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 28/159 Carlos Lopes nº 80773 Em agosto foi obtida a certificação conforme a Diretiva 2004/49 (EU) nº 445/2011 pela APNCF (Associação Portuguesa para a Normalização e Certificação Ferroviária), para a função Manutenção de Material Rebocado de Mercadorias – vagões. Em dezembro foi criada a NOMAD TECH, sociedade constituída pela EMEF S.A. e pela empresa britânica NOMAD DIGITAL. 2015 Em novembro foi obtida a certificação conforme a Diretiva 2004/49 (EU) nº 445/2011 pela APNCF (Associação Portuguesa para a Normalização e Certificação Ferroviária) para as quatro funções previstas nesse Regulamento (função de gestão; função de gestão da manutenção; função de gestão da manutenção da frota e função de execução da manutenção), passando a ser Entidade Responsável pela Manutenção (ERM) de vagões e a única empresa portuguesa com esta certificação para todo o tipo de vagões. 2016 Em 26 de janeiro foi efetuado um ajustamento à organização da EMEF: Alterou-se as atribuições da Direção de Desenvolvimento do Negócio que passou a centrar a sua atividade na área comercial e de negócio interno; Foi criada a Área de Relações Internacionais e Comunicação Externa na dependência do Diretor Geral. Foi criada a Unidade de Mercadorias (UMER), resultante da autonomização da atividade de manutenção e reparação de Material Rebocado de Mercadorias e de Material de Via, até aí integrada no POC, ficando na dependência do Diretor Coordenador das Áreas Operacionais. Foi criada a Unidade de Rotáveis (UROT), resultante da autonomização da atividade de reparação de rotáveis, até aí integrada no POC, ficando na dependência do Diretor Coordenador das Áreas Operacionais. A Área de Comunicação Interna foi integrada na Direção de Recursos Humanos. Foi criada a Área de Contabilidade Analítica na Direção Financeira. Em 02 de novembro foi efetuada a reorganização dos Serviços de Qualidade, Ambiente e Segurança. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 29/159 Carlos Lopes nº 80773 Foi criada a Direção de Segurança, que passou a integrar as áreas da Segurança no Trabalho e da Conservação e Segurança de Instalações e Bens. A Área de Segurança, Qualidade e Ambiente passou a designar-se por Área da Qualidade e Ambiente; Foi extinta a Área de Relações Internacionais e Comunicação Externa, passando o Diretor Geral a assumir as respetivas atribuições e funções. 2017 Em 27 de junho foi revista a organização dos Serviços Segurança e Saúde no Trabalho (SST) da seguinte forma: A Área de Qualidade e Ambiente assumiu as atribuições relativas à Segurança e Saúde no Trabalho, passando a designar-se por Área de Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho. 2019 Foi constituído, o ACE-Agrupamento Complementar de Empresas entre a EMEF S.A. e a Medway para a reparação e manutenção de Vagões. 2020 Em 1 de janeiro de 2020 ocorre a fusão entre a CP e a EMEF. 2.2. Volume de negócios No ano de 2019 a empresa EMEF teve um volume de faturação de 74 milhões de Euros. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 30/159 Carlos Lopes nº 80773 2.3. Fusão entre a CP e a EMEF A fusão entre a CP e a EMEF [3], concretiza-se em 1 de janeiro de 2020, segundo o decreto-lei n.º 174-B/2019 que regulamenta a operação, no qual o governo português considera “essencial aumentar a capacitação da CP” para melhorar os serviços. Esta operação, procede à fusão por incorporação da EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, S. A., na CP - Comboios de Portugal, E. P. E., e estabelece os respetivos termos e condições e extinguindo a primeira. Conforme se dispõe na Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, aprovada pela Lei n.º 10/90, de 17 de março, na sua redação atual, a organização e funcionamento do sistema de transportes terrestres tem por objetivos fundamentais assegurar a máxima contribuição para o desenvolvimento económico e promover o maior bem-estar da população, designadamente através da adequação permanente da oferta dos serviços de transporte às necessidades dos utentes. Segundo o diploma, a operação ferroviária“tem-se caracterizado por atrasos, supressões e outros constrangimentos, em larga medida resultantes de um parque de material circulante que carece, pelas características e pela idade média, de intervenções regulares e com profundidade”. Neste contexto, é “essencial aumentar a capacitação da CP” para responder à melhoria do atual material circulante (automotoras, locomotivas), uma medida que, diz a lei, é complementar da outra medida de compra de novo material circulante. Segundo a lei, apesar de a EMEF ter sido criada em 1993 autonomizando da CP a área industrial, dedicada à reparação e reabilitação do material circulante, e com o objetivo de ter clientes além da própria CP, só mais tarde conseguiu lançar projetos de investimento para responder ao mercado, e só partir de 2012 com a privatização da CP Carga aumentou o volume de negócios originário em terceiros. “Neste quadro, a fusão por incorporação na CP da EMEF é uma medida de reorganização que visa garantir a normalização e o reforço da qualidade do serviço público prestado pela incorporante [CP], postulando-se como fator de um modelo de negócio social e economicamente sustentável (…), permitindo melhor afetação de https://eco.sapo.pt/2019/12/27/fusao-entre-cp-e-emef-concretiza-se-a-1-de-janeiro/ https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/333167/details/normal?l=1 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 31/159 Carlos Lopes nº 80773 recursos e eliminando redundâncias e condicionamentos decorrentes da atual tipologia de organização” 2.4. Situação atual Atualmente a CP – Comboios de Portugal através da sua componente manutenção e engenharia desenvolve a sua atividade em diversas áreas: Manutenção qualificada pesada. Manutenção qualificada ligeira. Conceção e desenvolvimento de projetos. Operações de carrilamento. Metro do Porto A Manutenção qualificada pesada é definida por grandes reparações, modernização, reabilitação de material circulante ferroviário e recondicionamento dos respetivos componentes e equipamentos diversos. A Manutenção qualificada ligeira – manutenção preventiva sistemática e condicionada e manutenção corretiva de material circulante ferroviário. Conceção e desenvolvimento de projetos no âmbito da tecnologia ferroviária; Operações de carrilamento, no âmbito de trabalhos de socorro a material circulante ferroviário. Nos últimos anos, o nº de Passageiros que diariamente optam por transportes públicos ferroviários tem vindo a aumentar (Tabela 1) sistematicamente. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 32/159 Carlos Lopes nº 80773 O ano de 2020, porém, tem sido um ano atípico, consequência da pandemia do “COVID-19”. O impacto da pandemia Covid-19 no nosso país e a consequente declaração de estado de emergência nacional obrigaram à adoção de medidas de organização do trabalho, alterando a forma convencional de trabalhar na CP. Neste contexto, de um total de 3 860 trabalhadores, 58% realizam atualmente o seu trabalho presencialmente - 2 151 pessoas, das quais 1 637 na área das operações e comercial, 430 na área de manutenção e engenharia, pertencendo os remanescentes 84 trabalhadores às unidades organizacionais dos serviços centrais da empresa. Em maio de 2020, dos 42% de trabalhadores que não estão em serviço presencial, 541 encontram-se a desempenhar funções em regime de teletrabalho, 539 estão dispensados do trabalho, 260 estão ausentes por motivos diversos, 143 estão em acompanhamento à família, 34 em quarentena, 8 em isolamento voluntário e, 4 estão de baixa médica por infeção por Covid-19. Na Figura 1 mostra-se a organização do trabalho durante pandemia Covid - 19). Tabela 1. Número de passageiros por ano em milhões. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 33/159 Carlos Lopes nº 80773 A partir de 31 de maio, a CP – Comboios de Portugal reforçou a oferta de comboios Alfa Pendular e Intercidades, passa qual passou a representar cerca de 75% daquela que existia antes do período de pandemia de Covid-19. Nos percursos Lisboa-Viana do Castelo, Lisboa-Faro, Lisboa-Évora, Casa Branca-Beja e Lisboa-Guimarães os comboios Intercidades foram repostos a 100%, “cumprindo a oferta regular que estava em vigor antes do início da pandemia”. Já as ligações Lisboa-Guarda e Lisboa-Covilhã serão asseguradas por dois Intercidades, por sentido. Haverá ainda 10 ligações Alfa Pendular por dia, das quais duas são ligações diretas entre Porto e Faro. Quanto aos comboios urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra, assim como dos serviços Regionais e Inter-regionais, desde 4 de maio que a CP repôs os seus horários integrais. Desde o dia 17 de março, a CP tem vindo a proceder à desinfeção dos seus comboios, tendo em vista a contenção da propagação do vírus Covid-19, através da aplicação de um produto viricida de ação prolongada, recomendado pela Direção-Geral da Saúde, recorrendo à utilização de pulverizadores elétricos para o efeito. A CP - Comboios de Portugal já realizou cerca de 20 mil ações de desinfeção para mitigação da Figura 1. Organização do trabalho durante pandemia COVID – 19. Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 34/159 Carlos Lopes nº 80773 covid-19 nos seus veículos no último mês e meio, tendo uma operação montada em 23 estações. As operações de desinfeção duram “cerca de 30 minutos por comboio” e são realizadas “no final de cada serviço comercial”, em que “os profissionais entram dentro do comboio e fazem a respetiva desinfeção”, estando o comboio pronto para circulação 30 minutos depois. Todos os comboios que circulam na CP são desinfetados mais do que uma vez ao dia, numa operação que recorre a três funcionários das limpezas, em que dois limpam a parte dos corrimões, onde as pessoas colocam as mãos e outra pulveriza com desinfetantes recomendados pela DGS [Direção-Geral da Saúde]. Relativamente aos funcionários da empresa, cada maquinista tem um ‘kit’ de desinfeção pois têm de trocar os comandos das cabines, e então para não correr o risco de passar o vírus de uns para os outros, cada um tem um ‘kit’ de desinfeção com pulverizador, luvas e toalhetes para poderem limpar os comandos. A empresa dedicou ainda “zonas de acesso reservado para a tripulação, para os revisores e maquinistas, para evitar que os comboios parem e que haja contágio” dos operacionais ferroviários. Estão também envolvidas nas operações de desinfeção onze oficinas, no caso as de Contumil (Centro de Manutenção e de Alta Velocidade), Guifões (Metro do Porto e CP), Sernada do Vouga (Aveiro), Campolide, Santa Apolónia e Oeiras (Lisboa), Entroncamento, Barreiro e Vila Real de Santo António. Esta operação de reforço da limpeza e desinfeção de veículos (Figura 2. Desinfeção de comboios) visa todos os espaços e superfícies comuns partilhados pelos passageiros, como bancos, varões, vidros, mesas ou compartimentos de bagagem, bem como as casas de banho e as cabinas de condução. Figura 2. Desinfeção de comboios. http://publico.cp.pt/flashcp/boletimCP/boletim01/LimpezaAP.mp4 Estágio Curricular na Empresa CP __________________________________________________________________________________________________________ 35/159 Carlos Lopes nº 80773 2.5. Organograma da empresa CP Na Figura 3 mostra-se o organograma da empresa CP - Comboios de Portugal E.P.E. constituído pelo conselho de administração coadjuvado
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