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Aurélia Saraiva, Alexandre Valente, Paulo Fontoura O tegumento e as faneras dos Cordados Atlas para Biologia dos Vertebrados DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA FACULDADE DE CIÊNCIAS DO PORTO PORTO, 2010 2 Nota prévia Este atlas foi concebido para ser usado nas aulas práticas da disciplina de Zoologia Geral II, curso de Biologia. Pretendeu-se elaborar um guia que permita aos alunos interpretar as preparações definitivas que lhes são fornecidas durante as aulas. Propositadamente não tem qualquer informação teórica, a qual pode ser consultada nas obras indicadas como textos de apoio aconselhados para a disciplina. Todas as fotografias foram realizadas pelos autores especialmente para este atlas, tendo sido obtidas a partir das preparações definitivas existentes no Departamento de Zoologia e Antropologia. A. Saraiva A. Valente P. Fontoura Nota São poucas as alterações feitas à versão original do atlas, tendo apenas sido feitas algumas correcções de erros detectados e pequenos cresescentos/melhoramentos ao texto das legendas. A. Valente 3 Índice Índice ..................................................................................................... 3 Classificação dos Cordados .................................................................... 4 Cephalochordata..................................................................................... 5 Cephalaspidomorphi............................................................................... 7 Chondrichthyes .................................................................................... 10 Osteichthyes ......................................................................................... 12 Amphibia ............................................................................................. 16 Reptilia ................................................................................................ 18 Aves ..................................................................................................... 20 Mammalia ............................................................................................ 24 Índice das fotografias ........................................................................... 28 Índice remissivo ................................................................................... 30 4 Classificação dos Cordados Filo Subphylum Classe Página Chordata Tunicata (Urochordata) Cephalochordata Vertebrata Myxini Cephalaspidomorphi Chondrichthyes Osteichthyes Amphibia Reptilia Aves Mammalia 5 Cephalochordata Fotografia 1 – Exemplar de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, (a) e detalhe da sua região anterior (b). 1. Região bucal 2. Cirros bucais 3. Órgão vibrátil 4. Velo 5. Goteira hipobranquial (endóstilo) 6. Fendas e arcos branquiais 7. Tubo neural 8. Notocórdio 9. Atrioporo 10. Miómeros 1 2 3 5 6 7 5 8 9 10 a b 4 6 a b Fotografia 2 – Corte transversal de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, na região branquial (a) e na região do ceco intestinal (fígado) (b). 1. Carena (barbatana dorsal) 2. Miómeros 3. Septos 4. Tubo neural 5. Notocórdio 6. Goteira epibranquial 7. Arcos branquiais 8. Fendas branquiais 9. Goteira hipobranquial (endóstilo) 10. Cavidade peribranquial 11. Prega metapleural 12. Epiderme 13. Derme 14. Gónada 15. Ceco intestinal (fígado) 1. Epiderme 2. Derme 3. Hipoderme Fotografia 3 – Tegumento de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 11 12 13 14 15 1 2 4 5 7 8 9 10 11 1 2 3 7 Cephalaspidomorphi Fotografia 4 – Corte transversal de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus, na região média do corpo. 1. Epiderme 2. Derme 3. Miómeros 4. Coluna adiposa 5. Cordão nervoso 6. Notocórdio 7. Aorta dorsal 8. Veia cardinal direita 9. Veia cardinal esquerda 10. Túbulos renais 11. Gónada 12. Intestino com tiflosole 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 8 12 1 2 3 4 5 6 7 12 8 Fotografia 5 – Odontóide de amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. 1. Epiderme 2. Derme 3. Camada queratinizada 4. Camada de células estreladas 5. Odontóide funcional 6. Odontóide de substituição 7. Camada muscular Fotografia 6 – Tegumento de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. 1. Epiderme 2. Glândulas mucosas 3. Glândulas enoveladas 4. Derme 5. Camada subcutânea 6. Tecido muscular 7. Cromatóforo 1 2 3 4 5 7 3 4 6 2 1 4 3 5 6 7 9 10 Chondrichthyes Fotografia 7 – Tegumento de Seláceo em vista dorsal. 1. Escamas placóides 2. Zona da epiderme sem escama Fotografia 8 – Corte longitudinal de tegumento de Seláceo. 1. Epiderme 2. Estrato esponjoso (tecido conjuntivo frouxo) 3. Estrato compacto (tecido conjuntivo denso) 4. Derme 5. Cromatóforo 6. Escama placóide 7. Tecido muscular esquelético 1 2 2 4 1 3 6 7 5 11 Fotografia 9 – Escama placóide no tegumento de um Seláceo. 1. Epiderme 2. Estrato esponjoso (tecido conjuntivo frouxo) 3. Estrato compacto (tecido conjuntivo denso) 4. Esmalte 5. Dentina 6. Cavidade pulpar 1 3 4 5 6 2 12 Osteichthyes Fotografia 10 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo. 1. Epiderme 2. Derme 3. Escama ciclóide 4. Tecido muscular 5. Tecido conjuntivo 6. Vaso sanguíneo Fotografia 11 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte transversal. 1. Epiderme 2. Derme 3. Escamas ciclóides 4. Tecido muscular 1 3 2 3 4 1 2 4 5 6 3 4 13 b Fotografia 12 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte longitudinal. 1. Epiderme 2. Células caliciformes (mucosas) 3. Derme 4. Escamas ciclóides 5. Tecido muscular 6. Tecido conjuntivo frouxo Fotografia 13 – Detalhe de tegumento de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte longitudinal. Ver legenda da fotografia 10. 2 4 1 3 4 5 2 2 4 1 3 4 5 6 2 6 14 Fotografia 14 – Escama ganóide, sendo visíveis as marcas de crescimento anual (setas) e os canais de Williamson (cw). Fotografia 15 – Escama ctenóide. 1. Zona anterior e sobreposta da escama (separada pela linha) 2. Zona posterior e visível da escama (separada pela linha) 3. Focus 4. Circuli 5. Radii 6. Ctenii 1 2 3 4 6 5 cw 15 Fotografia 16 – Escamas ciclóides. 1. Zona anterior e sobreposta da escama (separada pela linha) 2. Zona posterior e visível da escama (separada pela linha) 3. Focus 4. Circuli 5. Annuli 6. Cromatóforos 1 3 2 1 2 3 5 4 6 16 Amphibia Fotografia 17 – Cortes transversais de tegumento de rã, Rana sp.. 1. Epiderme 2. Tecido conjuntivo frouxo 3. Tecido conjuntivo denso 4. Derme 5. Glândulas mucosas 6. Glândulas serosas (venenosas) 7. Cromatóforos 1 6 7 A C B 1 2 3 5 6 6 5 2 4 17 18 Reptilia Fotografia 18 – Tegumento de Lacerta sp. com escamas em corte longitudinal. 1. Escama 2. Camada granulosa 3. Camada germinativa 4. Epiderme 5. Tecido conjuntivo frouxo com cromatóforos 6. Tecido conjuntivo denso 7. Derme Fotografia 19 - Tegumento de Lacerta sp. com escamas em corte transversal. 1. Escama 2. Epiderme e tecido conjuntivo frouxo com cromatóforos 3. Tecido conjuntivo denso 4. Cromatóforos 2 3 4 1 6 5 2 3 1 4 7 19 Fotografia 20 – Tegumento de um Ofídio com escamas em corte longitudinal. 1. Escama 2. Epiderme 3. Tecido conjuntivo frouxo com cromatóforos 4. Tecido conjuntivo fibroso 5. Derme 6. Cromatóforos 2 3 1 4 5 6 20 Aves Fotografia 21 – Corte transversal do tegumento de uma Ave. 1. Epiderme 2. Derme 3. Folículo da pena 4. Músculo erector da pena 5. Tecido adiposo Fotografia 22 – Aspecto da epiderme do tegumento de uma Ave. 1. Camada córnea 2. Camada granulosa ou de transição 3. Camada germinativa 1 2 4 3 3 4 5 1 2 3 21 a b Fotografia 23 – Corte transversal de tegumento com vários folículos de pena (a) e detalhe de um folículo (b). 1. Papila dérmica (medula ou pulpa) 2. Barbas em formação 3. Ráquis em formação 4. Bainha epitelial 5. Bainha folicular 6. Derme 7. Músculo erector da pena 1 2 4 3 5 6 7 22 Fotografia 24 – Detalhe de uma pena de cobertura. 1. Ramus 2. Bárbula distal 3. Bárbula proximal 4. Gancho ou barbicélio Fotografia 25 – Pormenor de uma penugem (a) e detalhe (b) de algumas bárbulas. 1. Ramus 2. Bárbulas 3. Dentes nodais (homólogo dos ganchos) 23 24 Mammalia Fotografia 26 – Tegumento de Mamífero de uma zona com pêlos (a), o couro cabeludo, e sem pêlo (b), a polpa do dedo. 1. Epiderme 2. Derme 3. Pêlo 4. Folículo piloso Fotografia 27 – Tegumento de Mamífero com pêlo. 1. Epiderme 2. Estrato córneo 3. Estratos granuloso e espinhoso 4. Estrato germinativo 5. Derme 6. Folículo piloso 7. Bainha do pêlo 8. Glândula sebácea 9. Glândula sudorífera 10. Porção condutora da glândula sudorífera 11. Músculo erector do pêlo 1 2 1 2 2 4 1 5 6 7 8 10 9 7 11 4 3 3 25 Fotografia 28 – Tegumento de Mamífero mostrando a base de um folículo piloso. 1. Papila do pêlo 2. Bolbo piloso 3. Bainha radicular externa 4. Bainha radicular interna 5. Zona queratogénica 6. Vaso sanguíneo 7. Tecido adiposo a b Fotografia 29 – Corte longitudinal da cabeça de um embrião de cobaia, Cavia porcellus, para ilustrar a localização (setas) das vibrissas (a) e detalhe da zona (b). 1. Epiderme 2. Derme 3. Vibrissas 4. Músculo erector do pêlo 1 6 2 3 3 4 2 3 1 4 5 7 26 b c A. Corte na raiz do pêlo 1. Bolbo piloso 2. Zona indiferenciada (medula e córtex) 3. Bainhas epiteliais (interna e externa) 4. Camada germinativa (vítrea) 5. Bainha conjuntiva B e C. Cortes no pêlo em formação 1. Medula 2. Córtex 3. Cutícula 4. Bainha epitelial interna 5. Bainha epitelial externa 6. Bainha conjuntiva Fotografia 30 – Cortes transversais de vibrissas de embrião de cobaia, Cavia porcellus. 3 2 1 4 2 1 3 5 6 6 3 5 5 2 5 5 9 4 A B C 27 Fotografia 31 – Corte longitudinal da cabeça de um embrião de cobaia, Cavia porcellus, para ilustrar a localização (setas) dos dentes. a b Fotografia 32 – Cortes axiais (a) e transversal (b) de dentes de um embrião de Mamífero, Cavia porcellus. 1. Esmalte 2. Dentina 3. Polpa dentária 4. Ligamento periodontal 5. Adamantoblastos e odontoblastos 3 2 1 3 5 5 2 1 3 4 3 1 2 4 4 28 Índice das fotografias Fotografia 1 – Exemplar de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, (a) e detalhe da sua região anterior (b). .......................................................... 5 Fotografia 2 – Corte transversal de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, na região branquial (a) e na região do ceco intestinal (fígado) (b). ............................................................................ 6 Fotografia 3 – Tegumento de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. ............................. 6 Fotografia 4 – Corte transversal de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus, na região média do corpo. .................................... 7 Fotografia 5 – Odontóide de amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. ................................................................................................. 8 Fotografia 6 – Tegumento de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. ............................................................................. 8 Fotografia 7 – Tegumento de Seláceo em vista dorsal. ................................................ 10 Fotografia 8 – Corte longitudinal de tegumento de Seláceo. ........................................ 10 Fotografia 9 – Escama placóide no tegumento de um Seláceo. .................................... 11 Fotografia 10 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo. ........................... 12 Fotografia 11 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte transversal. .......................... 12 Fotografia 12 – Corte transversal da região dorsal de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte longitudinal.......................... 13 Fotografia 13 – Detalhe de tegumento de um Teleósteo mostrando as escamas ciclóides em corte longitudinal. .............................................. 13 Fotografia 14 – Escama ganóide, sendo visíveis as marcas de crescimento anual (setas) e os canais de Williamson (cw). .................................................................................................... 14 Fotografia 15 – Escama ctenóide. ............................................................................... 14 Fotografia 16 – Escamas ciclóides. ............................................................................. 15 Fotografia 17 – Cortes transversais de tegumento de rã, Rana sp.. .............................. 16 Fotografia 18 – Tegumento de Lacerta sp. com escamas em corte longitudinal. ......................................................................................... 18 Fotografia 19 - Tegumento de Lacerta sp. com escamas em corte transversal............................................................................................ 18 Fotografia 20 – Tegumento de um Ofídio com escamas em corte longitudinal. ......................................................................................... 19 Fotografia 21 – Corte transversal do tegumento de uma Ave....................................... 20 29 Fotografia 22 – Aspecto da epiderme do tegumento de uma Ave. ................................ 20 Fotografia 23 – Corte transversal de tegumento com vários folículos de pena (a) e detalhe de um folículo (b). .................................................... 21 Fotografia 24 – Detalhe de uma pena de cobertura. ...................................................... 22 Fotografia 25 – Pormenor de uma penugem (a) e detalhe (b) de algumas bárbulas. ............................................................................................... 22 Fotografia 26 – Tegumento de Mamífero de uma zona com pêlos (a), o couro cabeludo, e sem pêlo (b), a polpa do dedo. .................................. 24 Fotografia 27 – Tegumento de Mamífero com pêlo. .................................................... 24 Fotografia 28 – Tegumento de Mamífero mostrando a base de um folículo piloso. ...................................................................................... 25 Fotografia 29 – Corte longitudinal da cabeça de um embrião de cobaia, Cavia porcellus, para ilustrar a localização (setas) das vibrissas (a) e detalhe da zona (b). ........................................................ 25 Fotografia 30 – Cortes transversais de vibrissas de embrião de cobaia, Cavia porcellus. .................................................................................... 26 Fotografia 31 – Corte longitudinal da cabeça de um embrião de cobaia, Cavia porcellus, para ilustrar a localização (setas) dos dentes. .................................................................................................. 27 Fotografia 32 – Cortes axiais (a) e transversal (b) de dentes de um embrião de Mamífero, Cavia porcellus. ................................................ 27 30 Índice remissivo A Adamantoblastos .................................................. 26 amocete.............................................................. 7, 8 Amphibia ......................................................... 4, 15 anfioxo............................................................... 5, 6 Annuli .................................................................. 14 Aorta...................................................................... 7 Arcos branquiais..................................................... 6 Atrioporo ............................................................... 5 Ave ...................................................................... 19 Aves ................................................................ 4, 19 B Bainha conjuntiva ................................................. 25 Bainha epitelial ...............................................20, 25 Bainha folicular .................................................... 20 Bainha radicular ................................................... 24 Bainhas epiteliais ................................................. 25 Barbas .................................................................. 20 barbicélio ............................................................. 21 Bárbula distal ....................................................... 21 Bárbula proximal .................................................. 21 bárbulas ............................................................... 21 Bárbulas ............................................................... 21 Bolbo piloso ....................................................24, 25 Branchiostoma lanceolatum ................................ 5, 6 bucal ...................................................................... 5 C Camada córnea ..................................................... 19 Camada de células estreladas .................................. 8 Camada germinativa .................................. 17, 19, 25 Camada granulosa ...........................................17, 19 Camada muscular ................................................... 8 Camada queratinizada ............................................. 8 Camada subcutânea ................................................ 8 Cavia porcellus ......................................... 24, 25, 26 Cavidade peribranquial ........................................... 6 Cavidade pulpar ................................................... 10 Ceco intestinal ........................................................ 6 Cephalaspidomorphi ........................................... 4, 7 Cephalochordata .............................................. 4, 5 Ch Chondrichthyes .................................................. 4, 9 C Circuli............................................................. 13, 14 Cirros bucais .......................................................... 5 cobaia ....................................................... 24, 25, 26 Coluna adiposa ....................................................... 7 Cordados............................................................ 1, 4 Cordão nervoso ...................................................... 7 Córtex .................................................................. 25 couro cabeludo ..................................................... 23 Cromatóforo....................................................... 8, 9 cromatóforos ................................................... 17, 18 Cromatóforos ...................................... 14, 15, 17, 18 Ctenii ................................................................... 13 Cutícula ............................................................... 25 D dentes .................................................................. 26 Dentes nodais ....................................................... 21 Dentina ........................................................... 10, 26 Derme ...... 6, 7, 8, 9, 11, 12, 15, 17, 18, 19, 20, 23, 24 E embrião ..................................................... 24, 25, 26 endóstilo ............................................................ 5, 6 Epiderme . 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 17, 18, 19, 23, 24 Escama ...................................... 9, 10, 11, 13, 17, 18 Escama ciclóide ................................................... 11 Escama ctenóide ................................................... 13 Escama ganóide ................................................... 13 Escama placóide ................................................9, 10 escamas ciclóides ............................................ 11, 12 Escamas ciclóides...................................... 11, 12, 14 Escamas placóides .................................................. 9 Esmalte ........................................................... 10, 26 Estrato compacto ...............................................9, 10 Estrato córneo ...................................................... 23 Estrato esponjoso ..............................................9, 10 Estrato germinativo .............................................. 23 Estrato granuloso .................................................. 23 F Fendas branquiais ................................................... 6 fígado .................................................................... 6 Focus .............................................................. 13, 14 folículo ................................................................ 20 Folículo da pena ................................................... 19 folículo piloso ...................................................... 24 Folículo piloso ..................................................... 23 folículos de pena .................................................. 20 31 G Gancho ................................................................ 21 Glândula sebácea .................................................. 23 Glândula sudorífera .............................................. 23 Glândulas enoveladas ............................................. 8 Glândulas mucosas ........................................... 8, 15 Glândulas serosas ................................................. 15 Gónada .............................................................. 6, 7 Goteira epibranquial ............................................... 6 Goteira hipobranquial ......................................... 5, 6 H Hipoderme ............................................................. 6 I Intestino ................................................................. 7 L Lacerta ................................................................ 17 lampreia marinha ................................................ 7, 8 Ligamento periodontal .......................................... 26 M Mamífero .................................................. 23, 24, 26 Mammalia ........................................................ 4, 23 Medula ................................................................. 25 Miómeros ....................................................... 5, 6, 7 Músculo erector da pena ................................. 19, 20 Músculo erector do pêlo .................................. 23, 24 Myxini ................................................................... 4 N Notocórdio ..................................................... 5, 6, 7 O odontoblastos ....................................................... 26 Odontóide .............................................................. 8 Ofídio .................................................................. 18 Órgão vibrátil ......................................................... 5 Osteichthyes ..................................................... 4, 11 P Papila dérmica ...................................................... 20 pêlo ........................................................... 23, 24, 25 Pêlo ..................................................................... 23 pêlos .................................................................... 23 pena ..................................................................... 21 pena de cobertura.................................................. 21 penugem .............................................................. 21 Petromyzon marinus ........................................... 7, 8 Polpa dentária....................................................... 26 polpa do dedo ....................................................... 23 Prega metapleural ................................................... 6 R rã 15 Radii .................................................................... 13 raiz do pêlo .......................................................... 25 Ramus .................................................................. 21 Rana .................................................................... 15 Ráquis .................................................................. 20 Reptilia ............................................................ 4, 17 S Seláceo ............................................................ 9, 10 Septos .................................................................... 6 T Tecido adiposo ............................................... 19, 24 tecido conjuntivo ......................................... 9, 10, 17 Tecido conjuntivo ........................... 11, 12, 15, 17, 18 Tecido muscular ...................................... 8, 9, 11, 12 tegumento .............................. 1, 9, 10, 12, 15, 19, 20 Tegumento ............................... 6, 8, 9, 17, 18, 23, 24 Teleósteo........................................................ 11, 12 tiflosole .................................................................. 7 Tubo neural ........................................................ 5, 6 Túbulos renais ........................................................ 7 Tunicata ................................................................ 4 U Urochordata.......................................................... 4 V Vaso sanguíneo .............................................. 11, 24 Veia cardinal .......................................................... 7 Velo ....................................................................... 5 Vertebrata ............................................................ 4 vibrissas ......................................................... 24, 25 Vibrissas .............................................................. 24 Z Zona queratogénica .............................................. 24 32 33 34 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 1/91 Guião das aulas práticas Tudo o que é preciso saber sobre cada aula prática Site: Moodle U.Porto Unidade: Biologia dos Vertebrados Livro: Guião das aulas práticas Impresso por:Luís Augusto da Conceição Data: Quinta, 14 de Maio de 2020 às 13:29 https://moodle.up.pt/ 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 2/91 Índice 1. Os Cordados 2. Protocordados 2.1. Cephalocordata 2.2. Urochordata (=Tunicata) 2.3. Visualização das preparações 3. Vertebrata 4. Agnatha 4.1. Tegumento e faneras 4.2. Visualização das preparações 5. Condríctios 5.1. Morfologia externa e interna de um Condríctio 5.2. Disseção da pata-roxa 5.3. Tegumento e faneras 5.4. Visualização das preparações 6. Osteíctios 6.1. Morfologia externa e interna de um Osteíctio 6.2. Disseção do carapau 6.3. Disseção da perca 6.4. Tegumento e faneras 6.5. Visualização das preparações 6.6. Identificação de peixes de água doce 7. Anfíbios 7.1. Morfologia externa e interna 7.2. Disseção da rã 7.3. Tegumento 7.4. Identificação de Anfíbios 7.5. Visualização das preparações 8. Répteis 8.1. Morfologia externa 8.2. Morfologia externa e interna de um Réptil 8.3. Identificação de Répteis 8.4. Tegumento e faneras 8.5. Visualização das preparações 9. Aves 9.1. Morfologia externa e interna 9.2. Morfologia externa e interna do Pombo-comum 9.3. Tegumento e faneras 9.4. Visualização das preparações 9.5. O bico das aves 9.6. Topografia do pé / pata 10. Mamíferos 10.1. Morfologia externa e interna de um Mamífero 10.2. Morfologia externa e interna de uma Ratazana-doméstica 10.3. Tegumento e faneras 10.4. Visualização das preparações 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 3/91 1. Os Cordados Os Cordados são metazoários celomados, deuterostómios (o ânus forma-se a partir do blastóporo, a clivagem é radial, o celoma de origem enterocélica e o esqueleto de origem mesodérmica) e com simetria bilateral, apresentando as seguintes características gerais: Possuem, pelo menos no estado embrionário, um cordão rígido que se estende desde a região craniana até à região caudal e que representa o órgão primordial do esqueleto axial - notocórdio - ou corda dorsal. Sistema nervoso central, constituído por um tubo nervoso dorsal de origem ectodérmica, em posição dorsal em relação ao notocórdio. Na grande maioria dos casos, este tubo nervoso dilata-se na região anterior para formar o encéfalo. O tubo digestivo é ventral em relação ao tubo nervoso – são epineuros - e ao notocórdio Primitivamente a faringe apresenta fendas branquiais, dispostas em pares, cujas paredes contêm brânquias que asseguram as trocas respiratórias. Apresentam endostilo, ou um derivado, a glândula tiroide. Com cauda pós-anal e musculatura somática, com miómeros. Por este conjunto de características, particularmente pelas posições respectivas do tubo nervoso e do tubo digestivo, os Cordados opõem-se aos Invertebrados com simetria bilateral, que são hiponeuros. Os Cordados dividem-se em três grupos: os Cephalochordata, os Urochordata e Vertebrados. Os Cfalocordados e os Urocordados são muitas vezes considerados Protocordados. Por não possuírem uma cabeça individualizada, os Protocordados são também chamados Acrânios, por oposição aos Vertebrados, que possuem uma cabeça bem desenvolvida, que contém o encéfalo, e que são chamados Craniados. Dois excelentes vídeos sobre os Cordados: Classificação dos Cordados (Kardong & Zalisko, 2015; Hickman et al., 2019) Filo Chordata Cephalochordata Urochordata (=Tunicata) Ascideacea Thaliacea Com tecnologia Panopto ShapeofLifeChordatesWereAllFamily Com tecnologia Panopto ChordatesCrashCourseBiology24 http://www.panopto.com/ http://www.panopto.com/ 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 4/91 Larvacea (=Appendicularia) Vertebrata Agnatha Myxini Petromyzontida Gnathostomata Chondrichtyes Elasmobranchi Holocephali Osteichthyes Actinopterygii Sarcopterygii Tetrapoda Amphibia Anura Gymnophiona Urodela Amniota Reptilia Lepidossauria Testudines Crocodilia Aves Mammalia Protheria (monotrematos) Metatheria (marsupiais) Eutheria (mamíferos placentários) 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 5/91 2. Protocordados Os Protocordata são animais marinhos onde se incluem dois grupos distintos: Cephalochordata, cuja corda dorsal, ou notocórdio, se estende até à região cefálica Urochordata, cuja corda dorsal existe geralmente apenas na cauda das larvas, existindo no entanto, na cauda de certos Urocordados adultos (Apendiculários). Quanto às características que distinguem os Protocordados e os Vertebrados podemos referir, como exemplos, a ausência, nos Protocordados, de esqueleto cefálico, de membros pares, de órgãos sensoriais pares, de glândulas endócrinas e a menor diferenciação do sistema nervosos cefálico. Classificação: Cephalocordata Branchiostoma Urochordata: Tunicata Ascidiacea Clavelina Thaliacea Salpa, Doliolum Appendicularia Oikopleura Nota sobre a classificação: A Ordem Pyrosomida tem uma posição sistemática ainda incerta sendo geralmente incluída nas Thaliacea ou considerada como representando uma Classe independente. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 6/91 2.1. Cephalocordata O representante mais estudado dos Cefalocordados é Branchiostoma lanceolatum, vulgarmente conhecido como anfioxo (note-se que a designação Anfioxo não é o nome de um género mas uma designação genérica que abrange um grupo de espécies repartido por dois ou três géneros próximos). O Anfioxo vive entre os 20 e os 30 metros de profundidade, em fundos arenosos, existindo ao longo de todas as costas europeias. Organismo de forma lanceolada, com 5 a 6 cm de comprimento e 6 a 8 mm de espessura, achatado lateralmente (Figura 1). Região anterior do corpo apresenta um rostro, uma fosseta olfactiva e uma boca rodeada por doze a quinze pequenos tentáculos que podem formar uma espécie de grelha. Contorno do corpo com uma carena não muscular, impropriamente chamada barbatana dorsal, que se alarga na região posterior para formar uma barbatana caudal. Esta última continua-se médio-ventralmente, até ao poro abdominal de saída da água que serviu para a respiração (atrioporo ou espiráculo), por uma barbatana anal. Para a frente do atriporo não existem mais barbatanas, existindo duas bordaduras latero-ventrais, chamadas metapleuras, ou pregas metapleurais. Figura 1 - O anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. Se o animal estiver bem iluminado pode observar-se, por transparência, um grande número de linhas em cunha com a extremidade dirigida para a frente – miosseptos - que são tabiques conjuntivos que separam as massas musculares chamadas miómeros ou miótomos. Por baixo dos miómeros observam-se pequenas massas esféricas que são as gónadas. Trabalho laboratorial Observar o modelo de um corte sagital de um Anfioxo. Figura 2 - Modelo do Anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. Reparar nos seguintes aspectos: corpo de forma lanceolada, achatado lateralmente barbatanas: dorsal, caudal e anal rostro fosseta olfactiva (fosseta de Koelliker) tubo nervoso com órgãos visuais primitivos notocórdio cirros bucais cavidade bucal com órgão vibrátil faringe com fendas branquiais intestino com ceco intestinal/hepático (fígado) atrioporo gónadas ânus miómeros e mioseptos Observar modelo de um corte transversal do Anfioxo. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 7/91 Figura 3 - Modelo de um corte transversal do Anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, na região da faringe. Reparar nos seguintes aspectos: barbatana dorsal miómeros e miosseptos tubo nervoso notocórdio faringe com fendas branquiais e goteiras cavidade peribranquial gónadas pregas metapleurais Observar o Anfioxo inteiro (preservados em álcool/plástico): Figura 4 - Anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, exemplar inteiro. Reparar nos seguintes aspectos: forma do corpo rostro tubo nervoso notocórdio cirros bucais cavidade bucal com órgão vibrátil faringe com fendas branquiais intestino atrioporo gónadas ânus miómeros e mioseptos barbatanas Observar a preparação de adulto imaturo de Anfioxo (fotografia 1 do atlas "O tegumento e as faneras dos Cordados") e reparar nos seguintes aspectos: notocórdio mancha pigmentar e fosseta de Koelliker tubo neural com órgãos visuais primitivos abertura bucal com cirros órgão vibrátil ou rotatório velo faringe perfurada (arcos branquiais) goteira hipobranquial cavidade peribranquial intestino, “fígado” e ânus miómeros e miosseptos barbatana caudal 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 8/91 Observar os dois cortes transversais de Anfioxo na região branquial (Figura 5 e fotografia 2 do atlas "O tegumento e as faneras dos Cordados") e reparar nos seguintes aspectos: tegumento (epiderme simples, monocamada, com cutícula e derme compartimento da barbatana tubo neural notocórdio envolvido por bainha fibrosa miómeros e mioseptos vasos sanguíneos ceco hepático goteiras epibranquial e hipobranquial gónadas faringe perfurada (arcos branquiais) cavidade peribranquial pregas metapleurais Figura 5 - Esquemas de cortes transversais Branchiostoma lanceolatum, na região da faringe. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 9/91 2.2. Urochordata (=Tunicata) Bastante mais numerosos que os Cefalocordados, os Urocordados (ou Tunicados) são caracterizados por: o notocórdio estar localizada na parte posterior do corpo do animal, formando uma cauda locomotora na larva, que desaparece no estado adulto; a única exceção observa-se nos Apendiculários, em que o notocórdio se conserva durante toda a vida do animal (os Apendiculários são considerados larvas neoténicas, sendo também chamados Larváceas). o tubo nervoso está reduzido perdem a cauda pós-anal do estado adulto Os Urocordados são também chamados Tunicados, devido à presença de uma túnica que reveste a epiderme. Os Urocordados incluem os seguintes grupos: Ascidiáceas, que é o mais numeroso e cujos adultos são fixos e bentónicos, sendo as larvas livres e com uma organização semelhante à do anfioxo; Taliáceas, que são formas livres, planctónicas e pelágicas Apendiculários, que são formas livres e que conservam uma forma do corpo semelhante à larva dos outros Tunicados. Por vezes, designa-se as Ascidiáceas e as Taliáceas como Caducicordes, porque a corda dorsaI, o notocórdio, desaparece no adulto, e os Apendiculários como Perenicordes, uma vez que a corda dorsal se mantém no adulto. 1.2.1 - Ascidiacea São Cordados fixos e bentónicos, rodeados de um revestimento espesso, a túnica (Figuras 1 e 2), e que possuem dois sifões localizados no mesmo lado do corpo. Figura 1 - Ascídeas. Ciona e Clavelina lepadiformis (Figura 2) são exemplos. Têm entre 2 e 5 cm de altura. Em Clavelina podem distinguir-se três regiões no seu corpo: tórax (parte superior dilatada), abdómen e pós-abdómen, que se prolonga por estolhos cujas ramificações fixam a Ascídia ao seu suporte. Todo o animal está envolvido numa túnica semitransparente. Figura 2 - Esquemas de Ascideáceas. Ciona (à esquerda) e Clavelina (à direita). O tórax com duas protuberâncias, os sifões, cada um dos quais se encontra perfurado por um orifício; os sifões podem comprimir-se e fechar-se por contração muscular. O sifão bucal (oral ou inalante) situado no cimo do tórax é o orifício de entrada da água que sai depois pelo sifão atrial (cloacal ou exalante), situado na região dorsal. O sifão bucal conduz a uma vasta faringe cujas paredes são perfuradas por um grande número de fendas branquiais. Estas fendas desembocam na cavidade atrial, ou peribranquial, situada lateralmente, cuja confluência dorsal forma um átrio, ou cloaca, que se abre para o exterior pelo sifão atrial. Entre os dois sifões situa-se o gânglio nervoso. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 10/91 O abdómen contém o essencial das vísceras. À faringe segue-se um tubo digestivo dobrado em ansa que abre na cloaca pelo ânus. É também no abdómen que se encontram o coração e os órgãos genitais. O pós-abdómen que forma os estoçhos, apenas contém vasos sanguíneos. As Ascídias podem ser solitárias coloniais ou compostas. Cada uma das formas solitárias ou coloniais tem a sua própria túnica, porém, nas formas compostas, muitos indivíduos podem compartilhar a mesma túnica. Em algumas formas compostas cada indivíduo tem o seu próprio sifão inalante, mas a abertura exalante é comum ao conjunto dos indivíduos. 1.2.2 - Thaliacea As Taliáceas reúnem três grupos de Tunicados pelágicos e plantónicos por oposição às Ascidiáceas, fixas, litorais e bentónicas. Os indivíduos deste grupo, possuidores de um tórax largamente desenvolvido possuem os dois sifões, bocal e cloacal, opostos. Apresentam reprodução sexuada que alterna com a assexuada podendo os blastozóides formar associações mais ou menos estreitas e permanentes. Podem distinguir-se 3 grupos: os Pirosomatida, Salpida (Salpas) e Doliolida. 1.2.2.1 - Pyrosomatida Os Pirosomas formam colónias flutuantes plantónicas que se podem encontrar nos mares quentes até aos 200 m de profundidade. Figura 3- Colónia de Pyrosoma. A colónia (Figuras 3 e 4) tem a forma de um bastão cilíndrico-cónico, de 3 a 10 ou mais cm de comprimento; o bastão é arredondado e fechado na extremidade anterior abrindo-se na posterior por um orifício colonial. A parede do bastão é rodeada por uma túnica comum a todos os indivíduos (Figura 4), estando cada um deles (ascidiozóide) implantado em toda a espessura da túnica. O sifão bucal abre para o exterior, enquanto que o sifão atrial desemboca numa cavidade central que é uma cloaca comum, saindo a água pelo orifício colonial. Cada ascidiozóide tem a organização geral de uma Ascídia mas o sifão cloacal em vez de estar colocado dorsalmente em relação à faringe, está colocado no seu prolongamento. Os Pirosomas apresentam alternância de gerações. A reprodução sexuada dá origem a oozóides que se reproduzem assexuada (gemiparidade) originando blastozóides que se reproduzem sexuadamente. Figura 4 - Esquema de uma colónia (esquerda) e de um ascidiozóide (direita) de um Pirossoma. 1.2.2.2 - Salpida As Salpas são Taliáceas em que uma geração assexuada, constituída pelos oozóides (Figura 5) nascidos de ovos e solitários, alterna com uma geração sexuada formada pelos blastozóides, agrupados numa cadeia flutuante. O oozóide, cujo tamanho varia de 1 a alguns cm, tem uma estrutura análoga à das Doliáceas. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 11/91 O corpo, fusiforme e achatado dorsoventralmente, está rodeado por uma túnica resistente e transparente, que pode apresentar prolongamentos para trás. Existem dois orifícios opostos e bastante estreitos: a boca, anterior e transversal, que dá acesso a uma faringe, e a cloaca, que ocupa a metade posterior do corpo e que se abre pelo sifão cloacal. Um tabique oblíquo constitui a brânquia, estando perfurado por um par de grandes fendas branquiais. O abdómen está reduzido a uma massa visceral alojada sob a parede da cloaca. A parede do corpo é percorrida por bandas musculares anulares, completas ou interrompidas ventralmente, constituídas por fibras estriadas. O oozóide reproduz-se unicamente por gemiparidade, através do estólon que se encontra enrolado na sua face ventral. Este origina gomos que se desenvolvem até se transformarem em blastozóides. O blastozóide é semelhante ao oozóide, diferindo deste pela forma mais ovóide, pelo menor número de músculos e, sobretudo, pela ausência de estólon e pela presença de órgãos genitais. Figura 5 - Esquemas e fotografias de Salpa maxima (cima), individuo da geração solitária, e de cadeia flutuante de Salpa democratica (baixo). 1.2.3 - Larvacea (Appendicularia) São pequenos tunicados livres e pelágicos, que asseguram o seu deslocamento através dos batimentos de um apêndice propulsor que está na origem do nome do grupo. Este apêndice é idêntico à cauda das larvas das Ascidiáceas sendo suportado por uma corda dorsal permanente, daí o nome de Perenicordes que também se dá a este grupo. São transparentes e planctónicas, com 1 a 3 mm de comprimento (sem incluir a cauda que é duas a três vezes mais comprida do que o corpo do animal). Tomando como exemplo um animal do género Oikopleura, este está alojado numa cápsula gelatinosa espessa, o invólucro, que forma um conjunto complexo de cavidades onde circula a água, cujos movimentos são determinados pelos batimentos da cauda. O corpo tem a organização geral de uma larva de ascídia. Por este facto, os Apendiculários são considerados como formas neoténicas de larvas de ascídia, que adquiriram a maturidade sexual sem se fixarem. Figura 6 - Esquemas de um Larvacea. Trabalho laboratorial 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 12/91 Observar as seguintes preparações: Ascidiácea preservada em álcool, reparando nas seguintes estruturas: túnica sifão bucal e sifão atrial (dorsal) estolhos Pyrossoma (colónia de Taliáceas) preservado em álcool, reparando nas seguintes estruturas: ascidiozóides inseridos na túnica extremidade anterior da colónia (mais estreita) extremidade posterior da colónia com orifício colonial Salpa (colónia de blastozóides) preservada em álcool. Forma solitária, oozóide, de Salpa preservada em álcool, reparando nas seguintes estruturas: abertura bucal ou branquial abertura cloacal ou atrial músculo circular placenta núcleo (esófago, estômago e intestino) eleoblasto (ceco) 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 13/91 2.3. Visualização das preparações Exemplar de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. Corte transversal de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum, na região branquial (à esquerda) e na região do ceco intestinal (fígado) (à direita). Tegumento de anfioxo, Branchiostoma lanceolatum. Material de apoio para a visualização das preparações: O atlas O Tegumento e as faneras dos Cordados. O protocolo sobre os Protocordados e Agnatas (Este capítulo ou a versão em formato pdf). https://moodle.up.pt/pluginfile.php/102578/mod_book/chapter/565/Tegumento%20e%20faneras%20dos%20Cordados.pdf https://moodle.up.pt/pluginfile.php/102578/mod_book/chapter/565/Protocordados%202019.pdf?time=1550084672479 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 14/91 3. Vertebrata Os Vertebrados são o sub-filo dos Cordados de maior êxito, compreendendo actualmente cerca de 40.000 espécies. As características que dão a este grupo o nome de Vertebrados, ou Craniados, são a presença de uma coluna com vértebras, que formam o eixo esquelético principal do tronco, e um crânio, que envolve o encéfalo. O seu plano de organização apresenta uma uniformidade bastante grande que, para além das características principais dos cordados, tais como a presença de notocórdio, cordão nervoso dorsal, faringe com fendas branquiais e uma cauda posterior ao ânus, apresenta as seguintes características: 1- Tegumento constituído por uma epiderme pluriestratificada, formada a partir da ectoderme, e uma derme de tecido conjuntivo, que deriva da mesoderme. O tegumento pode ser nú ou possuir faneras (escamas, penas, garras, hastes, etc.) 2- Notocórdio que pode desaparecer no adulto, sendo mais ou menos substituído pela coluna vertebral, constituída por cartilagem, osso, ou ambos. 3- Endosqueleto, cartilagíneo ou ósseo, diferenciado em esqueleto cefálico, axial e dos membros. 4- Sistema digestivo completo e ventral, relativamente à coluna vertebral, possuindo um fígado e pâncreas como glândulas anexas. 5- Sistema circulatório com coração ventral de paredes espessas e contrácteis. Sangue com eritrócitos com hemoglobina e leucócitos. 6- Celoma bem desenvolvido, amplamente ocupado por vísceras. 7- ApareÍho excretor formado por dois rins maciços, tipo mesonéfrico ou metanéfrico, nos adultos. 8- Sexos geralmente separados. Gónadas pares. Geralmente apresentam ligações entre canais genitais e excretores. 9- Parte anterior do tubo nervoso dilatada para formar um encéfalo, dividido em cinco vesículas e protegido por um crânio cartilagíneo ou ósseo. Dez a doze pares de nervos cranianos. Sistema nervoso autónomo. 10- Órgãos sensoriais pares: olfactivos, oculares e auditivos, bem diferenciados e ligados ao encéfalo. 11- Sistema endócrino com glândulas bem individualizadas. 12- Plano estrutural que consiste em cabeça, tronco e cauda. Pescoço presente geralmente em tetrápodes. Geralmente dois pares de membros, que podem faltar em alguns grupos. Os primeiros vertebrados descendem de um Protocordado nadador desconhecido. Estes primeiros vertebrados pisciformes deram origem aos Agnatas, sem mandíbulas, e aos Gnatostómios, com mandíbulas. De um ponto de vista. didáctico, vamos conservar a noção de Peixe para englobar os vertebrados mandibulados com habitat aquático, respiração fundamentalmente branquial e barbatanas pares. Pelo seu modo de vida e, em Biologia dos Vertebrados particular, a estrutura dos seus membros pares, os peixes opõe-se aos tetrápodes, que são vertebrados que possuem membros pares marchadores. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 15/91 4. Agnatha Os Agnatas, ou Ciclóstomos, incluem organismos (Figura 1) distribuídos em duas classes: Sub-filo Vertebrata Super Classe Agnatha Classe Myxiniformes Classe Petromyzontiformes (Cephalaspidomorphi) Figura 1 - Exemplos de Agnatas. Petromyzoniformes, Petromyzon marinus (em cima) e Myxiniformes, Myxine glutinosa (em baixo). Os Agnatas caracterizam-se por: ausência de mandíbulas persistência da corda dorsal endosqueleto cartilagíneo rudimentar orgão olfactivo ímpar um ou dois canais semicirculares As formas actuais caracterizam-se por: Tegumento nú Tegumento desprovido de escamas Ausência de membros pares A classe Petromyzoniformes (Cephalaspidomorphi) caracteriza-se por: Desova e fase larvar (ammocete) em água doce Adultos marinhos ou dulciaquícolas (Figura 2) Boca sugadora em forma de disco oral provido de odontóides (Figura 2) Saco hipofisário fechado Aqueduto respiratório Dois pares de canais semi-circulares Rim mesonéfrico 7 pares de bolsas branquiais Sexos separados 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 16/91 Figura 2-Exemplar de lampreia de riacho, Lampetra sp, e detalhe da boca (à esquerda), e exemplar de Petromyzon marinus, e detalhe da boca (à direita). São exemplos de Agnata, na fauna portuguesa, a lampreia marinha, Petromyzon marinus, e as duas espécies do género Lampetra, L. fluviatilis (Lampreia de rio) e L. planeri (Lampreia de riacho). A classe Myxiniformes (Figura 3) caracteriza-se por: Serem organismos marinhos durante todo o ciclo de vida Desenvolvimento direto; sem estados larvares Olhos atrofiados tapados pela pele Boca terminal com quatro pares de tentáculos Dentes córneos Saco hipofisário que se abre na faringe Sem aqueduto respiratório Um par de canais semi-circulares Rim pronéfrico anterior e mesonéfrico posterior 5 a 16 pares de bolsas branquiais Algumas espécies serem hermafroditas Figura 3 - > Região anterior de Myxine glutinosa. São exemplos de Mixiniformes os Agnata dos géneros Myxine e Bdellostoma. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 17/91 4.1. Tegumento e faneras O tegumento dos Agnatha (Figura 1) é formado por uma epiderme pluriestratificada, encontrando-se entre as células epiteliais algumas células secretoras (glandulares) unicelulares. A derme está organizada em camadas de tecido conjuntivo denso, com fibras de colagéneo, encontrando-se ente as fibras células pigmentares, os cromatóforos. Sob a derme encontramos a hipoderme, que inclui tecido muscular, tecido conjuntivo e tecido adiposo. Figura 1 - Tegumento de lampreia marinha, Petromyzon marinus. Por baixo da hipoderme, ou camada sub-cutânea, encontramos os miómeros, que constituem a cama muscular, a coluna adiposa, o cordão nervoso, o notocórdio e os três vasos sanguíneos (a aorta e as duas veias cardinais). Podem ainda ver-se o rim, as gónadas e o intestino com o tiflosole. Figura 2. Corte transversal de uma ammocete. As faneras dos Agnatha são os odontóides, que se encontram-se no disco oral dos Ciclóstomos. São papilas epidérmicas córneas (Figura 2) caducas, que se substituem por novos odontóides que se formam por baixo do odontóide funcional. Por baixo da camada córnea funcional encontram- se, geralmente, mais duas camadas córneas que estão separadas umas das outras por uma rede de células estreladas. Figura 2 - Odontóide de Lampreia marinha, Petromyzon marinus. Legenda: 1. Camada queratinizada funcional. 2. Camada de células estreladas entre os cones queratinizados. 3. Camada queratinizada de substituição. 4. Camada queratinizada de substituição. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 18/91 5. Epitélio oral e gengival. 6. Camada de células epiteliais subjacentes às capas queratinizadas. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 19/91 4.2. Visualização das preparações Cortes transversais de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus, na região média do corpo. Odontóide de amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. Tegumento de uma amocete de lampreia marinha, Petromyzon marinus. Material de apoio para a visualização das preparações: O atlas O Tegumento e as faneras dos Cordados. O protocolo sobre os Protocordados e Agnatas (Este capítulo ou a versão em formato pdf). https://moodle.up.pt/pluginfile.php/102578/mod_book/chapter/550/Tegumento%20e%20faneras%20dos%20Cordados.pdf https://moodle.up.pt/pluginfile.php/102578/mod_book/chapter/550/Agnata%202019.pdf 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 20/91 5. Condríctios Os Condríctios (Chondrichthyes) (do grego χονδρος chóndros, "cartilagem", e ιχθύς ichthýs, "peixe"), ou peixes cartilagíneos, incluem os tubarões, as raias e as quimeras. São muitas vezes referidos como Seláceos. São peixes, geralmente oceânicos, que possuem um esqueleto totalmente formado por cartilagem, mas coberta por um tecido específico, a cartilagem prismática calcificada. Apresentam 5-7 fendas branquiais dos lados do corpo, ou na região ventral da cabeça, membranas nictitantes nos olhos (excepto nos Lamniformes) e pterigopódios (órgão copuladores dos machos.). As espécies actuais deste grupo de peixes (há um grande número de formas extintas) dividem-se em duas sub-classes: Elasmobranchii – que inclui os tubarões e as raias. Holocephali – que inclui as quimeras.. Características gerais dos Condríctios: Esqueleto cartilagíneo Barbatanas peitorais e pélvicas pares Escamas placóides Boca ventral ou sub-ventral Barbatana caudal heterocerca Fendas branquiais individuais Sem bexiga natatória 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 21/91 5.1. Morfologia externa e interna de um Condríctio A Pata-roxa (Scyliorhinus canicula) 1-Morfologia externa Repare na forma do corpo, alongado e com um plano de achatamento dorso-ventral, pelo menos até à região das barbatanas pélvicas. Note a coloração do tegumento, que é mosqueada (com pintas escuras) dorsalmente e branca na face ventral. Passe a mão sobre o tegumento, primeiro partindo da região anterior para a posterior e depois no sentido inverso; a diferença ao toque resulta da forma e organização das escamas. Raspe com o bisturi o tegumento do exemplar, arrancando deste modo algumas escamas. Coloque-as entre lâmina e lamela e observe-as ao microscópio. As escamas dos Condríctios são do tipo placóide (ver subcapítulo Tegumento e faneras dos peixes). Observe agora as principais estruturas externas do Condríctio (Figura 1). Na cabeça, e numa vista dorsal, repare no olho, no espiráculo (situado atrás do olho) e nas cinco fendas branquiais. De uma vista ventral da cabeça note a boca; veja as âmpolas de Lorenzini, pequenos orifícios organizados em várias linhas na cabeça; repare nas narinas, órgãos quimio-receptores, e nas pregas nasais. Abrindo a boca do exemplar pode reparar nos dentes, pequenos e numerosos, encurvados para trás. Veja ainda a língua. Observe a linha lateral, que se inicia logo a seguir à cabeça e se prolonga até à base da barbatana caudal. Repare nas barbatanas pares, as peitorais e as pélvicas, ambas situadas na parte inferior do corpo, e ímpares, a 1ª dorsal, a 2ª dorsal, a anal e a caudal, que é heterocerca . Entre as duas barbatanas pélvicas encontra o orifício ano-génito-urinário. Figura 1 – Aspecto dorsal de uma Pata-roxa macho Scyliorhinus canicula (em cima) e detalhes dorsal (em baixo à esquerda) e ventral (em baixo à direira) da região anterior. Legenda: 1. Olho 6. Barbatana anal 11. Narina 2. Espiráculo 7. Barbatana ventral ou pélvica 12. Boca 3. Primeira barbatana dorsal 8. Barbatana peitoral 13. Rostro 4. Segunda barbatana dorsal 9. Fendas branquiais 14. Prega nasal 5. Barbatana caudal 10. Pterigopódio 15. Órgãos laterais Identifique o sexo do exemplar, observando a existência (ou não) dos pterigopódios, os órgãos copuladores do macho (Figura 2) que são extensões das barbatanas pélvicas. Note o contorno do sifão, órgão muscular em forma de saco e ligado aos pterigopódios que se situa sob o tegumento. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 22/91 Figura 2 – Face ventral na região das barbatanas ventrais de uma fêmea (a) e de um macho (b) de Pata-roxa, Scyliorhinus canicula. Legenda: 1. Barbatanas pélvicas 2. Pterigopódios 2 - Morfologia interna A dissecação do Condríctio faz-se pela sua face ventral. Comece por fixar o exemplar à tina de dissecação colocando alfinetes nas barbatanas peitorais. Se o exemplar a dissecar for um macho as incisões iniciais (Figura 3) devem cortar apenas o tegumento. A primeira é uma incisão longitudinal ao longo da linha média ventral, desde a cintura pélvica até à cintura peitoral. Em seguida deve localizar a cintura peitoral (local de inserção das barbatanas peitorais) e praticar uma incisão paralela ao seu bordo posterior. Finalmente deve praticar uma incisão transversal à frente da cintura pélvica, rodeando o espaço ano-genito-urinário. Separar o tegumento da camada muscular subjacente e fixá-lo, com alfinetes, à tina de dissecação. Figura 3 – Esquema das incisões a praticar para a dissecção da Pata-roxa, Scyliorhinus canícula. Esta operação inicial permite observar, no macho, o sifão, órgão em forma de saco, de paredes musculares, ligado aos pterigopódios. Durante a cópula o sifão injecta água nos pterigopódios de maneira a garantir a passagem do esperma para fêmea. Figura 4 – O sifão, visível após efetuar as incisões que permitem remover o tegumento da face ventral de um macho. Só depois de observar o sifão se realizam as incisões, na mesma sequência, que desta vez irão cortar as camadas musculares, de forma a expor o conteúdo da cavidade visceral. Caso o exemplar seja uma fêmea as incisões podem ser feitas desde logo de forma a cortar não apenas o tegumento mas ainda as camadas musculares subjacentes e abrindo imediatamente a cavidade visceral. Após a abertura da cavidade abdominal podem observar-se os diferentes órgãos (Figura 4), a maioria dos quais pertence ao tubo digestivo. Tubo digestivo O órgão que ocupa a porção mais anterior da cavidade abdominal é o fígado (Figura 5), com os seus três lobos, sendo visível a vesícula biliar no lobo mediano. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 23/91 Imediatamente atrás, e sobre a esquerda do exemplar, vemos o estômago, com o seu ramo descendente e de maior dimensão, o ramo cardíaco, e o seu ramo ascendente, o ramo pilórico. Note os vasos sanguíneos (uma artéria e uma veia) sobre a porção cardíaca do estômago. À volta do bordo da porção pilórica do estômago pode ver o baço, de cor avermelhada. Na região mais anterior do estômago pilórico é ainda visível o pâncreas, de cor rosada, e que drena para a porção inicial do intestino. A sua porção posterior encontra-se sob o estômago. Ao estômago segue-se o intestino, caracterizado pela estriação causada pela sua válvula espiral. Na porção final do intestino, onde este se liga ao recto, pode ver-se a glândula rectal, responsáel pela regulação do sal no organismo. Note o mesentério que liga todos os órgãos referidos. Figura 5 – Aspecto dos órgãos visíveis após a realização das incisões indicadas (à esquerda) e pormenores do intestino (a),do fígado e vesícula biliar (b) e da zona pélvica para mostrar a glândula rectal. Legenda: 1. Fígado 2. Vesícula biliar 3. Baço 4. Pâncreas 5. Estômago 6. Intestino 7. Prega espiral 8. Ovário 9. Útero com ovo 10. Oviducto Embora alguns órgãos do sistema reprodutor possam ser já visíveis, é aconselhável remover o fígado e depois o tubo digestivo para melhor o observar. Comece por cortar o tubo digestivo junto ao recto e depois na parte mais anterior possível do estômago, tendo cuidado para não espalhar o conteúdo estomacal sobre os restantes órgãos internos. Estas operações obrigam ainda a cortar, em vário locais, vasos sanguíneos e as pregas do mesentério que suportam internamente os órgãos. Sistema reprodutor O sistema reprodutor feminino (Figura 6a e 6b) é formado por um único ovário, mantido pelo mesovário; os óvulos, após se terem formado, são libertados e tem de se deslocar até ao funil que constitui a entrada para os ovidutos. Na sua passagem pelo oviduto os ovos (Figura 6c) ficam encapsulados num invólucro queratinizado, produzido na porção proximal do oviduto, a glândula nidamentar, antes de serem libertados para o exterior. O sistema reprodutor masculino (Figuras 6d e 6e) é formado por um par de testículos alongados, mantido no local pelo mesórquio. Os gâmetas passam pelo epidídimo, tubo muito sinuoso, depois pelo canal deferente até às vesículas seminais; é armazendo em sacos espermáticos que abrem, por sua vez, para o exterior através poro ano-genito-urinário, sendo armazenados nos pterigopódios. A água do mar injectada pelo sifão assegura a sua passagem para a fêmea durante a cópula. Figura 6 – Órgãos sexuais (a e b) e ovo (c) de uma fêmea e de um macho (d e e) de Pata-roxa, Scyliorhinus canicula. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 24/91 Legenda: 1. Ovário e mesovário 2. Pavilhão da trompa 3. Infundíbulo 4. Glândula nidamentar 5. Istmo 6. Útero com ovo 7. Oviduto 8. Invólucro do ovo 9. Embrião 10. Filamentos de ancoragem 11. Testículos 12. Epidídimo 13. Canal deferente 14. Vesícula seminal Aparelho urinário O aparelho excretor da fêmea é completamente independente do sistema reprodutor, sendo formado por dois rins, em posição dorsal, que produzem a urina, que é conduzida pelo canal de Wolf até aos ureteres secundários, destes até ao ureter até ao seio urinário, antes de ser libertada através do poro ano-genito-urinário. O aparelho excretor do macho é semelhante ao da fêmea, embora não possua um seio urinário. Para além disso apenas a porção posterior do rim é funcionalmente excretora, uma vez que a porção anterior está modificada para a função reprodutora, transformada no canal deferente. Figura 7 – Aparelho excretor da fêmea (a) e do macho (b) da Pata-roxa, Scyliorhinus canicula. Legenda: 1. Rim 2. Canal de Wolf 3. Ureteres secundários 4. Ureter 5. Bexiga e vesícula seminal Para observar o sistema respiratório é necessário praticar várias incisões (Figura 8). A primeira é uma incisão de forma curva, na parte ventral do animal, entre as primeiras fendas branquiais; seguidamente praticar uma outra incisão rectilínea e transversal, a passar pelo bordo anterior das barbatanas peitorais. Finalmente deve fazer-se uma incisão longitudinal média perpendicular às anteriores. Depois de separar o tegumento dos tecidos subjacentes podem observar-se os aparelhos respiratório e circulatório da pata-roxa. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 25/91 Figura 8 - Incisões a realizar para expor os órgãos respiratórios e o aparelho circulatório. Aparelho respiratório Comece por olhar para as câmaras branquiais (Figura 9, à esquerda) para ver os filamentos branquiais das hemibrânquias anterior e posterior. Aparelho circulatório As incisões efectuadas expuseram também parte do aparelho circulatório, mais concretamente o pericárdio, que é cartilagíneo (Figura 9, à esquerda). Figura 9 - Aparelho respiratório (à esquerda) e circulatório (à direita) da Pata-roxa, Scyliorhinus canícula. Legenda: 1. Câmara branquial 2. Fenda branquial 3. Hemi-brânquia anterior 4. Hemi-brânquia posterior 5. Pericárdio 6. Ventrículo 7. Cone arterial 8. Aurícula 9. Seio venoso Para observar o coração é necessário fazer algumas incisões para remover o pericárdio, expondo parte do aparelho circulatório (Figura 9, à direita). Pode então observar, da parte posterior em direção á anterior, o seio venoso, de forma triangular e de paredes fina, a aurícula, que surge de cor escura e também de paredes finas, o ventrículo, de cor avermelhada e de paredes musculosas, e o cone arterial, onde se inicia a artéria aorta. Para observar a disposição dos órgãos num plano transversal do corpo deve praticar-se um corte transversal no corpo do Condríctio, atrás da barbatana dorsal. Pode então observar-se os órgãos expostos (Figura 10). Figura 10 – Corte transversal do corpo de uma Pata-roxa, Scyliorhinus canícula, atrás da segunda barbatana dorsal. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 26/91 1. Feixes musculares 2. Vértebra cartilagínea 3. Arco neural 4. Medula espinal 5. Corda dorsal 6. Arco hemático 7. Artéria caudal 8. Veia caudal Trabalho laboratorial: Observação da morfologia externa e interna de um Condríctio, a Pata-roxa, Scyliorhinus canícula. Material necessário: Protocolo de dissecação (este capítulo do Guião das aulas práticas) Material de dissecação Material opcional: bata luvas Outro material de apoio CD Rom - The Dogfish (disponível na Biblioteca da FCUP) 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 27/91 5.2. Disseção da pata-roxa Um excelente vídeo sobre a morfologia externa e interna da pata-roxa, Scyliorhinus canicula. Versão resumida das principais caraterísticas das morfologia externa e interna (ver também aqui) Com tecnologia Panopto Morfologia externa e interna da Pata-roxa - Versão integral Com tecnologia Panopto Morfologia externa e interna da Pata-roxa -Versão resumida https://uporto.cloud.panopto.eu/Panopto/Pages/Viewer.aspx?id=946e01f2-b057-4404-83ce-ab7701642f8e http://www.panopto.com/ http://www.panopto.com/ 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 28/91 5.3. Tegumento e faneras O tegumento dos peixes atuais, tanto Condríctios como Osteíctios, formado pela epiderme e pela derme, não é, em geral, queratinizado. São várias as funções do tegumento (forma um exosqueleto, fornece proteção contra agentes mecânicos, constitui uma barreira á entrada de agentes patogénicos, contribui para fora dos organismos, regula o equilíbrio osmótico, etc.. O tegumento é formado pela epiderme e pela derme e, entre elas, pela membrana basal. Sob a derme e entre o tegumento e a musculatura corporal, existe uma região de transição formada por tecido conjuntivo laxo e tecido adiposo, que forma a hipoderme. A epiderme dos peixes é um tecido vivo e activo à superfície do corpo, encontrando-se recoberta por muco, produzido por várias células individuais. Para além de uma função de protecção ajuda ainda a assegurar um fluxo laminar da água sobre a superfície do corpo. Existem cromatóforos na região basal da epiderme e superficial da derme a derme numerosas células. A derme é formada por tecido conjuntivo fibroso, especialmente elástico, formado maioritariamente por fibras colagéneas. A derme dos peixes origina frequentemente um tecido chamado osso dérmico, que está na origem das escamas dérmicas. As escamas estão frequentemente recobertas por esmalte, de origem epidérmica, e uma camada mais profunda de dentina, de origem dérmica. Nos peixes primitivos, Ostracodermes e Placodermes, o tegumento produzia placas ósseas proeminentes, que constituíam um exoesqueleto. Exceptuando a região da cabeça, onde formavam escudos cefálicos, as placas ósseas tendiam a ser divididas em peças de menores dimensões, as escamas dérmicas. As escamas dérmicas apresentavam frequentemente ornamentações superficiais. As escamas exibiam uma camada de esmalte, uma camada de dentina, uma camada de osso dérmico com cavidades vasculares e finalmente uma camada de osso dérmico lamelar (Figura 2). Figura 2- Escama cosmoide. Nos Condríctios o osso dérmico está ausente, mas subsistem dentículos superficiais, as escamas placoides. Estas escamas desenvolvem-se na derme, mas projectam-se através da epiderme para o exterior da superfície do corpo, dando a sensação de uma superfície rugosa. As escamas placoides (Figuras 3 e 4) possuem uma camada de esmalte externa, uma camada de dentina e a cavidade pulpar. O osso dérmico não subsiste. Figura 3 - Esquema de uma escama placoide e do tegumento de um Condríctio. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 29/91 Figura 4- Fotografia de um corte de uma escama placoide. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 30/91 5.4. Visualização das preparações A visualização das preparações definitivas referentes aos Condríctios será em brevemente possível aqui. Tegumento de um Condríctio com escamas placóides. Escamas placóides de um Condríctios (clica na imagem da direita para veres o video). Material de apoio necessário para a aula: O atlas O Tegumento e as faneras dos Cordados (páginas 9 e 10). O texto sobre o tegumento e faneras (subcapítulo anterior). Com tecnologia Panopto Tegumento de condríctio Com tecnologia Panopto Escamas placóides https://moodle.up.pt/pluginfile.php/102578/mod_book/chapter/576/Tegumento%20e%20faneras%20dos%20Cordados.pdf http://www.panopto.com/ http://www.panopto.com/ 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 31/91 6. Osteíctios Os Osteíctios (Osteichthyes, do grego ὀστεον/ósteon/"osso" e ἰχθύς/ichthus/"peixe") são Vertebrados Gnatostomados, ou seja com mandíbulas, grupo que inclui todos os peixes dotados de um esqueleto ósseo. As características básicas dos Osteíctios são as seguintes: Esqueleto ósseo Escamas ciclóides ou ctenóides Boca terminal Fenda opercular única Bexiga natatória A classificação dos Osteichthyes, e dos peixes em geral, não é consensual. Diferentes autores apresentam classificações diversas. A classificação adoptada é a do manual Vertebrates. Comparative Anatomy, Function, Evolution (Kardong, 2012). A classe dos Actinopterígios inclui a maioria dos peixes, caracterizando-se por possuírem uma estrutura radial nas barbatanas. A classe dos Sarcopterígios inclui os peixes com barbatanas pares lobadas. Entre as outras classificações, as mais consensuais são a classificação de Nelson (2006), no seu livro Fishes of the world, e a de Eschmeyer (1998), no livro Catalog of fishes (que pode ser consultada aqui). De acordo com Nelson (2006) a classificação dos peixes será a seguinte: Filo Chordata Subfilo Craniata Superclasse Myxinomorphi to Ostreostracomorphi Superclasse Gnathostoamata Classe Placodermi Classe Chondrichthyes Subclasse Holocephali Subclasse Elasmobranchi Classe Acanthodii Classe Actinopterygii Subclasse Cladistia Subclasse Chondrostei Subclasse Neopterygii Classe Sarcopterygii Subclasse Coelacanthimorpha Subclasse Dipnotetrapodomorpha De acordo com Eschmeyer (1998) a classificação dos peixes será a seguinte: Classe Myxini Class Petromyzonti Class Cladistii Class Elasmobranchii Class Holocephali Class Actinopteri Class Coelacanthi Class Dipneusti Um instrumento útil é a base de dados FishBase, que usa, globalmente, a classificação de Nelson (2006), embora no caso os Elasmobranchii e os Holocephali sejam considerados classes. Contudo, ao nível das famílias a FishBase segue a classificação de Eschmeyer (1998), que é atualizada mais frequentemente. Na tabela 1 pode ver-se o número de ordens, famílias, géneros e espécies de cada classe. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 32/91 Classe Número de Ordens Famílias Géneros Espécies Actinopterygii 46 488 4836 31835 Cephalaspidomorphi 1 3 10 47 Elasmobranchii 12 51 189 1166 Holocephali 1 3 6 50 Myxini 1 1 6 78 Sarcopterygii 3 4 48 Total 64 550 5051 33184 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 33/91 6.1. Morfologia externa e interna de um Osteíctio Observação da morfologia externa e interna do carapau, Trachurus trachurus 1 - Morfologia externa Observe a forma fusiforme do corpo, que é comprimido lateralmente (Figura 1). Note a coloração geral, prateada e brilhante. Figura 1 - Esquema dos principais aspectos da morfologia externa do carapau, Trachurus trachurus. Na cabeça (Figuras 1 e 2) note a boca, protráctil (extensível) e de posição terminal. Abra a boca e repare no esófago e nas aberturas em direcção às brânquias, que abrem para o exterior na parte posterior da cabeça, através da fenda opercular. Repare ainda nas narinas, situadas adiante dos olhos. Os olhos são grandes e estão numa posição dorso-lateral. Note que o opérculo é formados por vários ossos laminares, que encerram a câmara branquial. Figura 2 – Detalhe da cabeça de um carapau, Trachurus trachurus, mostrando a elasticidade da boca. Note o órgão da linha lateral, um órgão sensorial, que se estende desde o opérculo até ao final do pedúnculo caudal. Observe o tipo de escamas. Para o efeito raspe o corpo do animal com um bisturi, retirando algumas escamas. Coloque-as entre lâmina e lamela e observe-as ao microscópio. Confira o número de barbatanas pares: as peitorais, posicionadas no flanco do exemplar, atrás da fenda opercular; as pélvicas, numa posição ventral junto à linha média ventral. Identifique as três barbatanas ímpares: a dorsal, bilobada, com uma porção anterior, com raios ósseos e uma porção posterior, de raios moles; a barbatana caudal, homocerca, situa-se na extremidade do pedúnculo caudal; a barbatana anal situa-se ligeiramente atrás do orifício ano-génito-urinário. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 34/91 Não há dimorfismo sexual no carapau. 2 - Morfologia interna Colocar o exemplar com a face dorsal virada para baixo e começar por praticar uma incisão na linha média ventral, iniciando-a um pouco anteriormente em relação à papila ano-genito-urinária e prolongando-a até à zona opercular (Figura 3). Figura 3 – Esquema das incisões a fazer para aceder á cavidade abdominal do carapau, Trachurus trachurus. Fazer uma segunda incisão, desde a zona opercular até à regão posterior da papila ano-genito-urinária, de forma a remover a parede do corpo e expor a cavidade abdominal. Levante, com a pinça, a parede do corpo à medida que vai executando a incisão, de forma a ver o interior da vaidade abdominal e, assim, não correr o risco de danificar os órgãos. Comece por observar e identificar os órgãos na sua posição natural (Figura 4). O sexo dos exemplares torna-se evidente. Na fêmea encontraremos os ovários, que são estruturas alongadas e volumosas, de cor alaranjada, que se ligam ao poro genital. Encontram-se revestidos por uma membrana fina e transparente. Os ovos são bem visíveis, como o são alguns vasos sanguíneos. Os ovários situam-se sob a bexiga natatória. No macho encontraremos, em posição idêntica, duas estruturas com uma forma geral semelhante, mas de cor branca e aspecto uniforme, os testículos. Figura 4 – Aspecto do interior da cavidade geral de exemplares macho (a) e fêmea (b) do carapau, Trachurus trachurus. Legenda: 1 - Testículo; 2 - Ovário; 3 - Bexiga natatória. Para observar os restantes órgãos presentes na cavidade abdominal é necessário remover os órgãos reprodutores. Comece por observar a bexiga natatória, de coloração prateada, situada dorsalmente (Figura 5). É um órgão volumoso. Procure identificar as diferentes zonas do aparelho digestivo, afastando-as cuidadosamente. Localize o esófago, o estômago, o intestino e os cecos gástricos. Identifique o fígado, de cor acastanhada e formado por vários lobos; identifique também o baço, de cor avermelhada e situado ventralmente, sob o tubo digestivo. Figura 5 – Aspecto da cavidade abdominal do carapau, Trachurus trachurus, após remoção das gónadas. Legenda: 1. Testículo; 2. Bexiga natatória; 3. Fígado; 4. Estômago; 5. Cecos gástricos; 6. Baço; 7. Intestino. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 35/91 Para observar os órgãos respiratórios é necessário começar por remover o opérculo (Figura 6). Ficam então visíveis as brânquias. Cada brânquia tem um arco branquial, ao qual se ligam as branquiospinhas, na zona anterior, e as lamelas branquiais, na zona posterior. Figura 6 – Aspecto da região anterior do carapau após remoção do opérculo (à esquerda) e após a abertura da cavidade cardíaca (à direita). Legenda: 1. Arco branquial; 2. Coração; 3. Fígado; 4. Cecos intestinais. Após a abertura da cavidade cardíaca fica exposto o coração (Figuras 6 e 7). No coração procure identificar a aurícula, de paredes finas e situada posteriormente, e o ventrículo, de paredes musculosas, situado adiante da aurícula. À aurícula liga-se o seio venoso, que recebe o sangue que regressa ao coração. À saída do ventrículo encontra-se o bolbo arterial, ou aórtico, que encaminha o sangue para as brânquias. Se removermos as brânquias podemos com detalhe a porção anterior do tubo digestivo (Figura 7). Figura 7 – Pormenor da região anterior do carapau, Trachurus trachurus. Legenda: 1. Cavidade bucal; 2. Esófago; 3. Estômago; 4. Intestino; 5. Ventrículo; 6. Aurícula; 7. Bolbo arterial. Finalmente, e após remover o aparelho digestivo, podemos encontrar o aparelho excretor, o rim (Figura 8), que ocupa a zona superior da cavidade abdominal, e que apresenta uma cor escura. Figura 8 – Aparelho excretor do carapau, Trachurus trachurus. Legenda: 1. Rins. Procure observar as escamas e as brânquias à lupa ou ao microscópio. Trabalho laboratorial: 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 36/91 Observação da morfologia externa e interna do carapau. Material necessário: Protocolo de dissecação (este capítulo do Guião das aulas práticas). Material de dissecação. Material opcional: bata. luvas. 14/05/2020 Guião das aulas práticas https://moodle.up.pt/mod/book/tool/print/index.php?id=57902 37/91 6.2. Disseção do carapau Um vídeo ilustrando a morfologia externa e interna do carapau, Trachurus trachurus. Com tecnologia Panopto
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