Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ca´lculo Diferencial e Integral III Departamento de Matema´tica Faculdade de Engenharia Caˆmpus de Ilha Solteira Uiversidade Estadual Paulista Francisco Villarreal Ilha solteira (SP), 2011 1 Retas em IRn Def. Um subconjunto L de IRn e´ uma reta se existirem um ponto P0 de IR n e um vetor na˜o nulo u em IRn tais que L = {P0 + tu | t ∈ IR} . Equac¸a˜o vetorial de L L : P = P0 + tu , (t ∈ IR) . Equac¸o˜es parameˆtricas de L No plano: Para P = (x, y), P0 = (x0, y0) e u = (a, b) 6= (0, 0) P = P0 + tu⇒ { x = x0 + ta y = y0 + tb , (t ∈ IR) (I) No espac¸o: P = (x, y, z), P0 = (x0, y0, z0), u = (a, b, c) 6= (0, 0, 0) P = P0+tu⇒ x = x0 + ta y = y0 + tb z = z0 + tc , (t ∈ IR) (II) 2 Equac¸a˜o cartesiana de L No plano: De (I) vem ta = x− x0 ⇒ t = 1 a (x− x0) , se a 6= 0 tb = y − y0 e portanto{ ta = x− x0 tb = y − y0 ⇒ y − y0 = b a (x− x0) ou na forma geral y = b a︸︷︷︸ A x+ y0 − b a x0︸ ︷︷ ︸ B ⇒ y = Ax+B . No espac¸o: De (II) vem, se a 6= 0 ta = x− x0 ⇒ t = 1 a (x− x0) tb = y − y0 ⇒ y − y0 = b a (x− x0) tc = z − z0 ⇒ z − z0 = c a (x− x0) 3 Planos Def. Um subconjunto π de IR3 e´ um plano se existirem um ponto P0 e um vetor na˜o nulo N em IR3 tais que (• = produto escalar) π = {P ∈ IR3 | (P − P0) •N = 0} . Equac¸a˜o cartesiana de π. Se P = (x, y, z), P0 = (x0, y0, z0) e N = (A,B,C) temos (x− x0, y − y0, z − z0) • (A,B,C) = 0 ⇓ A(x− x0) +B(y − y0) + C(z − z0) = 0 e portanto π : Ax+By + Cz +D = 0 sendo D := −Ax0 −By0 − Cz0. 4 Superf´ıcies Estudaremos subconjuntos S do espac¸o XY Z que podem ser caracterizados por equa- c¸o˜es da forma S : F (x, y, z) = 0 . Planos A forma geral de planos π e´ dada pela equac¸a˜o π : Ax+By + Cz +D︸ ︷︷ ︸ F (x,y,z) = 0 . Exerc. (de entrega) Fac¸a um esboc¸o dos planos seguintes (1) z = x+ y + 1 (2) x+ y = 1 , z ∈ IR (3) y = x , z ∈ IR (4) z = y , x ∈ IR (5) z = 1 , x, y ∈ IR (6) z = k , k ∈ IR 5 Superf´ıcies esfe´ricas A equac¸a˜o (sendo R > 0 um nu´mero dado) S : (x− x0)2 + (y − y0)2 + (z − z0)2 = R2 representa uma esfera de raio R centrada em P0 = (x0, y0, z0). Se P0 = (0, 0, 0) temos S : x2 + y2 + z2 = R2 que e´ uma esfera de raioR centrada na origem Exerc. (de entrega) Fac¸a um esboc¸o do con- junto S : x2 + y2 + z2 = 16z 6 Superf´ıcies cil´ındricas Def. Um subconjunto S do espac¸o e´ uma superf´ıcie cil´ındrica se existirem uma reta L e uma “curva” C de modo que S e´ a reunia˜o das retas paralelas a L passando por pontos da curva C (L = geratriz e C = diretriz). Ex. Esboc¸ar as seguintes superf´ıcies cil´ındri- cas (1) x2 + y2 = 1 , z ∈ IR (2) x2 + z2 = 4 , y ∈ IR (3) y2 + z2 = 9 (4) z = x2 Obs. (1) Prova-se que o cilindro S e´ gerado pelo eixo Z e pela curva, por exemplo, C : x2 + y2 = 1 e z = 0 . (4) Prova-se que a superf´ıcie S e´ determinada pelo eixo Y e pela curva, por exemplo, C : z = x2 e y = 0 . 7 Superf´ıcies coˆnicas Def. Um subconjunto S do espac¸o e´ uma superf´ıcie coˆnica se existirem um ponto V e uma “curva” C tais que V /∈ C e S e´ a reunia˜o das retas passando por V e por pontos da curva C (V = ve´rtice e C = diretriz). Ex. Esboc¸ar as seguintes superf´ıcies coˆnicas (1) S : z2 = x2 + y2 (2) S : x2 = y2 + z2 Obs. (1) Prova-se que a superf´ıcie S do Ex. (1) e´ determinada pelo ponto V = (0, 0, 0) e pela curva, por exemplo, C : x2 + y2 = 1 e z = 1 . (2) z2 = x2 + y2 =⇒ √ z2 = √ x2 + y2 ⇒ |z| = √ x2 + y2 =⇒ z = z = √ x2 + y2 ou z = − √ x2 + y2 8 Alguns subconjuntos de IRn Conjuntos convexos Def. Dados P e Q pontos em IRn, o seg- mento fechado com extremos P e Q e´ definido como sendo [P,Q] := {P + t(Q− P ) | 0 ≤ t ≤ 1} . Def. Um subconjunto A de IRn e´ convexo se, para qualquer par de pontos P e Q de A, o segmento fechado [P,Q] esta´ contido em A. 9 Bolas abertas e fechadas Def. Se P0 ∈ IRn e r > 0 a bola aberta de centro P0 e raio r, denotada por Br(P0), e´ definida como sendo Br(P0) = {P ∈ IRn | d(P,P0) < r} = {P ∈ IRn | |P − P0| < r} . Geometricamente: Def. Se P0 ∈ IRn e r > 0 a bola fechada de centro P0 e raio r, denotada por Br[P0] ou Dr(P0), e´ definida por Br[P0] = {P ∈ IRn | d(P,P0) ≤ r} = {P ∈ IRn | |P − P0| ≤ r} . Geometricamente: Def. Uma bola aberta perfurada e´ uma bola aberta sem o seu centro. Notac¸a˜o. B∗r (P0) = {P ∈ IRn | 0 < d(P,P0) < r} = {P ∈ IRn | 0 < |P − P0| < r} . Geometricamente: 10 Conjuntos abertos Def. Se A ⊂ IRn e P0 ∈ A, dizemos que P0 e´ um ponto interior de A, se existe uma bola aberta Br(P0) contida em A; isto e´, quando Br(P0) ⊂ A. Notac¸a˜o. Indicamos por o A o conjunto dos pontos interiores de A; isto e´ o A := {P ∈ A | P e´ um ponto interior de A} Def. Um subconjunto A de IRn e´ um con- junto aberto se todos seus pontos sa˜o pon- tos interiores; isto e´, se A = o A. 11 Conjuntos fechados, compactos e conexos Def. Seja A um subconjunto de IRn. • A e´ um conjunto fechado se o seu com- plementar IRn\A (CA) e´ um conjunto aberto. • A e´ um conjunto limitado se A esta´ con- tido em alguma bola aberta (ou fechada) cen- trada na origem; isto e´, se existe uma bola aberta Br(0) tal que A ⊂ Br(0). •A e´ um conjunto compacto seA e´ fechado e limitado. • A e´ um conjunto conexo se na˜o pode ser escrito na forma A = (A ∩ U) ∪ (A ∩ V ) sendo U e V conjuntos abertos tais que A∩U e A ∩ V sa˜o disjuntos. 12 Ex. Calcule o A e classifique o conjunto A nos seguintes casos. (1) A : x ≥ 0 e y ≥ 0 (2) A : x > 0 e y > 0 (3) A : x2 + y2 ≤ 4 (4) A : x2 + y2 < 1 (5) A : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4 (6) A : x2 + y2 ≤ 1 ou x2 + y2 > 9 (7) A = {(x, y, z) | x2 + y2 + z2 < 9} ∪ {(0, 0, 3)} 13 Pontos de acumulac¸a˜o e Fecho de conjuntos Def. Sejam A ⊂ IRn e P ∈ IRn. Dizemos que P e´ um ponto de acumulac¸a˜o de A, se toda bola aberta perfurada com centro em P intercepta (ou conte´m pontos de) A; ou seja se B∗r (P ) ∩A 6= ∅ , ∀r > 0 . Notac¸a˜o. Indicamos com A′ o conjunto dos pontos de acumulac¸a˜o de A; isto e´ A′ := {P ∈ IRn | P e´ pto. de acum. de A} Def. Se A ⊂ IRn, definimos o fecho de A, denotado por A¯, como sendo A¯ := A ∪A′ . Teo. • A¯ e´ um conjunto fechado • A¯ e´ o menor conjunto fechado que conte´m o conjunto A. 14 Ex. Calcular A′ e A¯ nos casos: (1) A : 0 < x2 + y2 < 4 (2) A : x2 + y2 ≤ 1 ou x2 + y2 > 9 (3) A : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4 15 Func¸o˜es vetoriais - Curvas em IRn (Apostila: pg.13) Def. Uma func¸a˜o vetorial em IRn e´ uma func¸a˜o de IR em IRn; isto e´, e´ uma func¸a˜o definida num subconjunto dos nu´meros reais e cuja imagem e´ um conjunto de vetores em IRn. Notac¸a˜o. P : IR t → 7→ IRn P = P (t) • D = DP ⊂ IR domı´nio da func¸a˜o vet. P • CP = Im(P ) = {P (t) | t ∈ D}: imagem da func¸a˜o vetorial P Ex.1 Se P0 ∈ IRn, u 6= ~0 e´ um vetor em IRn e P : IR→ IRn e´ a func¸a˜o vetorial definida por P (t) := P0 + tu , (t ∈ IR) calcular a curva imagem dessa func¸a˜o: CP . 16 Obs. Consideremos uma func¸a˜o vetorial P : t ∈ D ⊂ IR 7→ P = P (t) ∈ IRn . Como, para cada t ∈ D, P (t) ∈ IRn (tem n coordenadas), podemos ecrever P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) , (t ∈ D) sendo x1:D → IR, . . . , xn:D → IR func¸o˜es rais associadas a` func¸a˜o vetorial P (t). Notac¸a˜o. Equac¸a˜o vetorial de CP : CP : P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) , (t ∈ D) . As func¸o˜es x1 = x1(t), . . . , xn = xn(t) sa˜o chamadas func¸o˜es coordenadas (ou com- ponentes) de P (t). Obs. • (n = 2) CP : P (t) = (x(t), y(t)) = x(t)~i+ y(t)~j sendo ~i = (1, 0) e ~j = (0, 1). • (n = 3) CP : P (t) = (x(t), y(t), z(t)) ou CP : P (t) = x(t)~i+ y(t)~j + z(t)~k sendo ~i = (1, 0, 0), ~j = (0, 1, 0) e ~k = (0, 0, 1). 17 Notac¸a˜o.As equac¸o˜es CP : x1 = x1(t) . . . . . . . . . xn = xn(t) , (t ∈ D) sa˜o chamadas Equac¸o˜es parameˆtricas de CP . • (n = 2) Eliminando a varia´vel t: CP : { x = x(t) y = y(t) =⇒ CP : F (x, y) = 0 Eqs. parameˆt. de CP =⇒ Eq. cart. de CP • (n = 3) Eliminando a varia´vel t: CP : x = x(t) y = y(t) z = z(t) =⇒ CP : { F (x, y, z) = 0 G(x, y, z) = 0 Eqs. parameˆt. de CP =⇒ Eqs. cart. de CP As equac¸o˜es F (x, y, z) = 0 e G(x, y, z) = 0 sa˜o equac¸o˜es de “superf´ıcies” que determi- nam CP . 18 Ex.2 (Pg. 15) Considere a func¸a˜o vetorial P : IR→ IR2 definida por P (t) = (t, t2) , (t ∈ IR) . Desenhe a imagem de P (CP ). Obs. A imagem da func¸a˜o f : IR x → 7→ IR y = x2 e´ o conjunto IR+; isto e´ Im(f) = IR+. Ex.3 Dada a func¸a˜o vetorial P : [0, 2π]→ IR3 definida por P (t) = (2 cos t, 2 sent, 2) , (0 ≤ t ≤ 2π) desenhe a imagem de P (CP ). 19 Limite e continuidade de func¸o˜es vetoriais Consideremos: • uma func¸a˜o vetorial P :D → IRn da forma P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) , (t ∈ D) • um ponto P0 = (x01, . . . , x0n) ∈ IRn • um ponto t0 ∈ D′ (t0 pto. de acum. de D) Lembrar que xi:D → IR, para i = 1, . . . , n. Def. Dizemos que lim t→t0 P (t) = P0 se lim t→t0 x1(t) = x 0 1 . . . . . . . . . . . . . . . lim t→t0 xn(t) = x 0 n 20 Obs. Para P (t) = (x(t), y(t)) e P0 = (x0, y0): lim t→t0 (x(t), y(t)) = (x0, y0)⇔ lim t→t0 x(t) = x0 lim t→t0 y(t) = y0 e nesse caso lim t→t0 (x(t), y(t)) = ( lim t→t0 x(t), lim t→t0 y(t)) Def. A func¸a˜o vetorial P (t) e´ cont´ınua em t0 ∈ D se lim t→t0 P (t) = P (t0) Obs. P (t) e´ cont´ınua em t0 ∈ D ⇔ xi(t) e´ cont´ınua em t0 ∈ D, para cada i = 1, . . . , n. Def. A func¸a˜o P (t) e´ cont´ınua em A ⊂ D se P (t) e´ cont´ınua em cada ponto de A. Ex.1 Estudar o limite e a continuidade da seguinte func¸a˜o vetorial em t = 0. P (t) = ( t 1 + t2 , t, sen t t ) , (t ∈ IR∗) Obs. A func¸a˜o e´ cont´ınua em IR∗. 21 Obs. Se I ⊂ D e´ um intervalo e P :D → IRn e´ cont´ınua em I enta˜o P (I) = {P (t) | t ∈ I} e´ um conj. conexo em IRn (e´ uma “curva”) Ex.2 Se P : IR∗ → IR2 e´ a func¸a˜o definida por P (t) = ( t, 1 t ) , (t ∈ IR∗) (a) estudar a continuidade da func¸a˜o em IR (b) estudar a continuidade da func¸a˜o em IR∗ Obs.1 Esboc¸o da imagem de P (t) (CP ) Obs.2 • P (t) e´ cont´ınua em IR∗ • IR∗ na˜o e´ um intervalo • CP na˜o e´ conexo 22 Curvas Def. Um subconjunto C de IRn e´ uma curva se C e´ a imagem de alguma func¸a˜o vetorial cont´ınua, cujo domı´nio e´ um intervalo da reta real; isto e´, se existem um intervalo I ⊂ IR e uma func¸a˜o vetorial cont´ınua P : I → IRn tal que C = CP . Notac¸a˜o. A equac¸a˜o vetorial C : P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) , (t ∈ I) e´ chamada uma parametrizac¸a˜o da curva C. Obs. Uma curva pode ter mais de uma para- metrizac¸a˜o Ex.1 A imagem da func¸a˜o vetorial P (t) = ( t, 1 t ) , (t ∈ IR∗) na˜o e´ uma curva. 23 Obs. A imagem das func¸o˜es vetoriais C1 : P1(t) = ( t, 1 t ) , (t < 0) C2 : P2(t) = ( t, 1 t ) , (t > 0) sa˜o curvas. Parametrizac¸a˜o de curvas • (n = 2) Introducindo a varia´vel t: CP : F (x, y) = 0 =⇒ CP : { x = x(t) y = y(t) Eq. cart. de CP =⇒ Eqs. parameˆt. de CP • (n = 3) Introducindo a varia´vel t: CP : { F (x, y, z) = 0 G(x, y, z) = 0 =⇒ CP : x = x(t) y = y(t) z = z(t) Eqs. cart. de CP =⇒ Eqs. parameˆt. de CP 24 Ex.2 Parametrizar as curvas (1) C : y = 2x, 0 ≤ x ≤ 2 (2) C : u2 + v2 = 1 (3) C : x2 + y2 = R2, R > 0 (4) C : x 2 a2 + y 2 b2 = 1, a > 0, b > 0 (5) C : x2 + y2 + z2 = 1 e z = y (6) C : x2 + y2 + z2 = 4 e z = √ x2 + y2 Ex.3 (Parametrizac¸a˜o natural de gra´fico de func¸o˜es de uma varia´vel) Se y = f(x), x ∈ I, e´ uma func¸a˜o cont´ınua, a Parametrizac¸a˜o natural do gra´fico, Gf , e´ dada por Gf : P (t) = (t, f(t)) , (t ∈ I) 25 Derivada de uma func¸a˜o vetorial Consideremos uma func¸a˜o vetorial P :D ⊂ IR→ IRn sendo D um conjunto aberto. Def. • P (t) e´ deriva´vel em t ∈ D se existe o limite lim h→0 P (t+ h)− P (t) h =: P ′(t) • P (t) e´ deriva´vel em D se P (t) e´ deriva´vel em todo ponto t de D Teo. Se P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) enta˜o, P (t) e´ deriva´vel em t ⇔ x1(t), . . . , xn(t) sa˜o de- riva´veis em t. Nesse caso, P ′(t) = (x′1(t), . . . , x ′ n(t)) . Ex. Se I e´ um intervalo aberto, y = f(x), x ∈ I, e´ deriva´vel e P (t) = (t, f(t)), (t ∈ I), temos P ′(t) = (1, f ′(t)), (t ∈ I) 26 Def. (Olhando P como uma part´ıcula em movimento) (pg. 27) • P (t): vetor posic¸a˜o da part´ıcula • P ′(t): vetor velocidade da part´ıcula • Se P ′(t) 6= ~0, ele e´ chamado vetor tan- gente a` curva CP no ponto P (t). A reta L que passa por P (t) de modo paralelo ao vetor P ′(t) e´ chamada reta tangente a` curva CP em P (t). Nesse caso, L = {P (t) + λP ′(t) | λ ∈ IR} • v(t) := |P ′(t)|: velocidade escalar da part´ıcula • P ′′(t): vetor acelerac¸a˜o da part´ıcula • a(t) := |P ′′(t)|: acelerac¸a˜o escalar da part´ıcula Regras de derivac¸a˜o Ver pgs. 25 e 26 27 Comprimento de arco Consideremos uma func¸a˜o vetorial P : [a, b]→ IRn de modo que P ′(t) seja cont´ınua. Def. O comprimento L da curva CP de P (a) a P (b) (ou de t = a a t = b) e´ definida por L := ∫ b a |P ′(t)|dt unid. de comprimento Ex. Calcular o comprimento de arco da curva CP nos casos seguintes. (1) P (t) = (t3, 3t2) de (0, 0) a (8, 12) (2) P (t) = (cos t, sen t, t), t ∈ [0, 4π] (3) P (t) = (r cos t, r sen t), t ∈ [0, 2π] (4) P (t) = (t, 3t2, 6t3) de (0, 0, 0) a (2, 12, 48). 28 Func¸o˜es reais de va´rias varia´veis reais Func¸a˜o: Relac¸a˜o entre dois conjuntos X e Y tal que a cada x ∈ X associa um u´nico y ∈ Y : Notac¸a˜o. • f :x ∈ X 7→ y = f(x) ∈ Y • Df ⊂ X domı´nio de f • Im(f) = {f(x) | x ∈ Df} ⊂ Y : imagem de f Casos particulares. • Ca´lculo I e II: f :x ∈ IR 7→ y = f(x) ∈ IR, func¸a˜o real de uma varia´vel real • Func¸o˜es vetoriais: P : t ∈ IR 7→ P (t) ∈ IRn, com P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) • Estudaremos func¸o˜es reais de va´rias varia´- veis reais f : IRn P → 7→ IR Q = f(P ) com P = (x1, . . . , xn) e Q = f(x1, . . . , xn) 29 Ex. (1) d = d(x, y) = √ x2 + y2 (2) Ja´ vimos exemplos de func¸o˜es: z = y Plano z = √ x2 + y2 Cone z = 6x3 Superf´ıcie cil´ıdrica (3) V = V (x, y, z) = xyz, x > 0, y > 0, z > 0 Def. Uma func¸a˜o real de n-varia´veis e´ uma func¸a˜o f cujo domı´nio D = Df e´ um subconjunto de IRn e cuja imagem Im(f) e´ um subconjunto de IR. Notac¸a˜o. f :D ⊂ IRn P → 7→ IR Q = f(P ) sendo P = (x1, . . . , xn) e Q = f(x1, . . . , xn) A expressa˜o “Q = f(P ) em D” ou ainda “Q = f(P ), P ∈ D” significa que a func¸a˜o f esta´ definida em todos os pontos de D 30 Obs. • (n = 2) “z = f(x, y) em D”: f :D ⊂ IR2 (x, y) → 7→ IR z = f(x, y) • (n = 3) “w = f(x, y, z) em D”: f :D ⊂ IR3 (x, y, z) → 7→ IR w = f(x, y, z) Ex.1 Se z = f(x, y) em D, calcule f(0, 0), f(1, 1) e f(1,−1), nos casos (1) f(x, y) = x2 + y2, D : |x| + |y| ≤ 2 (2) f(x, y) = xy, D : x2 + y2 > 1 (3) f(x, y) = xy x2+y2 , D : 0 < x 2 + y2 ≤ 4 (4) f(x, y) = cosπx1+x+y , D : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 9 31 Determinac¸a˜o de Domı´nio e Imagem Consideremos uma func¸a˜o f : IRn P → 7→ IR Q = f(P ) • Determinar o domı´nio de f , Df , significa achar o conjunto de todos os pontos P tais que possam ser efetuadas as operac¸o˜es ex- pressas em f(P ) • Determinar a imagem de f , Im(f), significa achar o conjunto no qual varia Q quando os pontos P variam Df ; isto e´, significa achar o conjunto dos valoresda func¸a˜o f sobre o domı´nio Df 32 Ex.1 Ache o domı´nio da func¸a˜o z = f(x, y), nos casos (1) f(x, y) = √ 16− x2 − y2 (2) f(x, y) = 9− x2 − y2 (3) f(x, y) = √ y − x+√1− y (4) f(x, y) = √|x| − |y| Ex.2 Ache a imagem da func¸a˜o z = f(x, y), nos casos (1) f(x, y) = √ 16− x2 − y2 (2) f(x, y) = 5− x2 − y2 (3) f(x, y) = x2 + y2 (4) f(x, y) = − √ x2 + y2 (5) f(x, y) = x 2 x2+y2 33 Gra´fico de func¸o˜es de duas varia´veis Lembrete f :x ∈ Df ⊂ IR 7→ y = f(x) ∈ IR ⇒ Gf :={(x, f(x)) ∈ IR2 | x ∈ Df} ={(x, y) ∈ IR2 | y = f(x) , x ∈ Df} Def. Dada uma func¸a˜o z = f(x, y), com domı´nio Df ; isto e´, se f : (x, y) ∈ Df ⊂ IR2 7→ z = f(x, y) ∈ IR chama-se gra´fico de f , denotado por Gf , ao seguinte subconjunto do espac¸o IR3 (= XYZ) Gf :={(x, y, f(x, y)) | (x, y) ∈ Df} ={(x, y, z) | z = f(x, y) , (x, y) ∈ Df} Representac¸a˜o geome´trica de Gf Exerc. Definir e representar geometricamen- te o gra´fico de func¸o˜es da forma: y = f(x, z) ((x, z) ∈ Df ) e x = f(y, z) ((y, z) ∈ Df ) 34 Recursos para representar gra´fico de func¸o˜es de duas varia´veis A) Geometria anal´ıtica B) Curvas de n´ıvel A) Geometria anal´ıtica no gra´fico de func¸o˜es Ex. Esboc¸ar o gra´fico das seguintes func¸o˜es (1) z = √ x2 + y2, D : x2 + y2 ≤ 16 (2) z = √ 25− x2 − y2, D : x2 + y2 ≤ 9 (3) x = √ 4− y2, D : |y| ≤ 2, 0 ≤ z ≤ 3 (4) y = x2, D : 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ z ≤ 8 35 B) Curvas de n´ıvel no gra´fico de func¸o˜es Dada uma func¸a˜o z = f(x, y), com domı´nio D; isto e´ f :D ⊂ IR2 (x, y) → 7→ IR z = f(x, y) considerar o conjunto dos seus valores; isto e´ Im(f) = {z ∈ IR | z = f(x, y) , (x, y) ∈ D} Def. Para cada k ∈ Im(f), a curva de n´ıvel Ck no plano da func¸a˜o z = f(x, y), associa- do ao plano z = k, e´ o conjunto Ck := {(x, y) ∈ D | f(x, y) = k} Ex.1 Se z = f(x, y) = x2+y2 e z = k, k ≥ 0, temos Ck = {(x, y) ∈ IR2 | x2 + y2 = k} que e´ uma circunfereˆcia centrada na origem de raio √ k. Consideremos algumas delas: 36 Def. Para cada k ∈ Im(f), a curva de n´ıvel no espac¸o da func¸a˜o z = f(x, y), denotada tambe´m por Ck, e´ o conjunto Ck := {(x, y, z) | z = k e f(x, y) = k , (x, y) ∈ D} que e´ uma “curva” de equac¸a˜o f(x, y) = k contida no plano z = k; isto e´ Ck : z = k e f(x, y) = k Obs.1 O gra´fico da func¸a˜o z = f(x, y) e´ a reunia˜o das curvas de n´ıvel Ck no espac¸o; isto e´ Gf = ⋃ k∈Im(f) Ck Obs.2 E´ importante tambe´m considerar a in- tersec¸a˜o do gra´fico da func¸a˜o com os planos coordenados: 37 Ex.2 Esboc¸ar o gra´fico da func¸a˜o z = f(x, y) = x2 + y2 , (D = IR2) Sol. Im(f) : z ≥ 0. Para cada k ≥ 0, a curva de n´ıvel Ck e´ Ck : z = k e x 2 + y2 = k, que e´ uma circunfereˆcia centrada na origem de raio√ k e contida no plano z = k. Enta˜o, Gf = ⋃ k≥0 Ck • Consideremos algumas curvas de n´ıvel: k = 0 7→ C0 : z = 0 e x2 + y2 = 0 k = 1 7→ C1 : z = 1 e x2 + y2 = 1 k = 2 7→ C2 : z = 2 e x2 + y2 = 2 • Consideremos a intersec¸a˜o do gra´fico Gf com os planos coordenados: Operac¸o˜es com func¸o˜es Ver pg.46 38 Limites de func¸o˜es reais de va´rias varia´veis reais Lembrete: Se y = f(x), x ∈ I, e x0 ∈ I ′ temos Def. limx→x0 f(x) = L se, para cada ε > 0 dado, e´ poss´ıvel achar um δ = δ(ε) > 0 tal que |f(x)−L| < ε sempre que 0 < |x−x0| < δ e x ∈ I Obs. Te´cnica para achar um δ > 0, dado um ε > 0: Estimar a expressa˜o |f(x)−L| em termos de |x− x0|: |f(x)− L| ≤M |x− x0| Ex. Mostrar que limx→1(2x− 1) = 1 Sol. Exerc´ıcio (de entrega) • limx→2(1 + x2) = 5 e limy→1 y3 = 1 • lim x→2 y→1 (1 + x2 + y3)︸ ︷︷ ︸ f(x,y) = 1 + 4 + 1 = 6 lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L 39 Limites de func¸o˜es de va´rias varia´veis Consideremos uma func¸a˜o f : D ⊂ IRn → IR e P0 um ponto de acumulac¸a˜o de D (P0 ∈ D′) Notac¸a˜o. O s´ımbolo lim P→P0 f(P ) = L tem o significado seguinte: f(P ) se aproxima arbitrariamente de L, desde que P se aprox- ima suficientemente de P0 Def. Dizemos que lim P→P0 f(P ) = L se, para cada ε > 0 dado, e´ poss´ıvel achar um δ = δ(ε) > 0 de modo que |f(P )− L| < ε sempre que 0 < |P − P0| < δ e P ∈ D 40 Obs. (n = 2) Se z = f(x, y), P = (x, y) e P0 = (x0, y0), dizemos que lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L se, para cada ε > 0 dado, e´ poss´ıvel achar um δ = δ(ε) > 0 de modo que seja va´lida a implicac¸a˜o 0 < √ (x− x0)2 + (y − y0)2 < δ e (x, y) ∈ D ⇓ |f(x, y)− L| < ε Geometricamente (Exerc. de entrega): ver pg. 48 Obs.1 As desigualdades seguintes sa˜o usadas com frequ¨eˆncia • x2 ≤ x2 + y2 e y2 ≤ x2 + y2 • |x− x0| ≤ √ (x− x0)2 + (y − y0)2 • |y − y0| ≤ √ (x− x0)2 + (y − y0)2 • |x| ≤ √ x2 + y2 e |y| ≤ √ x2 + y2 • 2|x||y| ≤ x2 + y2 41 Obs.2 Fixado um ε > 0, para achar um δ = δ(ε) verificando a implicac¸a˜o 0 < √ (x− x0)2 + (y − y0)2 < δ ⇓ |f(x, y)− L| < ε comec¸amos estimando |f(x, y)−L| em termos de |x−x0| e |y− y0| com o intuito de usar as desigualdades dadas na Obs.1: |f(x, y)− L| ≤M1|x− x0|+M2|y − y0| Ex.1Mostre que lim(x,y)→(2,4)(5x−3y) = −2 Sol. Fixado um ε > 0, achar um δ = δ(ε) > 0 verificando a implicac¸a˜o seguinte 0 < √ (x− 2)2 + (y − 4)2 < δ (1) ⇓ |5x− 3y + 2| < ε 42 Ex.2 Mostre que lim(x,y)→(1,1)(x2 + y2) = 2 Sol. Exerc´ıcio (de entrega) (Ver pg. 49, Ap.) Teoremas sobre limites (Ver os teoremas da pg. 50) • limx→2 √ 5 + x2 = 3 Consideremos func¸o˜es f : Df ⊂ IRn → IR e ϕ: Dϕ ⊂ IR→ IR com Im (f) ⊂ Dϕ: Df P f→ 7→ Dϕ f(P ) ϕ→ 7→ IR ϕ(f(P ))︸ ︷︷ ︸ ϕ◦f Dϕ◦f = {P ∈ Df | f(P ) ∈ Dϕ} Teo.1 Se P0 e´ um ponto de acumulac¸a˜o de Dϕ◦f , limP→P0 f(P ) = L e ϕ e´ cont´ınua em L, enta˜o lim P→P0 (ϕ ◦ f)(P ) = lim P→P0 ϕ(f(P )) = ϕ(L) = =ϕ( lim P→P0 f(P )) 43 Consideremos f, g, h:D ⊂ IR2 → IR e (x0, y0) em D′ (ponto de acumulac¸a˜o de D) Teo.2 (do confronto) Se h(x, y) ≤ f(x, y) ≤ g(x, y) para (x, y) ∈ D e se lim (x,y)→(x0,y0) h(x, y) = L = lim (x,y)→(x0,y0) g(x, y) enta˜o lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L Teo.3 Se lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = 0 e se (g e´ uma func¸a˜o limitada) |g(x, y)| ≤M , para (x, y) ∈ D sendo M > 0 um nu´mero real fixo, enta˜o lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y)g(x, y) = 0 44 Ex.2 Calcular, caso exista (1) lim (x,y)→(0,0) x3 x2 + y2 (2) lim (x,y)→(0,0) x3 + y3 x2 + y2 (3) lim (x,y)→(0,0) x2√ x2 + y2 (4) lim (x,y)→(0,0) x2y√ x2 + y2 Lembrete: Valem, para (x, y) 6= (0, 0) x2 x2 + y2 ≤ 1 , y 2 x2 + y2 ≤ 1 |x|√ x2 + y2 ≤ 1 , |y|√ x2 + y2 ≤ 1 |x||y| x2 + y2 ≤ 1 2 45 Limites atrave´s de conjuntos Consideremos uma func¸a˜o f :D ⊂ IRn → IR e A ⊂ IRn Def. A restric¸a˜o de f a A ∩ D, denotada por fA, e´ a func¸a˜o fA:A ∩ D → IR definida por fA(P ) := f(P ) , (P ∈ A ∩D) f(P ): expressa˜o de f para os pontos P de A ∩D Def. Se P0 e´ um ponto de acumulac¸a˜o de A ∩D, dizemos que lim P→P0 P∈A∩D f(P ) = L se lim P→P0 fA(P ) = L 46 Ex.1 Se f(x, y) := {√ x2 + y2 , para x2 + y2 ≤ 4 − x2 − y2 , para x2 + y2 > 4 calcular os limites (1) lim (x,y)→(1,√3) x2+y2<4 f(x, y) (2) lim (x,y)→(1,√3) x2+y2>4 f(x, y) 47 Limites ao longo de curvas Consideremos as func¸o˜es f :D ⊂ IRn → IR e P : I ⊂ IR → IRn tal que todos os pontos de CP sa˜o pontos interiores de D. Para t0 ∈ I seja P0 := P (t0) Podemos considerar o limite lim P → P0 P ∈ CP f(P ) = lim t→t0 f(P (t)) que depende apenas da varia´vel t Ex.2 Se z = f(x, y) e´ uma func¸a˜o definida em IR2, consideremos os limites: • lim (x,y)→(0,0) x=0 f(x, y) = lim y→0 f(0, y) • lim (x,y)→(0,0) y=0 f(x, y) = lim x→0 f(x, 0) 48 • lim (x,y)→(0,0) y=mx f(x, y) = lim x→0 f(x,mx) • lim (x,y)→(0,0) y=x2 f(x, y) = lim x→0 f(x, x2)Teoremas sobre limites atrave´s de conjuntos Consideremos uma func¸a˜o f :D ⊂ IRn → IR e P0 um ponto de acumulac¸a˜o de D Teo.1 Existe limP→P0 f(P ) = L⇔ existe lim P→P0 P∈A∩D f(P ) = L ,∀A ⊂ IRn com P0 ∈ A′ 49 Teo.2 (1) Se existe A ⊂ IRn tal que P0 ∈ A′ e lim P→P0 P∈A∩D f(P ) na˜o existe enta˜o, limP→P0 f(P ) na˜o existe (2) Se existem dois subconjunto distintos A1 e A2 de IR n, tendo P0 como pto. de acum. tais que lim P→P0 P∈A1∩D f(P ) e lim P→P0 P∈A2∩D f(P ) existem, mas sa˜o diferentes, enta˜o o limite limP→P0 f(P ) na˜o existe Ex.3 Se f(x, y) := {√ x2 + y2 , para x2 + y2 ≤ 4 − x2 − y2 , para x2 + y2 > 4 verificar se lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) existe, sen- do (x0, y0) um ponto qualquer da circunfereˆn- cia C : x2 + y2 = 4 50 Ex.4 Verificar se existem os limites: (1) lim (x,y)→(0,0) x2 − y2 x2 + y2 (2) lim (x,y)→(0,0) x√ x2 + y2 (3) lim (x,y)→(0,0) x3y x2 + y2 (4) lim (x,y)→(0,0) x2y2 x3 + y3 51 Continuidade de func¸o˜es reais de va´rias varia´veis reais Lembrete: Se y = f(x), x ∈ I, x0 ∈ I e A ⊂ I temos • f e´ cont´ınua em x = x0 se esta´ satisfeita: ∃ limx→x0 f(x) = f(x0) • f e´ cont´ınua em A se f e´ cont´ınua em todos os pontos de A Consideremos uma func¸a˜o f : D ⊂ IRn → IR, um ponto P0 ∈ D e um subconjunto A de D Def. Dizemos que a func¸a˜o: • f e´ cont´ınua no ponto P = P0 se ∃ lim P→P0 f(P ) = f(P0) • f e´ cont´ınua no conjunto A se f e´ cont´ınua em cada ponto de A Seja agora outra func¸a˜o g: D ⊂ IRn → IR 52 Teo.1 • Se f e g sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em P = P0 enta˜o, tambe´m sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em P = P0 as func¸o˜es (⋆) (a) f + g (b) fg (c) λf , λ ∈ IR (d) f/g , se g(P0) 6= 0 • Se f e g sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em A en- ta˜o, tambe´m sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em A as func¸o˜es dadas em (⋆), sendo que no caso (d), se g(P ) 6= 0, ∀P ∈ A Teo.2 • Toda func¸a˜o polinomial de duas (de n) varia´veis e´ cont´ınua em IR2 (em IRn) • Toda func¸a˜o racional e´ cont´ınua em seu domı´nio Seja ϕ: Dϕ ⊂ IR→ IR, com Im (f) ⊂ Dϕ: IRn P0 A f→ 7→ 7→ IR f(P0) f(A) ϕ→ 7→ 7→ IR ϕ(f(P0)) ϕ(f(A))︸ ︷︷ ︸ ϕ◦f 53 Teo.3 • Se f e´ cont´ınua em P0 e ϕ e´ cont´ınua em f(P0) enta˜o, ϕ ◦ f e´ cont´ınua em P0 • Se f e´ cont´ınua em A e ϕ e´ cont´ınua em f(A) enta˜o, ϕ ◦ f e´ cont´ınua em A Ex.1 As func¸o˜es (a) f(x, y) = x2 + y2 (b) F (x, y) = √ x2 + y2 sa˜o cont´ınuas em IR2 Sol. (a) Por ser uma func¸a˜o polinomial (b) Observar que, se ϕ(t) := √ t temos • (ϕ ◦ f)(x, y) = ϕ(f(x, y)) = √ x2 + y2 ⇒ F = ϕ ◦ f • Im (f) = IR+ = Dϕ • f e´ cont´ınua em IR2 e ϕ e´ cont´ınua em IR+ IR2 (x, y) f→ 7→ IR+ x2 + y2 ϕ→ 7→ IR√ x2 + y2︸ ︷︷ ︸ F =ϕ◦f 54 Ex.2 Discuta a continuidade das func¸o˜es em seu domı´nio (a) f(x, y) := x2 − y2 x2 + y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) (b) f(x, y) := x3y x2 + y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) Ex.3 Discuta a continuidade das func¸o˜es em seu domı´nio (a) f(x, y) := {√ x2 + y2 , para x2 + y2 ≤ 4 − x2 − y2 , para x2 + y2 > 4 (b) f(x, y) := x2√ x2 + y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) 55 Sol. de (a) Consideremos o gra´fico da func¸a˜o z = f(x, y): z = √ x2 + y2 sobre D : x2 + y2 ≤ 4 z = −x2 − y2 sobre A : x2 + y2 > 4 Estudaremos a continuidade da func¸a˜o: (1) no disco aberto B : x2 + y2 < 4 (2) no conjunto aberto A : x2 + y2 > 4 (3) na circunfereˆcia C : x2 + y2 = 4 (1) Como z = √ x2 + y2 e´ cont´ınua em IR2 (Ex.1), ela e´ tambe´m cont´ınua em B (2) Sendo a func¸a˜o polinomial z = −x2 − y2 cont´ınua em IR2, ela e´ tambe´m cont´ınua em A 56 (3) Seja (x0, y0) ∈ C um ponto qualquer. No Ex.3 de Limites atrave´s de conjuntos temos visto que o limite lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) na˜o existe. Enta˜o, a func¸a˜o z = f(x, y) na˜o e´ cont´ınua em (x0, y0). Sendo (x0, y0) um ponto arbitra´rio de C, segue que a func¸a˜o z = f(x, y) na˜o e´ cont´ınua em nenhum ponto de C. Em resumo: a func¸a˜o e´ cont´ınua em IR2\C Exerc. Discuta a continuidade da func¸a˜o em seu domı´nio f(x, y) := { (x−1)2 (x−1)2+(y−2)2 , se (x, y) 6= (1, 2) 1 , se (x, y) = (1, 2) 57 Derivada direcional Lembrete: Se I e´ um interv. aberto em IR, • y = f(x), x ∈ I, x0 ∈ I, y0 = f(x0) • L reta tangente ao Gf em (x0, y0) temos f ′(x0) = tgα: inclinac¸a˜o de L, sendo f ′(x0) := lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h se o limite existir Consideremos um subconj. aberto D de IRn, uma func¸a˜o f : D ⊂ IRn → IR, um ponto P0 em D e v um vetor unita´rio em IRn (|v| = 1) Def. A derivada direcional de f em P0 na direc¸a˜o de v e´ definida por Dvf(P0) := lim t→0 f(P0 + tv)− f(P0) t se o limite existir. Essa derivada e´ tambe´m chamada taxa de variac¸a˜o de f na direc¸a˜o de v em P0 58 Consideremos o diagrama IR t P→ 7→ IRn P0 + tv f→ 7→ IR f(P0 + tv)︸ ︷︷ ︸ ϕ := f◦P ϕ(t) := f(P (t)) = f(P0 + tv) A func¸a˜o auxiliar ϕ(t). Consideremos a “func¸a˜o auxiliar” ϕ: IR→ IR definida por ϕ(t) := f(P0 + tv) , (t ∈ I) Enta˜o, ϕ(t) e´ deriva´vel e vale ϕ′(0) = Dvf(P0) De fato, como ϕ(0) = f(P0), temos Dvf(P0) = lim t→0 f(P0 + tv)− f(P0) t = = lim t→0 ϕ(t)− ϕ(0) t = ϕ′(0) 59 Obs. (n = 2) Se z = f(x, y), P0 = (x0, y0) e v = (h, k) temos P0+ tv = (x0, y0)+ t(h, k) = (x0+ th, y0+ tk) e portanto Dvf(x0, y0) = = lim t→0 f(x0 + th, y0 + tk)− f(x0, y0) t Se ϕ(t) := f(x0 + th, y0 + tk) temos Dvf(x0, y0) = ϕ ′(0) Interpretac¸a˜o Geome´trica Ver: pg. 56, Ap. e pg. 842, Guidorizzi 60 Ex.1 Se f(x, y) = 3+x2+y2 e v = ( 1√ 2 , 1√ 2 ), calcular Dvf(0, 0) Sol. Se P0 = (0, 0) temos P0+tv = ( t√ 2 , t√ 2 ). Se ϕ(t) := f(P0+ tv) = f ( t√ 2 , t√ 2 ) , (t ∈ IR) temos Dvf(0, 0) = ϕ ′(0). Como ϕ(t) = 3 + t2 2 + t2 2 = 3 + t2 ⇒ ϕ′(t) = 2t temos Dvf(0, 0) = ϕ ′(0) = 0 Ex.2 Se f(x, y, z) = x2 + y2 + z2 e v = ( 2√ 6 ,− 1√ 6 , 1√ 6 ), calcular Dvf(x, y, z) Resp. Dvf(x, y, z) = 1√ 6 (4x− 2y + 2z) Obs. Uma func¸a˜o pode ter derivadas dire- cionais em todas as direc¸o˜es num ponto P0, mas na˜o ser cont´ınua nesse ponto (Ver 2 o Ex., pg. 57) 61 Derivadas parciais Consideremos um subconj. aberto D de IRn, uma func¸a˜o f : D ⊂ IRn → IR nas varia´veis x1, . . . , xn, um ponto P0 em D e a base canoˆ- nica de IRn e de IR3 e1 = (1, 0, 0, . . . , 0) e2 = (0, 1, 0, . . . , 0) . . . . . . . . . . . . . . . . . . en = (0, 0, . . . , 0, 1) e e1 = (1, 0, 0) =~ı e2 = (0, 1, 0) = ~ e3 = (0, 0, 1) = ~k Para IR2: e1 = (1, 0) =~ı, e2 = (0, 1) = ~ Def. Se i = 1, . . . , n, a derivada parcial de f em P0 em relac¸a˜o a xi e´ definida por ∂f ∂xi (P0) := Deif(P0) se Deif(P0) existir; isto e´ ∂f ∂xi (P0) = lim t→0 f(P0 + tei)− f(P0) t 62 Notac¸o˜es. Deif(P0) = Dif(P0) = fxi(P0) = ∂f ∂xi (P0) Obs. Se z = f(x, y) e P0 = (x0, y0) temos ∂f ∂x (P0) = lim h→0 f(P0 + he1)− f(P0) h ∂f ∂y (P0) = lim k→0 f(P0 + ke2)− f(P0) k Enta˜o, como P0 + he1 = (x0, y0) + h(1, 0) = (x0 + h, y0) P0 + ke2 = (x0, y0) + k(0, 1) = (x0, y0 + k) essas derivadas parciais sa˜o calculadas por ∂f ∂x (x0, y0) = lim h→0 f(x0 + h, y0)− f(x0, y0) h ∂f ∂y (x0, y0) = lim k→0 f(x0, y0 + k)− f(x0, y0) k 63 Obs∗. Para calcular ∂f ∂x (x0, y0) manter fixo y = y0 e derivar g(x) := f(x, y0) em x = x0: g′(x0) = lim h→0 g(x0 + h)− g(x0) h = = lim h→0 f(x0 + h, y0)− f(x0, y0) h = = ∂f ∂x (x0, y0) Para calcular ∂f ∂y (x0, y0) manter fixo x = x0 e derivar h(y) := f(x0, y) em y = y0: ∂f ∂y (x0, y0) = h ′(y0)Ex.1 Se f(x, y) = 2xy − 4y, calcular (a) ∂f ∂x (x, y) (c) ∂f ∂y (x, y) (b) ∂f ∂x (1, 1) (d) ∂f ∂y (−1, 1) 64 Ex.2 Calcular as deriv. parciais das func¸o˜es (a) f(x, y) = x4y3 − x5y4 em P = (1, 2) (b) f(x, y) = cosxy + 2xy3 em P = (π2 , 1) O vetor gradiente Consideremos um subconj. aberto D de IRn, um ponto P0 em D e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) Suponhamos que f tem todas as derivadas parciais em P0: ∂f ∂x1 (P0) , ∂f ∂x2 (P0) , . . . , ∂f ∂xn (P0) Def. O gradiente de f em P0 e´ o vetor em IRn definido por ~∇f(P0) := ( ∂f ∂x1 (P0), . . . , ∂f ∂xn (P0) ) Notac¸o˜es. f ′(P0) = Df(P0) = ~∇f(P0) 65 Obs. Se z = f(x, y) e P0 = (x0, y0), temos ~∇f(x0, y0) = ( ∂f ∂x (x0, y0), ∂f ∂y (x0, y0) ) = ∂f ∂x (x0, y0)~ı+ ∂f ∂y (x0, y0)~ Se w = f(x, y, z) e P0 = (x0, y0, z0), temos ~∇f(P0) = ( ∂f ∂x (P0), ∂f ∂y (P0), ∂f ∂z (P0) ) = ∂f ∂x (P0)~ı+ ∂f ∂y (P0)~+ ∂f ∂z (P0)~k Ex. Se z = f(x, y) = 1 + x2 + y2, calcular ~∇f(0, 0), ~∇f(1, 1) e representar geometrica- mente 66 Obs. Se z = f(x, y) e P0 = (x0, y0), os ve- tores no espac¸o ~∇ := ( ∂f ∂x (x0, y0), ∂f ∂y (x0, y0),−1 ) −~∇ = ( −∂f ∂x (x0, y0),−∂f ∂y (x0, y0), 1 ) sera˜o muito importantes mais adiante, quan- do “pendurados” em (x0, y0, f(x0, y0)) ∈ Gf Obs. Com os dados do Ex. anterior, “pen- durar” os vetores ~∇ := ( ∂f ∂x (0, 0), ∂f ∂y (0, 0),−1 ) = (0, 0,−1) ~∇ := ( ∂f ∂x (1, 1), ∂f ∂y (1, 1),−1 ) = (2, 2,−1) nos pontos (0, 0, f(0, 0)) = (0, 0, 1) ∈ Gf e (1, 1, f(1, 1)) = (1, 1, 3) ∈ Gf , respectivamen- te 67 Derivadas parciais de ordem superior Consideremos um subconj. aberto D de IRn e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) Para i = 1, . . . , n fixado, suponhamos que ∃ ∂f ∂xi (P ) , ∀P ∈ D Enta˜o podemos considerar a func¸a˜o ∂f ∂xi :D P → 7→ IR ∂f ∂xi (P ) Se P0 ∈ D e j = 1, . . . , n, suponhamos que ∃ ∂ ∂xj ( ∂f ∂xi ) (P0) 68 Def. A derivada parcial de 2 a ordem de f em P0, em relac¸a˜o a xi e xj , e´ definida por ∂2f ∂xj∂xi (P0) := ∂ ∂xj ( ∂f ∂xi ) (P0) Notac¸o˜es. DiDjf(P0) = fxixj (P0) = ∂2f ∂xj∂xi (P0) Quando j = i temos DiDif(P0) = = fxixi(P0) = ∂2f ∂x2i (P0) = ∂2f ∂xi∂xi (P0) Obs. Se z = f(x, y) e P0 = (x0, y0) temos ∂2f ∂y∂x (P0) , ∂2f ∂x2 (P0) , ∂2f ∂y2 (P0) , ∂2f ∂x∂y (P0) Obs. Da mesma forma podemos definir: ∂3f ∂xk∂xj∂xi := ∂ ∂xk ( ∂2f ∂xj∂xi ) i, j, k = 1, . . . , n. Etc. 69 Ex.1 Calcular as derivadas parciais de 2 a or- dem das seguintes func¸o˜es (a) f(x, y) = 3x2y3 + x5y4 (b) f(x, y) = cosxy + x3y3 Obs. As func¸o˜es ∂ 2f ∂y∂x e ∂ 2f ∂x∂y no Exs. (a) e (b) sa˜o iguais, mas nem sempre isso acontece Ex.2 Se f(x, y) := xy(x2 − y2) x2 + y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) mostrar que ∂ 2f ∂y∂x (0, 0) 6= ∂2f ∂x∂y (0, 0) (Ver Lei- thold, V. II, 1986, pg 724) Teo. (Cauchy-Schwarz) Sejam P0 ∈ D e i, j = 1, . . . , n fixados. Se as func¸o˜es ∂ 2f ∂xi∂xj e ∂ 2f ∂xj∂xi sa˜o cont´ınuas num conjunto aberto contendo P0, enta˜o ∂2f ∂xi∂xj (P0) = ∂2f ∂xj∂xi (P0) 70 Obs. Se as func¸o˜es ∂ 2f ∂y∂x e ∂ 2f ∂x∂y sa˜o cont´ınuas num conjunto aberto contendo P0 = (x0, y0), enta˜o ∂2f ∂y∂x (x0, y0) = ∂2f ∂x∂y (x0, y0) Se as func¸o˜es ∂ 2f ∂y∂x e ∂ 2f ∂x∂y sa˜o cont´ınuas em D, enta˜o ∂2f ∂y∂x (x, y) = ∂2f ∂x∂y (x, y) , ((x, y) ∈ D) 71 Diferenciabilidade de func¸o˜es reais de va´rias varia´veis reais Lembrete: Sejam I um intervalo aberto em IR, y = ϕ(x), x ∈ I e x0 ∈ I Def. ϕ e´ diferencia´vel em x = x0 se existe o limite lim h→0 ϕ(x0 + h)− ϕ(x0) h =: ϕ′(x0) Teo.1 ϕ e´ diferencia´vel em x = x0 ⇔ ∃a ∈ IR tal que lim h→0 ϕ(x0 + h)− ϕ(x0)− ah |h| = 0 Nesse caso, a = ϕ′(x0) Corol. ϕ e´ diferencia´vel em x = x0 ⇒ lim h→0 ϕ(x0 + h)− ϕ(x0)− ϕ′(x0) · h |h| = 0 72 Lembrete. Para cada X = (x1, . . . , xn) e H = (h1, . . . , hn) em IR n: (1) X •H = x1h1+ · · ·+xnhn (Prod. escalar) (2) |H| = √ h21 + · · ·+ h2n Def. Consideremos um subconj. aberto D de IRn, um ponto P0 em D, um subconjunto A de D e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) (1) f e´ diferencia´vel no ponto P0 se esta˜o satisfeitas as duas condic¸o˜es seguintes: d1) existem as derivadas parciais em P0: ∂f ∂x1 (P0) , ∂f ∂x2 (P0) , . . . , ∂f ∂xn (P0) d2) existe o limite (H = (h1, . . . , hn)) lim H→0 f(P0 +H)− f(P0)− ~∇f(P0) •H |H| = 0 sendo ~∇f(P0) •H o prod. escalar de ~∇f(P0) e H 73 Notac¸a˜o. df(P0;H) := ~∇f(P0) •H = = h1 ∂f ∂x1 (P0) + · · ·+ hn ∂f ∂xn (P0) (2) f e´ diferencia´vel no conjunto A se f e´ diferencia´vel em todos os pontos de A (3) f e´ diferencia´vel se f e´ diferencia´vel em seu domı´nio Obs. Uma func¸a˜o z = f(x, y) e´ diferencia´vel em P0 = (x0, y0) se sa˜o va´lidas as duas condi- c¸o˜es seguintes: d1) existem ∂f ∂x (x0, y0) e ∂f ∂y (x0, y0) d2) existe o limite (H = (h, k)) lim h→0 k→0 f(x0+h,y0+k)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)•(h,k) |(h,k)| =0 ou, equivalentemente, se esta˜o satisfeitas as duas condic¸o˜es seguintes: 74 d1) existem ∂f ∂x (x0, y0) e ∂f ∂y (x0, y0) d′2) existe o limite lim x→x0 y→y0 f(x,y)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)•(x−x0,y−y0) |(x−x0,y−y0)| =0 Obs. Para ver d2)⇔ d′2), basta notar x = x0 + h y = y0 + k ⇔ h = x− x0 k = y − y0 e nesse caso h→ 0 k → 0 ⇔ x→ x0 y → y0 Interpretac¸a˜o Geome´trica Ver pg. 64 75 Teo.2 A func¸a˜o z = f(x, y) e´ diferencia´vel em P0 = (x0, y0) ⇔ existem a e b em IR tais que se π : z = f(x0, y0) + a(x− x0) + b(y − y0) enta˜o lim x→x0 y→y0 f(x, y)− z |(x− x0, y − y0)| = 0 (π passa por Q0 = (x0, y0, f(x0, y0)) e π e´ ⊥ a (a, b,−1)). Nesse caso, a = ∂f ∂x (x0, y0) e b = ∂f ∂y (x0, y0) Obs. Nas condic¸o˜es do Teo.2, o plano π tem como equac¸a˜o (x−x0) ∂f∂x (x0,y0)+(y−y0) ∂f∂y (x0,y0)−z+f(x0,y0)=0 Vemos que o vetor ~∇ := ( ∂f ∂x (x0, y0), ∂f ∂y (x0, y0),−1 ) e´ normal ao plano π que passa pelo ponto Q0 = (x0, y0, f(x0, y0)). 76 Ex.1 Prove que a func¸a˜o (ver pg. 65, Ap.) f(x, y) = x2y − 2xy e´ diferencia´vel em IR2 Sol. Seja P0 = (x0, y0) um ponto qualquer fixado em IR2 (1) Ca´lculo de ~∇f(x0, y0) = ( ∂f ∂x (x0, y0), ∂f ∂y (x0, y0) ) ∂f ∂x (x, y) = 2xy − 2y e ∂f ∂y (x, y) = x2 − 2x ⇒ ~∇f(x, y) = (2xy − 2y, x2 − 2x)⇒ ~∇f(x0, y0) = (2x0y0 − 2y0, x20 − 2x0) Enta˜o a condic¸a˜o d1) esta´ satisfeita (2) Ca´lculo do limite L := lim h→0 k→0 f(x0+h,y0+k)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)•(h,k) |(h,k)| 77 Temos (ver pg. 66) f(x0+h,y0+k)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)•(h,k) |(h,k)| = = h2y0 + 2hkx0 + h 2k − 2hk |(h, k)| = = h2y0 + 2(x0 − 1)hk + h2k |(h, k)| e portanto, como |(h, k)| = √h2 + k2, temos L = y0L1 + 2(x0 − 1)L2 + L3 sendo L1 := limh→0 k→0 h2√ h2+k2 , L2 := lim h→0 k→0 hk√ h2 + k2 , L3 := lim h→0 k→0 h2k√ h2 + k2 Como L1 = 0, L2 = 0 e L3 = 0 segue que L = 0. Enta˜o a condic¸a˜o d2) esta´ tambe´m satisfeita Logo, dos ca´lculos (1) e (2) concluimos que a func¸a˜o dada e´ diferencia´vel em P0 = (x0, y0). Como P0 = (x0, y0) e´ um ponto arbitra´rio de IR2, segue que a func¸a˜o f e´ diferencia´vel em todos os pontos de IR2 78 Ex.2 Discutir a diferenciabilidade de f(x, y) := xy2 x2 + 2y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) em P0 = (0, 0) Sol. (1) Ca´lculo de~∇f(0, 0). Como fx(0, 0) = lim h→0 f(h, 0)− f(0, 0) h = lim h→0 f(h, 0) h = lim h→0 1 h [ h(0)2 h2 + 2(0)2 ] = lim h→0 1 h (0) = 0 e fy(0, 0) = 0 (de modo ana´logo) segue que ~∇f(0, 0) = (fx(0, 0), fy(0, 0)) = (0, 0). Enta˜o a condic¸a˜o d1) esta´ satisfeita 79 (2) Ca´lculo do limite L := lim h→0 k→0 f(h, k)− f(0, 0)− ~∇f(0, 0) • (h, k) |(h, k)| Sendo f(0, 0) = 0 e ~∇f(0, 0) • (h, k) = 0, temos L = lim h→0 k→0 f(h, k) |(h, k)| = limh→0 k→0 1 |(h, k)|f(h, k) = = lim h→0 k→0 1√ h2 + k2 hk2 h2 + 2k2 Como o limite lim h→0 k→0 k=h 1√ h2 + k2 hk2 h2 + 2k2 = lim h→0 h3 3h2 1√ 2 √ h2 = 1 3 √ 2 lim h→0 h |h| na˜o existe segue que o limite geral L na˜o e- xiste. Enta˜o, a condic¸a˜o d2) na˜o esta´ satis- feita. Logo, a func¸a˜o f na˜o e´ diferencia´vel em P0 = (0, 0) 80 Ex.3 Discutir a diferenciabilidade da func¸a˜o f(x, y) := 2 + √ x2 + y2 em 0 = (0, 0) Sol. (1) Ca´lculo de ~∇f(0, 0). Temos fx(0, 0) = lim h→0 f(h, 0)− f(0, 0) h = lim h→0 2 + √ h2 − 2 h = lim h→0 |h| h Assim, como lim h→0 |h| h 6 ∃ ⇒ fx(0, 0) 6 ∃ Enta˜o, a condic¸a˜o d1) na˜o esta´ satisfeita. Lo- go, a func¸a˜o f na˜o e´ diferencia´vel na origem 0 = (0, 0) Obs. O gra´fico da func¸a˜o do Ex.3 apresenta um “beco” no ponto (0, 0, f(0, 0)) = (0, 0, 2) • A func¸a˜o e´ cont´ınua em (0, 0) (Ver Ex. 1(b), Continuidade) 81 Relac¸a˜o entre diferenciabilidade e continuidade Considere dois subconj. abertos D e Ω ⊂ D de IRn, um ponto P0 ∈ D e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) Teo.4 • Se a func¸a˜o f e´ diferencia´vel em P0 enta˜o f e´ cont´ınua em P0 • Se a func¸a˜o f e´ diferencia´vel em Ω enta˜o f e´ cont´ınua em Ω Obs. Teo.4: diferenciabilidade ⇒ continui- dade • Ex.3: continuidade 6⇒ diferenciabilidade Teo.5 Se as derivadas parciais de primeira ordem de f : ∂f ∂x1 , ∂f ∂x2 , . . . , ∂f ∂xn sa˜o cont´ınuas em Ω enta˜o, a func¸a˜o f e´ dife- rencia´vel em Ω 82 Obs. Se as duas derivadas parciais da func¸a˜o z = f(x, y): ∂f ∂x e ∂f ∂y sa˜o cont´ınuas em Ω enta˜o, a func¸a˜o f e´ diferencia´vel em Ω Ex.4 Discutir a diferenciabilidade da func¸a˜o f(x, y) := 2 + √ x2 + y2 Sol. Estudo da diferenciabilidade na origem 0 = (0, 0): no Ex.3 temos visto que a func¸a˜o z = 2 + √ x2 + y2 na˜o e´ diferencia´vel nesse ponto Estudo da diferenciabilidade em IR2\{(0, 0)}: como as derivadas parciais ∂f ∂x (x, y) = x√ x2 + y2 ∂f ∂y (x, y) = y√ x2 + y2 ((x, y) 6= (0, 0)) sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em IR2\{(0, 0)}, pelo Teo.5, a func¸a˜o e´ diferencia´vel nesse conjunto Em resumo: a func¸a˜o na˜o e´ diferencia´vel em 0 = (0, 0) e e´ diferencia´vel em IR2\{(0, 0)} 83 Ex.5 Discutir a diferenciabilidade da func¸a˜o f(x, y) := xy2 x2 + 2y2 , se (x, y) 6= (0, 0) 0 , se (x, y) = (0, 0) Sol. Estudo em 0 = (0, 0): no Ex.2 temos visto que a func¸a˜o dada na˜o e´ diferencia´vel nesse ponto. Estudo em IR2\{(0, 0)}: como as derivadas parciais ∂f ∂x (x, y) = (x2 + 2y2)y2 − xy2(2x) (x2 + 2y2)2 ∂f ∂y (x, y) = (x2 + 2y2)2xy − xy2(4y) (x2 + 2y2)2 sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em IR2\{(0, 0)} (por serem func¸o˜es racionais), pelo Teo.5, a func¸a˜o dada e´ diferencia´vel nesse conjunto Em resumo: a func¸a˜o na˜o e´ diferencia´vel em 0 = (0, 0) e e´ diferencia´vel em IR2\{(0, 0)} 84 Diferenciais e ca´lculo da diferencial para func¸o˜es de va´rias varia´veis Consideremos um subconj. aberto D de IRn e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) Se f e´ diferencia´vel, P = (x1, . . . , xn) ∈ D e H = (h1, . . . , hn) temos (H suficientemente pequeno) df(P ;H) := ~∇f(P ) ·H =h1 ∂f ∂x1 (P ) + · · ·+ hn ∂f ∂xn (P ) Se z = f(x, y) e´ diferencia´vel, P = (x, y) ∈ D e H = (h, k) temos (⋆) df(P ;H) = h ∂f ∂x (x, y) + k ∂f ∂y (x, y) Teo.3: Ver Pg. 70 85 Teo.4 • Toda func¸a˜o polinomial de duas (de n) varia´veis e´ diferencia´vel em IR2 (em IRn) • Toda func¸a˜o racional e´ diferencia´vel em seu domı´nio Ex.1 Prove que a func¸a˜o e´ diferencia´vel e cal- cule df(P ;H), com P = (x, y) e H = (h, k), nos casos: (a) f(x, y) = x (b) f(x, y) = y Sol. de (a). f(x, y) = x polinoˆmio ⇒ f e´ diferencia´vel em IR2. Como ∂f ∂x (x, y) = 1 e ∂f ∂y (x, y) = 0, usando a fo´rmula (⋆), obtemos df(P ;H) = h Sol. de (b). De modo ana´logo obtemos df(P ;H) = k Obs.1 Do Ex.1(a), como df = df(P ;H) = h e df = dx (pois f = x) temos h = dx. De modo ana´logo, do Ex.1(b), temos k = dy 86 Ex.2 Prove que a func¸a˜o f e´ diferencia´vel e calcule df(P ;H), com P = (x1, . . . , xn) e H = (h1, . . . , hn), nos casos: a1) f(x1, . . . , xn) = x1, . . . , an) f(x1, . . . , xn) = xn Sol. Exerc´ıcio Obs.2 Do Ex.2, de modo ana´logo ao que foi feito na Obs.1, temos h1 = dx1 , h2 = dx2 , . . . , hn = dxn A Obs.2 motiva a notac¸a˜o seguinte Notac¸a˜o. Se f e´ diferencia´vel escreveremos (“a diferencial de f”) df = df(P ) := df(P ; dP ) = ~∇f(P ) · dP = ∂f ∂x1 (P )dx1 + · · ·+ ∂f ∂xn (P )dxn sendo P=(x1,...,xn) e dP = (dx1, . . . , dxn) 87 Obs.3 Se z = f(x, y) e´ diferencia´vel escreve- mos dz = df = ∂f ∂x dx+ ∂f ∂y dy = ∂z ∂x dx+ ∂z ∂y dy Se w = f(x, y, z) e´ diferencia´vel escrevemos dw = df = ∂f ∂x dx+ ∂f ∂y dy + ∂f ∂z dz = ∂w ∂x dx+ ∂w ∂y dy + ∂w ∂z dz Ex.3 Se z = x2y2 + x3y, calcular dz Sol. Sendo a func¸a˜o dada uma func¸a˜o poli- nomial, ela e´ diferencia´vel. Como ∂z ∂x = 2xy2 + 3x2y e ∂z ∂y = 2x2y + x3 temos dz = (2xy2 + 3x2y)dx+ (2x2y + x3)dy Ex.4 Se w = xyz4 + cos yz, calcular dw 88 Acre´scimos e ca´lculo de variac¸o˜es usando diferenciais Consideremos z = f(x, y) uma func¸a˜o dife- rencia´vel em um subconj. aberto D de IR2. Para cada (x0, y0) ∈ D fixado, pela condic¸a˜o d2) de diferenciabilidade, temos lim h→0 k→0 f(x0+h,y0+k)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)·(h,k) |(h,k)| =0 ou, se h = x− x0 = ∆x e k = y − y0 = ∆y, lim ∆x→0 ∆y→0 f(x0+∆x,y0+∆y)−f(x0,y0)−~∇f(x0,y0)·(∆x,∆y) |(∆x,∆y)| =0 Usando esse limite e fazendo •∆z := f(x0+∆x, y0+∆y)−f(x0, y0): vari- ac¸a˜o exata de z (∆z = ∆z(x0, y0)) • ∆x = dx e ∆y = dy prova-se que ∆z ≈ ∂f ∂x (x0, y0)dx+ ∂f ∂y (x0, y0)dy = dz isto e´ ∆z ≈ dz (∆z|(x0,y0) ≈ dz|(x0,y0)) 89 Ex. Se as dimenso˜es (em polegadas) de um paralelep´ıpedo retaˆngulo variam de 9, 6 e 4 para 9.02, 5.97 e 4.01, respectivamente, uti- lizando diferenciais, obtenha uma aproxima- c¸a˜o da variac¸a˜o do volume. Qual e´ a variac¸a˜o exata do volume? Qual e´ o erro cometido u- sando diferenciais? Sol. Temos V = V (x, y, z) = xyz. Calcular ∆V :=V (x0+∆x,y0+∆y,z0+∆z)−V (x0,y0,z0) sendo (x0, y0, z0) = (9, 6, 4) e (∆x,∆y,∆z) = (0.02,−0.03, 0.01) = (dx, dy, dz) • Usando diferenciais: ∆V ≈ dV . Como dV = ∂V ∂x dx+ ∂V ∂y dy + ∂V ∂z dz ∂V ∂x = yz, ∂V ∂y = xz e ∂V ∂z = xy temos dV = y0z0dx+ x0z0dy + x0y0dz =6(4)0.02 + 9(4)(−0.03) + 9(6)0.01 = 24(0.02)− 36(0.03) + 54(0.01) = − 0.06 90 e portanto ∆V ≈ dV = −0.06. Assim, o vo- lume decresce aproximadamente de 0.06 pol3 • Variac¸a˜o exata: ∆V =V (9.02, 5.97, 4.01)− V (9, 6, 4) = · · · = − 0.063906 • Erro: −0.06− (−0.063906) = 0.003906 91 Regra da cadeia Consideremos um subconj. aberto D de IRn, uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) e uma func¸a˜o vetorial P : I ⊂ IR → IRn com CP ⊂ D, sendo I un intervalo aberto No diagrama w(t) = (f ◦ P )(t) = f(P (t)) . Se P (t) = (x1(t), . . . , xn(t)) temos w(t) = f(x1(t), . . . , xn(t)) Obs. Se w = f(x1,x2, . . . , xn) e x1 = x1(t), x2 = x2(t), . . . , xn = xn(t) temos w = w(t) = f(x1(t), x2(t), . . . , xn(t)) . 92 Teo. Se f e P sa˜o diferencia´veis enta˜o, f ◦P tambe´m e´ diferencia´vel e vale a fo´rmula (f ◦ P )′(t) = ~∇f(P (t)) • P ′(t) , (t ∈ I) isto e´, dw dt (t) = ~∇f(P (t)) • P ′(t) 93 Ex.1 Se f(x, y) = xy3 e P (t) = (cos t, t) verificar a igualdade (1) (f ◦P )′(t) = ~∇f(P (t)) •P ′(t) , (t ∈ IR) Sol. (f ◦ P )(t) = f(P (t)) = f(cos t, t)⇒ (f ◦ P )(t) = t3 cos t⇒ (2) (f ◦ P )′(t) = 3t2 cos t− t3sen t ~∇f(x, y) = ( ∂f ∂x (x,y), ∂f ∂y (x,y))=(y3,3xy2)⇒ ~∇f(P (t)) = ~∇f(cos t, t) = (t3, 3t2 cos t) Enta˜o, como P ′(t) = (−sen t, 1), temos ~∇f(P (t)) • P ′(t) = −t3sen t+ 3t2 cos t o que junto com (2) implica (1) 94 Obs.1 Sendo w(t) = f(x1(t), . . . , xn(t)), ~∇f(P (t)) = ( ∂f ∂x1 (P (t)),..., ∂f ∂xn (P (t)) ) P ′(t) = dP dt (t) = ( dx1 dt (t), . . . , dxn dt (t) ) e dw dt (t) = ~∇f(P (t)) • P ′(t), temos dw dt (t) = = ∂f ∂x1 (P (t)) dx1 dt (t)+ · · ·+ ∂f ∂xn (P (t)) dxn dt (t) o que, por comodidade, e´ escrita assim dw dt = ∂f ∂x1 dx1 dt + ∂f ∂x2 dx2 dt + · · ·+ ∂f ∂xn dxn dt Obs.2 Se z = f(x, y), x = x(t) e y = y(t), considerando a func¸a˜o z = z(t) = f(x(t), y(t)) temos dz dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt = ∂z ∂x dx dt + ∂z ∂y dy dt 95 Obs.3 Se w = f(x, y, z), x = x(t), y = y(t) e z = z(t), considerando a func¸a˜o w = w(t) = f(x(t), y(t), z(t)) temos dw dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt + ∂f ∂z dz dt = ∂w ∂x dx dt + ∂w ∂y dy dt + ∂w ∂z dz dt Ex. z = x2 + 2xy, x = s cos t e y = s sen t⇒ z = s2 cos2 t+ 2s2 cos t sen t = z(s, t): func¸a˜o de s e t Obs.4 Se z = f(x, y), x = x(s, t) e y = y(s, t), considerando a func¸a˜o z = z(s, t) = f(x(s, t), y(s, t)) temos as derivadas parciais ∂z ∂s e ∂z ∂t dadas por ∂z ∂s = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s = ∂z ∂x ∂x ∂s + ∂z ∂y ∂y ∂s ∂z ∂t = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t = ∂z ∂x ∂x ∂t + ∂z ∂y ∂y ∂t 96 Obs.5 Se z = f(x, y) e y = y(x), conside- rando a func¸a˜o z = z(x) = f(x, y(x)) temos z′(x) = dz dx = ∂f ∂x dx dx + ∂f ∂y dy dx = ∂f ∂x + ∂f ∂y y′(x) Ex.2 Se z = x2+2xy, x = s cos t e y = s sen t calcular ∂z ∂s e ∂z ∂t Sol. Met.1 Calcular diretamente conside- rando a func¸a˜o z = s2 cos2 t+ 2s2 cos t sen t Met.2 Usando a regra da cadeia. 97 (1) Ca´lculo de ∂z ∂s . Como (fazendo t const.) • ∂z ∂s = ∂z ∂x ∂x ∂s + ∂z ∂y ∂y ∂s , ∂z ∂x = 2x+2y e ∂z ∂y = 2x • ∂x ∂s = cos t, ∂y ∂s = sen t, x = s cos t e y = s sen t temos ∂z ∂s =(2x+ 2y) cos t+ 2x(sen t) = (2s cos t+ 2s sen t) cos t+ 2s cos t(sen t) = 2s cos2 t+ 4s sen t cos t (2) Ca´lculo de ∂z ∂t : fazendo s const. ∂z ∂t = ∂z ∂x ∂x ∂t + ∂z ∂y ∂y ∂t =(2x+ 2y)(−s sen t) + 2x(s cos t) = (2s cos t+ 2s sen t)(−s sen t)+ 2s cos t(s cos t) = − 2s2 cos t sen t− 2s2 sen2 t+ 2s2 cos2 t 98 Ex.3 Se z = f(x, y), x = r cos θ e y = r senθ mostrar que (a) ∂z ∂r = ∂f ∂x cos θ + ∂f ∂y senθ (b) 1 r ∂z ∂θ = − ∂f ∂x senθ + ∂f ∂y cos θ Sol. de (a): fazendo θ const. ∂z ∂r = ∂f ∂x ∂x ∂r + ∂f ∂y ∂y ∂r = ∂f ∂x cos θ + ∂f ∂y senθ Sol. de (b): fazendo r const. ∂z ∂θ = ∂f ∂x ∂x ∂θ + ∂f ∂y ∂y ∂θ = ∂f ∂x (−r senθ) + ∂f ∂y (r cos θ)⇒ ∂z ∂θ = r ( −∂f ∂x senθ + ∂f ∂y cos θ ) donde segue a igualdade requerida 99 Ex.4 Se z = f(u, v) e´ uma func¸a˜o diferencia´- vel, u = x − y e v = y − x, mostrar que a func¸a˜o z = f(x− y, y − x) verifica a equac¸a˜o diferencial (1) ∂z ∂x + ∂z ∂y = 0 Sol. Pela regra da cadeia temos ∂z ∂x = ∂f ∂u ∂u ∂x + ∂f ∂v ∂v ∂x = ∂f ∂u − ∂f ∂v e ∂z ∂y = ∂f ∂u ∂u ∂y + ∂f ∂v ∂v ∂y = − ∂f ∂u + ∂f ∂v Somando essas duas igualdades obtemos (1) 100 Derivada direcional e gradiente Consideremos um subconj. aberto D de IRn, um ponto P0 em D e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) Teo. Se f e´ diferencia´vel em P0, enta˜o f tem todas as derivadas direcionais em P0 e vale Dvf(P0) = ~∇f(P0) • v qualquer que seja o vetor unita´rio v em IRn Corol. Se f e´ diferencia´vel em P0 e o vetor ~∇f(P0) 6= ~0, valem as afirmac¸o˜es • O valor ma´ximo da derivada direcional de f em P0 ocorre na direc¸a˜o e sentido do vetor v1 := ~∇f(P0) |~∇f(P0)| 101 • O valor mı´nimo da derivada direcional de f em P0 ocorre na direc¸a˜o e sentido do vetor v2 := − ~∇f(P0) |~∇f(P0)| Prova. Seja v um vetor unita´rio qualquer em IRn. Seja θ o aˆngulo formado por v e ~∇f(P0). Pelo Teo. temos Dvf(P0) = ~∇f(P0) • v = |~∇f(P0)||v| cos θ = |~∇f(P0)| cos θ ou (1) Dvf(P0) = |~∇f(P0)| cos θ Variando θ (ou equivalentemente variando v) consideremos a func¸a˜o g(θ) := |~∇f(P0)| cos θ , (0 ≤ θ < 2π) Observemos o gra´fico da func¸a˜o g(θ): 102 • A func¸a˜o g(θ) tem um valor ma´ximo qdo. θ = 0; isto e´, qdo. v րր ~∇f(P0). Assim, por (1), o maior valor da derivada direcional de f em P0 ocorre qdo. v = v1: Dvf(P0) = |~∇f(P0)| • A func¸a˜o g(θ) tem um valor mı´nimo qdo. θ = π; isto e´, qdo. v րւ ~∇f(P0). Assim, por (1), o menor valor da derivada direcional de f em P0 ocorre qdo. v = v2: Dvf(P0) = −|~∇f(P0)| Obs. Se f e´ diferencia´vel em P0 e o vetor ~∇f(P0) 6= ~0, valem as afirmac¸o˜es • O vetor ~∇f(P0) da´ a direc¸a˜o em que a func¸a˜o cresce mais rapidamente e a taxa de variac¸a˜o nessa direc¸a˜o e´ dada por Dvf(P0) = |~∇f(P0)| sendo v := ~∇f(P0) |~∇f(P0)| • O vetor −~∇f(P0) da´ a direc¸a˜o em que a func¸a˜o decresce mais rapidamente e a taxa de variac¸a˜o nessa direc¸a˜o e´ dada por 103 Dvf(P0) = −|~∇f(P0)| com v := − ~∇f(P0) |~∇f(P0)| Ex. Seja f(x, y) = x2 + xy + y2. Qual e´ a direc¸a˜o em que a func¸a˜o f cresce mais rapi- damente em P0 = (2, 1)? Qual e´ a derivada direcional de f nesta direc¸a˜o? Sol. A func¸a˜o cresce mais rapidamente na direc¸a˜o e sentido do vetor v = ~∇f(2, 1) |~∇f(2, 1)| • A derivada direcional de f nesta direc¸a˜o e´ Dvf(2, 1) = |~∇f(2, 1)| • ~∇f(x, y) = (2x+ y, x+ 2y) • ~∇f(2, 1) = (5, 4) e |~∇f(2, 1)| = √41 ⇒ v = ( 5√ 41 , 4√ 41 ) e Dvf(2, 1) = √ 41 104 Plano tangente a uma superf´ıcie Consideremos uma superf´ıcie dada na forma S = {(x, y, z) ∈ Ω | F (x, y, z) = c} que sera´ escrita, por comodidade, na forma S : F (x, y, z) = c , ((x, y, z) ∈ Ω) em que Ω e´ um subconjunto aberto de IR3 e w = F (x, y, z) e´ uma func¸a˜o diferencia´vel Ex. x2 + y2 + z2 = 16 • x2 + y2 = 16 x2 + y2 = z2 • z + y2 − 4 = 0 x2 + y2 = z • ax+ by + cz + d = 0 Def. Se P0 = (x0, y0, z0) e´ um ponto na su- perf´ıcie S e ~∇F (P0) 6= 0, o plano tangente π a S em P0 e´ definido como sendo o plano que passa por P0 e tem como normal o vetor ~∇F (P0); isto e´ π : (P − P0) • ~∇F (P0) = 0 , (P = (x, y, z)) 105 Observando que P − P0 =(x− x0, y − y0, z − z0) ~∇F (P0) = ( ∂F ∂x (P0), ∂F ∂y (P0), ∂F ∂z (P0) ) o plano π tem como equac¸a˜o (1) π :(x−x0) ∂F∂x (P0)+(y−y0) ∂F∂y (P0)+(z−z0) ∂F∂z (P0)=0 Ex.1 SejamD um subconjunto aberto de IR2, z = f(x, y), (x, y) ∈ D, uma func¸a˜o diferen- cia´vel, (x0, y0) ∈ D e S o gra´fico de f : S : z = f(x, y) , ((x, y) ∈ D) Prove que o plano tangente π a S em Q0 := (x0, y0, z0), sendo z0 := f(x0, y0) tem como equac¸a˜o (2) z = f(x0, y0)+(x− x0)∂f ∂x (x0, y0)+ +(y − y0)∂f ∂y (x0, y0) 106Sol. Fazendo F (x, y, z) := f(x, y)− z a superf´ıcie S pode ser escrita na forma S : F (x, y, z) = 0 , ((x, y) ∈ D , z ∈ Im (f)) Como, para P = (x, y, z) ∂F ∂x (P ) = ∂f ∂x (x, y)⇒ ∂F ∂x (Q0)= ∂f ∂x (x0,y0) ∂F ∂y (P ) = ∂f ∂y (x, y)⇒ ∂F ∂y (Q0)= ∂f ∂y (x0,y0) ∂F ∂z (P ) = − 1⇒ ∂F ∂z (Q0) = −1 usando a equac¸a˜o (1) temos (x− x0)∂f ∂x (x0, y0)+ + (y − y0)∂f ∂y (x0, y0) + (z − z0)(−1) = 0 donde, como z0 = f(x0, y0), segue a fo´rmula (2) 107 Ex.2 Dar uma equac¸a˜o do plano tangente π a` superf´ıcie S : z = 2x2+y2 em P0 = (1, 2, 6) Met.1Usando o Ex.1: S e´ o gra´fico da func¸a˜o f(x, y) = 2x2 + y2 (Exerc.) Met.2 Fazendo F (x, y, z) := 2x2 + y2 − z, S pode ser escrita assim S : F (x, y, z) = 0 Pela eq. (1), o plano π tangente a S em P0 tem como equac¸a˜o (x−x0) ∂F∂x (P0)+(y−y0) ∂F∂y (P0)+(z−z0) ∂F∂z (P0)=0 ou (x−1) ∂F ∂x (1,2,6)+(y−2) ∂F ∂y (1,2,6)+(z−6) ∂F ∂z (1,2,6)=0 Enta˜o, como ∂F ∂x (x, y, z) = 4x⇒ ∂F ∂x (1, 2, 6) = 4 ∂F ∂y (x, y, z) = 2y ⇒ ∂F ∂y (1, 2, 6) = 4 ∂F ∂z (x, y, z) = − 1⇒ ∂F ∂z (1, 2, 6) = −1 108 obtemos 4(x− 1) + 4(y − 2)− (z − 6) = 0 ou π : z = 4x+ 4y − 6 Exerc. Fazer um esboc¸o de S e π 109 Ma´ximos e mı´nimos locais para func¸o˜es de va´rias varia´veis Lembrete: Seja y = f(x), x ∈ [a, b] Na figura: • Mı´nimo relativo em: x1, x3, x5 • Ma´ximo relativo em: x2, x4, x6 • Mı´nimo absoluto em x = x3 • Ma´ximo absoluto em x = x6 Obs. x3 e´ um ponto de mı´nimo relativo de f : existe um intervalo aberto I3 em torno de x3 tal que f(x3) ≤ f(x) , para todo x ∈ I3 x2 e´ um ponto de ma´ximo relativo de f : existe um intervalo aberto I2 em torno de x2 tal que f(x) ≤ f(x2) , para todo x ∈ I2 110 Consideremos um subconj. D de IRn, pontos P0, P1, P2 ∈ D e uma func¸a˜o D ⊂ IRn (x1, . . . , xn) f→ 7→ IR f(x1, . . . , xn) • P1 e´ um ponto de ma´ximo local de f em D se existe uma bola aberta B1 := Br1(P1) tal que f(P ) ≤ f(P1) , ∀P ∈ B1 ∩D Nesse caso, f(P1) e´ um valor ma´ximo local de f em D • P2 e´ um ponto de mı´nimo local de f em D se existe uma bola aberta B2 := Br2(P2) tal que f(P2) ≤ f(P ) , ∀P ∈ B2 ∩D Nesse caso, f(P2) e´ um valor mı´nimo local de f em D • P0 e´ um ponto extremo de f em D se P0 e´ um ponto de ma´ximo local ou de mı´nimo local 111 • f(P0) e´ um valor extremo se P0 e´ um ponto extremo de f Obs.1 Se f ≥ 0, as func¸o˜es f e f2 teˆm os mesmos pontos extremos Interpretac¸a˜o geome´trica: Ver Pg. 94 No gra´fico: • P1, P2, P3: pontos interiores de D • Pontos de mı´nimo local: P1, P3 • Pontos de ma´ximo local: P2, P4 • P3 pto. de mı´n. loc., P3 ∈ o D, ∂f ∂x (P3) = 0, ∂f ∂y (P3) = 0 Teo.1 Se P0 e´ um ponto interior de D, P0 e´ um ponto extremo de f e se existe ~∇f(P0) (isto e´, se existem as derivadas parciais de primeira ordem de f em P0), enta˜o ∂f ∂x1 (P0) = 0, ∂f ∂x2 (P0) = 0, . . . , ∂f ∂xn (P0) = 0 112 Def. Suponha que P0 ∈ o D. P0 e´ um ponto cr´ıtico de f se ∂f ∂x1 (P0) = 0, ∂f ∂x2 (P0) = 0, . . . , ∂f ∂xn (P0) = 0 ou uma das derivadas parciais ∂f ∂x1 (P0), ∂f ∂x2 (P0), . . . , ∂f ∂xn (P0) na˜o existe Def. Um ponto cr´ıtico que na˜o e´ um ponto extremo e´ chamado ponto de sela Ex.1 Achar os pontos cr´ıticos da func¸a˜o f(x, y) = 2x2 + 4xy + 5y2 + 2x− y Sol. Pelo Teo.1, achar os pontos (x, y) que anulam as derivadas parciais de f : fx(x, y) = 4x+4y+2 , fy(x, y) = 4x+10y−1 Fazendo fx(x, y) = 0 e fy(x, y) = 0: vemos que o ponto P0 = (−1, 12 ) e´ o u´nico ponto cr´ıtico da func¸a˜o f 113 Ex.2 Achar os pontos cr´ıticos da func¸a˜o z = f(x, y) = y2 − x2 Sol. Como ∂f ∂x (x, y) = −2x , ∂f ∂y (x, y) = 2y fazendo fx(x, y) = 0 e fy(x, y) = 0, vemos que a origem P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto cr´ıtico da func¸a˜o f Ex.3 Achar os pontos cr´ıticos da func¸a˜o z = f(x, y) = 2 + √ y2 + x2 Sol. Temos ∂f ∂x (x, y) = x√ x2 + y2 ∂f ∂y (x, y) = y√ x2 + y2 ((x, y) 6= (0, 0)) No Ex.3, Diferenciabilidade, temos visto que ∂f ∂x (0, 0) na˜o existe. Sendo assim, a origem P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto cr´ıtico da func¸a˜o f 114 Caracterizac¸a˜o de ma´ximos e mı´nimos locais Seja z = f(x, y) uma func¸a˜o tendo derivadas parciais de 2 a ordem cont´ınuas em um sub- conjunto aberto Ω de IR2. Consideremos a func¸a˜o Hessiana ∆: Ω→ IR definida por ∆(x, y) := ∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂2f ∂x2 (x, y) ∂2f ∂y∂x (x, y) ∂2f ∂y∂x (x, y) ∂2f ∂y2 (x, y) ∣∣∣∣∣∣∣∣ Teo.2 Se P0 = (x0, y0) e´ um ponto tal que ∂f ∂x (x0, y0) = 0 e ∂f ∂y (x0, y0) = 0 valem as afirmac¸o˜es: (1) se ∆(x0, y0) > 0 temos • ∂2f ∂x2 (x0, y0) > 0 ⇒ (x0, y0) e´ um ponto de mı´nimo local • ∂2f ∂x2 (x0, y0) < 0 ⇒ (x0, y0) e´ um ponto de ma´ximo local 115 (2) se ∆(x0, y0) < 0, (x0, y0) e´ um ponto de sela (3) se ∆(x0, y0) = 0, nada podemos concluir Ex.4 Achar os pontos de ma´ximo e de mı´ni- mo local da func¸a˜o z = f(x, y) = 2 + x2 + y2 Sol. Como ∂f ∂x (x, y) = 2x = 0 ∂f ∂y (x, y) = 2y = 0 ⇒ (x, y) = (0, 0) vemos que P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto tal que ∂f ∂x (P0) = 0 e ∂f ∂y (P0) = 0. Como ∂2f ∂x2 (x, y) = 2⇒ ∂ 2f ∂x2 (0, 0) = 2 ∂2f ∂y∂x (x, y) = 0⇒ ∂ 2f ∂y∂x (0, 0) = 0 ∂2f ∂y2 (x, y) = 2⇒ ∂ 2f ∂y2 (0, 0) = 2 116 temos ∆(0, 0) = ∣∣∣∣∣ 2 00 2 ∣∣∣∣∣ = 4 > 0 Enta˜o, como ∂ 2f ∂x2 (0, 0) = 2 > 0, P0 = (0, 0) e´ um ponto de mı´nimo local de f Obs. Na realidade f(0, 0) = 2 e´ o menor valor da func¸a˜o f : e´ o valor mı´nimo Ex.5 Achar os pontos de ma´ximo e de mı´ni- mo local da func¸a˜o z = f(x, y) = y2 − x2 Sol. No Ex.2 temos visto que P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto tal que ∂f ∂x (P0) = 0 e ∂f ∂y (P0) = 0. Como ∂f ∂x (x, y) = − 2x⇒ ∂2f ∂x2 (x, y) = − 2 ∂2f ∂y∂x (x, y) = 0 ∂f ∂y (x, y) = 2y ⇒ ∂ 2f ∂y2 (x, y) = 2 117 temos ∆(0, 0) = ∣∣∣∣∣−2 00 2 ∣∣∣∣∣ = −4 < 0 Enta˜o, P0 = (0, 0) e´ um ponto de sela de f Ex.6 Achar os pontos de ma´ximo e de mı´ni- mo local da func¸a˜o f(x, y) = 2x2 + 4xy + 5y2 + 2x− y Sol. No Ex.1 temos visto que P0 = (−1, 12 ) e´ o u´nico ponto tal que ∂f ∂x (P0) = 0 e ∂f ∂y (P0) = 0. Como ∂f ∂x (x, y) = 4x+ 4y + 2⇒ ∂2f ∂x2 (x, y) = 4 ∂2f ∂y∂x (x, y) = 4 ∂f ∂y (x, y) = 4x+ 10y − 1⇒ ∂ 2f ∂y2 (x, y) = 10 118 temos ∆ ( −1, 1 2 ) = ∣∣∣∣∣ 4 44 10 ∣∣∣∣∣ = 40− 16 > 0 Enta˜o, como ∂ 2f ∂x2 (−1, 12 ) = 4, P0 = (−1, 12 ) e´ um ponto de mı´nimo local de f OBS. Prova-se que (pg. 96) f(−1, 1 2 ) = −5 4 e´ o menor valor da func¸a˜o f . 119 Ma´ximos e mı´nimos globais para func¸o˜es de va´rias varia´veis Hipo´tese. Consideremos D um subconjunto de IRn, P0 um ponto emD e f : D ⊂ IRn → IR uma func¸a˜o Def. P0 e´ um ponto de ma´ximo de f em D se f(P ) ≤ f(P0) , ∀P ∈ D Nesse caso, f(P0) e´ o valor ma´ximo de f em D • P0 e´ um ponto de mı´nimo de f em D se f(P0) ≤ f(P ) , ∀P ∈ D Nesse caso, f(P0) e´ o valor mı´nimo de f em D Obs.1 Se f ≥ 0, as func¸o˜es f e f2 teˆm os mesmos pontos de ma´ximo (ou de mı´nimo) 120 Ex.1 Achar os pontos de ma´ximo e de mı´ni- mo da func¸a˜o z = f(x, y) sobre D, sendo f(x, y) = 2 + x2 + y2 e D : x2 + y2 ≤ 4 Sol. Temos Im (f) : 2 ≤ z ≤ 6; isto e´ 2 ≤ f(x, y) ≤ 6 , ∀(x, y) ∈ D • Todos os pontos (x, y) tais que f(x, y) = 2 sa˜o pontos de mı´nimo de f . Como f(x, y) = 2⇔ 2 + x2 + y2 = 2⇔ (x,y)=(0,0) vemos que a origem P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto de mı´nimo de f • Todos os pontos (x, y) tais que f(x, y) = 6 sa˜o pontos de ma´ximo de f . Como f(x, y) = 6⇔ x2 + y2 = 4 vemos que todos os pontos dacircunfereˆncia C : x2 + y2 = 4 sa˜o pontos de ma´ximo de f 121 Obs. • A rigor, para maximizar e/ou mini- mizar a func¸a˜o f(x, y) = 2 + x2 + y2 sobre o conj. D : x2 + y2 ≤ 4, estudar a func¸a˜o: (1 o ) no conjunto aberto o D : x2 + y2 < 4, procurando os pontos cr´ıticos (2 o ) na circunfereˆncia C : x2 + y2 = 4, resol- vendo um problema condicionado • A func¸a˜o f(x, y) = 2 + x2 + y2 e´ cont´ınua e o conj. D : x2 + y2 ≤ 4 e´ compacto Teo. (de Weierstrass) Se a func¸a˜o f e´ con- t´ınua e o conjunto D e´ compacto enta˜o, a func¸a˜o f possui pelo menos um ponto de ma´x- imo e pelo menos um ponto de mı´nimo; isto e´, existem P1, P2 ∈ D tais que f(P1)︸ ︷︷ ︸ V. mı´n. ≤ f(P ) ≤ f(P2)︸ ︷︷ ︸ V. ma´x. , ∀P ∈ D 122 Obs. Para maximizar e/ou minimizar uma func¸a˜o z = f(x, y) sobre um conjunto fechado D ⊂ IR2, estudar a func¸a˜o: (1 o ) no conjunto aberto o D, interior de D, procurando os pontos cr´ıticos da func¸a˜o sobre esse conjunto (2 o ) na fronteira de D, ∂D, resolvendo um problema condicionado: maximizar e/ou mi- nimizar a func¸a˜o z = f(x, y) sujeita a` condi- c¸a˜o g(x, y) = 0. Em geral, a fronteira de D e´ uma reunia˜o de curvas, cada uma de elas com equac¸a˜o da forma g(x, y) = 0. 123 Ma´ximos e mı´nimos para func¸o˜es de duas varia´veis sobre curvas Prob.: “maximizar ou minimizar a func¸a˜o z = f(x, y) sobre C : g(x, y) = 0” (v´ınculo ou condic¸a˜o). Se a equac¸a˜o g(x, y) = 0 define uma func¸a˜o y = y(x), x ∈ I, basta maximizar ou minimizar a func¸a˜o ϕ(x) := f(x, y(x)) , (x ∈ I) Ex.2 Achar o ponto da curva C : xy = 1 , x > 0 , y > 0 que se encontra mais pro´ximo da origem Sol. Prob: minimizar a func¸a˜o d = √ x2 + y2 sobre C : xy− 1 = 0. Equivale a minimizar a func¸a˜o f(x, y) := d2 = x2 + y2 sobre a curva C : xy = 1. Como y = 1 x , x > 0, basta minimizar a func¸a˜o ϕ(x) := x2 + 1 x2 , x > 0 Aqui I =]0,+∞[: x > 0 124 Como ϕ′(x) = 2x− 2 x3 = 2x4 − 2 x3 fazendo ϕ′(x) = 0 obtemos x = 1, que e´ o u´nico ponto cr´ıtico de ϕ. Temos ϕ′′(x) = 2 + 6 x4 ⇒ ϕ′′(1) = 2 + 6 > 0 Assim, x = 1 e´ um ponto de mı´nimo local de φ. Fazendo x = 1 em y = 1 x obtemos y = 1. O ponto P0 = (1, 1) e´ o mais pro´ximo da origem e d = √ 2 Ex.3 Uma chapa D tem a forma do domı´nio limitado pela curva C : 9x2 + 16y2 = 144. Se T = √ x2 + y2 e´ temperatura (em oC) em qualquer ponto (x, y) da chapa, encontre os pontosmais quentes e os pontosmais frios da chapa, bem como as respectivas tempera- turas. Sol. 125 Prob: Maximizar e minimizar a func¸a˜o con- t´ınua T = √ x2 + y2 sobre o conjunto com- pacto D : 9x2 + 16y2 ≤ 144. Equivale a tra- balhar com a func¸a˜o f(x, y) := T 2 = x2+ y2. Estudar a func¸a˜o: • no conjunto aberto o D : 9x2 + 16y2 < 144 • na curva C : 9x2 + 16y2 = 144 (conj. com- pacto) (1 o ) Estudo da func¸a˜o no conjunto aberto o D: Como ∂f ∂x (x, y) = 2x = 0 ∂f ∂y (x, y) = 2y = 0 ⇒ (x, y) = (0, 0) vemos que P0 = (0, 0) e´ o u´nico ponto cr´ıtico de f em o D. Considerar P0 = (0, 0) Exerc. Caracterizar o ponto P0 126 (2 o ) Estudo na curva C : 9x2 + 16y2 = 144. Como 9x2 + 16y2 = 144⇒ y2 = 9− 9 16 x2 basta maximizar e minimizar a func¸a˜o ϕ(x) := 1 16 (7x2 + 144) , −4 ≤ x ≤ 4 Temos ϕ′(x) = 14 16 x = 0⇒ x = 0 Em ]− 4, 4[, x = 0 e´ o u´nico ponto cr´ıtico de ϕ. No intervalo [−4, 4] considerar os nu´meros: x = −4, x = 0, e x = 4. Temos x =0⇒ y2 = 9⇒ y = ±3 7→ (0,±3) x = ± 4⇒ y2=9− 916 16=0 ⇒ y2 = 0 7→ (±4, 0) Na curva C consideramos os pontos (0,±3) , (±4, 0) 127 (3 o ) Comparando os valores da func¸a˜o nos pontos considerados: T (0, 0) =0 7→ Valor mı´n. T (0,±3) = √ 9 = 3 T (±4, 0) = √ 16 = 4 7→ Valor ma´x. vemos que a origem (0, 0) e´ o ponto mais frio e os pontos (±4, 0) sa˜o os pontos mais quentes Ma´ximos e mı´nimos para func¸o˜es de treˆs varia´veis sobre superf´ıcies Suponha que a equac¸a˜o g(x, y, z) = 0 define uma func¸a˜o z = z(x, y), (x, y) ∈ D. Para ma- ximizar ou minimizar a func¸a˜o w = f(x, y, z) sobre a “superf´ıcie” S : g(x, y, z) = 0 (v´ınculo ou condic¸a˜o), basta maximizar ou minimizar a func¸a˜o ϕ(x, y) := f(x, y, z(x, y)) , ((x, y) ∈ D) Ex.4 Achar as dimenso˜es de uma caixa re- tangular sem tampa de volume ma´ximo e cuja a´rea lateral vale 3 m2 128 Sol. V = V (x, y, z) = xyz, x > 0, y > 0, z > 0 e A = xy + 2xz + 2yz = 3 Prob: Maximizar a func¸a˜o cont´ınua V = xyz sobre a superf´ıcie S : xy+2xz+2yz = 3 (que na˜o e´ compacta). Como z = 1 2 3− xy x+ y = z(x, y) basta maximizar a func¸a˜o V = V (x, y) = 1 2 3− xy x+ y xy = 1 2 3xy − x2y2 x+ y o que equivale a trabalhar com a func¸a˜o f(x, y) := 3xy − x2y2 x+ y em Ω : x > 0 , y > 0 Como ∂f ∂x (x, y) = y2 (x+ y)2 (3− x2 − 2xy) ∂f ∂y (x, y) = x2 (x+ y)2 (3− y2 − 2xy) fazendo ∂f ∂x (x, y) = 0 e ∂f ∂y (x, y) = 0 temos 129 3− x2 − 2xy =0 3− y2 − 2xy =0 ⇒ x2 =3− 2xy y2 =3− 2xy ⇒ y = x Fazendo y = x em x2 = 3− 2xy temos 3x2 = 3: x = ±1. Assim, x = 1 e y = 1. Vemos que P0 = (1, 1) e´ o u´nico ponto cr´ıtico de f em Ω. Ca´lculo de ∆(1, 1): como ∂ 2f ∂x2 (1, 1) = −1, ∂2f ∂y∂x (1, 1) = −1 2 e ∂2f ∂y2 (1, 1) = −1 : ∆(1, 1) = ∣∣∣∣∣∣∣ −1 − 1 2 −1 2 − 1 ∣∣∣∣∣∣∣ = 1− 1 4 = 3 4 Enta˜o, como ∂ 2f ∂x2 (1, 1) = −1, P0 = (1, 1) e´ um ponto de ma´ximo local de f . Fazendo x = y = 1 em z = 12 3−xy x+y temos z = 1 2 . Para x = 1, y = 1 e z = 12 o volume V e´ ma´ximo sujeita a` condic¸a˜o xy + 2xz + 2yz = 3 130 O me´todo dos multiplicadores de Lagrange Teo. Consideremos Ω um subconj. aberto de IR3 e w = f(x, y, z), w = g(x, y, z), (x, y, z) em Ω, func¸o˜es tendo derivadas parciais de 1 a ordem cont´ınuas. Seja P0 = (x0, y0, z0) ∈ Ω um ponto extremo de w = f(x, y, z) sa- tisfazendo a condic¸a˜o g(x, y, z) = 0 (ou seja g(x0, y0, z0) = 0) tal que ~∇g(P0) 6= ~0. Enta˜o, existe λ0 ∈ IR tal que ~∇f(P0) = λ0~∇g(P0) ou seja ∂f ∂x (x0, y0, z0) =λ0 ∂g ∂x (x0, y0, z0) ∂f ∂y (x0, y0, z0) =λ0 ∂g ∂y (x0, y0, z0) ∂f ∂z (x0, y0, z0) =λ0 ∂g ∂z (x0, y0, z0) 131 O me´todo. Para achar um ponto cr´ıtico da func¸a˜o w = f(x, y, z) sujeita a` condic¸a˜o g(x, y, z) = 0 considerar a func¸a˜o auxiliar (lagrangiana) Multiplicador de Lagrange︸ ︷︷ ︸ F (x, y, z, λ) := f(x, y, z)︸ ︷︷ ︸ F. objetivo − ↓ λ g(x, y, z)︸ ︷︷ ︸ V´ınculo e procurar os pontos cr´ıticos (x, y, z, λ) desta nova func¸a˜o. Para isso devemos resolver o sistema de equac¸o˜es Fx = Fy = Fz = Fλ = 0 Ex.1 (Ver Ex.2, Ma´x. e mı´n. globais) Achar o ponto da curva C : xy = 1 , x > 0 , y > 0 que se encontra mais pro´ximo da origem Sol. Prob: minimizar a func¸a˜o d = √ x2 + y2 sobre C : xy− 1 = 0. Equivale a minimizar a func¸a˜o f(x, y) := d2 = x2 + y2 sobre a curva C : xy − 1 = 0. 132 Consideremos a func¸a˜o auxiliar F (x, y, λ) := x2 + y2 + λ(xy − 1) Como Fx = 2x+ λy , Fy = 2y + λx e Fλ = xy − 1 fazendo Fx = Fy = Fλ = 0, temos 2x+ λy =0 2y + λx =0 ⇒ x y = − 1 2 λ y x = − 1 2 λ (⋆) =⇒ y = x xy = 1 Levando y = x em xy = 1 temos x2 = 1 x>0 =⇒ x = 1 y=x=⇒ y = 1 O ponto P0 = (1, 1) e´ o mais pro´ximo da origem, dentre os pontos da curva C. Temos d = √ 2 (⋆): y2 = x2 ⇒ y = x, pois x > 0 e y > 0 133 Ex.2 (Ver Ex.3, Ma´x. e mı´n. globais, Estudo na curva C) Achar os pontos de ma´ximo e de mı´nimo da func¸a˜o T = √ x2 + y2 sobre a elipse C : 9x2 + 16y2 = 144 Sol. Basta maximizar e minimizar a func¸a˜o f(x, y) := T 2 = x2 + y2 sujeita a` condic¸a˜o 9x2 + 16y2 − 144 = 0. Considerar a func¸a˜o F (x, y, λ) := x2 + y2 − λ(9x2 + 16y2 − 144) Como Fx = 2x− 18λx,Fy = 2y − 32λy e Fλ = −(9x2 + 16y2 − 144) fazendo Fx = Fy = Fλ = 0, temos x(1− 9λ) = 0 (1)⇒ x = 0 ou λ = 1 9 y(1− 16λ) = 0 (2) 9x2 + 16y2 =144 (3) • x = 0 (3)=⇒16y2 = 144⇒ y = ±3: (0,±3) • λ = 19 (2) =⇒y = 0 (3)=⇒9x2 = 144 ⇒ x = ±4: (±4, 0) 134 Como T (0,±3) = √ 9 = 3 e T (±4, 0) = √ 16 = 4 vemos que os pontos (0,±3) sa˜o de mı´nimo e os pontos (±4, 0) sa˜o de ma´ximo de T sobre C Ex.3 (Ver Ex.4, Ma´x. e mı´n. globais) Achar as dimenso˜es de uma caixa retangular sem tampa de volume ma´ximo e cuja a´rea lateral vale 3 m2 Sol. Temos V = V (x, y, z) = xyz, x > 0, y > 0, z > 0 e A = xy + 2xz + 2yz = 3 Prob: Maximizar a func¸a˜o V = xyz sujeita a` condic¸a˜o xy+2xz+2yz−3 = 0. Considerar F (x, y, z, λ) := xyz + λ(xy + 2xz + 2yz − 3) Calculando Fx, Fy, Fz , Fλ e fazendo = 0: Fx = 0 : yz + λy + 2λz =0 (1) Fy = 0 : xz + λx+ 2λz =0 (2) Fz = 0 : xy + 2λx+ 2λy =0 (3) Fλ = 0 : xy + 2xz + 2yz =3 (4) 135 (1)\(2): (y − x)z + λ(y − x) = 0⇒ (y − x)(z + λ) = 0⇒ y = x ou λ = −z • λ = −z (2)=⇒xz−zx−2z2 = 0⇒ z = 0 o que na˜o pode ocorrer, pois z > 0. Assim, y = x. • y = x (3)=⇒x2+2λx+2λx = 0⇒ x2+4λx = 0 ⇒ x(x+ 4λ) = 0 x>0=⇒ λ = −x 4 • λ = −x4 (2) =⇒ xz−x24 −xz2 = 0 x>0 =⇒ z = x2 • y = x e z = x2 (4) =⇒ x2 + x2 + x2 = 3⇒ 3x2 = 3 x>0 =⇒ x = 1⇒ y = 1 e z = 1 2 Para x = 1, y = 1 e z = 12 o volume V e´ ma´ximo sujeita a` condic¸a˜o xy+2xz+2yz = 3 136 O me´todo com dois multiplicadores de Lagrange Para achar um ponto cr´ıtico de uma func¸a˜o w = f(x, y, z) sujeita a duas condic¸o˜es adi- cionais g1(x, y, z) = 0 e g2(x, y, z) = 0, con- siderar a func¸a˜o auxiliar F := f(x, y, z)− λg1(x, y, z)− µg2(x, y, z) com F = F (x, y, z, λ, µ), e procurar os pontos cr´ıticos (x, y, z, λ, µ) desta nova func¸a˜o. Para isso devemos resolver o sistema de equac¸o˜es Fx = Fy = Fz = Fλ = Fµ = 0 Ex.: Ver Ex., pg. 108 137 Transformac¸o˜es: mudanc¸a de coordenadas Consideremos E e D subconjuntos de IRn Def. Uma transformac¸a˜o de E sobre D e´ uma func¸a˜o T cujo domı´nio e´ E e cuja ima- gem e´ D (D = Im (T ) = T (E)) Obs. Uma transformac¸a˜o e´ (por definic¸a˜o) uma func¸a˜o sobrejetora Notac¸a˜o.1 T : E ⊂ IRn P → 7→ D ⊂ IRn Q = T (P ) sendo P = (x1, . . . , xn) e Q = (u1, . . . , un) Notac¸a˜o.2 (1) T : u1 =u1(x1, . . . , xn) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . un =un(x1, . . . , xn) sendo P = (x1, . . . , xn) ∈ E 138 • As n func¸o˜es reais u1 = u1(x1, . . . , xn), . . . , un = un(x1, . . . , xn) sa˜o chamadas func¸o˜es coordenadas de T • As fo´rmulas (1) sa˜o chamadas fo´rmulas de mudanc¸a de coordenadas Obs. a) (n = 2) E e D sa˜o subconjs. de IR2 As func¸o˜es coordenadas de T sa˜o T : { u =u(x, y) v = v(x, y) , ((x, y) ∈ E) b) (n = 3) E e D sa˜o subconjuntos de IR3 As func¸o˜es coordenadas de T sa˜o T : u =u(x, y, z) v = v(x, y, z) w =w(x, y, z) , ((x, y, z) ∈ E) 139 Transformac¸o˜es invers´ıveis Def. Uma transformac¸a˜o T : E → D e´ in- vers´ıvel se T e´ injetora Obs. Seja T uma transformac¸a˜o invers´ıvel. Enta˜o, T e´ uma func¸a˜o bijetora Dado Q ∈ D, existe um u´nico P ∈ E tal que T (P ) = Q. Tal ponto P e´ chamado imagem inversa de Q por T . Notac¸a˜o: T−1(Q) = P Desse modo fica definida uma func¸a˜o T−1:D Q → 7→ E T−1(Q) = P Assim, se T e´ invers´ıvel: Q = T (P )⇔ P = T−1(Q) ou T : u1 =u1(P ) . . . . . . . . . . . . un =un(P ) ⇔ T−1 : x1 =x1(Q) . . . . . . . . . . . . xn =xn(Q) sendo P = (x1, . . . , xn) e Q = (u1, . . . , un) 140 • Para n = 2: T : { u =u(x, y) v = v(x, y) ⇔ T−1 : { x =x(u, v) y = y(u, v) • Para n = 3: T : u =u(x, y, z) v = v(x, y, z) w =w(x, y, z) ⇐⇒T−1: x =x(u, v, w) y = y(u, v, w) z = z(u, v, w) Ex. Dada a transformac¸a˜o (1) T : { u =x+ y v =x− y , (x, y) ∈ IR 2 (a) Mostre que T e´ invers´ıvel e calcule T−1 (b) Se E : |x| + |y| ≤ 1, calcule a imagem de E, D = T (E), (geome´trica e) analiticamente Sol. de (a): (1)⇒{ u+ v =2x u− v =2y ⇒ T −1 : x = 1 2 (u+ v) y = 1 2 (u− v) 141 Sol. de (b): |x| + |y| = 1 ⇒ |y| = 1 − |x| ⇒ y = ±(1− |x|). Assim |x|+ |y| = 1⇒ y = 1− |x| ou y = |x| − 1 E geometricamente: Como D = T (E) = {T (x, y) | (x, y) ∈ E} = = {(u, v) | u = x+ y , v = x− y , (x, y) ∈ E } • |u| = |x+ y| ≤ |x|+ |y| ≤ 1⇒ |u| ≤ 1 • |v| = |x− y| ≤ |x|+ |y| ≤ 1⇒ |v| ≤ 1 temos D = {(u, v) | |u| ≤ 1 , |v| ≤ 1} ou D : |u| ≤ 1 , |v| ≤ 1 142 O jacobiano de uma transformac¸a˜o Seja Ω um subconj. aberto de IRn e T uma transformac¸a˜o de Ω sobre T (Ω): T : u1 =u1(P ) . . . . . . . . . . . . un =un(P ) sendo P = (x1, . . . , xn) ∈ Ω, tais que as fun- c¸o˜es componentes de T teˆm derivadas parciais de 1 a ordem. O jacobiano de T JT : Ω P → 7→ IR JT (P ) e´ definido por JT (P ):= ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂u1 ∂x1 (P ) ∂u1 ∂x2 (P ) . . . ∂u1 ∂xn (P ) ∂u2 ∂x1 (P ) ∂u2 ∂x2 (P ) . . . ∂u2 ∂xn (P ) . . . . . . . . . . . . ∂un ∂x1 (P ) ∂un ∂x2 (P ) . . . ∂un ∂xn (P ) ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ 143 Obs. (a) (n = 2) Se T : { u =u(x, y) v = v(x, y) , (x, y) ∈ Ω temos JT (x, y) = ∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂u ∂x (x, y) ∂u ∂y (x, y) ∂v ∂x (x, y) ∂v ∂y (x, y) ∣∣∣∣∣∣∣∣ (b) (n = 3) Se T : u =u(x, y, z) v = v(x, y, z) w =w(x, y, z) , (x, y, z) ∈ Ω para P = (x, y, z) ∈ Ω temos JT (P ) = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂u ∂x (P ) ∂u ∂y (P ) ∂u ∂z (P ) ∂v ∂x (P ) ∂v ∂y (P ) ∂v ∂z (P ) ∂w ∂x (P ) ∂w ∂y (P ) ∂w ∂z (P ) ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ 144 Ex. Calcular o jacobiano da transformac¸a˜o T : { u =x+ y v =x− y , (x, y) ∈ IR 2 Sol. Como JT (x, y) = ∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂u ∂x (x, y) ∂u ∂y (x, y) ∂v ∂x (x, y) ∂v ∂y (x, y) ∣∣∣∣∣∣∣∣ ∂u ∂x (x, y) = 1 , ∂u ∂y (x, y) = 1 ∂v ∂x (x, y) = 1 , ∂v ∂y (x, y) = −1 temos JT (x, y) = ∣∣∣∣∣ 1 11 − 1 ∣∣∣∣∣ = −2 145 Coordenadas polares Consideremos um ponto P = (x, y) ∈ IR2 • Se P 6= (0, 0), as coordenadas polares de P sa˜o r e θ, sendo ⋆ r a distaˆncia de P a` origem O = (0, 0) ⋆ θ o aˆngulo que o raio vetor ~OP faz com a parte positiva do eixo X Convenc¸a˜o. Por comodidade (e para evitar ambigu¨idades) suporemos sempre 0 ≤ θ < 2π • Se P = (0, 0), as coordenadas polares de P sa˜o r = 0 e θ indeterminado; isto e´, θ e´ qualquer em [0, 2π[ Obs. Nas figuras: • Todos os pontos da semireta teˆm o mesmo aˆngulo polar θ • Todos os pontos da circunfereˆncia teˆm o mesmo raio polar r 146 Para P = (x, y) do plano observemos: As relac¸o˜es x = r cos θ e y = r sen θ definem uma transformac¸a˜o do plano rθ no planoXY : T : { x = r cos θ = x(r, θ) y = r sen θ = y(r, θ) que transforma o conjunto E := {(r, θ) | r > 0 , 0 ≤ θ < 2π} no conj. D := IR2\{(0, 0)} : (x, y) 6= (0, 0):{ x2 = r2 cos2 θ y2 = r2 sen2 θ ⇒ x2 + y2 = r2 , r > 0 • r = 1, 0 ≤ θ < 2π 7−→ x2 + y2 = 1 • r = 2, 0 ≤ θ < 2π 7−→ x2 + y2 = 4 • r = r0, 0 ≤ θ < 2π 7−→ x2 + y2 = r20 147 A imagem do segmento (pela transf. T ) {(r, θ) | r = 0 , 0 ≤ θ < 2π} e´ a origem (0, 0) (no plano XY ): Obs.2 A transformac¸a˜o T de E sobre D e´ invers´ıvel: T : { x = r cos θ = x(r, θ) y = r sen θ = y(r, θ) =⇒T−1: { r = r(x, y) θ = θ(x, y) sendo T−1 : r = √ x2 + y2 θ =arc tg (y x ) , x 6= 0 ou θ =arc cos ( x√ x2 + y2 ) Obs.3 Observar o seguinte esquema 148 O jacobiano da transformac¸a˜o Sendo T : { x = r cos θ y = r sen θ , JT (r, θ) = ∣∣∣∣∣xr xθyr yθ ∣∣∣∣∣
Compartilhar