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RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
1
 
 
José Henrique Nogueira Ribeiro Júnior
2
 
Hellen Patricia Flores Reis
3
 
 
1 DESCRIÇÃO DO CASO 
 
De acordo com a Associação brasileira para reciclagem de resíduos da construção 
civil e demolição (ABRECON), no Brasil país com dimensões continentais, os resíduos são 
conhecidos como entulho, caliça ou metralha. Numa linguagem mais técnica, o Resíduo da 
Construção e Demolição (RCD) ou Resíduo da Construção Civil (RCC) é todo resíduo gerado 
no processo construtivo, de reforma, escavação ou demolição. 
Segundo o Sinduscon - CE apud Leite (2001), diz que as causas da geração destes 
resíduos são diversas, mas podem-se destacar como: 
• A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo isto dar origem às perdas de 
materiais, que saem das obras na forma de entulho; 
• A urbanização desordenada que faz com que as construções passem por 
adaptações e modificações gerando mais resíduos; 
• O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades econômicas que 
impulsionam o desenvolvimento de novas construções e reformas; 
• Estruturas de concretos, mal concebidas que ocasionam a redução de sua vida 
útil e necessitam de manutenção corretiva, gerando grandes volumes de resíduos; 
• Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis; 
• Desastres provocados pelo homem, como guerras e bombardeios. 
 
Existe outro problema relacionado com esse tipo de resíduo, que é a 
armazenamento irregular pelo fato de serem depositados em lugares proibidos. Assim acaba 
transferindo a responsabilidade para as empresas terceirizadas que prestam serviços para as 
prefeituras, pelo fato de na maioria da maioria das vezes geram incomodo para moradores 
(AZEVEDO, 2006). 
 
 
 
1
 Sinopse do case apresentado à Disciplina Química Básica da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco - UNDB 
2
 Aluno do 1º período do curso de Engenharia Civil 
3
 Professora da Disciplina Química Básica da UNDB 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) no art 3º classifica os 
resíduos da construção civil como: 
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais 
como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras 
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes 
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto 
(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: 
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; (redação dada pela Resolução n° 
431/11). 
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias 
ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; 
(redação dada pela Resolução n° 431/11). 
IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais 
como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde 
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e 
outros bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros 
produtos nocivos à saúde. (redação dada pela Resolução n° 348/04). 
 
2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO 
 
1. Quais os resíduos provenientes da construção civil? 
2. Em que classificação estão os resíduos químicos? 
3. É possível a minimização dos resíduos? 
4. Há possibilidade de reaproveitar tais resíduos? Se sim, quais as medidas que 
devem ser adotadas? 
 
3 DESCIÇÃO DAS DECISÕES POSSÍVEIS 
 
1. Quais os resíduos provenientes da construção civil? 
 
Conforme a resolução 307 de 5 de julho de 2002, no art. 2º do CONAMA, os 
resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e 
demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de 
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, 
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento 
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos 
de obras, caliça ou metralha. 
 
2. Em que classificação estão os resíduos químicos? 
 
Conforme a resolução 307 de 5 de julho de 2002, no art. 3º do CONAMA, 
classifica como classe D os são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais 
como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde 
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e 
outros bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros 
produtos nocivos à saúde. 
 
3. É possível a minimização dos resíduos? 
 
O CONAMA diz no seu Art 4º que os geradores deverão ter como objetivo 
prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a 
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada 
dos rejeitos. 
Azevedo (2006, p. 11 apud Azevedo, 2004) fala que surgem tecnologias que 
buscam um enfoque de prevenção da poluição e minimização de resíduos, como forma de 
evitar os desperdícios de matéria-prima e energia, convertidos em resíduos sólidos, líquidos e 
gasosos, responsáveis por adicionar custos aos processos produtivos e gerar problemas 
ambientais. Apud John e Agopyan (2003) cita algumas ações que direcionam para a redução 
da geração de menos resíduona construção civil: 
• mudanças de tecnologia para combater as perdas; 
• aperfeiçoamento e flexibilidade de projeto; 
• melhoria da qualidade de construção, de forma a reduzir a manutenção causada 
pela correção de defeitos; 
• seleção adequada de materiais, considerando, inclusive, o aumento da vida útil 
dos diferentes componentes e 
da estrutura dos edifícios; 
• capacitação de recursos humanos; 
• utilização de ferramentas adequadas; 
• melhoria da condição de estoque e transporte; 
• melhor gestão de processos; 
• incentivo para que os proprietários realizem modificações nas edificações e não 
demolições; 
• taxação sobre a geração de resíduos; 
• medidas de controle de disposição; 
• campanhas educativas. 
 
4. Há possibilidade de reaproveitar tais resíduos? Se sim, quais as medidas que devem ser 
adotadas? 
 
Os processos de gestão dos resíduos em canteiro, de sofisticação dos 
procedimentos de demolição, de especialização no tratamento e reutilização dos RCD vão 
conformando um respeitável e sólido ramo da engenharia civil, atento à necessidade de usar 
parcimoniosamente recursos que são finitos e à necessidade de não sobrecarregar a natureza 
com dejetos evitáveis (SILVA, 2007 apud CARNEIRO et al., 2001). 
Silva (2007) ainda encontra algumas medidas para facilitar o uso de agregados 
reciclados, citado por Ozkan (2001). Onde diz que devemos solicitar permissão municipal, 
com vistoria prévia, para demolição de construções onde conste as quantidades de cada 
resíduo gerado e sua correta destinação, penalização para os proprietários no caso de 
efetuarem a demolição sem ou em desacordo com esta permissão e criação de normas para 
utilização de agregados reciclados. 
Do ponto de vista técnico as possibilidades de reciclagem dos resíduos variam de 
acordo com a sua composição. Quase a totalidade da fração cerâmica pode ser beneficiada 
como agregado com diferentes aplicações conforme sua composição específica. As frações 
compostas predominantemente de concretos estruturais e de rochas naturais podem ser 
recicladas como agregados para a produção de concretos estruturais. A presença de fases mais 
porosas e de menor resistência mecânica, como argamassas e produtosde cerâmica vermelha 
e de revestimento, provoca uma redução da resistência dos agregados e um aumento da 
absorção de água. Assim agregados mistos tem sua aplicação limitada à concretos de menor 
resistência, como blocos de concreto, contra-pisos, camadas drenantes, etc (JOHN; 
AGOPYN, 2003). 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABRECON. O que é entulho. Disponível em: http://www.abrecon.org.br/Conteudo/5/O-que-
e.aspx. Acesso em: 18. Out. 2014. 
 
AZEVEDO, Gardênia O. D de.; KIPERSTOK, Asher; MORAES, Luiz R. S. Resíduos da 
construção civil em Salvador: os caminhos para uma gestão sustentável. Rev. Eng. Sanit. 
Ambient. v, 11. n, 1. Rio de Janeiro. 2006. 
 
JOHN, Vanderley M.; AGOPYNA, V. Reciclagem de resíduos da construção. São Paulo. 
2003. 
 
SILVA, A. F. F. da. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO CONAMA Nº. 307/02 – estudo de caso para um 
conjunto de obras de pequeno porte. Belo Horizonte. 2007. 
 
SINDUSCON-CE. Resíduos sólidos da construção civil. Disponível em: 
http://www.sinduscon-ce.org/ce/downloads/pqvc/Manual-de-Gestao-de-Residuos-Solidos.pdf. 
Acesso em: 18. Out. 2014.

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