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AÇÃO PAULIANA

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP
 
 
 
 
AÇÃO PAULIANA
 
 
 
 
BANCO SOMOS MAIS VOCÊ, pessoa jurídica de direito privado, inscrito sob o “CNPJ nº...”, com sede na “Rua...”, “nº...”, “bairro...”, “CEP...”, São Paulo/SP, vem, por intermédio do(a) advogado(a) in fine assinado, “nome…” “sobrenome…”, inscrito na OAB/UF de “n°…”, “endereço eletrônico…”, com escritório profissional localizado em “rua…”, “n°…”, “bairro…”, “CEP…”, “cidade…”, “estado…”, conforme poderes outorgados por procuração anexa aos autos, conforme o artigo 105, § 2º, do Novo Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO PAULIANA nos termos do artigo 158 do Código Civil em face de BRUNA MEDEIROS, brasileira, “estado civil…”, estilista, inscrita no CPF de “nº…”, com RG “nº…”, “endereço eletrônico…”, residente e domiciliada à “Rua…”, “nº…”, “bairro”, “CEP…”, Campinas/SP, e em face da instituição VIDA BOA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o “CNPJ nº…”, com sede na “Rua...”, “nº...”, “bairro...”, “CEP...”, na cidade de “.../UF” pelos motivos e pelas razões de direito expendidos a seguir:
1 DOS FATOS
 O banco requerente da presente ação é credor quirografário de Bruna Medeiros, tal fato se deu quando a promovida logo após concluir sua graduação de estilista decidiu alugar uma loja e dar início a um atelier. 
Ocorre que, a mesma não tinha condições de arcar com os custos iniciais e para conseguir iniciar o empreendimento em Outubro de 2017 resolveu fazer um empréstimo com a Promovente, no valor de R$300.000,00(trezentos mil reais), com data final para pagamento integral em Outubro de 2018. 
Entretanto, chegando o dia do vencimento, Bruna não honrou com o pagamento da dívida, o que vem gerando prejuízos a instituição bancária SOMOS MAIS VOCÊ. 
Em Dezembro de 2018, dois meses após o vencimento da dívida, a promovida Bruna Medeiros conseguiu fechar um contrato para fazer alguns desfiles em São Paulo apenas com os vestidos produzidos por ela, contrato este em que, em troca, a estilista ganharia um apartamento no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais).
Contudo, a estilista resolveu doar o referido imóvel a uma instituição de caridade denominada VIDA BOA, segunda promovida, que inclusive foi constituída por um dos irmãos de Bruna Medeiros, conforme documentação em anexo.
Dessa forma, sabendo que Bruna ainda permanece em dívida com a instituição financeira SOMOS MAIS VOCÊ, o que se pretende com a referida ação é a anulação da doação realizada por Bruna, considerando que a mesma não possui outros bens a serem executados, apenas esse imóvel que recebeu como pagamento. 
Por estas razões, o requerente ao ter conhecimento da doação do imóvel pleiteia nesta ação para que seja recebido o valor que lhe é devido por Bruna Medeiros. 
2 DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
	O presente caso diz respeito a um ato de fraude contra credor, passível de ajuizamento de Ação Pauliana, sendo portanto, de necessidade o ingresso da presente demanda ao Poder Judiciário. 
	Será, pois, demonstrado entendimentos doutrinários, jurisprudenciais e a legislação pertinente que defende o direito do credor de solicitar a atuação da justiça em casos como este. 
2.1 DA COMPETÊNCIA
O artigo 46 do Código de Processo Civil permite que a demanda possa ser proposta no domicílio do réu, nos casos de ações fundadas em direito pessoal, vejamos: 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
Desta feita, com respaldo no artigo supramencionado que a demanda foi proposta no domicílio do réu, qual seja, Campinas/SP. 
2.2 DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO 
O litisconsórcio pode ser dividido em ativo ou passivo, ativo quando duas ou mais pessoas litigam como autores de uma mesma demanda ou pode ser passivo quando estas pessoas fazem parte do polo passivo, ou seja, são réus de uma mesma ação. O presente litisconsórcio que se dará na presente lide será inicial, uma vez que que na inicial já terá a participação dos réus no polo passivo e será obrigatório como veremos mais adiante.
No caso em questão há litisconsórcio passivo entre Bruna Medeiros e a instituição VIDA BOA, considerando que a promovida Bruna celebrou doação em dezembro de 2018, onde transmitiu apartamento referendo ao pagamento de desfile realizado em São Paulo, no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais). 
Entretanto, considerando que o apartamento seria o único bem que garantiria o pagamento da dívida existente com o Banco SOMOS MAIS VOCÊ, a mesma fez a transferência do bem a instituição de caridade VIDA BOA, sendo esta constituída por um dos irmãos da Sra. Bruna Medeiros. Dessa forma, tem-se um negócio jurídico fraudulento, pois a promovida Bruna sabia de sua insolvência e que este bem doado seria o único que poderia satisfazer seu débito com o banco promovente Somos Mais Você. 
Assim, ambas devem fazer parte da obrigação já que somente assim é possível reaver o dinheiro pertencente a instituição financeira para que, assim, não saia prejudicado da relação. 
Com fundamento nos termos dos artigos 113, I e 114 do Novo Código de Processo Civil e artigo 161 do Código Civil, expostos a seguir: 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide.
 Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Por fim, resta caracterizada a legitimidade da devedora insolvente, bem como a legitimidade da instituição de caridade VIDA BOA. Diante desse cenário, o polo passivo da presente demanda será composto por ambas. 
2.3 DA FRAUDE CONTRA CREDORES E A ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
	Bem, sabe-se que a fraude contra credores consiste na manobra intencional usada pelo devedor para escusar-se do pagamento de determinada dívida. Sobre tal vício do negócio jurídico, o doutrinador Flávio Tartuce entende: 
“Constitui fraude contra credores a atuação maliciosa do devedor, em estado de insolvência ou na iminência de assim torna-se, que dispõe de maneira gratuita ou onerosa o seu patrimônio, para afastar a possibilidade de responderem os seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão”[footnoteRef:1] [1: TARTUCE, Flávio, Direito Civil; Lei de Introdução e Parte Geral. 14. ed. rev., atual e ampl. v.1. Rio de Janeiro: Forense, 2018, P.441.] 
Dessa forma, pode configurar-se a fraude contra credores quando estão presentes os elementos característicos desse vício social, em que há anterioridade do crédito, eventus damni, isto é, relativo ao prejuízo do credor, quando há a intenção do devedor de prejudicar, sendo este elemento objetivo e o elemento subjetivo, ou seja, o consilium fraudis, que é a má-fé do devedor, a intenção de prejudicar o devedor com associação do devedor com terceiros, ilidindo o crédito. 
No caso em tela, tais elementos estão presentes, existindo a anterioridade do crédito desde Outubro de 2018, quando Sra. Bruna deixou de honrar com o pagamento do empréstimo no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais) realizado com o banco promovente em Outubro de 2017, tendo prazo fatal para pagamento dois meses antes da doação do bem que poderia quitar a dívida existente até então.
O elemento objetivo encontra-se com a transmissão do apartamento em forma doação a instituição de caridade Vida Boa, observa-se que a devedora Bruna Medeiros busca desviar-se da obrigação em quitar com débito existente no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais) com o credor quirografário Banco SOMOS MAIS VOCÊ, assim como, considerando que a instituiçãode caridade é constituída por um dos irmãos da Sra. Bruna, demonstra o conluio entre a instituição de caridade VIDA BOA e a promovida que encontra-se insolvente. Há aqui o eventus damni e o consilium fraudis, pois há tanto a intenção da Sra. Bruna Medeiros de prejudicar, como a má-fé da mesma em realizar doação à instituição de caridade, na qual é constituída por um de seus irmãos. 
Dessa forma, é importante colacionar o posicionamento dos tribunais sobre o assunto: 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO PAULIANA – FRAUDE CONTRA CREDORES – ANTERIORIDADE DO CRÉDITO – NEGÓCIO JURÍDICO CELEBRADO ENTRE PARENTES – INSOLVÊNCIA DA DEVEDORA – REQUISITO DEMONSTRADO – PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL – INEFICÁCIA – RECURSO PROVIDO. – São três os requisitos para a tipificação da fraude contra credores: a anterioridade do crédito, o consilium fraudis (elemento subjetivo), que se refere à intenção do devedor de prejudicar, lesar o credor, mediante a realização ato fraudulento, e o eventos damni (elemento objetivo), consubstanciado em ato prejudicial ao credor, por encontrar-se, o devedor, insolvente, ou por ter sido praticado em estado de insolvência – Restando devidamente evidenciado nos autos os pressupostos para o reconhecimento da fraude contra credores, a procedência da pretensão inicial é medida que se impõe.[footnoteRef:2] [2: [1] TJ-MG, Apelação Cível: AC 10481140098247001 MG, Publicação: 19/04/2018, Julgamento: 11 de Abril de 2018, Relator: Shirley Fenzi Bertão.] 
ADMINISTRATIVO. AÇÃO PAULIANA. FRAUDE CONTRA CREDORES. DOAÇÃO. 1.Comprovado que houve a doação de todos os bens do devedor, bem como a anterioridade do crédito, o dano ao credor, a ciência da conseqüência do ato e o consenso entre devedor e o adquirente, resta evidenciada a fraude contra credores. 2. Manutenção da sentença na íntegra.[footnoteRef:3] [3: (TRF-4 - AC: 50021976520134047103 RS 5002197-65.2013.404.7103, Relator: LORACI FLORES DE LIMA, Data de Julgamento: 27/07/2016, QUARTA TURMA)] 
	
Ainda sobre o último requisito, a doutrina expõe: 
“O consilium fraudis, quando oneroso o negócio jurídico, ou seja, o concerto realizado entre os que dele participaram na ciência do estado de insolvência, circunstância que é dispensada se o negócio jurídico é gratuito, porque traz em si a presunção de má-fé.”[footnoteRef:4] [4: PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. 30. ed. red. e atual. v.1. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 437.] 
Tendo em vista que a requerida, Sra. Bruna Medeiros, realizou a doação à instituição de caridade BOA VIDA de apartamento avaliado em R$500.000,00 (quinhentos mil reais), mesmo sabendo que o bem possibilitaria a quitação do crédito com o requerente desta ação. Portanto, é direito do Banco SOMOS MAIS VOCÊ, requerer a anulação da doação, como dispõe os artigos 158 e 171, II, do Código Civil, de forma que a doação do apartamento não seja realizada. 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
(...)
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
a) DA ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Considerando que a instituição bancária está sofrendo prejuízo pela não quitação do débito e, por isso, é o legitimado para ingressar com tal demanda, o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves expõe: 
“Tendo de optar entre o direito dos credores, que procuram evitar um prejuízo, qui certat de damno vitando, e o dos donatários (em geral, filhos ou parentes próximos do doador insolvente) que procuram assegurar um lucro, qui certat de lucro captando, o legislador desta vez preferiu proteger os primeiros que buscam evitar um prejuízo”[footnoteRef:5] [5: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. 16. ed. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 467.] 
Sobre o negócio jurídico realizado de forma gratuita com o fito fraudar credores a jurisprudência infra citada entende que tal negócio é viciado por ter a presunção de má-fé: 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. AUSÊNCIA DE NOVOS ARGUMENTOS PARA AUTORIZAR A REFORMA DA DECISÃO AGRAVADA. 1. A r. decisão impugnada foi proferida em consonância com o disposto no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil; 2. A parte agravante não apresenta argumentos relevantes que autorizem ou justifiquem a reforma da r. decisão agravada; 3. Para a configuração da fraude contra credores, cumpre verificar: a) o estado de notória insolvência do devedor ou seu conhecimento pelo adquirente; b) eventus damni, ou seja, a prática de atos lesivos aos credores; c) a existência de consilium fraudis, caracterizado pela má-fé ou intuito das partes em ilidir os efeitos da cobrança. (...) 7. A fraude contra credores constitui a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios alheios. 8. Restou patente nos autos, de acordo com as datas nas quais se originaram os débitos e aquelas nas quais foram realizadas as doações dos imóveis, a possibilidade do intuito dos requeridos de frustrar uma futura execução. 9. Em que pesem as alegações dos apelantes, é imperioso reconhecer que existiu a fraude contra credores, em decorrência da alienação efetuada entre os réus com o fito de inviabilizar ao apelado o recebimento do seu crédito, devendo, pois, ser anulado o aludido negócio jurídico e ser mantida, in totum, a decisão de Primeiro Grau. 10. Agravo legal desprovido.[footnoteRef:6] [6: (TRF-3 - AC: 00332077320024039999 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA RIBEIRO, Data de Julgamento: 24/01/2017, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:02/02/2017)] 
CREDORES CARACTERIZADA. DOAÇÃO DE BEM IMÓVEL REALIZADA PELA DEVEDORA A SEUS FILHOS. A ação pauliana é adequada para buscar o decreto judicial de anulação de doação de bem imóvel feita de mãe para filhos quando há dívida pendente de pagamento e a devedora se desfaz do único bem de que dispunha para garantir o débito. Em se tratando de transferência de propriedade para descendente, descabe a alegação de boa-fé do adquirente que, presumidamente, tinha conhecimento das condições financeiro-econômicas e das posses da genitora. PRELIMINARES REJEITADAS. APELAÇÃO DESPROVIDA.[footnoteRef:7] [7: (TJ-RS - AC: 70074725466 RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Data de Julgamento: 22/03/2018, Décima Sexta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 29/03/2018)] 
A anulação do negócio jurídico possui efeito ex tunc, ou seja, os resultados da decisão retroagem até a data da realização do negócio, possibilitando que as partes retornem ao status quo ante, de acordo com o artigo 182 do Código Civil. 
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Assim, deverá ser anulada a doação do bem imóvel à instituição de caridade VIDA BOA, avaliado em R$500.000,00 (quinhentos mil reais), de modo que a requerida fique impossibilitada de realizar tal negócio jurídico novamente, viabilizando, assim, que o débito R$300.000,00 (trezentos mil reais) da parte ré seja adimplido com o requerente. 
2.4 DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O banco promovente informa que opta pela realização da audiência de conciliação ou mediação, pois busca uma rápida solução para sua lide, de acordo com o disposto do artigo 319, VII, do Código de Processo Civil. 
3 DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que: 
a) que os promovidos sejam CITADOS para quecompareçam em audiência de conciliação ou de mediação a ser designada, conforme artigo 334 do CPC, tendo em vista que o autor optou por essa solução de conflitos, que consta no artigo 319, VII, do CPC e que apresentem Contestação, se necessário, de acordo com artigo 335 do Código de Processo Civil. 
b) que a demanda seja JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE, de modo que o negócio jurídico seja anulado e que o apartamento no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) não seja transmitido como doação, a fim de que o Banco SOMOS MAIS VOCÊ possa reaver os valores outrora emprestados à Sra. Bruna Medeiros, de acordo com o artigo 182 do Código Civil. 
c) que sejam os requerido condenados nas despesas processuais e nos honorários advocatícios, no valor de 20%, nos termos do artigo 85, §2º, do Código de Processo Civil. 
Protesta-se provar o alegado nesta ação por todos os meios em direito admitidos, especialmente depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas e juntada posterior de documentos. 
Todos os documentos que instruem a inicial estão em anexos, bem como pagas as custas processuais. 
Dá-se à causa o valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais), como dispõe o artigo 292, II, do Código de Processo Civil. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Campinas/SP, “Data…”
________________________________
Advogado (a) 
“OAB/UF”

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