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ACAO REVISIONAL DE CONTRATO CC TUTELA DE URGENCIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA DA COMARCA DE __/UF
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA EM CARÁTER INCIDENTAL 
HEITOR BRAGA, “nacionalidade”, “estado civil…”, “profissão...”, inscrita no CPF sob o “nº...” e no RG sob o “nº...”, “endereço eletrônico...”, residente e domiciliada na “Rua...”, “nº...”, “Bairro...”, “Cidade/UF”, “CEP...”, vem, por meio de seu advogado, “Nome...”, “nacionalidade...”, “estado civil...”, Advogado, inscrito na OAB/UF sob o "nº...", “endereço eletrônico…”, com endereço profissional situado na “Rua...”, “nº...’’, ‘’bairro...’’, “Cidade…”, “Estado…”, “CEP...’’, nos termos do art. 105, §2°, Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), conforme poderes outorgados em procuração anexa, propor a presente AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA EM CARÁTER INCIDENTAL, com fulcro no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, em face do BANCO DINHEIRO CERTO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o “nº...”, “endereço eletrônico...”, com sede na “Rua...”, “nº...”, “Bairro...”, Curitiba/PR, “CEP...”, pelos motivos e razões de direito a seguir expostos.
1 DOS FATOS
Heitor Braga, autor da presente ação, sempre trabalhou dirigindo, motivo que levou a investir todo o dinheiro que tinha guardado para comprar uma caminhonete, com a qual decidiu trabalhar com transporte de carga e pessoas. 
Em fevereiro de 2018, aderiu, através de contrato de financiamento com o BANCO DINHEIRO CERTO, uma FORD RANGER, ano modelo 2015/2016, de cor branca, placa KJM 4309, tendo como valor total do veículo o montante de R$115.000,00 (cento e quinze mil reais). 
No momento da assinatura do contrato, Heitor foi informado que teria que dá a quantia de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de entrada, e o valor restante seria financiado em 36x parcelas de R$3.600,00 (três mil e seiscentos reais).
Ocorre que, Vossa Excelência, nenhuma informação a mais foi passada ao Sr. Heitor, o Banco foi omisso com respeito à juros e demais encargos. Todas as demais informações foram retidas de má fé.
Após o início de seu trabalho, auferindo renda e conseguindo manter seus encargos financeiros em dias, passando a cumprir também com suas obrigações contratuais, referente ao início do pagamento das parcelas, Heitor sentiu-se mais confortável e resolveu analisar melhor, pormenorizadamente o que fora acordado. 
O autor percebeu de pronto algo anormal no valor das parcelas, estavam bem mais altas do que deveriam. Dessa forma, o Sr. Heitor resolveu contratar um contador pra saber se realmente o valor era justo. 
O contador ao realizar os devidos cálculos concluiu que o valor correto seria de R$2.900,00 (dois mil e novecentos reais). Essa alteração se deu por conta do alto valor dos juros cobrados pela Instituição Financeira, com relação à taxa média de juros estabelecida pelo Banco Central no referido mês de contratação.
Dessa forma, indignado com a situação, o autor Heitor Braga procura os meios judiciais cabíveis para assegurar seu direito.
2 DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
2.1- DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
 A presente ação revisional tem aplicabilidade no direito do consumidor previsto no Código de Defesa do Consumidor, visto que o autor é cliente da empresa ré, se consubstanciando em verdadeira relação de consumo entre as partes, ao utilizar o serviço prestado pelo banco por meio do contrato em anexo.
A Instituição Financeira enquadra-se no conceito de fornecedora, conforme exposto no Código de Defesa do Consumidor, segundo estabelece o seu artigo 3º, § 2º, vejamos:
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços;
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (grifo nosso)
A relação consumerista em ações revisionais já possui entendimento jurisprudencial sobre o assunto:
EMENTA: AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CONTRATO DE FINANCIAMENTO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. JUROS REMUNERATÓRIOS. LEGALIDADE. TAXA MÉDIA DE MERCADO. TARIFA DE CADASTRO. COBRANÇA NO INÍCIO DO RELACIONAMENTO. LEGALIDADE. TAC, REGISTRO DE CONTRATO E AVALIAÇÃO DO BEM. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. SERVIÇOS DE TERCEIROS. ILEGALIDADE. REPETIÇÃO SIMPLES DO INDÉBITO. (grifos nossos)[footnoteRef:1] [1: TJMG - Apelação Cível 1.0024.12.150527-5/003, Relator(a): Des.(a) Anacleto Rodrigues , 12ª C MARA CÍVEL, julgamento em 29/04/2015, publicação da Sumula em 08/05/2015. Acesso em: 10/09/2019.] 
Corroborando com esse entendimento, a Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça assevera: 
Súm. 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
Logo, percebe-se que, devido à natureza da prestação de serviço da ré ser de caráter financeiro e bancário, ela se configura como fornecedora, ao passo que Heitor é o destinatário final de seu serviço, sendo, portanto, consumidor, conforme o artigo 2º do CDC. Desse modo não restam dúvidas acerca da aplicabilidade do CDC no presente caso.
2.2- DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
É direito do consumidor, defendido pelo Código de Defesa do Consumidor, a facilitação da defesa de seus direitos, tal como previsto no artigo 6º, inciso VIII, do referido dispositivo. 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Por essa razão, o Código de Defesa do Consumidor optou por adotar a  responsabilidade objetiva, levando-se em conta que o consumidor é a parte mais fragilizada dessa relação, ou seja, a parte ré se responsabilizará pelos danos oriundos de suas atividades independente da configuração de culpa, bastando que seja comprovado a existência da conduta, o dano e o nexo causal, conforme preceitua os arts. 12 e 14, Código de Defesa do Consumidor.
Ratificando os dispositivos mencionados, Humberto Theodoro Júnior ensina que: 
Para as demandas intentadas no âmbito das relações de consumo existe regra especial que autoriza, em certos casos, a inversão do ônus da prova, transferindo-o do autor (consumidor) para o réu (fornecedor) (art. 6º, VIII, do CPC). Não se pode, todavia, entender que o consumidor tenha sido totalmente liberado do encargo de provar o fato constitutivo do seu direito, nem que a inversão especial do CDC ocorra sempre, e de maneira automática, nas ações de consumo. Em primeiro lugar, a lei tutelar do consumidor condiciona a inversão a determinados requisitos (verossimilhança das alegações ou hipossuficiência do consumidor), que haverão de ser aferidos pelo juiz para a concessão do excepcional benefício legal. Em segundo lugar, não se pode cogitar de verossimilhança de um fato ou da hipossuficiência da parte para prová-lo sem que haja um suporte probatório mínimo sobre o qual o juiz possa deliberar para definir o cabimento, ou não, da inversão do ônus da prova.[footnoteRef:2] (grifo nosso) [2: JÚNIOR. Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Editora Forense, 44ª edição, vol. I, p. 464.] 
E, sendo reforçado tal entendimento pelo Tribunal de Justiça do Piauí: 
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO BANCÁRIO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. DESCONTOS INDEVIDOS. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. RECURSO PROVIDO. 1. O caso deve ser regido pelo Código de Defesa do Consumidor, por se tratar a parte apelada de uma instituição financeira, entendimento consolidado através da súmula 297 do STJ. 2. Pertinente a aplicação do instituto de Inversão do Ônus da Prova,consolidado no art. 6º, VIII do CDC. A presente lide tem como partes uma instituição financeira e uma senhora idosa , analfabeta e beneficiária da justiça gratuita, evidente a discrepância de forças entre as partes; e o instituto da inversão do ônus da prova tem como objetivo garantir uma igualdade processual nas relações de consumo. 3.  VOTO pelo CONHECIMENTO e TOTAL PROVIMENTO DO APELO, anulando a sentença de 1º grau a fim de que os autos sejam remetidos ao juízo de origem para que seja determinado que o Banco apelado comprove a efetiva celebração do contrato e forneça as demais exigências probatórias do juízo de primeiro grau, tendo em vista o caráter hipossuficiente da apelante e o instituto de inversão do ônus da prova. 4 . O Ministério Público Superior deixou de emitir parecer de mérito.[footnoteRef:3] (grifos nossos) [3: TJPI | Apelação Cível Nº 2018.0001.001670-0 | Relator: Des. José James Gomes Pereira | 2ª Câmara Especializada Cível | Data de Julgamento: 20/08/2019. Acesso em: 10/09/2019.
] 
Diante do exposto, para que seja efetivada a igualdade processual dentro do presente feito, necessária se faz a inversão do ônus da prova, visto que o autor da ação é parte vulnerável da relação. 
2.3- DA AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES
Mediante a narrativa fática, tem-se ainda presente a infringência a um dos princípios presentes na Constituição Federal de 1988, bem como, no Código de Defesa do Consumidor, em se tratando do princípio da informação, visando ser protetor quanto às cláusulas abusivas, conforme artigo 6º, incisos III, IV e V do Código de Defesa do Consumidor.
Tem-se que, no ato de contratação não houve qualquer deliberação acerca dos termos do ajuste, nem explicitação detalhada sobre as taxas de juros a serem aplicadas, sobre a sua capitalização mensal, nem as multas e os demais encargos incidentes na relação jurídica.
Somente ao contratar um contador, foi que o autor descobriu que a prestação devida deveria ser R$2.900,00 (dois mil e novecentos reais) e que o valor de R$3.500,00(três mil e quinhentos reais), cobrado pela Instituição Financeira incluía a capitalização de juros, não sendo o autor informado sobre essa cláusula contratual, ensejando, dessa forma, a prática abusiva da instituição financeira DINHEIRO CERTO. 
Conforme lhe é garantido pelo art. 52 do Código de Defesa do Consumidor, a obrigatoriedade do fornecedor de produtos e serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento, de proporcionar ao consumidor as informações necessárias, assim segue: 
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: 
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
III - acréscimos legalmente previstos; 
IV - número e periodicidade das prestações; 
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
Os julgados dos tribunais superiores já se manifestaram sobre o exposto, in verbis:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DIREITO CONSUMERISTA - EMPRÉSTIMO CONSIGNADO - APLICAÇÃO DO CDC - FORNECIMENTO DO CONTRATO - NECESSIDADE - LIQUIDAÇÃO PRÉVIA DO DÉBITO - DIREITO DO CONSUMIDOR - ART. 52, §2º, DO CDC - DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO - ART. 10, §2º, DA LEI ESTADUAL Nº 19.490/2011 E ART. 17, INCISO I, DO DECRETO ESTADUAL Nº 46.278/2013 - TUTELA DE URGÊNCIA - REQUISITOS - PRESENÇA - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER - MULTA DIÁRIA - IMPOSIÇÃO - POSSIBILIDADE - VALOR - PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE - OBSERVÂNCIA - REDUÇÃO - DESNECESSIDADE.[footnoteRef:4](grifos nossos) [4: TJMG -  Agravo de Instrumento-Cv  1.0000.16.055366-5/001, Relator(a): Des.(a) Claret de Moraes , 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 30/05/0017, publicação da sumula em 05/06/2017. Acesso em: 11/09/2019.] 
Conclui-se então, que o Sr. Heitor Braga não teve acesso às devidas informações sobre o serviço que estava sendo contratado, assim como é obrigação do banco que trabalham com financiamento e crédito, que repassem todas as informações inerentes ao contrato firmado entre ambos, não podendo cobrar algo que não expôs no momento da assinatura do contrato, sob pena de ser caracterizado prática abusiva do fornecedor. 
2.4 DA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS 
Conforme documentos em anexo, estão sendo exigidos pelo BANCO DINHEIRO CERTO, juros abusivos, que chegam a ultrapassar a taxa média de juros do Banco Central do mês de fevereiro de 2018, sendo este o mês de contratação do financiamento. 
No contrato firmado entre as partes, os juros cobrados mensalmente possuem taxa média de 4,33%, porém a taxa média de juros devida corretamente é de 2,89%. Portanto, considerando o cálculo produzido pelo contador contrato pelo Autor, além de ultrapassar a taxa média de juros estabelecida pelo BACEN, o requerido está cobrando juros abusivos. 
Para que os contratos que regulam as relações de consumo tenham validade e obriguem os consumidores, é preciso que os fornecedores lhes ofereçam a oportunidade de tomar conhecimento efetivo de todos os direitos e deveres, principalmente no que se refere às cláusulas restritivas em contratos de adesão, que, conforme o art.54, §4º, deverão ser redigidas com destaque, permitindo a imediata e fácil compreensão. [footnoteRef:5] [5: GARCIA, Leonardo de Medeiros. Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. 13 ed. Rev., atual e ampl. Salvador: JusPODVIM, 2016. Pag. 371.] 
Podemos reconhecer que o requerido se aproveitou do sonho do Autor na aquisição do veículo para realizar práticas abusivas no contrato, as quais são legalmente vedadas pelo artigo 39 do CDC, a seguir exposto: 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
XI – aplicar índice ou fórmula de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido;
Portanto, demonstrada a ilegalidade, faz-se necessária a adequação dos valores cobrados, em vista da nulidade da cláusula que prevê tal método de cobrança, sendo perfeitamente possível que o requerente pleiteie a ação de revisional do seu contrato, diante das cláusulas abusiva que foram encontradas pelo contador contratado. 
Dito isto, a Súmula 530 do STF estabelece: 
Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
Desta maneira, o autor, requer a retificação dos juros, ajustando o valor da parcela para o montante correto, em harmonia com a taxa média de mercado estabelecida pelo Banco Central, visto que tal cobrança é de excessiva onerosidade para si, pois ele está iniciando um negócio com o carro e impossibilitado de arcar com o contrato.
2.5 DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA EM CARÁTER INCIDENTAL 
As hipóteses de antecipação de tutela para satisfação imediata de um direito estão previstas no artigo 300 do Novo Código de Processo Civil, conforme segue: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Conforme o dispositivo processualista citado, para que seja deferida a concessão da tutela de urgência, deverá haver a perfeita subsunção do caso concreto a esta norma legal. 
Nesse caso, como a ré valeu-se de prática abusiva para lesar o direito do autor, o risco da demora do pagamento no valor correto, aumenta o valor da multa de mora, além de ensejar inscrição nos órgãos de proteção de crédito, bem como a possível busca e apreensão do veículo pelo inadimplemento, sendo razoável que seja deferida a tutela de urgência, para que cesse o perigo e que o direito do autor seja efetivado. 
Nesse sentido, o artigo 330, §2º, do Código de Processo Civildispõe: 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
Além disso, a probabilidade do direito fica perfeitamente demonstrada diante da comprovação do abuso sofrido pelo autor, como consumidor, diante de um constrangimento ilegal. 
Ademais, para fins de concessão da tutela e para evitar os efeitos da mora, faz-se necessária a consignação em juízo, pelo requerente, do valor de R$ 2.900,00, mediante depósito judicial e dos valores incontroversos, através de boletos bancários a serem emitidos pela instituição financeira, nos termos do artigo 330, §2º, do Código de Processo Civil. 
3 DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
 
O autor opta pela audiência de conciliação, considerando ser esta a melhor opção para a resolução do conflito em tela. Conforme o disposto no Art. 319, Inciso VII, do Código de Processo Civil, a opção do autor pela realização de audiência de conciliação deverá ser indicada na petição inicial.
Art. 319. A petição inicial indicará:
VII- a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
 
Sendo assim, cita-se a parte promovida para que possa comparecer a audiência de conciliação a ser designada pelo douto Juiz.
4 PEDIDOS 
Diante do exposto, pede-se que:
a) Que seja deferida a concessão da tutela provisória de urgência antecipada em caráter incidental, autorizando o depósito em juízo das parcelas mensais controversa das prestações, ou seja, da parte incontroversa das prestações no valor de R$ 700,00 (setecentos reais), no total de 36 (quarenta e dois) parcelas, conforme os cálculos do Contador considerado o índice do Banco Central, requerendo-se, desde logo, a expedição de ofício para abertura de conta exclusivamente para este fim, até o término da presente ação, nos termos dos arts. 84, 3°, Código de Defesa do Consumidor c/c art.300, Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).
a) Que seja feito o reconhecimento da relação de consumo entre as partes, a qual deu ensejo à presente demanda, nos termos do arts. 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor, bem como requerer o deferimento da inversão do ônus da prova, conforme dispõe o art 6°, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
f) Que seja intimado representante do Ministério Público, para acompanhar deste feito até o final, já que se trata de norma de interesse social, conforme artigo 1° do Código de Defesa do Consumidor.
          g) Que sejam julgados totalmente procedentes os pedidos desta ação, confirmando a tutela, para ao final declarar nulas as cláusulas contratuais referentes a multa moratória e taxa de juros, sendo realizados os devidos ajustes para que a parcela fique no valor de R$ 900,00 (novecentos reais), conforme os cálculos do DECON, nos termos dos arts. 6° V c/c art. 51, IV, Código de Defesa do Consumidor.
h) Que seja RECONHECIDA a mora do credor, em face de sua prática abusiva de juros, haja vista as normas do Código de Defesa do Consumidor serem de ordem pública (REsp. 1.061.530/RS,  2ª Seção, ministra Nancy Andrighi, DJe 10/03/2009).
           
 i) Que seja condenada a Ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios de sumcumbência no valor de 20% (vinte por cento), conforme artigo 85, § 2º, Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas, realização de perícia técnica e juntada posterior de documentos nos termos do art .369 do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).
 Dá-se à causa o valor de, R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais)      de acordo com o art. 292, II, do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).
                                                       Nestes termos, pede deferimento.
                                                                                          Local/Data. 
              _________________________________
ADVOGADO (A)
“OAB/UF N°...”

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