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P2 D Trabalho ( grupo econômico trabalhista)

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ESAMC
MICHAEL ROBERTO DOS SANTOS SILVA
RA. 11140502
Direito do Trabalho
O GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA
SANTOS – SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1. GRUPO ECONÔMICO.	4
	Solidariedade passiva entre os integrantes do grupo econômico	7
	Solidariedade ativa das empresas componentes do grupo econômico	8
CONSIDERAÇÕES FINAIS	9
FONTES BIBLIOGRÁFICAS	10
FONTES BIBLIOGRÁFICAS NA INTERNET	10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade a avaliação final (P2), e tem como objetivo analisar o grupo econômico sob a visão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na atualidade.
O Direito do Trabalho desempenha o tema do grupo econômico com o objetivo de proteger os direitos dos empregados quanto à responsabilidade que se beneficiaram do trabalho prestado, em se tratando o empregador direto não ter condições financeiras de pagar o que é devido ao seu empregado, portanto, numa situação de quebra de contratual.
Enfim, utilizaremos como metodologia de pesquisa referências bibliográficas sobre a temática, artigos da lei e entendimentos jurisprudenciais.
1. GRUPO ECONÔMICO.
Para iniciarmos a elaboração deste trabalho que abordará como tema, o grupo econômico trabalhista, e para entendermos na atual legislação, iremos recorrer a pesquisas bibliográficas que abarque o assunto até adentrar ao tema em comento.
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.               (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)         (Vigência)
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.              (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)         (Vigência). (BRASIL, 2017)
Trata se de grupo econômico, “sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ainda que guardem cada uma sua autonomia”. (ROMAR, 2018, p. 247)
Em outras palavras, explica:
A partir da definição legal de grupo econômico, Octávio Bueno Magano identifica os seguintes elementos componentes da estrutura de tal figura jurídica: “1) participantes (empresas); 2) autonomia dos participantes (personalidade jurídica); 3) relação entre participantes (relação de dominação, através da direção, controle ou administração da empresa principal sobre as filiadas; 4) natureza da atividade (industrial, comercial, ou qualquer outra de caráter econômico); 5) efeito (solidariedade); 6) objetivo sobre que recai (relação de emprego)” (ROMAR, 2018, p. 248)
Uma das características do grupo econômico, “serão solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego, a empresa principal e cada uma das subordinadas (art. 2º, § 2º, CLT) ”, portanto, significa que um trabalhador “pode cobrar seus direitos tanto da empresa que o emprega diretamente quanto de uma empresa parceira, empresas com identidade de sócios ou sob o mesmo controle, caso a primeira não cumpra com seus haveres trabalhistas”. (FECOMERCIO, 2017, on-line)
Vale ressaltar, que não define grupo econômico “a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração de interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes (art. 2º, § 3º, CLT) ” (ROMAR, 2018, p. 247).
Nesse passo, no Direito do Trabalho não requisita sequer prova da constituição formal do grupo, sendo acolhida apenas “evidências probatórias de uma integração interempresarial da qual decorre um controle, uma administração ou uma direção única de empresas” (ROMAR, 2018, p. 248), diferentemente por outros ramos do Direito, que exijam formalidades.
E ainda, em outras palavras, ensina a autora: 
O grupo econômico previsto no § 2º do art. 2º da CLT é restrito ao campo do Direito do Trabalho, não tendo qualquer efeito de caráter comercial, civil ou tributário. Exatamente por isso, no âmbito trabalhista não são exigidas as formalidades previstas por outros ramos do Direito para sua tipificação, como, por exemplo, o disposto nos arts. 265 a 277 da Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) que, entre outras coisas, preveem a necessidade de elaboração de uma convenção previamente aprovada pelas sociedades integrantes do grupo, devendo referida convenção ser arquivada na Junta Comercial da sede da sociedade de comando. (ROMAR, 2018, p. 248)
Em tratando dos sujeitos de direitos que podem representar o grupo econômico, não podendo ser qualquer pessoa, sendo necessário que tenham “dinâmica” e fins econômicos, como explana a autora:
Outro aspecto importante em relação ao grupo econômico é o que Mauricio Godinho Delgado chama de abrangência subjetiva e que tem a ver com os sujeitos de direito que podem compor a figura do grupo. O § 2º do art. 2º da CLT, à medida que fala em atividade econômica, é restritivo quanto aos componentes do grupo, não permitindo que sejam quaisquer pessoas físicas, jurídicas ou entes despersonificados, sendo essencial que possuam dinâmica e fins econômicos. Portanto, não podem compor um grupo econômico empregadores que não tenham finalidade econômica, tais como o empregador doméstico ou as entidades beneficentes ou sem fins lucrativos. (ROMAR, 2018, p. 248)
Sendo importante frisar, a respeito da caracterização do grupo econômico para fins trabalhistas “é a natureza da relação que deve existir entre as empresas para que o grupo seja configurado. A doutrina e a jurisprudência divergem sobre o tema, sendo possível identificar duas correntes” (ROMAR, 2018, p. 248)
São elas as duas correntes, como ensina a autora:
1ª corrente — defende a necessidade de que haja efetivamente um controle, uma administração ou uma direção da empresa principal em relação às demais para que o grupo seja reconhecido, ou seja, o vínculo entre elas tem que ser de verdadeira dominação ou hierarquia. Ao utilizar os termos “controle”, “administração” e “direção”, o § 2º do art. 2º da CLT parece não deixar dúvidas quanto à correção deste entendimento, ou seja, a relação entre as empresas deve ser de efetiva dominação.
2ª corrente — defende não ser necessário um controle efetivo de uma empresa em relação às demais para que se caracterize o grupo econômico, admitindo que uma simples relação de coordenação entre as empresas é suficiente para tal finalidade. (ROMAR, 2018, p. 249)
Ademais, e para melhor entendimento, vale destacar sobre a primeira corrente: “a relação entre as empresas componentes do grupo econômico é sempre de dominação, o que supõe uma empresa principal ou controladora e uma ou várias empresas controladas” (ROMAR, 2018, p. 249)
Já em relação a segunda corrente: diz que a “lei deve ser aplicada de acordo com os fins sociais a que se dirige, afirma que para a configuração do grupo econômico previsto no § 2º do art. 2º da CLT não é indispensável a existência de uma sociedade controladora (holding company)” (ROMAR, 2018, p. 249)
No entendimento do Tribunal Superior do Trabalho há “divergência de entendimentos: alguns julgados afirmam que para tal caracterização é necessária a existência de controle e fiscalização de uma empresa líder sobre as demais”. (ROMAR, 2018, p. 250). Porém, em outros julgados, “afirmamque para a configuração de grupo econômico, basta a demonstração de relação de coordenação entre as empresas” (ROMAR, 2018, p. 250).
· Solidariedade passiva entre os integrantes do grupo econômico
Versa no pressuposto de solidariedade decorrente de lei, “e que tem como consequência o fato de o credor ter o direito de exigir e de receber de qualquer um dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum (art. 275 do Código Civil)”. (ROMAR, 2018, p. 251).
No âmbito processual, é possível a verificação da existência de grupo econômico somente na fase de execução, “não sendo mais necessário que a reclamação trabalhista tenha sido ajuizada em face de todas as empresas integrantes do grupo econômico para que respondam pelo crédito trabalhista” (ROMAR, 2018, p. 251).
· Solidariedade ativa das empresas componentes do grupo econômico
Trata se de um assunto ainda bastante discutido, logo, há quem “defenda a existência de uma solidariedade ativa, além da solidariedade passiva inerente à hipótese (haveria, portanto, uma responsabilidade dual) ”. (ROMAR, 2018, p. 251)
Contudo, este posicionamento encontra resistência em parte da doutrina. Como explana:
Alguns autores afirmam que a intenção do legislador foi apenas a de fixar a responsabilidade passiva das empresas integrantes do grupo econômico, pois não inseriu na redação do § 2º do art. 2º da CLT o texto que constava do parágrafo único da revogada Lei n. 435, de 17.05.1937, que dispunha expressamente que a solidariedade decorrente do grupo econômico “não se dará entre as empresas subordinadas, nem diretamente, nem por intermédio da empresa principal, a não ser para o fim único de se considerarem todas elas como um mesmo empregador. (ROMAR, 2018, p. 251)
O TST adota o seguinte entendimento:
Súmula 129, TST: “A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”.
Enfim, nota- se que “o TST acolhe a tese de que o grupo econômico enseja solidariedade ativa e passiva (solidariedade dual), entre os seus integrantes, formando o chamado empregador único”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada tópico foi cuidadosamente pesquisado e desenvolvido, numa abordagem de fácil compreensão para o conhecimento do melhor aprendizado.
Pela Consolidação das Leis do Trabalho, traz a conceituação de grupo econômico, que diz, toda vez que uma ou mais empresas, dispondo cada uma a sua própria personalidade jurídica, e estando sob a direção, controle ou administração de outra, contudo cada uma sua autonomia.
Além, do conceito foi abarcado suas características, para não restar dúvida acerca do tema, tais como: tanto a empresa principal e suas subordinadas ficarão responsáveis pelos encargos advinda da relação de emprego. Contudo, não define grupo econômico, somente pela identidade de sócios, precisando, para a configuração do grupo, a comprovação de interesse, a união de interesses e a atuação conjunta das empresas incorporadas, porém, para Direito do Trabalho tendo demonstrado a incorporação das empresas, do qual advém o controle, administração ou direção, já prova a ligação, não precisando de uma constituição formal como em outros ramos do Direito. Em tratando dos sujeitos de direitos que podem representar o grupo econômico, não podendo ser qualquer pessoa, sendo necessário que tenham “dinâmica” e fins econômicos.
Enfim, a doutrina e a jurisprudência divergem sobre o tema, tendo duas correntes, a primeira relata que relação entre as empresas componentes do grupo econômico é sempre de dominação e a segunda diz que a lei deve ser aplicada de acordo com os fins sociais.
E no âmbito processual, é possível a verificação da existência de grupo econômico somente na fase de execução, não precisando que a reclamação trabalhista seja ajuizada contra todas as empresas integrante do grupo econômico para responderem pelo crédito trabalhista.
Por derradeiro, o TST ampara a tese que o grupo econômico possibilita a solidariedade ativa e passiva (solidariedade dual), entre as empresas integrantes, formando o chamado empregador único.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ROMAR, Carla Teresa Martim. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS NA INTERNET
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho. Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v.
FECOMERCIO. Reforma trabalhista. Disponível em: https://www.fecomercio.com.br/noticia/como-fica-a-responsabilidade-solidaria-e-a-definicao-de-grupo-economico. Acesso em 15 jun 2020.

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