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EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
0 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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1 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
O presente material de estudo integra o Programa de Formação Continuada em Artes Cênicas de 2016 e se destina aos 
Professores I de Artes Cênicas, da Rede Municipal de Ensino, regentes do 1º ao 9º Ano. 
Você encontrará, neste material: 
• breve histórico do nascimento de nossa disciplina e da criação do cargo de Professor I de Artes Cênicas; 
• ações pedagógicas promovidas pela Equipe de Artes Cênicas da E/SUBE/CED para os Professores de AC, entre os anos de 
2009 e 2015; 
• textos abordando temas diversos, escritos por colegas da Rede ou por teóricos da Pedagogia do Teatro; 
• dissertações de mestrado, com temas relativos ao Ensino das Artes Cênicas na Rede Pública Municipal de Ensino, 
defendidas por Professores Regentes de AC da Rede, em Curso de Mestrado Profissional em AC, da UNIRIO; 
• ementas e material pedagógico de cursos e palestras, que compõem nosso portfólio de Formação Continuada; 
• artigos sobre o trabalho pedagógico realizado em Teatro, na Rede, escritos pela Equipe de Artes Cênicas da E/SUBE/CED, 
publicados no XXV CONFAEB e no III Congresso Internacional de Arte-Educadores, realizado em 2015, em Fortaleza (Ceará) 
• banco de ideias com sugestões de atividades voltadas para o Ensino Fundamental (1º ao 9º Ano), com base nas 
Orientações Curriculares de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Educação. 
O objetivo deste material é qualificar o trabalho dos Professores de Artes Cênicas da Rede, com foco na práxis 
pedagógica, revitalizando a ação docente e estimulando a troca de experiências. A partir do diálogo entre nossas reflexões, 
nossos saberes e nossos fazeres, orgulhosamente apresentamos, como construção coletiva, a História da Pedagogia Teatral 
do Professor de Artes Cênicas na Secretaria de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. 
 
Professora Lêda Aristides 
PREZADO PROFESSOR, PREZADA PROFESSORA, 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
I- BREVE HISTÓRICO 
DAS ARTES CÊNICAS 
NA SME 
h
ttp
://lexisfran
ce.free
.fr/ 
ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
4 
CÊNICAS 
ARTES 
Acesse o Portal Teatro na Escola, 
um espaço criado para partilhar 
informações e reflexões sobre o 
ensino de teatro na escola: 
 
http://www.teatronaescola.com/#
!porta-teses-dissertaes-
monografias-e/ctbk 
 
 
 
 
Estamos no Ano de 1971! 
A Lei 5692/71 determina a obrigatoriedade do ensino da Educação Artística nos 
currículos plenos de 1.º e 2.º graus. 
 
Para reflexão, leiam o artigo 
“A Lei 5692/71 e a 
obrigatoriedade da educação 
artística nas escolas: passados 
quarenta anos, prestando contas 
ao presente”, 
Da Dr.ª Maria José Dozza Subtil, 
disponibilizado no link 
 
http://dx.doi.org/10.4322/rbhe.2013.006 
Por Educação Artística entendia-se o ensino de duas das seguintes linguagens: 
 Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas. 
Para cumprimento da Lei na Rede Pública de Ensino do Município do Rio de Janeiro, são convidados 
a lecionar Artes Cênicas professores de outras disciplinas. Como autodidatas, esse professores vão 
construindo, através de contracenas e de alguns ensaios, os conceitos pedagógicos das Artes Cênicas. 
Esse mesmo grupo de professores constrói, em 1980, as primeiras Orientações Curriculares. A partir 
do trabalho desses profissionais em Comissões de Estudo e da articulação com os níveis local, regional e 
central da SME, é criado o Cargo de PI Regente de AC (D.O. Rio de 1.º de março de 1988). 
Na ocasião, foram nomeados, para esse cargo, 117 Professores de outras disciplinas, que já 
atuavam com Artes Cênicas em sala de aula há, pelo menos, 2 anos, e que haviam participado de Cursos 
de Teatro na Educação, dentro e fora da SME. As Comissões de Estudo, através de parcerias com a 
UNIRIO – que já possuía uma Faculdade de Teatro – conquistaram alguns caminhos acadêmicos, como a 
criação dos seguintes cursos: Licenciatura Curta em Educação Artística (1979/1980); Especialização em 
Arte-Educação (1984/1985) e Licenciatura Plena em Artes Cênicas (1989). 
A partir da promulgação da Constituição Federal, em 1988, o acesso ao Cargo de PI de Artes 
Cênicas passou a ser provido, através de concurso público, por PsI com Licenciatura Plena em Artes 
Cênicas. 
Somos, portanto uma das Áreas de Conhecimento mais nova do currículo escolar: temos, apenas, 34 
anos de vida!!! 
Nascia, legalmente, um novo componente curricular: as Artes Cênicas. Mas havia um 
porém: como cumprir a Lei se ainda não fora criado o cargo de Professor de Artes Cênicas? 
Início do 
caminho: criando 
nossa própria 
história! 
 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
II- EQUIPE DE ARTES 
CÊNICAS: 
AÇÕES 
PEDAGÓGICAS 
(2009-2015) 
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ce.free
.fr/ 
ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2009 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
6.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
Este é um ano muito importante. Você inicia uma nova etapa escolar. Muitas coisas novas acontecerão e haverá disciplinas 
diferentes. Uma das novidades é que você terá aulas de Artes Cênicas que, no Município do Rio de Janeiro, significa estudar e 
conhecer Teatro! 
Provavelmente, chegarão novos amigos e você estará mais aberto a conhecer pessoas e mais atento ao que se passa à sua volta. 
Faz parte do seu desenvolvimento, nesta etapa da vida, ficar mais curioso, pensar e refletir melhor sobre o que acontece a você. 
Portanto, será bom conversar com os seus familiares, amigos e Professores. Eles poderão ampliar suas ideias e o ajudarão a 
compreender melhor o mundo. 
Nesse sentido, as Artes Cênicas também poderão ajudá-lo bastante: através das atividades relacionadas ao estudo do Teatro, 
você terá ainda mais contato com textos; poderá movimentar seu corpo de diversas formas; poderá criar lugares reais ou não, onde as 
histórias inventadas ou lidas serão representadas por você e por seus colegas de turma. Enfim, você vai aprender muitas coisas novas 
e também se divertir muito. 
 
 
A – OS ELEMENTOS DO TEATRO: ENTRANDO EM CENA! 
A comunicação é um elemento importante para o ato de representar. É necessário não apenas que atores e plateia se 
comuniquem, mas também que atores, cenógrafos, sonoplastas, diretores, iluminadores, contrarregras e todos que participam de um 
espetáculo tenham uma boa comunicação. O Teatro é um trabalho coletivo, de equipe, de cooperação e de responsabilidade. 
Para que o teatro aconteça, muitos elementos precisam entrar em cena. 
Quando estudamos o Teatro em sala de aula, utilizamos o jogo teatral. Como o próprio nome diz, o jogo teatral caracteriza-se 
pelo ato de “jogar” teatro, ou seja, brincar de faz-de-conta, de fazer teatro. E tanto “joga o teatro” aqueles que fazem o papel de atores 
como os que fazem o papel de plateia. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
Para que o jogo teatral aconteça, são necessários: 
 
• Ação - atividades realizadas no palco, para que uma história seja encenada. No Teatro, não podemos apenas contar uma história: é 
preciso fazer com que ela seja mostrada através da ação teatral. Uma história teatral é sempre um faz-de-conta. Por essa razão, a 
ação pode acontecer no passado, no presente ou no futuro. Podemos, em uma hora ou menos, contar a vida de uma pessoa desde 
seu nascimento até sua velhice. No teatro é possível representar, através da ação, uma história imaginária e fazer com que ela seja 
encenada como se fosse real. 
• Personagem – é um elementodo jogo teatral. Pode ser humano ou não e, na cena, é representado por um ator. 
• Espaço - o lugar onde o jogo teatral acontece, onde os atores representam a história de seus personagens. 
 
 
Quando assistimos a um espetáculo teatral, outros elementos também entram em cena: 
 
• Edifício teatral – lugar onde acontece o espetáculo. O Teatro João Caetano, o Teatro Carlos Gomes e as Lonas Culturais são alguns 
exemplos de lugares da cidade do Rio de Janeiro onde acontecem espetáculos teatrais. 
• Palco – espaço onde se dá a cena. Há vários e diferentes tipos de palco. Seu Professor poderá ajudá-lo, mostrando fotos ou 
desenhos dos tipos mais importantes. 
• Texto – elemento que dá base ao trabalho. Há vários tipos de textos teatrais. No teatro, o texto pode ser falado ou não, isto é, pode 
ser representado sem palavras. 
• Ator – pessoa que dá vida ao texto e que empresta seu corpo, seus sentimentos, sua voz e seus movimentos para caracterizar um 
personagem. 
• Figurino – roupa que os personagens vestem ou os adereços que utilizam. 
• Iluminação – a luz valoriza os elementos presentes na cena, como os atores e os objetos. 
• Sonoplastia –música ou sons que representam a história, uma cena ou um personagem. A sonoplastia pode aparecer como um 
fundo, como uma pausa, marcando a aparição de um personagem ou criando um determinado clima. 
• Cenografia –cenários, ambientação do espaço em que as cenas acontecem. Numa história encenada pode existir mais de um 
cenário. 
• Encenador/Diretor –aquele que dirige e concebe a ideia de como a peça deve ser encenada. Há várias formas de dirigir ou de 
conceber um espetáculo. 
• Contrarregra –elemento muito importante no decorrer do espetáculo. Entre outras atividades, o contrarregra ajuda a mudar ou 
organizar o cenário, retirando o que não será mais usado, ou colocando algum elemento novo na cena. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
B – FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
Você pode fazer teatro: 
• Sendo um CENÓGRAFO, quando imagina ou desenha lugares onde alguma ação teatral pode acontecer. Pense onde ficarão 
os objetos, quais as cores que eles possuem, de que eles são feitos. Se eles são objetos que já existem na vida real ou se são 
objetos inventados por você. Pense que função eles têm, para que servem... 
 
DICAS 
 
• Sendo um AUTOR de textos teatrais, quando inventa histórias na sua imaginação ou as escreve no papel. Mas nunca se 
esqueça de que uma história de teatro deve sempre ter uma ação (um acontecimento), um lugar onde a ação acontece e 
personagens que participam da ação. 
 
DICAS 
• Se a história for muito grande, divida-a em cenas. 
• Dê nome e características aos personagens. Imagine como eles se vestem, como 
andam ou qual é o seu tipo físico... 
• Imagine o local onde a cena acontece. 
• Imagine uma história onde ninguém pode falar. 
• Invente as histórias com algum amigo ou até mesmo sozinho. Esse é um exercício 
que você pode fazer no recreio, na sala de aula, em casa ou até mesmo dentro do 
ônibus. Para não esquecer, escreva tudo num caderno. 
• Mostre o que você escreveu ou conte o que você imaginou para seu Professor. 
Ele(a) poderá lhe dar outras orientações. 
• Para ter boas ideias, observe os objetos. Veja de que são feitos, como são suas 
formas e cores. Como foram colocados nos lugares. 
• Quando andar pela rua ou andar de trem ou de ônibus, observe as paisagens e o 
que elas contêm. 
• Experimente fazer maquetes, de papel ou papelão, desses lugares e de cenários 
criados por você ou por seus colegas. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Você pode fazer teatro: 
• Sendo um ATOR, quando você representa algum personagem. Então imagine como ele anda, como gesticula, como se 
movimenta. Se tem algum cacoete. Um gesto especial de passar a mão pelo cabelo ou um jeito diferente de andar. Quais suas 
emoções e sentimentos. Se ele está triste, se está alegre. Em que momento e situação ele se encontra na cena. 
 
 
DICAS 
 
• Imagine algum personagem e escreva todas as características dele numa folha 
de papel em branco. Escreva onde ele está e o que está fazendo. Ao lado, 
escreva tudo que você acha que ele pode estar usando, dependendo da hora, 
do local e da sua atividade. 
• Não se esqueça de pensar se ele usa um chapéu, uma bandana, um cinto 
especial ou um outro elemento importante para descrevê-lo. 
• Observe as pessoas. Veja como elas se comportam, o jeito de elas falarem. Umas 
gesticulam muito, outras falam baixinho. 
• Quando for para a escola, observe tudo à sua volta. Os animais, as pessoas 
andando nas ruas, o vento nas árvores... Tudo poderá ser um bom material para 
você compor um personagem. 
• Na aula de Artes Cênicas, exercite-se, agindo como um personagem. Mas não se 
esqueça de que você não é ele. Está só representando, fazendo de conta! 
• Sendo um FIGURINISTA, quando você cria uma roupa ou um adereço para caracterizar um personagem. Pense em como é 
esse personagem. Ele é uma pessoa? É uma árvore? Um tigre? Uma pulga? Quais são as suas características? Como ele se 
veste? Quais as cores de sua vestimenta? Ele é pobre? É rico? É velho? É um ser de outro planeta? É uma criança? Está 
dormindo? Está trabalhando? Usa algum chapéu? Carrega um guarda- chuva? Uma bolsa de compras? Qual ação está 
realizando na cena? 
 
 
DICAS 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
Um bom 
espetáculo! 
 
• Sendo um SONOPLASTA, quando você cria o som ou a música para uma determinada cena ou para um determinado 
personagem 
 
 
 
DICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora que você já vivenciou alguns elementos do Teatro, é hora de jogar! Com um colega, escreva uma cena que contenha uma 
ação, o lugar onde essa ação ocorre e os personagens envolvidos. Escolham a sonoplastia e pensem no cenário. Não se esqueçam do 
figurino. Seu Professor irá orientar você e seus colegas a encenarem um jogo teatral. 
 
Então... Divirtam-se !!! 
 
• Um bom exercício é listar algumas músicas e colocar ao lado das cenas que elas 
trazem à sua lembrança. 
• Se a cena for de terror, qual sol ou música seria ideal? Se for um dia de vento 
fraco, qual seria o som? 
• E se fosse o freio de um carro? 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
7.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
Este ano deverá ser para você um momento de desafios. Se você está iniciando seu período de 
adolescência, muitas transformações ocorrem! Sua maneira de pensar está mais abrangente. 
Seus pensamentos se ocupam com mil ideias diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa 
especial... 
 
Seu grupo de amigos, agora, tem uma importância grande em seu dia a dia e as conversas 
ficam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, 
tanto interna como externamente. Os sentimentos se alternam... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas! Vejamos: quando 
encenamos, nos transformamos em personagens de histórias. Histórias muitas vezes parecidas 
com as nossas próprias histórias. Personagens muitas vezes parecidos conosco. Outras vezes, ao 
contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos 
fazer-de-conta que somos eles e, então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar 
dos sentimentos e, muitas vezes, percebemos algumas soluções que servem para nossos 
problemas reais. 
 
Então... Vamos experimentar? 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
13 
CÊNICAS 
ARTES 
 
O Teatro na Antiguidade: Como tudo começou... 
 
Estamos na Grécia, no séc. V a.C., ano 500, aproximadamente. Numa praça do velho 
mercado de Atenas, uma grande festa está sendo organizada. O objetivo é agradecer ao 
deus do vinho, Dionísio,pela colheita de uva deste ano. 
De repente, um cidadão, de nome Tépis, vestido com uma túnica rústica e usando uma 
máscara no rosto, desce do alto de uma carroça e exclama para o povo de Atenas: 
 – Eu sou Dionísio! 
Tépis se dizia Dionísio, o deus do vinho. Acontecia, naquele momento, uma representação, um faz-de-conta de que “eu sou o 
outro”. Apresentava-se, diante de uma plateia, pela primeira vez um ator representando um personagem: Tépis representava Dionísio! 
Com o passar do tempo, nas festas de colheita da uva, as procissões (conhecidas como Ditirambos), que eram dedicadas a 
Dionísio, foram ficando mais elaboradas e necessitaram de pessoas que as organizassem. Surgiram, então, os diretores de Coro. 
As procissões juntavam, aproximadamente, vinte mil pessoas que dançavam, cantavam e apresentavam diversas cenas com 
peripécias do deus Dionísio. 
Tépis foi o primeiro diretor de Coro a dirigir a procissão de Atenas nas festas. Para isso, ele desenvolveu o uso de máscaras para 
representar, tendo em vista o grande número de participantes. A máscara servia para amplificar sua voz e para ele ser visto a longas 
distâncias. 
O Coro tinha como função narrar as histórias do personagem Dionísio, através da representação, das canções e das danças. O 
Coro também passou a ser o intermediário entre o ator e a plateia e também trazia a conclusão da história. 
Quando Tépis, do alto da carroça, disse: “Eu sou Dionísio”, ele se tornou o primeiro respondedor de Coro. Em razão disso, 
surgiram os diálogos, e Tépis, então, se tornou o primeiro ator de teatro. Com o tempo, uma grande plataforma fixa viria a substituir a 
carroça improvisada por Tépis. Nela, foi instalado um palco onde se poderia, então, montar um espetáculo completo. 
Os atenienses amavam profundamente o teatro, pois, além de ser um divertimento, era educativo. Por isso, mulheres e crianças 
também podiam assistir às representações. Somente aos homens cabia a função de ator e os papéis femininos eram também 
representados por homens. 
A- FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
14 
CÊNICAS 
ARTES 
Os festivais de teatro ocorriam em teatros 
de pedra, ao ar livre, e tinham grande 
importância. Neles, eram sempre apresentadas 
tanto tragédias como comédias. Os festivais 
eram financiados pelos cidadãos ricos, 
enquanto o governo pagava aos mais pobres 
para que estes pudessem comparecer às 
apresentações. Os atores também eram pagos 
pelo seu trabalho. 
As apresentações duravam vários dias e 
começavam com a procissão em homenagem 
ao deus Dionísio, que passou a ser 
considerado, depois, como o deus protetor do 
teatro. Como as apresentações se realizavam 
durante as festas dionisíacas, eram 
consideradas parte dos festejos religiosos da 
época. Por isso, nas apresentações inaugurais, 
sempre compareciam as pessoas mais 
importantes da sociedade grega: os 
magistrados e os sacerdotes de Dionísio. 
 A plateia acompanhava as peças o dia todo e participava intensamente das encenações. No palco, os atores continuavam a usar 
máscaras, tanto para serem melhor visualizados como para amplificar a voz e para mostrar o sentimento da cena representada. As máscaras 
eram feitas de pano engomado e pintado e eram decoradas com perucas. Os atores usavam também roupas acolchoadas e sapatos de sola 
bem alta, que chamavam de coturnos, para serem vistos de longe. Embora os atores fossem importantes e fizessem sucesso, os grandes 
ídolos do teatro, nessa época, eram os autores das histórias. 
Muitos anos depois, a partir do Império Romano, que sucedeu a civilização grega, as principais ideias sobre o teatro grego foram 
seguidas pelos romanos. E, no século IV, os espetáculos já não eram necessariamente ligados ao culto religioso do deus Dionísio (que os 
romanos chamavam de Baco). Nessa época, porém, a tragédia e a comédia já estavam em decadência. Os romanos preferiram o gênero 
cômico, que perdeu, em seus textos, o tom político e religioso, mas ganhou bastante originalidade. Logo depois os romanos se encantaram 
pelo circo que, na época, era voltado para as lutas entre gladiadores e animais. 
Máscaras do Teatro Romano de Saragoça 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
15 
CÊNICAS 
ARTES 
• Desenhe o cenário da praça de Atenas no momento em que Tépis se declara Dionísio 
• Desenhe Roma, o circo de gladiadores ou crie uma maquete. 
• Construa, com papel pardo ou outro material, as máscaras do Teatro. Faça a da Tragédia e a da Comédia. 
• Pesquise na internet ou no dicionário o significado das palavras tragédia e comédia. Escreva no caderno as definições encontradas. 
• Procure em jornais uma notícia que você e seus colegas classificariam como tragédia e outra que vocês classificariam como comédia. 
Converse com os colegas e com o Professor sobre essas histórias. 
• Construa a maquete do Teatro de pedras. Seu Professor poderá trazer imagem desses teatros ou, então, pesquise na internet. 
• Não se esqueça de colocar na Arena os atores vestidos com suas túnicas, máscaras e coturnos e de colocar a plateia na 
arquibancada. Peça ao seu Professor para montar uma exposição com o seu trabalho e o dos seus colegas. Conversem sobre os 
trabalhos expostos. Façam comentários do que mais chamou a atenção. 
• Pesquise os grandes autores da Tragédia e da Comédia que foram ídolos na Grécia e na Roma antigas. Coloque ao lado o nome de 
algumas peças que eles escreveram. 
• Veja com o seu Professor qual era o tema principal dessas histórias e quais eram os autores mais importantes. 
B- FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
DICAS 
• Você pode desenhar a cena toda ou só um detalhe. Ex.: a carroça, a praça. 
• Use cores. Pense nas uvas, na colheita, nas carroças e nas pessoas enfeitadas. 
• Faça uma maquete com papel e cola, se não quiser desenhar. Ou então ,faça 
recorte e colagem com revistas ou outros materiais. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
16 
CÊNICAS 
ARTES 
Para esta atividade, vamos resumir uma tragédia grega. Esta peça chama-se Antígona e foi escrita por Sófocles, um grande autor 
grego da época. 
 
A história começa com a personagem Antígona, que deseja sepultar o irmão, mas encontra dificuldade, pois o rei, Creonte, 
proibira o sepultamento dos que cometeram algum ato ilegal. Antígona, porém, desafia a lei e enterra o irmão. 
Furioso, o rei ordena que ela seja capturada e levada até ele. 
Ao invés de fraquejar, Antígona enfrenta o rei: “Não fui feita para o ódio, e sim para o amor”, exclama a jovem. Mesmo sabendo 
que ela iria se casar com seu filho, Hemon, Creonte não cede. Hemon roga, em vão, pela amada. Mas, por ordem de Creonte, 
Antígona é condenada a ser emparedada numa caverna, até morrer. 
Tirésias, profeta e sacerdote cego, reprova Creonte por profanar o corpo do irmão de Antígona, advertindo-o de que será punido 
pelos deuses. 
 – Que valor pode haver em apunhalar o apunhalado? pergunta Tirésias. 
O rei, apesar de se revoltar contra o profeta, decide libertar Antígona. Porém, é tarde demais: um mensageiro relata que ela 
preferiu enforcar-se a aguardar a morte lenta. 
 Hemon, o filho de Creonte, ao encontrar a noiva morta, apunhala-se. Eurídice, esposa de Creonte, ao saber da morte de seu 
único filho, também se mata. 
 O rei, ao ver toda sua família morta, lamenta-se pelos seus atos, e mais ainda por não ter atendido ao desígnio dos deuses, o 
que lhe custou a vida de todos aqueles que lhe eram queridos. 
 
C- FAZENDO ARTE: JOGANDO O TEATRO, “FAZENDO-DE-CONTA” 
 
Abaixo, transcrevemos o resumo de uma tragédia grega. Leia e compreenda o texto. Troque 
ideias com um amigo. Veja se vocês entenderam as mesmas coisas. 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
17 
CÊNICAS 
ARTES 
• Liste os personagens da história. 
• Escreva um roteiro e crie falas para os personagens, a partir da história contada. 
• Como você imagina que foia conversa entre Antígona e o rei Creonte? 
• Crie falas para Hemon, ao ver a noiva morta. 
• O que Eurídice diz a Creonte quando percebe que seu filho também está morto? Crie um possível diálogo entre os dois. 
• Peça ao seu Professor para trazer o trecho original da tragédia que corresponde à cena que vocês escreveram. 
• Em grupo, crie um jogo teatral, utilizando o resumo sugerido. 
• Vale também fazer apenas uma parte da história, uma cena escolhida por vocês. Seu Professor poderá ajudá-lo nos ensaios e 
relembrá-lo dos elementos que fazem parte de um jogo teatral. 
 
DICAS 
• Não se esqueça de arrumar o cenário e de criar uma sonoplastia para a cena que 
será representada. 
• Depois, em grupo, converse sobre o resultado do trabalho, o que vocês 
aprenderam e o que foi mais fácil ou mais difícil de fazer. O que poderia ser 
melhorado? 
• Fale com o Professor e repita a atividade com uma comédia grega. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
18 
CÊNICAS 
ARTES 
8.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
A vida é repleta de desafios e de transformações. Existe, porém, um período na vida em que essas transformações ganham 
maior amplitude. É o período chamado de adolescência. O pensamento se torna mais abrangente e dialógico. A mente se ocupa 
com mil ideias diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa especial... O grupo de amigos, agora, tem grande importância em 
seu dia a dia e as conversas se tornam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, 
tanto interna quanto externamente. Os sentimentos se alternam... Ora alegria, ora tristeza, por qualquer coisinha... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas. Quando encenamos, nos transformamos em 
personagens de histórias. Histórias muitas vezes parecidas com as nossas próprias histórias e personagens muitas vezes parecidos 
conosco. Outras vezes, ao contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos fazer-
de-conta que somos eles e, então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar dos sentimentos e, muitas vezes, 
percebemos algumas soluções que servem para nossos próprios problemas. 
 
Então... Vamos experimentar? 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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19 
CÊNICAS 
ARTES 
Os colonizadores encontraram, nos povos indígenas brasileiros, uma facilidade natural para a música e a dança, o que facilitava o 
desenvolvimento do teatro. A partir do teatro, os padres jesuítas iniciaram um movimento de catequese dos povos indígenas: eles ficavam 
fascinados pela representação e, através dela, o aprendizado era muito mais rápido e fácil. 
Nessa época, o Padre Anchieta, com seus autos de catequese, foi o maior responsável pelo ensinamento do teatro e pela autoria das 
peças. O teatro se inicia, no Brasil, como um teatro de catequese, didático, isto é, com o objetivo de ensinar. 
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol e, mais tarde, também em latim. Os personagens eram santos, demônios ou 
imperadores. Algumas vezes, eles também representavam o Amor, O Medo ou o Temor a Deus. Com o tempo, nas escolas dos jesuítas, 
chamadas Companhias de Jesus, o teatro tornou-se matéria obrigatória. Porém, nessas escolas, os personagens femininos eram proibidos, 
a não ser que representassem Santas. Os atores dessa época eram índios já domesticados, futuros padres e alguns não índios. As peças 
eram apresentadas nas Igrejas, praças e colégios. Além dos Autos, outros estilos teatrais, também introduzidos pelos jesuítas, foram os 
Pastoris e o Presépio, que passaram a ser representados nas festas folclóricas. 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
• Converse com seus colegas, em duplas ou trios, sobre o tema Colonização. Quais os pontos positivos e negativos da colonização? O que 
ganham ou perdem os dois países. Converse também com seu Professor de Artes Cênicas ou seu Professor de História. Pesquise a 
palavra colonização no dicionário. Veja o que dizem as outras pessoas sobre esse assunto. 
• Pesquise o significado dos estilos teatrais: auto, presépio e pastoril. 
• Peça ao Professor para dividir a turma em dois grupos. Um grupo desenha a roupa dos portugueses e jesuítas e outro desenha a 
vestimenta dos indígenas. Esses elementos podem, mais adiante, se tornar esboço de figurinos para uma futura cena. Façam o mesmo 
com o cenário: casa dos índios, “habitat”, transporte dos portugueses e dos indígenas, objetos utilizados pelos dois grupos e mais outras 
ideias que vocês tiverem. 
• Depois, façam os desenhos em tamanho natural, usando seu próprio corpo como modelo, deitado sobre duas folhas de papel pardo 
coladas (para que fiquem maiores). Um colega pode ajudar você, desenhando o contorno do seu corpo. Ponha roupas confeccionadas 
com papeis diferentes. Se todos pendurarem esses personagens, pelo espaço vazio da sala, com seus figurinos, eles poderão servir de 
cenário para a representação de um Auto ou de alguma história que vocês inventarem. O Professor de Artes Cênicas gostará de ajudá-los 
a montar essas histórias e esses cenários! 
O TEATRO NO BRASIL 
A- TEATRO DOS JESUÍTAS – SÉCULO XVI 
Vamos fechar os olhos e imaginar que estamos no século XVI. O Brasil recém-descoberto. Os portugueses tentando 
colonizar os povos indígenas que aqui viviam. Como se fazer entender? 
Imagine as diferentes tentativas de comunicação. Lembre-se dos livros que você já consultou e que já pesquisou e de 
como também eram diferentes as vestimentas dos portugueses, padres e indígenas. Tudo era diferente: as formas de falar, de 
vestir, de pensar, de viver, de se movimentar, de acreditar no mundo... 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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20 
CÊNICAS 
ARTES 
B- SÉCULO XVII 
Neste século, as peças escritas pelos jesuítas, principalmente as que tinham o objetivo da catequese, começaram a escassear. Outros 
tipos de atividades teatrais também ficaram escassos, pois foi uma época de crise, com muitas lutas. As poucas encenações dependiam de 
ocasiões especiais como as festas religiosas ou cívicas. Algumas comédias foram apresentadas na aclamação de D. João IV, em 1641. 
 
 
 
C- SÉCULO XVIII 
Na segunda metade deste século, as peças teatrais voltaram a ser apresentadas com certa frequência. Vários palcos ou tablados foram 
montados em praças públicas, com a intenção de apresentar peças educacionais. As igrejas e alguns palácios de governantes também 
serviram de palco para os atores. Com isso, surgiram as primeiras companhias de teatro, que foram chamadas de Casas de Ópera. Essas 
casas apresentavam peças teatrais por alguns meses e até durante um ano inteiro, permitindo que atores fossem contratados. 
 
Nessa época, os atores eram, em sua maioria, descendentes dos povos africanos e pertenciam às classes sociais mais baixas. Havia 
um grande preconceito em relação à atividade teatral, e as mulheres eram proibidas de entrar em cena. Os papéis femininos eram 
representados pelos homens, que se travestiam de mulheres – e por isso eram chamados de travestis. Quando finalmente as mulheres 
foram liberadas para se tornarem atrizes, a “má fama” da classe artística fazia com que houvesse poucas representantes do sexo feminino. 
 
A vinda de D. João VI para o Brasil estimulou, consideravelmente, a atividade teatral. Ele baixou um decreto, em 1810, determinando 
que se construíssem mais e melhores teatros. A primeira companhia teatral, totalmente brasileira, estreou em 1833, com uma peça dirigida 
pelo teatrólogo João Caetano. 
 
Nessa época, a plateia participava bastante das encenações e aproveitava para fazer manifestações em favor dos ideais da República. 
Quando o Imperador D. Pedro estava presente, o público reagia de maneira diferente, sem manifestações e cuidadosamente vestido. 
Embora, em sua maioria, os atores fossem descendentes de negros, os negros não compareciamao teatro como público. No palco, 
encenando, cobriam o rosto com maquiagem teatral branca e vermelha. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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21 
CÊNICAS 
ARTES 
D - SÉCULO XIX E SÉCULO XX E SÉCULO XXI 
 
A partir de 1838, muitas peças foram influenciadas pelo período Romântico, que era um movimento das Artes. Nesse período, 
dava-se importância aos elementos nacionais, à grandeza e à riqueza do nosso país, à igualdade entre os brasileiros, entre outras 
questões. 
 
A peça “O juiz de paz na roça”, de autoria de Martins Pena, é considerada a primeira comédia de costumes brasileira e seu autor 
é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional. Em um período de dez anos, ele escreveu 28 peças. 
 
Artur Azevedo é um autor também do final desse período (final do século XIX e início do século XX), período que se chamava 
Realismo. Azevedo escrevia o gênero teatral Revista, que era composto de peças com temas mais leves. 
 
Machado de Assis também teve grande importância para o teatro brasileiro e muitas das suas histórias também foram encenadas. 
 
Mais recentemente, temos nomes importantes como o dramaturgo Oduvaldo Viana, os atores Procópio Ferreira e Dulcina de 
Moraes e também Paschoal Carlos Magno, que, em 1938, lançou e dirigiu o Teatro do Estudante do Brasil. Nelson Rodrigues é autor 
de várias peças e revoluciona a dramaturgia brasileira. Uma de suas peças mais conhecidas é Vestido de Noiva, encenada pelo grupo 
de teatro amador Os Comediantes, do Rio de Janeiro. Esta peça teve a direção de Ziembinski e inaugurou o TBC (Teatro Brasileiro de 
Comédias). 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Com a ajuda de seu Professor, consiga cópias de algumas peças teatrais de Martins Pena, Machado de Assis ou Artur de Azevedo e 
faça um jogo teatral com trechos de uma cena ou algumas falas. Cada grupo pode escolher um trecho diferente. (www.biblio.com.br) 
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CÊNICAS 
ARTES 
— Cena III — 
 
 
O Gerente, Figueiredo 
Figueiredo — Ó seu Lopes, olhe que, se isto continuar assim, eu mudo-me! 
O Gerente (À parte.) — Que dizia eu? 
Figueiredo — Esta vida de hotel é intolerável! Eu tinha recomendado ao criado que me levasse 
o café ao quarto às sete horas, e hoje... 
O Gerente — O meliante lhe apareceu um pouco mais tarde. 
Figueiredo — Pelo contrário. Faltavam dez minutos para as sete... Você compreende que isto 
não tem lugar. 
O Gerente — Pois sim, mas... 
Figueiredo — Perdão; eu pedi o café para as sete e não para as seis e cinquenta! 
O Gerente — Hei de providenciar. 
Trecho da peça “A Capital Federal”, de Artur Azevedo. 
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CÊNICAS 
ARTES 
E – DÉCADAS DE 60, 70, 80, 90 EM DIANTE. 
 
 O TEATRO CONTEMPORÂNEO 
 
 Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil passava por uma ditadura política e a censura vetava grande parte de espetáculos e de textos 
artísticos. 
 
 Nesse período, temos nomes de destaque, entre dramaturgos, atores e atrizes, peças e grupos de teatro: Plínio Marcos, Leilah 
Assumpção, Oduvaldo Viana Filho, Ruth Escobar Fauzi Arap, Naum Alves de Souza, Mauro Rasi, Gerald Thomas, Zé Celso, Antunes 
Filho, Hamir Hadad, Augusto Boal e grupos teatrais como TBC, Oficina, Arena, grupo Tapa, entre outros. 
 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Em casa, com pessoas mais velhas, converse sobre o período da censura (anos 60 e 70). Veja o que eles lembram dessa época. 
• Converse com seu Professor sobre as características do teatro contemporâneo. 
• Procure em jornais, na seção de teatro, se há algum grupo de teatro contemporâneo em cartaz. Procure saber, descobrir, no site desses 
grupos, o tipo de teatro que eles apresentam. 
• Escolha, em seguida, uma notícia de jornal, uma poesia ou um texto interessante e encene com um grupo. Seu Professor poderá ajudá-
lo nesta tarefa 
DICAS 
• Uma das características do TEATRO CONTEMPORÂNEO é encenar textos literários, 
não teatrais. Você pode encenar também só com alguns fragmentos do texto. 
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24 
CÊNICAS 
ARTES 
9.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
A vida é repleta de desafios e de transformações. Existe, porém, um período na vida em que essas transformações ganham maior 
amplitude. É o período chamado de adolescência. O pensamento se torna mais abrangente e dialógico. A mente se ocupa com mil ideias 
diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa especial... O grupo de amigos, agora, tem grande importância em seu dia a dia e as 
conversas se tornam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, tanto interna quanto 
externamente. Os sentimentos se alternam... Ora alegria, ora tristeza, por qualquer coisinha... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas. Quando encenamos, nos transformamos em personagens de 
histórias. Histórias muitas vezes parecidas com as nossas próprias histórias e personagens muitas vezes parecidos conosco. Outras vezes, 
ao contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos fazer-de-conta que somos eles e, 
então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar dos sentimentos e, muitas vezes, percebemos algumas soluções que 
servem para nossos próprios problemas. 
Então... Vamos experimentar? 
TEATRO NO BRASIL 
 
A- SÉCULO XX E XXI 
 
Em 1922, houve um movimento muito importante para as Artes no Brasil. Esse movimento chamou-se Semana da Arte Moderna e 
aconteceu em São Paulo. O Brasil, nessa época, atingia prosperidade industrial e São Paulo era considerado um centro cultural, onde 
muitas ideias fervilhavam. A Semana da Arte Moderna era um movimento revolucionário e pretendia romper com as regras mais rígidas do 
período Romântico. Essa experimentação de liberdade artística apresentou-se na Literatura, na Dança, na Música, nas Artes Plásticas e 
também no Teatro. 
No teatro, como representante dessa época, temos o autor Oswald de Andrade, que escreveu a peça O Rei da Vela, em 1933, que foi 
encenada em 1967, pelo grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa, diretor teatral conhecido como Zé Celso e que 
continua à frente do Teatro Oficina até os dias de hoje, quando o grupo está comemorando 50 anos de existência. 
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CÊNICAS 
ARTES 
DICAS 
• Uma das características do Teatro Contemporâneo é encenar textos literários, não 
teatrais. 
• Você pode encenar, também, apenas alguns fragmentos do texto. 
• Peça ao seu Professor de Artes Cênicas que lhe mostre outras características do 
teatro contemporâneo.. 
Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil passava por uma ditadura política e a censura vetava grande parte de espetáculos e de 
textos artísticos. 
 
Nesse período temos nomes de destaque, entre dramaturgos, atores e atrizes, peças e grupos de teatro: Plínio Marcos, Leilah 
Assumpção, Oduvaldo Viana Filho, Ruth Escobar Fauzi Arap, Naum Alves de Souza, Mauro Rasi, Gerald Thomas, Zé Celso, Antunes 
Filho, Hamir Hadad, Augusto Boal e grupos teatrais como TBC, Oficina, Arena, grupo Tapa, entre outros. 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Com o Professor de História ou em casa, com pessoas mais velhas, converse sobre o período da censura (anos 60 e 70). Veja o que 
eles se lembram dessa época. 
• Com o Professor de Língua Portuguesa, você pode conseguir informações sobre o Modernismo e a Semana de Arte Moderna. Foi 
um período bastante interessante. Procure saber mais sobre ele. 
• Consiga algumas peças escritas por autores da atualidade como Chico Buarque, Miguel Falabella, Dias Gomes ou outros. Você 
pode fazer uma leitura dramatizada de alguma dessas cenas, escolhendo o grupo que fará parte do seu elenco. 
• Procure, em jornais, naseção de espetáculos, se há algum grupo de teatro contemporâneo em cartaz. Procure descobrir, no site 
desses grupos, o tipo de teatro que eles apresentam.. 
• Escolha uma notícia de jornal, uma poesia ou um texto interessante e encene com um grupo. Seu Professor poderá ajudá-lo nesta 
tarefa. 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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26 
CÊNICAS 
ARTES 
 Como sugestão de texto literário, não teatral, apresentamos a poesia Fim de Feira, de Carlos 
Drumond de Andrade. 
 Depois de ler, entender e conversar sobre o texto com seus colegas, experimente fazer um jogo 
teatral com mais três colegas. 
 Dividam as falas entre o grupo e marquem, no espaço cênico, de onde cada um vai falar e que 
movimentos farão. Peça ao seu Professor para ser o Diretor Teatral. Ele poderá dar muitas sugestões 
interessantes. 
Depois do ensaio do seu grupo, apresentem para o restante da turma e conversem sobre o 
resultado da encenação. 
FIM DE FEIRA 
 
No hipersupermercado aberto de detritos, do Inferno 
ao barulhar de caixotes em pressa de suor, 
mulheres magras e crianças rápidas 
catam a maior laranja podre, 
a mais bela batata refugada, juntam no passeio 
seu estoque de riquezas, entre risos e gritos. 
 
 (CDA - As impurezas do branco. RJ, 1973) 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
B- TEATRO NO MUNDO 
No mundo aconteceram diversos movimentos teatrais e diferentes tipos de Teatro. 
Falaremos apenas de alguns deles. Vejamos: 
 
TEATRO MEDIEVAL 
 
Esse tipo de Teatro era de origem religiosa. Suas histórias eram tiradas da Bíblia. O palco era a praça central da cidade e toda a 
população participava dele. No final da Idade Média (começo do século XVI), aparecem os grandes dramaturgos trazendo muitas ideias 
novas Gil Vicente era um deles. Gil escreveu vários Autos. Leia um trecho do Auto da Barca do Inferno no site www.dominiopublico.gov.br 
 
Teatro da Commedia dell’Arte - O teatro moderno começa na Itália, no século XVI, e rompe com as tradições medievais populares. 
Eles se inspiram em peças de comédias antigas. No século XVII, se espalha por toda a Europa, durante duzentos anos. 
 
Os artistas da Commedia dell’Arte deram à atividade teatral uma organização profissional com sua estrutura e normas. Abriram 
espaço para a participação das mulheres no elenco, criaram uma linguagem própria e um público fiel. Utilizavam muito a improvisação e 
tinham personagens fixos como os enamorados, o doutor, o velho, os criados e outros, que eram caracterizados por figurinos e máscaras 
próprias. A companhia era formada por um elenco de dez a doze atores. Cada ator tinha um personagem fixo. Os atores tocavam, 
cantavam, dançavam, faziam mímicas e acrobacias em cena. Os temas eram quase sempre histórias sobre desencontros amorosos e os 
finais eram felizes e quase sempre inesperados. 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Pesquise o figurino dos personagens da Commedia dll’Arte e tente reproduzi-lo, utilizando materiais diversos. 
• Faça com papel/papelão fino uma das máscaras utilizadas nesse tipo de teatro. Procure fotos que possam ajudar. Depois de pronta, 
utilize a máscara e veja como se sente na pele do personagem escolhido. 
• Faça os personagens fixos, como os criados, que eram representados pelo Arlequim, Polichinelo e Colombina, em forma de bonecos, 
utilizando garrafas pet, cobertas por tiras de jornal coladas com cola branca e depois pintados com guache colorido ou utilizando outros 
tipos de papel para as roupas. 
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
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28 
CÊNICAS 
ARTES 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
Coloque, no caderno, os outros grandes nomes do Teatro no mundo, como Racine, Molière, Shakespeare, Ibsen, Gogol, Antonin 
Artaud, Bertold Brecht, Jean Genet, Tenessee Willians, Ionesco, Arrabal e tente descobrir o nome de suas peças mais conhecidas, a 
nacionalidade deles, em que época viveram e o tipo de teatro que fizeram. Para a pesquisa vale usar vários meios: conversar com pessoas 
que fazem teatro, buscar na Internet, perguntar aos Professores, procurar no dicionário, nas enciclopédias, em fascículos de jornais e 
revistas que falem sobre esse assunto. 
Para ficar mais divertido seu Professor poderá organizar uma gincana, dividindo a turma em equipes e marcando um prazo para que 
cada equipe traga as respostas ou ele pode, até mesmo, trazer algum material de pesquisa. Aí, é só dar um nome a cada equipe e ver qual 
delas será a que conseguirá um maior número de respostas ou ainda qual será a equipe que conseguirá terminar a tarefa em primeiro 
lugar. 
Leia abaixo o resumo da famosa história Romeu e Julieta, de William Shakespeare e, em duplas, criem os diálogos para uma cena. 
Depois, façam uma leitura dramatizada para sua turma. Para ficar ainda melhor, a dupla pode até colocar um adereço de figurino durante a 
leitura. 
Romeu e Julieta é uma trágica história de amor impossível. Eles 
pertencem às famílias dos Montéquios e Capuletos, que são inimigas e que 
sempre se confrontam nas ruas da cidade de Verona. 
Pela impossibilidade de ter um romance com Romeu, Julieta arquiteta um 
plano: finge-se de morta, para depois poder fugir com seu amado. 
Romeu, ao ver a jovem imóvel, dormindo, pensa que ela está morta e se 
desespera: toma veneno e morre sem saber do plano. 
Ao acordar e ver o rapaz morto, ela decide matar-se também, usando uma 
espécie de espada que Romeu carregava com ele. 
As famílias, arrependidas, se unem na tristeza e prometem construir 
estátuas de ouro dos dois namorados para que o povo de Verona nunca mais 
se esqueça de quanto o amor é poderoso. 
Romeo y Julieta. F. Sydney Muschamp 1886 
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29 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2010 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
30 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
ÁREA 
 
MÊS 
 
DIA E 
HORÁRIO 
 
PÚBLICO 
 
DINAMIZADOR 
 
OFICINA 
 
LOCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artes Cênicas 
 
Setembro 
 
Outubro 
 
18/09 
8h às 12h 
 
 
PI 
 
Carlos Alberto 
Nunes da 
Cunha 
 
O Figurino e Cenografia em 
Sala de Aula 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Sala de Corte e 
Costura 
 
18/09 
8h às 12h 
 
 
PII 
 
Liliane Mundim 
 
O Jogo Teatral I: processo 
A Pedagogia do Teatro 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Sala de Teatro 
 
25/09 
8h às 12h 
 
PI 
 
Mona 
Magalhães 
 
Personagens: 
Maquiagem e 
Caracterização 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes 
Calouste 
Camarim do 
Teatro 
 
25/09 
8h às 12h 
 
PII 
 
Ribamar Ribeiro 
 
O Jogo Teatral II: Produto 
“O Espetáculo Artístico-
pedagógico” 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
 
22/10 
13h às 17h 
 
PI 
 
Flavio 
Desgranges 
 
A Pedagogia do Espectador 
(80 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Auditório 
 
21/10 
13h às 17h 
 
PI 
 
Beatriz Biange 
 
O Processo de Drama 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Auditório 
 
Folha 4 da Circular 
E/SUBE/CED n.º 
xxxx, de 27/08/2010 
 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
31 
CÊNICAS 
ARTES 
 
• A oficina consiste no exercício de interpretação onde os participantes deverão se entregar à força física, permitindo a liberdade na 
atuação, chegando ao desenvolvimento básico da musculatura e dos sentimentos. A oficina propõe o despojamento e a libertação de 
qualquer vício do ator, onde cada personagem é um novo ser e deve ser interpretado a cada momento.• Formam-se, na expressão exterior, a voz, o gesto e a palavra, trazendo ao ator o jogo da verdade; não há verdade na expressão se a 
modalidade expressiva exterior não corresponder a um impulso interior. 
• O reenquadramento de dramaturgia e da cena em moldes desvencilhados de normas e padrões: é esse afã de buscar uma nova 
significação para a realidade cênica e, por ela obrigado, o forjamento de novas formas, que serão repassados, como campo de 
experiência, a linguagens diversificadas. Através da fragmentação a palavra se dobra em texto cênico. 
• O ator consciente: essa é a proposta. Fazer com que o ator utilize o seu objeto de estudo, o corpo, a voz e a alma cênica transformem-se 
em movimento, interpretação e impulsos verdadeiros, mesmo havendo uma marcação assumida dentro do espetáculo. 
 O ATOR CONSCIENTE 
Ementa da Oficina: Jogo Teatral II – Produto 
(espetáculo artístico-pedagógico) “O Ator Consciente” 
Dinamizador: Ribamar Ribeiro 
Curso de Formação para Professores de Artes Cênicas 
SME/2010. 
 Ribamar Ribeiro possui mais de 30 prêmios em Festivais de todo o Brasil como ator, diretor 
e dramaturgo. Esta mesma Oficina já foi ministrada em vários Festivais dos quais participou. 
Recebeu o Prêmio Pruri de Melhor Espetáculo e Direção no Festival Nacional de Resende, 
com o espetáculo “Sobre Mentiras e Segredos”, concorrendo com Amir Haddad pela direção 
de A Alma Imoral. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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32 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
33 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Coordenadoria de Educação
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A)
1º ao 5º Ano
Coordenadoria de Educação
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS – Professor (a)
ÁFRICA DO SUL
1º ao 5º Ano
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A)
ÁFRICA DO SUL
6º ao 9º Ano
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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34 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2011 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
35 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semana de Capacitação – Artes Cênicas 2011 
Justificativa 
 O presente projeto faz parte da política 
de Formação Continuada adotada pela 
Secretaria Municipal de Educação do Rio de 
Janeiro, para atender às necessidades de 
atualização de seu corpo docente. 
Artes Cênicas 2011 tem como proposta orientar 
os Professores de Artes Cênicas, em seu 
retorno às atividades pedagógicas no ano de 
2011. Justifica-se também pela necessidade de 
informar as ações que serão desenvolvidas. 
Tipo de Ação 
Palestra, Oficinas e Comunicações 
2. Palestras 
2.1 -Trabalho de TCC - O Professor de Teatro 
como intelectual transformador: a Formação 
Contínua como Possibilidade, baseado em 
respostas de questionários aplicados à 
Professores de AC, da nossa Rede. 
 Palestrante - Tamyres Spyke- Graduanda de 
Licenciatura Plena em AC./UNIRIO: 
2.2 Navegando pelo rio: da criação de jogos e 
criação de cenas 
 Palestrante - Suzana Smidt- USP. 
 
3. Oficinas 
Tema: A direção teatral e o processo 
pedagógico coletivo. 
 Dinamizadores: 
 Oficina 1 - Ribamar Ribeiro 
 Oficina 2 - Josué Soares 
4. Comunicações – Bloco com 4 comunicadores 
(M/T), com Professores de AC que participaram 
da Fase Final da Mostra de Teatro 2010. 
 Programação 
1. Reencontro/Boas Vindas: Equipe de artes Cênicas da CED/CT 
 Tema: retrospectiva de 2010 e perspectivas para 2011. 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA SEMANA DE CAPACITAÇÃO – 2011 – ARTES CÊNICAS 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
COMO SERÃO AS COMUNICAÇÕES: 
 Como se fosse um seminário... 
•Teremos dois dias, com dois turnos por dia: comunicações 
dos indicados para a Final da Mostra 
•Cada comunicador terá ½ hora para apresentar seu 
trabalho. Sendo 20 min de exposição e 10 min para 
responder à perguntas da plateia. 
 
As comunicações serão apresentadas em PowerPoint, 
com as seguintes divisões: 
• 5 min para apresentação do trabalho (título, tema, 
ementa, créditos) 
• 10 min para apresentação do processo: com as etapas 
pedagógicas: unidade do planejamento escolha do tema, 
atividades 
• fotos/vídeos inseridos 
• 5 min para avaliação 
• Mínimo de 10 slides, máximo de 15 slides. 
• Total: 20 min + 10 min para perguntas da plateia. 
PROFESSOR(a) ESPETÁCULO CRE 
Alessandra D. 
Brandão 
Tragédia na Bahia 1ª 
Alessandra 
Garcia 
Preconceito, joga fora 
no lixo! 
1ª 
Celia Damiana Cenas Cariocas 5ª 
Claudia Vieira A magia das Águas 9ª 
Claudia Vieira Um olhar sobre as 
poesias de Bertold 
Brecht 
10ª 
Flávio Mota O Baú de Maria Clara 2ª 
Isabella Almeida O mundo ideal 4ª 
Marcio Saretta Era uma vez... sem 
palavras! 
CIAD 
Marco de Aquino Trágicas carioquices 
rodigueanas 
10ª 
Mayra Alves Loucura Feliz 7ª 
Patricia Garcia Apologo Brasileiro 
sem véu de alegoria 
4ª 
Patrícia Prado O médico à força 2ª 
Sirlene Alves A Aurora da minha 
vida 
9ª 
Symone Tatagiba O menino narigudo 7ª 
Tania Queiroz O flautista de Hamelin 2ª 
Tathiana Treuffar O casamento Caipira 10ª 
Comunicações 
 Professores de AC que participaram da Fase 
Final da Mostra de Teatro de 2010 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2011 
 
 
 
Capacitação em Artes Cênicas, preparatória para a Mostra Estudantil de Teatro da Rede Municipal de Ensino do Rio de 
Janeiro/2011 
 Justificativa 
O presente projeto justifica-se pela necessidade de Capacitação dos Professores I de Artes Cênicas, com vistas à 
participação na Conexão das Artes/Mostra Estudantil de Teatro da Rede Municipal de Ensino, que este ano terá como 
personalidade teatral homenageada o autor Ariano Suassuna . 
Módulo II 
 Montagem Cênica 
• criação coletiva de produto artístico-pedagógico 
• 7 oficinas de Direção Teatral, com carga horária de 04h 
cada, perfazendo um total de 28h 
• 4 oficinas de preparação vocal, com 4h ada, perfazendo 
um total de 16h 
 Atelier de figurino: total de 30h de trabalho 
Apresentação da Montagem Cênica 
4 apresentações, em teatros, do produto artístico-
pedagógico, sendo uma em cada polo: Centro, Zona Sul, 
Zona Norte e Zona Oeste, para a Comunidade Escolar 
do entorno. 
Reunião Técnica/ Avaliação - 4h para todos os 
Professores envolvidos no processo. 
 Descrição da ação 
O Projeto de Capacitação se constituirá das seguintes ações: 
Módulo I 
Fundamentação prática – Oficinas com carga horária de 4h 
para 20 Professores I, de AC, em cada uma. 
Fundamentação teórica - 1 palestra para 30 Prof. I, de AC, 
com carga horária de 3h. 
Tema: 
Teatro Popular 
Conteúdos: 
Abordagem histórica e estética do Teatro Popular com foco na 
dramaturgia de Ariano Suassuna, Direção teatral, Preparação 
Vocal, Criação e Execução de Figurinos. 
 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 
PARA PROFESSORES DE ARTES CÊNICAS-2011 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 Formação Continuada para 
Professores de Artes Cênicas
OFICINAS DE TEATRO
Inscrições Abertas 
Vocês podem se inscrever em quantas oficinas quiserem!!!
Dinamizador: RIBAMAR RIBEIRO – Diretor Teatral
Local : Centro de Artes Calouste Gulbenkian (sala de Teatro ou Dança) 
OFICINA 3 - Dia 24 de agosto - 4ª feira, de 9h às 13h Leitura Dramatizada/Teatro Popular
OFICINA 4 - Dia 30 de agosto - 3ª feira, de 13h às 17h Personagens/tipo-Teatro Popular 
OFICINA 5 - Dia 31 de agosto - 4ª feira, de 13h às 17h Dramaturgia de Ariano Suassuna
PALESTRA – DIA 27 DE AGOSTO – SÁBADO DE 9h às 12h – Auditório do Calouste
Tema: A dramaturgia de Ariano Suassuna e a cena Teatral Contemporânea
INSCRIÇÕES PELOS TELEFONES: 2976-2328 OU 2976 -2335
• (ANGÉLICA ou ROSÂNIA)
(tragam roupa para trabalho corporal)
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2011 
 Capacitaçãopara 
Professores I 
de Artes Cênicas 
MÓDULO I 
FUNDAMENTAÇÃO PRÁTICA 
 
OFICINAS: Abordagem histórica e estética 
do Teatro Popular com ênfase na 
dramaturgia de Ariano Suassuna 
 
 
1. Análise da Dramaturgia Popular Universal 
2. O Teatro Popular Brasileiro 
3. Leituras Dramatizadas de Textos do Teatro 
popular 
4. Os Personagens/Tipos do Teatro Popular 
Brasileiro 
5. Características da Dramaturgia de Ariano 
Suassuna 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
Roteiro da Palestra 
 
 
O Teatro de Ariano Suassuna e a Cena Teatral Contemporânea 
Palestrante: Elza de Andrade (Prof.ª Dr.ª em Teatro / UNIRIO) 
Dia: 27 de agosto de 2011 (Sábado) - de 9h às 12h. 
 
Breve Biografia do Autor 
 
• 16 de junho de 1927 – nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, na ocasião, capital da Paraíba. 
 
• Com pouco mais de três anos, perde o pai. Essa perda deixa profundas marcas que repercutem na 
sua escrita e na escolha de seus enredos. 
 
• A mãe/viúva se transfere para o sertão da Paraíba – para a cidade de Taperoá com os nove filhos, 
onde Ariano fez seus estudos primários. A cidade de Taperóa estará presente em grande parte da obra 
do escritor. 
 
• A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com os temas e as formas 
artísticas que viriam mais tarde constituir seu universo ficcional, ou, como ele próprio o denomina, seu 
“mundo mítico”. Em 1942 mudou-se com a família para o Recife. 
 
• Em 1946 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu Hermilo Borba Filho e passou a 
fazer parte do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP). 
PALESTRA 
2011 
MÓDULO I 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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40 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
• Em 1947, escreve a primeira peça “Mulher vestida de sol”. 1955: escreve o “Auto da Compadecida”, até hoje 
seu maior sucesso. 1957: “Casamento Suspeitoso” e “O santo e a porca”. 1959: “A pena e a lei”. 1960: “Farsa 
da boa preguiça”. 
 
• De 1958 a 1970 escreve o “romance-armorial popular brasileiro” – Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do 
Vai e Volta – seu mais famoso romance, publicado em 1971. Em 2005 teve a segunda edição esgotada em 
menos de um mês, o que é um fato raro para um volume com cerca de 600 páginas. Em 18 de outubro de 
1970, lança o “Movimento Armorial”. 
 
• Em 1976 doutorou-se em História pela Universidade Federal de Pernambuco, onde foi Professor das disciplinas 
Estética e Teoria do Teatro / Literatura Brasileira / História da Cultura Brasileira. Aposentou-se em 1994. 
 
• Desde 1990, passa a ocupar a cadeira de número 32, da Academia Brasileira de Letras. 
 
• Foi secretário de Educação e Cultura de Pernambuco, de 1994 a 1998, no governo de Miguel Arraes. 
 
• Suas obras já foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês. 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
O Movimento Armorial – 18 de outubro de 1970 
 
• "A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem, como traço comum e principal, a ligação 
com o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de 
Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e 
com a Xilogravura, que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das 
Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados". (Ariano 
Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975). 
 
• Armorial... palavra sonora, que evoca brasões e emblemas, palavra um pouco 
misteriosa que provoca estranhamento e chama a atenção. Ariano Suassuna escolhe 
esse nome para batizar um movimento cultural que nasce no Recife e lá se 
desenvolve, nos anos 70, até tornar-se um dos polos da criação artística do Nordeste 
na época. 
 
• Um concerto e uma exposição de artes plásticas marcam a aparição do movimento que 
reúne, em torno do escritor e homem de teatro, um grande número de artistas, 
músicos, escritores e poetas, conhecidos ou não. Por ter uma localização regional 
precisa e pela “nordestinidade” afirmada e assumida de seus participantes, o 
Movimento Armorial foi imediatamente compreendido como uma nova manifestação do 
chamado “espírito do Recife”. (Santos, 1999, p.13) 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Folhetos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rabeca
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%ADfano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 Antonio Nóbrega – um artista armorial 
 
• Filho de médico, ingressou, aos 12 anos, na Escola de Belas 
Artes do Recife. Foi aluno do violinista catalão Luís Soler e 
estudou canto lírico com Arlinda Rocha. Com formação 
clássica, começou sua carreira na Orquestra de Câmara da 
Paraíba em João Pessoa, onde atuou até o final dos anos 
1960. Na mesma época participava da Orquestra Sinfônica do 
Recife, onde fazia também apresentações como solista. 
 
• Em 1971, Ariano Suassuna procurava um violinista para 
formar o Quinteto Armorial e, após ver Antônio Nóbrega 
tocando um concerto de Bach, lhe fez o convite que mudaria 
completamente sua carreira musical. Antônio Nóbrega, que 
até essa ocasião tinha pouco conhecimento da cultura 
popular, passou a manter contato intenso com todas suas 
expressões, como os brincantes de caboclinho, de cavalo-
marinho e tantos outros, que passou a conhecer e pesquisar. 
 
https://youtu.be/9PDf6Tc5tgY?list=PLkuymT0sa6fWxGv4XYhqnvzMJJmOYw6ny 
• Nóbrega revelou-se um fenômeno, ao conseguir unir a arte popular com a sofisticação. É, literalmente, um homem dos sete instrumentos, 
capaz de cantar, dançar, tocar bateria, rabeca, violão etc. Realizou espetáculos memoráveis em teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo, 
com destaques para Figural (1990) e Brincante (1992). Figural é um espetáculo em que Nóbrega, sozinho no palco, muda de roupa e de 
máscaras para fazer uma das mais ricas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial. 
 
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/ 
SAIBA MAIS!!! 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade)
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade)
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CÊNICAS 
ARTES 
 
“O primeiro ato fundamenta-se, ao mesmo 
tempo, numa notícia de jornal e numa 
história tradicional, anônima, de 
mamulengo. 
O segundo ato, na história, também 
tradicional, de um macaco que perde o que 
ganhara após várias trocas – história que é 
a origem do “romance”, também de autor 
anônimo, sobre o homem que perde a 
cabra, e que também me serviu de fonte. 
O terceiro ato baseia-se num conto 
popular, o de “São Pedro e o Queijo”, e 
noutra peça tradicional de mamulengo, 
chamada “O Rico Avarento”.” 
Reelaboração Dramatúrgica em Ariano Suassuna 
 Para conhecer melhor a obra de Suassuna, é necessário compreender 
 que grande parte de seu texto é composto a partir da reelaboração de diferentes materiais. 
 
“As duas peças de mamulengo que 
serviram de fonte à minha pesquisa 
foram ultimamente divulgadas, no 
Nordeste, pelos mamulengueiros 
conhecidos como “Professor Tira-e-
Dá” e “Benedito”. Por sua vez, o 
“folheto”popular também teve sua 
versão recente através do folheto 
denominado “O Homem da Vaca e 
o Poder da Fortuna”, de autoria de 
Francisco Sales Arêda.” 
 
(Prefácio da peça) 
 
 Farsa da Boa Preguiça 
 
 ”A Farsa da Boa Preguiça, como já acontece com outras peças 
minhas, foi escrito com base em histórias populares nordestinas.” 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
A História do Amor de Romeu e Julieta 
 
Baseado no folheto de João Martins Athayde, 
com a inclusão do poema de Garcia Lorca, 
“A casada infiel”, na cena de amor de Romeu e Julieta. 
 
 
O Santo e a Porca e “O Avarento” de Molière 
 
Baseado na comédia romana de Plauto, A comédia da 
panela. Conta a história de um homem avarento que 
escondia o dinheiro num cofre em formato de porca. Molière 
também já tinha se inspirado na mesma peça de Plauto 
para escrever “O Avarento”. 
Romeu e Julieta – Shakespeare, 
escrita entre 1594 e 1597 
 
A tragédia de Romeu e Julieta é considerada verídica, tendo, 
provavelmente, acontecido nos primeiros anos do século XIV. Apesar 
disso, é tema muito antigo, já existindo na literatura grega história 
semelhante. Luigi da Porto é o primeiro a usar o nome de Romeu e 
Julieta. Mateo Bandello adapta a história que foi traduzida para o 
francês por Pierre de Boisteau de Launay. Arthur Brooke traduziu desta 
última fonte em versos ingleses, dando-lhe o título de Tragical History of 
Romeo and Juliet, com o qual publica o poema em 1562. Foi daí que 
Shakespeare tirou inspiração para a sua tragédia, que segue fielmente 
a versão de Brooke. Brooke diz ter visto representar o mesmo 
argumento, o que faz os estudiosos acreditarem ter Shakespeare feito 
uso de uma peça ainda mais antiga, possivelmente La Hadriana, 
tragédia de Luigi Groto, mas tal versão está desaparecida, só existindo 
hoje a que foi inspirada na obra de Brooke. 
• A reelaboração de materiais na construção dramatúrgica é 
um procedimento bastante comum entre alguns dos 
grandes autores. 
 
• O Professor de teatro também pode lançar mão desse 
procedimento, trabalhando com os materiais trazidos ou 
produzidos pelos alunos. Isso aproxima o trabalho do 
universo de conhecimento do aluno e pode ser um estímulo 
à construção de uma dramaturgia adaptada, reelaborada ou 
atualizada. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
PROCEDIMENTOS ÉPICOS PARA A CONSTRUÇÃO DO 
ESPETÁCULO 
 
1) Relação direta e livre com a plateia – não há 4.ª parede 
 2) Transposição para e 3.ª pessoa: Ele / Ela – a voz do 
narrador 
 3) Transposição para o passado 
 4) Canções que devem ser críticas, não descritivas. 
 5) Jogo de troca de papéis entre os atores 
 6) Jogo de multiplicação de papéis. Vários atores fazendo 
juntos o mesmo personagem. 
 7) Imagens, cartazes, fotos, filmes etc. Material imagético. 
 8) Repetição da mesma cena já apresentada. A repetição 
pode ser apresentada em outro ritmo (mais lenta, 
mais acelerada), de forma resumida (tirando-se o 
texto e mostrando apenas a marcação cênica). 
 9) Exagero como procedimento de estranhamento. A 
atuação/teatralidade expandida. 
 10) Citações – de diferentes textos / citar outros 
personagens / citar acontecimentos do cotidiano, da 
região onde o aluno mora, da cidade etc, com o 
intuito de criar uma cumplicidade e uma aproximação. 
 
 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS SOBRE A OBRA DE ARIANO 
SUASSUNA 
 
RABETTI, Beti (org.). Teatro e comicidades: estudos sobre Ariano 
Suassuna e outros ensaios. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005. 
 
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Em demanda da poética 
popular: Ariano Suassuna e o Movimento Armorial. Campinas, São 
Paulo: Unicamp, 1999. 
 
VASSALLO, Ligia. O sertão medieval: origens européias do teatro de 
Ariano Suassuna. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. 
 
Outra indicação é o prefácio de suas peças. 
Sempre antes de começar o texto da peça publicada, Suassuna 
escreve um longo prefácio, onde traz informações sobre a obra. 
 
Filmes 
 
 “O Auto da Compadecida” – Direção de Guel Arraes, Globo Filmes, 
2000. 
 A micro série (5 capítulos) “A Pedra do Reino” – Direção de Luiz 
Fernando Carvalho, 2007. 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elaineelesbao.com.br 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elaineelesbao.com.br
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Curso de Formação Continuada em Artes Cênicas / 
Módulo II - Montagem Cênica 
 
 OUTUBRO / 2011 - MARCIA VALERIA / Atelier de 
Figurino 
 
"Estudando a história da indumentária podemos observar 
que a simbologia sempre foi intensa na construção dos 
trajes. Tem significados perante a sociedade, perante a 
personalidade, perante uma forte distinção de classes, 
exploração de artifícios sexuais ou até ocultação destes 
artifícios. No teatro ou em qualquer outra representação 
artística, temos a representação desses significados e 
caracterização subliminar ou exagerada através das 
roupas e acessórios, os quais se encarregam de transmitir 
as mensagens sugeridas“. 
 
GHISLERI, Janice. “Como entender a importância do 
figurino no espetáculo?” 
FIGURINO 
 
Figurino é o traje usado por um personagem de uma 
produção artística (cinema, teatro ou vídeo) e o 
figurinista é o profissional que idealiza ou cria o 
figurino. 
“É necessário que o figurinista conheça a fundo a 
história a ser tratada no trabalho, pois o figurino tem 
que revelar muito dos personagens. Para elaborá-lo, o 
figurinista deve levar em conta uma série de fatores 
como a época em que se passa a trama, o local onde 
são gravadas as cenas, o perfil psicológico dos 
personagens, o tipo físico dos atores e as orientações 
de luz e cor feitas pelo diretor de arte.” 
 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral 
O figurino é composto por todas as roupas e acessórios dos personagens, projetados e/ou escolhidos pelo figurinista, de acordo com as 
necessidades do roteiro, personagem, da direção do filme e as possibilidades do orçamento. É mais que uma simples veste, mais que uma roupa. Possui 
uma carga, um depoimento, uma lista de mensagens implícitas visíveis e subliminares sobre todo o panorama do espetáculo. Possui funções específicas 
dentro do contexto e perante o público, ora com grau maior ora menor. 
A roupa faz transparecer sentimentos, vida, estética, movimento, posição social, épocas e lugares através de suas formas, cores e texturas. 
Estabelecido isso, o espectador, ao olhar o conjunto, faz a identificação imediata da situação ou do simbolismo da personagem dentro da peça, junto com 
os outros elementos cênicos. Os acessórios, com seus significados simbólicos, ajudam a acentuar os objetivos e linguagens que o todo quer passar. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Se a mensagem (história) do espetáculo não causar efeito e não atingir o 
público, este não entende a mensagem, não se emociona, não ri nem chora, não 
reflete sobre o que está vendo e ouvindo, e nada lhe altera os sentimentos. Podemos 
concluir que não houve comunicação. Os signos reforçam-se uns aos outros, se 
completam, e essas combinações e afinidades formam uma linguagem homogênea 
que deve ser transmitida. Os signos teatrais são artifícios planejados e induzidos 
onde os atores e os outros elementos cênicos (cenários, iluminação, figurino, atores 
etc) são encarregados de passar. 
Se por acaso um desses signos estiver em desarmonia, fora do contexto, há 
uma quebra e o espectador pode ser sugado da fantasia e voltar à realidade, 
visualizando um simples teatro. Mesmo que o espectador tenha que ter o trabalho de 
decifrar e questionar, pensar sobre o que os elementos e signos significam, para que 
possa compreender a história, isso não pode ser excessivo, pois podelevar ao 
descaso. Muitos elementos e signos são tão sutis e subliminares, que passam 
despercebidos, ainda que possuam uma missão importante para o contexto visual, 
ou seja, um figurino descuidado afeta a chamada “suspensão da descrença”, 
interferindo na verossimilhança da narração. 
Figurinos também fazem uso dos clichês visuais, estereótipos e arquétipos 
para facilitar sua identificação no palco, pois algumas roupas são usadas sempre 
para um mesmo fim, e assim, socialmente, começa a se criar uma identificação 
automática, um canal de assimilação pela lógica. 
Enfim, o figurino é parte de suma importância do espetáculo, pois através dele 
se cria uma linguagem através das formas, cores, texturas; é transmitida a época, a 
situação econômica política e social; é indicada a região ou cultura, o estilo da 
personagem, estação climática, o aspecto psicológico, ou seja, todos os elementos 
necessários para passar ao espectador o sentido do espetáculo, devendo mostrar as 
relações entre todos os personagens e ser complementar aos outros elementos da 
cena. 
 
"O que um figurinista faz é um cruzamento entre magia e 
camuflagem. Nós criamos a ilusão de mudar os atores em algo 
que eles não são. Nós pedimos ao público que acreditem que 
cada vez que eles veem um ator no palco ele se tornou uma 
pessoa diferente." 
Edith Head. 
Personagem 
 
O figurino serve à narrativa ao ajudar a diferenciar (ou tornar semelhante) os personagens, e ajuda a identificar em que arquétipo (clichê e 
estereótipo) o personagem se encaixa. 
O figurino muitas vezes serve como elemento para identificar o personagem e separá-lo da persona do ator que o interpreta. 
As roupas também podem servir para delinear a história de um personagem, seja através do estado em que elas se encontram ou da significação 
que a peça, ou parte dela, tem dentro da estrutura do filme. 
Lembremos que o figurino significa o ponto do espaço-tempo em que a história se insere, marca passagens de tempo e também indica as 
características sociopsicológicas dos personagens. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Estilo 
Se é realista ou estilizado, como demonstra a classificação adotada por Marcel 
Martin e Gérard Betton: 
• Realistas: comportando todos os figurinos que retratam o vestuário da época 
retratada pelo filme com precisão histórica. 
• Para-realistas: O figurinista inspira-se na moda da época para realizar seu 
trabalho, mas procedendo de uma estilização onde a preocupação com o estilo 
e a beleza prevalece sobre a exatidão pura e simples. 
• Simbólicos: quando a exatidão histórica perde completamente a importância e 
cede espaço para a função de traduzir simbolicamente caracteres, estados de 
alma, ou, ainda, de criar efeitos dramáticos ou psicológicos. 
Cores expressam sensações e podem definir um contexto 
com muitos significados. Através das cores pode-se detectar 
o estado de espírito (se está alegre, triste, de luto, se é 
recatada, clean, rebelde, etc) e o gênero no qual a 
peça/filme está inserida/o (drama, comédia etc). 
Elementos 
de um 
 figurino 
Volume 
Produções estilizadas pode ser utilizadas de formas 
exageradas ou pequenas demais para enfatizar uma cena. 
Pode-se utilizar para ressaltar aspectos do corpo do ator 
como, por exemplo, uma barriga saliente num personagem 
com caráter cômico. 
Volume 
Estilo 
Cores 
Texturas 
Através das texturas pode-se demonstrar algo sobre o 
personagem no relacionamento dele com os outros 
personagens, ou de determinados grupos. A 
demonstração de classes sociais menos favorecidas 
geralmente é visualizada fortemente em tecidos mais 
rústicos. A textura também expõe ocasiões. 
“Muitas vezes a escolha do vestuário muda de significado 
segundo o contexto em que se insere. Por exemplo, usar 
camisola para dormir tem um significado, mas sair à rua com ela 
tem outro bem diferente. E todas essas significações auxiliam na 
personificação de um personagem.” 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral 
É de suma importância notar o figurino corresponde ao contexto 
pedido na cena, assim como observar a ambientação 
culturalmente, temporalmente, se não há conflito entre o figurino, 
a cenografia e a iluminação, para que não haja uma 
descaracterização, ou sobreposição de sentidos que faça o 
figurino perder em conceito. 
 
 
Contexto e ambiente 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Silhueta 
 A silhueta do figurino o insere temporalmente. 
O figurino deve não apenas possuir movimento próprio, para 
assim prender o olhar do espectador, ao traçar seu caminho 
no palco, como condizer com as necessidades de 
movimentação do personagem. Nesse caso, acessórios 
merecem especial atenção, uma vez que se o personagem 
segurar algo em suas mãos terá a movimentação, de certa, 
forma limitada. 
 Movimento da roupa e da personagem 
COSTA, Francisco Araujo da. O figurino como elemento essencial da 
narrativa. Porto Alegre. 2002. 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral. 
GHISLERI, Janice. Como entender a importância do figurino no espetáculo? 
Bibliografia 
Aprendendo a fazer figurinos 
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2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
Oficina de Preparação Vocal 
Resumo didático-pedagógico com bibliografia de referência 
Dinamizador: Getulio Nascimento 
Exercícios Vocais 
 2. Sibilação: 
2.1 - Execute estas sílabas: 
Zi - Si - Fi - Chi - Vi - Gui - Qui - Z - S - F - C - V 
2.2 - Para articulação dos RR: 
Bar - Mur - Per - Vur - Der - Xar - Cor -Ter - Quer – 
Dru - Cro - Vri - Fra - Tre - Terê - Fará - Viri - Coro – 
Duru. 
Obs. De forma suave, com baixa intensidade. 
ME - TRÚ - VÊ - JÊ - QUE - GUE - ZÊ – BRÊ 
 1. Relaxamento: 
- Circular a cabeça para a direita e para a esquerda 
- Circular a cabeça para os lados, para cima e para 
baixo 
- Fazer caretas procurando utilizar todos os músculos do 
rosto 
-Articular A/E/I/O/U, forçando o diafragma e anasalando 
as expressões 
3. Limpeza das cordas vocais e fonoarticulação: 
"O mameluco maluco e melancólico meditava e a megera 
megalocéfala macabra e maquiavélica mastigava 
mostarda na maloca, minguadas e míseras miavam na 
moagem mas mitigavam mais e mais as meninas" 
 4. Para leitura lenta: 
 "E há nevoentos desencantos dos encantos dos 
pensamentos nos santos lentos dos recantos bentos, dos 
cantos dos conventos. Prantos de intentos, lentos tantos 
que encantam os atentos ventos 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
5. “Cuidados com a voz 
 
Períodos curtos de rouquidão em adultas geralmente não são motivos de maiores preocupações. Costumam aparecer por causa de gripes que atingem 
a laringe, onde estão localizadas as cordas vocais. Dificuldades emocionais também podem estar por trás dos sintomas. A associação entre agressões 
físicas causadas pelo cigarro, alergias, infecções e o uso inadequado da voz é de fato o agente causador de boa parte dos problemas das cordas 
vocais. A ansiedade aumenta a tensão muscular e modifica a postura. O paciente tende a não relaxar o corpo para a respiração diafragmática, a forçar 
a voz na garganta e até se agitar sem motivo. O tratamento desses casos conjuga exercícios de fonoaudiologia com técnicas de relaxamento e 
diminuição de ansiedade. 
6. Exercícios Para Relaxamento 
 
6.1 - Com os olhos fixados, comece a massagear a cabeça com as pontas dos dedos (lavar a cabeça), e, ao mesmo tempo, vá 
eliminando todo e qualquer pensamento. 
6.2 - Alternando a palma da mão e a ponta dos dedos, massageie todo o rosto (amassar o rosto). 
6.3 - Movimente a cabeça para um lado e para outro (direita e esquerda) como se quisesse encostar a cabeça nos ombros (não 
mexa os ombros),alterne o movimento passando a movimentar a cabeça para frente e para trás. Por último,faça movimentos de 
rotação com a cabeça. 
6.4 - Com os ombros soltos ao longo do corpo, faça movimentos de rotação dos ombros, para frente e para trás. 
6.5 - Alongar o corpo em todas as direções. 
6.6 - Em pé, procure alcançar o teto com as mãos.Tente sentir a musculatura se alongando, especialmente a dos braços e as 
laterais do tronco. 
6.7- Com as pernas e os pés soltos, dê chutinhos no ar. 
Em situações estressantes, as pessoas podem perder complemente a voz! 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
9. Exercício 1: 
 
 Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês já aprenderam) até que a barriga esteja repleta de ar. 
 Agora, solte o ar aos poucos utilizando o som: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...... 
 
Observe que, nesse exercício, a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não vibre e você esteja forçando para 
emitir esse som, PARE, pois estará fazendo da forma errada. Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração 
constante da língua, repita esse exercício todos os dias, pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma 
apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo), 
antes de começar a cantar. Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como, por 
exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas lembrando 
de prolongar bastante os erres (RRRR...), até acabar o ar. 
 
 7. Exercícios de Aquecimento 
 
Obs.: Antes do aquecimento, manter-se sempre 
relaxado (fazer sempre os exercícios de relaxamento) 
 
7.1- Abrir a boca 20x ; 
7.2 - Esticar e encolher a língua 20x ; 
7.3 - Rotação da língua 20x ; 
7.4 -Glissando:(rrrr) - comece nos tons médios e 
termine nos tons agudos durante uns 3 minutos; 
7.5 - Mastigação selvagem - ama - ama (ressonância). 
 
OBS.: Caso esses exercícios não sejam o bastante 
para seu aquecimento, procure um fonoaudiólogo. 
 
8. O que é pré-aquecimento vocal? 
 
 
 É, como o nome já diz, um aquecimento prévio da 
voz ou simplesmente a preparação da voz para o 
seu uso por um tempo prolongado e intenso. 
 Podemos aquecer nossa voz através de sons que 
irão "massagear" nossas pregas vocais (que são 
músculos) que, como todo músculo, precisam ser 
preparadas e aquecidas antes de serem utilizadas 
na sua plenitude. 
 Lembrem-se de que este pré-aquecimento pode (e 
deve) ser feito não só pelos cantores, mas também 
por todos nós, profissionais da voz, ou seja, todas as 
pessoas que trabalham falando. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
10.1 - Exemplo1: 
 
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!! 
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!! 
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!! 
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!! 
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!! 
10. Exercício 2 
 
Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e TRRRR... sem falhas ou 
interrupções, vamos repetir o exercício anterior com uma diferença: 
Ao final de cada som, iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U. 
 10.2 - Exemplo2 
 
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!! 
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!! 
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!! 
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!! 
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!! 
• Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e 
tom. 
• NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS. 
• Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural. 
IMPORTANTE!!! 
11. Como fazer para identificar o seu tom natural? 
 
É simples. O seu tom natural é aquele que você emite sem"forçar a garganta", é um som natural que sai sem esforço nenhum, como se 
você estivesse falando. 
Se você não conseguiu fazer esses exercícios até acabar o ar armazenado (sem utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, você 
começou bem, mas no meio do exercício o som falhou, PARE! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece. 
É muito comum, no início, não conseguirmos emitir esses sons até o final, pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a 
produzir. Com o treino diário, porém, fica cada vez mais fácil, acreditem!!! 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
12. EXERCÍCIOS DINÂMICOS 
Os exercícios dinâmicos combinam o movimento com o 
controle da respiração. 
 
• RISO 
Sorria para o mundo! Em círculos, movimente, 
vigorosamente, as suas mãos, braços, pernas e pés. 
Permita-se alguns segundos de relaxamento entre cada 
rotação. Mas continue sorrindo. Você pode fazer esse 
exercício em pé, sentado ou deitado. 
 
• EQUILÍBRIO 
O equilíbrio é importante. Tente estipular um horário para o 
exercício de "comportamento modal" – o andar, o virar-se e 
o inclinar-se com livros sobre a cabeça. Respire suave e 
conscientemente, em harmonia com os movimentos de 
seu corpo. Isso encoraja a coordenação suave graciosa 
dos músculos. 
13. EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO COMPLETA 
 
Permaneça com seus pés confortavelmente dissociados dos seus 
ombros, que apontam para cima; os braços e as mãos soltas ao 
lado do corpo. Concentre-se em sim mesmo, confira a sua postura. 
Inspire pelo nariz o mais demoradamente possível e expire todo o ar 
também devagar e silenciosamente. Quando sentir-se vazio de ar, 
tussa e mostre para você mesmo que ainda possui reservas de ar 
escondidas. Tente tocar o solo com a ponta dos dedos, curve os 
joelhos se necessário. Segure sua respiração por alguns segundos. 
Conforme você respira, silenciosamente, pelo nariz, você, 
gradativamente, torna-se ereto. Estenda os braços como asas, 
erguendo-as calma e suavemente, até equilibrá-los horizontalmente. 
Assim que você completar o movimento e a inspiração, coloque as 
mãos juntas acima da cabeça (como se estivesse em oração). 
Lembre-se de que as mãos postas devem estar acima do topo de 
sua cabeça. Segure a inspiração. Quando você estiver preparado, 
silenciosamente, expire pela boca, e abaixe os seus braços, reta e 
vagarosamente, até que estejam abaixo da horizontal. Rapidamente 
solte o ar que sobrou em um suspiro forte e permita que a parte 
superior do seu corpo caia pesadamente. Curve o quadril para a 
frente, deixando a cabeça pendente. Conscientemente, libere todo o 
ar "usado", de que você não mais precisa. Relaxe por algum tempo 
e repita o exercício desde o início. 
14. EXERCÍCIO DE LIBERAÇÃO DA VOZ 
 Sente-se de cócoras, dobre e recurve o seu corpo em um nó, 
teso e compacto, de braços e pernas; tente condensar-se em 
uma menor massa possível. Segure a sua respiração e os 
órgãos vocalizadores no centro dessa massa. Como último 
esforço, respire e estique-se, rápida e vigorosamente. Solte a 
sua voz num profundo "UGH", por meio do som mais profundo 
que você possa encontrar. Maximize e aproveite o 
espreguiçamento. 
 Descanse por um minuto. Repita o exercício por até dez vezes. 
A cada vez, interiorize mais, e projete sua voz relaxada mais 
forte e prolongue cada vez mais o som. Observe que você 
envolve todo os seu corpo na vocalização, particularmente a 
pélvis e o diafragma. 
Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar 
as suas vocalizações. Elas podem sentir sua voz natural, dealguma forma, bloqueada, amarrada ou suprimida. Tente este 
exercício de liberação da voz como parte de seu programa 
vocal. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
• 
15. Aquecimento 
 
 Assim como aquecemos o nosso corpo antes 
de algumas atividades físicas, devemos 
aquecer sempre a nossa voz antes de uma 
apresentação. Assim não comprometemos a 
saúde vocal. 
 Aquecendo a voz, estamos, na verdade: 
 - Aumentando a elasticidade. 
 - Aumentando a extensão da voz. 
 - Melhorando o timbre, entre outros benefícios. 
 
Importante: quando aquecemos a voz não se 
deve preocupar com afinação, mas sim em 
buscar o estado físico, mental, psíquico com 
tensão controlada das cordas vocais e 
músculos envolvidos no processo respiratório. 
16.1 - AQUECIMENTO VOCAL 
TEMPO - 15 minutos 
Alongamento - cabeça, pescoço e ombros / Respiração - emissão do "s" 
e "z" prolongado (respiração diafragmática) / "Hum" mastigado - fazendo 
escala / Vibração de língua - escala ascendente / Vibração de lábios / "P" 
prolongado - pa pa pa. 
16. Aquecimento e Desaquecimento 
16.2 - DESAQUECIMENTO VOCAL 
TEMPO - 5 minutos 
• Massagem digital laringe • Vibração de língua ou lábio - escala 
descendente • Voz salmodiada - "voz de padre“ • Bocejo – 
suspiro • Repouso vocal. 
Observações importantes: 
• Beber muita água, principalmente durante as apresentações 
• Aquecer e desaquecer a voz 
• Não se automedicar 
• Fazer uma avaliação com o auxílio de um médico otorrino 
Dicionário do Folclore Brasileiro – INL, Rio, 1954 – 3. ed. 1972. 
BEHLAU, Mara e PONTES, Paulo - Higiene Vocal - Informações Básicas. São Paulo: LOUVISE LTDA, 1993. 
BEUTTENMuLLER, Glorinha e LAPORT, Nelly - Expressão Vocal e Expressão Corporal. Rio Janeiro: ENELIVROS, 1992. 
Canto de Muro – José Olímpio, (dez. 1957), 1959. 
DINVILLE, Claire - A Técnica da Voz cantada - Rio de Janeiro: ENELIVROS, 1993. 
QUINTEIRO, Eudósia Acuña - Estética da Voz - Uma voz para o Ator. São Paulo: Summus Editorial, 1989. 
SANDRONI, Clara - Dicas Para o Cantor Popular. Rio de Janeiro: Lumiar, 1998. 
Bibliografia base: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_do_Folclore_Brasileiro
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
MÓDULO II – Montagem Cênica 
Espetáculo-Aula : Viva Suassuna 
 
Espetáculo-Aula – Viva Suassuna! 
 
 Processo: Trabalhos corporais, Maculelê, Frevo e 
outros ritmos que nos possibilitaram mergulhar no 
universo temático de Ariano Suassuna. Leituras de 
textos dramatúrgicos e de biografia de Ariano. A 
partir da preparação do grupo, com a imersão no 
universo do autor, inicia-se a construção do texto 
coletivo, o roteiro final e a montagem das cenas, as 
Oficinas de Maquiagem e de Figurino, utilizando-se 
também do universo da cultura popular nordestina, 
num trabalho de processo colaborativo. 
 
Produto Artístico-Pedagógico: 
Temporada de Espetáculos para os alunos do 1.º ao 
9.º Ano do Ensino Fundamental, das escolas da 
Rede Municipal de Ensino, através das 11 
Coordenadorias Regionais de Educação, realizadas 
em Teatros locais, Lonas Culturais, Núcleos de Artes 
e Auditórios Escolares. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Coordenação Geral dos Cursos de Formação em Serviço, 
dos Professores de Artes da Secretaria Municipal de 
Educação do Rio de Janeiro. 
Equipe técnico-pedagógica de Artes: 
Lêda Aristides e Bete Pinheiro, de Artes Cênicas 
Jacqueline Macdowell, de Artes Visuais 
Luciano Cintra, de Música 
Professores de Artes: 
•Artes Cênicas 
• Alessandra Domingues Brandão, Celia Damiana 
Teixeira da Cruz, Celia de Almeida Claudia Vieira 
Torres Gomes, Elisabeth Correa, Elisabete Pinheiro 
Costa, Evellyn Barbosa Rufino da Costa, Flavia Beatriz 
Pedrosa Pereira, Flavio A. da C. Mota, Gabriela 
Salgado, Gleisse Oliveira Paixão e Silva, Karlla Maria 
Bastos de Carvalho, Larissa Tatiana Silva Barbosa, 
Lêda Aristides, Maria Cecilia Tavares, Marcia Isidoro 
da Silva, Monica Muniz de Ruiz, Patricia Alves Silva de 
Lima, Patricia Viana Renata Lourdes de Souza, Ricardo 
Furtado Mello, Sandra Avelino Ferreira, Silvia Muniz 
Werneck, Tania Maria de Queiroz. 
•Artes Visuais: 
Alice Venturi, Elisabete Nunes, Érika Njaime, Jacqueline 
Mac-Dowell, Marynete Martins 
•Música 
Eliete Vasconcelos (piano), Marcelo Aragão (percussão), 
Sidnei Dantas (violão 6 cordas),Edivaldo Menezes 
(teclado), Odorico de Oliveira (flauta transversa e pífano), 
João Mario Macedo (contrabaixo acústico), Luciano 
Cintra (contrabaixo elétrico) 
 Ôxe!!! Quanto Povo!!! 
Hoje tem 
espetáculo? 
Tem, sim, 
senhor! 
b
r.
p
in
te
re
s
t.
c
o
m
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2011. 
Querido Ariano, 
Acho que podemos chamá-lo de querido, apesar de muitos de nós não o conhecermos pessoalmente. 
Mas.... Seus textos, suas imagens e metáforas, suas ideias e nosso ofício nos identificam tanto com 
você que nos sentimos próximos. Portanto, querido, mais que querido, Ariano: 
Somos Professores de Artes Cênicas do Município do Rio de Janeiro. 
Cada um de nós tem uma média de 35 alunos, crianças e jovens adolescentes, por turma, no ensino 
fundamental, do 1º ao 9.º Ano. 
As aulas de Artes Cênicas fazem parte do nosso currículo escolar e se configuram pelo ensino de 
Teatro. Não temos por objetivo formar atores e sim dar a todos os alunos a oportunidade de Fazer, Ler 
e Discutir o Teatro, utilizando conteúdos e conceitos da Pedagogia Teatral. 
Como parte deste aprendizado, temos - entre nossas Ações Pedagógicas - a Formação em Serviço, 
de nossos Professores, e a Mostra Final dos produtos artístico-pedagógicos de nossos alunos. 
Em nossa Mostra sempre escolhemos um tema para aprofundar o aprendizado e uma personalidade 
teatral para homenagear. 
Neste ano de 2011, escolhemos por Tema O Teatro Popular Brasileiro e, como Personalidade 
Teatral homenageada, o dramaturgo, Professor e amado Ariano Suassuna. 
Acho que você gostará de saber que como parte do aprendizado de nossos alunos, contratamos um 
espetáculo exclusivo, chamado Suassuna em cena, inspirado no livro A Pena e a Lei e encenado pela Cia 
de Teatro Milongas, que tem pesquisa em Teatro Popular. E, cada aluno (cerca de 1 000 estudantes) 
que participou da Mostra Final, depois de aprender várias conteúdos sobre a sua biografia e a sua 
dramaturgia, recebeu um exemplar de texto seu, dentre os títulos: A Farsa da Boa Preguiça, O 
Casamento Suspeitoso, A Mulher Vestida de Sol e O Santo e a Porca. 
Carta Aberta a Ariano Suassuna 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
1. O Santo e a Porca 
2. O Casamento Suspeitoso 
3. Uma mulher Vestida de Sol 
4. A Farsa da Boa Preguiça 
E nós, Professores (cerca de 250), recebemos um exemplar do Almanaque, da Seleta e do seu último 
texto publicado: Homens de Barro, “recém-saído do forno”. 
Estamos como crianças, com a bolsa cheia de doces, sentindo cheirinho de cuscuz e gostinho de beiju 
. Somos todos Beneditos e Marietas!!! 
Somos de verdade personagens de Ariano, jeitinho de Ariano e até o próprio Ariano. Enfim, somos o 
povo brasileiro, em nossa Montagem Cênica, de final de Curso, na Formação para Professores de Artes, 
dentro do espetáculo-aula que vamos apresentar para os outros Professores de Artes e que se chama Viva 
Suassuna! O nosso cavaleiro sertanejo, com Direção Teatral de Ribamar Ribeiro (também seu admirador). 
As músicas têm direção musical de Cosme Gallindo. A preparação vocal foi de Getúlio Nascimento, a 
Cenografia teve orientação dos cenógrafos Carlos Cunha e Helcio Gurgel. 
Figurinos? Ah!!!! Estão lindos, em tons vibrantes de terra. São da figurinista Marcia Valeria, da Cia 
Mimos. Todo feito na técnica Moulage, sem costuras e superprático para o ensino e a aprendizagem de 
nossos alunosde Artes Cênicas. 
Enfim, estamos felizes por ter escolhido você como nosso homenageado. Pelo sorriso e olhos 
brilhantes de nossos Professores, percebemos que ler Ariano, estudar Ariano e ensaiar a Prática de 
Montagem Viva Suassuna, todos os sábados pela manhã, nos últimos três meses, tem sido uma alegria e 
um frescor, neste amado e difícil ofício de educador! 
 
Mil abraços / Equipe Técnico-Pedagógica de Artes/SMERJ 
Capacitação 
bibliográfica adquirida 
para o Prof. de AC 
5. Os Homens de Barro 
6. Seleta em Prosa e Verso 
7. Almanaque Armorial: Contos e 
Crônicas 
 2 840 livros adquiridos para Kits destinados aos Professores de Artes Cênicas 
 e kits para uso exclusivo dos alunos, em atividades com o texto dramatúrgico. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
CONEXÃO DAS ARTES 
Mostra de Artes Cênicas 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2011 
 Ação 
Conexão das Artes / Mostra de Artes Cênicas/ 2011 
 
 Justificativa 
As Artes Cênicas, no Município do Rio de Janeiro, se configuram pelo Ensino de Teatro e têm, como pressuposto pedagógico, a 
Metodologia Triangular da Prof.ª Ana Mãe Barbosa, que propõe Ler, Fazer e Contextualizar a Arte. 
Atuar, Mostrar e Apreciar são características próprias do Teatro e contemplam a metodologia triangular, através da 
Pedagogia Teatral, construída por nossos alunos e Professores de Artes Cênicas – na práxis cotidiana – e apresentada, 
 através dos produtos artístico-pedagógicos, na Mostra de Artes Cênicas/2011, do Evento Conexão das Artes. 
 
Objetivos Gerais 
 
• Incentivar a produção teatral dos estudantes, proporcionando o fazer artístico e a formação do espectador crítico 
• Investir no docente-artista 
 
Tipos de Ação 
 
• Mostra de trabalhos, com apresentação de produtos artístico-pedagógicos criados pelos alunos. 
• Apresentação de espetáculo profissional, com base na dramaturgia de Ariano Suassuna. 
• Apresentação de Montagem Cênica, como produto artístico-pedagógico criado por Professores I de Artes Cênicas, resultante da 
Capacitação de Professores/2011. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA 
 OS ESPETÁCULOS 
DA MOSTRA DE ARTES CÊNICAS 
1. Nome do 
espetáculo:____________________ 
2. Nome do 
Grupo:________________________ 
3. Escola: 
______________________________ 
4. CRE: 
_____________________________ 
4. Professor: 
________________________________ 
CRITÉRIOS 
 
AVALIAÇÃO OBSERVAÇÕES 
Orientações Curriculares 
 (adequação ano/objetivos) 
 
Presença clara do Conceito 
Pedagógico de Jogo Teatral: 
 A ação: o quê? 
 O espaço cênico: onde? 
 O papel/personagem: quem? 
Encaminhamento da Ação 
Ritmo/ Tempo da ação 
Tratamento do conflito: 
Desfecho/adequação ao gênero 
dramatúrgico 
Uso do Espaço Cênico: 
 direções e planos / baixo, alto e médio 
Cenário/adereços: 
adequação, finalização e inventividade 
Iluminação: 
uso ou não adequação 
Relação tempo / espaço (da história) 
Sonoplastia: 
(uso ou não adequação) 
 Construção do Papel/ Personagem 
 
Trabalho corporal /expressão facial 
 
Uso da voz: Projeção, dicção e 
entonação 
Figurino: 
Adequação, criatividade e acabamento 
Maquiagem: 
uso ou não propriedade 
LEGENDA 
OBJETIVOS 
ATINGIDOS 
OBJETIVOS 
PARCIALMENTE 
ATINGIDOS 
OBJETIVOS 
NÃO 
ATINGIDOS 
A 
*** 
PA 
** 
NA 
* 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
A Equipe de Artes Cênicas convida para a 
apresentação dos produtos artístico-pedagógicos de 
Artes Cênicas, criados pelos Professores e alunos de 
Artes Cênicas do Município do Rio de Janeiro. 
 
Apareça, ficaremos felizes em recebê-los! 
Teatro Gonzaguinha 
 
Rua Benedito Hipólito, 125- Praça Onze – Centro 
Centro de Artes Calouste Gulbenkian 
www.vectoropenstock.com 
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63 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Apresentações dos espetáculos da Mostra de AC- 2011 
 
DIA/ 
TURNO 
DIA/ 
HORA 
16/11 
QUARTA 
17/11 
QUINTA 
18/11 
SEXTA 
24/11 
QUINTA 
25/11 
SEXTA 
 
1º 
TURNO 
DE 
 9h às 
12h 
9h-Chegada dos grupos, marcação de palco e camarins 
9h30- Abertura e espetáculo 
 
1º 
bloco 
9h30 – 
10h 
Teatro 
Prof. 
Marcio 
Saretta 
CIAD 
Educação 
Especial 
Prof. Flavio 
Mota 
As 
Trapalhadas 
de Pai 
Francisco e 
Catirina 
2ª CRE 
Profª 
Alessandra 
Garcia 
Os dois lados 
da Luta: 
Guerra e Paz 
1ª CRE 
Profª 
Patricia 
Alves 
Como se 
Não 
Houvesse 
Amanhã 
4ª CRE 
 XXXXXXX 
 
XXXXXXXX 
XXXXXX
X 
 
XXXXXXX 
 
XXXXXXX 
 
XXXXXX 
 
XXXXXXXXX 
2º 
bloco 
10h 
10h30 
Teatro 
Profª 
Elisabete 
Correa 
A Bela 
Adormecid
a 
2ª CRE 
Profª 
Claudia 
Vieira 
O Boi 
Bordado de 
Lua 
9ª CRE 
Profª Patricia 
Alves 
O Mágico de 
Oz 
4ª CRE 
Profª 
Claudia 
Vieira 
Arena 
Conta 
Zumbi 
9ª CRE 
Profª 
Paula 
Calafiori 
Drogas 
Nunca 
Mais 
1ª CRE 
(a 
confirmar) 
11h / 11h30 
Espetáculo Suassuna em cena- Cia Teatral Milongas 
12h - Encerramento 
 
2º 
Turno 
DE 
13h30
às 17h 
TARDE 
13:30h - Chegada dos grupos, marcação de palco e camarins 
14:00-Abertura 
14:30 - Espetáculo Suassuna em cena- Cia Teatral Milongas 
Dia/Hora 16/11 
Quarta 
17/11 
Quinta 
18/11 
Sexta 
24/11 
Quimta 
25/11 
Sexta 
1º bloco 
15h às 
15h30 
Teatro 
Prof. 
Helcio 
Gurgel 
A Peleja 
do dote de 
Xeréu 
9ª CRE 
Profª 
Claudia 
Vieira 
Auto da 
Compadeci
da 
10ª CRE 
Profª Flavia 
Toledo 
Romeu e 
Julieta 
10ª CRE 
Prof. 
Ricardo 
Mello 
Risos, 
Lágrimas e 
Reflexão 
8ª CRE 
Profª 
Patricia 
Prado 
A Pior 
Mulher do 
Mundo 
2ª CRE 
2º bloco 
15h30-16h 
Teatro 
Prof. 
Flavio 
Mota 
O Rico 
Avarento 
2ª CRE 
Profª 
Tatiana 
Treuffar 
Varal di 
Versos 
10ª CRE 
Prof. Marco 
de Aquino 
Re-Medeia 
10ª CRE 
Profª Tania 
Queiroz 
A Bruxa do 
Armário de 
Limpeza 
2ª CRE 
Profª 
Larissa 
Barbosa 
Radio 
Pinga 
Monhanga
baa 
3ª CRE 
16:30-17:00 - BATE PAPO E ENCERRAMENTO 
TARDE 
28/11 
16h30 
Conexão 
das Artes 
Encerram
ento 
oficial 
Educação 
Infantil 
 + 
Professores 
16:30h - Alessandra Brandão 
O Chapéu do Marinheiro 
20h - Montagem Cênica dos Profs de Artes 
Espetáculo Viva Suassuna 
Elenco: Profs de Artes Cênicas 
Músicos: Profs de Música e Cenografia: 
Professores de Artes Visuais 
NOITE 
29/11 
Terça 
TEATRO 
CREJA 
Jovens e 
Adultos 
18h Chegada do grupo e marcação de palco 
18h30 Profª Flavia Pedrosa – Espetáculo Reaja, 
Mulher! 
19h30 Montagem dos Professores de Artes- Viva 
Suassuna 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
64 
CÊNICAS 
ARTES 
Prezados Professores, 
 
 
 
É com grande satisfação que convidamos VOCÊ 
para o nosso Moitará. 
 
O Moitará será um espaço para trocas de experiências! 
 Nosso momento de socializar os conhecimentos adquiridos, transmitir e receber informações, refletir, 
questionar, debater e avaliar a nossa prática pedagógica, nos aperfeiçoando como profissionais e nos 
fortalecendo como grupo. 
 
 
 
 
 
Palavra indígena que significa escambo e troca. 
Fazendo uso desse vocábulo ancestral estamos 
reinventando nossa língua, revigorando nossas 
origens e identidade. 
 
MOITARÁ 
 
 
 
 
Trazer para a troca: 
 
 Roupas para exercício corporal 
Telefone celular para filmar 
 Papel e caneta para registrar o roteiro 
 Algo para o lanche coletivo 
Coração aberto para trocas e afetos 
Este é mais um encontro que promete! 
Estaremos esperando por vocês com todo o entusiasmo. 
Abraços, 
Bete Pinheiro e Lêda Aristides 
Equipe Técnico-Pedagógica 
SME/CED/CT- Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
65 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
Dinamizadora: Colega e Professora Célia de Almeida 
(EM George Pfizterer) 
 
Programação:OFICINA "ATRÁS DOS BASTIDORES” 
- O resgate do espaço perdido- 
 1.º Momento: Apresentação do tema, quando tudo começou; 
Exercício prático - organização de uma cena/ensaio de coxia 
 
•Intervalo (café, troca de energias e outros) 
 
 2.º Momento: 
Comentários sobre o exercício prático pela dinamizadora 
Partilha com o grupo (perguntas, esclarecimentos, orientações). 
O 1.° Moitará acontecerá: 
Data: 30 de abril de 2011 
Horário: de 9h às 12h 
Local: 
Centro de Artes Calouste 
Gulbenkian 
Sala de ensaios de 
Teatro 
O 2.° Moitará 
acontecerá: 
Data: 18 de junho de 
2011 
Horário: de 9h às 12h 
Local: 
Centro de Artes 
Calouste Gulbenkian 
Sala de vídeo 
Dinamizadora: Colega e Professora Rose Germano 
Tema: Ensaios de Cinema - Os caminhos que dão movimento à imagem 
•O teatro de sombras / A criação da sétima arte 
•A chegada do cinema no Brasil /A linguagem do cinema 
•Uma ideia na cabeça e um celular na mão 
 Programação 
•1.º Momento: 
Breve abordagem sobre a linguagem cinematográfica. 
Projeção de um curta produzido em sala de aula com os estudantes. 
 
•Intervalo (café, troca de energias e outros) 
 
 2.º Momento: 
Criação de um pequeno roteiro para filmagem. 
Filmagem. 
Encerramento com a dinamizadora 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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66 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2012 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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67 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2012 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 
OFICINAS, WORKSHOPS E MONTAGEM ARTÍSTICA PARA PROFESSORES DE ARTES 
CÊNICAS 
2012 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO DA AÇÃO 
O Projeto de Capacitação se constituirá das seguintes ações: 
 
Módulo I – A Pedagogia do Teatro: Metodologias, Rodas de Reflexão e Caminhos para a Práxis 
Pedagógica. 
3 minicursos, de 8h cada, com 6 oficinas e 1 apresentação de Pesquisa Acadêmica, para 20 Professores I de Artes 
Cênicas, em cada um, num total de 60 Professores e 24h totais. 
 
 Bibliografia base: 
 A Pedagogia do Teatro, de Flavio Desgranges. São Paulo: Hucitec. 
O processo de Drama, de Beatriz Biange. São Paulo: Hucitec. 
 
AÇÃO 
Capacitação para 
Professor I, de Artes 
Cênicas, regentes do 1.º 
ao 9.º Ano, da Rede 
Municipal de Ensino do 
Rio de Janeiro. 
JUSTIFICATIVA 
O presente projeto faz parte da política de Formação Continuada, 
adotada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro 
e tem como justificativa não só atender às necessidades de 
atualização metodológica dos Professores I de Artes Cênicas, 
como também subsidiá-los para participação na Conexão das 
Artes/ Mostra de Teatro - 2012, que este ano terá como 
personalidades teatrais homenageadas os autores Nelson 
Rodrigues e Jorge Amado. 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
68 
CÊNICAS 
ARTES 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2012 
Módulo II - Direção teatral para não diretores 
Curso de pré-requisito para participação na 
 Conexão das Artes/Mostra de Teatro 
 
Tema: Encenação Teatral: A dramaturgia brasileira nos anos 
90 
workshops: 
10 workshops de Direção Teatral, focado na dramaturgia de 
Nelson Rodrigues, preparatórios para a Conexão das 
Artes/Mostra de Teatro 2012, realizado em 2 turmas (manhã 
ou tarde): 5 workshops, com 4h cada, para 20 Professores I 
de Artes Cênicas, em cada turma, durante o mês de agosto, 
atendendo a um total de 40 Professores I de Artes Cênicas, 
numa carga horária total de 40hs. 
Módulo III - Montagem Artística 
 
 Montagem Artística - 22 Oficinas e 2 apresentações do 
produto artístico-pedagógico (espetáculo-aula), com 4h 
em cada encontro, perfazendo um total de 96h de curso, 
com vaga para 40 Professores, distribuídos em duas 
turmas de 20 Professores cada (manhã ou tarde). 
 Módulo III - Montagem Artística 
 Agosto /Setembro e Outubro 
1. Oficinas de Direção Teatral 
Turma A - A dramaturgia de Plinio Marcos 
Turma B - A dramaturgia de Nelson Rodrigues 
 2. Oficinas de Preparação Vocal e Maquiagem e 
Figurino - Turmas A e B 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 
Capacitação bibliográfica com 950 livros adquiridos no 
ano de 2012 para o Prof. de AC 
IMAGINÁRIO E TEATRO-EDUCAÇÃO 
SUELI BARBOSA 
THOMAZ 
PEDAGOGIA DO TEATRO NARCISO TELLES 
NELSON RODRIGUES POR ELE 
MESMO 
 Org. de SONIA 
RODRIGUES 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
69 
CÊNICAS 
ARTES 
 
ÁREA 
 
TURNO 
 
06/02/2012 
 
07/02/2012 
 
 
08/02/2012 
 
09/02/2012 
 
ARTES 
 
Manhã 
 
Oficina de Ensaio Geral 
Espetáculo-aula 
Viva Suassuna 
9h-12h 
(Artes Cênicas 
 e Música). 
Sala de Ensaio do Teatro 
Carlos Gomes 
Coffee-break 
Inscrição nas oficinas 1/ 
de 8 e 9/2 
Abertura 
Retrospectiva 2011 
Ações da rede para 2012 
Programação da Semana 
de Minicursos 
Palestra: 
A Pedagogia do Teatro 
com Flavio Desgranges 
Coffee-break 
Oficina 1 
O Processo 
colaborativo 
Tema: Encenação 
em jogo 
 
Dinamizador 
Marcos Bulhões 
Coffee-break 
Oficina 2 
O Processo 
colaborativo 
Tema: O processo 
do Drama 
 
Dinamizadora 
Biange 
Tarde Apresentação do 
Espetáculo-Aula e 
Mesa Redonda: 
Montagem Cênica: 
Viva Suassuna: 
um espetáculo-aula 
15h-17h 
Todos os Professores 
de Artes 
Teatro Carlos Gomes 
Abertura 
Retrospectiva 2011 
Ações da rede para 2012 
Programação da Semana 
de Minicursos 
Palestra: 
A Pedagogia do Teatro 
com Flavio Desgranges 
Coffee-break 
Inscrição nas oficinas 1/2 
de 08 e 09/2 
 
Oficina 1 
O Processo 
colaborativo 
Tema: Encenação 
em jogo 
 
Dinamizador 
Marcos Bulhões 
 
Coffee-break 
 
Oficina 2 
O Processo 
colaborativo 
Tema: O processo 
do Drama 
 
Dinamizadora 
Biange 
 
Coffee-break 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2012 
Semana Inicial 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
70 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE TEATRO 
DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO – RJ 
 AGOSTO E SETEMBRO DE 2012 
 
Queridos(as) Professores(as), 
 
Com muita alegria recebi o convite para colaborar na Capacitação – 2012. Durante todos os anos que fiz parte da equipe 
de coordenação de Teatro da SME, organizando pesquisas, seminários, documentos e propostas curriculares voltadas para 
o trabalho de Teatro na perspectiva da Formação Continuada, considero ter sido dos melhores anos de minha vida 
profissional. Nesse sentido, hoje, como Professora da UNIRIO, muito me honra poder contribuir com algumas pesquisas e 
estudos teórico-práticos que venho desenvolvendo no lócus acadêmico e, o mais importante, poder compartilhar com 
vocês e trocar conversas, ideias e conhecimentos. 
 Nos meses de agosto e setembro, estaremos juntos. Espero que possamos aproveitar o máximo e sairmos fortalecidos 
para nossas batalhas diárias à frente do trabalho com a Educação e o Teatro. 
Envio para vocês algumas sugestões de leituras que considero fundamentais e que nos darão subsídios para discussões, 
reflexões e ações pedagógicas. Nosso trabalho terá como tema: A PEDAGOGIA DO TEATRO NA PERSPECTIVA 
CONTEMPORÂNEA: saber - fazer - pensar e os aspectos criativos das metodologias. 
Como objetivos principais, refletir em torno da práxis do teatro e suas conexões com a pesquisa, a experimentação e a 
sistematização; atualizar o debate sobre os estudos e pesquisas da Pedagogia do Teatro e suas relações com as 
abordagens contemporâneas; estabelecer conexões entre as práticas cotidianas e ampliar a discussão sobre outras 
possibilidades metodológicas; refletir criticamente sobre o saber – fazer – pensar pedagógico e estabelecer 
simultaneidades, interseções e diferenças entre processos metodológicos diversos, apontando o Processo Colaborativo 
como perspectiva pedagógica. Como proposta metodológica dos minicursos, faremos sempre práticas e reflexões teóricas. 
Para isso, levem caderno para anotações e procurem usar roupas confortáveispara trabalho corporal. 
 
MÓDULO I 
 
Dinamizadora Liliane 
Mundim 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
71 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Para subsidiar nossas discussões, especialmente ressalto as leituras dos 3 textos a seguir: 
 
1- DESGRANGES, Flávio. A Pedagogia do Teatro: provocação e dialogismo. SP: Hucitec, 2006. 
 (da pág. 92 a pág. 138) 
 
2- PUPO, Maria Lucia de Souza. Para desembaraçar os fios in Educação e Realidade – PAEP – MINISTÉRIO DA 
EDUCAÇÃO/ MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA. v. 30, n. 2 (2005) – LINK: 
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843 
 
KOUDELA,Ingrid e SANTANA, Arão Paranaguá de. ABORDAGENS METODOLÓGICAS DO TEATRO NA 
EDUCAÇÃO. 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_te
atro.pdf 
 
 
Espero vocês. 
 Com afeto 
Liliane Mundim 
https://www.youtube.com/ 
Watch?v=K6j_VwsoXcQ 
Para ver o curso 
completo, acesse 
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/921
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/12462/73843-KOUDELA,Ingrid
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/2010/Arte/artigos/metodo_teatro.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=K6j_VwsoXcQ
https://www.youtube.com/watch
https://www.youtube.com/watch
https://www.youtube.com/watch
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
72 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Proposta de Trabalho 
Dinamizador: Luiz Vaz 
 
Apresentação 
 
Abordagem Sobre Dramaturgia e Direção Teatral na Obra de Nelson Rodrigues. Neste universo: sua temática; 
os recursos de encenação propostos pelo autor, seus diretores e outros intérpretes da obra e de que forma esse 
universo se comunica com as comunidades escolares (e seus entornos) das quais fazem parte os Professores de 
teatro da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. 
NOSSO NELSON PEDAGÓGICO? 
Estaremos juntos nessa jornada para analisar as questões de direção teatral na obra de Nelson Rodrigues, 
estamos entre Professores de teatro na Rede Pública de educação, e muitos entre nós também atuam como 
diretores teatrais e/ou atores, atrizes. Não me incluo no grupo como um especialista na obra de Nelson Rodrigues. 
Embora alguns estudiosos, por sua dedicação a esta obra possam mesmo arrogar-se para si esse título, não é este 
o meu caso. O próprio Nelson demonstrava certo torpor diante de sua criação (comum em todos os grandes 
criadores) e todas as suas tentativas de categorizar sua obra e a importância desta no contexto 
intelectual/social/cultural e artístico, o fazia cair em dualidades como: Reacionário/Revolucionário, 
Pornográfico/Moralista, Gênio refinado/artista folhetinesco. O certo é que por serem profundas as águas de um lago, 
sua superfície difundirá miríades de reflexos. Como num espelho: milhares de faces. 
Vou atuar como orientador/facilitador dessa abordagem coletiva, e para essa jornada escolhi uma direção a 
seguir: A universalidade temática e a linguagem cênica da obra de Nelson Rodrigues, e como ela se vê refletida no 
cotidiano da vida escolar e comunitária no Rio de Janeiro. Nelson Rodrigues, escritor inspirado pela temática da 
literatura e dramaturgia clássicas, mas, também pelo seu mister de jornalista, repórter muito ativo, ligado a vida 
comunitária, escreveu suas peças com forte traço do cotidiano urbano e especialmente suburbano da metrópole 
carioca, porém, com profundidade e alcance universais 
MÓDULO II 
Dramaturgia de Nelson Rodrigues 
e Jogos do Teatro do Oprimido 
Dinamizador Luiz Vaz 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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73 
CÊNICAS 
ARTES 
MÓDULO II 
Dramaturgia de Nelson Rodrigues 
e Jogos do Teatro do Oprimido Dinamizador Luiz Vaz 
 
Dentro da temática Rodrigueana optamos por um recorte que encontre amplo reflexo nas 
comunidades onde estão situadas nossas escolas, e mesmo dentro das comunidades 
escolares, como o recentemente mais observado fenômeno do bullying escolar, e seus 
recorrentes casos de racismo e homofobia, também os que atingem as nossas crianças e 
adolescentes. (...) Todos esses temas recorrentes na obra do dramaturgo. Desta maneira é 
propósito estudar a obra de Nelson Rodrigues por seu viés temático e sua linguagem teatral, 
como tem sido compreendida pelos diretores/encenadores/leitorese críticos de suas peças, 
possibilitando-nos, além de uma reflexão e exercício prático, realizar uma ascese temática que 
nos coloque em contato com alcance social desta obra, de maneira que ao fazermos a sempre 
recomendada ligação entre a ideia artística e o ideário humano, busquemos a nossa melhoria 
enquanto seres transformados e transformadores pela vida e pela arte. Para isso utilizaremos a 
metodologia criada por Augusto Boal. É muito interessante a aproximação destes dois universos 
teatrais, a dramaturgia rodrigueana e o Teatro do Oprimido, porque ambos praticam o que Boal 
em sua obra chama de ‘ascese’ dando a esse termo a ideia de como uma opressão parte do 
microcosmo da relação circunstancial (Marido/esposa, Patrão/empregado e etc.. para suas 
representações sistêmicas e macrocósmicas: Patriarcalismo / Sexismo/Mercado/consumo e 
etc...) ou seja, a transposição do ato individual, da opressão que cerca um indivíduo, para sua 
dimensão do social e o seu status quo. Exercícios, jogos e dinâmicas da metodologia do T.O 
serão utilizados para compreendermos os conflitos, a dramaturgia, a empatia e o escopo 
humano e social sobre o qual esta obra é construída. 
Luiz Vaz (fragmento) 
w
w
w
.v
e
c
to
ro
p
e
n
s
to
c
k
.c
o
m
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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74 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
1.º Encontro 23 de Agosto 
Manhã – Tarde 
 
• Conversa Inicial – Apresentação dos Jornais do Dia, explanação sobre as características da reportagem jornalística 
(especialmente a policial) na obra de Nelson Rodrigues. Por uma feliz coincidência este é o dia do aniversário de Nelson e 
o Jornal Meia Hora fez-lhe uma homenagem, criando uma falsa capa com matérias baseadas nas peças teatrais do autor. 
Notícias com características que podemos considerar “Rodrigueanas”, por estarem muito presentes na obra deste 
dramaturgo, são tão comuns nos nossos jornais diários que a homenagem foi percebida por poucos, foram feitas 
comparações com outras notícias comuns que pareciam uma sequência destas que usavam sinopses de peças escritas 
por Nelson Rodrigues. 
• Realizamos exercícios de aquecimento e integração do grupo (...) e uma dinâmica do Teatro Imagem (uma das 
técnicas do Teatro do Oprimido) denominada Álbum de Família, em que cada participante faz uma imagem usando os 
atores/Professores que participam do encontro do que seria a imagem síntese da sua família no período de sua vida em 
que era criança dentro de um núcleo familiar quase sempre formado por pai, mãe, irmãos, tios, avós e outros. O 
participante depois de fazer a imagem coloca-se no lugar que ocupa nessa imagem produzida. Depois que todos realizam 
as imagens com auxílio dos seus colegas, discute-se sobre os personagens (Pai, mãe, irmãos e etc..) e seus papéis, 
como se fazem representados nas tantas imagens e busca-se uma imagem síntese das tantas famílias ali representadas. 
Discute-se com o grupo, auxiliado pelo curinga (dinamizador da técnica) que não manifesta opiniões generalizantes ou 
que encerrem conceitualmente uma discussão, pois o seu papel é o de fomentador da discussão entre o grupo, sobre a 
presença de opressões nas relações representadas. 
Conversa de como as relações familiares, as tradições e as opressões representadas pela família têm forte presença 
na obra de Nelson Rodrigues. Leitura do primeiro ato de Anjo Negro e uma reflexão sobre a subversão em Nelson do 
papel do negro na dramaturgia brasileira de sua época, ou seja, o autor coloca o negro no ápice de uma pirâmide de 
poder financeiro e social ainda que embevecido de conflitos com relação a auto e alter aceitação da sua cor, deixando a 
questão racial potencialmente exposta a uma análise, até então, uma oportunidade ímpar para uma reflexão diferenciada 
das costumeiras na segunda metade do século XIX (...) segue três contornos; o escravo fiel; o escravo pernicioso ou 
criminoso; e o negro caricatural 
MÓDULO II 
Dramaturgia de Nelson Rodrigues 
e Jogos do Teatro do Oprimido 
 Dinamizador Luiz Vaz 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
2.º Encontro – 30 de Agosto 
 
•Jogos e Exercícios de aquecimento, integração do grupo (...) e apresentação do Teatro Fórum 
utilizando uma técnica de imagem projetada: Os 3 Obstáculos, apresenta-se uma protagonista com um 
desejo claro de ultrapassar 3 obstáculos, ela encontra ajuda de uma pessoa para dois deles, um 
pequeno e um médio, mas, no terceiro que é gigantesco ela não conta com a mesma determinação de 
seu ajudante para além desse percurso. O que fazer para ultrapassar todos os obstáculos? Essa 
pergunta é feita para o público da pequena sessão, e as ideias vão se somando uma às outras, 
potencializando o grupo a partir das sugestões individuais que somam-se numa cada vez mais 
crescente ‘atitude’ coletiva. Esse exercício foi proposto para auxiliar no trabalho de leitura e adaptação 
de trechos da peça teatral “O Beijo no Asfalto”, entre as peças de Nelson, a que tem uma estrutura 
dramatúrgica mais próxima do Teatro Fórum, a mais conhecida e praticada técnica da Metodologia do 
Teatro do Oprimido. No Teatro Fórum a cena apresenta um problema, que contem uma opressão a ser 
enfrentada, para um público formado de pares sociais, ou seja, pessoas que são capazes de 
identificar-se com a opressão sofrida por analogia ou identidade e buscam em cena, atitudes e 
alianças possíveis que possam inibir, anular ou destruir as forças opressoras. 
• PARA O PRÓXIMO ENCONTRO (06 DE SETEMBRO) LER O TEXTO O 
“BEIJO NO ASFALTO” E BUSCAR NELE CENAS QUE INSPIREM A 
ADAPTAÇÃO DE UMA PEÇA CURTA DE TEATRO FÓRUM 
(APROXIMADAMENTE 10 MINUTOS) QUE POR SUA CARACTERÍSTICA 
DE UMA CLARA OPRESSÃO EXERCIDA CONTRA UMA VONTADE 
LEGÍTIMA EXPRESSA PELO OPRIMIDO PERMITA AO SEU PÚBLICO 
PERCEBER E EXERCITAR NO FÓRUM (INTERVENÇÕES DA PLATÉIA 
SUBSTITUINDO O OPRIMIDO/PROTAGONISTA) AS ALIANÇAS 
POSSÍVEIS, OS USOS DE ARGUMENTOS, AS AÇÕES POSSÍVEIS 
PARA A QUEBRA DA OPRESSÃO. 
• LEVAR 3 OBJETOS QUE TENHAM VALOR 
AFETIVO. VAMOS REALIZAR O JOGO “IMAGEM 
DOS OBJETOS” E PERCEBER O QUÃO POSSUEM 
AURAS IDEOLÓGICAS E OS EFEITOS DISSO NAS 
NOSSAS VIDAS E COMO FORAM UTILIZADOS 
COMO IMPORTANTE RECURSO 
IMAGÉTICO/MÁGICO/MÍSTICO NA OBRA 
“DOROTÉIA” DE NELSON RODRIGUES, QUE TRATA 
DA OPRESSÃO CONTRA A MULHER NUMA 
SOCIEDADE PATRIARCAL. 
MÓDULO II 
Dramaturgia de Nelson Rodrigues 
e Jogos do Teatro do Oprimido - Dinamizador Luiz Vaz 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
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3° ENCONTRO – 06 de Setembro/2012 
 
A PROGRAMAÇÃO COMEÇOU NA PARTE A MANHÃ COM UM EXERCICIO DE 
IMAGEM CHAMADO: “O JOGO DO PODER” Entre cadeiras e mesas, a partir de uma 
organização das cadeiras em fila no espaço cênico viradas para a assistência do público e 
ao lado das cadeiras perfiladas, a mesa. Iniciamos uma discussão sobre se na imagem 
apresentada alguma cadeira exercia mais poder que a outra. O grupo que assistia, dividiu-se 
entre as avaliações de que todas têm poderes iguais e a avaliação de que uma tem mais 
poder, no caso, a que está mais próxima da mesa. 
 
A partir daí, uma cadeira foi colocada de um dos lados da mesa e todas as demais em 
fileira de fronte para ela. Todos foram unânimes em apontar a cadeira próxima à mesa como 
se esta fosse um objeto de poder da personagem invisível que ali estivesse sentada para 
‘atender/comandar/liderar, etc..’ os demais. 
 
É desse ponto que se inicia o jogo e os atores vão mexendo na estrutura, mudando a 
posição das cadeiras em relação à mesa, seguindo a comanda do curinga de que uma 
cadeira adquirisse o maior poder em relação às demais, um poder inquestionável, totalitário. 
Numa etapa seguinte, os atores entram em cena a partir do primeiro que se coloca no lugar 
de maior poder da imagem, geralmente sentado na cadeira perto da mesa. Outros entram, 
dessa vez para‘tomar o poder pra si’, desestruturando e entendendo as relações de poder 
que estão presentes nas estruturas sociais e suas relações internas. 
MÓDULO II 
Dramaturgia de Nelson Rodrigues 
e Jogos do Teatro do Oprimido 
DINAMIZADOR LUIZ VAZ 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
Realizamos alguns jogos que tinham, como intuito, aquecimento físico e 
em seguida aquecimento ideológico sobre as relações Dominador/Dominado, 
que serão apresentados na apostila final. Em seguida, propusemos a volta ao 
texto “O Beijo no Asfalto” e apresentamos as possibilidades de adaptação, para 
o ambiente escolar, de alguma cena. Foi lido o texto: “O Caso da Echarpe”, que 
narra um achincalhe de colegas de turma para um aluno que decide ir com um 
cachecol colorido certo dia para a sala de aula. A partir da leitura discutiu-se o 
processo de dramaturgia no Teatro Fórum para que se realizem adaptações 
com esse fim de textos de Nelson, ou neles inspirados e a utilização da técnica 
em questão, que convida à participação do público para discussão do problema 
apresentado em cena, sob o ponto de vista do protagonista/oprimido. Ocorreu 
uma dúvida sobre o processo de montagem, e foi reforçado que no método do 
T.O, pode-se numa eventualidade transformar textos propostos a partir de um 
tema, ou usar o próprio texto original do Dramaturgo em fragmentos para 
realização da sessão de fórum, mas, que a prática mais usual e mais segura é 
a de estimular o grupo com textos do autor e pedir, a partir das experiências 
individuais e/ou do grupo, que se contem casos e histórias com essa temática 
(de opressões análogas ou identificadas com a do texto), que possam ser 
transformadas em cenas de fórum. Para isso foi proposto que alguém do grupo 
apresentasse uma história sua (vivida), e realizamos a técnica Imagem-Tela, 
em que se analisa, num rodízio de atores/as diversas sugestões sobre o tema 
(em forma de diálogos onde as ideologias do oprimido e do opressor são 
apresentadas, e experimentadas mudanças na atitude do oprimido, na tentativa 
de libertar-se da opressão na cena/história). 
 
LUIZ VAZ é um dos Fundadores do Centro de Teatro do Oprimido do Rio 
de Janeiro (CTO) e Prof. de Artes Cênicas do Conservatório Brasileiro de 
Música. 
Para o quarto encontro pede-se a 
leitura do texto Dorotéia, que será 
analisado e trabalhado com a 
metodologia do teatro imagem. 
 
E levem 3 objetos pessoais 
 de valor afetivo. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Espetáculo-Aula Nelson RodriguesEspetáculo-Aula Nelson Rodrigues
Elenco
Profs de 
Artes 
Cênicas
Dia 24/10/74 – 4ª feira
 1ª sessão 09h e 30 min
 2ª sessão 14h e 30 min
Inscrições através dos 
emails 
artescenicas@riodeduca.net
artesvisuais@rioeduca.net
musica@rioeduca.net
Cenografia
Profs de 
Artes 
Visuais
40 vagas, por 
disciplina, em 
cada sessão!!!
Fragmentos
sonoros
Marcos Martins
Direção Teatral 
Ribamar Ribeiro
Figurinos
Marcia Valeria
Maquiagem
Getulio 
Nascimento
Módulo III – Montagem Artística 
Espetáculo-Aula 
Autor Estudado: Nelson Rodrigues 
Aula aberta de artes 
cênicas para alunos do 
PEJA e apresentação 
para Professores de 
Artes 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
2012 Espetáculo-Aula «Nelson Rodrigues, Hey» 
 
Processo: Oficinas de preparação corporal e vocal, de 
leitura de alguns textos dramatúrgicos de Nelson 
Rodrigues, de pesquisa sobre o momento teatral, histórico-
político-cultural do autor. O estudo de suas frases 
polêmicas e leituras de críticas teatrais sobre o mesmo. 
Preparação de pequenas cenas, numa releitura poético-
estrutural da dramaturgia rodrigueana. Oficinas de 
Maquiagem e Figurino, com participacão dos docentes-
artistas na concepção dos mesmos. 
 
Produto Artístico-Pedagógico: Curta temporada em 
Teatros para jovens e adultos, alunos do PEJA, das EM de 
Ensino Público do Município do RJ e para Professores de 
Artes. 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Ensaios no 
 Centro de Artes 
 Calouste Gulbenkian 
 sábados pela Manhã - 2012 
1. Alessandra Domingues Brandão 
2. Celia Almeida 
3. Celia Damiana Teixeira da Cruz 
4. Claudia Vieira Torres Gomes 
5. Elisabeth Correa 
6. Elisabete Pinheiro Costa 
7. Evellyn Barbosa Rufino da Costa 
8. Flavia Beatriz Pedrosa Pereira 
9 . Flavio A. da C. Mota 
10. Gabriela Salgado 
11. Gleisse Oliveira Paixão e Silva 
12 Karlla Maria Bastos de Carvalho 
13. Larissa Tatiana Silva Barbosa 
14. Lêda Aristides 
15. Maria Cecilia Tavares 
16. Marcia Isidoro da Silva 
17. Monica Muniz de Ruiz 
18. Patricia Alves Silva de Lima 
19. Patricia Viana 
20. Renata Lourdes de Souza 
21. Ricardo Furtado Mello 
21.. Sandra Avelino Ferreira 
23. Silvia Muniz Werneck 
24. Tania Maria de Queiroz 
OUTRAS AÇÕES PEDAGÓGICAS 
 EXECUTADAS EM 2012 
Temporada do 
Espetáculo-Aula 
Viva Suassuna! 
Em parceria com 
a Mídia 
2012 
ELENCO DE PROFESSORES 
PARTICIPANTES DA MONTAGEM 
CÊNICA “VIVA SUASSUNA!” 
 Ariano foi o Autor estudado em 2011 
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CÊNICAS 
ARTES 
DIA DIA DA SEMANA HORÁRIO LOCAL CRE ACADÊMICO 
09/08 Quinta- feira 9h 
Lona Cultural de Campo Grande 
Elza Osborny-Est. Rio do A, nº 220 
9ª Cícero Sandroni 
10/08 Sexta feira 13h Lona Cultural Terra, em Guadalupe 6ª Cícero Sandroni 
13/08 Segunda-feira 13h Cidade das Crianças- Sta Cruz 10ª Carlos Nejar 
15/08 Quarta-feira 13:30h 
Centro Cult. Justiça Federal 
Av. Rio Branco- Cinelândia 
1ª Villaça 
16/08 Quinta-feira 9h 
Núcleo de Artes Sousa da Silveira- 
Rua Amália – Piedade 
5ª Carlos Nejar 
17/08 Sexta-feira 9h E.M. Tasso da Silveira- Realengo 8ª Evanildo Bechara 
17/08 Sexta-feira 13h Teatro Ziembinski- Av. Heitor Beltrão s/nº/Tijuca 2ª Domício Proença 
22/08 Quarta-feira A confirmar A confirmar 3ª Só espetáculo 
24/08 Sexta-feira 8:30h 
Núcleo de Artes- Escola Grécia- Vila da Penha 
Av. Brás de Pina, nº 1614 
4ª Arnardo Niskier 
24/8 sexta-feira 15h 
Auditório da EM 07.16.047 Gov . Carlos Lacerda 
( GEC), Rua Nacional, 320. Taquara 
7ª Só espetáculo 
Obs.: Chegar duas horas antes para concentração, preparação e ensaio. 
Manhã - O ônibus sairá às 7h e retornará a às 13h ao mesmo local. 
Tarde - O ônibus sairá às 11h e retornará às 17h – Local: portão da creche. 
Nos dias com 2 espetáculos, o ônibus seguirá do 1.º local para o 2.º. 
Pauta de apresentações do espetáculo Viva Suassuna! 
 como convidado da Maratona da Mídia - 2012 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Prezados Diretores e Professores de AC da SME 
Prezados Supervisores de Estágio de Alunos Licenciandos em AC, da UNIRIO 
 
 
É com satisfação que informamos o reinício da parceria SME/UNIRIO - 2012, 
para receber estagiários dos níveis I e II, do curso de Licenciatura Plena 
em Artes Cênicas, do Centro de Letras e Artes/Unirio. Em 2011, iniciamos esta parceria e os resultados para ambas as 
Instituições foram muito positivos. 
 Os alunos-estagiários, em seus relatórios, no seminário de final de ano letivo, declararam o acolhimento carinhoso de 
nossa Secretaria, CREs, UUEE e Professores. 
Expuseram, através de relatos, a importância da Observação e da Prática de Ensino, em nossas escolas, que lhes deu a 
dimensão do ensino das Artes Cênicas, dentro do sistema escolar, através de um aprendizado rico e real. 
Nossos Professores, que se dispuseram a acolher estes estagiários, também relataram a importância de ter, em suas 
aulas, o diálogo e o olhar observador de um futuro profissional, que traz as reflexões do mundo acadêmico para dentro 
da sala de aula, enriquecendo as práticas diárias. 
Portodos esses resultados estamos convidando Professores-Supervisores de Estágio de Artes Cênicas da UNI-RIO, 
estagiários inscritos, em 2012, representantes das CREs/Geds, Diretores e Coordenadores Pedagógicos das UUEE 
envolvidas e Professores de AC, participantes, para um Encontro Pedagógico de Boas-Vindas aos estagiários, quando a 
Equipe de Artes Cênicas da E/SUBE/CED-CT receberá a todos para uma confraternização e abertura dos trabalhos, 
onde serão apresentados, para o grupo de estagiários, os documentos pedagógicos oficiais do Ensino de Artes Cênicas, 
na Rede Pública Municipal de Ensino do RJ (Orientações Curriculares, Multieducação) 
 
 Atenciosamente, 
Lêda Aristides 
Elemento de Equipe 
E/SUBE/CED-CT - Artes Cênicas 
Dia: 4 de abril de 2012 
Local: SME/sala 155- 1º andar. 
Horário: de 14h30 às 16h30 
 
Contamos com sua presença 
 PARCERIA SMERJ E 
UNIRIO ESTAGIÁRIOS 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
Amiga Professora e Amigo Professor de Artes Cênicas, 
 
 
 
 Sabemos das dificuldades encontradas no dia a dia para o exercício de 
 nosso ofício. No ano de 2012 esse tema serviu para algumas reflexões, 
resultando num material que pudesse ser o norte para nossas necessidades, lutas e conquistas e que 
apresentamos a você dentro deste Material de Estudo. 
 
(...) 
 
Como profissionais do ensino, sabemosque o processo de aprendizagem para o crescimento e a 
transformação é mais lento do que gostaríamos. Nesse exato ponto lembro que não podemos nos esquecer 
de que nossa Área de Conhecimento está no Currículo Escolar oficialmente há apenas 34 anos (o que 
significa que somos muito jovens em relação às Áreas mais antigas) e que apesar de compormos hoje uma 
Equipe de pouco mais do que 250 profissionais, sendo, portanto, a menor equipe de Professores da Rede 
Pública do Município do Rio de Janeiro, somos também – contraditoriamente – a maior Equipe de 
Professores de Artes Cênicas de Ensino Público em toda a América Latina. 
 
Esta juventude que temos de pouco mais que 3 décadas numa Rede Pública Regular de Ensino, nos dá 
uma estrada mais longa para percorrer e com mais ideais a conquistar. Nos dá também um maior frescor 
de quem ainda está construindo o próprio caminho, cumprindo, assim, um dos pressupostos inerentes à 
Arte, que é trazer um olhar novo e diferente para o cotidiano, abrindo espaço para a emoção, o sensível e o 
inusitado. 
 
Isso posto, lembramos que o material do link foi elaborado sem esquecer de que trabalhamos com o 
possível, dentro de uma determinada realidade, caminhando sempre em direção ao ideal! 
 
 
 
Sugestões de uma sala 
ambiente Ideal para AC 
http://youtu.be/rAByL8yX4SU 
 
 
Reflexões 
sobre o 
Ofício das 
Artes 
Cênicas 
http://youtu.be/rAByL8yX4SU
http://youtu.be/rAByL8yX4SU
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CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2013 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
MINICURSOS- CAPACITAÇÃO INICIAL 
Fevereiro - 2013 
 
 
1. Objetivos: 
Apresentar as ações realizadas no ano 
anterior. Lançar temas e perspectivas das 
Ações Pedagógicas, no ano que se inicia, 
apresentando algo novo que estimule o início 
dos trabalhos no ano letivo em curso e seu 
Planejamento, através de palestras e 
oficinas. 
 
 
2. Ações 
2.1 - Palestras sobre os Projetos do Museu 
Palestrante: Juliana Ibraim 
2.2 - Visita guiada ao MAR 
(Museu de Arte do Rio de Janeiro) 
 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2013 
 
Capacitação bibliográfica com 1 544 
livros adquiridos e distribuidos no ano de 
2012 para o Prof. de AC 
 
Drama e Teatralidade - Heloise Baurich Vidor 
Pedagogia do Teatro - Narciso Telles 
Imaginário e Teatro Educação- Sueli B. 
Thomaz 
Educação e Sensibilidade - Vera Werneck 
Apolo e Artemis -Carlos Alberto de Carvalho 
Formação do Ator - Mirna Spritzer 
A escola no Teatro e o Teatro na Escola -Tais 
Ferreira 
 
Capacitação para Professores I, 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 OBJETIVOS: 
 
• Apresentar, através de espetáculo-aula, utilizando-se 
da metodologia de Teatro-Seminário, textos e dados biobibliográficos de 
Guimarães Rosa. 
• Promover a leitura e a crítica de textos de Guimarães Rosa. 
• Promover a Produção Artística, utilizando-se das diferentes funções da Arte 
como a direção teatral, a sonoplastia, a iluminação, a cenografia, o figurino e 
a caracterização. 
• Oportunizar aos alunos a fruição artística, utilizando-se, sempre que 
possível de espaços profissionais de nossa cidade. 
• Incentivar e exercitar o observador e a plateia à apreciação técnica da obra 
de arte. 
• Integrar alunos e Professores, valorizando e qualificando as Artes e a Mídia 
como áreas de conhecimento passíveis de interdisciplinaridade. 
 
 
CIA DE ARTEDUCAÇÃO VIVA! 
 
2013 
 
Personalidade Homenageada: Guimarães Rosa 
 
 
 
 
Capacitação para 
Professores I, 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 Hoje tem 
espetáculo? 
Tem, sim 
senhor! 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
89 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
Cenário- retalhos de Rosa 
Ensaio 
EM Orsina da Fonseca 
Elenco – Diretor – Assistente 
Músicos – Maestro – Cenógrafos 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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90 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Entrevista para a Multirio 
ARTES CÊNICAS 
 
 DATA: 17/12/2013 
Hora: 9h às 13h 
LOCAL: GEC Orsina da Fonseca 
Espetáculo-Aula Viva o Guima! - 2013 
Docentes-Artistas participantes do Elenco 
ORD NOME MATRÍCULA ESCOLA 
01 
Karlla Maria Bastos de 
Carvalho 
10/266366-4 CIEP Dom Oscar Romero 
02 
Elizabeth Corrêa 
10/147574-8 N.A.Copacabana 
03 
 Mônica Muniz de Ruiz 
10/160923-9 
Inst. Helena Antipoff- 
CIAD 
04 
 Celia Damiana Teixeira da 
Cruz 
10/108412-8 EM José de Alencar 
05 
Silvia Muniz Werneck 
10/266380-5 
EM Alba Canizares do 
Nascimento 
06 
Sandra Avelino Ferreira 
10/209395-3 
EM Ministro Edgard 
Romero 
07 
Larissa Tatiana Silva 
Barbosa 
10/207040-5 EM Pastor Miranda Pinto 
08 Evellyn Barbosa Rufino da 
Costa 
Evellyn 
10/266385-4 EM Bem. Araujo Castro 
09 Gabriela Barboza junkeira 
Kerr 
10/241026-4 CIEP Rubens Gomes 
10 
Renata Lourdes de Souza 
10/209401-9 
EM Prefeito Filadelfo 
Azevedo 
11 
Márcia Izidoro da Silva 
10/101524-7 EM Prof. Wantuyl 
12 
Maruana Camargo Matar 
10/291545-2 
EM Vice Almte Alvaro 
Alberto 
13 Renata Lilly A Feitosa de 
Souza 
10/289679-3 EM Almeida Garrett 
14 Flavia Beatriz Pedrosa 
Pereira 
10/169706-9 NA Avenida dos Desfiles 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
A Cia de ArtEducação Viva! nasceu a partir do curso de Montagem Artística, oferecido pela 
E/SUBE/CED-CT na Capacitação Anual dos Professores de Artes da SME/RJ/2011 
Hoje a Cia possui em seu repertório artístico três espetáculos-aula e conta com cerca de 20 
Professores de Artes Cênicas, em seu elenco; 10 Professores de Música, em sua orquestra e 10 
Professores de Artes Visuais, na cenografia, que se revezam nas apresentações. 
A Cia de ArtEducação Viva! apresenta, anualmente, produções artístico-pedagógicas, que 
chamamos de espetáculos-aula e que têm por objetivo eleger um grande autor dramaturgo ou não, 
onde – a partir das metodologias do Processo Colaborativo e do Teatro-Seminário – cria, com os 
Professores de Arte, um produto coletivo e interdisciplinar, que apresenta o autor escolhido em seu 
perfil bio-bibliográfico e textual. 
Os espetáculos-aula são voltados à Comunidade Escolar. São aulas de Arte diferenciadas 
que propõem o aprendizado de grandes autores, a fruição da Arte e a formação de plateia. Em 
2011, apresentamos uma temporada em teatros locais, deagosto a novembro, numa parceria com 
as CREs da Rede Pública do Município do Rio de Janeiro, por sugestão da Secretária de 
Educação Claudia Costin, que esteve presente na estréia do espetáculo-aula Viva Suassuna! e o 
recomendou. Em 2012, apresentamos o espetáculo Nelson Rodrigues, Hey! Viva Nelson!, 
porém, por ter uma temática mais adulta, fizemos nossa temporada para os Professores de Artes e 
para os alunos do PEJA. O espetáculo de 2013, Viva o Guima! é um espetáculo de rua e estreou, 
no dia 14 de dezembro, no GEC Orsina da Fonseca para alunos, Professores e convidados e 
pretende fazer sua temporada, durante o 1º semestre de 2014, para os alunos do Ensino 
Fundamental de nossa Rede de Ensino. 
A Cia de ArtEducação Viva! tem a Direção Teatral de Ribamar Ribeiro com a preparação de 
cenas, realizada pelo assistente teatral Renato Neves; a preparação vocal, a maquiagem e o 
visagismo são de Getulio Nascimento; a Cenografia de Cachalote e figurinos de Márcia Valeria. A 
Direção Musical e a autoria das músicas ficam sob a competência do Maestro Cosme Gallindo. 
O Elenco é composto por Professores de Artes Cênicas. A orquestração do espetáculo e a 
sonoplastia são realizadas pelos Professores de Música e a cenografia tem coautoria e elaboração 
dos Professores de Artes Visuais. Todos atuam sob a Coordenação Geral da Equipe de Artes da 
E/SUBE/CED/CT, representada pelos Professores: Lêda Aristides, de Artes Cênicas; Luciano 
Cintra, de Música e Jacqueline MacDowell e Sabrina Bouças de Artes Visuais. 
CIA DE 
ARTEDUCAÇÃO 
VIVA! 
http://youtu.be/rAByL8yX4SU
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2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2014 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
 CIA DE ARTEDUCAÇÃO VIVA! 
2014 
Espetáculo-aula Viva Abdias do Nascimento! 
I – Ação 
Cia de ArtEducação Viva! 
 
II – Justificativa 
A Ação Pedagógica Cia. de ArtEducação Viva! apresenta, anualmente, um trabalho interdisciplinar com a atuação dos 
docentes-artistas de Artes Cênicas, Artes Visuais e Música. Propõe a criação de espetáculos-aula que são apresentados à 
Comunidade Escolar da Rede Pública de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro e tem como objetivo pedagógico a fruição da 
Obra de Arte e a formação de plateias críticas. A Cia de ArtEducação Viva!, no ano de 2014, apresentará a Montagem Prática 
de um produto artístico-pedagógico que tem como personalidade homenageada o dramaturgo, poeta, escritor. ator e pintor 
Abdias do Nascimento. A escolha do artista se justifica pela importância de sua Arte e pela sua luta contra a discriminação 
racial, contribuindo para a valorização do artista negro, na conquista de novos espaços dentro do contexto artístico e 
sociocultural brasileiro, nos últimos sessenta anos. 
 
 Descrição da Ação 
Montagem e Apresentação de produto artístico-pedagógico (espetáculo-aula), com docentes-artistas de Artes Cênicas, Artes 
Visuais e Música, sob o título Viva Abdias do Nascimento!, numa ação integrada das três Linguagens da Arte, atuando como 
elenco, cenógrafos e músicos. 
 
Objetivo Geral 
• Proporcionar o investimento no docente-artista incentivando a Produção de Arte 
• Proporcionar o investimento no aluno-artista e também na formação do aluno como leitor espectador crítico. 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
Objetivos Específicos 
 
• Apresentar, através de espetáculo-aula, utilizando-se da metodologia de Teatro-Seminário, textos e dados bio-
bibliográficos de Abdias do Nascimento. 
• Promover a leitura e a crítica de textos do autor estudado. 
• Promover a Produção Artística, utilizando-se das diferentes funções da Arte como a direção teatral, a sonoplastia, a 
iluminação, a cenografia, o figurino, o visagismo, a maquiagem e a caracterização de personagens. 
• Oportunizar aos alunos a fruição artística, utilizando-se sempre que possível de espaços profissionais de nossa cidade; 
• Incentivar e exercitar o observador e a plateia à apreciação técnica da obra de arte. 
• Integrar alunos e Professores, valorizando e qualificando as Artes como Área de Conhecimento passível de 
interdisciplinaridade. 
• Proporcionar o investimento no docente-artista incentivando a Produção de Arte. 
• Proporcionar o investimento no aluno-artista e também na formação do aluno como leitor espectador. 
• Oportunizar aos alunos a fruição artística, utilizando-se sempre que possível de espaços profissionais de nossa cidade; 
• Incentivar e exercitar o observador e a plateia à apreciação técnica da obra de arte. 
• Integrar alunos e Professores, valorizando e qualificando as Artes como Área de Conhecimento passível de 
interdisciplinaridade. 
• Proporcionar o investimento no docente-artista incentivando a Produção de Arte. 
• Proporcionar o investimento no aluno-artista e também na formação do aluno como leitor espectador. 
Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Convidamos você para a apresentação do 
Espetáculo-Aula/2014 
Teatro Ziembinski 
26 e 27/12/2014-18h 
Direção de Ribamar Ribeiro 
Maquiagem de Getulio Nascimento 
Figurinos de Márcia Valéria 
Concepção Cenográfica de Rafael Balthazar 
Preparação Vocal de Juliana Santos 
Elenco:/ Cenário /Sonoplastia 
 dos Docentes-Artistas da SMERJ 
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Texto do Espetáculo-Aula 
 Axé, Abdias! 
Por Ribamar Ribeiro 
 
(Início. Todos os atores estão em um 
paredão com figurinos simples e 
começam a narrar) 
 
 1ª Cena 
Abertura a partir do poema de Victoria 
Santa Cruz 
 
Atriz Eu tinha sete anos apenas 
Todos Axe! 
Atriz Apenas 7 anos 
Todos Axe! 
Atriz 7 anos nada! 
Todos Negro! 
Atriz Apenas 7 anos! 
Todos Negro 
Atriz Não tinha nem completado 
cinco 
Todos Axé 
Atriz De repente umas vozes na 
rua me gritaram: Negro 
Todos Negro! (grupo 1) Negro! (grupo 
2) Negro (grupo 1) Negro! (grupo 
2) 
 negro! (grupo 1) 
 Negro (grupo 2) Negro. 
 
Todos Negro 
Atriz Por acaso sou negro? 
Todos Sim 
Atriz Por acaso eu sou negro? 
Todos Negro 
Atriz E o que é ser negro? 
Todos Negro 
Atriz Eu não sabia a triste verdade que 
aquilo escondia 
Todos Negro 
Atriz E eu me senti negro 
Todos Axé 
Atriz Como eles diziam 
Todos Negro 
Atriz e recuei 
Todos Negro 
Atriz como eles queriam 
Todos Negro 
Atriz odiei meus cabelos e minha boca 
grossa 
Todos Negro 
http://youtu.be/rAByL8yX4SU
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ARTES 
 
 
 
 
• Atriz E olhei com vergonha pra minha carne 
tostada 
Todos Negro 
Atriz E recuei 
Todos Negro 
Atriz E retrocedi 
Todos Negro 
Atriz E passava o tempo e amargurado eu 
ficava, por ter que carregar pesada carga 
Todos Axé! 
Atriz E como pesava 
Todos Negro 
Atriz E como pesava 
Todos Negro 
Atriz Até que um dia recuei tanto que ia cair 
Atriz E o que que tem? 
Todos Negro 
Atriz Sim 
Todos Negro Atriz Sou 
Todos Negro 
Atriz Sou negro! De hoje em diante vou rir 
daquelas pessoas que me chamam 
de gente de cor! E que cor é essa! 
Todos Negro 
Atriz Eu sou negro! E que lindo que soa! 
Todos Negro 
Atriz E que ritmo tem? 
Todos Negro! Negro! Negro 
 
 
Entra musica instrumental forte. Os atores vão se 
vestir com os lenços e turbantes. O coro volta à 
marca. 
 
Atriz E por fim entendi! E avanço firme! 
Todos Axé 
Atriz E dou graças a Deus de ter na cor da 
pele o negro âmbar. E eu já tenho a 
chave! Eu sou negro, poeta, 
dramaturgo, brasileiro, gente, artista. Eu 
sou Abdias! Abdias do Nascimento! 
 
 
 Entra música 
 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 CENA 2 
Narrador - Abdias do Nascimento nasceu em Franca (SP) no dia 14 demarço de 1914, filho de José Ferreira do 
Nascimento e de Georgina Ferreira do Nascimento. 
Abdias - Corre! Corre o sangue nas veias 
Rola rola o grão das areias 
Só não corre só não rola a esperança 
Do negro órfão que corre e cansa 
Narrador - Diplomado em contabilidade em 1929, bacharelou-se em ciências econômicas pela Universidade do Rio de 
Janeiro em 1938. Diretor-fundador do Teatro Experimental do Negro em 1944, em maio do ano seguinte participou da 
fundação do Partido Trabalhista Brasileiro. Militante do movimento negro – foi o organizador do primeiro Congresso do 
Negro Brasileiro, em 1950 –, concluiu o curso de sociologia no Instituto Superior de Estudos Brasileiros em 1956. Abdias 
– Cansa do eito corre das correntes 
Corre e cansa do bote das serpentes 
Só não corre só não cansa de amar 
O amor da Mãe – África no além – mar 
Narrador - Abdias esteve à frente do Teatro Experimental do Negro até 1968, quando, em decorrência do 
endurecimento do regime militar implantado no país, em abril de 1964, e da inclusão do seu nome em vários inquéritos 
policiais militares, exilou-se nos Estados Unidos, onde trabalhou como Professor universitário. Co-fundador do 
Movimento Negro Unificado em 1978 
Abdias - O amor da Mãe – África no além-mar 
Além – mar das águas e da alegria 
Mar – além do axé nativo que procria 
Aqui é o mar – aquém do desamor frio 
Aquém – mar do ódio do destino sombrio 
Narrador - Em novembro de 1982 concorreu à Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, obtendo a terceira 
suplência da legenda. 
As iniciativas de Abdias tiveram desdobramento durante as discussões da Assembléia Nacional Constituinte. Com a 
nova Carta, promulgada em outubro de 1988, o direito brasileiro passou a contemplar a natureza pluricultural e 
multiétnica do país, a prática de racismo tornou-se um crime inafiançável e determinou-se pela primeira vez a 
demarcação das terras dos remanescentes de quilombos, antigas comunidades de escravos. 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Abdias - Sombrio corre o sangue derramado/No mar – aquém de tanta luta devotado/Mas o sangue continua rubro a 
ferver/Inspirado no Orixá que nos faz crescer/Crescer na esperança do aquém e do além/Do continente e da pele de 
alguém/Lutar é crescer no além e no aquém/Afirmando a liberdade da raça amém 
Abdias do Nascimento – Axés do sangue e da esperança 
Narrador - Foi casado com Maria de Lurdes Vale Nascimento. Casou-se pela segunda vez com a atriz Léa Garcia, com 
quem teve dois filhos, e pela terceira vez com a norte-americana Elizabeth Larkin Nascimento, com quem teve um filho. 
ABDIAS: O NEGRO AUTÊNTICO 
Nelson Rodrigues 
Narrador - O que eu admiro em Abdias do Nascimento é a sua irredutível consciência racial. Por outras palavras: trata-
se de um negro que se apresenta como tal, que não se envergonha de sê-lo e que esfrega a cor na cara de todo o 
mundo. 
Abdias - [...] Pra mim não tem essa diferença. Pra mim a poesia tá na peça, como a peça tá na poesia, não há essa 
diferença. Essa é uma divisão arbitrária, porque não há diferença. A poesia é uma coisa que independe de estar 
formulada de maneira poética como é convencionada, a poesia está dentro do pensamento, da prática, da maneira de 
expor. Isso independe... Tanto faz a forma poética que se chama teatro, a dramaturgia, como também na poesia poesia. 
É tudo a mesma coisa. 
Narrador - Aí está "Sortilégio", o seu mistério, que vive, justamente, do seu dilaceramento de negro. Eu já imagino o que 
vão dizer três ou quatro críticos da nova geração: – que o problema não existe no Brasil. Mas existe. 
Abdias - [...] Quando a Abolição da escravatura em 1888 e a Constituição da República em 1889 asseguraram 
teoricamente que o ex-escravo é um cidadão brasileiro com todos os direitos, um cidadão igual ao cidadão branco, mas, 
na prática, fabrica um cidadão de segunda classe já que não forneceu ao negro os instrumentos e meios de usar as 
franquias legais – atingem profundamente sua condição de homem e plantam nele o germe da revolta. As oligarquias 
republicanas, responsáveis por essa abolição de fachada (grifo meu), atiraram os quase cinquenta por cento da 
população do país – os escravos e seus descendentes – à morte lenta da história, dos guetos, do mocambo, da favela, 
do analfabetismo, da doença, do crime, prostituição. Narrador – Diga-se a verdade total: não são novos, nem velhos. 
São burros. Tanto faz, que tenham 15 ou 80 anos. A burrice os isenta do tempo. Vão se atirar contra "Sortilégio". Mas 
nada impedirá que o mistério negro entre para a escassa história do drama brasileiro. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Música 
 
Narrador - Com texto de Abdias do Nascimento, fundador e diretor do Teatro Experimental do Negro, a montagem 
de Sortilégio, encenada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com artistas de renome e sucesso de público, 
coroa o investimento do conjunto na criação de uma dramaturgia própria, que valorize os temas ligados à cultura 
negra, sem perder de vista o objetivo artístico. 
Narrador - O texto é uma fábula moral, que cria uma metáfora da situação do negro no Brasil. Emanuel, advogado 
negro, rejeita sua própria cultura e sua religião por desejo de ascensão social. Apesar de amar a negra Ifigênia, 
casa-se com uma mulher branca, Margarida. A esposa trai Emanuel que, humilhado, acaba por matá-la. 
Perseguido pela polícia, busca refúgio num terreiro, onde é assassinado por Ifigênia, a antiga paixão. 
 Abdias - Eu com meu amigo Sebastião Rodrigues Alves fomos num bar onde não podiam dançar negros. E o 
Rodrigues Alves, então, estava armado e bem armado, apontou para a orquestra e para o gerente do Danúbio 
Azul, como se chamava... Fez a orquestra tocar, e eu dancei, ele apontando o revólver. Essa história foi a mais 
fantástica, porque nós fizemos isso, a música tocou, dancei e depois nós saímos, assim... Não demos as costas 
para eles. Nós saímos assim, andando para trás para poder pegar um táxi se eles nos atacassem e fugimos (...) 
Parecia uma cena de faroeste. O Rodrigues Alves com dois revolveres, um apontando para a orquestra e o outro 
numa direção completamente diferente, para o pessoal lá, para a gerente do bar. E eu dançando e as mulheres 
louras amedrontadas... É uma história que eu esqueço de contar, porque parece muito fanfarrona. 
 Narrador - De ex-presidiário a personalidade do mundo teatral carioca. Esta é a trajetória realizada por 
Nascimento em pouco mais de dois anos. O mesmo homem que, com 29 anos, estava encarcerado no presídio do 
Carandiru, condenado por supostos crimes cometidos durante sua passagem pelo Exército (1930-1936), em 1946 
é tido com personalidade respeitada no mundo artístico, intelectual e político da capital do país aquela época. É 
possível constatar esse fato pela leitura de um artigo de sua autoria publicado na revista “Vamos Ler” em outubro 
do referido ano. O TEN foi muito mais do que um grupo teatral composto só por negros. Além da parte artística –
 com várias peças centradas na temática racial –,organizou concursos de beleza e artes plásticas, promoveu 
intensa atuação político-social através de convenções, conferências, congressos, seminários, cursos de 
alfabetização e iniciação artístico cultural para negros, editou um jornal intitulado Quilombo e alguns livros. 
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 Abdias - O racismo no Brasil se caracteriza pela 
covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa 
nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas 
isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, 
para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao 
olhar mais casual e superficial. 
Narrador - O ativista do movimento negro Abdias 
Nascimento morreu na noite de segunda-feira de 23 de 
maio de 2011. 
Mas a sualuta 
fica 
a sua história 
fica 
a sua fé 
fica 
e todos devemos ser abdias. 
Um Abdias, Mil Abdias 
Todos - Um abdias, Mil abdias 
Até que a cor seja apenas para colorir e não para 
separar! 
Axe 
Axe 
Axe 
Axé Abdias 
 
Entra música 
 
FIM 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Percursionistas 
 Jô Ventura e Ana Daniela 
Ensaio Geral- Aula Aberta de AC 
Ensaio 
de Elenco 
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ARTES 
 
 
 
 
Protótipo do 
figurino 
Palheta de cores inspirada 
na obra plástica de Abdias, 
dentro da concepção da 
Figurinista Márcia Valéria 
 
 
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Gabriela Salgado, Maru e acima Renata Lourdes (in Memoriam) 
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Elenco Axé, Abdias! 
Direção de Ribamar Ribeiro 
Cenário de Rafael Balthazar 
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ARTES 
 
Ano 2015 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Formação inicial/2015 
Fevereiro 
 
ARTES CÊNICAS 
Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
Local: Sul América 
 PAUTA 
Coffee-Break 
Abertura 
Palestras: 
Tema: A Pedagogia do Teatro 
 O Teatro na Educação 
 Imaginário, Drama, Teatralidade 
 Palestrantes: 
Sueli Thomaz e Heloise B. Vidor 
Comunicações: 
Chay Torres- O aluno-Ator 
Silvia Werneck- Processo Colaborativo 
 
Espetáculo-Aula: Axé, Abdias! 
Apresentação: 
Cia de ArtEducação Viva! Professores de 
Artes da SME 
Direção Teatral: Ribamar Ribeiro 
Figurino: Marcia Valéria 
Maquiagem: Getulio Nascimento 
Percussionista: Jô Ventura 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: 
Imaginário e Teatro-Educação 
Drª. PhD. Sueli Barbosa Thomaz 
 
 
 O objetivo dessa palestra é apresentar como, através do teatro-educação, é possível a apreensão do 
imaginário dos alunos, utilizando as orientações metodológicas de Jean Pierre Ryngaert jogos dramáticos, sob a 
guarda epistemológica da Antropologia do Imaginário de Gilbert Durand. Propusemos as cenas sem abandonar as 
práticas necessárias para a formação do ator, como a utilização do espaço cênico, o conhecimento, o domínio do 
corpo, a relação com o outro, com os objetos, o uso da voz, dos gestos e o fazer-se ver e ouvir orientados pela 
tipologia das práticas de Ryngaert. O mote desencadeador do processo foi a história do bairro. 
 
Consideramos que os causos que permanecem na memória das pessoas, representam imagens-
lembranças, que emergiram através das práticas dos jogos dramáticos que constituem o imaginário do grupo, 
permitindo ao grupo de alunos ressignificar sua existência, através das cenas criadas e representadas. Indo além 
de uma temporalidade linear e racional, os jogadores deixaram emergir imagens, próprias da memória coletiva e 
que nos dias de hoje estão presentes na vida cotidiana do grupo. 
 
Passado, presente e futuro se misturaram, como se misturaram corpo físico e social, numa luta contra a 
morte em favor da vida, em que os gestos ossificados acabaram por elucidar um estado, um problema do espírito. 
Embora com medo da morte, vivendo no dia a dia do terror, lutando sem conseguir vencer o mal, 
ameaçados, encurralados e perdidos, os jogadores revelaram-se como mediadores da situação, na busca de 
alternativas que permitam que a vida seja vivida. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Texto apresentado no Abrace/2013 
 Prof.ª Silvia Werneck 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A abertura da escola para o ensino do teatro tem um percurso relativamente recente, e coincide com as 
transformações educacionais que caracterizam o século XX em várias partes do mundo. A mudança radical que 
deslocou o foco de atenção da educação tradicional, centrado apenas na transmissão de conteúdos, para o processo 
de aprendizagem do aluno também ocorreu no âmbito do ensino do teatro. 
O teatro é importante para a educação porque ele trabalha com atitudes instintivas e impulsivas, com a 
criatividade e o relacionamento com o mundo exterior, e isso é a raiz de toda a atividade educacional. 
 O ensino das Artes, mais especificamente o Teatro, precisa torna-se mais acessível e democrático. 
Não podemos deixá-lo restrito apenas a uma educação elitista e burguesa. Ainda contamos com um número reduzido 
de profissionais capacitados nessa área e muitas são as escolas que não possuem nenhuma modalidade de artes 
(artes visuais, teatro, dança ou música) e as que possuem corpo docente não atendem toda a demanda de turmas 
que a escola possui. De acordo com Brecht: 
 É uma opinião antiga e fundamental que uma obra de arte deve influenciar todas as pessoas, 
independentemente da idade, status ou educação [...] todas as pessoas podem entender e sentir prazer 
com uma obra de arte porque todas têm algo de artístico dentro de si [...] existem muitos artistas 
dispostos a não fazer arte apenas para um pequeno círculo de iniciados, que querem criar para o povo. 
Isso soa democrático, mas na minha opinião não é democrático. Democrático é transformar o pequeno 
círculo de iniciados em um grande círculo de iniciados. Pois a arte necessita de conhecimento. A 
observação da arte só poderá levar a um prazer verdadeiro se houver uma arte da observação. 
(KOUDELA, 2011, p18) 
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ARTES 
 
 
 
 
 
A opinião de Brecht sobre a democratização das Artes ainda é extremamente relevante nos dias de hoje. Pouco mudou: As 
artes são feitas por um grupo seleto e para um grupo seleto. Quem a faz e a consume fica restrito a uma pequena camada 
da sociedade, a dita privilegiada. 
 
O TEATRO COLABORATIVO NA SALA DE AULA 
 Além da falta de um quantitativo expressivo para mudar esse quadro e tornar o ensino do Teatro mais 
acessível, temos ainda outro agravante. Precisamos pensar na pedagogia desse teatro que é aplicado em sala de aula. 
 O que vemos atualmente ainda é o teatro na escola condicionado para uma única finalidade, as 
apresentações. Essa não é a sua única função: em que os alunos apresentam uma peça previamente ensaiada para os 
pais e Professores. Dessa maneira, esquecemos e atropelamos um dos pontos mais importantes nesse fazer, que é o 
processo. O produto final não pode ser mais importante do que o que se vivencia na sala de aula, durante todo o ano 
letivo. 
 Nós, Professores, precisamos estar atentos às mudanças que vêm surgindo. Nos novos conceitos que 
estão do lado de fora dos muros das escolas. Afinal o teatro na escola não pode ficar apenas na mimese, na imitação e na 
representação de algo que tende a não se tornar orgânico. O que acontece no teatro profissional precisa ser levado em 
consideração pelo Professorde teatro também. É fundamental estar aberto para essas mudanças que vêm acontecendo e 
apresentá-las em sala de aula. 
 A realidade do novo teatro começa com o desaparecimento do triângulo drama/ação/imitação. E a 
montagem do espetáculo não é mais o objetivo principal. É preciso inserir os alunos/atores em um processo de criação. E o 
teatro colaborativo nos abre esse caminho: 
Tal dinâmica, se fôssemos defini-la sucintamente, constitui-se em uma metodologia de criação em que 
todos os integrantes, a partir de suas funções artísticas específicas, têm igual espaço propositivo, 
trabalhando sem hierarquias – ou com hierarquias móveis, a depender do momento do processo – e 
produzindo uma obra cuja autoria é compartilhada por todos.(ARAÚJO,2002, p.127) 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 Devemos levar para a sala de aula um trabalho que de fato traga investigações produzidas pelo grupo e 
não apenas resoluções já prontas e concluídas pelo Professor. Assim, o trabalho se tornará mais rico, pois será a 
realidade deles discutida no palco, criando assim uma colcha de retalhos. 
 O conceito criado por Brecht em 1920, acerca da peça didática, é a raiz do teatro colaborativo. Na peça 
didática quem aprende é quem joga e participa. Brecht torna-se assim um grande estimulador do teatro pós-dramático. 
 
 Nas demonstrações públicas com a peça didática, Brecht não está preocupado com o 
espetáculo teatral, com a comunicação entre palco e plateia. “A peça didática ensina quando 
nela atuamos. Em principio não há necessidade de plateia, embora ela possa ser utilizada.” 
(Brecht, in Koudela, 1991, p.40). 
 
Segundo nos traz Lehmann nas suas definições do pós-dramático é através da vivência da cena que o artista terá 
autonomia para criar e poderá se desprender dos grilhões que o texto dramático possuiu. Na linguagem cênica 
contemporânea, o texto passa para uma função secundária, tornando-se apenas material de composição. Vejamos: 
 
No teatro pós-dramático, o que se observa é “mais presença que representação, mais experiência 
partilhada do que experiência transmitida, mais processo do que resultado, mais manifestação do 
que significação, mais impulsão de energia do que informação”. 
 (PUPO, 2010, p.224) 
 
 
 A ideia é trabalhar a autonomia e criatividade desse aluno liberando todo o seu potencial. A 
vida dele fornece um material rico como recurso, que pode e deve ser investigado. É a experiência do aluno que vai levá-
lo a um crescimento, modificando, assim, o meio e o meio o modificando. Tanto recursos internos, emocionais, como 
recursos externos que surgirão da interação entre os alunos, do espaço e das circunstâncias que irão surgir. Através de 
texto, imagens, músicas, jogos ele se colocará e se tornará protagonista de sua própria história. 
 Em seu livro “Teatro do oprimido e outras poéticas políticas”, Boal nos diz que o dever do artista não é o 
de mostrar como são as coisas verdadeiras e, sim, o de mostrar como verdadeiramente são as coisas. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 Nosso aluno será esse artista capaz de mostrar o que de fato o atinge, o provoca e o torna parte importante 
dessa sociedade. Boal ainda faz dois questionamentos: “Como fazê-lo?” “E para quem fazê-lo?” E deixa a cargo de Brecht a 
explicação: 
 Nós, filhos de uma época cientifica, temos que assumir uma posição critica diante do mundo. Diante de 
um rio, nossa atitude crítica consiste no seu aproveitamento; diante de uma árvore frutífera, em enxertá-la; diante 
do movimento, nossa atitude crítica consiste em construir veículos e aviões; diante da sociedade, em fazer a 
revolução. Nossas representações da vida social devem estar destinadas aos técnicos fluviais, aos cuidadores das 
arvores, aos construtores de veículos e aos revolucionários. Nós os convidamos para que venham aos nossos 
teatros e lhes pedimos que não se esqueçam de suas ocupações (alegres ocupações), para que nos seja possível 
entregar o mundo e nossa visão do mundo às suas mentes e aos seus corações, para que eles modifiquem o 
mundo ao seu critério. (BOAL, 2012, p.170) 
 
Vejamos: 
 
No processo de Teatro Colaborativo, nosso aluno terá de se confrontar, a todo o momento, objetivamente ou 
subjetivamente, com essas questões: “Como eu me movimento? Quais são meus códigos? O que é cultura? Nos ombros de 
quem estamos apoiados?”, para que se construa algo com identidade, algo que faça parte da realidade em que vivem. É um 
olhar para dentro de si, para o próprio umbigo. 
Afinal, ele não apenas criará o texto a ser encenado, mas participará de todas as etapas de criação de um 
espetáculo. Será um teatro de dramaturgia coletiva, de encenação coletiva, de criação de cenário, luz e figurinos realizada, 
conjuntamente, por todos os integrantes do grupo. 
 
A história não é preestabelecida pelos atores no inicio; é, ao contrário, descoberta pelo grupo através dos 
ensaios. No colaborativo, o foco de criação não está em ideias preconcebidas ou em uma dramaturgia escrita já 
existente, mas na criação, por parte do grupo de atores, de um espetáculo a partir de suas próprias experiências. 
O processo colaborativo é relativo a criar um espetáculo através de improvisação, desconsiderando a tradição de 
supremacia do texto e a de narrativa linear de causa e efeito. (DUNDJEROVICÉ, 2007, p.155) 
 
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ARTES 
 
 No processo colaborativo, a autoria é compartilhada por todos. Apesar disso, a figura do 
Professor continua a ser fundamental e importante em todo o processo. Ele assumirá várias funções, como a de encenador e 
dramaturgo. E seu trabalho terá ainda importância maior, porque o material com o qual irá trabalhar é muito mais rico e 
desafiador do que um texto ou situações que não fazem parte do contexto social dos envolvidos. É ele quem tem condições 
de perceber falhas e lacunas, e redimi-las. No processo colaborativo, o Professor é um dos principais responsáveis pela 
seleção do material. 
 Num processo de criação partilhada não há muito espaço para “minha cena”, “meu texto”, “minha ideia”. Tudo é 
jogado numa arena comum e examinado, confrontado e debatido até o estabelecimento de um “acordo” entre os criadores. É 
claro que esse acordo não significa reduzir a criação ao senso comum, nem transformar o vigor da criação artística num 
acordo de cavalheiros. É um acordo tenso, precário, sujeito, muitas vezes, a constantes reavaliações durante o percurso. 
Confrontação (de ideias e material criativo) e acordo são pedras angulares no processo colaborativo. (ABREU, 2004, p.3) 
 
 
 
 Fazer teatro colaborativo é um risco. E ainda mais em uma escola pública, onde sabemos de seus limites e precariedades. 
Mas ao mesmo tempo é nessa atmosfera de riscos, limites e precariedades que vemos brotar algo novo, criativo e que chega 
a dialogar com o próximo. Bogart em seu livro, “A preparação do Diretor”, aborda a questão da criação no limite e na corda 
bamba e da necessidade da violência no ato criativo. 
 
 Articular-se diante das limitações: é aí que a violência se instala. Esse ato de violência necessária, que de inicio 
parece limitar a liberdade e diminuir as opções, por sua vez traz muitas alternativas e exige do ator uma noção de 
liberdade mais profunda. (BOGART, 2011, P.53) 
 
 A ideia de um teatro colaborativo levado para a sala de aula de uma escola pública é essa: 
aceitar o risco e trabalhar sempre sobre limite, sobre pressão. Pressão de acertar, pressão do tempo que está se esgotando, 
pressão do seu enquadramento diante do espaço que irá acontecer a apresentação, pressão da falta de um espaço para a 
apresentação... É trabalhar. É aventurar-se. Afinal, ter segurança e se sentir seguro não desperta as reais emoções de que 
tanto necessitamos para criar. 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
 No processo criativo não cabe ao Professor/diretor interferir no momento de criação dos alunos e lhes 
entregar o fruto sem que antes eles saibam como plantá-lo. Nossa função é criar possibilidades e circunstâncias para que 
os alunos desenvolvam. 
 O Professor/Diretor deve evitar a ansiedade e deixar que o aluno lhe traga o material para que ele possa 
trabalhar. Dar tempo e espaço para a livre criação. Planejar de antemão a aula/ensaio que vai ser dada é importante.Mas 
não se pode querer prever tudo. Ter a percepção de deixar o imprevisível chegar e tomar conta faz parte de um processo 
criativo mais rico. 
 Nessa perspectiva, é possível pensar no ensino critico do teatro, que deve estar centrado na cultura 
popular e desenvolver estratégias curriculares baseadas na formação da subjetividade do estudante, a fim de recuperar a 
sua história, formando cidadãos críticos e aptos para tomar decisões diante de problemas diários. 
 A prática pedagógica do ensino do teatro deve oferecer uma visão critica. Ele deve ter sua própria opinião e 
a partir de novas informações, formular sua própria ideia. Quem tem a oportunidade de fazer teatro aprimora sua visão do 
meio e de como lidar com o próximo. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Precisamos pensar no campo das possibilidades, estamos fazendo teatro na sala de aula, em uma rede 
pública de ensino. Por isso acredito no teatro colaborativo: Trabalharemos com esse arsenal que permeia a vida desse 
aluno, quebrando com essa falta de identidade, de liberdade de expressão e dependência cultural. 
 
 O teatro na escola é acima de tudo um instrumento de aprendizagem. Como se pode perceber dentro deste 
estudo, esse tipo de técnica difere do teatro dramático, ao qual estamos acostumados, pois não tem, obrigatoriamente, 
objetivo de promover espetáculo, nem tão pouco formar artistas. O trabalho cênico deve consistir em fazer com que o 
aluno saiba resolver conflitos relacionados ao ambiente escolar e ao social. Dessa maneira, temos no teatro colaborativo 
uma pedagogia teatral mais rica: 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 Enquanto o teatro dramático tem como modelo a criação de uma ilusão, a representação de um “cosmos 
fictício”, o teatro pós-dramático se insere numa dinâmica de transgressão dos gêneros e abre perspectivas para 
além do drama. Ao invés de se traduzir em ação, ele se situa sobretudo na esfera da situação. 
(GUINSBURG; FERNANDES,2010.p 223) 
 
No dinamismo da experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, o aluno poderá 
transitar livremente por todas as emergências internas, integrando imaginação, percepção, emoção, intuição, memória e 
raciocínio. 
A ideia tradicional sobre a inteligência está mudando e rápido. Em nosso sistema educacional, a maior ênfase ainda 
incide sobre a aprendizagem da informação dos fatos. E a aprovação ou reprovação em qualquer exame depende do 
domínio ou da memorização de fragmentos de matérias. Mas essa capacidade para repetir fragmentos de informação que 
tanto valorizamos pode ter muito pouca relação com um ser humano bem-sucedido dos novos tempos. 
 E é ai que o teatro se torna uma valiosa ferramenta de trabalho. O teatro em sala de aula reforça o currículo e 
melhora a capacidade dos jovens para a criatividade. 
•ARAÚJO, Antonio. A gênese da Vertigem: O processo de 
criação de ‘O Paraíso Perdido’: O processo colaborativo no 
teatro da vertigem. São Paulo: USP, 2002. 
•DUNDJEROVIC, Sasha A. The Theatricality of Robert 
Lepage: Lepage’s style: transformative mise-en-scène”. 
Tradução de Felipe Mitsuo Matsuo. Montreal: McGill-Queen’s 
University Press, 2007. 
•FERNANDES, Sílvia. Teatralidades Contemporâneas. São 
Paulo: Perspectiva, 2010. 
•GUINSBURG, J e Fernandes, Sílvia. (org.). 
O Pós – Dramático. São Paulo: Perspectiva, 2010. 
•LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós – dramático. São 
Paulo: Cosac Naify, 2007. 
•ABREU, Luis Alberto. Processo Colaborativo: Relato 
e Reflexões sobre uma experiência de criação. 
Cadernos da ELT, Santo André, número 2, 2004. 
•KOUDELA, Ingrid Dormien. Brecht na pós- 
modernidade. São Paulo: Editora perspectiva, 2001. 
•BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras 
poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização 
brasileira, 2012. 
•BRECHT, Bertolt. Estudos sobre teatro. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1978. 
REFERENCIAL TEÓRICO 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Programa de Pós-Graduação em 
 Ensino de Artes Cênicas 
 PPGEAC/ UNIRIO 
Mestranda: Chayene Torres de Souza 
Orientadora: Mona Magalhães 
 
A PRÁTICA DE MONTAGEM “CENAS DE 
ROMEU E JULIETA”. UMA EXPERIÊNCIA 
 NA PREPARAÇÃO DO ALUNO-ATOR DA REDE 
PÚBLICA DE ENSINO 
 
Profª Chay Torres 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 Resumo 
 
 Esta pesquisa parte da minha experiência de 17 anos de ensino na dança, música e teatro em ONGs e na 
escola pública do Rio de Janeiro. Reflito sobre a metodologia estabelecida por mim, apoiada nos pensamentos de Viola 
Spolin, Peter Slade, Peter Brook, Anne Bogart e Tsunessaburo Makiguti, na qual abordo questões sobre a preparação do 
aluno-ator para a encenação teatral em duas fases: durante o período escolar e durante o ano da montagem “Cenas de 
Romeu e Julieta” apresentada nos jardins do Museu Chácara do Céu em Santa Teresa com crianças do 5.º Ano do Ensino 
Fundamental I da EM Machado de Assis, em 2012. Institui-se uma preparação criativa em prol do coletivo, que preserva e 
protege o artista que toda criança possui, entre desafios, desvios e possibilidades do artista docente na prática pedagógica do 
teatro na escola, entrelaçando-se e dialogando constantemente com o aluno e sua realidade. Palavras-chave: processo e 
produto artístico, vivência, potencial criativo, possibilidade, pedagogia teatral. 
 Abstract 
 
 The point of departure of this research is the author’s 17 years of experience teaching dance, music and theater 
in NGOs and public schools in Rio de Janeiro. Reflections are elaborated on the methodology developed by the author, based 
on concepts by Viola Spolin, Peter Slade, Peter Brook, Anne Bogart and Tsunesaburo Makiguchi, and wherein issues are 
approached regarding the preparation of student-actors for thespian performance, encompassing two phases: over the school 
year, and during the staging of “Scenes from Romeo and Juliet”, presented in the Chácara do Céu Museum gardens in Santa 
Teresa, Rio de Janeiro, with 5th grade students of the Machado de Assis Municipal School, in 2012. Creative preparation 
focused on the collectivity, preserving and protecting the inner artist every child has, overcoming challenges, discrepancies 
and deviations, and enhancing the possibilities available for the grade school art teacher in theater educational practice, 
building an ongoing dialogue with the students and their reality. Keywords: artistic process and product, experience, creative 
potential, possibiliy, theatre pedagogy. 
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ARTES 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 A presente pesquisa nasceu do olhar à criança oriunda das camadas populares e seu aprendizado artístico. 
Essa criança que traz pra dentro da sala seu corpo, suas emoções, interesses, habilidades, crenças, agressividades, 
carências, seu potencial, sua história, seu histórico e a capacidade de transformação positiva manifestadas no 
comportamento e nas relações a partir da vivência artística. O inicio se deu em projetos sociais nas linguagens da dança e 
música, posteriormente, com artes cênicas em escolas e Núcleos da Extensividade – SME. Independente da instituição, o 
público era o mesmo: a criança da favela em situações de vida similares. Nos projetos variados de que participei, a mostra de 
“resultados” se dava por meio de apresentações coreográficas, curtas-metragens e espetáculos. A feliz vivência com a 
realização desses produtos artísticos, levou-me a refletir sobre a qualidade e o compromisso no processo. Na experiência da 
prática de montagem realizada em 2012 de “Cenas de Romeu e Julieta” apresentada nos jardins do Museu Chácara do Céu 
em Santa Teresa, comcrianças do 5.º Ano do Ensino Fundamental I da EM Machado de Assis, abordo questões da 
preparação do aluno-ator para a encenação teatral em duas fases: Durante os anos anteriores na escola, da Educação 
Infantil ao 4.º Ano e durante o ano da montagem, com o 5.º Ano. 
 
No capítulo 1 – O TEATRO NA ESCOLA: A ESCOLHA DE CAMINHOS, DESVIOS E POSSIBILIDADES – compartilho 
experiências e desafios dos caminhos que percorri como artista docente antes de chegar à escola pública. Reflito em seguida 
a prática do ensino de Teatro na escola, suas contradições, a ponte entre escola, aluno e família e a dicotomia entre processo 
e produto artístico, aproveitando a existência das turmas em exercício por meio de outras linguagens artísticas. No processo 
artístico-pedagógico da Educação Infantil ao 4.º Ano o Ensino Fundamental I, proponho a criação de novos jogos, introdução 
à história do teatro, a contação de história, apresentação de repertório musical brasileiro, aulas de canto popular, dança, 
leitura dramatizada e a construção de instrumentos musicais com sucatas para a sonoplastia de cenas e histórias. Os 
conteúdos trabalhados no processo partem dos eixos: 
 
A Escuta, O Corpo e O Jogo. 
 
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 Utilizo, como base, o jogo dramático e teatral proposto por Peter Slade e Viola Spolin, na qual jogar é 
mais do que preparar ludicamente a criança à linguagem teatral. Por meio do jogo, se driblam dificuldades como espaço 
inadequado e a tendência ao automatismo do ensino, proporcionando o exercício da criatividade no cotidiano, junto ao 
aluno. O respeito, o valor à coletividade, a afetividade e a noção de regra estão presentes nestas propostas. 
A Escuta: Confecção de Instrumentos de sucata. O tocar 
das chaves entre si produz um som mágico, ligado ao 
divino (Fonte: Arquivo Pessoal) 
Aula-ensaio de artes cênicas em 
sala 
Fonte: Arquivo Pessoal 
Aula de artes cênicas no jardim do Museu Chácara 
do Céu - Santa Teresa (Arquivo Pessoal) 
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ARTES 
 
 
 
 
 
No capítulo 2 – A ENCENAÇÃO – abordo a experiência do processo de preparação e da prática de montagem 
com os alunos-atores do 5.º Ano do Ensino Fundamental I, em que mantive os eixos norteadores da metodologia 
dos anos anteriores. A proposta dessa Encenação partiu dos próprios alunos, assim como a escolha pelo espaço do 
jardim para a representação, revelando o desejo de romper com as paredes e limites físicos da escola. A 
possibilidade da mobilidade do espaço tradicional e fechado para um espaço ao ar livre encantou e motivou os 
alunos-atores e a turma foi unânime na escolha. Nessa experiência, a prática de montagem é parte do jogo e não 
um objetivo final da aula de Teatro como propõe o ensino tradicional. Conto com a inspiração dos pensamentos dos 
diretores teatrais Anne Bogart e Peter Brook. A visão de Bogart sobre o processo criativo para a encenação e a 
capacidade de transformar dificuldades em aliados criativos, vão de encontro ao que vivenciamos na Rede Pública 
de Ensino. “Não podemos criar resultados; só podemos criar condições para algo acontecer” (BOGART, 2011, p. 
125). E, na busca de algo acontecer, faz-se o desafio numa proposta de encenação com crianças, que mantenha a 
leveza do brincar, como diz Brook, num teatro que todos os dias se destrói, se constrói, sem preconceitos e sem 
receitas prontas. E se teatro é brincadeira, a possibilidade do produto em processo se torna parte do ensino da 
linguagem teatral, na qual se esboça o sentido de todo o trabalho realizado, anteriormente, rumo à magia da 
encenação. Essa possibilidade permite a vivência de um momento singular tanto para o Professor, quanto para os 
alunos envolvidos. Tratando-se de crianças em cena, brincar de fazer teatro não seria o “pedagogicamente 
correto”? Nesse pensamento, proponho que se mantenha a magia e a leveza do brincar no fazer teatral, 
conquistados no processo dos anos anteriores, para o ano específico da montagem. A palavra “estreia” pode 
transformar a delicadeza do processo em estresse no processo. 
Com essa preocupação, escolhi apresentar “Cenas” de Romeu e Julieta, isto é, o que realmente pudesse ser 
apresentado sem a obrigação com a obra completa, e as cenas, levantadas em unidades autônomas, um recurso. 
Apesar de a preparação artística do aluno-ator dessa montagem ter sido exercitada em técnicas específicas 
corporais, vocais e jogos, o prazer do encontro se construiu nas relações afetivas do dia a dia no antes e durante as 
aulas ensaio. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
Ensaio de "Cenas de Romeu e Julieta" no 
refeitório da escola (Fonte: Arquivo Pessoal) 
Cenas de Romeu e Julieta" 
no Teatro Ziembinski (Fonte: Arquivo Pessoal) 
Abordo, também, neste capítulo, a participação, em meio ao processo da montagem, no evento 
“Conexão das Artes”, coordenado por Lêda Aristides no Teatro Ziembinski. Uma ação que provocou uma 
experiência única, particular e extremamente positiva para a turma antes da estréia no jardim do Museu 
Chácara do Céu. Foi ampliado o vocabulário teatral, a noção do teatro como possibilidade de profissão, a 
vivência e o contato com a caixa cênica, o olhar crítico e o compartilhar de processos artísticos com outros 
estudantes de Artes Cênicas. 
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ARTES 
 
 
 
 
 
Refletir e compartilhar desafios, desvios e possibilidades do artista docente em prática pedagógica do teatro na 
escola e a relação com o aluno e sua realidade se entrelaçam e dialogam no próprio fazer teatral. Todas as crianças são 
artistas criativos (SLADE, 1978, p.35). A presença das artes cênicas na educação para criança é também, a de preservar e 
proteger o artista que todos possuem. O teatro na escola pode fazer emergir nessa criança o seu melhor. O Professor 
pedagogo deve ter em mente quais valores deseja despertar em seus alunos. Todos possuem. O teatro está na escola 
para ajudar nos conteúdos escolares ou para manifestar modos de “ser” e “estar” no lugar em que vivemos? Tratando-se 
de crianças em cena, seria possível brincar de fazer teatro? É possível ser artista na escola? Quais recursos podem ser 
utilizados para despertar a escuta de uma criança que vive a cultura do alto volume, que não foi educada e nem 
sensibilizada a ouvir? A preparação do aluno-ator para a prática de montagem na escola do Ensino Fundamental I, 
diferente do “Teatrinho”, expressão abordada e compreendida pela escola tradicional, pode ser iniciada na Educação 
Infantil ou nos primeiros anos do Ensino Fundamental. É a preparação criativa em prol do coletivo, visando a um processo 
afetuoso entre Professor e aluno, a formação de uma plateia de teatro, o contato com obras teatrais, a consciência do 
corpo cênico e a vivência da encenação. Um processo que desperte o senso de responsabilidade com o trabalho de 
equipe e a noção da importância de cada um para o acontecimento teatral. 
Não existem atalhos para este trabalho, nem regras difíceis 
ou fáceis. Cada criança é diferente e cada Professor aprende a 
lidar com o assunto à sua própria maneira. Antes de começar, 
devemos amar a criança, amar o trabalho e saber por que o 
estamos fazendo. Se não conseguimos amar a todos os momentos, 
por causa do cansaço, então temos que desenvolver um senso de 
justiça elementar para com a criança. Junto com a criança, 
constrói-se uma sabedoria e vivencia-se uma partilha emocional. E 
disso cresce o indefinível conhecimento da vida que constitui para 
a criança uma educação no mais completo sentido da palavra. 
(SLADE, 1978, p.95) 
Encenação
-Jardim 
Arena 
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2009 / 2016 
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Música e Histórias Infantis: engajamento da 
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Bibliografia: 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Espetáculo-aula de 2015 
HOJE TEM 
ESPETÁCULO??? 
Tem, sim senhor!!! 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
Teatro Gonzaguinha – dia 26 de novembro de 2015 
1ª sessão - 15h - UE/CRE/CED/GAB 
2ª sessão -19h - Aunos do PEJA e convidados 
Direção: de Ribamar Ribeiro 
Figurino de Márcia Valeria 
Cenário de Rafael Balthazar 
Maquiagem de Getulio Nascimento 
Preparação de Voz de Juliana Santos 
Preparação de Elenco de Renato Neves 
A Cia Viva de Teatro! 
Convida para a Apresentação do Espetáculo-Aula 
Elenco: Professores de Artes Cênicas 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 Em 2012, no Foyer do Teatro 
Carlos Gomes, Dionisios nos 
inspira com as Vedetes da foto! 
Oficina de Maquiagem 
A Pesquisa 
Em 2015 a inspiração 
se transforma em 
Espetáculo-Aula! 
 
 
 
 
 Oficina 
 de 
 Visagismo 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
DOCENTES-ARTISTAS PARTICIPANTES 
Cia Viva de Teatro! 
Espetáculo-Aula “Rio em Revista” 
Uma homenagem aos 450 anos 
da Cidade do Rio de Janeiro e ao Teatro de Revista 
Nº NOME DO 
PROFESSOR (A) 
ESCOLA 
 
01 Ana Daniela S. Rufino 
 participação especial 
(Profª de Música) 
E.M. Gastão Rangel 
02 Celia Damiana Teixeira 
da Cruz 
E.M. José de Alencar 
03 Elisabeth Correa NA Copacabana 
04 Flavia B. Pedrosa 
Pereira 
NA Avd os Desfiles 
E.M. Orlando Villas Boas 
05 GleisseOliveira E.M. VirgilioFrancisco M. 
06 Gabriela Salgado E/SUBE/CED-CT 
07 Larissa T.S Barbosa E.M. Pastor Miranda Pinto 
08 LêdaAristides E/SUBE/CED-CT 
09 MarciaIzidoroda Silva E.M. Leônidas S. Porto 
10 Maria Alice Goulart de Oliveira E.M. Alencastro 
Guimarães 
11 Maria Cecilia Tavares SME/IHA 
12 MaruanaCamargo Mattar E.M. AlvaroAlberto 
13 PatriciaM. Viana Faria E.M. Francisco de Castro 
Fr RennataLillyaFeitosa de Souza E.M. Dyla S. de Sá 
15 Renata Lourdes de Souza E.M. PrefeitoFiladelfo 
16 RonilsonSilva Pires EMLuisde Camões 
17 Sandra Avelino Ferreira E.M. Min. Edgar Romero 
18 Silvia M. Werneck E.M. AlbaCanizaresdo 
Nascimento 
19 Tania Maria de Queiroz 
Participaçãoespecial - 
Profª Aposentada 
NA Copacabana 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
III- BANCO 
DE 
IDEIAS 
h
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ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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131 
CÊNICAS 
ARTES 
 Fazer Ver e Discutir Teatro 
 RELATO DE AULA 
 
 
 
 
CONFAEB 
Comunicações 
T 
 
x 
T 
o
s TROCAS 
MONOGRAFIA 
T e a t r o 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 Modalidade: Resumo Expandido GT: Teatro Eixo Temático: Processos e discursos na 
Formação Inicial e Continuada de Prof de Teatro 
O ESPETÁCULO-AULA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA 
NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE ARTES CÊNICAS 
DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DO RJ. 
 
 Lêda Aristides - Secretaria Municipal de Educação – RJ – Brasil 
 Gabriela Salgado - Secretaria Municipal de Educação – RJ - Brasil 
RESUMO: 
Esta Comunicação tem por objetivo apresentar uma nova estratégia metodológica, criada a partir da demanda apresentada 
pela Formação Continuada dos Professores de Artes Cênicas da Rede Pública Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, no 
ano de 2011. 
O resultado dessa demanda pedagógica foi a criação de uma Companhia Teatral, nomeada Cia Viva de Teatro!, com 
elenco de docentes-artistas, que vem atuando nas Montagens Anuais, com Espetáculos-Aula, entre os anos letivos de 
2011 e 2015. 
Palavras-chave: Formação Continuada; Artes Cênicas; Estratégia Metodológica 
 
THE SHOW - CLASS AS A STRATEGY METHODOLOGY 
THE CONTINUING EDUCATION OF PERFORMING ARTS TEACHERS 
NETWORK OF MUNICIPAL PUBLIC EDUCATION RJ . 
ABSTRACT: 
This paper aims to present a new methodological strategy, created from the demand presented by the Continuing Education 
of Drama Teachers of Municipal Public Network of Rio de Janeiro Education, in 2011, called the show-class. 
The result of this pedagogical demand was the creation of a Theatrical Company, named Cia Viva de Teatro!, with a cast of 
teachers-artists, who has worked in the annual productions, between 2011 and 2015 school years. 
Key words: Continuing Education; Performing Arts; Methodological Strategy 
 
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• 1. Introdução 
 
 A Prefeitura do Município do Rio de Janeiro mantém um programa regular de Formação Continuada de Professores, através de 
suas Coordenações Técnicas. Em Artes Cênicas, essa formação se efetua através da busca de caminhos inovadores, por 
meio de cursos, trazendo provocações e reflexões para o cotidiano escolar, advindas do estreitamento entre a práxis da sala 
de aula e a dialética acadêmica das Universidades. 
• Uma das Ações Pedagógicas da Área de Artes Cênicas é a montagem e a apresentação do Espetáculo-Aula, realizada pela 
“Cia Viva de Teatro!”, composta por docentes-artistas: Professores Regentes de Artes Cênicas da Rede Pública Municipal de 
Ensino do Rio de Janeiro. 
• O Espetáculo-Aula utiliza a metodologia do “Teatro-Seminário”(*), uma linguagem inovadora e vanguardista desenvolvida 
pelo Diretor Teatral Ribamar Ribeiro, que se utiliza da biobibliodramaturgia de uma personalidade teatral ou busca apresentar 
um tema utilizando-se da metalinguagem teatral. 
• Esta metodologia é uma proposta que se enquadra “sob-medida” na Pedagogia do Teatro desenvolvida nas aulas de Artes 
Cênicas da Rede Pública de Ensino do Rio de Janeiro,tendo em vista o desafio de incluir as turmas regulares de 35 alunos 
ou mais no trabalho cênico, já que a estrutura da dramaturgia grega coro/corifeu é amplamente utilizada, permitindo que 
qualquer aluno, sem privilégios técnicos, possa ser um aluno-ator protagonista em determinado momento, da cena, exercendo 
a democracia do conceito pedagógico e do eixo metodológico onde o Fazer/Ver/Discutir Teatro seja um direito de qualquer 
estudante nas aulas de Artes Cênicas, em nosso Município. 
• O caminho da montagem anual do Espetáculo-Aula, pela recém-criada Cia Viva de Teatro!, formado por docentes-artistas, 
nasce no momento em que o Professor de Artes Cênicas do Rio de Janeiro inicia uma série de indagações sobre o seu papel 
em sala de aula e faz reflexões sobre sua própria Formação. A Coordenação Técnica dos Professores de Artes Cênicas 
exercitava naquele momento uma linha de trabalho visando a construção de um perfil de docente mais reflexivo. 
Paralelamente, a Academia, através da pós-graduação de novos Mestres e Doutores, publicava estudos que apontavam 
caminhos mais contemporâneos construindo uma nova Pedagogia do Teatro. 
 
 
• (*) “O Teatro-Seminário busca trazer a obra do autor ou algum tema e mesclar sua estrutura narrativa na própria encenação feita pelo Diretor. Essa forma faz com que 
a dramaturgia e a encenação sejam abertas para uma criação coletiva. Juntamente com esta estrutura existe também uma apropriação da narrativa utilizada no coro 
grego e o corifeu. Esta forma constrói o arcabouço que é a base da Técnica do Teatro-Seminário”. 
• Ribamar Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Professores de Artes Cênicas tinham acesso a essas novas questões através de bibliografia adquirida no Projeto de 
Formação Bibliográfica ou em Palestras e Cursos realizados nos Projetos de Formação Continuada, que acontecem 
anualmente. 
 
O quadro funcional de Professores de Artes Cênicas se apresentava plural: os que possuíam um processo pessoal-
profissional do Educador que utiliza a sua área de conhecimento mais centrada na formação do indivíduo, trazendo uma visão 
pedagógica mais focada no processo e os que se dividiam em docentes, mas também em artistas, ministrando aulas e 
participando de trupes teatrais em temporada, trazendo uma visão pedagógica mais focada no produto. A pergunta: “O que é 
ser um Professor de Teatro?” se instalava e inquietava. Como movimentar esse manancial de emoções e ao mesmo tempo se 
ver soterrado por questões administrativas e estruturais? Como exercer a docência da Emoção e da Arte se não se exercita 
tecnicamente as próprias emoções? 
 
A definição de docente-artista se estabelece e dá um lugar de maior pertencimento a este profissional. Docente antes 
de artista, pelo exercício da própria função, mas as duas palavras utilizadas lado a lado, ligadas por hífen e de igual peso e 
significado, na utilização da expressão verbal que se criara. 
 
Nas montagens de um Espetáculo-Aula, fala-se do Teatro, utilizando-se o próprio Teatro. É a metalinguagem a serviço 
do ofício. É ensinar Teatro utilizando-se de seus próprios conceitos pedagógicos, servindo-se do lúdico, da cena e do próprio 
ofício de ensinar. É resgatar a emoção! 
 
É ensinar-encenando Suassuna, Nelson Rodrigues, Guimarães Rosa ou Abdias do Nascimento. É falar da cidade do Rio 
de Janeiro, do Teatro de Revista e de sua história na cidade, encenando o “Rio em Revista”, numa releitura contemporânea. 
 
Enfim, a criação de espetáculos-aula é uma nova estratégia metodológica que estamos criando e pesquisando. No 
momento, levantamos mais indagações do que conclusões. Muitos embasamentos teóricos ainda terão que ser estudados. 
Muitas práticas ainda a ser construídas. Muito ainda há para se pesquisar! 
 
É um caminho que se vai fazendo!... 
 
 
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 2. Espetáculos-Aula: Processo e Produto Artístico-Pedagógico 
 
 2011 – Espetáculo-Aula "Viva Suassuna" 
 
 Processo: Trabalhos corporais, de respiração e de espaco, utilizando-se de motes e ditos populares; oficinas de 
manifestações populares: Maculelê, frevo e outros que nos possibilitaram mergulhar no universo temático de Ariano Suassuna, 
Leituras de textos dramatúrgicos e de biografia de Ariano. A partir da preparação do grupo com a imersão no universo do autor; 
inicia-se a construção do texto coletivo, o roteiro final e a montagem das cenas; as Oficinas de Maquiagem e de Figurino, 
utilizando-se também do universo da cultura popular nordestina, num trabalho de processo colaborativo. 
A Cenografia e a Trilha Sonora com pesquisa de cores e formas das Manifestações Populares e de ritmos do Nordeste, 
ficaram a cargo da Coordenação Técnica de Formação Continuada em Artes Visuais e Música, respectivamente, tendo a 
concepção e a execução dos docentes-artistas, num trabalho de integração interdisciplinar das três áreas das Artes, até 
alcançarmos o produto artístico-pedagógico final. 
A Música apresentou-se com Professores instrumentistas, ao vivo, sob a regência de um Maestro, também ocupante do 
Quadro de Professores do Município. 
 Produto Artístico-Pedagógico: Temporada de Espetáculos para os alunos do 1.º ao 9.º Ano do Ensino Fundamental, das 
Escolas Públicas Municipais de Ensino do RJ, através das 11 Coordenadorias Regionais de Educação, realizadas em Teatros 
locais, Lonas Culturais, Núcleos de Artes e Auditórios Escolares. 
 
2012 – Espetáculo-Aula "Nelson Rodrigues, Hey!" 
 Processo: Seguindo a linha pedagógica do Espetáculo-Aula do ano anterior, houve um tempo de preparação corporal e vocal, 
de leitura de alguns textos dramatúrgicos de Nelson Rodrigues, de pesquisa sobre o momento teatral, histórico-político-cultural 
do autor, o estudo de suas frases polêmicas e leituras de críticas teatrais sobre ele. A seguir, a imersão no universo 
dramatúrgico do artista e a criação, pelos docentes-artistas, de pequenas cenas, numa releitura poética, à semelhança da 
dramaturgia rodrigueana. Nas oficinas de Maquiagem e Figurino, participamos da sua concepção, com a orientação 
profissional de Maquiador Teatral e Figurinista convidados, executando algumas customizações. A Cenografia teve pesquisa e 
execução dos Professores de Artes Visuais A Sonoplastia, utilizou-se da tecnologia com pesquisa de sons urbanos e de sons 
criados por instrumentos musicais, realizadas por Professores de Música, através de Oficinas com Dinamizadores Convidados. 
 Produto Artístico-Pedagógico: Curta temporada em Teatros para jovens e adultos, alunos do PEJA, das EM de Ensino 
Público do Município do RJ e convidados. 
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2013 – Espetáculo-Aula “Viva o Guima!” 
 
Processo: A partir do Livro Primeiras Histórias de Guimarães Rosa, distribuído como Formação Bibliográfica entre os Professores 
de Artes, participantes da ação pedagógica interdisciplinar do espetáculo-aula, os docentes-artistas iniciaram o mergulho no 
universo literário roseano. 
Em Artes Cênicas, trabalhamos o Processo Colaborativo: como dramaturgos escrevendo cenas, a partir das histórias lidas, da 
representação do Rio São Francisco na vida do autor, do Guimarães poeta e do Guimarães romancista; como atores e diretores 
criando improvisos de cenas, a partir dos textos roteirizados, ficando a Concepção Cênica e o texto final do espetáculo assinados 
pelo Diretor Teatral, autor da Metodologia estudada. Foram realizadas oficinas de Visagismo, Maquiagem e Figurino, em que a 
Cia, neste momento, já passa a atuar com mais autonomia e proativamente. 
A Sonoplastia repete o formato da Orquestra, ao vivo, com os Professores de Música e o Professor-maestro, experimentando algo 
mais ousado e contemporâneo nos arranjos e na concepção musical, misturando ritmos e gêneros,passando do frevo ao rock; 
enquanto a Cenografia cria um cenário de serras e montanhas, realizada com retalhos de pano rosa. 
Produto artístico-pedagógico: Apresentações em Quadras Polivalentes para alunos do Ensino Fundamental. 
 
2014 – Espetáculo-Aula “Axé, Abdias!” 
 
Processo: Sons e ritmos marcam a concepção do Espetáculo-Aula de 2014. Envolvidos com o centenário de Abdias de 
Nascimento, no ano em curso, mergulhamos na cultura afro-brasileira, seus mistérios e encantos. Refizemos o caminho de luta de 
Abdias, suas conquistas e mostramos seus talentos como homem, diplomata, candomblecista, advogado, artista plástico, 
teatrólogo e ator. Passamos pela dramaturgia do TEN (Teatro do Negro) criado por ele para dar voz e visibilidade ao negro, nesse 
período de grandes preconceitos sociais que o negro sofria e que ainda hoje sofre. Utilizamos suas cores e formas na maquiagem 
e no figurino. Aprendemos a amarrar um turbante com toda a técnica e os códigos que eles encerram. Refizemos rituais! 
Com oficinas de dança, dançamos o jongo e recriamos coreografias próprias. Na sonoplastia, ao vivo, a partir da orientação de um 
percursionista estudioso dos ritmos afro-brasileiros, Professores de Música tocaram atabaques e utilizaram instrumentos não 
convencionais para a percussão. E na Cenografia, a escolha, sob a orientação de um cenógrafo: os Professores de Artes Visuais, 
conceberam um cenário despojado, utilizando-se de cestos, trançados e palha, em tons de terra. 
Produto artístico-pedagógico: O Espetáculo-Aula fez apresentações em espaços escolares e em alguns espaços cênicos. Foi o 
estímulo sensível na Formação Inicial dos trezentos Professores de Artes Cênicas, de nossa área, abrindo a discussão da 
Intolerância Racial, da Pedagogia do Drama e da Imaginação, aprofundado por palestrantes de universidades convidados. 
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2015 - Espetáculo-Aula “Rio em Revista” 
 
Processo: Tendo os 450 anos da Cidade do Rio de Janeiro, um pregão dos antigos mercadores e músicas de Carmem Miranda 
como mote, iniciamos nossa imersão no tema. Durante três meses, com encontros semanais realizamos exercícios corporais, 
oficinas de voz e canto, estudos e pesquisa histórica sobre o Teatro de Revista no Rio de Janeiro, suas características e 
elementos principais. Revisitamos o Rio Antigo e os pregões dos ambulantes, vendendo suas mercadorias pelas ruas do Rio 
Colônia. As antigas musas e vedetes, o universo das pin-ups e seus penteados. Estudamos sobre as grandes divas e cantoras, 
os artistas e a influência de Paris, na então Capital Federal. Criação de cenas ligeiras, com o humor, a irreverência e o "jeito de 
ser carioca", numa releitura Moderna da Revista Teatral, foram escritas por alguns dos docentes-artistas, para serem utilizadas 
nas encenaçoes. 
Cenografia, maquiagem e figurino foram propostos por profissionais da área e apresentados em oficinas. 
Produto artístico-pedagógico: Estreia em agosto/2015, na Lona Cultural de Vista Alegre – subúrbio Carioca – com plateia de 
aproximadamente 400 alunos de Artes Cênicas do Ensino Fundamental de nossas Escolas Públicas. No momento estamos 
agendando e pautando novos espaços para a continuidade da temporada. 
 
 
 
 
 3. Estratégia Metodológica e Aplicação da Metodologia 
 
O Espetáculo-Aula é a construção de um produto artístico-pedagógico, de criação coletiva, que se utiliza da Metalinguagem e do 
Teatro-Seminário como Metodologias e investe no docente-artista, tendo como foco a sua práxis, revitalizando, assim, a ação 
pedagógica do Professor, junto aos estudantes, no lócus escolar. 
Essa Estratégia Metodológica está desde 2013 sendo aplicada – como experimento – em sala de aula, por alguns docentes-
artistas que já passaram pela Cia Viva de Teatro. 
 
 
 
 
 
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4. Etapas do Processo Metodológico do Espetáculo-Aula 
 
• Pesquisa 
Inicialmente o grupo realiza uma pesquisa livre sobre o tema a ser trabalhado, em diferentes fontes e a partir de diversos textos: 
biográficos, bibliográficos, sonoros e/ou imagéticos e troca as experiências adquiridas. 
 
• Sensibiização 
A partir do mergulho temático, o Diretor Teatral Ribamar Ribeiro, criador da Metodologia Teatro-Seminário, nos traz práticas de 
exercícios e jogos teatrais que possam trabalhar os conteúdos internos já elaborados até este momento. 
 
• Construção de roteiro prévio 
Nesta fase, Diretor e Elenco, através de processo coletivo, iniciam uma seleção prévia das cenas criadas e a construção de roteiro 
prévio. 
 
• Texto Final 
Este processo vai amadurecendo durante os encontros seguintes. Novos exercícios teatrais são realizados e aos poucos são 
inseridos trechos da biografia da personalidade-tema, entrevistas divulgadas pelas diferentes mídias e fragmentos da dramaturgia 
do autor. O Diretor Teatral inicia a elaboração do texto final, de forma a permitir que o espetáculo cubra, com seus diálogos e 
cenas, informações sobre o tema e/ou a personalidade. 
 
• Concepção do Espetáculo-Aula 
A Direção Teatral deve ter um posicionamento sempre aberto às críticas e às sugestões, funcionando mais como uma bússola que 
aponta o norte e o redirecionamento até a construção final do texto estar aprovada por todos. A Direção Teatral deve estar sempre 
atenta para que o Espetáculo-Aula mantenha o foco e o direcionamento para o seu público-alvo, que consta de alunos do Ensino 
Fundamental e de que os docentes-artistas são profissionais em curso de Formação em Serviço com proposta de aprender a 
montar espetáculos-aula. 
 
• A Preparação dos Códigos Teatrais 
Com a concepção definida, o texto e as cenas prontas para os ensaios, iniciam-se as oficinas com a Figurinista, o Maquiador e o 
Visagista, dando aos encontros o caráter de Curso de Formação. 
 
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ARTES 
•Referências Bibliográficas/ Suporte Pedagógico 
BULHÕES, Martins Marcos. Encenação em jogo. Editora Hucitec. SP, 2004. 
DESGRANGES, Flavio. A Pedagogia do Teatro. SP Hucitec. 
 FERREIRA, Tais. A escola no teatro e o Teatro na Escola – RJ. Ed. Rovelle. 
 RABETTI, Maria de Lourdes (Beti Rabetti) Teatro e Comicidades1. 
 Estudos sobre Ariano Suassuna e Outros Ensaios. Editora 7 Letras, 2005. 
RIBEIRO, Ribamar. http://teatropedia.com/wiki/Ribamar 
_______________ . http://www.escavador.com/pessoas/1975841 
RODRIGUES, Sonia. Nelson Rodrigues por ele mesmo.RJ. Ed. Nova Fronteira, 2012. 
SMERJ. Multieducação/Temas em Debate/Ensino Fundamental/Artes Cênicas, 2008. 
SMERJ. Orientações Curriculares das Artes Cênicas, 2010. 
SPRITZER, Mirna. A Formação do Ator - Um diálogo de ações. Ed. Mediação. PA. 
SUASSUNA, Ariano. Almanaque Armorial: Contos e Crônicas. Ed. José Olympio. 
_________________. A Farsa da Boa Preguiça. Editora José Olympio. 
_________________. O casamento suspeitoso. Editora José Olympio. 
_________________. O santo e a Porca. Editora José Olympio. 
_________________. Os homens de barro. Editora José Olympio. 
_________________. Seleta em Prosa e Verso. Editora José Olympio. 
_________________. Uma mulher vestida de sol. Editora José Olympio. 
TELLES, Narciso. Pedagogia do Teatro (e o teatro de rua). Editora Mediação. PA, 2008 
THOMAZ, Sueli Barbosa. Imaginário e Teatro-Educação. Editora Rovelle. RJ, 2009 
VIDOR, Heloise Baurich. Drama e Teatralidade. Ed. Mediação. PA. 
Espetáculo-Aula 2015 
Elenco: Profs de AC/RJ 
Portfólio das Autoras 
http://www.escavador.com/pessoas/1975841
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PRODUTO ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO: FAZER / VER / DISCUTIR TEATRO 
 Lêda Aristides – Secretaria Municipal de Educação – RJ – Brasil 
 
 RESUMO: 
 
.Esta Comunicação tem por objetivo apresentar como os ProdutosArtístico-Pedagógicos / Mostras de Trabalhos em Artes Cênicas 
podem ter o seu Processo visto como um processo de Aprendizado para os alunos e para o Professor, através de um espaço 
pedagógico, que se faz dialógico, utilizando-se a abordagem metodológica do Fazer, Ver e Discutir o Teatro 
 Palavras-chave:; Artes Cênicas; Formação Continuada; Produto artístico-pedagógico; Fazer, Ver e Discutir o Teatro. 
 
ABSTRACT: 
 PRODUCT-ARTISTIC-EDUCATIONAL: DO / SEE / DISCUSS THEATRE 
 
This Papper aims to present how the artistic- pedagogical Products / Shows Performing Arts carpenters can have their process seen 
as a learning process for the students and the teacher, through a pedagogical space, which is dialogical, using themselves to 
methodological approach to make, View and Discuss Theatre. 
 Keywords : . Performing arts; Continuing education; Artistic and pedagogical product; Do View and discuss the Theatre. 
 
 
 
 
 
 
Modalidade: Resumo Expandido GT: Teatro 
Eixo Temático: Processos e discursos na Formação Inicial e Continuada de Professores de Teatro 
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• - 
1. Introdução 
 
A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SMERJ), através da Coordenação Técnica e da sua Coordenadoria 
de Educação, propõe formatos diversos ao Corpo Docente, regente das disciplinas da Arte Cênicas, que vão desde Palestras, 
Oficinas, Workshops e distribuição de livros técnico-pedagógicos até as Mostras Anuais de produtos artístico-pedagógicos de 
Professores e Alunos de Artes Cênicas, da Rede Pública de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro. 
Dentro desse contexto, as Artes Cênicas vêm desenvolvendo, anualmente, desde 2010, a Mostra de Teatro que tem por 
objetivo apresentar produtos artístico-pedagógicos no final do processo de cada ano letivo. Os Produtos apresentados são de 
alunos e também de Professores, Regentes da disciplina. 
Essa Ação Pedagógica se justifica tendo em vista que as Artes Cênicas, no Município do Rio de Janeiro, possuem como 
pressuposto pedagógico a Abordagem Metodologia Triangular da Professora Ana Mae Barbosa, que propõe Ler, Fazer e 
Contextualizar a Arte, adaptada para as Artes Cênicas como Fazer, Ver e Discutir o Teatro. 
O Mostrar e o Apreciar são características intrínsecas ao Teatro e a ação pedagógica “Mostra de Artes Cênicas” vem sendo 
esperada anualmente, já fazendo parte do Calendário Escolar da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. 
 
 
 2. Mostra de Artes Cênicas: 
 
Objetivos 
 
Objetivo Geral 
 
· Incentivar a produção artístico-pedagógica dos alunos da SME, no ensino das Artes Cênicas, dentro do Ensino Fundamental da 
Rede Pública de Ensino, em seus diferentes segmentos, como o Ensino Regular do 1.º ao 9.º Ano, o PEJA (Programa de 
Educação para Jovens e Adultos) e o Ensino Especial. 
 
· Apresentar Produto Artístico-Pedagógico Final, oriundo do processo pedagógico desenvolvido por Professores de Artes Cênicas, 
no dia a dia da práxis escolar. 
 
· Proporcionar o fazer artístico e a formação do observador crítico e fruidor da obra de arte. 
 
 - Investir no docente-artista. 
 
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Objetivos Específicos 
 
• Ler e interpretar textos teatrais ou não, de autores clássicos ou contemporâneos; 
• Promover a leitura e a crítica da obra de Arte Teatral; 
• Refletir e discutir a prática do fazer artístico, na sala de aula, com os Professores I de Artes Cênicas, como proposta de 
construção coletiva de um processo/produto artístico-pedagógico; 
• Promover o fazer teatral, utilizando-se das diferentes funções do Teatro, como: a produção de textos teatrais, a interpretação, 
a direção cênica, a contrarregragem, a sonoplastia, a iluminação, a cenografia, o figurino e a caracterização. 
• Oportunizar aos alunos a experimentação do fazer artístico, num espaço digno e adequado à montagem dos trabalhos, 
utilizando-se de Teatros profissionais de nossa cidade. 
• Utilizar o espaço profissional, como sala de aprendizagem dos códigos teatrais e do espaço cênico, oportunizando uma aula 
aberta de Artes Cênicas para todos os presentes. 
• Formar plateias, Incentivando e exercitando o observador-fruidor à apreciação técnica da obra teatral. 
• Construir o cidadão proativo e transformador do seu universo circundante. 
• Investir pedagogicamente no docente-artista, utilizando-se da Mostra de Professores. 
• Integrar alunos e Professores, valorizando e qualificando as Artes Cênicas como uma Área de Conhecimento Específico, na 
troca de experiências pedagógicas. 
 
 
 
 
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3. Mostra de Produtos Artístico-Pedagógicos de Alunos: 
 
 A Mostra de Artes Cênicas, com trabalhos dos alunos, não pretende ser competitiva e sim apresentar uma panorâmica do 
conjunto de trabalhos desenvolvidos pelos Professores de Artes e suas metodologias. Ela é realizada por adesão dos 
Professores que tenham um produto artístico-pedagógico, a partir do processo de sua práxis escolar. A Mostra é dividida em duas 
etapas: Mostra Regional e Mostra Final. 
 
•Mostra Regional 
Em parceria com as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), que inscrevem os trabalhos dos Professores das CREs 
respectivas e apresentam as produções inscritas para alunos de escolas vizinhas em auditórios, clubes, lonas culturais, teatros e 
núcleos de arte dos bairros do entorno, fomentando debates e burburinho cultural em suas próprias regiões. 
 
 
 Mostra Final 
Reapresentação de alguns trabalhos, indicados por uma curadoria de profissionais (Um Professor Municipal da disciplina que não 
esteja participando da Mostra; um Profissional da Área, participante de grupos artísticos; Professor Universitário da disciplina; um 
convidado que pode ser aluno de cursos de graduação; Funcionários Diversos da SME ou outros) e o Coordenador da Disciplina 
Específica. 
Essa Curadoria faz a indicação, a partir de pressupostos artístico-pedagógicos criados pela Coordenação Técnica da disciplina. 
 
 
Estrutura da Mostra Final de Alunos /Artes Cênicas: algumas regras 
 · Cada espetáculo deverá ter duração máxima de 20 minutos, distribuídos em montagem / desmontagem /encenação. 
· No dia das Mostras Regional e Final, os alunos já deverão chegar previamente caracterizados e parcialmente maquiados ao 
local da apresentação, obedecendo o horário de chegada em cada turno, para que cada grupo tenha 10 minutos para o 
reconhecimento/marcação de palco e 10 min. para a finalização da caracterização, no camarim. 
· A ordem de apresentação será sorteada no início de cada Mostra e todos os alunos deverão permanecer no local da 
apresentação até o último grupo se apresentar, a fim de que possamos trabalhar a formação de plateia. 
· Lembramos que cenários e adereços deverão ser de fácil transporte e de fácil utilização; 
· Cada turma participante deverá apresentar Lista de Presença dos alunos participantes com a função de cada participante: 
dramaturgo, contrarregra, figurinista, cenógrafo, ator, assistente de direção, sonoplasta, outros. 
 
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4. Vendo, apreciando e fruindo o espetáculo profissional 
 
Desde o início das Mostras de Teatro, no ano de 2010, a Coordenação Técnica de Artes Cênicas, dentro de suas 
possibilidades orçamentárias, contratou e apresentou, dentro do seu espaço de acontecimento, espetáculo profissional adequado e 
compatível com o tema do ano. O contato dos alunos participantes com os profissionais de Teatro dava o caráter de aula aberta: 
depois de cada turno de apresentação, os alunos podiam dialogar com os componentes dos grupos teatrais e estabelecer um debate 
transparente às curiosidades da plateia e às questões técnicas, proporcionando,ao grupo, a possibilidade de apreciar um trabalho 
profissional de qualidade e a entender melhor os códigos da obra de arte teatral. Entre estes grupos apresentamos as Cias Teatrais: 
Os Mimos, com o espetáculo “Maria Clara Machado”; Os Ciclomáticos, com os espetáculos “Antes que o galo cante”, para o Ensino 
Fundamental e “Minha Alma é nada depois desta História”, para os alunos do PEJA e Grupo Milongas com o Espetáculo “Suassuna 
Em Cena” 
 
 
5. Pressupostos Artístico-Pedagógicos que norteiam as indicações dos alunos para a Mostra Final 
• Orientações Curriculares (adequação ano/objetivos) 
• Presença do Conceito Pedagógico 
• Jogo Teatral: A ação: o quê? 
• O espaço cênico: onde? O papel/personagem: quem? 
• Encaminhamento da Ação Ritmo/ Tempo da ação 
• Tratamento do conflito: Desfecho/adequação ao gênero apresentado 
• Uso do Espaço Cênico: direções e planos baixo, médio e alto 
• Cenário/adereços: adequação, finalização e inventividade 
• Iluminação: uso ou não/adequação 
• Relação tempo / espaço (da história) 
• Sonoplastia:uso ou não/adequação 
• Construção do Papel/Personagem 
• Trabalho corporal/ expressão facial 
• Uso da voz: projeção, dicção e entonação 
• Figurino:adequação, criatividade e acabamento 
• Maquiagem:uso ou não/propriedade 
 
LEGENDA: (A) Objetivos Atingidos; (PA) Objetivos Parcialmente Atingidos; (NA) Objetivos Não Atingidos 
 
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6.Mostra de Produto Artístico-Pedagógico dos Professores de AC 
 
 
Durante todo este período, a Mostra de Artes Cênicas fez parte do Projeto Interdisciplinar Conexão das Artes, que apresentava 
em mesmo espaço/tempo as Mostras de Alunos das três Linguagens das Artes, possibilitando aos alunos de Artes Cênicas, 
Artes Visuais e Música interagirem em discussões e apreciações. 
A partir da riqueza de resultados que a interdisciplinaridade proporcionava aos alunos, surge a demanda para a realização de 
um trabalho interdisciplinar também entre os Professores. Neste momento, passou-se a apresentar nas Mostras o produto do 
processo de Capacitação de Professores, enquanto Docentes e Artistas. Criamos o termo composto Docente-Artista para nos 
autodesignar e partimos para o estudo da Montagem de um Espetáculo onde as três áreas pudessem interagir e resultar em um 
produto artístico-pedagógico. A cada Edição da Conexão das Artes, era escolhido um artista ou tema para ser estudado. Artistas 
profissionais de cada área específica (Teatro, Artes Visuais e Música) foram convidados para Oferecer a Capacitação 
necessária a cada Montagem e, com a utilização da metodologia do Teatro-Seminário (*), foram criados os espetáculos-aula 
que foram apresentados para os alunos e convidados, nas escolas ou em teatros. 
A evolução desse experimento culminou, em 2015, com a criação da Cia Viva de Teatro!, composta pelos Professores de Artes 
Cênicas, que apresentou, como produto artístico-pedagógico, o Espetáculo-Aula “ Rio em Revista”, uma homenagem aos 450 
anos da Cidade do Rio de Janeiro. 
 
Espetáculos-Aula 
 
2011- Espetáculo-Aula: Viva Suassuna! 
2012- Espetáculo-Aula: Nelson Rodrigues, Hey! Viva o Nelson! 
2013- Espetáculo-Aula: Viva o Guima! 
2014- Espetáculo-Aula: Axé, Abdiais! 
2015- Espetáculo-Aula: Rio em Revista! 
 
(*) “O Teatro-Seminário busca trazer a obra do autor ou algum tema e mesclar sua estrutura narrativa na própria encenação feita pelo Diretor. Essa forma 
faz com que a dramaturgia e a encenação sejam abertas para uma criação coletiva. Juntamente com esta estrutura existe também uma apropriação da 
narrativa utilizada no coro grego e o corifeu. Essa forma constrói o arcabouço que é a base da Técnica do Teatro-Seminário”. (Ribamar Ribeiro) 
 
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ARTES 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas/ Suporte Pedagógico 
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da Arte. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. 
BULHÕES, Martins Marcos. Encenação em jogo. São Paulo: Hucitec, 2004 
 DESGRANGES, Flavio. A Pedagogia do Teatro. São Paulo: Hucitec. 
FERREIRA, Tais. A escola no teatro e o Teatro na Escola – Rio de Janeira. Rovelle. 
RABETTI, Maria de Lourdes (Beti Rabetti) Teatro e Comicidades1. 
 Estudos sobre Ariano Suassuna e Outros Ensaios. 7 Letras, 2005. 
RIBEIRO, Ribamar. http//teatropedia.com/wiki 
_______________. http//www.escavador.com/pessoas/1975841 
RODRIGUES, Sonia. Nelson Rodrigues por ele mesmo.RJ. Ed. Nova Fronteira, 2012. SMERJ. Multieducação/Temas em 
Debate/Ensino Fundamental/Artes Cênicas, 2008. SMERJ. Orientações Curriculares das Artes Cênicas, 2010. 
SPRITZER, Mirna. A Formação do Ator - Um diálogo de ações. Ed. Mediação. PA. SUASSUNA, Ariano. Almanaque Armorial: 
Contos e Crônicas. Ed. José Olympio. 
 . A Farsa da Boa Preguiça. Editora José Olympio. 
 . O casamento suspeitoso. Editora José Olympio. 
 . O santo e a Porca. Editora José Olympio. 
 . Os homens de barro. Editora José Olympio. 
 . Seleta em Prosa e Verso. Editora José Olympio. 
 . Uma mulher vestida de sol. Editora José Olympio. 
TELLES, Narciso. Pedagogia do Teatro (e o teatro de rua). Editora Mediação. PA, 2008 
THOMAZ, Sueli Barbosa. Imaginário e Teatro-Educação. Editora Rovelle. RJ, 2009 
VIDOR, H eloise Baurich. Drama e Teatralidade. Ed. Mediação. PA 
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ARTES 
GT: Teatro Eixo Temático: Processos e discursos na formação inicial e continuada de Professores de Teatro. 
 
RESUMO 
 
 Esta comunicação tem por objetivo apresentar trajetórias do processo de construção da Formação Continuada dos Professores de 
Artes Cênicas na Rede Pública Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, após a criação da Lei 5692/71, que tornou obrigatória a 
inclusão de Educação Artística nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1.º e 2.º graus. Abordará questões em dois períodos: 
de 1971 a 1990, quando o Teatro foi introduzido nas escolas por Professores graduados em outras disciplinas e a, partir de 1990, 
quando a Prefeitura do RJ realiza o primeiro concurso público para a disciplina Artes Cênicas. Em ambos os períodos discute e 
avalia a aplicabilidade, contribuição e permanência da Formação Continuada como política de aperfeiçoamento da prática docente. 
Palavras-chave: Formação Continuada; Artes Cênicas; Professor. 
 
ABSTRACT 
 
 This communication has the goal to introduce trajectories of action construction of the continuous teacher formation on performing 
arts in the Municipal Public schools system of Rio de Janeiro configured it-self after the law 5692/71, which obliged the inclusion of 
Art Education in the full curriculum of the elementary schools and high schools establishments. The research is going to approach 
the issues in two periods: from 1971 to 1990, when the performing arts were introduced in schools by teachers graduated in other 
subjects and from now on 1990, when the Rio de Janeiro city council to make the first public tender for at performing arts. The both 
periods discusses and consider the applicability, contribution and permanence of continuous formation as improvement policy of 
teacher practice. 
 Key words: Continuous Formation; Performing Arts; Teacher. 
 
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 O teor dessa comunicação advém de minha Dissertação de Mestrado Profissional em Ensino de Artes Cênicas, na 
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro / UNIRIO, defendida em maio de 2015. O objeto de pesquisa em questão é a 
história do processo de construção da Formação Continuada dos Professores de Artes Cênicas da Rede Pública Municipal de 
Ensino do RJ, a partir de 1971. 
 Nesta comunicação apresento trajetórias desse processo de construção de Formação Continuada / FC que considero 
relevantes, e que possam apresentar ao leitor uma compreensão do desenvolvimentodesta ação pedagógica nos contextos 
históricos, políticos e culturais nestas quatro décadas. 
 Considerei a importância do tema, visto que, entre outras, a Rede Pública Municipal de Ensino do RJ, atualmente com 1.457 
unidades escolares, 1.008 de Ensino Fundamental e 449 de Educação Infantil, é uma das maiores redes de ensino da América 
Latina, e que nesta história são protagonistas, instituição, no caso, a Secretaria Municipal de Educação / SME e os Professores de 
Artes Cênicas / AC a que a ela estão vinculados. 
 Considerei também, que dar visibilidade e valorizar essas iniciativas na área da docência das AC, na rede pública, significaria 
ampliar o conhecimento acerca de práticas e pesquisas em busca de metodologias para o ensino do Teatro, bem como abrir espaço 
para divulgação e compartilhamento dessas ações com outras redes públicas do país. 
 Até a criação da Lei 5692/71, o ensino de Teatro nas escolas públicas não estava inserido na matriz curricular. A prática se 
dava a partir da iniciativa dos profissionais de educação, fossem eles Professores, coordenadores ou diretores, sensíveis ou 
conscientes da importância dessa linguagem artística junto à educação e formação do aluno como cidadão, ampliando sua 
percepção de si, do outro e do mundo. 
 A partir de sua criação e da obrigatoriedade do ensino do Teatro na Rede Pública, é que vão surgir as novas propostas no 
âmbito da formação de Professores, o Conselho Federal de Educação / CFE reformulou os currículos dos cursos de Teatro em 
nível superior, criando a Licenciatura em Educação Artística / Habilitação em Artes Cênicas e o Bacharelado em Artes Cênicas, com 
as Habilitações Direção Teatral, Cenografia, Interpretação e Teoria do Teatro. 
Após a criação da Lei 5692/71, visto a não existência da Licenciatura Plena / LP em AC no RJ, o treinamento de Professores 
para exercer tal função se tornou necessário. Portanto, existem dois períodos de FC, de 1971 a 1990 (em 1988 formou-se a 
primeira turma em LP em AC, na UNIRIO), e após 1990, quando Professores habilitados entraram em campo, através do primeiro 
concurso público promovido pela SME oferecendo a disciplina AC no seu quadro funcional. 
 O período até 1990 caracterizou-se pela busca de como habilitar o Professor, e após 1990, pela atualização com as novas 
metodologias da pedagogia teatral, participando a UNIRIO de ações junto à SME. 
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Uma primeira iniciativa para habilitar o Professor para a linguagem cênica, foi o Projeto Artur Azevedo, entre 1975 e 1978. Foi criado 
a partir do I Encontro Nacional de Professores de AC, em Brasília, e realizado pelo Serviço Nacional de Teatro / SNT, atualmente 
INACEM, em conjunto com o então Ministério de Educação e Cultura / MEC.(1) 
 Esse projeto visava especificamente os Professores que vinham atuando na disciplina AC sem uma formação específica. No RJ foi 
organizado junto à Secretaria Estadual de Educação e Cultura, oferecendo cursos com a coordenação de Roberto de Cleto, onde 
atuaram profissionais de Teatro como: Hilton Carlos Araújo, Clóvis Levi, Tânia Pacheco, Maria Pompeu, Helena Barcelos, Ilo Krugli, 
José Luiz Ligiéro Coelho, entre outros. 
 Ainda que caracterizada como uma solução de urgência, o Projeto Artur Azevedo foi responsável pela implantação do teatro na 
educação, de forma pioneira e experimental, em algumas escolas da rede pública de ensino do RJ, a partir da segunda metade dos 
anos 70. Ao contratar atores, atrizes e diretores de teatro, possibilitou o contato dos Professores com aqueles que realizam arte, 
podendo, com base no fazer arte, pensar e orientar os que buscavam preparação ou aperfeiçoamento em métodos de ensino-
aprendizagem em AC. 
 Sendo aluna das oficinas, tive como Profª II do Ensino Fundamental, meu primeiro olhar para a possibilidade de ensinar Teatro. 
Participava de cursos livres de Teatro e estava tendo minha primeira experiência profissional como atriz. Em 1973, e a Prefeitura do 
Rio de Janeiro realiza um grande concurso público para preencher vagas de Prof. I em diferentes disciplinas no seu quadro funcional. 
Evidente que não estava incluída as AC, mas, cientes da lei e do Art. nº 7, onde constava a obrigatoriedade e inclusão da Educação 
Artística, Professores, caminhando com as próprias pernas, ousaram, começaram a lecionar Teatro dentro da escola, e fizeram suas 
experiências inovadoras dentro do espaço escolar. 
 Transcrevo os depoimentos de duas Professoras que exemplificam o caráter experimental e de improviso que caracterizou a entrada 
do Teatro na Rede Pública Municipal de Ensino do RJ: 
1.º) Professora de História 
 Tomou posse na Rede Municipal de Ensino em 1977, e até 1982, lecionou OSPB e Moral e Cívica. Nas aulas de OSPB da 8.ª série, 
propôs aos alunos encenar alguns episódios da História do Brasil em sala de aula. Alguns alunos propuseram organizar um festival 
de esquetes de temas variados. 
 A Professora abraçou a ideia e mobilizou outras turmas, levando uns três meses nesta preparação. Os alunos correram atrás de 
troféus para os três primeiros colocados e os Professores das outras disciplinas foram convidados a ser jurados. O Festival se 
transformou num grande evento e esta experiência marcou a trajetória pedagógica da professora: “me deixou encantada com uma 
outra possibilidade metodológica e um outro caminho na educação.” 
(1) Em 15/03/85 passa a se chamar Ministério da Educação / MEC, data em 
 que foi criado o Ministério da Cultura / MinC, pelo Decreto nº 91.144. 
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No ano seguinte, a diretora divulgou uma circular sobre um Curso de Teatro para Professores do Município do RJ, na Escola 
Municipal Georg Pfisterer, no Leblon. Assim, deu início à sua FC em AC em 1983, se tornando, em outro momento, parte da equipe 
de AC no Nível Central. 
 
2.º) Professora de Português 
 
 Em 1980, ao entrar para a E.M República do Peru, no Méier, “sobrou”, isto é, o quantitativo de Professores de Língua portuguesa 
já estava preenchido. A diretora lhe apresentou a possibilidade de dar aula de AC e, influenciada por uma amiga, que já dava aula 
de Teatro na rede, aceitou a proposta da diretora e permaneceu na escola. Não tinha formação e foi procurar subsídios em Paulo 
Coelho, Hilton Carlos de Araújo e Augusto Boal. 
 No início, a coordenadora, diretora e colegas reclamavam do barulho e do deslocamento dos alunos da sala de aula para o 
auditório, e neste, que era enorme, da movimentação causada pelas atividades cênicas, estranhando a dinâmica da aula em roda e 
os alunos descalços. 
 Tinha problemas quando faltava algum Professor de Língua Portuguesa, tinha que retornar para esta matéria, considerada mais 
importante. Acreditava na linha de trabalho do Teatro do Oprimido e, com as atividades do teatro, interessava-se em estimular 
vivências educativas para a compreensão de melhores escolhas de vida e de convivência na escola. 
 
 A ausência de estrutura curricular oficial da disciplina AC favoreceu a experiência desses Professores, já que os objetivos e 
conteúdos pedagógicos ainda não estavam especificados, nem discutidos e definidos, a organização curricular não havia se 
cristalizado como nas demais disciplinas e, na avaliação do aluno, os aspectos qualitativos sobrepunham aos quantitativos. 
 Depois de algum tempo, de buscas e caminhos, alguns Professores, sentindo-se solitários, passam a se encontrar para trocar 
experiências e anseios. Buscam uma formação autodidata em cursos de Teatro, Dança e Expressão corporal, participando, 
também, do Projeto Artur Azevedo. 
 
 
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Entre 1975 e 1979, a SME, através dos setores Departamento Geral de Educação / DGE e Serviço de Teatro e 
Cinema/DGC - passa a proporcionar espaços físicos e administrativos para os encontros e troca de experiências dos 
Professores que atuavam com AC na Rede e os que atuavam com oficinas de Vídeo do Projeto Municine, constatando, a 
SME, naquele momento, que a inexistência de uma formação específica entre os Professores da disciplina era um dos 
complicadores para o efetivo cumprimento da Lei. 
 
Entre 1975 e 1979, a SME, através dos setores Departamento Geral de Educação / DGE e Serviço de Teatro e 
Cinema /DGC - passa a proporcionar espaços físicos e administrativos para os encontros e troca de experiências dos 
Professores que atuavam com AC na Rede e os que atuavam com oficinas de Vídeo do Projeto Municine, constatando, a 
SME, naquele momento, que a inexistência de uma formação específica entre os Professores da disciplina era um dos 
complicadores para o efetivo cumprimento da Lei. 
 
 
Desses encontros foi se delineando o perfil desse profissional, lideranças se firmaram e nasceram duas comissões, 
uma para tratar das questões político-administrativas (regulamentação do Professor desviado de função e parcerias com 
Faculdades para a criação de cursos de graduação e/ou de especialização com pós-graduação em lato sensu) e outra, de 
caráter pedagógico, para tratar da organização curricular a partir de todo o estudo feito e dos saberes adquiridos pelo 
grupo. 
 
Nesses encontros, os Professores constataram a falta de um “norte pedagógico” para a disciplina. Isto por um lado 
era positivo, instigando o campo de experimentação; por outro, era negativo, uma vez que, não havendo um “currículo 
oficial”, as AC não eram respeitadas enquanto disciplinas autônomas, e Professores poderiam ser remanejados para suas 
disciplinas de origem ou serem solicitados para servir de “apoio” às outras disciplinas. 
 
A partir dessas constatações, as Professoras Lêda Aristides, Laureana Conte e Neuza Navarro resolveram 
aprofundar-se (em estudo nos horários de folga), da prática da disciplina, dos seus aspectos legais e das possíveis 
“brechas” que a “desorganização institucional”, causada pela novidade da disciplina poderia oferecer. 
 
O estudo resulta, em 1980, em dois encontros gerais, onde cadastram e convidam todos os Professores que 
trabalham com AC para discutir questões comuns. Realizam-se então os Dois Primeiros Encontros Gerais dos 
Professores de AC do Município do RJ, na Sociedade de Belas Artes. 
 
 
 
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Em 1982, como resultado desse movimento e suas reflexões, a chefia do então Serviço de Teatro e Cinema do E/DGCT constatou a 
inexistência de documento que orientasse o trabalho do Professor de Teatro, vide as diversidades de sua formação, cada Professor 
caminhando ao seu jeito, sem nenhum norte pedagógico. 
 
Surgiu então a necessidade de organizar um trabalho que, ao término, servisse de elemento saneador dessas diferenças. Convocou-
se uma reunião com Professores de AC de comprovada experiência e nessa reunião surgiu o grupo de trabalho que, durante nove meses, 
pesquisou, discutiu e organizou tantas questões pertinentes ao seu ofício. 
 
Foi então criado e publicado, em 1982, o primeiro Documento Pedagógico Norteador das Artes Cênicas, intitulado “Caminhos das 
Artes Cênicas”, tendo como lema o mote de Antonio Machado “caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar...”. (2) 
 
Este documento traz, em seu corpo, considerações sobre a filosofia do ensino das AC e seus objetivos, cria o perfil desse Professor, 
fala das condições de eficiência e infraestrutura para o exercício das aulas, e, finalmente, tece considerações sobre avaliação e currículo, 
oferecendo uma proposta de planejamento pedagógico. 
 
Definiu-se, como linha de ação, quatro estágios para uma divisão de “Unidades de Trabalho” em vez de séries, designação para as 
outras disciplinas do currículo do 1.º grau, visto que é facultativo sua coincidência com a seriação do currículo previsto adotado nas 
escolas. Se, por exemplo, uma turma vai iniciar o trabalho em AC, deverá partir do Estágio I, ainda que curse a 6.ª ou 7.ª séries nas 
demais disciplinas. 
 
Define também, naquele momento, a qualificação do Corpo Docente: 
 
DA HABILITAÇÃO: 
 Para o exercício das AC nas Escolas municipais, o Professor, com formação de II grau e Licenciatura, deveria frequentar um dos cursos: 
TEATRO NA EDUCAÇÃO – MEC/SNT/E/DGCT // BACHARELADO EM ARTES CÊNICAS – UNIRIO // APOIO TÉCNICO DO E/DGCT – 
SERVIÇO DE TEATRO E CINEMA 
 
 
 
2- Documento elaborado pelas Professoras: Icléa Dias da Silva, Laureana Conte de Carvalho, Lêda Martins Arisitides 
Fonseca, Maria Cristina Arantes da Matta, Neuza Navarro e Viviane Fernandes Brandão Reis Nascimento 
 
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Poderia atuar também como Professores da disciplina, aqueles que comprovassem exercício efetivo de um ano, no mínimo, no 
Município do RJ, desde que estabelecesse o compromisso de participar dos cursos de Teatro na Educação, oferecidos pelo Apoio Técnico do 
EDGT, a partir da entrada em vigor do documento. 
 
DO PERMANENTE APOIO TÉCNICO: 
 
As autoras do documento defendiam a existência de um espaço-estudo e sua permanente renovação para uma melhor qualificação. O 
Apoio Técnico do E/DGCT oferecia contatos sistemáticos, num trabalho teórico-prático, entre Professores da disciplina e especialistas em 
Arte/Educação e/ou profissionais ligados à Arte, onde o Professor se mantinha continuamente aberto a novas propostas e caminhos. 
 
 Assim, propunham que o E/DGCT zelasse por manter um Apoio Técnico em AC, caracterizado por encontros semanais, divididos em 
dois níveis: 
 
1.º) BÁSICO DE ARTES CÊNICAS – dividido em duas partes: Iniciação e Complementação I, com duração mínima de um ano letivo, 
destinado a: 
 - Professores que desejassem se iniciar no exercício de regência das AC nas Escolas Municipais e que ainda não possuíssem a 
habilitação mínima necessária ao desempenho da função, nem experiência nesse campo. 
 - Professores com experiência mínima de um ano em AC, no Município do RJ, sem possuírem, entretanto, a habilitação necessária. 
 
2.º) RECICLAGEM – Com duração mínima de seis meses, destinava-se a Professores de AC que já tinham concluído a etapa anterior e que 
buscavam maior aprimoramento em cursos que viessem a atender às suas necessidades específicas. 
 
 A demanda por aumento do quantitativo de docentes de AC, pequeno frente às outras Linguagens das Artes, resultou na necessidade 
de capacitar mais Professores. 
 
Então, a Equipe de Educação Artística do Departamento Técnico-Pedagógico da SME, em 1984, convidou os Professores atuantes nas 
AC para participarem de um grupo de Formadores e pensar uma formatação de Curso que pudesse preparar novos Professores para 
atuarem na disciplina, informando-os das teorias e das práticas já pesquisadas. 
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 Assim, foram criados os POLOS DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA, que trabalhavam com todas as linguagens da arte, embora o foco 
central fosse as AC. 
Tinham por objetivo geral, em 1985: perceber a prática profissional dos cursistas, instrumentalizando-os para que atuassem como 
transformadores da realidade social. Funcionaram durante cinco anos, se tornando um fórum natural de reflexão, análise e avaliação. 
Os Polos foram distribuídos por oito Distritos de Educação e Cultura / DECs (atuais Coordenadorias Regionais de Educação / 
CREs) e estruturalmente divididos em: Iniciação, Complementação e Oficinas de Teatro. 
A meta quantitativa dos Polos de Educação Artística, Iniciação, era para 360 alunos-mestre que poderiam ser Prof.I ou Prof.II e 
que tinham que perfazer um total de 120 h/ano de trabalhos distribuídos numa carga semanal de 3h,com dispensa de ponto pela 
SME/RJ. 
Os Polos de Complementação surgiram da demanda dos alunos-mestre quando, ao concluírem a Iniciação, sentiram desejos de 
aprofundar certos conteúdos, principalmente aqueles que objetivavam a reflexão sobre as práticas sociais. 
Sentiam necessidade de se embasarem mais teoricamente. Precisavam da leitura de textos e da reflexão sobre outros 
pensamentos, além das discussões sobre seus próprios textos. Tinha, cada um, uma carga horária de 60 h, distribuída em 3h e 30 min, 
e atingiram a totalidade dos alunos-mestre dos Polos de Iniciação. 
As Oficinas de Teatro tinham como público-alvo os Professores optantes pelas AC e, como pré-requisito, a participação nos Polos 
de Iniciação e de Complementação. Propiciou ao grupo uma pesquisa cultural de criação de símbolos (compreensão do mundo), 
criação de objetos de cena (necessidades materiais) e criação de ideias (necessidades intelectuais). 
Foi estruturada em Unidades Pedagógicas, Conteúdos e Procedimentos Unidades Pedagógicas: Estrutura Teatral, História do 
Teatro Mundial, Texto Teatral, Universo Teatral (Montagens Teatrais de grandes autores). 
Em 04/11/1985, mais uma conquista: a Publicação, em D.O, da Portaria n.º 120 do E/DGED, que dá direito, ao Professor de 
outras disciplinas, de optar, pelo cargo de Professor de AC no novo quadro criado. Só será reconduzido à disciplina de origem se 
assim o desejarem. 
Em 1988, a conquista definitiva: a Publicação da Portaria que ALTERA para Artes Cênicas, no Quadro Permanente, a disciplina 
do Prof.I que optou por AC. Cento e Dezessete Professores com origem em diferentes disciplinas fizeram sua opção permanente, 
formando-se, assim, o Cargo de Prof.I em Artes Cênicas, no Município do RJ, através do Decreto N 7443 de 29/02/1988. 
 
 
 
 
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Para este período de FC situado até 1990, faço uma contextualização com uma das competências para a atividade docente 
descrita por Perrenoud: “Administrar sua própria formação continua”. 
 Essa competência é, na realidade, a base de uma autoformação. Participar de um grupo de análise das práticas constitui uma 
forma de treinamento, a qual permite interiorizar posturas, procedimentos, questionamentos, que se poderão transferir no dia em 
que nos encontramos sós em nossa classe, ou melhor, ativo em uma equipe ou grupo de trocas. 
 A lucidez profissional consiste em saber quando se pode progredir pelos meios que a situação oferece (individualmente ou em 
grupo) e quando é mais econômico e rápido apelar para novos recursos de autoformação: leitura, acompanhamento de projeto ou 
aportes estruturados de formadores, suscetíveis de propor novos saberes e dispositivos de ensino-aprendizagem. 
 Com a formação da primeira turma em LP em AC na UNIRIO e o primeiro concurso público da Prefeitura do RJ oferecendo a 
disciplina AC no seu quadro funcional, a SME vai promover uma FC estruturada em novos formatos e enfoques, com a influência e 
subsídios das novas perspectivas para a metodologia e prática do Teatro na educação: 
 - Viola Spolin – Improvisação para o Teatro 
 - Jean-Pierre Ryngaert – “Jeu dramatique” 
 - Ana Mae Barbosa – Abordagem Triangular para o Ensino da Arte 
 - Augusto Boal – Teatro do Oprimido 
 - Amir Haddad - Teatro Tá na Rua. 
 - Criação da Federação de Arte Educadores do Brasil / FAEB (1987) – a participação dos Professores de Arte do Município do 
RJ nos Congressos Nacionais de Arte/Educadores / ConFAEB, a partir de 1988, proporcionou atualização com os novos enfoques e 
discussões sobre Arte. 
Santana, faz referência a um certo renascimento no ensino da Arte no Brasil e em outros países nos anos 90, registrando 
alguns indicadores mencionados por Barbosa no Encontro Anual da Associação de Arte Educadores de São Paulo em 1998: 
- a nova LDB mantém a obrigatoriedade da Arte na Educação Básica; 
- expansão na oferta de vagas em cursos de Licenciatura como repercussão imediata desse dispositivo da Lei, notadamente 
em instituições privadas. 
 
 
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Considerei a importância do tema, visto que, entre outras, a Rede Pública Municipal de Ensino do RJ, atualmente com 1.457 unidades 
escolares, 1.008 de Ensino Fundamental e 449 de Educação Infantil, é uma das maiores Redes de ensino da América Latina, e que nesta 
história são protagonistas, a instituição, no caso a Secretaria Municipal de Educação / SME, e os Professores de Artes Cênicas / AC que a 
ela estão vinculados. 
Considerei também, que, ao dar visibilidade e valorizar essas iniciativas na área da docência das AC na Rede Pública, significaria 
ampliar o conhecimento acerca de práticas e pesquisas em busca de metodologias para o ensino do Teatro, bem como abrir espaço para 
divulgação e compartilhamento dessas ações com outras redes públicas do país. 
Até a criação da Lei 5692/71, o ensino de Teatro nas escolas públicas não estava inserido na matriz curricular. A prática se dava a partir 
da iniciativa dos profissionais de educação, fossem eles Professores, coordenadores ou diretores, sensíveis ou conscientes da importância 
desta linguagem artística junto à educação e formação do aluno como cidadão, ampliando sua percepção de si, do outro e do mundo. 
A partir de sua criação e da obrigatoriedade do ensino do Teatro na Rede Pública, é que vão surgir as novas propostas no âmbito da 
formação de Professores, o Conselho Federal de Educação / CFE reformulou os currículos dos cursos de Teatro em nível superior, criando a 
Licenciatura em Educação Artística / Habilitação em Artes Cênicas e o Bacharelado em Artes Cênicas, com as Habilitações Direção Teatral, 
Cenografia, Interpretação e Teoria do Teatro. 
Após a criação da Lei 5692/71, visto a não existência da Licenciatura Plena / LP em AC no RJ, o treinamento de Professores para 
exercer tal função, se tornou necessário. Portanto existem dois períodos de FC, de 1971 a 1990 (em 1988 formou-se a primeira turma em LP 
em AC, na UNIRIO), e após 1990, quando Professores habilitados entraram em campo, através do primeiro concurso público promovido pela 
SME oferecendo a disciplina AC no seu quadro funcional. 
O período até 1990 caracterizou-se pela busca de como habilitar o Professor e, após 1990, pela atualização com as novas 
metodologias da pedagogia teatral, participando a UNIRIO de ações junto à SME. 
Uma primeira iniciativa para habilitar o Professor para a linguagem cênica, foi o Projeto Artur Azevedo, entre 1975 e 1978. Foi criado a 
partir do I Encontro Nacional de Professores de AC, em Brasília, e realizado pelo Serviço Nacional de Teatro / SNT, atualmente INACEM, em 
conjunto com o então Ministério de Educação e Cultura / MEC. 
Este projeto visava, especificamente, os Professores que vinham atuando na disciplina AC sem uma formação específica. No RJ foi 
organizado junto à Secretaria Estadual de Educação e Cultura, oferecendo cursos com a coordenação de Roberto de Cleto, onde atuaram 
profissionais de Teatro como: Hilton Carlos Araújo, Clóvis Levi, Tânia Pacheco, Maria Pompeu, Helena Barcelos, Ilo Krugli, José Luiz Ligiéro 
Coelho, entre outros. 
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ARTES 
Destaco também a LDB que consolida a organização curricular, de modo a conferir uma maior flexibilidade no trato dos 
componentes curriculares, reafirmando, desse modo, o princípio da base nacional comum, Parâmetros Curriculares Nacionais / 
PCN, consolidando-se a Arte enquanto área de conhecimento, através das linguagens inerentes às Artes Visuais, Dança, 
Música e Teatro. 
 
 Destaco ações que possibilitam perceber essa nova estrutura de FC da SME: 
 
 No início da década de 90, a capacitação dos Professores de AC era articulada pelo Departamento de Ação Pedagógica / 
DAP,vinculado ao Departamento Geral de Educação / DGED. Esse departamento foi responsável pela produção e publicação 
de dois documentos nos anos de 1991/92, com a equipe de Artes Cênicas sendo constituída pelas Prof.ª Maria Helena Lyra 
Filho e Tânia Maria de Queiroz, atuantes nos extintos Polos de Educação Artística. São eles: 
 
1.º) “Fundamentos para Elaboração do Currículo Básico das escolas públicas do Município do RJ”: 
 Iniciado em 1983, e concluído após quase oito anos de discussões. Foi organizado com a participação de Professores por 
componente curricular, refletindo o trabalho conjunto desenvolvido em cada escola, nos órgãos regionais e no órgão central da 
SME. Outros profissionais das AC, não pertencentes ao quadro funcional da Prefeitura do RJ, também participaram, como Amir 
Haddad e João Siqueira, sendo a expressão de uma verdadeira experiência educacional de caráter coletivo. 
 
 Os componentes curriculares são apresentados em seu desdobramento vertical, do Jardim de Infância à 8.ª série. 
 
 
 - SANTANA, Arão Paranaguá de. Teatro e formação de Professores. São Luís/MA: EDUFMA, 2010 
 - Parâmetros Curriculares Nacionais : arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997, p 30. 
 A elaboração deste documento teve seu processo iniciado na gestão da Prof.ª Maria Yedda Leite Linhares e, posteriormente, desenvolvido pelos 
então Secretários de Educação, Professores Maria Lucia Couto Kamache e Moacyr de Góes, sendo finalizado na gestão da Prof.ª Mariléa da Cruz. 
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ARTES 
2.°) Sugestões Metodológicas – 1.º grau – 1.º e 2.º Segmento (Educação Artística- Artes Cênicas, Artes Plásticas e Música): 
 
 Continuidade da política de produção de material para subsidiar os trabalhos e as discussões dos profissionais, com textos teóricos, 
atividades e questões para reflexão, se propondo a concretizar objetivos e conteúdos relacionados nos Fundamentos, e contribuir para que 
a sala de aula se constitua em espaço de criação do aluno e do Professor. 
 
 Indica, também, que as atividades não se esgotam nelas mesmas, o Professor poderá recriá-las, desdobrá-las, utilizando as 
variantes citadas ou criando outras. Trabalha no primeiro segmento com dois eixos metodológicos, Jogo e Texto, e no segundo segmento 
com a articulação de conceitos-chave, sempre visando a interdisciplinaridade. 
 
 Um novo projeto vai propiciar ações que envolvem capacitações na área de Artes, o Programa de Extensão Educacional Núcleo de 
Arte. Surgiu no antigo Departamento Cultural do Departamento Geral de Ação Comunitária / DGAC, da SME, a partir de um projeto piloto 
em 1992, realizado na E.M Prof.ª Dídia Machado Fortes, no antigo 15º DEC, hoje E/7ª CRE, com as oficinas de Dança, Música e Artes 
Plásticas. Após um período de experiência positiva, foi pensada a ampliação para outros espaços da cidade. Ampliado o projeto, surgiu a 
necessidade de sistematização, através da elaboração de um documento. 
 
 Este documento é redigido abrangendo as linguagens da Dança, Teatro, Música, Literatura e Artes Visuais, seus conteúdos e sua 
condução, junto às oficinas artísticas, definindo o trabalho como de “ateliê livre”, priorizando o aspecto artístico, ficando a cargo da escola 
obrigatória, o pedagógico. Era dinamizado por um profissional (Prof.II ou Prof.I ) que fosse, de alguma forma, um produtor de Arte. 
 
 O Projeto Núcleo de Arte é direcionado aos alunos da Rede Municipal de Ensino, no contraturno, onde os alunos inscrevem-se, 
espontaneamente, em duas oficinas diferentes, podendo trocar de oficina após um tempo de trabalho contínuo. E, após a vivência em 
diferentes linguagens, julga-se que este aluno se sinta apto a optar por aquela em se expresse melhor artisticamente. 
 
Com o aumento do número de unidades de extensão, foram realizadas mudanças de estrutura nos espaços físicos de cada Núcleo, 
equipando-os com as necessidades básicas para o funcionamento de uma oficina de arte: colocação de barras e espelhos, palco e 
bancadas, equipamento de som e luz etc.. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 Em 1995, estavam criados e equipados seis Núcleos de Arte (NA) O Programa expandiu-se, tornando-se uma política pública voltada 
para o trabalho de Arte na Rede, com dez Núcleos funcionado até 2012, quando, por reorganização na SME, foram extintos dois Núcleos 
de Arte. 
 Também em 1995, com uma nova estruturação da SME, foi criado o Projeto Linguagens Artísticas (PLA), responsável pelas diretrizes 
do ensino das Linguagens da Arte no currículo escolar do Ensino Fundamental, pela coordenação – implantação e implementação – do 
Programa de Extensão Educacional Núcleo de Arte – com coordenadores para cada linguagem artística – responsável também, pelo 
encaminhamento de projetos de produção artístico-cultural, junto aos alunos da Rede, cumprindo, também, um de seus objetivos: 
“proporcionar espaços de capacitação para o Professor”. 
 Com essa mudança o, NA começa a se tornar referência de pesquisa pedagógica do trabalho com Arte na Rede, voltando-se para uma 
perspectiva pedagógica artística, em contraponto à proposta inicial de trabalho, que tinha o foco na vivência artística, com o “ateliê livre”. 
Os Centros de Estudos (CE), tantos internos, nos Núcleos, como gerais, envolvendo todas as Unidades de Extensão, passam a ser 
realizados num dia fixo da semana. O CE torna-se um espaço de pesquisa e reflexões acerca das diferentes linguagens artísticas, ao 
proporcionar troca de experiências e possibilitar a interdisciplinaridade e seus possíveis desdobramentos. Os CE permitiram a elaboração de 
propostas e diretrizes para um ensino de Arte com visões contemporâneas, entre as quais, a elaboração de um fio condutor anual que 
orientasse as práticas pedagógicas das oficinas. 
 O Projeto Núcleo de Arte, como um espaço de pesquisa e referência para o ensino da Arte dentro da Rede, torna-se também um 
espaço de FC, à medida que proporciona o enriquecimento do conhecimento artístico-pedagógico, seja na sua práxis, seja através de 
capacitações como, por exemplo, as promovidas pela Coordenação Geral do PLA, onde, por vezes, também envolvia o Professor da grade 
curricular, incluindo Oficinas, Cursos e os Seminários de Linguagens Artísticas. 
 Os Seminários de Linguagens Artísticas, entre 1994 e 2002, tinham o objetivo de possibilitar permanentes discussão e reflexão, na 
busca de construção de novas propostas conjuntas. 
 Entre palestrantes participantes em seminários, cito: Regina Márcia Simão Santos (Música), Isabel Marques (Dança) Mirian Celeste 
Ferreira Dias Martins (Artes Visuais), Lucimar Bello (Artes Visuais), Arão Paranaguá de Santana (Teatro) e o poeta Ferreira Gullar. 
 
 A elaboração deste documento teve seu processo iniciado na gestão da Prof.ª Mariléa da Cruz e finalizado na gestão da Prof.ª 
Maria de Lourdes Tavares Henriques. Os Núcleos de Arte foram regulamentados pela Lei nº 2619, de 16 de janeiro de 1988. 
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CÊNICAS 
ARTES 
A partir de 2003, as ações de FC em AC passam a estar vinculadas ao E/DGED/DEF, Desenvolvimento Curricular/ Artes 
Cênicas, sob a coordenação das Professora Liliane Mundim e Lêda Aristides. 
 As ações passam a ser direcionadas especificamente para os ProfessoresI de AC, e envolvem cursos, oficinas, palestras, 
encontros e mala direta com material didático- pedagógico, buscando criar um locus de discussão coletiva, com a participação ativa 
dos Professores. 
 Sob esta coordenação, entre 2003 e 2008, destaco as seguintes ações: 
2003 – Envio de questionário-pesquisa aos PI de AC da Rede, para obter subsídios, objetivando a elaboração de um 
planejamento de questões específicas para esse corpo docente. 
 - Material didático de apoio: conjuntode 22 pranchas de História do Teatro, organizadas pelos Professores José Henrique e 
Liliane Mundim / apostila com referências históricas do Teatro e de gêneros teatrais – Liliane Mundim. 
 - Minicurso de “Jogos Teatrais” – Profª Ingrid koudela 
 - Encontro com Professores I de Artes Cênicas – Minifórum - trocar experiências através de discussão e apresentação de 
teses recém-defendidas na área de Teatro-Educação. 
2004 - Material de Estudo, com textos de pesquisadores da área teatral: 
 - Maria Lucia Puppo (Além das Dicotomias ), Marcos Bulhões (O Professor como Mestre-Encenador), Tatiana Motta Lima (A 
pesquisa prática do ator: reflexões de palco e sala de aula), Gilberto Icle (Teatro e Construção de Conhecimento), 
 Ana Maria Amaral(Teatro de Formas Animadas) e Renan Tavares (Abordando Jean-Pierre Ryngaert). 
- Curso de 6 módulos de abril a novembro - UNIRIO 
 1º Módulo – A Questão da Corporeidade – Prof.ª Doutora Denise Zenícola 
 2º Módulo - Prof. Doutor Adilson Florentino - aulas teóricas -novos paradigmas contemporâneos. 
 3º Módulo – Prof. Doutor Marco Bulhões - prática do Professor-Encenador - abordagem do processo colaborativo. 
 4º Módulo – Prof.ª Doutora Maria Lucia Puppo, da USP – prática e teoria do Jogo Teatral, com base no texto e nas suas 
múltiplas possibilidades. 
 5º Módulo – Prof. Doutor Narciso Telles - Teórico-pedagogos do teatro e suas abordagens metodológicas. 
 6º Módulo – Prof.ª Doutora Lucia Helena de Freitas – Técnica do Teatro de Bonecos, sua construção e processo de 
manipulação. 
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ARTES 
 2005 - Curso I – “ O Processo de Encenação na Prática Pedagógica / Aprofundamento” – para Professores com mais de 5 
anos de Rede. 
 Curso II - “Teatro:caminhando pelo pedagógico” – para Professores com menos de 5 anos de Rede. 
- Textos de Material de Estudo: Prof. Adilson Florentino - “Teatro: Contemporaneidade e Educação”/ Richard Schechner - 
“O que é Performance” e “Rasaboxes” / Zeca Ligiéro – “A Performance Afro-Ameríndia. 
 
2006 - “A Pedagogia dos Grandes Mestres do Teatro Brasileiro I” 
 Palestra: A Estética do Oprimido – com Augusto Boal. 
 - Curso de Formação “A práxis do teatro na sala de aula/O Clown na Contemporaneidade” 
 Módulo I – “O clown na contemporaneidade” – Mario Bolognesi 
 Módulo II - “O ator de rua e suas performances” – Bya Braga 
 Módulo III – “O ator e as máscaras” – Ana Carina Melo dos Santos 
 
2008 - Cursos: - “Refletindo sobre a Prática Pedagógica em Teatro” 
 Professoras Lêda Aristides e Monica Alvarenga. 
 “O uso do texto dramatúrgico em sala de aula” – Prof.ª Monica Alvarenga. 
 Outra ação da Política de FC em AC adotada pela SME é a Semana de Minicursos no início do ano letivo – Orientação pedagógica 
no retorno dos Professores às atividades do ano letivo. Informa as ações que a Rede tem realizado, e as que serão 
desenvolvidas, atualizando o corpo docente com metodologias recentes da pedagogia Teatral. 
 Um outro olhar de FC são as Mostras dos resultados dos processos cênicos que alcançaram uma concepção de produção artística 
dentro do universo da sala de aula. Neste espaço, o Professor-encenador troca experiências acerca de criações dramatúrgicas, 
soluções cênicas, criação de cenário, figurinos e adereços. 
 O Projeto N.A se afirma como um espaço de pesquisa em Arte, ao promover, por iniciativa da coordenação do PLA, dos 
coordenadores ou dos Professores de AC, Mostras de Teatro, propiciando o intercâmbio entre os Núcleos, a partir de 1997. 
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ARTES 
As Mostras de Teatro promovidas pelo E/DGED/DEF – Desenvolvimento Curricular/AC se realizaram entre 2005 e 2008, 
com um desdobramento do Curso de FC, onde os Professores que participaram dos cursos passaram a ter um espaço fora da 
escola para apresentar sua produção cênica de sala de aula, a Mostra de Fragmentos Cênicos. Com critérios definidos, além de 
integrarem alunos e Professores, tinham por objetivo também incentivar e exercitar o espectador crítico. 
 Foram realizadas nos seguintes espaços culturais: Teatro do Jóckey (2005), Teatro Gonzaguinha, no Centro de Artes 
Calouste Gulbekian (2006) e Teatro SESI (2007 e 2008). 
 
 Um novo formato de projeto para apresentar a produção pedagógica dos Professores é criado em 2010: “Conexão das 
Artes”. Equipes das diferentes linguagens artísticas da Coordenadoria Técnica da SME se unem: Artes Cênicas, Música e Artes 
Visuais. 
 
 Neste exercício do Professor de AC na Rede Municipal há o registro dos momentos em que teve a oportunidade de 
exercitar seu lado artístico, nesta função. Abordarei nesta Comunicação o Projeto de FC estruturado em 2011 pela Prof.ª Lêda 
Aristides, fruto do amadurecimento das experiências anteriores, com apoio e autorização da Coordenação Técnica da SME. 
 Este Projeto é composto de dois Módulos, o primeiro com Fundamentação prática e teórica, e o segundo com Montagem 
Cênica – criação coletiva de produto artístico-pedagógico com orientação de profissionais da área área do Teatro, chamado 
“Espetáculo-aula”. 
 Avaliando a contribuição e permanência da FC como política de aperfeiçoamento da prática docente, cito depoimentos de 
Professores que têm participado com frequência das ações de FC da SME: 
 - “A FC propicia a atualização de conceitos e ideias, dinamiza sua aplicação em seu espaço de atuação, como também 
favorece ao profissional um momento para autoanálise e autorreflexão sobre sua prática no contexto em movimento.” 
 
 - “Acrescento que os Professores de AC desse município sempre receberam mala direta do órgão central, para participar 
do processo de construção de ações pedagógicas, gerando uma rede de Professores protagonistas nas capacitações e/ou 
elaboração da matriz curricular de nossa disciplina.” 
 
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ARTES 
- “Com a F.C, os Professores de A.C conseguem se inflar de novas ideias e esperança, reafirmando a potencialidade da disciplina 
ao se encontrarem e trocarem tanto as experiências boas, quanto as ruins.” 
 - “Para mim foi um divisor de águas participar da capacitação. Recém-chegada ao município não tinha com quem “trocar” figurinha. 
Eu era a única Professora de A.C na minha escola. Senti necessidade de encontrar os meus pares. A insegurança e dúvidas sobre 
o que vinha fazendo em sala de aula me preocupava. Nos fortalece mais enquanto Professores, ouvirmos os relatos dos colegas e 
sabermos que estamos no caminho certo.” 
 Nesta Comunicação me atenho até o ano de 2014, limite de minha pesquisa na Dissertação de Mestrado, realizada com fontes 
oriundas de arquivos pessoais, do N.A Copa e em história oral. 
 
Elizabeth Corrêa - Profª de Artes Cênicas da SMERJ 
Núcleo de Artes- Copacabana 
 
 
 Referências Bibliográficas 
 
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed,2000. 
SANTANA, Arão Paranaguá de. Teatro e formação de Professores. São Luís/MA: EDUFMA, 2010. 
TAVARES, Renan (org.) Entre Coxias e Recreio: recortes da produção sobre o ensino do teatro. São Caetano do Sul, SP:Yendis Editora, 2006. 
---------------Teatro, educação e cultura marginal dos anos 1970 no Brasil. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009. 
Documentos: 
Caminhos das Artes Cênicas. Departamento Geral de Cultura / SME, 1982. 
Documentos Pedagógicos: Programa de Extensão Educacional / SME, 2005. 
Fundamentos para Elaboração do Currículo Básico das Escolas Públicas do Município do RJ / SME, 1991. 
ARISTIDES, Lêda. Prêmio Anísio Teixeira /2005 /SME/CREP – A Construção de um Currículo no Caminho das Artes Cênicas 1975-1978. 
Sugestões Metodológicas – 1º grau – 1º e 2º segmentos : Subsídios para elaboração do Currículo Básicodas Escolas Públicas do Município do RJ / SME, 
1992. 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
As origens do Sistema na trajetória de Nina Verchinina 
 
 A abordagem do Sistema de Movimento de Verchinina e sua dança moderno-expressionista enquanto objeto de 
estudo visou resgatar a artista e sua inquestionável contribuição à dança brasileira e internacional, rastrear a genealogia, a 
linhagem de um pensamento e prática sobre o corpo, sobre a arte do movimento. Essa reflexão une teoria e prática, apresentando 
outro ângulo dessa metodologia que sirva ao treinamento e à criação cênica do intérprete contemporâneo, na dança e no teatro. 
 A trajetória artística de Verchinina, internacionalmente conhecida no mundo da dança, percorreu um caminho 
multifacetado que vai da dança acadêmica, com os Ballets Russes em suas experiências inovadoras com coreógrafos como 
Bronislava Nijinska e Léonide Massine às influências modernas de Isadora Duncan, Martha Graham, Rudolf Laban e o 
Expressionismo alemão. Ao chegar ao Brasil em 1946 e assumir a direção do Corpo de Baile e da Escola de Dança do Theatro 
Municipal do Rio de Janeiro, ela traz toda essa bagagem para o país, estabelecendo um divisor de águas, uma verdadeira 
revolução no aprendizado e na prática da dança da época. Sua pesquisa dialoga com o Sistema Laban e com alguns princípios da 
Antropologia Teatral de Eugenio Barba. 
 O Sistema de Verchinina busca desenvolver um corpo sensível, capaz de perceber o movimento, apropriar-se dele e 
expressá-lo com verdade. Método de treinamento e criação cênica deveriam estar juntos para construir no corpo uma dança que 
possa “refletir aquilo que se vive, que acontece no mundo e por dentro de cada ser” (VERCHININA apud PORTINARI, 1972). 
 
 Elementos, princípios do sistema e seus possíveis diálogos 
 
 A concepção e o desenvolvimento do Sistema de Verchinina surgiram de uma intensa e múltipla vivência e pesquisa 
artística sobre o movimento na dança, na pintura, na escultura e na música. Tomou como foco a busca da raiz, de princípios 
norteadores e de como formalizá-los, voltando-se para a pesquisa do movimento pré-expressivo e de suas possibilidades quanto à 
forma e às transições. 
 Em sua escola de dança no Rio de Janeiro, Verchinina desenvolveu seu trabalho corporal sistematizado em 
diferentes tipos de aula: chão, barra, centro, joelhos, paralelas e caídas. Essas aulas se completavam, trabalhando o corpo no 
sentido do aquecimento, alongamento, fortalecimento muscular e tonicidade, alinhamento postural e dinâmica e possibilidades 
expressivas do movimento. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 A relação do corpo com o espaço será uma preocupação constante nas elaborações de movimento de Verchinina. O 
bailarino, em sua concepção, precisa desenhar o espaço, rompendo com a resistência imposta pelo ar (o bailarino dentro de uma 
grande bolha, a kinesfera de Laban). Segundo ela, seria exaurindo os limites desta bolha que o bailarino encontraria outras 
possibilidades de movimento, como os que levam à distorção (por exemplo, a 4ª. posição cruzada em torção). Novos tipos de 
movimento (para a época) são incorporados ao trabalho de Verchinina, como os de puxar, empurrar, procurar, esconder e libertar. 
Podendo ser executados de várias maneiras: jogados, controlados, ondulados, quebrados, fragmentados (PIRAGIBE, 2004). Eles 
podem ser centrífugos ou centrípetos, partindo do centro do corpo para a periferia ou ao contrário. Podemos destacar algumas 
Ações Básicas de Esforço pesquisadas por Laban, que são usadas com frequência na realização dos movimentos do Sistema de 
Verchinina: socar, pressionar, torcer e deslizar. 
 A visão filosófica de Verchinina sobre o paradoxo humano justifica os binômios em oposição constantes na 
construção e expressão de seus movimentos, em suas variadas possibilidades de estruturação de forças contrapostas no corpo: “o 
homem vive o paradoxo da transcendência a que aspira e a irremediável atração terrena à qual está submetido” (PIRAGIBE, 2004, 
p.32). É nesse paradoxo da natureza humana, nessa oposição complementar, que seu Sistema e sua dança se desenvolvem. O 
princípio da oposição é constante em seu Sistema. Teremos então o desenvolvimento de movimentos lógicos (opostos 
complementares) ligados à natureza física e humana (contração/extensão, pequeno/grande, para dentro/para fora, circular/angular). 
 Observamos em Verchinina a construção de uma gramática própria de movimentos, um tratamento aplicado na 
codificação dos movimentos cotidianos e da natureza, que pode ser lido através do princípio de equivalência e o princípio da 
incoerência coerente, segundo as concepções de Eugenio Barba. Essa codificação ocorre da seguinte forma: Verchinina observa o 
movimento humano cotidiano e o da natureza, e o reconstrói aplicando sobre ele deslocamentos de tensões, oposições e esforços, 
intensificando assim este movimento. Assim, a partir de um movimento cotidiano e/ou natural ela codifica o seu equivalente 
extracotidiano, tornando-o “artificial”. Mas esse movimento extracotidiano torna-se coerente através de repetições, detalhamentos e 
ligações, fruto de uma lógica própria que segue determinados princípios na sua elaboração, diferenciados do comportamento 
cotidiano. Assim, torna-se coerente o movimento equivalente que à primeira vista parecia incoerente. 
 Com a estruturação continuada de seu Sistema, a preocupação com a lógica do processo (a construção de um 
método de movimento para o treinamento corporal anterior à cena) e não apenas com a lógica do resultado (a criação e expressão 
coreográfica) passa a nortear sua pesquisa. Portanto, o movimento, e não mais a dança propriamente dita, passa a ser o centro de 
sua investigação. Dessa forma todos poderiam se beneficiar desse aprendizado: bailarinos, atores, terapeutas, arte-educadores, 
enfim, todos aqueles que tivessem o movimento e o corpo como foco de interesse. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 Verchinina percebe que o corpo precisa primeiro tornar-se apto para estar em cena, para entrar no estado de dança. 
Ela passa a ocupar-se intensamente do que Eugenio Barba denomina de trabalho sobre a pré-expressividade, ou seja, a 
construção de uma presença corporal, um corpo vivo anterior à expressão cênica. 
 Os trabalhos de Laban e Verchinina na dança estabeleceram um divisor de águas, um novo paradigma artístico 
profundamente conectado com as ressonâncias das transformações políticas e sociais ocorridas com o advento da Modernidade, e 
com todos os movimentos que este período desencadeou na contracorrente do Naturalismo, dominante no campo das artes até 
então. Por sua vez, as elaborações posteriores de Barba no teatro iriam se aproximar também desse fluxo de concepções. 
 Vários estudos foram e continuam sendo feitos sobre o legado artístico de Laban e Barba. Talvez a abrangência de 
suas ideias esteja ligada a estruturas abertas, seja através da Antropologia Teatral, em Barba, ou do Sistema, em Laban, que por 
seus princípios norteadores estarão sempre abertos a novas leituras e experimentos. No caso de Verchinina poucos estudos foram 
desenvolvidos até aqui, mas os princípios balizadores de seu Sistema ainda são um terreno fértil para novas investigações. 
 Seja como for, os princípios orientadores do trabalho de Verchinina, Laban e Barba partem de uma preocupação 
comum: o corpo. Talvez, por isso mesmo, este caminho seja tão amplo na possibilidade de novas conexões e leituras, uma vez que 
o corpo e suas idiossincrasias remetem a um estado de constante transformação, através de suas interações e contágios com o 
mundo. 
 As diferentes dramaturgias escritas no corpo por essa tríade artística se aproximam, no que se refere ao trabalho 
“sobre si mesmo”, a uma preocupação e compromisso com a “lógica do processo” enão somente com a do resultado, ou seja, ao 
estado essencial que o corpo precisa forjar antes da expressão cênica propriamente dita. Por isso, esses artistas-pesquisadores se 
afinam em suas investigações no que concerne ao campo da pré-expressividade que cria a presença, o bios cênico, a energia 
necessária para o estado de representação. 
O caminho que percorremos no Sistema de movimento de Verchinina indica direções possíveis de apropriação de seus princípios e 
concepções na atualidade, nos sinaliza para adequações, diálogos e ajustes necessários à pulsação e ao corpo multifacetado do 
intérprete contemporâneo. Portanto, cabe o desafio àqueles que entrarem em contato com este Sistema, reinventar, criar seus 
próprios e surpreendentes diálogos e conexões, na tentativa de ampliação de mais um instrumento técnico-metodológico para o 
treinamento do intérprete e para sua criação cênica. 
 
 
 Notas - Cinesfera ou Kinesfera é a esfera dentro da qual acontece o movimento [...] É a esfera de espaço em volta do corpo do agente na qual e com a qual ele se move. 
(RENGEL, 2003, p.32). Ação básica de esforço é a ação na qual fica evidente uma atitude do agente perante os fatores de movimento espaço, peso e tempo. A produção 
desta ação se dá na ordenação dentre as possíveis combinações e integração harmoniosa das qualidades de esforço que são imprimidas ao(s) movimento(s). (RENGEL, 
2003, p.23 e 24). Antropologia Teatral é o estudo do comportamento cênico pré-expressivo que está na base dos diferentes gêneros, estilos, papéis e das tradições pessoais 
ou coletivas [...] A Antropologia Teatral indica um novo campo de investigação: o estudo do comportamento pré-expressivo do ser humano em situação de representação 
organizada. (BARBA apud BONFITTO, 2002, p.76) 
 
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ARTES 
 
 Cláudia Petrina Leite da Silva 
 Professora de Artes Cênicas da SMERJ 
Doutora em Artes Cênicas pelo PPGAC/ UNIRIO. 
 Professora de Artes Cênicas da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro desde 2003. 
Atualmente compõe a equipe da CED-Extensividade da SME. 
 
(*) Esse texto é parte integrante da minha dissertação de Mestrado em Teatro, na UNIRIO, 
 defendida em 2008, intitulada “O Sistema de Movimento de Nina Verchinina 
e seus diálogos: princípios para o treinamento e a criação cênica do intérprete”. 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
 
BARBA, Eugenio. A Canoa de Papel – tratado de Antropologia Teatral. São Paulo: Hucitec, 1994. 
 ______________e SAVARESE, Nicola. A Arte Secreta do Ator – Dicionário de Antropologia Teatral. São Paulo-Campinas: 
HUCITEC/UNICAMP, 1995. 
BONFITTO, Matteo. O ator-compositor. São Paulo: Perspectiva, 2002. 
BRENNAN, Mary. Free spirit of dance. Scotland: The Herald, June 10, 1995. 
PIRAGIBE, Esther. O Espírito Livre da Dança – A dança moderna expressionista. São Paulo, Carthago Editorial, 2004. 
RENGEL, Lenira. Dicionário Laban. São Paulo: Annablume, 2003 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados provenientes da minha Dissertação de 
Mestrado em Artes Cênicas, concluída no ano de 1997, na Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO. A proposta 
da pesquisa era investigar a possiblidade de aplicação do Sistema do Teatro do Oprimido na prática pedagógica, 
objetivando a superação da contradição educador-educando preconizada por Paulo Freire. 
 O trabalho originou-se da minha necessidade de experimentar novos procedimentos pedagógicos 
para o ensino de Artes Cênicas que possibilitassem, na minha prática educativa, a promoção do conhecimento 
da linguagem teatral como meio de expressão e criatividade, o desenvolvimento da consciência crítica do 
educando assim como possibilitar uma revisão e renovação das relações entre educador-educando. 
 A metodologia da pesquisa baseou-se num estudo de caso, realizando uma abordagem qualitativa 
descritiva da educação, seguindo o modelo da observação participante. Foram realizados, na ocasião, 25 
encontros com educandos de duas turmas de 8.ª série (atual 9.º ano) do Ensino Fundamental da Escola 
Municipal Compositor Luiz Gonzaga, localizada no bairro da Freguesia na cidade do Rio de Janeiro, tendo o 
Sistema do Teatro do Oprimido como procedimento pedagógico para o desenvolvimento das atividades. 
 
Aportes Teóricos 
 
Paulo Freire e a pedagogia do oprimido 
 Ao examinar a teoria de Paulo Freire sobre educação, detive-me em determinado aspecto de seu 
vasto pensamento: a questão da superação da contradição educador-educando. Esse interesse retrata minhas 
preocupações com a prática. Minha abordagem foi, portanto, a de uma educadora que, inspirada pelas ideias de 
Paulo Freire, nelas encontrou elementos para a elaboração de uma teorização sobre a própria prática. 
 
O TEATRO DO OPRIMIDO: 
UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO 
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CÊNICAS 
ARTES 
 Paulo Freire tinha uma ampla visão da educação e uma opção política engajada, militante no 
cotidiano, na concretude da alienação das classes populares. Defendia que toda prática educacional requer uma 
teoria que reflita sobre o papel do educador. E esta postura envolve uma concepção do homem e do mundo e 
uma visão clara sobre os objetivos da educação. Portanto, passa por uma opção política do educador, a prática 
política entendida e assumida na prática educativa. 
 Paulo Freire reage à concepção autoritária da educação oficial, proclamando que o educando é 
sujeito e traz consigo conhecimentos anteriores ao seu ingresso na escola. A prática comum o sistema 
educacional concebe o educador como o único possuidor de conhecimentos e o educando como um total 
ignorante. Consequentemente, o papel do educador passa a ser o de enviar este conhecimento ao educando. 
Freire espelha esta situação da imagem do educando como um recipiente vazio de conhecimentos que deve ser 
enchido pelo educador. (Freire, 1987, p.58). 
 Esta característica comum ao sistema escolar revela ainda um enorme preconceito de classe, já 
que institui como único conhecimento válido o da classe dominante. Freire resgata o valor do conhecimento do 
homem das classes populares. Mais que isto, afirma ser este de vital importância, e ressalta a necessidade de o 
educador reconhecer este saber que o educando traz consigo, pois é a partir dele que se irão construir novos 
conhecimentos pela ação educativa. Negar estes saberes pode comprometer os resultados pretendidos pelo 
educador. 
 O conhecimento é construído na relação das pessoas entre si e com o mundo. Parte deste processo 
pode ser sistematizado pela escola. A escola não é a única produtora de conhecimentos. O homem produz 
conhecimentos, estando no mundo e, por não poder deixar de relacionar-se com o mundo, esta relação é 
transformadora, quer dizer, é uma relação dinâmica que altera a realidade e, ao modificar o mundo, volta a agir 
sobre os homens, que também são transformados por seu efeito. (Brandão, 1989, p.103). 
 Resgatando a contribuição de Piaget, Freire ratifica que o conhecimento novo só é adquirido a partir 
do que já se conhece. O saber que o educando possui antes de ingressar na escola é o seu currículo oculto, que 
lhe serve de referencial para o seu contato com o ensino escolar. O educador realizará uma trabalho pedagógico 
mais profícuo ao conhecer melhor o currículo oculto dos educandos. Quanto maior o referencial conhecido, 
maior facilidade em trabalhar o desconhecido. (Piletti, 1987, p. 52). 
 
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ARTES 
 O educador, estando ciente de que o educando para compreender o desconhecido é preciso partir do 
já conhecido, principia sua ação pedagógica pela realidade do próprio aluno. Realidade que é política, econômica, 
familiar, regional, afetiva e psicológica. (Freire, 1987, p.84). 
 Estarealidade é que irá mediatizar o diálogo entre educador e educando. Ela será o assunto comum a 
partir do que se irá conhecer o mundo. Dialogar denota que o conhecimento que cada um traz instiga a busca e a 
criação do conhecimento do outro. A troca de informações não é a parte mais fecunda do diálogo, já que pode 
acontecer numa relação não dialógica. O que caracteriza o diálogo como força criadora é que o conhecimento de 
um detona o conhecimento no outro. 
 O autor evidencia o caráter narrativo e dissertativo das relações entre educador e educando na escola 
tradicional brasileira. A narração de conteúdos compromete um sujeito (narrador-educador) e os objetos (ouvintes-
educandos). Disserta-se sobre uma realidade estática, ordenada, passiva, intocável e não se tece nenhuma 
relação com as experiências reais dos educandos. Os conteúdos são fragmentos da realidade que não mantêm 
referências com sua totalidade significante, veiculando a ideologia dominante. A palavra perde toda a sua 
concretude verbal, ação transformadora e é mecanicamente pronunciada pelo educador e memorizada pelos 
educandos. Freire classifica esta prática de educação bancária. Nesta prática, o educador é o agente cuja tarefa é 
despejar (depositar) os conteúdos sobre os educandos que, docilmente, armazenam a narração. Não existe 
transformação criadora nem saber. Só se produz saber pela inquietação do homem de buscar, através de suas 
relações no mundo, com outros homens e com o mundo. Esta prática é caracterizada pela imposição do monólogo. 
As pessoas são tratadas como objetos e não como sujeitos na construção da história. Este autoritarismo impõe a 
aceitação e a obediência, rechaçando o questionamento. A responsabilidade da busca é transferida para quem 
detêm o conhecimento o que, supostamente, justifica essa condição privilegiada. O autor ressalta o peso da 
ideologia que incide sobre todos os que pertencem à esta sociedade. Ideologia que legitima a dominação, figura 
como uma fatalidade e, além do que, insinua-se de maneira encoberta, como algo a ser desejado, cobiçado e 
desfrutado. 
 O educador formado dentro dessa relação ideológica, a reproduz em sala de aula. Muitas vezes, 
mesmo tendo um discurso democrático, a relação que mantém com os educandos é conservadora, revelando um 
antagonismo entre seu discurso e sua prática. 
 
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ARTES 
 Freire destaca que o que precisa emergir da tarefa de reconstrução de uma prática 
educativa, no diálogo (que favorece o entendimento) com os educandos, é uma consciência crítica. A partir das 
ideias, dos sentimentos, dos problemas dos educandos, a ação pedagógica deve favorecer o desvelamento 
crítico da realidade, desenvolvendo uma consciência lúcida. 
 
Teatro do Oprimido por Augusto Boal 
 O Teatro do Oprimido (TO) sempre existiu como formas de manifestações através das quais o 
oprimido expressa-se, sofrendo modificações e adequações ao momento e ao lugar. (Boal, 1980, p.23). 
 A novidade empreendida por Boal foi a investigação, a pesquisa e a sistematização destas formas 
de expressão, criando um inter-relacionamento entre todos esses processos, técnicas, estilos, exercícios e 
jogos. Essa pesquisa, sistematização e inter-relacionamento é que é chamado o teatro do Oprimido, cuja 
proposta primeira foi a de tornar a linguagem teatral mais popular. 
 A origem do TO está na cultura desenvolvida pelo próprio povo em seu cotidiano. É uma expressão 
autêntica que sobrevive mesmo diante da imposição da cultura oficial, manipulada através dos instrumentos 
reprodutores da ideologia dominante. 
 O TO ocupa-se da linguagem da comunicação estética, da comunicação sensorial. Estética para 
Boal é tudo que fala aos sentidos. O homem usando a linguagem cênica exprime-se través de seu próprio corpo, 
sua sensibilidade se aperfeiçoa no exercício de seus sentidos. O TO pressupõe um detalhamento de técnicas 
que objetivam favorecer a qualquer pessoa expressar-se através da linguagem teatral, analisando e alterando 
uma situação opressora, estando situado no limite entre a realidade e a ficção. Partindo da encenação (ficção) 
de um problema real (realidade) o participante realiza ações reais dentro de um contexto teatral. Personagem e 
pessoa misturam-se. Essa condição permite ao participante se observar. Nesse teatro o participante não 
interpreta qualquer papel, ele tem a oportunidade de encenar seu próprio conflito: “isto é, organiza sua vida, 
analisa suas próprias ações.” (Boal, 1980, p.25). 
 
 
 
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ARTES 
 
 O poder mobilizador dessa prática pode despertar no participante o desejo de se tornar sujeito 
ativo, capaz de tomar decisões, agir e modificar sua realidade. 
 O TO é uma prática teatral que pretende despertar a consciência crítica dos participantes e 
estimulá-los a uma ação capaz de transformar a realidade opressora, revela uma preocupação social clara e 
específica. 
 Oprimido e espectador assumem sentidos semelhantes na visão de Boal. Um diálogo necessita de 
dois interlocutores que alternadamente intervenham durante a conversa. Se isto não acontece, se apenas um 
dos dois fala e o outro somente escuta e obedece, o que existe, na verdade, é um monólogo no qual o sujeito 
(ouvinte) é transformado, mesmo que temporariamente, em objeto (receptor) passivo) Esse tipo de 
procedimento existe em todas as relações de dominação e está personificada na relação ator-espectador como 
adverte Boal ao afirmar que “o artista produz, o espectador consome; o artista fala, o espectador escuta. Nesse 
diálogo muito especial, um dos interlocutores continuava mudo. Não era diálogo. Era monólogo, e todo 
monólogo é opressor. (Boal, 1980, p.22). 
 Impedido de ser sujeito do diálogo, o oprimido torna-se objeto, essa relação é “obscena”, a palavra 
obscena, “literalmente significa fora de cena” (Fernando Peixoto, 1980, p. 15 – prefácio do livro: Sto:C’Est 
Magique!). É obscena qualquer atitude passiva, a ausência de diálogo, de reflexão ou de ação. 
 A temática tanto do Teatro quanto da Pedagogia do Oprimido é a libertação do homem que trata de 
sua humanização. Ambas justificam na atitude política do homem enquanto sujeito de decisão livre para pensar 
e agir. 
 Boal quer acabar com o afastamento entre o ator e o espectador, pois vê nesta relação uma 
personificação das relações sociais de poder, que dirige para o ator todas as atenções, colocando-no numa 
posição de destaque oposta a do público. Nestas condições o ator é o que pensa, o que escolhe, é o que age. O 
espectador é o pensado, o passivo contemplador. Trazendo o espectador para o palco, acredita que este possa 
assumir uma postura ativa transformando-se em sujeito da ação. 
 
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ARTES 
 Paulo Freire entende a educação como um processo no qual educador e educando precisam estar 
unidos. Um respeitando a condição do outro, sem a intenção de dominar, impor ideias ou subjugar a vontade. 
Contesta a educação oficial por servir aos interesses da classe dominante, designando-a de Educação bancária: 
aquela na qual o educando se especializa em aprender, vai à escola para que lhe depositem coisas em sua 
cabeça e saia de lá mecanizado. De caráter opressor, outorga ao educador todos os poderes: ele fala, ele sabe, 
ele educa. Como seu antagonista está o educando: que não pode falar, não sabe, e deve ser educado. 
 Ambas as concepções acreditam que essa dominação é temporária, que o desejo criador do homem 
o impulsiona a lutar contra a sua condição de oprimido. 
 Vislumbrei na exigência do TO, de suprimir a separação ator-espectador, uma possibilidade para a 
experiência pedagógica, em sala de aula, de aproximação entre educador e educando, um caminho para o 
diálogo e para a instauração da relação dialógica, na qual ambos sejam sujeitos do processode ensino-
aprendizagem, preconizada pela teoria de Paulo Freira com a superação da contradição educador-educando. 
 As duas práticas buscam instituir o diálogo, restituindo ao homem o direito da palavra, pois 
manifestando-se é que os homens tornam-se sujeitos transformadores da realidade. 
 
A experiência prática 
 
 Abordei detalhadamente o contexto escolar no qual foi realizada a experiência: a escola, o corpo 
docente, os alunos, a relação Professor/aluno e a minha atitude pedagógica adotada por mim. Apresentei ainda a 
organização das aulas: seus objetivos, avaliação, o entendimento por parte da direção, clientela, horário, local e 
metodologia usada. 
 Descrevi as atividades desenvolvidas e exemplifiquei através de exercícios realizados pelos 
educandos e suas respostas nas aulas de Artes Cênicas. 
 
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ARTES 
CONCLUSÕES 
 
 Os resultados dessa experiência revelaram que as técnicas do sistema do Teatro do Oprimido 
propiciam aos educandos o uso da linguagem teatral como um meio de expressão, comunicação e reflexão 
sobre si mesmo e sobre sua realidade, desenvolvendo nele a consciência critica. Evidenciaram também que, 
embora educador e educando estejam condicionados a reproduzir, em sala de aula, as relações sociais 
autoritárias e hierarquizadas, é viável uma transformação dessas relações através do exercício do diálogo. 
 
O TEATRO DO PRIMIDO: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO 
(fragmentos da Dissertação de Mestrado) 
Elisabete Pinheiro Costa 
Professora de Artes Cênicas da SMERJ 
EM Calouste Gulbenkian 
E/DGED/CED- GPEC 
Elemento de Equipe 
Mestre em Teatro 
CLA-UNIRIO 
RJ/1997 
Referência Bibliográficas 
 
• BOAL, Augusto. Stop,c’est magique. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.Col. Teatro Hoje, vol.34. 
• BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Método Paulo Freire. São Paulo, Brasiliense, 1989. Coleção Primeiros Passos, 
vol. 38. 15.ed. edição. 
• FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1987. 
• PILETTI, Claudio. Didática Geral. 8.ed. São Paulo: Ática, 1987. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
MULTI / PLURI / INTER / TRANSDISCIPLINARIDADE: 
TRANSFORMAÇÕES NOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 As reflexões acerca da educação confluíram para o entendimento de que a organização curricular existente caducou a ponto de não 
suportar as mudanças que ocorreram e ocorrem nas sociedades mundiais. A multidisciplinaridade cartesiana, cuja meta seria a 
garantia da independência e peculiaridade das disciplinas, criou um apartamento na compreensão do que é humano. 
 As disciplinas se distanciaram de tal maneira umas das outras que vêm gradativamente perdendo as conexões ao assumirem a 
verticalidade das hiperespecializações. O resultado disto é a constatação de que o conhecimento vem sendo transmitido para o 
aluno em pedaços compartimentados que, além de criarem limites rígidos entre as áreas do saber, contribuem para a falta de 
interesse do aluno nos conteúdos escolares porque criam separações e distâncias entre o que se aprende na escola e a vida fora 
dos muros da mesma. 
 As fronteiras entre os saberes são mais sutis do que a multidisciplinaridade pode realizar e a filosofia da educação vem, no campo 
teórico, principalmente, discutindo novos paradigmas norteadores. A proposta do MEC, de trabalhar com projetos ou com a inserção 
dos temas transversais no currículo mesmo que estes não estejam incluídos nos conteúdos programáticos oficiais, pretende 
minimizar o problema das hiperespecializações, que distancia as partes do todo, em vista de mudanças no terreno da didática e do 
currículo. 
 Existem algumas formas de planejar e executar um projeto na escola que podem perpassar pela pluri/inter/transdisciplinaridade. Na 
tentativa de brevemente conceituar, cada conceito, segundo alguns teóricos, e entendendo que estes termos encerram certa 
fragilidade de definição devido ao caráter polissêmico que vinculam, serão feitas algumas considerações. Em relação à estrutura da 
pluridisciplinaridade, na concepção de Barasab Nicolescu (1999), esta sugere o estudo de um mesmo objeto, ao mesmo tempo, por 
várias disciplinas, porém mantendo o nicho de cada uma delas, ou seja, prescindindo do diálogo. 
 
 Contribuição da Profª de AC/SMERJ - Luciana Tosta / Profª de AC 
 Escola Municipal Maria Leopoldina – 2.ª CRE 
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ARTES 
 
• A interdisciplinaridade, no sentido usado por Ivani Fazenda (1993), propõe a livre passagem entre as diferentes 
áreas de conhecimento sendo, antes de qualquer coisa, uma atitude perante os saberes. Estão contidos nesta concepção 
momentos de integração das disciplinas, tendo em vista um conhecedor global, e ocasiões de interação e transformação da 
realidade. Trabalha em uma perspectiva de cooperação sem hierarquias, mantendo uma abertura às trocas dialógicas e 
planejamentos compartilhados. 
• A transdisciplinaridade é um passo além que tenta operacionalizar o desenvolvimento da capacidade de “articular 
diferentes referências de dimensões humanas, de seus direitos e do mundo” (Diretrizes Curriculares Nacionais, 2013, p. 28). 
Esta objetiva a unidade do conhecimento, a compreensão da complexidade que é a vida, o ser humano e todo o meio 
ambiente. O acaso e as incertezas, inclusive as científicas, fazem parte deste entendimento e por isso devem ser levados em 
consideração na organização curricular. 
• A “Carta da Transdisciplinaridade” foi criada no primeiro congresso mundial sobre o assunto, em 1994, com redação de Lima 
de Freitas, Edgard Morin e Barasarab Nicolescu. Nela estão contidas as orientações deste modelo. O currículo transdisciplinar 
poderia ser dividido em temas norteadores e urgentes à condição humana e as disciplinas se articulariam a partir deles, como 
por exemplo: 1. Aprender a respeitar e a cuidar do planeta ou 2. Conviver na diversidade com diferentes. 
• O que oportuniza um diálogo produtivo e enriquecedor entre o Teatro-Educação e as inter e transdisciplinaridade e é sua 
personalidade enquanto manifestação artística que lida com abstrações, concretudes e simbologias, com o sonho e a 
realidade. É sua gama de procedimentos didáticos e técnicas de expressão que mobilizam e articulam sensibilidades, saberes 
intelectuais, afetivos e corporais. Assim, a prática do teatro incita diversas áreas do saber em sua constituição enquanto 
linguagem e nos temas utilizados como conteúdo dos debates e das improvisações, pois estes focos de reflexão são retirados 
da vida, da sociedade e do meio ambiente, onde as interfaces entre as áreas de conhecimento são contínuas e ininterruptas. 
 O traço dialógico com outros campos do saber está presente na própria história do teatro que atravessa a história 
das civilizações e expressa às angústias e alegrias, os fracassos e os sucessos, da humanidade através dos tempos. O jogo 
teatral pode ser caro a esta educação como instrumento didático-pedagógico que vê o prazer e o divertimento como um meio 
de produzir afetividades que solidificam a aprendizagem e o ensinamento. 
 Tais mudanças paradigmáticas no currículo, em cujo norte vislumbra-se a transdisciplinaridade, ainda são uma 
utopia, porém nós educadores sabemos que são as utopias que nos mantêm esperançosos e determinados, em momentos de 
crise, a buscar meios para transformar as situações, promovendo a reforma do pensamento no sujeito, que é aquele que, 
efetivamente, fará acontecer às mudanças pertinentes nas sociedades planetárias. 
Luciana Tosta é Mestre em Teatro-Educação pela UNIRIO. 
 
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ARTES 
 
 
 
 
 
 
Reflexões sobre os objetivos do Ensino de Teatro na Educação Especial 
 
 
 
Incluído nas Artes Cênicas, o Teatro é o produto da articulação deoutras linguagens ─ relacionadas às artes visuais, ao 
corpo, à música... e está presente em todos os períodos da história das sociedades. Por isso compreendemos que ele 
desempenha uma importante função na sociedade: referindo e retratando em suas obras o comportamento, os costumes, os 
vícios, as angústias e tudo que envolve qualquer sociedade, auxiliando na adequação dos indivíduos aos valores morais nos 
quais estão inseridos e na compreensão, além dos processos sociais, dos processos individuais, dos próprios sentimentos e 
questões. Dessa forma o Teatro contribui para o funcionamento das estruturas sociais e para a relação indivíduo x coletividade. 
Entendendo a importância do teatro, assim como das outras artes, para o desenvolvimento individual e coletivo, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/96 coloca o ensino de arte como obrigatório na educação básica e, em 
1998, consolida o teatro como uma das modalidades artísticas a serem trabalhadas na área de Artes. 
Na escola, o ensino do teatro tem, como um de seus objetivos, trabalhar a relação entre o individual e o coletivo a partir 
de três eixos principais: Teatro como expressão e comunicação, Teatro como produção coletiva e Teatro como produto cultural e 
apreciação estética. 
Com base nesses três eixos, desenvolve-se também o trabalho com o Teatro na Educação Especial, apontando para a 
realidade das experiências emocionais vividas através da arte e para o papel fundamental da coletividade na construção do 
indivíduo, afinal, nós, humanos, nos constituímos socialmente. 
Através de um processo de aprendizado sensível, pelo jogo, pela ludicidade, observamos uma aprendizagem mais rápida 
e efetiva, então esse é um importante caminho a ser trilhado na Educação Especial. Vivenciando experiências pela força do 
Teatro e do jogo teatral, esses indivíduos, nossos alunos da Educação Especial, identificam-se em situações como as que se 
apresentam em suas vidas, podendo construir novos entendimentos a respeito de tais situações, de si mesmos e da sociedade da 
qual fazem parte. 
 
Contribuição da Prof.ª de AC /SMERJ - Claudine de Macedo Varela, do Instituto Helena Antipoff 
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Competências e Habilidades no Ensino de Teatro- Reflexões 
 
 
No cotidiano escolar competências e habilidades são conceitos bastante utilizados, mas ainda um pouco confusos para os 
educadores. 
Segundo Perrenoud (1999, p. 30), "Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, 
capacidades, informações etc.). Para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações" e habilidade para Perrenoud 
(1999),“ trata-se de uma sequência de modos operatórios, de induções e deduções, onde são utilizados esquemas de alto nível. 
Portanto, para o autor, a habilidade é uma série de procedimentos mentais que o indivíduo aciona para resolver uma situação real, 
onde ele precise tomar uma decisão. 
Para Júlio Furtado, "Os conceitos de habilidade e de competência causam muita confusão e não são poucas as tentativas de 
diferenciá-los. Podemos dizer, de forma simplista, que habilidades podem ser treináveis enquanto que competências, jamais. 
Tomemos o exemplo de falar em público. É treinável, embora requeira conhecimento, experiência e atitude. Logo, é uma habilidade. 
Da mesma forma, podemos classificar o ato de ler um texto, de resolver uma equação ou de andar de bicicleta. Dar uma aula é 
uma competência. Por mais que se treine, os diferentes contextos e exigências sempre exigirão além do que se treinou." 
Em ambas as definições percebemos que competências e habilidades exigem uma nova configuração de ensino. É preciso 
um trabalho educacional que não tenha como prioridade a transposição de conteúdos, mas um processo de ensino com fluxo 
dinâmico e dialógico, tendo como foco uma situação-problema que pertença ao cotidiano do aluno para que a aprendizagem seja 
significativa. 
Exercitar a escuta e trazer as demandas da realidade concreta do aluno como planejamento de aula, desdobrando sua 
situação existencial em conteúdo fazendo com que os 50 minutos de cada tempo em sala de aula com o educando se transformem 
em horas de reflexões no seu percurso diário, mesmo após o término da aula, é um grande desafio e, inevitavelmente, 
determinados conteúdos são trabalhados repetidas vezes, até que se desenvolva a competência. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Ensinar e aprender na escola contemporânea, tendo as competências como matriz, é um ato concomitante que ocorre na 
relação de troca de saberes entre um Professor e o seu aluno. É uma espécie de jogo que exige de ambos a percepção do erro como 
um novo fator para rever a aprendizagem, abrindo portas para um nova proposta de trabalho, um novo desafio.! Desta forma, solicita-
se ao aluno uma aventura no território do desconhecido e na busca de novas possibilidades para a solução das questões não 
compreendidas. Esta busca descontínua quebra com a regra da linearidade imposta pela organização sequencial de conteúdos de 
nosso Currículo Escolar. 
Desenvolver um projeto educacional a partir de competências é convidar o Professor a fazer uma reflexão sobre sua prática. Em 
especial, quando se trata de um trabalho teatral. 
A amplitude e a complexidade da linguagem teatral sugere uma proposta metodológica interdisciplinar, criando um teia 
agregadora entre os Professores de diferentes disciplinas, com olhares complementares sobre um determinado assunto, fortalecendo 
a proposta pedagógica da escola para a formação de um aluno cidadão por meio do desenvolvimento de uma competência estética, 
dando ao educando a voz para que ele se comunique ativamente com o mundo em que vive. 
 
 Contribuição da Prof.ª de AC /SMERJ - Renata Lillya Feitosa de Souza (Escola 
Professora Sylvia de Sá) 
 
 
 
 
Referencial Bibliográfico 
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/porescrito/article/view/14919/11497 
Artigo: Habilidades e competências na prática docente: perspectivas a partir de situações-problema autores: 
Gabriele Bonotto Silva e Vera Lucia Felicettib 
http://juliofurtado.com.br/Habilidades 
Artigo: Habilidades e competências na sala de aula: o que sai e o que fica? 
Júlio Furtado* http://portaldoProfessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf 
Artigo:TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA SEGUNDO AUSUBEL 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf 
B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros curriculares nacionais : arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 
1997.130p. 
Souza, Rennata Lillya Feitosa de.O papel das aulas de Artes na escola Estadual Aura Barreto.Dissertação de Mestrado Profissional em Artes Cênicas-
UNIRIO,2014. 
 
http://juliofurtado.com.br/Habilidades
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CÊNICAS 
ARTES 
ARTE E CULTURA BRASILEIRAS: DESVELANDO NOVAS REFERÊNCIAS 
 
O Brasil foi formado a partir das heranças culturais e dos saberes africanos, indígenas e europeus. Contudo, no decorrer de sua história, 
essas três contribuições não foram contempladas, de maneira equilibrada, no sistema educacional. Nossas referências, em uma série de 
aspectos, são fortemente marcadas pela estética e cultura europeias. 
 
Em 2003, com o intuito de reduzir essas diferenças, o Governo Federal alterou parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(Lei 9 394/1996) e incluiu, no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” (Lei 10 
639/03). Essa alteração propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana, nas quais o negro 
é considerado sujeito histórico. Dessa forma, as atividades propostas em sala de aula devem ressignificar a cultura e a história de nosso 
país,por meio da valorização das tradições culturais, artísticas e religiosas de matriz africana. 
 
Considerando o espaço escolar como local de construção de conhecimento, valores, afetos e identidade, é indispensável que aluno e 
escola se envolvam no exercício pleno da cidadania, levando em conta direitos e responsabilidades recíprocos, que contribuirão para a 
formação de cidadãos conscientes e críticos. Para isso, a escola precisa se constituir em espaço de reelaboração de referências e de 
reconstrução de experiências que contemplem a diversidade. 
 
Nesse contexto, a Arte e suas diferentes formas de representar o mundo têm papel fundamental no desenvolvimento do aluno, uma vez 
que lidam com a razão, a emoção e a sensibilidade do ser humano, proporcionando-lhe maior consciência de si mesmo e um efetivo 
acolhimento da pluralidade cultural que caracteriza nosso país. 
 
Importante destacar que, em março de 2008, a Lei n.º 11 645 acrescentou a obrigatoriedade do ensino da cultura e história indígenas. 
Esse dispositivo legal alterou a Lei n.º 9 394/1996, modificada pela Lei n.º 10 639/2003, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Dessa forma, deu-se a inclusão, no currículo oficial da Rede de Ensino, da obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena”. 
 
Tais leis representam conquistas significativas da população brasileira, visto que nos tornam mais sensíveis e abertos à diversidade cultural 
que nos é característica. 
 
Mayra Alves de Oliveira 
Mestranda em Ensino de Teatro/UNIRIO 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm
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CÊNICAS 
ARTES 
ARTES CÊNICAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS 
 
O ensino das Artes Cênicas, no Ensino Fundamental, possibilita o estabelecimento de uma gama de diálogos entre as diferentes linguagens 
artísticas. Consideramos o Teatro a linguagem norteadora de nossas práticas docentes, compreendendo que as Artes Cênicas, como área 
de conhecimento, compõem um território fértil de criações artísticas, uma vez que açambarcam fazeres e saberes como cenografia, 
iluminação, figurino, sonoplastia, dança, entre outros, que agregam valores ao Teatro, inclusive as Tecnologias da Informação e 
Comunicação. 
 
Hoje, na sociedade da informação, o conhecimento é gerado numa dinâmica que envolve o sujeito, o seu coletivo e diferentes objetos – 
entre eles, as denominadas “tecnologias intelectuais”, que LÉVY (1993, p.160) apresenta como fundamentais no processo cognitivo, 
encarnando uma das “dimensões objetais” da subjetividade cognoscente: “Os processos intelectuais não envolvem apenas a mente. 
Colocam em jogo coisas e objetos técnicos complexos de função representativa e os automatismos operatórios que os acompanham”. 
 
Os processos de inter-relação entre o teatro e as tecnologias digitais exigem olhares mais atentos, uma vez que provocam a emergência de 
novas e/ou diferentes ações docentes na pedagogia do Teatro, necessárias nos recentes cenários social e cultural. Essa provocação, ao 
dialogar com as tecnologias digitais, possibilita experimentações cênicas híbridas. Essa perspectiva proporciona à pedagogia do Teatro um 
fazer pedagógico que se apropria de estéticas da cena contemporânea na sala de aula, como a performance, o teatro interativo, o teatro 
digital, o happening, o flashMob, entre outros. 
 
Ao utilizarmos diferentes processos e dispositivos no ensino das Artes Cênicas, nos aproximamos de uma efetiva conexão entre educação e 
comunicação, praticando uma pedagogia que valoriza a educação para a mídia. De acordo com a MULTIRIO (2011, p. 53): “Educar para a 
mídia é desenvolver as competências comunicativas de expressão e produção de mensagens por meio da apropriação, de forma crítica, 
das diferentes mídias, de suas linguagens e estéticas, desenvolvendo as competências de análise e interpretação”. 
 
Referências bibliográficas 
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. 
MULTIRIO. A escola entre mídias. ARTES CÊNICAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS. 
 
 
 Lindomar da Silva Araújo 
 Prof. I de Artes Cênicas 
 E/1.ª CRE – Escola Municipal Vicente Licínio/SMERJ 
 Mestrando de Artes Cênicas/UNIRIO 
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CÊNICAS 
ARTES 
IV- ATIVIDADES 
BANCO 
DE IDEIAS 
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ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
Escola Municipal Maria Leopoldina 
CRE: 2 
Disciplina: Artes Cênicas 
Professora: Luciana Tosta Schnabl 
Turma: Sexto Ano Experimental/2014 
 
 
O AUTO 
(da obra de Ariano Suassuna) 
 
“...E se você esquecer sua cultura, você perde de vista a si mesmo. 
 Diz-se que ‘o dia em que você não sabe para onde está indo, 
 apenas lembre-se de onde você veio’." 
Sotigui Koyatè, griot africano 
 
Apresentação 
 
 O tema do projeto político-pedagógico do ano de 2014, na Escola Municipal Maria Leopoldina, foi “O País que 
construímos depende de nós: faça a sua parte”, que propôs voltar no tempo para refletir sobre como o Brasil chegou a 
ser o que é. Foi lançado um olhar para o passado, recente e remoto, tentando compreender as influências, positivas e 
negativas, que se perpetuaram e afetam o momento presente. Através da reflexão, é possível romper com o costume 
histórico brasileiro de acreditar que a adequação ao “sempre foi assim e nada vai mudar” é inexorável, e criar novas 
estratégias que norteiem as ações rumo às transformações urgentes. 
 Para tal é necessário que seja definido o futuro que se quer, percebendo-o também como uma continuação do que é 
plantado hoje, tanto como ser social quanto como indivíduo. O aprofundamento na questão da construção de mundo 
faz emergir a viagem de formação de cada um enquanto sujeito, autor de sua própria história. A vida do individuo se 
constrói pela família, pelas experiências vividas, pelas suas escolhas pessoais e, concomitantemente, um ser social 
está sendo formado para contribuir com sua postura diante da vida, engajada politicamente ou não, na construção da 
sociedade. 
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CÊNICAS 
ARTES 
 Quem constrói um país é seu povo e o brasileiro é formado por três culturas distintas que aqui se miscigenaram: 
branca, negra e indígena. Este projeto se desenvolveu a partir das culturas africana e nordestina; a maioria das 
famílias dos alunos desta escola, que atende a moradores dos arredores e da Comunidade do Morro de Santo 
Amaro, migrou do nordeste para o Rio de Janeiro. Ao comparar, analisar e refletir sobre diferentes culturas, os 
horizontes se expandem e um novo conhecimento é construído acerca de nossas raízes culturais, o que pode fazer 
toda a diferença no momento de se fazer escolhas, repensar valores ou aventurar-se ao risco de novas descobertas. 
 
Objetivos gerais 
 
 → Induzir a reflexão e promover a experiência, através das vivências proporcionadas pela prática teatral na sala de 
aula, da construção do EU enquanto: 
Sujeito ontológico, concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. 
Influências externas da época vivida e liberdade pessoal vão caracterizar este sujeito como ser único. 
Sujeito histórico, portanto inserido na sociedade e na prática política. Ou seja, em atitude colaborativa com a 
construçãode mundo. 
 
Objetivos específicos 
 
→ Aprofundar o conhecimento sobre as culturas africana e nordestina. 
→ Ler e interpretar criticamente a peça “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, e seus personagens, 
refletindo, analisando e compreendendo a influência das heranças de diferentes culturas na formação do povo 
brasileiro. 
→ Promover o desenvolvimento da expressividade: corporal, vocal e emocional do aluno, assim como a organização 
de ideias, da concentração e a aquisição dos elementos da linguagem cênica. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Habilidades 
 
→ Demonstrar criatividade e capacidade de invenção e comunicação cênica. 
→ Demonstrar capacidade de resolução em situações de conflito (tanto no que concerne à cena quanto às relações 
interpessoais durante os trabalhos em grupo). 
→ Reconhecer e contextualizar o teatro e suas relações sócio-histórico-culturais como patrimônio material e 
imaterial da humanidade. 
→ Identificar possibilidades cênicas em texto não teatral, em imagens visuais e em composições sonoras. 
→ Reconhecer e decodificar a construção dramatúrgica de um texto. 
 
Descrição da atividade 
 
 Ao final da aula, anterior ao inicio do projeto O AUTO, foi lançada uma questão, para os alunos, para a aula 
seguinte: Por que o mundo (Brasil, Rio de Janeiro) chegou a este ponto? Qual a origem de tantas mazelas, como a 
violência e a destruição dos bens naturais? 
 O encontro seguinte começou com um debate sobre o início da história do Brasil, quando ainda era uma grande 
floresta tropical habitada por populações indígenas submetidas ao projeto de civilização português que culminou na 
escravidão dos negros africanos. Os alunos participaram dando suas opiniões em férteis discussões e fazendo 
correlações com os fatos atuais. 
 O AUTO é uma peça de teatro adaptada da obra de Ariano Suassuna, “O Auto da Compadecida”. Na verdade é um 
exercício teatral que dialoga com a literatura, com a pintura e com a tecnologia. Adições e subtrações foram 
testadas como, por exemplo, a criação das personagens ajudantes do Diabo, as Diabetes, e uma cena em que 
aparecem alguns retirantes e é falado um trecho do poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto. 
Durante esta cena eram exibidas imagens da destruição que causa a seca no nordeste e de quadros da série “Os 
Retirantes”, de Cândido Portinari. 
 Diversas atividades sobre a cultura africana foram realizadas. Em uma tentativa de atualizar o tema Escravidão no 
Brasil os olhares se debruçaram naquele que poderia ser visto como o escravo da modernidade, o bóia-fria, que 
compõe uma legião de sertanejos que trabalha muitas vezes por um prato de comida. O universo dos arquétipos 
tipicamente brasileiros e especificamente nordestinos – o coroné, o cangaceiro, o pequeno comerciante pão-duro, o 
cabo, o delegado, o malandro, a mocinha – foi investigado nesta montagem baseada na peça de Suassuna 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
Este projeto foi desenvolvido durante o ano letivo, porém parte das aulas foi destinada ao aprendizado das 
técnicas e procedimentos específicos da linguagem teatral. O segundo semestre foi mais dedicado à 
encenação, à construção dos personagens, escolha de figurinos e criação da trilha sonora, parte essencial da 
peça. Algumas atividades foram desenvolvidas com a intenção de revelar um pouco do universo da cultura 
armorial, a diversidade musical e tradições como a das carpideiras cantando suas incelenças, que passaram a 
fazer parte da cena. É bom lembrar que este exercício teatral fez parte de um contexto maior que foi o PPP da 
escola. 
 
Passo a passo 
 
1. A primeira improvisação feita foi Caldeirão de Palavras com o tema Circo. Os alunos trabalharam em grupos, 
como na maior parte das vezes, e disseram palavras do tipo: alegria, palhaçada, plateia, brincadeira, 
tragédia, piadas, palco, gargalhada e pipoca. Eles escolheram as palavras geradoras das suas cenas. 
 
2. Improvisações foram feitas sobre o popular personagem das histórias populares nordestinas Pedro 
Malasartes. Esse malandro, esperto, ingênuo às vezes, precisa se dar bem porque tem fome e ambição, porém 
geralmente termina na mesma situação em que começou: pobre. Comparamos Malasartes a João Grilo e 
personagens de Suassuna. 
3. Exercício de construção de personagens da peça apenas com algumas informações acerca de 
características, comportamento e contexto, aplicados em situações criadas pelos alunos. 
Para tal, foram sorteados dois blocos de personagens: A) O cangaceiro, a filha do coroné, o malandro, o padre, 
a cachorra da mulher do padeiro. B) O delegado, o coroné, o padeiro, a mulher do padeiro e a cachorra da 
mulher do padeiro. 
4. Conceito de “auto”: Peça teatral didática de assunto religioso, que mostra o conflito entre o bem e o mal pela 
posse da alma humana no momento da morte, em que o homem é destinado a morrer em pecado a menos que 
seja salvo pela intervenção divina. Os personagens são abstrações personificadas de vícios ou virtudes, como 
Juízo, Perdão, Boas Ações. Os alunos improvisaram, tentando construir corporalmente as características dos 
personagens que escolheram: ruindade, inveja, bondade, ódio, amor, tristeza, mentira. 
 
 
 
 
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ARTES 
5. Criação de cenas coletivas, ou seja, com vários alunos ao mesmo tempo. Isso se torna uma necessidade 
quando se trabalha com turmas grandes (no caso, 29 alunos). Foram criadas duas cenas: a da incelença 
durante o enterro de João Grilo e a do cinema, onde passa o resumo da história da cachorra, uma falcatrua de 
João. 
6. Já com um roteiro possível nas mãos, feito tentando utilizar ao máximo as ideias deles, surgidas no 
laboratório, mas ainda precisando de ajustes iniciou-se a marcação da peça. Trechos do filme, realizado pela 
Rede Globo foram assistidos, com o intuito de observar a interpretação de bons atores. 
 A partir desse ponto, a produção e os ensaios se intensificaram e as apresentações foram assistidas por 
todos os alunos da escola, pelos responsáveis e toda a equipe de profissionais da escola, desde a limpeza até 
a direção. 
 
Avaliação 
 
 Avaliações afetivas e técnicas foram realizadas durante todo o processo, além das oficiais ao final de cada 
bimestre em que são levados em consideração aspectos formativos e informativos. 
 Foi observado o quanto o grupo ficou mais unido e solidário. Individualmente demonstraram maior vontade de 
se posicionar e manifestar seus pensamentos e ideias de forma mais organizada. Do ponto de vista artístico e 
da aprendizagem dos fundamentos teatrais, muitas foram as surpresas e demonstrações de paixão pelas 
aulas. Uma prova disso é que não faltaram; quase 100% da turma compareceram a todas as aulas. 
 Como Professora, idealizadora e realizadora de projetos, meu maior desejo é que as aulas de teatro 
fomentem a curiosidade e alimentem, com informações e vivências, os alunos, enriquecendo afetiva e 
culturalmente suas vidas e enchendo de esperança transformadora seus desejos e ações. 
 
Recursos 
 
Livros - “O auto da compadecida” de Ariano Suassuna, “Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta” 
de João Cabral de Melo Neto, “Cante lá que eu canto cá” de Patativa do Assaré e “Influências: olhar a África e 
ver o Brasil” . Fotos de Pierre Verger. 
Pinturas – série “Os Retirantes”, de Cândido Portinari. 
Tecnológicos – Aparelho de som e projetor. 
 
Contribuição da Prof.ª de AC Luciana Tosta 
Professora e Mestre em Teatro-Educação pela UNIRIO 
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CÊNICAS 
ARTES 
NOME DO PROFESSOR(A) 
Celia Damiana Teixeira da Cruz 
NOME DA ESCOLA – 5ª CRE 
E.M. Maria Baptistina D. Teixeira Lott 
NOME DA ATIVIDADE 
“Que droga” - História em atos 2015 
OBJETIVO: Trabalhar percepçãoda estrutura corporal. 
 Repassar para a comunidade escolar as possibilidades de se responder a esta intimidação. 
HABILIDADE: O aluno deve ter capacidade de trabalhar o eixo vertical e inclinado. 
 Observar as possibilidades corporais. 
 Expor as conclusões das pesquisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE 
 
Depois de uma pesquisa sobre drogas, vimos um documentário. 
Refletimos sobre que tipos de drogas temos em nossa sociedade e como 
as pessoas reagem diante desse conflito. 
A turma foi dividida em grupos de acordo com as histórias criadas. 
Sugestão de que a cena que abrisse a encenação também fechasse e, 
entre elas, a música fizesse a ligação (tema do poderoso chefão). 
Primeiro tema: droga veneno da alma, uma pessoa perde tudo pela droga. 
Segundo tema: Metáfora, a paixão como amor doentio a droga. 
Terceiro tema: Droga social, álcool destruindo a família. 
Quarto tema: Mentira, se tornar um vício social. 
Abertura e fim: Derradeiro fim, quando o perdão já não adianta mais. 
As equipes trabalharam em conjunto, compondo: direção, sinopse, 
diálogos cenário e figurino. 
Cada grupo se apresentou três vezes para limpar estruturas corporais, 
voz, espaço cênico, blecaute. 
 
RECURSOS UTILIZADOS 
 
Jornais, internet, 
documentários, tecidos 
diversos, maquiagem, 
mobiliário da escola. 
 
 
OUTROS COMENTÁRIOS 
 
 Cada aluno-ator deu um 
alerta à plateia sobre os 
perigos de se usar drogas 
 
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ARTES 
PLANO DE AULA 
 
1 – CABEÇALHO 
 
Nome da escola: Mário Paulo de Brito 
Localidade: Irajá, bairro do município do Rio de Janeiro 
Curso: Ginásio Carioca 
Turmas: 1805 
Disciplina: Artes Cênicas 
Nome da Professora: Karlla Maria Bastos de Carvalho 
Aula: 9 (09/05/12) 
 
2 – DADOS SOBRE A POPULAÇÃO ALVO (CLIENTELA) 
 
Número de alunos: 35 
Faixa etária: entre 12 e 16 anos (maioria entre 13 e 14 anos) 
 
3 – DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO 
 
Parte 1: 70 minutos. Chamada e troca de roupa: 10 minutos. 
 
4 – CONTEÚDO 
 
Fixação de urdimento, rotunda, proscênio, cortina, coxia e fixação do palco italiano. 
 
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ARTES 
5 – ATIVIDADES 
 
Jogo teatral – Com a turma dividida em 4 grupos, proporei que 3 deles, utilizando-se do palco italiano, da coxia e da 
cortina, improvisem tendo o onde, o quem e o quê. E 1 fique observando o desempenho dos outros. O ponto de 
concentração é: sou dependente químico, o que devo fazer? Os grupos se apresentarão refinando a cena em termos 
espaciais. Haverá reflexão entre as apresentações e após a última. Fazer até duas vezes cada grupo. 
 
6 – OBJETIVOS 
 
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de saber que existem limites do palco italiano que determinam o local de 
representação e para quem ela é feita. Saber também o que é urdimento, rotunda, proscênio, coxia e cortina. 
 
7 – PROCEDIMENTOS – (técnicas de ensino) 
 
Aula teórica e prática. 
 
8 – RECURSOS 
 
Roupa confortável e tatames. 
 
9 – AVALIAÇÃO 
 
A partir das reflexões do grupo que assistir à cena, lançar notas baseadas nos seguintes critérios: silêncio, organização, 
capacidade de se agrupar em círculo, colaboração, criatividade, execução da ideia elaborada, consciência do palco italiano 
e existência da realidade cênica. 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
SOARES, Carmela. Pedagogia do Jogo Teatral: uma poética do efêmero. O ensino do teatro na escola pública. 13. ed. São 
Paulo: HUCITEC, 2010. 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
Conversando sobre Avaliação 
 
Desde que as Artes Cênicas entraram no Currículo da SME, em 1973, atendendo determinação da Lei 5692/71, o tema 
Avaliação em Teatro tornou-se uma “pedrinha em nosso sapato”. 
A primeira questão que surgia era “como avaliar em Artes? Como medir e ou conceituar um sentimento, uma emoção? 
No 1.º Documento Curricular, de 1980- Caminhos das Artes Cênicas , escrita por uma comissão de Professores de AC, 
a frase , usada como subtítulo, de Antonio Machado: “Caminhante não há Caminho, o caminho se faz ao andar!”, tem sido o 
nosso norte. 
 Seguindo as orientações técnico-pedagógicas do Nível Central e fazendo nosso andar, entre erros e acertos, estamos 
caminhando desde lá! Observe: 
 
No documento Caminhos das Artes Cênicas, o item sobre Avaliação coloca em pauta o “problema conceito X 
avaliação” que, à época, eram temas controversos e não muito claros. O que significava avaliar? O que significava 
conceituar? Notas se equivaliam a conceitos? Poder-se-ia avaliar sem conceituar ou vice-versa? Esses campos 
semânticos eram por vezes sinônimos e por vezes antônimos. Muitas vezes se sobrepunham. Nesse panorama, as 
Artes Cênicas discutiam a subjetividade e a arbitrariedade dos conceitos. Observe: “Longe de ser um julgamento, 
sujeito a valores pré-estabelecidos, a avaliação é um olhar sereno e claro para o instante vivido, a aceitação da 
realidade presente, com todas as suas contradições.”(...) Dentro dessa contradição caminharam as Artes Cênicas. 
Levaram a inquietação, as angústias e as discussões para os Conselhos de Classe. Mostraram, na prática, o quão 
diferenciado era esse olhar sobre um mesmo aluno. E, enquanto se amadurecia a reflexão os Professores de Artes 
Cênicas, seguiam avaliando o aluno em seu crescimento: a cada estágio, a cada exercício, a cada momento. 
Utilizando para isso os novos instrumentos que iam descobrindo: a autoavaliação, a avaliação do processo, a 
avaliação coletiva... através de um gesto, uma palavra, um sentimento, um depoimento. Dando voz e ouvindo essa 
voz. Colocando-se também como um elemento a ser avaliado, transformando alguns percursos e confirmando outros, 
seguiam os “caminhantes cênicos” nos descaminhos da Educação..(1) 
 
ARISTIDES, Lêda. A Construção de um Currículo no Caminho das Artes Cênicas -1975-1988 
 in Prêmio Anísio Teixeira- Tema Currículo - SMERJ/CREP,2005. 
 
 http://www.teatronaescola.com/#!porta-teses-dissertaes-monografias-e/ctbk 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
Em seu livro Arte-Educação: conflitos/acertos, Ana Mae Barbosa(1985), diz que “Se não desenvolvermos o sistema de 
pensar não discursivo ou artístico da criança, ela não estará apta a um conhecimento totalizador de si e dos outros.(...)”. (1) 
Vera Werneck, 2013, completa este pensamento quando avança nas reflexões sobre o tema da avaliação, em seu livro 
Educação e Sensibilidade (2) e diz que “Constitui-se, portanto, ainda como tarefa da educação, levar o educando à reflexão, à 
autoconsciência que possibilita a avaliação das próprias potencialidades, à consciência do poder que tem para, pela ação da 
vontade, instalar novos valores em si e no mundo.” 
Portanto, falar de avaliação em Artes Cênicas/Teatro é falar nos resultados da formação de um indivíduo que está aprendendo a 
utilizar o pensamento não discursivo, mas a utilizar também a reflexão e a autoconsciência . Estes conceitos não se contrapõem, 
mas, ao contrário, se completam. 
Neste Sentido, o Professor de Artes Cênicas deve estar atento ao desenvolvimento de um trabalho, em sala de aula, 
referenciado em objetivos e conceitos pedagógicos próprios de sua área de conhecimento. 
Como especialista da área ele deve ter claro os objetivos conceituais a serem atingidos em cada ano escolar. E, para isso, sua 
bússola deve ser o material contido nas Orientações Curriculares das Artes Cênicas (OC). Nele, para que os objetivossejam 
atingidos, o Professor deve calcar seu planejamento, observando, no processo das aulas e bimestres, o desenvolvimento das 
habilidades, através dos conteúdos e atividades apresentadas no planejamento e executadas na práxis escolar, em sala de aula. 
Quando foram publicadas, as OC partiram da experiência de vários Professores em seu dia a dia. Seu rascunho foi validado 
pelos Professores que atuavam em cada segmento. Portanto, as AC seguem sua tradição de ouvir a voz do especialista e de 
fundamentar-se em sua experiência, estreitando ao máximo o caminho percorrido entre o ideal e a realidade vivida pelo Professor. 
É claro que muito ainda há que se fazer. Mas trabalhemos com a realidade, dentro do possível, sem nos esquecermos de 
nossos ideais. 
“ Avaliar é julgar a importância de um fenômeno em relação a um determinado referencial. O conceito de avaliação é sempre 
mais amplo do que o de medir, porque implica o julgamento do incomensurável. Especialmente considerada no processo 
educacional. Seu sentido é mais abrangente do que o de medir, embora se sirva com frequência da medida como meio auxiliar para 
os seus juízos (...). 
A avaliação no campo da educação realiza-se em função de objetivos claramente definidos, constituindo um processo contínuo, 
sistemático e integral. Avaliar o aluno integralmente significa avaliá-lo em todos os domínios do seu comportamento: psicomotor, 
cognitivo e afetivo, ao mesmo tempo em que se percebe que, embora o indivíduo seja um só e que os diversos domínios do 
comportamento constituam um mesmo indivíduo, são aspectos diversos que devem ser avaliados separadamente. 
(1) BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad Ltda. 2. ed. 1985. 
(2) (3) WERNECK, Vera. Educação e Sensibilidade- um estudo sobre a teoria dos valores. Rio de Jnaeiro: Rovelle, 
2013. in “Cap. 10. O problema da avaliação em educação. p. 177-185. 
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CÊNICAS 
ARTES 
“A medida, portanto, expressa a quantidade, enquanto a avaliação envolve um julgamento de valor e uma 
expressão qualitativa, tendo em vista objetivos e metas determinadas. (grifos nossos) 
 A avaliação educacional, ultrapassando a simples medida, vai considerar o aluno nas suas diferenças e 
peculiaridades, podendo adotar padrões diferentes para cada um, focalizando os diversos aspectos do seu psiquismo: 
sensibilidade, razão e vontade para avaliar o seu processo em relação à meta almejada. 
A avaliação consiste em uma apreciação de mérito, podendo ser auxiliada ou prejudicada pela mensuração. (...) (1) 
A avaliação tem por objetivo fazer aparecer claramente as contradições e os problemas vividos na prática, dando 
um novo alento à ação. Deve visar a uma melhoria da qualidade e não apenas servir para lamentações e desânimo. 
Sua principal função é a de permitir percerber-se em tempo hábil o possível afastamento dos objetivos propostos, 
das metas a alcançar, possibilitando um retorno rápido com economia de esforço e de tempo, e de permitir uma 
constante correção de rumos. (...) (2) 
A avaliação não pode ser usada como um instrumento de poder na mão dos mais poderosos para garantir-lhes a 
posição de mando. (...) (3) 
A última questão que desafia o educador é a da avaliação da sua ação e dos resultados dela.” 
Como a avaliação sempre se refere a objetivos previamente fixados pelo Professor, tendo em vista suas 
circunstâncias e métodos para atingi-los, o resultado do processo de avaliação educacional mostra não apenas o 
sucesso ou o fracasso do aluno, mas também o do educador.” 
Conclui-se finalmente que cabe ainda à obra da educação o conscientizar o educando da sua situação no mundo, 
levando-o a perceber que tem diante de si não apenar o porvir, mas o futuro, e que a construção do futuro só pode ser 
feita por ele próprio, pelo cumprimento de sua destinação.” 
(1), (2), (3) idem. p. 180 a 185, 194 
Se não houver frutos, 
Valeu a beleza das flores. 
Se não houver flores, 
Valeu a sombra das folhas, 
Se não houver folhas, 
Valeu a intenção da semente. 
 
 Henfil 
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CÊNICAS 
ARTES 
Como instrumento de avaliação das formas acima o Professor pode utilizar: 
 
 A expressão verbal, escrita, imagética, sonora ou corporal 
 Relatório elaborado pelo Professor, com os aspectos a serem avaliados 
 O questionário de perguntas/temas, elaborado pelo Professor,/Professora 
 O portfólio do aluno 
 As pequenas cenas preparadas 
 As produções artísticas pedagógicas de grupos ou de toda a turma 
 A prova escrita 
 
Como critérios de avaliação, o Professor deverá sempre utilizar os 
Objetivos/Habilidades determinadas pelas OC/AC, através de 
 
 fichas criadas pelo próprio profissional de AC 
Relatórios de elaboração própria e/ou segundo modelo da Orientação Pedagógica 
 
Como formas de avaliação, o Professor pode utilizar: 
 
Avaliação individual do aluno (autoavaliação); 
Avaliação do grupo em relação à aula, a um colega, ao trabalho do Professor. 
Avaliação e observação do Professor em relação a cada aluno/e/ou ao grupo. 
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CÊNICAS 
ARTES 
SUGESTÃO DE FICHA DE AVALIAÇÃO (*) 
DISCIPLINA Artes Cênicas - 8º ano 
OBJETIVO 
(OC. p. 27) 
Conhecimento das diversas formas de 
linguagem e seus diferentes códigos. 
( ) Atingido 
( ) Não atingido 
( ) Em Processo 
HABILIDADE TRABALHADA: (OC. p. 27) 
Compreender as diferentes linguagens e 
códigos como possibilidades nas produções 
teatrais. 
ATINGIDA NÃO ATINGIDA EM PROCESSO 
CONTEÚDO TRABALHADO: (OC. p. 27) 
Figurinos e Adereços 
ATIVIDADE PROPOSTA 
Criar figurino e adereço, em bonecos-modelo, 
a partir da construção de personagem, descrito 
através de texto escrito e imagético. 
ITENS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS A SEREM OBSERVADOS: 
 Adequação do figurino à personagem criada 
 Escolha de material, palheta de cores e outros e sua adequação à personagem 
 Elaboração/finalização do material: inventividade, acabamentos, soluções 
 Adereços: propriedade relativa ao figurino 
 Participação em grupo 
 Apresentação do trabalho à turma 
 Compreensão da proposta 
 Autonomia na realização da atividade 
 Outros 
CONCEITO FINAL 
Observações do Professor/Professora: 
 
 
Observações do aluno: 
 
 
(*) Esta ficha é apenas uma 
sugestão. Modifique-a, de 
acordo com as suas 
necessidades 
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ARTES 
V- CAPACITAÇÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
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ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
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 Capacitação Bibliográfica 
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