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ARTES_CENICAS_EM_CENA_O_ENSINO_DO_TEATRO

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EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
0 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
1 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
2 
CÊNICAS 
ARTES 
 
O presente material de estudo integra o Programa de Formação Continuada em Artes Cênicas de 2016 e se destina aos 
Professores I de Artes Cênicas, da Rede Municipal de Ensino, regentes do 1º ao 9º Ano. 
Você encontrará, neste material: 
• breve histórico do nascimento de nossa disciplina e da criação do cargo de Professor I de Artes Cênicas; 
• ações pedagógicas promovidas pela Equipe de Artes Cênicas da E/SUBE/CED para os Professores de AC, entre os anos de 
2009 e 2015; 
• textos abordando temas diversos, escritos por colegas da Rede ou por teóricos da Pedagogia do Teatro; 
• dissertações de mestrado, com temas relativos ao Ensino das Artes Cênicas na Rede Pública Municipal de Ensino, 
defendidas por Professores Regentes de AC da Rede, em Curso de Mestrado Profissional em AC, da UNIRIO; 
• ementas e material pedagógico de cursos e palestras, que compõem nosso portfólio de Formação Continuada; 
• artigos sobre o trabalho pedagógico realizado em Teatro, na Rede, escritos pela Equipe de Artes Cênicas da E/SUBE/CED, 
publicados no XXV CONFAEB e no III Congresso Internacional de Arte-Educadores, realizado em 2015, em Fortaleza (Ceará) 
• banco de ideias com sugestões de atividades voltadas para o Ensino Fundamental (1º ao 9º Ano), com base nas 
Orientações Curriculares de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Educação. 
O objetivo deste material é qualificar o trabalho dos Professores de Artes Cênicas da Rede, com foco na práxis 
pedagógica, revitalizando a ação docente e estimulando a troca de experiências. A partir do diálogo entre nossas reflexões, 
nossos saberes e nossos fazeres, orgulhosamente apresentamos, como construção coletiva, a História da Pedagogia Teatral 
do Professor de Artes Cênicas na Secretaria de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. 
 
Professora Lêda Aristides 
PREZADO PROFESSOR, PREZADA PROFESSORA, 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
3 
CÊNICAS 
ARTES 
I- BREVE HISTÓRICO 
DAS ARTES CÊNICAS 
NA SME 
h
ttp
://lexisfran
ce.free
.fr/ 
ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
4 
CÊNICAS 
ARTES 
Acesse o Portal Teatro na Escola, 
um espaço criado para partilhar 
informações e reflexões sobre o 
ensino de teatro na escola: 
 
http://www.teatronaescola.com/#
!porta-teses-dissertaes-
monografias-e/ctbk 
 
 
 
 
Estamos no Ano de 1971! 
A Lei 5692/71 determina a obrigatoriedade do ensino da Educação Artística nos 
currículos plenos de 1.º e 2.º graus. 
 
Para reflexão, leiam o artigo 
“A Lei 5692/71 e a 
obrigatoriedade da educação 
artística nas escolas: passados 
quarenta anos, prestando contas 
ao presente”, 
Da Dr.ª Maria José Dozza Subtil, 
disponibilizado no link 
 
http://dx.doi.org/10.4322/rbhe.2013.006 
Por Educação Artística entendia-se o ensino de duas das seguintes linguagens: 
 Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas. 
Para cumprimento da Lei na Rede Pública de Ensino do Município do Rio de Janeiro, são convidados 
a lecionar Artes Cênicas professores de outras disciplinas. Como autodidatas, esse professores vão 
construindo, através de contracenas e de alguns ensaios, os conceitos pedagógicos das Artes Cênicas. 
Esse mesmo grupo de professores constrói, em 1980, as primeiras Orientações Curriculares. A partir 
do trabalho desses profissionais em Comissões de Estudo e da articulação com os níveis local, regional e 
central da SME, é criado o Cargo de PI Regente de AC (D.O. Rio de 1.º de março de 1988). 
Na ocasião, foram nomeados, para esse cargo, 117 Professores de outras disciplinas, que já 
atuavam com Artes Cênicas em sala de aula há, pelo menos, 2 anos, e que haviam participado de Cursos 
de Teatro na Educação, dentro e fora da SME. As Comissões de Estudo, através de parcerias com a 
UNIRIO – que já possuía uma Faculdade de Teatro – conquistaram alguns caminhos acadêmicos, como a 
criação dos seguintes cursos: Licenciatura Curta em Educação Artística (1979/1980); Especialização em 
Arte-Educação (1984/1985) e Licenciatura Plena em Artes Cênicas (1989). 
A partir da promulgação da Constituição Federal, em 1988, o acesso ao Cargo de PI de Artes 
Cênicas passou a ser provido, através de concurso público, por PsI com Licenciatura Plena em Artes 
Cênicas. 
Somos, portanto uma das Áreas de Conhecimento mais nova do currículo escolar: temos, apenas, 34 
anos de vida!!! 
Nascia, legalmente, um novo componente curricular: as Artes Cênicas. Mas havia um 
porém: como cumprir a Lei se ainda não fora criado o cargo de Professor de Artes Cênicas? 
Início do 
caminho: criando 
nossa própria 
história! 
 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
5 
CÊNICAS 
ARTES 
II- EQUIPE DE ARTES 
CÊNICAS: 
AÇÕES 
PEDAGÓGICAS 
(2009-2015) 
h
ttp
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ce.free
.fr/ 
ARTES CÊNICAS : FAZER, VER E DISCUTIR TEATRO 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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6 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2009 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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7 
CÊNICAS 
ARTES 
6.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
Este é um ano muito importante. Você inicia uma nova etapa escolar. Muitas coisas novas acontecerão e haverá disciplinas 
diferentes. Uma das novidades é que você terá aulas de Artes Cênicas que, no Município do Rio de Janeiro, significa estudar e 
conhecer Teatro! 
Provavelmente, chegarão novos amigos e você estará mais aberto a conhecer pessoas e mais atento ao que se passa à sua volta. 
Faz parte do seu desenvolvimento, nesta etapa da vida, ficar mais curioso, pensar e refletir melhor sobre o que acontece a você. 
Portanto, será bom conversar com os seus familiares, amigos e Professores. Eles poderão ampliar suas ideias e o ajudarão a 
compreender melhor o mundo. 
Nesse sentido, as Artes Cênicas também poderão ajudá-lo bastante: através das atividades relacionadas ao estudo do Teatro, 
você terá ainda mais contato com textos; poderá movimentar seu corpo de diversas formas; poderá criar lugares reais ou não, onde as 
histórias inventadas ou lidas serão representadas por você e por seus colegas de turma. Enfim, você vai aprender muitas coisas novas 
e também se divertir muito. 
 
 
A – OS ELEMENTOS DO TEATRO: ENTRANDO EM CENA! 
A comunicação é um elemento importante para o ato de representar. É necessário não apenas que atores e plateia se 
comuniquem, mas também que atores, cenógrafos, sonoplastas, diretores, iluminadores, contrarregras e todos que participam de um 
espetáculo tenham uma boa comunicação. O Teatro é um trabalho coletivo, de equipe, de cooperação e de responsabilidade. 
Para que o teatro aconteça, muitos elementos precisam entrar em cena. 
Quando estudamos o Teatro em sala de aula, utilizamos o jogo teatral. Como o próprio nome diz, o jogo teatral caracteriza-se 
pelo ato de “jogar” teatro, ou seja, brincar de faz-de-conta, de fazer teatro. E tanto “joga o teatro” aqueles que fazem o papel de atores 
como os que fazem o papel de plateia. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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8 
CÊNICAS 
ARTES 
Para que o jogo teatral aconteça, são necessários: 
 
• Ação - atividades realizadas no palco, para que uma história seja encenada. No Teatro, não podemos apenas contar uma história: é 
preciso fazer com que ela seja mostrada através da ação teatral. Uma história teatral é sempre um faz-de-conta. Por essa razão, a 
ação pode acontecer no passado, no presente ou no futuro. Podemos, em uma hora ou menos, contar a vida de uma pessoa desde 
seu nascimento até sua velhice. No teatro é possível representar, através da ação, uma história imaginária e fazer com que ela seja 
encenada como se fosse real. 
• Personagem – é um elementodo jogo teatral. Pode ser humano ou não e, na cena, é representado por um ator. 
• Espaço - o lugar onde o jogo teatral acontece, onde os atores representam a história de seus personagens. 
 
 
Quando assistimos a um espetáculo teatral, outros elementos também entram em cena: 
 
• Edifício teatral – lugar onde acontece o espetáculo. O Teatro João Caetano, o Teatro Carlos Gomes e as Lonas Culturais são alguns 
exemplos de lugares da cidade do Rio de Janeiro onde acontecem espetáculos teatrais. 
• Palco – espaço onde se dá a cena. Há vários e diferentes tipos de palco. Seu Professor poderá ajudá-lo, mostrando fotos ou 
desenhos dos tipos mais importantes. 
• Texto – elemento que dá base ao trabalho. Há vários tipos de textos teatrais. No teatro, o texto pode ser falado ou não, isto é, pode 
ser representado sem palavras. 
• Ator – pessoa que dá vida ao texto e que empresta seu corpo, seus sentimentos, sua voz e seus movimentos para caracterizar um 
personagem. 
• Figurino – roupa que os personagens vestem ou os adereços que utilizam. 
• Iluminação – a luz valoriza os elementos presentes na cena, como os atores e os objetos. 
• Sonoplastia –música ou sons que representam a história, uma cena ou um personagem. A sonoplastia pode aparecer como um 
fundo, como uma pausa, marcando a aparição de um personagem ou criando um determinado clima. 
• Cenografia –cenários, ambientação do espaço em que as cenas acontecem. Numa história encenada pode existir mais de um 
cenário. 
• Encenador/Diretor –aquele que dirige e concebe a ideia de como a peça deve ser encenada. Há várias formas de dirigir ou de 
conceber um espetáculo. 
• Contrarregra –elemento muito importante no decorrer do espetáculo. Entre outras atividades, o contrarregra ajuda a mudar ou 
organizar o cenário, retirando o que não será mais usado, ou colocando algum elemento novo na cena. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
B – FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
Você pode fazer teatro: 
• Sendo um CENÓGRAFO, quando imagina ou desenha lugares onde alguma ação teatral pode acontecer. Pense onde ficarão 
os objetos, quais as cores que eles possuem, de que eles são feitos. Se eles são objetos que já existem na vida real ou se são 
objetos inventados por você. Pense que função eles têm, para que servem... 
 
DICAS 
 
• Sendo um AUTOR de textos teatrais, quando inventa histórias na sua imaginação ou as escreve no papel. Mas nunca se 
esqueça de que uma história de teatro deve sempre ter uma ação (um acontecimento), um lugar onde a ação acontece e 
personagens que participam da ação. 
 
DICAS 
• Se a história for muito grande, divida-a em cenas. 
• Dê nome e características aos personagens. Imagine como eles se vestem, como 
andam ou qual é o seu tipo físico... 
• Imagine o local onde a cena acontece. 
• Imagine uma história onde ninguém pode falar. 
• Invente as histórias com algum amigo ou até mesmo sozinho. Esse é um exercício 
que você pode fazer no recreio, na sala de aula, em casa ou até mesmo dentro do 
ônibus. Para não esquecer, escreva tudo num caderno. 
• Mostre o que você escreveu ou conte o que você imaginou para seu Professor. 
Ele(a) poderá lhe dar outras orientações. 
• Para ter boas ideias, observe os objetos. Veja de que são feitos, como são suas 
formas e cores. Como foram colocados nos lugares. 
• Quando andar pela rua ou andar de trem ou de ônibus, observe as paisagens e o 
que elas contêm. 
• Experimente fazer maquetes, de papel ou papelão, desses lugares e de cenários 
criados por você ou por seus colegas. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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CÊNICAS 
ARTES 
Você pode fazer teatro: 
• Sendo um ATOR, quando você representa algum personagem. Então imagine como ele anda, como gesticula, como se 
movimenta. Se tem algum cacoete. Um gesto especial de passar a mão pelo cabelo ou um jeito diferente de andar. Quais suas 
emoções e sentimentos. Se ele está triste, se está alegre. Em que momento e situação ele se encontra na cena. 
 
 
DICAS 
 
• Imagine algum personagem e escreva todas as características dele numa folha 
de papel em branco. Escreva onde ele está e o que está fazendo. Ao lado, 
escreva tudo que você acha que ele pode estar usando, dependendo da hora, 
do local e da sua atividade. 
• Não se esqueça de pensar se ele usa um chapéu, uma bandana, um cinto 
especial ou um outro elemento importante para descrevê-lo. 
• Observe as pessoas. Veja como elas se comportam, o jeito de elas falarem. Umas 
gesticulam muito, outras falam baixinho. 
• Quando for para a escola, observe tudo à sua volta. Os animais, as pessoas 
andando nas ruas, o vento nas árvores... Tudo poderá ser um bom material para 
você compor um personagem. 
• Na aula de Artes Cênicas, exercite-se, agindo como um personagem. Mas não se 
esqueça de que você não é ele. Está só representando, fazendo de conta! 
• Sendo um FIGURINISTA, quando você cria uma roupa ou um adereço para caracterizar um personagem. Pense em como é 
esse personagem. Ele é uma pessoa? É uma árvore? Um tigre? Uma pulga? Quais são as suas características? Como ele se 
veste? Quais as cores de sua vestimenta? Ele é pobre? É rico? É velho? É um ser de outro planeta? É uma criança? Está 
dormindo? Está trabalhando? Usa algum chapéu? Carrega um guarda- chuva? Uma bolsa de compras? Qual ação está 
realizando na cena? 
 
 
DICAS 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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11 
CÊNICAS 
ARTES 
Um bom 
espetáculo! 
 
• Sendo um SONOPLASTA, quando você cria o som ou a música para uma determinada cena ou para um determinado 
personagem 
 
 
 
DICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora que você já vivenciou alguns elementos do Teatro, é hora de jogar! Com um colega, escreva uma cena que contenha uma 
ação, o lugar onde essa ação ocorre e os personagens envolvidos. Escolham a sonoplastia e pensem no cenário. Não se esqueçam do 
figurino. Seu Professor irá orientar você e seus colegas a encenarem um jogo teatral. 
 
Então... Divirtam-se !!! 
 
• Um bom exercício é listar algumas músicas e colocar ao lado das cenas que elas 
trazem à sua lembrança. 
• Se a cena for de terror, qual sol ou música seria ideal? Se for um dia de vento 
fraco, qual seria o som? 
• E se fosse o freio de um carro? 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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12 
CÊNICAS 
ARTES 
7.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
Este ano deverá ser para você um momento de desafios. Se você está iniciando seu período de 
adolescência, muitas transformações ocorrem! Sua maneira de pensar está mais abrangente. 
Seus pensamentos se ocupam com mil ideias diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa 
especial... 
 
Seu grupo de amigos, agora, tem uma importância grande em seu dia a dia e as conversas 
ficam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, 
tanto interna como externamente. Os sentimentos se alternam... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas! Vejamos: quando 
encenamos, nos transformamos em personagens de histórias. Histórias muitas vezes parecidas 
com as nossas próprias histórias. Personagens muitas vezes parecidos conosco. Outras vezes, ao 
contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos 
fazer-de-conta que somos eles e, então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar 
dos sentimentos e, muitas vezes, percebemos algumas soluções que servem para nossos 
problemas reais. 
 
Então... Vamos experimentar? 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
13 
CÊNICAS 
ARTES 
 
O Teatro na Antiguidade: Como tudo começou... 
 
Estamos na Grécia, no séc. V a.C., ano 500, aproximadamente. Numa praça do velho 
mercado de Atenas, uma grande festa está sendo organizada. O objetivo é agradecer ao 
deus do vinho, Dionísio,pela colheita de uva deste ano. 
De repente, um cidadão, de nome Tépis, vestido com uma túnica rústica e usando uma 
máscara no rosto, desce do alto de uma carroça e exclama para o povo de Atenas: 
 – Eu sou Dionísio! 
Tépis se dizia Dionísio, o deus do vinho. Acontecia, naquele momento, uma representação, um faz-de-conta de que “eu sou o 
outro”. Apresentava-se, diante de uma plateia, pela primeira vez um ator representando um personagem: Tépis representava Dionísio! 
Com o passar do tempo, nas festas de colheita da uva, as procissões (conhecidas como Ditirambos), que eram dedicadas a 
Dionísio, foram ficando mais elaboradas e necessitaram de pessoas que as organizassem. Surgiram, então, os diretores de Coro. 
As procissões juntavam, aproximadamente, vinte mil pessoas que dançavam, cantavam e apresentavam diversas cenas com 
peripécias do deus Dionísio. 
Tépis foi o primeiro diretor de Coro a dirigir a procissão de Atenas nas festas. Para isso, ele desenvolveu o uso de máscaras para 
representar, tendo em vista o grande número de participantes. A máscara servia para amplificar sua voz e para ele ser visto a longas 
distâncias. 
O Coro tinha como função narrar as histórias do personagem Dionísio, através da representação, das canções e das danças. O 
Coro também passou a ser o intermediário entre o ator e a plateia e também trazia a conclusão da história. 
Quando Tépis, do alto da carroça, disse: “Eu sou Dionísio”, ele se tornou o primeiro respondedor de Coro. Em razão disso, 
surgiram os diálogos, e Tépis, então, se tornou o primeiro ator de teatro. Com o tempo, uma grande plataforma fixa viria a substituir a 
carroça improvisada por Tépis. Nela, foi instalado um palco onde se poderia, então, montar um espetáculo completo. 
Os atenienses amavam profundamente o teatro, pois, além de ser um divertimento, era educativo. Por isso, mulheres e crianças 
também podiam assistir às representações. Somente aos homens cabia a função de ator e os papéis femininos eram também 
representados por homens. 
A- FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
14 
CÊNICAS 
ARTES 
Os festivais de teatro ocorriam em teatros 
de pedra, ao ar livre, e tinham grande 
importância. Neles, eram sempre apresentadas 
tanto tragédias como comédias. Os festivais 
eram financiados pelos cidadãos ricos, 
enquanto o governo pagava aos mais pobres 
para que estes pudessem comparecer às 
apresentações. Os atores também eram pagos 
pelo seu trabalho. 
As apresentações duravam vários dias e 
começavam com a procissão em homenagem 
ao deus Dionísio, que passou a ser 
considerado, depois, como o deus protetor do 
teatro. Como as apresentações se realizavam 
durante as festas dionisíacas, eram 
consideradas parte dos festejos religiosos da 
época. Por isso, nas apresentações inaugurais, 
sempre compareciam as pessoas mais 
importantes da sociedade grega: os 
magistrados e os sacerdotes de Dionísio. 
 A plateia acompanhava as peças o dia todo e participava intensamente das encenações. No palco, os atores continuavam a usar 
máscaras, tanto para serem melhor visualizados como para amplificar a voz e para mostrar o sentimento da cena representada. As máscaras 
eram feitas de pano engomado e pintado e eram decoradas com perucas. Os atores usavam também roupas acolchoadas e sapatos de sola 
bem alta, que chamavam de coturnos, para serem vistos de longe. Embora os atores fossem importantes e fizessem sucesso, os grandes 
ídolos do teatro, nessa época, eram os autores das histórias. 
Muitos anos depois, a partir do Império Romano, que sucedeu a civilização grega, as principais ideias sobre o teatro grego foram 
seguidas pelos romanos. E, no século IV, os espetáculos já não eram necessariamente ligados ao culto religioso do deus Dionísio (que os 
romanos chamavam de Baco). Nessa época, porém, a tragédia e a comédia já estavam em decadência. Os romanos preferiram o gênero 
cômico, que perdeu, em seus textos, o tom político e religioso, mas ganhou bastante originalidade. Logo depois os romanos se encantaram 
pelo circo que, na época, era voltado para as lutas entre gladiadores e animais. 
Máscaras do Teatro Romano de Saragoça 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
15 
CÊNICAS 
ARTES 
• Desenhe o cenário da praça de Atenas no momento em que Tépis se declara Dionísio 
• Desenhe Roma, o circo de gladiadores ou crie uma maquete. 
• Construa, com papel pardo ou outro material, as máscaras do Teatro. Faça a da Tragédia e a da Comédia. 
• Pesquise na internet ou no dicionário o significado das palavras tragédia e comédia. Escreva no caderno as definições encontradas. 
• Procure em jornais uma notícia que você e seus colegas classificariam como tragédia e outra que vocês classificariam como comédia. 
Converse com os colegas e com o Professor sobre essas histórias. 
• Construa a maquete do Teatro de pedras. Seu Professor poderá trazer imagem desses teatros ou, então, pesquise na internet. 
• Não se esqueça de colocar na Arena os atores vestidos com suas túnicas, máscaras e coturnos e de colocar a plateia na 
arquibancada. Peça ao seu Professor para montar uma exposição com o seu trabalho e o dos seus colegas. Conversem sobre os 
trabalhos expostos. Façam comentários do que mais chamou a atenção. 
• Pesquise os grandes autores da Tragédia e da Comédia que foram ídolos na Grécia e na Roma antigas. Coloque ao lado o nome de 
algumas peças que eles escreveram. 
• Veja com o seu Professor qual era o tema principal dessas histórias e quais eram os autores mais importantes. 
B- FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
DICAS 
• Você pode desenhar a cena toda ou só um detalhe. Ex.: a carroça, a praça. 
• Use cores. Pense nas uvas, na colheita, nas carroças e nas pessoas enfeitadas. 
• Faça uma maquete com papel e cola, se não quiser desenhar. Ou então ,faça 
recorte e colagem com revistas ou outros materiais. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
16 
CÊNICAS 
ARTES 
Para esta atividade, vamos resumir uma tragédia grega. Esta peça chama-se Antígona e foi escrita por Sófocles, um grande autor 
grego da época. 
 
A história começa com a personagem Antígona, que deseja sepultar o irmão, mas encontra dificuldade, pois o rei, Creonte, 
proibira o sepultamento dos que cometeram algum ato ilegal. Antígona, porém, desafia a lei e enterra o irmão. 
Furioso, o rei ordena que ela seja capturada e levada até ele. 
Ao invés de fraquejar, Antígona enfrenta o rei: “Não fui feita para o ódio, e sim para o amor”, exclama a jovem. Mesmo sabendo 
que ela iria se casar com seu filho, Hemon, Creonte não cede. Hemon roga, em vão, pela amada. Mas, por ordem de Creonte, 
Antígona é condenada a ser emparedada numa caverna, até morrer. 
Tirésias, profeta e sacerdote cego, reprova Creonte por profanar o corpo do irmão de Antígona, advertindo-o de que será punido 
pelos deuses. 
 – Que valor pode haver em apunhalar o apunhalado? pergunta Tirésias. 
O rei, apesar de se revoltar contra o profeta, decide libertar Antígona. Porém, é tarde demais: um mensageiro relata que ela 
preferiu enforcar-se a aguardar a morte lenta. 
 Hemon, o filho de Creonte, ao encontrar a noiva morta, apunhala-se. Eurídice, esposa de Creonte, ao saber da morte de seu 
único filho, também se mata. 
 O rei, ao ver toda sua família morta, lamenta-se pelos seus atos, e mais ainda por não ter atendido ao desígnio dos deuses, o 
que lhe custou a vida de todos aqueles que lhe eram queridos. 
 
C- FAZENDO ARTE: JOGANDO O TEATRO, “FAZENDO-DE-CONTA” 
 
Abaixo, transcrevemos o resumo de uma tragédia grega. Leia e compreenda o texto. Troque 
ideias com um amigo. Veja se vocês entenderam as mesmas coisas. 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
17 
CÊNICAS 
ARTES 
• Liste os personagens da história. 
• Escreva um roteiro e crie falas para os personagens, a partir da história contada. 
• Como você imagina que foia conversa entre Antígona e o rei Creonte? 
• Crie falas para Hemon, ao ver a noiva morta. 
• O que Eurídice diz a Creonte quando percebe que seu filho também está morto? Crie um possível diálogo entre os dois. 
• Peça ao seu Professor para trazer o trecho original da tragédia que corresponde à cena que vocês escreveram. 
• Em grupo, crie um jogo teatral, utilizando o resumo sugerido. 
• Vale também fazer apenas uma parte da história, uma cena escolhida por vocês. Seu Professor poderá ajudá-lo nos ensaios e 
relembrá-lo dos elementos que fazem parte de um jogo teatral. 
 
DICAS 
• Não se esqueça de arrumar o cenário e de criar uma sonoplastia para a cena que 
será representada. 
• Depois, em grupo, converse sobre o resultado do trabalho, o que vocês 
aprenderam e o que foi mais fácil ou mais difícil de fazer. O que poderia ser 
melhorado? 
• Fale com o Professor e repita a atividade com uma comédia grega. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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18 
CÊNICAS 
ARTES 
8.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
A vida é repleta de desafios e de transformações. Existe, porém, um período na vida em que essas transformações ganham 
maior amplitude. É o período chamado de adolescência. O pensamento se torna mais abrangente e dialógico. A mente se ocupa 
com mil ideias diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa especial... O grupo de amigos, agora, tem grande importância em 
seu dia a dia e as conversas se tornam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, 
tanto interna quanto externamente. Os sentimentos se alternam... Ora alegria, ora tristeza, por qualquer coisinha... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas. Quando encenamos, nos transformamos em 
personagens de histórias. Histórias muitas vezes parecidas com as nossas próprias histórias e personagens muitas vezes parecidos 
conosco. Outras vezes, ao contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos fazer-
de-conta que somos eles e, então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar dos sentimentos e, muitas vezes, 
percebemos algumas soluções que servem para nossos próprios problemas. 
 
Então... Vamos experimentar? 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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CÊNICAS 
ARTES 
Os colonizadores encontraram, nos povos indígenas brasileiros, uma facilidade natural para a música e a dança, o que facilitava o 
desenvolvimento do teatro. A partir do teatro, os padres jesuítas iniciaram um movimento de catequese dos povos indígenas: eles ficavam 
fascinados pela representação e, através dela, o aprendizado era muito mais rápido e fácil. 
Nessa época, o Padre Anchieta, com seus autos de catequese, foi o maior responsável pelo ensinamento do teatro e pela autoria das 
peças. O teatro se inicia, no Brasil, como um teatro de catequese, didático, isto é, com o objetivo de ensinar. 
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol e, mais tarde, também em latim. Os personagens eram santos, demônios ou 
imperadores. Algumas vezes, eles também representavam o Amor, O Medo ou o Temor a Deus. Com o tempo, nas escolas dos jesuítas, 
chamadas Companhias de Jesus, o teatro tornou-se matéria obrigatória. Porém, nessas escolas, os personagens femininos eram proibidos, 
a não ser que representassem Santas. Os atores dessa época eram índios já domesticados, futuros padres e alguns não índios. As peças 
eram apresentadas nas Igrejas, praças e colégios. Além dos Autos, outros estilos teatrais, também introduzidos pelos jesuítas, foram os 
Pastoris e o Presépio, que passaram a ser representados nas festas folclóricas. 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
• Converse com seus colegas, em duplas ou trios, sobre o tema Colonização. Quais os pontos positivos e negativos da colonização? O que 
ganham ou perdem os dois países. Converse também com seu Professor de Artes Cênicas ou seu Professor de História. Pesquise a 
palavra colonização no dicionário. Veja o que dizem as outras pessoas sobre esse assunto. 
• Pesquise o significado dos estilos teatrais: auto, presépio e pastoril. 
• Peça ao Professor para dividir a turma em dois grupos. Um grupo desenha a roupa dos portugueses e jesuítas e outro desenha a 
vestimenta dos indígenas. Esses elementos podem, mais adiante, se tornar esboço de figurinos para uma futura cena. Façam o mesmo 
com o cenário: casa dos índios, “habitat”, transporte dos portugueses e dos indígenas, objetos utilizados pelos dois grupos e mais outras 
ideias que vocês tiverem. 
• Depois, façam os desenhos em tamanho natural, usando seu próprio corpo como modelo, deitado sobre duas folhas de papel pardo 
coladas (para que fiquem maiores). Um colega pode ajudar você, desenhando o contorno do seu corpo. Ponha roupas confeccionadas 
com papeis diferentes. Se todos pendurarem esses personagens, pelo espaço vazio da sala, com seus figurinos, eles poderão servir de 
cenário para a representação de um Auto ou de alguma história que vocês inventarem. O Professor de Artes Cênicas gostará de ajudá-los 
a montar essas histórias e esses cenários! 
O TEATRO NO BRASIL 
A- TEATRO DOS JESUÍTAS – SÉCULO XVI 
Vamos fechar os olhos e imaginar que estamos no século XVI. O Brasil recém-descoberto. Os portugueses tentando 
colonizar os povos indígenas que aqui viviam. Como se fazer entender? 
Imagine as diferentes tentativas de comunicação. Lembre-se dos livros que você já consultou e que já pesquisou e de 
como também eram diferentes as vestimentas dos portugueses, padres e indígenas. Tudo era diferente: as formas de falar, de 
vestir, de pensar, de viver, de se movimentar, de acreditar no mundo... 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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20 
CÊNICAS 
ARTES 
B- SÉCULO XVII 
Neste século, as peças escritas pelos jesuítas, principalmente as que tinham o objetivo da catequese, começaram a escassear. Outros 
tipos de atividades teatrais também ficaram escassos, pois foi uma época de crise, com muitas lutas. As poucas encenações dependiam de 
ocasiões especiais como as festas religiosas ou cívicas. Algumas comédias foram apresentadas na aclamação de D. João IV, em 1641. 
 
 
 
C- SÉCULO XVIII 
Na segunda metade deste século, as peças teatrais voltaram a ser apresentadas com certa frequência. Vários palcos ou tablados foram 
montados em praças públicas, com a intenção de apresentar peças educacionais. As igrejas e alguns palácios de governantes também 
serviram de palco para os atores. Com isso, surgiram as primeiras companhias de teatro, que foram chamadas de Casas de Ópera. Essas 
casas apresentavam peças teatrais por alguns meses e até durante um ano inteiro, permitindo que atores fossem contratados. 
 
Nessa época, os atores eram, em sua maioria, descendentes dos povos africanos e pertenciam às classes sociais mais baixas. Havia 
um grande preconceito em relação à atividade teatral, e as mulheres eram proibidas de entrar em cena. Os papéis femininos eram 
representados pelos homens, que se travestiam de mulheres – e por isso eram chamados de travestis. Quando finalmente as mulheres 
foram liberadas para se tornarem atrizes, a “má fama” da classe artística fazia com que houvesse poucas representantes do sexo feminino. 
 
A vinda de D. João VI para o Brasil estimulou, consideravelmente, a atividade teatral. Ele baixou um decreto, em 1810, determinando 
que se construíssem mais e melhores teatros. A primeira companhia teatral, totalmente brasileira, estreou em 1833, com uma peça dirigida 
pelo teatrólogo João Caetano. 
 
Nessa época, a plateia participava bastante das encenações e aproveitava para fazer manifestações em favor dos ideais da República. 
Quando o Imperador D. Pedro estava presente, o público reagia de maneira diferente, sem manifestações e cuidadosamente vestido. 
Embora, em sua maioria, os atores fossem descendentes de negros, os negros não compareciamao teatro como público. No palco, 
encenando, cobriam o rosto com maquiagem teatral branca e vermelha. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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21 
CÊNICAS 
ARTES 
D - SÉCULO XIX E SÉCULO XX E SÉCULO XXI 
 
A partir de 1838, muitas peças foram influenciadas pelo período Romântico, que era um movimento das Artes. Nesse período, 
dava-se importância aos elementos nacionais, à grandeza e à riqueza do nosso país, à igualdade entre os brasileiros, entre outras 
questões. 
 
A peça “O juiz de paz na roça”, de autoria de Martins Pena, é considerada a primeira comédia de costumes brasileira e seu autor 
é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional. Em um período de dez anos, ele escreveu 28 peças. 
 
Artur Azevedo é um autor também do final desse período (final do século XIX e início do século XX), período que se chamava 
Realismo. Azevedo escrevia o gênero teatral Revista, que era composto de peças com temas mais leves. 
 
Machado de Assis também teve grande importância para o teatro brasileiro e muitas das suas histórias também foram encenadas. 
 
Mais recentemente, temos nomes importantes como o dramaturgo Oduvaldo Viana, os atores Procópio Ferreira e Dulcina de 
Moraes e também Paschoal Carlos Magno, que, em 1938, lançou e dirigiu o Teatro do Estudante do Brasil. Nelson Rodrigues é autor 
de várias peças e revoluciona a dramaturgia brasileira. Uma de suas peças mais conhecidas é Vestido de Noiva, encenada pelo grupo 
de teatro amador Os Comediantes, do Rio de Janeiro. Esta peça teve a direção de Ziembinski e inaugurou o TBC (Teatro Brasileiro de 
Comédias). 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Com a ajuda de seu Professor, consiga cópias de algumas peças teatrais de Martins Pena, Machado de Assis ou Artur de Azevedo e 
faça um jogo teatral com trechos de uma cena ou algumas falas. Cada grupo pode escolher um trecho diferente. (www.biblio.com.br) 
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CÊNICAS 
ARTES 
— Cena III — 
 
 
O Gerente, Figueiredo 
Figueiredo — Ó seu Lopes, olhe que, se isto continuar assim, eu mudo-me! 
O Gerente (À parte.) — Que dizia eu? 
Figueiredo — Esta vida de hotel é intolerável! Eu tinha recomendado ao criado que me levasse 
o café ao quarto às sete horas, e hoje... 
O Gerente — O meliante lhe apareceu um pouco mais tarde. 
Figueiredo — Pelo contrário. Faltavam dez minutos para as sete... Você compreende que isto 
não tem lugar. 
O Gerente — Pois sim, mas... 
Figueiredo — Perdão; eu pedi o café para as sete e não para as seis e cinquenta! 
O Gerente — Hei de providenciar. 
Trecho da peça “A Capital Federal”, de Artur Azevedo. 
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CÊNICAS 
ARTES 
E – DÉCADAS DE 60, 70, 80, 90 EM DIANTE. 
 
 O TEATRO CONTEMPORÂNEO 
 
 Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil passava por uma ditadura política e a censura vetava grande parte de espetáculos e de textos 
artísticos. 
 
 Nesse período, temos nomes de destaque, entre dramaturgos, atores e atrizes, peças e grupos de teatro: Plínio Marcos, Leilah 
Assumpção, Oduvaldo Viana Filho, Ruth Escobar Fauzi Arap, Naum Alves de Souza, Mauro Rasi, Gerald Thomas, Zé Celso, Antunes 
Filho, Hamir Hadad, Augusto Boal e grupos teatrais como TBC, Oficina, Arena, grupo Tapa, entre outros. 
 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Em casa, com pessoas mais velhas, converse sobre o período da censura (anos 60 e 70). Veja o que eles lembram dessa época. 
• Converse com seu Professor sobre as características do teatro contemporâneo. 
• Procure em jornais, na seção de teatro, se há algum grupo de teatro contemporâneo em cartaz. Procure saber, descobrir, no site desses 
grupos, o tipo de teatro que eles apresentam. 
• Escolha, em seguida, uma notícia de jornal, uma poesia ou um texto interessante e encene com um grupo. Seu Professor poderá ajudá-
lo nesta tarefa 
DICAS 
• Uma das características do TEATRO CONTEMPORÂNEO é encenar textos literários, 
não teatrais. Você pode encenar também só com alguns fragmentos do texto. 
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24 
CÊNICAS 
ARTES 
9.º Ano 
 
Conversando um pouco... 
 
Caro(a) Aluno(a), bem-vindo a 2009! 
 
A vida é repleta de desafios e de transformações. Existe, porém, um período na vida em que essas transformações ganham maior 
amplitude. É o período chamado de adolescência. O pensamento se torna mais abrangente e dialógico. A mente se ocupa com mil ideias 
diferentes. Uma música, um passeio, uma pessoa especial... O grupo de amigos, agora, tem grande importância em seu dia a dia e as 
conversas se tornam intermináveis. Sem contar as transformações que também estão ocorrendo em seu corpo, tanto interna quanto 
externamente. Os sentimentos se alternam... Ora alegria, ora tristeza, por qualquer coisinha... 
 
Bem, e as Artes Cênicas? Como poderão ajudar? De muitas formas. Quando encenamos, nos transformamos em personagens de 
histórias. Histórias muitas vezes parecidas com as nossas próprias histórias e personagens muitas vezes parecidos conosco. Outras vezes, 
ao contrário, os personagens são totalmente diferentes. Mas, de uma maneira ou de outra, podemos fazer-de-conta que somos eles e, 
então, nos transformar. Através dos personagens, podemos falar dos sentimentos e, muitas vezes, percebemos algumas soluções que 
servem para nossos próprios problemas. 
Então... Vamos experimentar? 
TEATRO NO BRASIL 
 
A- SÉCULO XX E XXI 
 
Em 1922, houve um movimento muito importante para as Artes no Brasil. Esse movimento chamou-se Semana da Arte Moderna e 
aconteceu em São Paulo. O Brasil, nessa época, atingia prosperidade industrial e São Paulo era considerado um centro cultural, onde 
muitas ideias fervilhavam. A Semana da Arte Moderna era um movimento revolucionário e pretendia romper com as regras mais rígidas do 
período Romântico. Essa experimentação de liberdade artística apresentou-se na Literatura, na Dança, na Música, nas Artes Plásticas e 
também no Teatro. 
No teatro, como representante dessa época, temos o autor Oswald de Andrade, que escreveu a peça O Rei da Vela, em 1933, que foi 
encenada em 1967, pelo grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa, diretor teatral conhecido como Zé Celso e que 
continua à frente do Teatro Oficina até os dias de hoje, quando o grupo está comemorando 50 anos de existência. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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25 
CÊNICAS 
ARTES 
DICAS 
• Uma das características do Teatro Contemporâneo é encenar textos literários, não 
teatrais. 
• Você pode encenar, também, apenas alguns fragmentos do texto. 
• Peça ao seu Professor de Artes Cênicas que lhe mostre outras características do 
teatro contemporâneo.. 
Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil passava por uma ditadura política e a censura vetava grande parte de espetáculos e de 
textos artísticos. 
 
Nesse período temos nomes de destaque, entre dramaturgos, atores e atrizes, peças e grupos de teatro: Plínio Marcos, Leilah 
Assumpção, Oduvaldo Viana Filho, Ruth Escobar Fauzi Arap, Naum Alves de Souza, Mauro Rasi, Gerald Thomas, Zé Celso, Antunes 
Filho, Hamir Hadad, Augusto Boal e grupos teatrais como TBC, Oficina, Arena, grupo Tapa, entre outros. 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Com o Professor de História ou em casa, com pessoas mais velhas, converse sobre o período da censura (anos 60 e 70). Veja o que 
eles se lembram dessa época. 
• Com o Professor de Língua Portuguesa, você pode conseguir informações sobre o Modernismo e a Semana de Arte Moderna. Foi 
um período bastante interessante. Procure saber mais sobre ele. 
• Consiga algumas peças escritas por autores da atualidade como Chico Buarque, Miguel Falabella, Dias Gomes ou outros. Você 
pode fazer uma leitura dramatizada de alguma dessas cenas, escolhendo o grupo que fará parte do seu elenco. 
• Procure, em jornais, naseção de espetáculos, se há algum grupo de teatro contemporâneo em cartaz. Procure descobrir, no site 
desses grupos, o tipo de teatro que eles apresentam.. 
• Escolha uma notícia de jornal, uma poesia ou um texto interessante e encene com um grupo. Seu Professor poderá ajudá-lo nesta 
tarefa. 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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26 
CÊNICAS 
ARTES 
 Como sugestão de texto literário, não teatral, apresentamos a poesia Fim de Feira, de Carlos 
Drumond de Andrade. 
 Depois de ler, entender e conversar sobre o texto com seus colegas, experimente fazer um jogo 
teatral com mais três colegas. 
 Dividam as falas entre o grupo e marquem, no espaço cênico, de onde cada um vai falar e que 
movimentos farão. Peça ao seu Professor para ser o Diretor Teatral. Ele poderá dar muitas sugestões 
interessantes. 
Depois do ensaio do seu grupo, apresentem para o restante da turma e conversem sobre o 
resultado da encenação. 
FIM DE FEIRA 
 
No hipersupermercado aberto de detritos, do Inferno 
ao barulhar de caixotes em pressa de suor, 
mulheres magras e crianças rápidas 
catam a maior laranja podre, 
a mais bela batata refugada, juntam no passeio 
seu estoque de riquezas, entre risos e gritos. 
 
 (CDA - As impurezas do branco. RJ, 1973) 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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27 
CÊNICAS 
ARTES 
B- TEATRO NO MUNDO 
No mundo aconteceram diversos movimentos teatrais e diferentes tipos de Teatro. 
Falaremos apenas de alguns deles. Vejamos: 
 
TEATRO MEDIEVAL 
 
Esse tipo de Teatro era de origem religiosa. Suas histórias eram tiradas da Bíblia. O palco era a praça central da cidade e toda a 
população participava dele. No final da Idade Média (começo do século XVI), aparecem os grandes dramaturgos trazendo muitas ideias 
novas Gil Vicente era um deles. Gil escreveu vários Autos. Leia um trecho do Auto da Barca do Inferno no site www.dominiopublico.gov.br 
 
Teatro da Commedia dell’Arte - O teatro moderno começa na Itália, no século XVI, e rompe com as tradições medievais populares. 
Eles se inspiram em peças de comédias antigas. No século XVII, se espalha por toda a Europa, durante duzentos anos. 
 
Os artistas da Commedia dell’Arte deram à atividade teatral uma organização profissional com sua estrutura e normas. Abriram 
espaço para a participação das mulheres no elenco, criaram uma linguagem própria e um público fiel. Utilizavam muito a improvisação e 
tinham personagens fixos como os enamorados, o doutor, o velho, os criados e outros, que eram caracterizados por figurinos e máscaras 
próprias. A companhia era formada por um elenco de dez a doze atores. Cada ator tinha um personagem fixo. Os atores tocavam, 
cantavam, dançavam, faziam mímicas e acrobacias em cena. Os temas eram quase sempre histórias sobre desencontros amorosos e os 
finais eram felizes e quase sempre inesperados. 
 
 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
• Pesquise o figurino dos personagens da Commedia dll’Arte e tente reproduzi-lo, utilizando materiais diversos. 
• Faça com papel/papelão fino uma das máscaras utilizadas nesse tipo de teatro. Procure fotos que possam ajudar. Depois de pronta, 
utilize a máscara e veja como se sente na pele do personagem escolhido. 
• Faça os personagens fixos, como os criados, que eram representados pelo Arlequim, Polichinelo e Colombina, em forma de bonecos, 
utilizando garrafas pet, cobertas por tiras de jornal coladas com cola branca e depois pintados com guache colorido ou utilizando outros 
tipos de papel para as roupas. 
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
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CÊNICAS 
ARTES 
FAZENDO ARTE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES 
 
Coloque, no caderno, os outros grandes nomes do Teatro no mundo, como Racine, Molière, Shakespeare, Ibsen, Gogol, Antonin 
Artaud, Bertold Brecht, Jean Genet, Tenessee Willians, Ionesco, Arrabal e tente descobrir o nome de suas peças mais conhecidas, a 
nacionalidade deles, em que época viveram e o tipo de teatro que fizeram. Para a pesquisa vale usar vários meios: conversar com pessoas 
que fazem teatro, buscar na Internet, perguntar aos Professores, procurar no dicionário, nas enciclopédias, em fascículos de jornais e 
revistas que falem sobre esse assunto. 
Para ficar mais divertido seu Professor poderá organizar uma gincana, dividindo a turma em equipes e marcando um prazo para que 
cada equipe traga as respostas ou ele pode, até mesmo, trazer algum material de pesquisa. Aí, é só dar um nome a cada equipe e ver qual 
delas será a que conseguirá um maior número de respostas ou ainda qual será a equipe que conseguirá terminar a tarefa em primeiro 
lugar. 
Leia abaixo o resumo da famosa história Romeu e Julieta, de William Shakespeare e, em duplas, criem os diálogos para uma cena. 
Depois, façam uma leitura dramatizada para sua turma. Para ficar ainda melhor, a dupla pode até colocar um adereço de figurino durante a 
leitura. 
Romeu e Julieta é uma trágica história de amor impossível. Eles 
pertencem às famílias dos Montéquios e Capuletos, que são inimigas e que 
sempre se confrontam nas ruas da cidade de Verona. 
Pela impossibilidade de ter um romance com Romeu, Julieta arquiteta um 
plano: finge-se de morta, para depois poder fugir com seu amado. 
Romeu, ao ver a jovem imóvel, dormindo, pensa que ela está morta e se 
desespera: toma veneno e morre sem saber do plano. 
Ao acordar e ver o rapaz morto, ela decide matar-se também, usando uma 
espécie de espada que Romeu carregava com ele. 
As famílias, arrependidas, se unem na tristeza e prometem construir 
estátuas de ouro dos dois namorados para que o povo de Verona nunca mais 
se esqueça de quanto o amor é poderoso. 
Romeo y Julieta. F. Sydney Muschamp 1886 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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29 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2010 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
30 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
ÁREA 
 
MÊS 
 
DIA E 
HORÁRIO 
 
PÚBLICO 
 
DINAMIZADOR 
 
OFICINA 
 
LOCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artes Cênicas 
 
Setembro 
 
Outubro 
 
18/09 
8h às 12h 
 
 
PI 
 
Carlos Alberto 
Nunes da 
Cunha 
 
O Figurino e Cenografia em 
Sala de Aula 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Sala de Corte e 
Costura 
 
18/09 
8h às 12h 
 
 
PII 
 
Liliane Mundim 
 
O Jogo Teatral I: processo 
A Pedagogia do Teatro 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Sala de Teatro 
 
25/09 
8h às 12h 
 
PI 
 
Mona 
Magalhães 
 
Personagens: 
Maquiagem e 
Caracterização 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes 
Calouste 
Camarim do 
Teatro 
 
25/09 
8h às 12h 
 
PII 
 
Ribamar Ribeiro 
 
O Jogo Teatral II: Produto 
“O Espetáculo Artístico-
pedagógico” 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
 
22/10 
13h às 17h 
 
PI 
 
Flavio 
Desgranges 
 
A Pedagogia do Espectador 
(80 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Auditório 
 
21/10 
13h às 17h 
 
PI 
 
Beatriz Biange 
 
O Processo de Drama 
(30 vagas) 
Centro Municipal 
de Artes Calouste 
Gulbenkein 
Auditório 
 
Folha 4 da Circular 
E/SUBE/CED n.º 
xxxx, de 27/08/2010 
 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
31 
CÊNICAS 
ARTES 
 
• A oficina consiste no exercício de interpretação onde os participantes deverão se entregar à força física, permitindo a liberdade na 
atuação, chegando ao desenvolvimento básico da musculatura e dos sentimentos. A oficina propõe o despojamento e a libertação de 
qualquer vício do ator, onde cada personagem é um novo ser e deve ser interpretado a cada momento.• Formam-se, na expressão exterior, a voz, o gesto e a palavra, trazendo ao ator o jogo da verdade; não há verdade na expressão se a 
modalidade expressiva exterior não corresponder a um impulso interior. 
• O reenquadramento de dramaturgia e da cena em moldes desvencilhados de normas e padrões: é esse afã de buscar uma nova 
significação para a realidade cênica e, por ela obrigado, o forjamento de novas formas, que serão repassados, como campo de 
experiência, a linguagens diversificadas. Através da fragmentação a palavra se dobra em texto cênico. 
• O ator consciente: essa é a proposta. Fazer com que o ator utilize o seu objeto de estudo, o corpo, a voz e a alma cênica transformem-se 
em movimento, interpretação e impulsos verdadeiros, mesmo havendo uma marcação assumida dentro do espetáculo. 
 O ATOR CONSCIENTE 
Ementa da Oficina: Jogo Teatral II – Produto 
(espetáculo artístico-pedagógico) “O Ator Consciente” 
Dinamizador: Ribamar Ribeiro 
Curso de Formação para Professores de Artes Cênicas 
SME/2010. 
 Ribamar Ribeiro possui mais de 30 prêmios em Festivais de todo o Brasil como ator, diretor 
e dramaturgo. Esta mesma Oficina já foi ministrada em vários Festivais dos quais participou. 
Recebeu o Prêmio Pruri de Melhor Espetáculo e Direção no Festival Nacional de Resende, 
com o espetáculo “Sobre Mentiras e Segredos”, concorrendo com Amir Haddad pela direção 
de A Alma Imoral. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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32 
CÊNICAS 
ARTES 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
33 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Coordenadoria de Educação
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A)
1º ao 5º Ano
Coordenadoria de Educação
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS – Professor (a)
ÁFRICA DO SUL
1º ao 5º Ano
I CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
2010
ARTES CÊNICAS - PROFESSOR (A)
ÁFRICA DO SUL
6º ao 9º Ano
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
34 
CÊNICAS 
ARTES 
 
Ano 2011 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
35 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semana de Capacitação – Artes Cênicas 2011 
Justificativa 
 O presente projeto faz parte da política 
de Formação Continuada adotada pela 
Secretaria Municipal de Educação do Rio de 
Janeiro, para atender às necessidades de 
atualização de seu corpo docente. 
Artes Cênicas 2011 tem como proposta orientar 
os Professores de Artes Cênicas, em seu 
retorno às atividades pedagógicas no ano de 
2011. Justifica-se também pela necessidade de 
informar as ações que serão desenvolvidas. 
Tipo de Ação 
Palestra, Oficinas e Comunicações 
2. Palestras 
2.1 -Trabalho de TCC - O Professor de Teatro 
como intelectual transformador: a Formação 
Contínua como Possibilidade, baseado em 
respostas de questionários aplicados à 
Professores de AC, da nossa Rede. 
 Palestrante - Tamyres Spyke- Graduanda de 
Licenciatura Plena em AC./UNIRIO: 
2.2 Navegando pelo rio: da criação de jogos e 
criação de cenas 
 Palestrante - Suzana Smidt- USP. 
 
3. Oficinas 
Tema: A direção teatral e o processo 
pedagógico coletivo. 
 Dinamizadores: 
 Oficina 1 - Ribamar Ribeiro 
 Oficina 2 - Josué Soares 
4. Comunicações – Bloco com 4 comunicadores 
(M/T), com Professores de AC que participaram 
da Fase Final da Mostra de Teatro 2010. 
 Programação 
1. Reencontro/Boas Vindas: Equipe de artes Cênicas da CED/CT 
 Tema: retrospectiva de 2010 e perspectivas para 2011. 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA SEMANA DE CAPACITAÇÃO – 2011 – ARTES CÊNICAS 
 Capacitação para 
Professores I 
de Artes Cênicas 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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36 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
COMO SERÃO AS COMUNICAÇÕES: 
 Como se fosse um seminário... 
•Teremos dois dias, com dois turnos por dia: comunicações 
dos indicados para a Final da Mostra 
•Cada comunicador terá ½ hora para apresentar seu 
trabalho. Sendo 20 min de exposição e 10 min para 
responder à perguntas da plateia. 
 
As comunicações serão apresentadas em PowerPoint, 
com as seguintes divisões: 
• 5 min para apresentação do trabalho (título, tema, 
ementa, créditos) 
• 10 min para apresentação do processo: com as etapas 
pedagógicas: unidade do planejamento escolha do tema, 
atividades 
• fotos/vídeos inseridos 
• 5 min para avaliação 
• Mínimo de 10 slides, máximo de 15 slides. 
• Total: 20 min + 10 min para perguntas da plateia. 
PROFESSOR(a) ESPETÁCULO CRE 
Alessandra D. 
Brandão 
Tragédia na Bahia 1ª 
Alessandra 
Garcia 
Preconceito, joga fora 
no lixo! 
1ª 
Celia Damiana Cenas Cariocas 5ª 
Claudia Vieira A magia das Águas 9ª 
Claudia Vieira Um olhar sobre as 
poesias de Bertold 
Brecht 
10ª 
Flávio Mota O Baú de Maria Clara 2ª 
Isabella Almeida O mundo ideal 4ª 
Marcio Saretta Era uma vez... sem 
palavras! 
CIAD 
Marco de Aquino Trágicas carioquices 
rodigueanas 
10ª 
Mayra Alves Loucura Feliz 7ª 
Patricia Garcia Apologo Brasileiro 
sem véu de alegoria 
4ª 
Patrícia Prado O médico à força 2ª 
Sirlene Alves A Aurora da minha 
vida 
9ª 
Symone Tatagiba O menino narigudo 7ª 
Tania Queiroz O flautista de Hamelin 2ª 
Tathiana Treuffar O casamento Caipira 10ª 
Comunicações 
 Professores de AC que participaram da Fase 
Final da Mostra de Teatro de 2010 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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37 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2011 
 
 
 
Capacitação em Artes Cênicas, preparatória para a Mostra Estudantil de Teatro da Rede Municipal de Ensino do Rio de 
Janeiro/2011 
 Justificativa 
O presente projeto justifica-se pela necessidade de Capacitação dos Professores I de Artes Cênicas, com vistas à 
participação na Conexão das Artes/Mostra Estudantil de Teatro da Rede Municipal de Ensino, que este ano terá como 
personalidade teatral homenageada o autor Ariano Suassuna . 
Módulo II 
 Montagem Cênica 
• criação coletiva de produto artístico-pedagógico 
• 7 oficinas de Direção Teatral, com carga horária de 04h 
cada, perfazendo um total de 28h 
• 4 oficinas de preparação vocal, com 4h ada, perfazendo 
um total de 16h 
 Atelier de figurino: total de 30h de trabalho 
Apresentação da Montagem Cênica 
4 apresentações, em teatros, do produto artístico-
pedagógico, sendo uma em cada polo: Centro, Zona Sul, 
Zona Norte e Zona Oeste, para a Comunidade Escolar 
do entorno. 
Reunião Técnica/ Avaliação - 4h para todos os 
Professores envolvidos no processo. 
 Descrição da ação 
O Projeto de Capacitação se constituirá das seguintes ações: 
Módulo I 
Fundamentação prática – Oficinas com carga horária de 4h 
para 20 Professores I, de AC, em cada uma. 
Fundamentação teórica - 1 palestra para 30 Prof. I, de AC, 
com carga horária de 3h. 
Tema: 
Teatro Popular 
Conteúdos: 
Abordagem histórica e estética do Teatro Popular com foco na 
dramaturgia de Ariano Suassuna, Direção teatral, Preparação 
Vocal, Criação e Execução de Figurinos. 
 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 
PARA PROFESSORES DE ARTES CÊNICAS-2011 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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38 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 Formação Continuada para 
Professores de Artes Cênicas
OFICINAS DE TEATRO
Inscrições Abertas 
Vocês podem se inscrever em quantas oficinas quiserem!!!
Dinamizador: RIBAMAR RIBEIRO – Diretor Teatral
Local : Centro de Artes Calouste Gulbenkian (sala de Teatro ou Dança) 
OFICINA 3 - Dia 24 de agosto - 4ª feira, de 9h às 13h Leitura Dramatizada/Teatro Popular
OFICINA 4 - Dia 30 de agosto - 3ª feira, de 13h às 17h Personagens/tipo-Teatro Popular 
OFICINA 5 - Dia 31 de agosto - 4ª feira, de 13h às 17h Dramaturgia de Ariano Suassuna
PALESTRA – DIA 27 DE AGOSTO – SÁBADO DE 9h às 12h – Auditório do Calouste
Tema: A dramaturgia de Ariano Suassuna e a cena Teatral Contemporânea
INSCRIÇÕES PELOS TELEFONES: 2976-2328 OU 2976 -2335
• (ANGÉLICA ou ROSÂNIA)
(tragam roupa para trabalho corporal)
AÇÕES PEDAGÓGICAS 2011 
 Capacitaçãopara 
Professores I 
de Artes Cênicas 
MÓDULO I 
FUNDAMENTAÇÃO PRÁTICA 
 
OFICINAS: Abordagem histórica e estética 
do Teatro Popular com ênfase na 
dramaturgia de Ariano Suassuna 
 
 
1. Análise da Dramaturgia Popular Universal 
2. O Teatro Popular Brasileiro 
3. Leituras Dramatizadas de Textos do Teatro 
popular 
4. Os Personagens/Tipos do Teatro Popular 
Brasileiro 
5. Características da Dramaturgia de Ariano 
Suassuna 
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2009 / 2016 
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39 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
Roteiro da Palestra 
 
 
O Teatro de Ariano Suassuna e a Cena Teatral Contemporânea 
Palestrante: Elza de Andrade (Prof.ª Dr.ª em Teatro / UNIRIO) 
Dia: 27 de agosto de 2011 (Sábado) - de 9h às 12h. 
 
Breve Biografia do Autor 
 
• 16 de junho de 1927 – nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, na ocasião, capital da Paraíba. 
 
• Com pouco mais de três anos, perde o pai. Essa perda deixa profundas marcas que repercutem na 
sua escrita e na escolha de seus enredos. 
 
• A mãe/viúva se transfere para o sertão da Paraíba – para a cidade de Taperoá com os nove filhos, 
onde Ariano fez seus estudos primários. A cidade de Taperóa estará presente em grande parte da obra 
do escritor. 
 
• A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com os temas e as formas 
artísticas que viriam mais tarde constituir seu universo ficcional, ou, como ele próprio o denomina, seu 
“mundo mítico”. Em 1942 mudou-se com a família para o Recife. 
 
• Em 1946 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu Hermilo Borba Filho e passou a 
fazer parte do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP). 
PALESTRA 
2011 
MÓDULO I 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
40 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
• Em 1947, escreve a primeira peça “Mulher vestida de sol”. 1955: escreve o “Auto da Compadecida”, até hoje 
seu maior sucesso. 1957: “Casamento Suspeitoso” e “O santo e a porca”. 1959: “A pena e a lei”. 1960: “Farsa 
da boa preguiça”. 
 
• De 1958 a 1970 escreve o “romance-armorial popular brasileiro” – Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do 
Vai e Volta – seu mais famoso romance, publicado em 1971. Em 2005 teve a segunda edição esgotada em 
menos de um mês, o que é um fato raro para um volume com cerca de 600 páginas. Em 18 de outubro de 
1970, lança o “Movimento Armorial”. 
 
• Em 1976 doutorou-se em História pela Universidade Federal de Pernambuco, onde foi Professor das disciplinas 
Estética e Teoria do Teatro / Literatura Brasileira / História da Cultura Brasileira. Aposentou-se em 1994. 
 
• Desde 1990, passa a ocupar a cadeira de número 32, da Academia Brasileira de Letras. 
 
• Foi secretário de Educação e Cultura de Pernambuco, de 1994 a 1998, no governo de Miguel Arraes. 
 
• Suas obras já foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês. 
 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
Página 
41 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
O Movimento Armorial – 18 de outubro de 1970 
 
• "A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem, como traço comum e principal, a ligação 
com o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de 
Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e 
com a Xilogravura, que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das 
Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados". (Ariano 
Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975). 
 
• Armorial... palavra sonora, que evoca brasões e emblemas, palavra um pouco 
misteriosa que provoca estranhamento e chama a atenção. Ariano Suassuna escolhe 
esse nome para batizar um movimento cultural que nasce no Recife e lá se 
desenvolve, nos anos 70, até tornar-se um dos polos da criação artística do Nordeste 
na época. 
 
• Um concerto e uma exposição de artes plásticas marcam a aparição do movimento que 
reúne, em torno do escritor e homem de teatro, um grande número de artistas, 
músicos, escritores e poetas, conhecidos ou não. Por ter uma localização regional 
precisa e pela “nordestinidade” afirmada e assumida de seus participantes, o 
Movimento Armorial foi imediatamente compreendido como uma nova manifestação do 
chamado “espírito do Recife”. (Santos, 1999, p.13) 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Folhetos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_Cordel
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=M%C3%BAsica_de_viola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rabeca
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%ADfano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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42 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 Antonio Nóbrega – um artista armorial 
 
• Filho de médico, ingressou, aos 12 anos, na Escola de Belas 
Artes do Recife. Foi aluno do violinista catalão Luís Soler e 
estudou canto lírico com Arlinda Rocha. Com formação 
clássica, começou sua carreira na Orquestra de Câmara da 
Paraíba em João Pessoa, onde atuou até o final dos anos 
1960. Na mesma época participava da Orquestra Sinfônica do 
Recife, onde fazia também apresentações como solista. 
 
• Em 1971, Ariano Suassuna procurava um violinista para 
formar o Quinteto Armorial e, após ver Antônio Nóbrega 
tocando um concerto de Bach, lhe fez o convite que mudaria 
completamente sua carreira musical. Antônio Nóbrega, que 
até essa ocasião tinha pouco conhecimento da cultura 
popular, passou a manter contato intenso com todas suas 
expressões, como os brincantes de caboclinho, de cavalo-
marinho e tantos outros, que passou a conhecer e pesquisar. 
 
https://youtu.be/9PDf6Tc5tgY?list=PLkuymT0sa6fWxGv4XYhqnvzMJJmOYw6ny 
• Nóbrega revelou-se um fenômeno, ao conseguir unir a arte popular com a sofisticação. É, literalmente, um homem dos sete instrumentos, 
capaz de cantar, dançar, tocar bateria, rabeca, violão etc. Realizou espetáculos memoráveis em teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo, 
com destaques para Figural (1990) e Brincante (1992). Figural é um espetáculo em que Nóbrega, sozinho no palco, muda de roupa e de 
máscaras para fazer uma das mais ricas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial. 
 
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://casavo
gu
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/ 
SAIBA MAIS!!! 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade)
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade)
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CÊNICAS 
ARTES 
 
“O primeiro ato fundamenta-se, ao mesmo 
tempo, numa notícia de jornal e numa 
história tradicional, anônima, de 
mamulengo. 
O segundo ato, na história, também 
tradicional, de um macaco que perde o que 
ganhara após várias trocas – história que é 
a origem do “romance”, também de autor 
anônimo, sobre o homem que perde a 
cabra, e que também me serviu de fonte. 
O terceiro ato baseia-se num conto 
popular, o de “São Pedro e o Queijo”, e 
noutra peça tradicional de mamulengo, 
chamada “O Rico Avarento”.” 
Reelaboração Dramatúrgica em Ariano Suassuna 
 Para conhecer melhor a obra de Suassuna, é necessário compreender 
 que grande parte de seu texto é composto a partir da reelaboração de diferentes materiais. 
 
“As duas peças de mamulengo que 
serviram de fonte à minha pesquisa 
foram ultimamente divulgadas, no 
Nordeste, pelos mamulengueiros 
conhecidos como “Professor Tira-e-
Dá” e “Benedito”. Por sua vez, o 
“folheto”popular também teve sua 
versão recente através do folheto 
denominado “O Homem da Vaca e 
o Poder da Fortuna”, de autoria de 
Francisco Sales Arêda.” 
 
(Prefácio da peça) 
 
 Farsa da Boa Preguiça 
 
 ”A Farsa da Boa Preguiça, como já acontece com outras peças 
minhas, foi escrito com base em histórias populares nordestinas.” 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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44 
CÊNICAS 
ARTES 
 
A História do Amor de Romeu e Julieta 
 
Baseado no folheto de João Martins Athayde, 
com a inclusão do poema de Garcia Lorca, 
“A casada infiel”, na cena de amor de Romeu e Julieta. 
 
 
O Santo e a Porca e “O Avarento” de Molière 
 
Baseado na comédia romana de Plauto, A comédia da 
panela. Conta a história de um homem avarento que 
escondia o dinheiro num cofre em formato de porca. Molière 
também já tinha se inspirado na mesma peça de Plauto 
para escrever “O Avarento”. 
Romeu e Julieta – Shakespeare, 
escrita entre 1594 e 1597 
 
A tragédia de Romeu e Julieta é considerada verídica, tendo, 
provavelmente, acontecido nos primeiros anos do século XIV. Apesar 
disso, é tema muito antigo, já existindo na literatura grega história 
semelhante. Luigi da Porto é o primeiro a usar o nome de Romeu e 
Julieta. Mateo Bandello adapta a história que foi traduzida para o 
francês por Pierre de Boisteau de Launay. Arthur Brooke traduziu desta 
última fonte em versos ingleses, dando-lhe o título de Tragical History of 
Romeo and Juliet, com o qual publica o poema em 1562. Foi daí que 
Shakespeare tirou inspiração para a sua tragédia, que segue fielmente 
a versão de Brooke. Brooke diz ter visto representar o mesmo 
argumento, o que faz os estudiosos acreditarem ter Shakespeare feito 
uso de uma peça ainda mais antiga, possivelmente La Hadriana, 
tragédia de Luigi Groto, mas tal versão está desaparecida, só existindo 
hoje a que foi inspirada na obra de Brooke. 
• A reelaboração de materiais na construção dramatúrgica é 
um procedimento bastante comum entre alguns dos 
grandes autores. 
 
• O Professor de teatro também pode lançar mão desse 
procedimento, trabalhando com os materiais trazidos ou 
produzidos pelos alunos. Isso aproxima o trabalho do 
universo de conhecimento do aluno e pode ser um estímulo 
à construção de uma dramaturgia adaptada, reelaborada ou 
atualizada. 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
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45 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
PROCEDIMENTOS ÉPICOS PARA A CONSTRUÇÃO DO 
ESPETÁCULO 
 
1) Relação direta e livre com a plateia – não há 4.ª parede 
 2) Transposição para e 3.ª pessoa: Ele / Ela – a voz do 
narrador 
 3) Transposição para o passado 
 4) Canções que devem ser críticas, não descritivas. 
 5) Jogo de troca de papéis entre os atores 
 6) Jogo de multiplicação de papéis. Vários atores fazendo 
juntos o mesmo personagem. 
 7) Imagens, cartazes, fotos, filmes etc. Material imagético. 
 8) Repetição da mesma cena já apresentada. A repetição 
pode ser apresentada em outro ritmo (mais lenta, 
mais acelerada), de forma resumida (tirando-se o 
texto e mostrando apenas a marcação cênica). 
 9) Exagero como procedimento de estranhamento. A 
atuação/teatralidade expandida. 
 10) Citações – de diferentes textos / citar outros 
personagens / citar acontecimentos do cotidiano, da 
região onde o aluno mora, da cidade etc, com o 
intuito de criar uma cumplicidade e uma aproximação. 
 
 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS SOBRE A OBRA DE ARIANO 
SUASSUNA 
 
RABETTI, Beti (org.). Teatro e comicidades: estudos sobre Ariano 
Suassuna e outros ensaios. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005. 
 
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Em demanda da poética 
popular: Ariano Suassuna e o Movimento Armorial. Campinas, São 
Paulo: Unicamp, 1999. 
 
VASSALLO, Ligia. O sertão medieval: origens européias do teatro de 
Ariano Suassuna. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. 
 
Outra indicação é o prefácio de suas peças. 
Sempre antes de começar o texto da peça publicada, Suassuna 
escreve um longo prefácio, onde traz informações sobre a obra. 
 
Filmes 
 
 “O Auto da Compadecida” – Direção de Guel Arraes, Globo Filmes, 
2000. 
 A micro série (5 capítulos) “A Pedra do Reino” – Direção de Luiz 
Fernando Carvalho, 2007. 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elaineelesbao.com.br 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elaineelesbao.com.br
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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46 
CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Curso de Formação Continuada em Artes Cênicas / 
Módulo II - Montagem Cênica 
 
 OUTUBRO / 2011 - MARCIA VALERIA / Atelier de 
Figurino 
 
"Estudando a história da indumentária podemos observar 
que a simbologia sempre foi intensa na construção dos 
trajes. Tem significados perante a sociedade, perante a 
personalidade, perante uma forte distinção de classes, 
exploração de artifícios sexuais ou até ocultação destes 
artifícios. No teatro ou em qualquer outra representação 
artística, temos a representação desses significados e 
caracterização subliminar ou exagerada através das 
roupas e acessórios, os quais se encarregam de transmitir 
as mensagens sugeridas“. 
 
GHISLERI, Janice. “Como entender a importância do 
figurino no espetáculo?” 
FIGURINO 
 
Figurino é o traje usado por um personagem de uma 
produção artística (cinema, teatro ou vídeo) e o 
figurinista é o profissional que idealiza ou cria o 
figurino. 
“É necessário que o figurinista conheça a fundo a 
história a ser tratada no trabalho, pois o figurino tem 
que revelar muito dos personagens. Para elaborá-lo, o 
figurinista deve levar em conta uma série de fatores 
como a época em que se passa a trama, o local onde 
são gravadas as cenas, o perfil psicológico dos 
personagens, o tipo físico dos atores e as orientações 
de luz e cor feitas pelo diretor de arte.” 
 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral 
O figurino é composto por todas as roupas e acessórios dos personagens, projetados e/ou escolhidos pelo figurinista, de acordo com as 
necessidades do roteiro, personagem, da direção do filme e as possibilidades do orçamento. É mais que uma simples veste, mais que uma roupa. Possui 
uma carga, um depoimento, uma lista de mensagens implícitas visíveis e subliminares sobre todo o panorama do espetáculo. Possui funções específicas 
dentro do contexto e perante o público, ora com grau maior ora menor. 
A roupa faz transparecer sentimentos, vida, estética, movimento, posição social, épocas e lugares através de suas formas, cores e texturas. 
Estabelecido isso, o espectador, ao olhar o conjunto, faz a identificação imediata da situação ou do simbolismo da personagem dentro da peça, junto com 
os outros elementos cênicos. Os acessórios, com seus significados simbólicos, ajudam a acentuar os objetivos e linguagens que o todo quer passar. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Se a mensagem (história) do espetáculo não causar efeito e não atingir o 
público, este não entende a mensagem, não se emociona, não ri nem chora, não 
reflete sobre o que está vendo e ouvindo, e nada lhe altera os sentimentos. Podemos 
concluir que não houve comunicação. Os signos reforçam-se uns aos outros, se 
completam, e essas combinações e afinidades formam uma linguagem homogênea 
que deve ser transmitida. Os signos teatrais são artifícios planejados e induzidos 
onde os atores e os outros elementos cênicos (cenários, iluminação, figurino, atores 
etc) são encarregados de passar. 
Se por acaso um desses signos estiver em desarmonia, fora do contexto, há 
uma quebra e o espectador pode ser sugado da fantasia e voltar à realidade, 
visualizando um simples teatro. Mesmo que o espectador tenha que ter o trabalho de 
decifrar e questionar, pensar sobre o que os elementos e signos significam, para que 
possa compreender a história, isso não pode ser excessivo, pois podelevar ao 
descaso. Muitos elementos e signos são tão sutis e subliminares, que passam 
despercebidos, ainda que possuam uma missão importante para o contexto visual, 
ou seja, um figurino descuidado afeta a chamada “suspensão da descrença”, 
interferindo na verossimilhança da narração. 
Figurinos também fazem uso dos clichês visuais, estereótipos e arquétipos 
para facilitar sua identificação no palco, pois algumas roupas são usadas sempre 
para um mesmo fim, e assim, socialmente, começa a se criar uma identificação 
automática, um canal de assimilação pela lógica. 
Enfim, o figurino é parte de suma importância do espetáculo, pois através dele 
se cria uma linguagem através das formas, cores, texturas; é transmitida a época, a 
situação econômica política e social; é indicada a região ou cultura, o estilo da 
personagem, estação climática, o aspecto psicológico, ou seja, todos os elementos 
necessários para passar ao espectador o sentido do espetáculo, devendo mostrar as 
relações entre todos os personagens e ser complementar aos outros elementos da 
cena. 
 
"O que um figurinista faz é um cruzamento entre magia e 
camuflagem. Nós criamos a ilusão de mudar os atores em algo 
que eles não são. Nós pedimos ao público que acreditem que 
cada vez que eles veem um ator no palco ele se tornou uma 
pessoa diferente." 
Edith Head. 
Personagem 
 
O figurino serve à narrativa ao ajudar a diferenciar (ou tornar semelhante) os personagens, e ajuda a identificar em que arquétipo (clichê e 
estereótipo) o personagem se encaixa. 
O figurino muitas vezes serve como elemento para identificar o personagem e separá-lo da persona do ator que o interpreta. 
As roupas também podem servir para delinear a história de um personagem, seja através do estado em que elas se encontram ou da significação 
que a peça, ou parte dela, tem dentro da estrutura do filme. 
Lembremos que o figurino significa o ponto do espaço-tempo em que a história se insere, marca passagens de tempo e também indica as 
características sociopsicológicas dos personagens. 
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CÊNICAS 
ARTES 
Estilo 
Se é realista ou estilizado, como demonstra a classificação adotada por Marcel 
Martin e Gérard Betton: 
• Realistas: comportando todos os figurinos que retratam o vestuário da época 
retratada pelo filme com precisão histórica. 
• Para-realistas: O figurinista inspira-se na moda da época para realizar seu 
trabalho, mas procedendo de uma estilização onde a preocupação com o estilo 
e a beleza prevalece sobre a exatidão pura e simples. 
• Simbólicos: quando a exatidão histórica perde completamente a importância e 
cede espaço para a função de traduzir simbolicamente caracteres, estados de 
alma, ou, ainda, de criar efeitos dramáticos ou psicológicos. 
Cores expressam sensações e podem definir um contexto 
com muitos significados. Através das cores pode-se detectar 
o estado de espírito (se está alegre, triste, de luto, se é 
recatada, clean, rebelde, etc) e o gênero no qual a 
peça/filme está inserida/o (drama, comédia etc). 
Elementos 
de um 
 figurino 
Volume 
Produções estilizadas pode ser utilizadas de formas 
exageradas ou pequenas demais para enfatizar uma cena. 
Pode-se utilizar para ressaltar aspectos do corpo do ator 
como, por exemplo, uma barriga saliente num personagem 
com caráter cômico. 
Volume 
Estilo 
Cores 
Texturas 
Através das texturas pode-se demonstrar algo sobre o 
personagem no relacionamento dele com os outros 
personagens, ou de determinados grupos. A 
demonstração de classes sociais menos favorecidas 
geralmente é visualizada fortemente em tecidos mais 
rústicos. A textura também expõe ocasiões. 
“Muitas vezes a escolha do vestuário muda de significado 
segundo o contexto em que se insere. Por exemplo, usar 
camisola para dormir tem um significado, mas sair à rua com ela 
tem outro bem diferente. E todas essas significações auxiliam na 
personificação de um personagem.” 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral 
É de suma importância notar o figurino corresponde ao contexto 
pedido na cena, assim como observar a ambientação 
culturalmente, temporalmente, se não há conflito entre o figurino, 
a cenografia e a iluminação, para que não haja uma 
descaracterização, ou sobreposição de sentidos que faça o 
figurino perder em conceito. 
 
 
Contexto e ambiente 
 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
Silhueta 
 A silhueta do figurino o insere temporalmente. 
O figurino deve não apenas possuir movimento próprio, para 
assim prender o olhar do espectador, ao traçar seu caminho 
no palco, como condizer com as necessidades de 
movimentação do personagem. Nesse caso, acessórios 
merecem especial atenção, uma vez que se o personagem 
segurar algo em suas mãos terá a movimentação, de certa, 
forma limitada. 
 Movimento da roupa e da personagem 
COSTA, Francisco Araujo da. O figurino como elemento essencial da 
narrativa. Porto Alegre. 2002. 
GHISLERI, Janice. Linguagem do Vestuário Teatral. 
GHISLERI, Janice. Como entender a importância do figurino no espetáculo? 
Bibliografia 
Aprendendo a fazer figurinos 
 EM CENA: O ENSINO DE TEATRO 
2009 / 2016 
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50 
CÊNICAS 
ARTES 
Oficina de Preparação Vocal 
Resumo didático-pedagógico com bibliografia de referência 
Dinamizador: Getulio Nascimento 
Exercícios Vocais 
 2. Sibilação: 
2.1 - Execute estas sílabas: 
Zi - Si - Fi - Chi - Vi - Gui - Qui - Z - S - F - C - V 
2.2 - Para articulação dos RR: 
Bar - Mur - Per - Vur - Der - Xar - Cor -Ter - Quer – 
Dru - Cro - Vri - Fra - Tre - Terê - Fará - Viri - Coro – 
Duru. 
Obs. De forma suave, com baixa intensidade. 
ME - TRÚ - VÊ - JÊ - QUE - GUE - ZÊ – BRÊ 
 1. Relaxamento: 
- Circular a cabeça para a direita e para a esquerda 
- Circular a cabeça para os lados, para cima e para 
baixo 
- Fazer caretas procurando utilizar todos os músculos do 
rosto 
-Articular A/E/I/O/U, forçando o diafragma e anasalando 
as expressões 
3. Limpeza das cordas vocais e fonoarticulação: 
"O mameluco maluco e melancólico meditava e a megera 
megalocéfala macabra e maquiavélica mastigava 
mostarda na maloca, minguadas e míseras miavam na 
moagem mas mitigavam mais e mais as meninas" 
 4. Para leitura lenta: 
 "E há nevoentos desencantos dos encantos dos 
pensamentos nos santos lentos dos recantos bentos, dos 
cantos dos conventos. Prantos de intentos, lentos tantos 
que encantam os atentos ventos 
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CÊNICAS 
ARTES 
 
 
 
 
 
 
5. “Cuidados com a voz 
 
Períodos curtos de rouquidão em adultas geralmente não são motivos de maiores preocupações. Costumam aparecer por causa de gripes que atingem 
a laringe, onde estão localizadas as cordas vocais. Dificuldades emocionais também podem estar por trás dos sintomas. A associação entre agressões 
físicas causadas pelo cigarro, alergias, infecções e o uso inadequado da voz é de fato o agente causador de boa parte dos problemas das cordas 
vocais. A ansiedade aumenta a tensão muscular e modifica a postura. O paciente tende a não relaxar o corpo para a respiração diafragmática, a forçar 
a voz na garganta e até se agitar sem motivo. O tratamento desses casos conjuga exercícios de fonoaudiologia com técnicas de relaxamento e 
diminuição de ansiedade. 
6. Exercícios Para Relaxamento 
 
6.1 - Com os olhos fixados, comece a massagear a cabeça com as pontas dos dedos (lavar a cabeça), e, ao mesmo tempo, vá 
eliminando todo e qualquer pensamento. 
6.2 - Alternando a palma da mão e a ponta dos dedos, massageie todo o rosto (amassar o rosto). 
6.3 - Movimente a cabeça para um lado e para outro (direita e esquerda) como se quisesse encostar a cabeça nos ombros (não 
mexa os ombros),alterne o movimento passando a movimentar a cabeça para frente e para trás. Por último,

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