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Módulo 3 Os Direitos Políticos e a Declaração Universal de Direitos Humanos

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26/07/2020 Módulo 3 – Os Direitos Políticos e a Declaração Universal de Direitos Humanos
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Módulo 3 – Os Direitos Políticos e a
Declaração Universal de Direitos
Humanos
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC
Curso: Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Livro: Módulo 3 – Os Direitos Políticos e a Declaração Universal de Direitos Humanos
Impresso por: Mariana Patricia de Souza
Data: domingo, 26 jul 2020, 16:53
https://mooc.escolavirtual.gov.br/
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Sumário
1. A segunda geração de direitos humanos: os direitos políticos
2. Os direitos políticos e a declaração universal de direitos humanos
2.1. O direito à nacionalidade e direito ao asilo
2.2. O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião
2.3. O direito à liberdade de expressão e opinião
2.4. O direito à liberdade de reunião e associação
2.5. O direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal
3. Os direitos políticos da declaração universal e a constituição federal de 1988
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1. A segunda geração de direitos humanos: os
direitos políticos
No módulo 1, falamos sobre o contexto de surgimento de direitos civis, ou direitos de primeira geração, como fruto
da Revolução Americana de 1776 e da Revolução Francesa de 1789 – acontecimentos históricos apontados como
responsáveis pela elaboração das respectivas Declaração de Independência dos Estados Unidos da América e
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esses direitos previam um espaço no interior do qual o poder do
Estado, até então representado pela Monarquia, não podia entrar, ou seja, uma esfera de proteção do indivíduo contra
o Estado.
Mas o poder arbitrário da monarquia não estava totalmente controlado apenas com a existência de direitos civis.
Afinal, esses direitos estavam assegurados em documentos legais, mas, se era a própria monarquia que elaborava as
leis, a existência dos direitos civis não estaria assegurada se a monarquia pudesse alterá-las a qualquer momento ou
criar outros documentos que se opusessem a eles.
Como consequência, era necessário então que as pessoas, já protegidas pelos direitos civis,
pudessem participar do processo de criação das leis, diretamente ou escolhendo seus
representantes. Surgia então outro conjunto de direitos, que asseguravam agora não mais uma
esfera de proteção contra o Estado, mas a possibilidade de participação dentro do Estado, na
elaboração das leis. São os direitos políticos, considerados os direitos humanos de segunda
geração.
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2. Os direitos políticos e a declaração universal de
direitos humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos traz em seus artigos um conjunto de direitos que podemos classificar
como direitos políticos, ou os Direitos Humanos de segunda geração. Nessa seção, estudaremos esses direitos:
i. direito à nacionalidade e direito ao asilo; 
ii. direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
iii. direito à liberdade de expressão e opinião;
iv. direito à liberdade de reunião e associação; 
v. direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal. 
É importante ressaltar que os direitos políticos se relacionam diretamente com o exercício da vida política e
cidadania porque a pessoa que detém a nacionalidade de determinado país tem o direito também participar da
formação da vontade da maioria, ao escolher seus representantes para o governo ou Poder Legislativo ou ainda
candidatar-se para ser representante da maioria. 
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2.1. O direito à nacionalidade e direito ao asilo
O direito à nacionalidade, à livre circulação e residência nos países e o direito ao asilo estão previstos nos artigos 13
a 15 da Declaração Universal:
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade
A nacionalidade é o vínculo que liga uma pessoa a um determinado país, que passa a ser integrada ao povo,
adquirindo direito e obrigações. Podemos obter a nacionalidade, em geral, de duas formas:
a. Pelo nascimento, e por isso independentemente da nossa vontade. É a chamada nacionalidade primária ou
originária. Pela nacionalidade primária, podemos nos tornar nacionais de um país quando há o vínculo
sanguíneo, decorrente de filiação, não importando qual o local onde o indivíduo nasceu. 
Também pela nacionalidade primária, podemos ser nacionais de determinado país pelo vínculo de
territorialidade, ou seja, por ter nascido no solo daquele país, independente do vínculo sanguíneo. 
b. Por nossa própria vontade, posteriormente ao nosso nascimento. É a chamada nacionalidade secundária ou
adquirida. Têm direito a essa nacionalidade aquelas pessoas que nascem em determinado país, mas são filhos
de pais com outra nacionalidade. Daí, podem optar a ter as suas nacionalidades. Ou ainda, os estrangeiros que
residem há muitos anos em outro país e podem optar por ter nova nacionalidade.
A Constituição Federal de 1988 prevê a regra de nacionalidade em seu artigo 12. 
São brasileiros natos: 
a. os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros. É o caso da nacionalidade pelo vínculo com o
território; 
b. os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
do governo Brasil (os diplomatas, por exemplo; 
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c. os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e escolham, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Essas duas situações representam a nacionalidade
pelo vínculo sanguíneo. 
Os brasileiros naturalizados são: 
a. os que adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b. os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
A Declaração Universal elenca o direito à nacionalidade como um Direito Humano porque a ausência de
nacionalidade representa uma condição degradante e enfraquecedora que influencia quase todos os aspectos da vida
de uma pessoa. Aqueles que não são reconhecidos como cidadãos de um país não podem, com frequência,
matricular-se na escola, trabalhar legalmente, possuir imóveis, casar-se ou viajar. Podem ter dificuldade em receber
tratamento de saúde e não conseguir abrir uma conta bancária ou receber uma pensão. Se são vítimas de roubo ou de
estupro, podem se ver impossibilitadosde apresentar queixa, porque, para a lei, não existem. Muitas vezes, não têm
sequer um nome reconhecido oficialmente. 
Apátridas são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias
razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país
como cidadãos quando este país se torna independente (secessão de Estados) e conflitos de leis entre países.
Segundo o órgão das Nações Unidas que atua pelos direitos dos refugiados (ACNUR), em relatório de 2017, mais de
75% das populações conhecidas de apátridas pertencem a grupos minoritários. O relatório mostra que, para muitos
grupos minoritários, a causa da apatridia é o que os diferencia: suas histórias, aparências, línguas, sua fé. A
discriminação afeta negativamente as minorias apátridas e intensifica a necessidade de proteção e segurança e
contribui para a pobreza e dificulta o acesso à documentação, educação e serviços de saúde.
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2.2. O direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião
A Declaração Universal protege o direito à liberdade de religião, pensamento e consciência e, ainda, a liberdade de
manifestação da religião pelo ensino, pela prática e pelo culto em público ou em âmbito privado:
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo
ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Vivemos numa época de grande intolerância religiosa. Segundo relator especial da ONU para a Liberdade Religiosa,
Ahmed Shaheed, “no mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao exercício do
direito à liberdade de religião ou crença. Há duas tendências ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião
e a sua securitização, observando que os crimes de ódio antimuçulmanos, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo e
outras formas de intolerância estão em ascensão.
A xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros,
que pode estar fundamentado em fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.
No Brasil, a intolerância religiosa tem crescido, em especial sobre as crenças de matriz africana. O Disque 100,
principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para registro de denúncias, contabilizou em 2015, o total
de 556 denúncias de intolerância religiosa. Em 2010, quando o serviço começou a registrar denúncias de
discriminação por religião, foram contabilizados apenas 15 casos, razão pela qual se percebe um significativo
aumento de denúncias.
A Intolerância religiosa pode ser feita por material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de
ideias ou teorias que promovam e/ou incitem o ódio, a discriminação ou violência contra qualquer indivíduo ou
grupo de indivíduos, com base na raça, cor, religião, descendência ou origem étnica ou nacional. Para mais
informações, acesse: http://www.disque100.gov.br/
http://www.disque100.gov.br/
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2.3. O direito à liberdade de expressão e opinião
Entre os direitos políticos previstos pela Declaração Universal, a liberdade de expressão e opinião está prevista em
seu artigo 19:
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.
Mas existe uma clara diferença entre exercitar a liberdade de expressão e opinião e manifestar discurso de ódio:
O discurso de ódio promove a incitação à discriminação, hostilidade e violência contra uma pessoa ou grupo em
virtude de raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, gênero, condição física ou outra característica. É
usado para insultar, perseguir e justificar a restrição de direitos e para dar razão a homicídios outras formas de
violência física e psicológica.
Racismo, machismo e homofobia podem ser expressados na forma de discursos de ódio: manifestações negativas
contra negros, mulheres e gays, por exemplo, não representam opiniões e não podem ser protegidas pelo direito à
liberdade de expressão. As redes sociais são um território aparentemente livre para a expressão de opiniões diversas,
inclusive para a propagação de discurso de ódio. Mas iniciativas importantes têm sido criadas para monitorar as
redes e reprimir pessoas que propaguem manifestações que promovam hostilidade e violência.
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2.4. O direito à liberdade de reunião e associação
O direito à liberdade de associação é o direito de participar de um grupo formal ou informal para realizar uma ação
coletiva. Este direito inclui o direito de formar e/ou participar de um grupo. Por outro lado, inclui também o direito
de não ser obrigado a fazer parte de uma associação. Está previsto no artigo 20 da Declaração Universal: 
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Associações podem incluir organizações da sociedade civil, clubes, cooperativas, organizações da sociedade civil,
associações religiosas, partidos políticos, sindicatos, fundações ou mesmo associações on-line. Não há nenhuma
exigência de que a associação seja registrada para que liberdade de associação possa ser exercida. 
Toda pessoa tem direito à liberdade de associação. Os Estados não podem limitar esse direito para certos grupos com
base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento ou qualquer outra condição. Os Estados são obrigados a adotar medidas positivas para estabelecer e
manter um ambiente propício para as associações e devem se abster de obstruir o exercício do direito à liberdade de
associação e respeitar a privacidade das associações. 
A ONU, por meio do Conselho de Direitos Humanos (resolução n. 15/21, de 2010), reconhece a importância dos
direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação para o pleno gozo dos direitos civis e políticos e dos direitos
econômicos, sociais e culturais; que os direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação são componentes
essenciais da democracia, propiciando, a indivíduos, oportunidades valiosas para expressar suas opiniões políticas,
se envolver em atividades literárias e artísticas. Reconheceu ainda que o exercício dos direitos à liberdade de reunião
pacífica e de associação livre de restrições é indispensável para o pleno gozo dos Direitos Humanos, especialmente
no caso de pessoas que possam defender minorias, dissidentes religiosos ou políticos.
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2.5. O direito à participação política, representação e eleição
por sufrágio universal
A democracia é um dos valores e princípios essenciais, universais e indivisíveis, que se assenta na vontade
livremente expressa dos povos e está estreitamente ligada ao exercício dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais. A Declaração Universal enuncia direitos essenciais para que haja uma verdadeira participação
política, expressamente em seu artigo 21:
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.
O sufrágio universal garante o direito de votar e ser votado em cargos eletivos. No Brasil, a ampliação do direito de
voto a um número maior de brasileiros aconteceu ao longo do século vinte. O voto feminino, por exemplo, foi
assegurado em 1932 pelo Código Eleitoral, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres ao voto. Fruto
de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, foi ainda aprovado parcialmente por permitir
somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria, o
exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram
eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a
obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana, antes do Código Eleitoral de 1932.
Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores
daquela cidade. Junto com outras seguidoras, Celina votou nas eleições de 5 de abril de 1928. A iniciativa da
professora Celina marcou a inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica, escritora e
pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela
participou dos trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935. A médica, formada pela
Universidade de São Paulo em 1926, com a tese ‘Estudos sobre o Câncer’ e em 1950, fundou a Academia Brasileira
de Mulheres Médicas.
No entanto, de acordo com a ONU, o Brasil ocupa a 32ª posição em um ranking de 33 países latino-americanos e
caribenhos sobre participação das mulheres nos parlamentos nacionais. Com 9,9% de parlamentares eleitas, o país só
fica à frente de Belize, cujo índice é de 3,1%. O primeiro colocado é a Bolívia, com 53,1% de participação de
mulheres no parlamento. Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, “é urgente reconhecer que as
mulheres são fundamentais para a democracia e que elas estão cada vez mais distantes de fazer parte do grupo
decisório sobre a política nacional, das possibilidades de exercer a cidadania e da igualdade de maneira plena e
concreta.”
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3. Os direitos políticos da declaração universal e a
constituição federal de 1988
Os direitos políticos da Declaração Universal também estão garantidos na Constituição Federal de 1988. Já no artigo
1º da Constituição, está previsto que a República Federativa do Brasil é uma democracia e tem como fundamentos,
dentro outros, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
Clique no item abaixo para acessar a Legislação
O artigo 5º da Constituição, que prevê os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos, tem conteúdo muito
semelhante aos direitos à nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade de
reunião e associação e o direito à participação política. Vejamos:
Declaração Universal dos
Direitos Humanos Constituição Federal de 1988
Direitos à nacionalidade
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Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma
nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado
de sua nacionalidade, nem do direito de
mudar de nacionalidade.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do
Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; 
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. 
Liberdade de pensamento e religião
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade
de pensamento, consciência e religião;
esse direito inclui a liberdade de mudar de
religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença pelo
ensino, pela prática, pelo culto em público
ou em particular.
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias; 
Liberdade de opinião
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Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade
de opinião e expressão; esse direito inclui
a liberdade de, sem interferência, ter
opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de
fronteiras.
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: 
IV - é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato;
Liberdade de reunião e associação
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à
liberdade de reunião e associação
pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer
parte de uma associação.
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente,
sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Direito à participação política
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de
tomar parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de
acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da
autoridade do governo; essa vontade será
expressa em eleições periódicas e
legítimas, por sufrágio universal, por voto
secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Art. 14. A soberania popular será exercida
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos
termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitorale o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito
anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos.
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Em resumo, os direitos políticos firmados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 também
serviram de fundamento para as garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição Federal do Brasil, cerca de
quarenta anos depois, em 1988. Os conteúdos principais do respeito nacionalidade, liberdade de pensamento e
religião, liberdade de opinião, liberdade de reunião e associação e o direito à participação política se repetem porque
protegem todos os indivíduos contra arbitrariedades do Estado e sobretudo porque permitem a participação na vida
política do país. Por isso, quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando de Direitos
Fundamentais e vice-versa.

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