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Mercantilismo e Comércio Exterior

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Comércio Exterior
um breve histórico
O Mercantilismo
COMERCIO EXTERIOR E OPERACÕES ADUANEIRAS
Principais Características da Política Mercantilista
	Metalismo - é uma concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado com a quantidade de metais preciosos por ele acumulados. A obtenção de ouro e prata viabilizou-se com a exploração direta das colônias ou com a intensificação do comércio externo. Uma das primeiras providências tomadas pelos governantes foi impedir a saída de ouro e prata do reino: na Espanha, no início do século XVI, foi proibida a exportação de ouro e prata sob pena de morte.
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Outras Características do Mercantilismo
	Balança Comercial Favorável – com o mercantilismo aparece pela primeira vez o conceito de balança comercial, já que os países se vêem forcados a desenvolver ao máximo suas exportações de produtos que são pagos em ouro e prata, e reduzir ao mínimo as importações, que seriam pagas nestas mesmas moedas.
	Protecionismo Alfandegário – restringia as importações impondo pesadas taxas alfandegárias aos produtos estrangeiros, ou até mesmo proibindo que certos artigos fossem importados. Em 1664, Thomas Mun, afirmava sobre a política protecionista: 
	“Os impostos aduaneiros de importação podem ser nocivos porque encarecem as exportações britânicas ... Por outro lado os impostos aduaneiros de importação devem ser suficientemente altos para desencorajar o consumo de bens estrangeiros na Inglaterra”.
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Outras características
	Intervenção na ordem Econômica - o Estado exerceu seu poder de forma altamente centralizadora, e buscando controlar em todos os seus aspectos a atividade econômica.Isto implicava o estabelecimento de um conjunto de leis que regulassem a produção e o comércio, como vias de conseguir uma melhor organização, como o desenvolvimento da infra-estrutura do país, das comunicações, dos portos, regulamentar o trabalho das manufaturas, etc; em Portugal, no início do período mercantilista havia leis proibindo o uso de panos e artigos de luxo estrangeiro. Havia incentivos à produção nacional, visando à exportação de produtos que seriam pagos em ouro e prata.
	Monopólio – o monopólio era um importante componente da política comercial do Estado.A primeira notícia da existência de pau-brasil em terras brasileiras, foi dada por Américo Vespúcio em 1502 em carta dirigida a D. Manuel, que de imediato declarou o comércio desta madeira monopólio da Coroa. A Coroa eventualmente transferia o direito de exploração a terceiros particulares ou empresas.
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	Colonialismo – esta relação conhecida como Pacto Colonial, tinha uma regra básica , que consistia em que a colônia só podia produzir aquilo que fosse autorizado pela metrópole, e poderia vender seus produtos a ela, a preços sempre baixos, para que fossem revendidos a outros países com grande margem de lucro.
	A vida econômica das colônias era organizada em função dos interesses da metrópole, não podendo por exemplo desenvolver uma produção voltada para suas necessidades internas. Sua economia deveria sempre ser complementar e jamais concorrer com a metrópole; a existência de manufatura era rigorosamente proibida. As colônias serviam de mercados fornecedores de matérias- primas a baixíssimo custo para as metrópoles, funcionando também como mercados consumidores de suas exportações de produtos manufaturados. A metrópole não tinha nenhuma preocupação desenvolmentista para a colônia.
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O CICLO DO ACÚCAR
	Do ponto de vista econômico e social esse período, conhecido como ciclo do açúcar, foi fundamental para a consolidação da ocupação do Brasil e sua inserção definitiva no comércio mundial.
	Numa época em que era o mais importante artigo de escambo marítimo internacional, o açúcar brasileiro dominou o comércio do produto entre 1600 e 1700.
	A plantação de cana de açúcar provocou a fixação do europeu no Brasil.Este fato possibilitou a formação dos primeiros capitais.
	O ciclo do açúcar provocou também o surgimento do comércio de escravos e também o surgimento das moedas de prata para facilitar as transações comerciais. 
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As nove regras do Mercantilismo Propostas por Wilhen Von Hornick(1638-1712)
	1) As propriedades do solo do país devem ser amplamente investigadas. Todo tipo de planta deve ser experimentado para se determinar se pode ser cultivado. Acima de tudo, não devem ser poupadas despesas para descobrir qualquer prata ou ouro;
	2) todos os produtos de uma nação que não possam ser usados em seu estado natural devem ser beneficiados dentro do país. O pagamento pela manufatura geralmente excede várias vezes o valor das matérias primas;
	3) a fim de tornar capazes as duas primeiras regras, deve ser dada atenção à população; a mesma deve ser tão grande quanto a nação possa suportar. Deve-se impedir que a população fique à toa, sendo ela encorajada a ocupar emprego remunerativo;
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	4) o ouro e a prata não devem ser exportados com finalidade alguma, devendo ser sempre mantidos em circulação. É proibido amealhar;
	5) o consumo deve ser na medida do possível, restringido aos produtos internos;
	6) caso se faca necessária a importação de produtos estrangeiros, os mesmos devem ser trocados por mercadorias, e não pagos com ouro e prata;
	7) caso seja necessária a importação de mercadorias estrangeiras, as mesmas devem ser importadas em estado natural e beneficiadas no país, poupando-se assim os salários pagos pela manufatura;
	8) devem ser despendidos todos os esforços para vender as mercadorias supérfluas aos estrangeiros, já manufaturadas, com pagamento em ouro e prata;
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	9) não deve ser permitida qualquer importação de mercadorias caso já exista um suprimento de qualidade tolerável no país, mesmo que possam ser compradas a menores preços no exterior. É mais benéfico ao país, pagar dois dólares por um produto do país do que gastar um dólar no exterior com um produto importado.
	Para Hornick, a responsabilidade pelo funcionamento desse programa repousa no governo, cuja tarefa é garantir a qualidade das mercadorias, combater toda a ociosidade, excluir artigos supérfluos, encorajar os artífices, inspecionar as mercadorias, construir galerias e armazéns e estimular a imigração de artífices por meio de prêmios e privilégios especiais (BELL,1982).
	O relacionamento comercial entre diferentes países se baseia hoje em dia nos princípios estabelecidos pelos mercantilistas; muitas de suas definições, conceitos e formulações permanecem profundamente atuais e muitos de seus programas de governo poderiam servir para o incremento do comércio exterior de muitas nações ainda hoje.
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Os Benefícios do Mercantilismo
	Cumpriu um importante papel na consolidação de uma economia mundial e na criação e fortalecimento dos Estados nacionais para citar apenas dois aspectos que se refletem na realidade global.
	O período mercantilista caracterizou-se como uma revolução comercial que integrou a América, África e Ásia nos marcos do sistema econômico europeu.
	Nesse período desenvolveu-se a navegação no Oceano Atlântico, a produção manufatureira consolidou-se a circulação de moedas e mercadorias, ampliaram-se as operações financeiras – crédito, seguros e outras. 
	A agricultura aumentou a sua produtividade, a mineração intensificou-se, cresce a metalurgia, desenvolveu-se a navegação por todo o globo e a divisão técnica do trabalho, que favoreceu o surgimento da Revolução Industrial.
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Bibliografia
	Os dados deste capítulo foram compilados do livro:
	Comércio Exterior: teoria e gestão / Artur César Bortoto... [ et al.]; Reinaldo Dias, Waldemar Rodrigues, (organizadores). - 2.ed – São Paulo: Atlas, 2008. 
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