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Clínica médica de ruminantes - Linfático [resumo]

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CLÍNICA MÉDICA DE RUMINANTES 
SISTEMA LINFÁTICO 
 
O exame do sistema linfático incluindo o baço, por seu significado imunológico e 
outras razões, tem grande importância prática. Por outro lado, os nódulos e vasos linfáticos 
podem sofrer alterações características em várias doenças infecciosas, tais como 
actinobacilose, tuberculose, paratuberculose, nocardiose, infecções purulentas ou 
linfadenite micótica, mas principalmente, na leucose. Por outro lado, eles participam de 
processos patológicos dentro da sua área de drenagem, manifestando-se através de 
aumento de volume reativo ou metastático, sensibilidade à palpação ou endurecimento, 
podendo, com isso, ser avaliado qual local do corpo está afetado, mesmo que tenha 
localização profunda ou de difícil acesso. Finalmente, o aumento patológico de um 
linfonodo pode afetar a função de órgãos vizinhos através de compressão ou infiltração. O 
baço, por ser um órgão linfático situado no sistema circulatório, participa de inúmeras 
doenças do sangue e, por estar localizado próximo ao retículo, pode ser atingido na 
reticuloperitonite traumática. 
O exame clínico dos linfonodos é realizado por meio de inspeção e palpação dos 
linfonodos acessíveis. em certos casos, podem-se palpar e observar os vasos linfáticos 
alterados, assim como palpar e percutir o baço. Se houver suspeita de leucose, faz-se a 
leucometria global e específica, que só vai estar alterada em uma parte dos casos, com 
grande aumento do número de células linfáticas (leucemia); se a suspeita for de leucose 
enzóotica (transmissível, causada por vírus), deve-se fazer um teste sorológico. Em outros 
casos de alteração nos linfonodos, faz-se coleta de material para exame bacteriológico. 
 
 
Linfonodos 
Durante inspeção e palpação, os linfonodos são de macios a firmes, elásticos, 
móveis e uniformes. Deve-se observar se há aumento de volume, sensibilidade dolorosa à 
palpação, consistência dura ou formação de nódulos excedentes. Para o exame dos 
linfonodos da cabeça e da omoplata, o clínico aproxima-se do animal passando um braço 
em torno do pescoço e palpa simultaneamente os quatro pares de linfonodos em ambos os 
lados, comparando-os. Os linfonodos restantes são examinados individualmente. 
Os linfonodos mandibulares situam-se lateralmente à faringe, entre o bordo 
anterior da glândula salivar mandibular e a mandíbula; seu tamanho varia de uma avelã até 
quase uma noz e sua área de drenagem é a metade inferior da cabeça. No estado normal, os 
linfonodos não são palpáveis, isto é, não podem ser diferentes da gordura local. 
Os linfonodos parotídeos situam-se um pouco abaixo da articulação mandibular, 
mediais à parte da glândula salivar parótida, próximos à orelha e, às vezes, sobrepondo-se 
a esta em sua extremidade anterior. Apresentam aproximadamente o tamanho do linfonodo 
mandibular; drenam a linfa da parte superior da cabeça. 
Os linfonodos retrofaríngeos mediais se encontram posicionados em sentido 
caudodorsal ao teto da faringe; normalmente, não são palpáveis; drenam a linfa da parte 
interior da cabeça, incluindo a laringe e a faringe. Os linfonodos retrofaríngeos laterais 
situam-se medialmente à parte rostral, estando recobertos pela parte dorsal da glândula 
mandibular, e drenam todos os linfonodos da cabeça; normalmente, não são palpáveis, 
mas, quando o animal está doente, podem aumentar muito de volume. 
Os linfonodos cervicais superficiais (pré-escapulares) estão situados um pouco 
mais altos e cranialmente à articulação do ombro, sendo revestidos por músculo e 
apresentando comprimento e espessura de um dedo. São o centro linfático regional da 
orelha, do pescoço, do peito e da escápula. 
Os linfonodos subclínicos (pré-crurais) localizam-se na parte superior do terço 
inferior de uma linha imaginária entre o íleo e a patela; apresentam o mesmo tamanho ou 
são um pouco maior do que os linfonodos cervicais superficiais. Drenam a parte posterior 
do tronco e do segmento craniolateral da coxa. 
Os linfonodos mamários, encontrados nas fêmeas, são representados na maioria 
das vezes por dois nódulos de cada lado, entre o assoalho ósseo da pelve e a parte causal 
do úbere; um é do tamanho de ima noz ou uma avelã e o outro do tamanho de um relógio 
de bolso. Drenam o úbere e as partes internas e posterior das coxas. Palpa-se a borda 
caudal do linfonodo posterior do úbere (= maior), que apresenta a superfície lisa, em 
comparação com o parênquima mamário (granulado). Os linfonodos do lado direito são 
palpados do mesmo modo. 
Os linfonodos escrotais são encontrados no macho, em ambos os lados, 
caudalmente ao cordão espermático, no colo do escroto, sob a parede abdominal. 
Apresentam o tamanho de uma avelã ao de uma noz. Servem de centro linfático dos órgãos 
geniais externos (testículos, epidídimo, cordão espermático, pênis e prepúcio). A palpação 
é realizada por trás do animal (correspondente à palpação do linfonodo mamário), 
devendo-se elevar a bolsa escrotal. Os linfonodos localizam-se dentro da gordura escrotal, 
à direita e à esquerda do S peniano, sendo levemente palpáveis. 
Quando há um aumento de linfonodos cervicais profundos, localizados na 
traqueia, linfonodos da fossa paralombar e outros linfonodos cutâneos, do tamanho de um 
grão de feijão a uma avelã, que normalmente não podem ser vistos nem palpáveis, insto 
nem sempre indica um estado patológico, ao contrario do aumento dos linfonodos esternais 
craniais axilares ou poplíteos, que sempre indicam a presença de uma patologia. 
Entre os linfonodos internos, os seguintes são acessíveis ao exame retal: 
 Linfonodos ileofemorais: localizados no lado retroperitoneal do íleo e 
craniomedialmente são do mesmo tamanho de uma noz ao de um ovo de 
galinha. Drenam os linfonodos pré-crurais, poplíteos e escrotais ou 
mamários, assim como os da parte superior da coxa, do lombo e da área da 
bacia, incluindo o testículo. São palpáveis com a mão plana a cada lado da 
entrada da bacia, craniomedialmente na parte superior do íleo. 
 Linfonodos da bifurcação da aorta (linf. ilíaco medial e lateral), assim 
como os linfonodos do rúmen (linf. ruminal direito caudal), localizados no 
final do sulco longitudinal medial do rúmen, nem sempre são palpáveis; 
em animais saudáveis podem ser palpáveis, tendo o tamanho de um grão 
de feijão. Se o linfonodo do rúmen palpado for do tamanho de uma avelã 
ou maior, deve-se pensar em afecções reticuloperitoneais (não palpáveis 
pelo reto). Os linfonodos renais no hilo renal e os linfonodos mesentéricos 
só são palpáveis se estiverem com alguma patologia. 
 
Vasos linfáticos 
Os vasos linfáticos subcutâneos e intracutâneos só são palpáveis ou visíveis 
quando estão distendidos ou há alterações patológicas em sua parede. Neste caso, os vasos 
têm a forma de cordão sinuoso, correndo na direção dos linfonodos regionais; em doenças 
graves (actinobacilose, nocardiose), podem aparecer nódulos ou granulomas fistulados e 
sua conformação de "colar de pérolas" indica a localização do vaso linfático. 
 
Baço 
No animal adulto, ele tem o comprimento de dois palmos, a largura de uma mão e 
a espessura de dois dedos. O órgão tem forma achatada e linguiforme, se posicionando do 
lado esquerdo, com sua superfície pariental na área caudal do pilar do diafragma, e sua 
face visceral dorsolateralmente sobre o retículo e o rúmen. Estende-se da extremidade 
dorsal das duas últimas costelas até a junção costocondral das sétima e oitava costelas; no 
caso de aumento do baço, sua parte ventral livre pode estender-se até o esterno, 
principalmente em touros). 
 
 
 
 
Métodos diagnósticos 
 Palpação: o baço saudável não é palpável, nem internamente, nem 
externamente, devido à sua posição intratorácica. Em afecções dolorosas 
do baço, quando se palpa o espaço intercostal na sua área de projeção, o 
animal geme ou se defende. Somente nos casos de esplenomegalia 
extrema, pode-se palparo baço com a mão em forma de garra e 
profundamente o bordo dorsocaudal no ângulo da última costela com as 
apófises das vértebras lombares. Na ruminotomia ou laparotomia 
exploradora, pode-se palpar o baço na cavidade abdominal ou através das 
paredes dos pré-estômagos. Devem-se observar o tamanho, posição e 
mobilidade (possibilidade de retroflexão em situação patológica); 
consistência (esponjosa-elástica, não-nodular ou flutuante). 
 Endoscopia: para visualização do baço, deve-se provocar primeiramente 
um pneumoperitônio artificial, depois introduz-se o endoscópio ou 
laparoscópio, direcionando para a visualização cranioventral no flanco 
esquerdo; neste caso, visualiza-se o terço dorsal do baço, que, com sua cor 
característica, se diferencia dos pré-estômagos (medial) rosados e da 
parede corporal (lateral). 
 Percussão sonora e dolorosa: o baço saudável do bovino é muito fino para 
que apresente macicez à percussão sonora horizontal, entre a borda caudal 
do campo pulmonar e a parte dorsal dos pré-estômagos. Normalmente, há 
uma transição progressiva entre o som subtimpânico das vísceras (caudal). 
A experiência demonstrou que só há presença de macicez esplênica 
quando o baço está aumentado pelo menos três vezes o seu tamanho 
normal; uma esplenomegalia destas em geral ocorre por neoplasia 
leucótica, esplenite traumática por corpo estranho; esplenite purulenta 
metastática e, raramente, por carbúnculo hemático. 
 Alterações hemáticas atribuídas ao baço: a leucometria apresenta, nos 
casos de leucose do baço, quase sempre uma linfocitose grave com mais 
de 20.000leucócitos mm/³ de sangue e, muitas vezes, mais de 80% de 
células linfáticas, principalmente elementos imaturos. A infecção 
purulenta e abscedativa do baço se caracteriza por desvio mais ou menos 
grave de neutrófilos para a esquerda e granulocitose neutrofóloca. 
 
 
Coleta de material 
Leucometria 
Na avaliação clínica do aparelho linfático, interessa, no paciente suspeito de 
leucose, a leucometria global por milímetro cúbico de sangue; esta é calculada pelo 
número de leucócitos e a percentagem de elementos linfáticos. Número, morfologia e 
citoquímica dos leucócitos não são importantes na comprovação da leucose enzóotica, em 
comparação com a avaliação sorológica de anticorpos contra leucose bovina a vírus; 
mesmo assim, sempre que se encontram células imaturas ou excessivamente divididas 
(linfoblastos, figuras de mitose), há forte indicação para a existência desta infecção. 
 
Exames sorológicos 
Desde que se isolou o agente etiológico da leucose bovina enzóotica 
(oncornavírus bovino), se faz o teste sorológico (teste de imunodifusão em gel ágar/ID; 
ensaio imunoenzimático/EIE); estes testes têm a vantagem em indicar não apenas casos em 
que há leucose leucêmica, mas também casos de leucose tumoral em seu estágio terminal, 
que já passaram pela fase inaparente de leucose enzóotica. As formas esporádicas de 
leucose (leucose do bezerro, leucose tímica e leucose cutânea), que não são causadas pelo 
vírus da leucose bovina, até hoje não são comprovadas sorologicamente. 
 
Biópsia de linfonodos 
No caso do linfonodo apresentar áreas de flutuação mais ou menos delimitadas, 
pode-se puncionar uma amostra de pus para exame bacteriológico. 
 
Linfa 
Os grandes vasos linfáticos do bovino (ducto torácico, ducto intestinal, vasos 
linfáticos do úbere) podem ser cateterizados para pesquisa imunológica ou metabólica. A 
linfa, que não coagula por heparinização, é um líquido de cor levemente opaca, com pH 
entre 7,2-7,8 e conteúdo de albumina de 21-25g/l.

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