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DIREITO AMBIENTAL- MATERIAL

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Objetivos Específicos
Recordar a evolução histórica dos direitos humanos. 
DIREITOS HUMANOS
SEGUNDA GUERRA
Perversão autoritária do direito
30-35 milhões de pessoas mortas
Barbárie do Totalitarismo
“...significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, através da negação do valor da pessoa humana como fonte do Direito. Diante dessa ruptura, emerge a necessidade de reconstrução dos direitos humanos, como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. Neste cenário, o maior direito passa a ser, adotando a terminologia de Hanna Arendt, o direito a ter direitos, ou seja, o direito a ser sujeito de direitos” (Celso Lafer).
Caro professor,
Sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ter que testemunhar: câmara de gás, construídas por engenheiros formados (graduados). Meninos envenenados por médicos formados. Crianças mortas por enfermeiros treinados. Mulheres e bebês baleados e queimados por colegiais universitários.
Portanto, suspeito da educação. Meu pedido é: ajudem seus estudantes a se tornarem humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros que detenham o saber, psicopatas habilitados, Eichmanns diplomados. A leitura, a escrita, a aritmética serão importantes somente para tornar nossas crianças humanas. (autor desconhecido).
“Sacrificar os homens de hoje para que os do futuro vivam melhor, seria degradar os primeiros à condição de meios dos segundos.”
Luis Recasens Siches. (Guatemala, 1903-México, 1977) Jurista español, professor da Universidade de Santiago de Compostela e na Complutense de Madrid).
A Era Nuclear
Dois anos após o evento que resultou no total aniquilamento das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, mais especificamente no ano de 1947, Oppenheimer participou de uma conferência no Massachusetts Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Massachussets – MIT), tendo como platéia jovens cientistas formados naquele ano.
Em seu discurso, ele defendeu a pesquisa científica, sustentando que os efeitos da ciência em nossas vidas estão mais voltados para o bem do que para o mal. Porém, deixou claro que o papel que desempenhou na Segunda Guerra Mundial lhe deixou uma “herança de preocupação”, inserindo em seu discurso o parágrafo a seguir transcrito:
“Apesar da visão da sabedoria clarividente de nossos estadistas na época da guerra, os físicos sentiram uma responsabilidade peculiarmente íntima por sugerir, apoiar e, enfim, em grande parte conseguir desenvolver as armas atômicas.”
“Tampouco podemos esquecer que essas armas, por terem sido de fato utilizadas, dramatizaram impiedosamente a desumanidade e maldade da guerra moderna.”
“Falando cruamente, de um modo que nenhuma vulgaridade, nenhuma hipérbole é capaz de suprimir, os físicos conheceram o pecado; e esse é um conhecimento que não podem esquecer”.
Pós-positivismo
Humanismo jurídico – compromisso ético.
Hominum causa omne jus constitutum est.
“Todo direito é constituído por causa dos homens” (Justiniano, 483-565, Digesto Romano 1.5.2).
Todo ordenamento jurídico-político se origina da pessoa humana e nela tem seu perene fundamento (REALE).
Dignidade da pessoa humana
“... a proteção da dignidade da pessoa humana é a finalidade última e a razão de ser de todo o sistema jurídico” (Comparato, 2001:60).
Comparato (2001:8-9) comenta que no período entre 600 e 480 a.C. ocorre o abandono do saber mitológico da tradição, passando-se a considerar o saber lógico da razão. 
Surgem: Zaratustra (Pérsia), Buda (Índia), Lao-Tsê e Confúcio (China), Pitágoras (Grécia) e Isaías (Israel). 
Comparato assinala que nesse período houve a declaração dos grandes princípios e se estabeleceram as diretrizes fundamentais de vida, em vigor até hoje, pois o homem passa a ser considerado em sua igualdade essencial, como ser dotado de faculdade de crítica racional da realidade e liberdade, inobstante à pluralidade existente entre os seres humanos em decorrência do sexo, raça, religião, costumes. 
Imperativo prático
“Age de tal maneira que possas usar a humanidade, tanto em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio” (KANT, 2003:59).
 “É valor supremo e este valor chama para si o conteúdo dos direitos fundamentais, desde o direito à vida.” (José Afonso da Silva) 
Direitos do homem, direitos fundamentais e 
direitos humanos
Direitos humanos
Correspondem àqueles direitos positivados em tratados e convenções internacionais específicos de direitos humanos.
Guarda “relação com os documentos de direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculação com determinada ordem constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelam um inequívoco caráter supranacional (internacional) (Sarlet).
Direitos humanos: características
· Historicidade:
Decorrem da história que a legislação reconhece (positivismo).
· Universalidade/generalidade
Pertencem a todos os indivíduos.
· Imprescritibilidade
· Inalienabilidade/indisponibilidade/intransmissibillidade
· Não podem ser transferidos a outrem. Extrapatrimonialidade
Não têm natureza econômica imediata.
· Irrenunciabilidade
O titular não pode abrir mão desses direitos.
· Inviolabilidade
Não podem ser desrespeitados sob pena de responsabilidade civil, administrativa e criminal.
· Efetividade
O poder público deve garantir a efetivação dos direitos humanos.
· Relatividade/concorrência
Pode ocorrer conflitos entre os direitos humanos. 
Obs: princípio da concordância prática ou da harmonização.
· Limitabilidade
Os direitos humanos não são absolutos. Podem ser restringidos ou suspensos nos casos de estado de defesa e estado de sítio (CF, arts. 136 a 139). Ainda, não é possível invocá-los para acobertar um comportamento ilícito.
· Complementaridade
Observação conjunta e interativa entre si e com as normas constitucionais.
· Indivisibilidade
A violação de um direito pode acarretar a violação dos demais.
· Interdependência
Estão ligados entre si.
· Vedação ao retrocesso ou efeito ampliativo dos direitos humanos ou vedação do regresso.
Direitos humanos
Natureza ou status dos tratados de Direitos Humanos:
· Emenda constitucional – se o tratado for referendado pelo Congresso Nacional como PEC (CF, art. 50, § 3º).
· Norma supralegal – demais tratados de direitos humanos que o Brasil é signatário.
Gerações ou dimensões dos direitos humanos
“Gerações” dos direitos humanos:
· Primeira: liberdades públicas (arbítrio governamental) 
· Segunda: direitos econômicos e sociais (desníveis sociais)
· Terceira: direitos de solidariedade (deterioração da qualidade de vida)
· Quarta: proteção da humanidade (biotecnologia)
· BOBBIO: vão surgindo novos direitos como resposta às novas formas de opressão e desumanização, em decorrência do “vertiginoso crescimento do poder manipulador do homem sobre si mesmo e sobre a natureza”. 
A primeira geração/dimensão dos direitos humanos
Decorre das duas revoluções ocorridas em dois continentes(COMPARATO): 
· Independência Americana e a 
· Revolução Francesa 
liberdades negativas:
Baseiam-se no contratualismo de inspiração individualista, em que há clara demarcação entre Estado e não-Estado. Caracterizam-se como “direitos de resistência ou de oposição perante o Estado”(BONAVIDES). 
Vida, liberdade e igualdade formal.
Natureza jurídica: direitos subjetivos (poderes de agir reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica a todos os seres humanos).
Titularidade: ser humano
Sujeito passivo: Estado – dever:
· Abster-se de não perturbar o exercício desses direitos;
· Evitar que sejam desrespeitados;
· Restaurá-los no caso de violação (punição dos responsáveis).
Objeto: conduta
Liberdade
Locke e Montesquieu, que resumem a idéia da liberdade como não-impedimento e como não-constrangimento: “consiste em fazer (ou não fazer) tudo o que as leis, entendidas em sentido lato e não só em sentido técnico-jurídico, permitem ou não proíbem (e,enquanto tal, permitem não fazer)” – Liberalismo.
Máxima do liberalismo: “Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même”. que significa “deixai-nos fazer, deixai-nos passar, o mundo anda por si mesmo”.
A segunda geração/dimensão dos direitos humanos
Em 1905 milhares de pessoas se reuniram para realizar uma passeata pacífica até o palácio do czar para entregar-lhe o documento reivindicando uma série de medidas: contra o abuso do poder; contra a miséria do povo; contra a opressão do trabalho pelo capital. 
“Majestade! Nós, operários de São Petersburgo, nossas mulheres, nossos filhos e nossos velhos pais inválidos, viemos a V. Majestade procurar justiça e proteção. Caímos na miséria, oprimem-nos, sobrecarregam-nos de trabalho esmagador, insultam-nos; ninguém reconhece em nós o homem. Somos tratados como escravos que devem aguentar pacientemente seu amargo e triste destino e calar!” 
liberdades positivas - prestações positivas por parte do Estado. 
Nesse caso, não basta só assegurar o direito de trabalho, como quer a liberdade clássica de cunho negativa, mas é preciso que o Estado se organize para também assegurar o direito ao trabalho, para propiciar condições de pleno emprego etc.
Natureza jurídica: direitos subjetivos (poderes de exigir prestação concreta por parte do Estado).
Sujeito passivo: Estado (mas a responsabilidade pode ser partilhada)
Objeto – contraprestação sob a forma de:
· Prestação de serviços
· Prestação pecuniária (ex.:seguro desemprego)
Fundamento: pressupõe a sociedade (necessidade de cooperação e apoio mútuo) (FERREIRA FILHO).
Igualdade de: Possibilidade ou
Oportunidades ou Ocasiões 
Reconhece as diferenças entre os indivíduos e exige que as desigualdades não decorram de fatores artificiais. 
Só poderá ser efetivada com o reconhecimento dos direitos sociais. 
Para BOBBIO:
· Os direitos sociais, portanto, inspiram-se no valor primário da igualdade que procuram mitigar, corrigir ou, até mesmo, eliminar desigualdades que nascem tanto das condições de partida, econômicas e sociais, quanto das condições naturais de inferioridade física. 
· “O indivíduo instruído é mais livre do que um inculto; um indivíduo que tem trabalho é mais livre do que um desempregado; um homem são é mais livre do que um enfermo” direitos sociais – educação, trabalho e saúde – são pressupostos ou precondição para o exercício efetivo de liberdade.
O art. 6º da Constituição Federal de 1988 consagra os direitos sociais nos seguintes termos: 
“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
A terceira geração/dimensão dos direitos humanos
Solidariedade: Necessidade de engajamento da pessoa (física e jurídica) e seu grupo, na comunidade à qual pertence. 
Marcos inaugurais dessa nova fase :
· a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e 
· a Convenção Internacional sobre Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948).
Após as grandes guerras mundiais, abre-se espaço para um novo tipo de direito, o direito humanitário, tendo por base a solidariedade (fraternidade) e como destinatário, o gênero humano: direitos dos povos e direitos da humanidade. 
Direitos da fraternidade - o direito: 
· ao desenvolvimento 
· à paz 
· ao meio ambiente 
· de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade
· de comunicação
Titularidade: coletiva
Sujeito passivo: Estados – respeito a direitos próprios de outro Estado ou povo.
Objeto: heterogêneo e complexo:
· Meio ambiente ecologicamente equilibrado (fazer/não fazer)
· Direito à paz (não fazer – não romper a paz)
· Desenvolvimento e comunicação (fazer/exigir)
Fundamento: solidariedade entre os povos.
Colisão entre esses direitos.
A quarta geração/dimensão dos direitos humanos
Bobbio vincula os direitos de quarta geração aos efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, uma vez que possibilita manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo. 
Parte Geral:
Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos: Conceito de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Classificação. Aspectos introdutórios da proteção de interesses difusos e coletivos.
Objetivos específicos
a) Compreender o processo histórico de formação da sociedade de massa.
b) Contextualizar a tutela dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Reconhecer a importância da jurisdição coletiva.
c) Conceituar, exemplificar, diferenciar e explicar os conceitos de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
d) Analisar pelo enfoque legal, doutrinário e jurisdicional a tutela dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
A) CDC - TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I - Disposições Gerais
        Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
        Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
        I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
        II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
        III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
        Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
        I - o Ministério Público,
        II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
        III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,      especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
        IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
        § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
        § 2° (Vetado).         § 3° (Vetado). 
B) Julgados:
ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – INTERDEPENDÊNCIA CAUSAL – POSSIBILIDADE DE VIOLAÇÃO SIMULTÂNEA A MAIS DE UMA ESPÉCIE DE INTERESSE COLETIVO – DIREITOS DIFUSOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS – RELEVANTE INTERESSE SOCIAL – LEGITIMIDADE.
1. Conforme se observa no acórdão recorrido, o caso dos autos ultrapassa a órbita dos direitos patrimoniais da população diretamente afetada e atinge interesses metaindividuais, como o meio ambiente ecologicamente equilibrado e a uma vida saudável.
2. É um erro acreditar que uma mesma situação fática não possa resultar em violação a interesses difusos, coletivos e individuais simultaneamente. A separação, ou melhor, a categorização dos interesses coletivos lato sensu em três espécies diferentes é apenas metodológica.
3. No mundo fenomenológico as relações causais estão tão intimamente ligadas que um único fato pode gerar consequências de diversas ordens, de modo que é possível que dele advenham interesses múltiplos. É o caso, por exemplo, de um acidente ecológico que resulta em danos difusos ao meio ambiente, à saúde pública e, ao mesmo tempo, em danos individuais homogêneos aos moradores da região.
4. Ademais, ainda que o caso presente tratasse unicamente de direitos individuais homogêneos disponíveis, isso não afasta a relevância social dos interesses em jogo, o que é bastante para que se autorize o manejo de ação civil pública pelo agravado.
Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no REsp nº1.154.747 - SP , Rel. Ministro Humberto Martins).
PROCESSO CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO COLETIVA AJUIZADA POR ASSOCIAÇÃO CIVIL EM DEFESA DE DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS DEVIDOS EM CADERNETA DE POUPANÇA EM JANEIRO DE 1989. DISTINÇÃO ENTRE EFICÁCIA DA SENTENÇA E COISA JULGADA. EFICÁCIA NACIONAL DA DECISÃO.
- A Lei da Ação Civil Pública, originariamente, foi criada para regular a defesa em juízo de direitos difusos e coletivos. A figura dos direitos individuais homogêneos surgiu a partir do Código de Defesa do Consumidor, como uma terceira categoria equiparada aos primeiros, porém ontologicamente diversa.
- Distinguem-se os conceitos de eficácia e de coisa julgada. A coisa julgada é meramente a imutabilidade dos efeitos da sentença. O art. 16 da LAP, ao impor limitação territorial à coisa julgada, não alcança os efeitos que propriamente emanam da sentença.
- Os efeitos da sentença produzem-se "erga omnes", para além dos limites da competência territorial do órgão julgador. Recurso Especial improvido. (STJ, REsp. nº 399.357 – SP, Relatora Ministra Nancy Andrighi.
C) Analise as seguintes situações:
1. Direitos dos compradores de produto defeituosos de serem indenizados pelo fabricante.
2. A defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
3. Direitos dos consumidores de receber serviço de boa qualidade das prestadoras de serviços públicos, como telefonia, de abastecimento de água e de energia elétrica.
4. Direito à vedação à publicidade enganosa.
5. Direitos dos alunos de determinada faculdade de receber serviços de qualidade.
1. Indústria que emite poluentes colocando em risco a saúde dos moradores de uma determinada região.
2. Determinado fornecedor divulga pela televisão um produto farmacêutico que não contém o princípio ativo indicado e que pode causar danos ao consumidor.
3. Adquirentes de veículo defeituoso.
4. Interesse de consorciados de ver declarada a nulidade de uma cláusula abusiva, inserida no contrato por adesão pela empresa de consórcios.
5. Direito das vítimas de um acidente aéreo.
6. Indústria que emite poluentes colocando em risco a saúde dos moradores de uma determinada região.
7. Determinado fornecedor divulga pela televisão um produto farmacêutico que não contém o princípio ativo indicado e que pode causar danos ao consumidor.
8. Adquirentes de veículo defeituoso.
9. Interesse de consorciados de ver declarada a nulidade de uma cláusula abusiva, inserida no contrato por adesão pela empresa de consórcios.
10. Direito das vítimas de um acidente aéreo.
11. A quebra de uma barragem mantida por mineradora em Minas Gerais gerou alagamento de diversas casas na cidade de Bicas, além de afetar trecho da Mata Atlântica do local, o que ocasionou a morte de diversos animais. Qual ou quais os direitos coletivos afetados por esse fato? 
D) Questões
1. Uma comunidade carente, vitimada pela perda de suas moradias e mobiliários por força de enchentes sucessivas em seu bairro, caracteriza, para fins de tutela metaindividual, qual categoria de direitos?
a)	Direitos transindividuais, de natureza indivisível, com titulares de direitos determinados, ligados com a parte contrária por circunstância de fato.
b)	Direitos transindividuais, de natureza indivisível, com titulares indetermináveis, ligadas por circunstância de fato.
c)	Direitos coletivos, com titulares indetermináveis, ligados entre si por relação jurídica base. 
d)	Direitos individuais homogêneos, com titulares determinados, ligados entre si por relação jurídica base. 
e)	Direitos individuais homogêneos, com titulares determinados, ligados entre si por circunstância de fato.
2. Analise as proposições abaixo e, após, assinale a alternativa correta:
I.	O processo civil tradicional é vocacionado para resolução dos conflitos individuais. Por outro lado, o processo coletivo volta-se ao conhecimento de demandas envolvendo conflitos de grupos, classes ou categorias de lesados, nominados como interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Ação popular não se presta a defesa de interesses difusos e coletivos.
II.	Difusos são os interesses que envolvem um grupo indeterminável de lesados, reunidos por uma situação de fato comum, tendo objeto indivisível, v.g. lesão ao meio ambiente de uma região. 
III.	Interesses coletivos, em sentido estrito, são os que envolvem um grupo determinável, reunido por uma relação jurídica básica comum, tendo também um objeto indivisível, v.g. a nulidade de uma cláusula abusiva em contrato de adesão. 
IV.	Individuais homogêneos são aqueles que envolvem um grupo determinável, reunido por uma lesão de origem comum, tendo um objeto divisível, v.g. a aquisição de um produto de série com o mesmo defeito.
a)	Todas alternativas são verdadeiras. 
b)	Apenas uma alternativa é verdadeira. 
c)	Apenas uma alternativa é falsa. 
d)	Todas as alternativas são falsas.
DEFESA DE DIREITOS COLETIVOS E DEFESA COLETIVA DE DIREITOS
Teori Albino Zavascki
1. Introdução
1. Os últimos anos marcaram no Brasil um período de importantes inovações legislativas a respeito dos chamados “direitos e interesses difusos e coletivos” e dos mecanismos de tutela coletiva de direitos, destacando-se: a Lei 7.347, de 24.7.85 (disciplinando a chamada “ação civil pública”), a Constituição de 1988 (alargando o âmbito da ação popular, criando o mandado de segurança coletivo e a legitimação do Ministério Público para promover ação civil pública e privilegiando a defesa do consumidor), e, finalmente, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11.9.90, que, entre outras novidades, introduziu mecanismo de defesa coletiva para “direitos individuais homogêneos”). A entusiástica utilização, que se seguiu, dos novos mecanismos processuais, nem sempre se deu de modo apropriado, às vezes por inexperiência de seus operadores – o que é compreensível – outras vezes por se imaginar, equivocadamente, que enfim se tinha em mãos o remédio para todos os males: para destravar a máquina judiciária e para salvar a sociedade de todas as agressões, do Governo e dos poderosos em geral. É muito salutar, por isso, o processo de revisão crítica que se vem sentindo nos últimos tempos1 no sentido de coibir exageros e assim não só preservar do descrédito, mas valorizar e aperfeiçoar esses importantes avanços no campo processual. É com esse mesmo propósito que se buscará aqui reflexão sobre tema que a experiência diária evidencia ser foco de boa parcela dos equívocos: a distinção entre os mecanismos processuais para defesa de direitos coletivos e os mecanismos para defesa coletiva de direitos.
2. Com efeito, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor introduziu mecanismo especial para defesa coletiva dos chamados “direitos individuais homogêneos”, categoria de direitos não raro confundida com os direitos coletivos e difusos e por isso mesmo lançada com eles em vala comum, como se lhes fossem comuns e idênticos os instrumentos processuais de defesa em juízo. Porém, é preciso que não se confunda defesa de direitos coletivos (e difusos) com defesa coletiva de direitos (individuais). Direito coletivo é direito transindividual (= sem titular determinado) e indivisível. Pode ser difuso ou coletivo stricto sensu. Já os direitos individuais homogêneos são, na verdade, simplesmente direitos subjetivos individuais. A qualificação de homogêneos não desvirtua essa sua natureza, mas simplesmente os relaciona a outros direitos individuais assemelhados, permitindo a defesa coletiva de todos eles. “Coletivo”, na expressão “direito coletivo” é qualificativo de “direito” e por certo nada tem a ver com os meios de tutela. Já quando se fala em “defesa coletiva” o que se está qualificando é o modo de tutelar o direito, o instrumento de sua defesa. Identificar os instrumentos próprios para defesa de cada uma dessas categorias de direitos e estabelecer os limites que o legislador impôs à sua utilização, eis portanto, o objeto primordial deste estudo.
2. Direitos difusos e coletivos e direitos individuais homogêneos: distinções.
3. O legislador brasileiro crioumecanismos próprios para defesa dos chamados “direitos individuais homogêneos”, distintos e essencialmente inconfundíveis, como se verá, dos que se prestam à defesa dos direitos difusos e coletivos. É que se tratam de categorias de direitos ontologicamente diferenciadas, como se pode constatar da definição que lhes deu o art. 81, parágrafo único, da Lei 8.078/90, definição essa que constitui substanciação de conceitos doutrinários geralmente aceitos e por essa razão aplicáveis universalmente no direito brasileiro. Indispensável por conseguinte, que antes de mais nada se ponha a lume essa distinção.
QUADRO COMPARATIVO EM FOLHA SEPARADA
4. Embora, como se viu, apresentem entre si algumas diferenças – que na prática nem sempre são visíveis com clareza – os direitos difusos e os direitos coletivos, ambos transindividuais, e indivisíveis, são espécies do gênero direitos coletivos, denominação também adotada para identificá-los em conjunto. No entanto, direitos individuais, conquanto homogêneos, são direitos individuais e não transindividuais. Peca por substancial e insuperável antinomia afirmar-se possível a existência de direitos individuais transindividuais!
Direito Ambiental
Introdução ao Direito Ambiental. Surgimento do Direito Ambiental. Evolução legislativa. Conceito de meio ambiente e de Direito Ambiental. Concepção unitária e aspectos do meio ambiente. Fontes do Direito Ambiental. Autonomia do Direito Ambiental. Relação do Direito Ambiental com outras ciências e com outros ramos do Direito. Ética ambiental e sustentabilidade. Consciência ecológica. Visão antropocêntrica e visão biocêntrica. Mínimo existencial ambiental.
Objetivos específicos
a) Analisar a importância do Direito Ambiental na contemporaneidade como direito fundamental. Refletir sobre a sustentabilidade e como isso repercute na existência das presentes e futuras gerações. Reconhecer a importância dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico. Analisar questões relacionadas ao mínimo existencial.
b) Analisar, interpretar e aplicar as normas ambientais. 
c) Explicar o surgimento do direito ambiental. Reconhecer a importância do direito ambiental. Refletir sobre ética, sustentabilidade e ecologia e como essas questões repercutem sobre os demais ramos do direito. 
d) Criticar e discutir a visão biocêntrica e antropocêntrica. 
e) Citar e explicar as fontes do Direito Ambiental.
f) Explicar a autonomia do Direito Ambiental e sua relação com outras ciências e com outros ramos do Direito.
g) Identificar e aplicar os princípios ambientais a situações práticas.
1. Introdução
Obs.:
· Busca ansiosa pelos bens da vida
· Revolução Industrial (séc. XVIII, Inglaterra)⇨sociedade de consumo
Liberalismo econômico - não intervenção estatal
· Ação humana ⇒interferência nos processos ecológicos
· nova forma de produção 
· utilização dos recursos naturais
· explosão demográfica
· poluição do ar, de fontes de água, do solo etc. 
· desastres ambientais
· desenvolvimento científico
· 1972 - Conferência Internacional, Estocolmo (Suécia): preservação - desenvolvimento
Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano, publicada pela Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente humano em 5 de junho de 1972 (26 princípios). 
· A relação entre ser humano e natureza - não mais de dominação.
· O mais forte impõe a sua vontade ao mais fraco - a vontade dos grandes proprietários econômicos, conglomerados industriais e o próprio Estado:
· Liberdade escraviza e a lei é que liberta (para que haja equilíbrio entre o forte e o fraco).
"Entre os fortes e fracos, entre ricos e pobres, entre senhor e servo é a liberdade que oprime e a lei que liberta".
Entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c'est la liberté qui opprime et la loi qui affranchit.
Conférences de Notre-Dame de Paris, Henri Lacordaire, éd. Sagnier et Bray, 1848, p. 246).
Jean-Baptiste-Henri Dominique Lacordaire
→ Interferência legislativa para que essa apropriação dos recursos naturais ocorra tanto quanto possível dentro de um clima de equilíbrio (legislação ambiental).
· Miguel Reale considera um paradoxo do mundo civilizado: “a natureza que sempre inspirou o direito do homem (Direito Natural) hoje necessita do direito para não morrer. A natureza está ‘pedindo’ regras para regulamentar a conduta daquele que se apropria dos recursos naturais, para não perecer”.
· O ideal seria respeitar o meio ambiente sem interferência legislativa. Respeitar a natureza por aquilo que ela representa, por sua própria potestade.
Fritz Jahr, 1927 - imperativo bioético: “respeito a todas as formas de vida como um fim em si mesmas.”
· Refugiados ambientais (carência de água potável e alimentos, elevação do nível do mar, desertificação)
· Meio ambiente como macrobem (parte incorpórea, indivisível, inapropriável e indisponível do meio ambiente): "... e como tal é um sistema, o que significa que é mais que suas partes" (LORENZETTI apud OLIVEIRA, 2017) - art. 3०, I, da Lei n. 6938/81 (LPNMA). 
· Macrobem ambiental - bem de uso comum do povo.
· Microbens (elementos corpóreos) - "... constituem a parte corpórea do meio ambiente, tais como florestas, os rios, a fauna etc." [...] "é possível falar em regime jurídico de titularidade pública ou privada, isso porque um recurso ambiental como floresta pode ser de titularidade pública ou privada e passível de exploração."(OLIVEIRA, 2017).
· "... os microbens são partes do meio ambiente, que em si mesma tem a característica de subsistemas, que apresentam relações internas entre as partes e relações externas com o macrobem." (LORENZETTI apud OLIVEIRA, 2017) 
· Constitucionalização das normas ambientais » Estado Democrático Ecológico de Direito ou Estado Socioambiental.
Constituição Federal de 1988 - Constituição Verde
2. Ética ambiental e sustentabilidade. Consciência ecológica. Visão antropocêntrica e visão biocêntrica.
· SIRVINSKAS, 2013, p. 73 ss
· Livro dos mortos - Confissão Negativa. 
“... Não fiz mal algum.../ Não matei os animais sagrados/ Não prejudiquei as lavouras.../ Não sujei a água/ Não usurpei a terra/ Não fiz um senhor maltratar o escravo.../ Não repeli a água em seu tempo/ Não cortei um dique.../ Sou puro, sou puro, sou puro!”
· Resposta do Cacique Seattle ao Governo dos Estados Unidos que tentava comprar as suas terras (1854).
· Discurso do chefe indígena Sioux proferido em 1875, nos Estados Unidos, numa festa conhecida por Pow Wow. 
Consciência ecológica (SIRVINSKAS, 2013, p. 86-7)
Necessidade de proteção jurídica do meio ambiente, com o fim de combater todas as formas de perturbação (José Afonso da Silva):
· QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE
· EQUILÍBRIO ECOLÓGICO
Equilíbrio ecológico: é o equilíbrio da natureza; estado em que as populações relativas de espécies diferentes permanecem mais ou menos constantes, mediada pelas interações das diferentes espécies (Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais, apud P. A. Leme Machado). 
Questão: como orientar o desenvolvimento de tal forma que não continue a destruir os elementos substanciais da natureza e da cultura (SILVA) - Isso propiciou o surgimento de legislação ambiental em todos os países com o fim de compatibilizar:
· crescimento econômico e
· qualidade de vida
· Contaminação do meio ambiente por resíduos nucleares;
· Disposição de lixos químicos, domésticos, industriais e hospitalares de forma inadequada;
· Queimadas;
· Desperdício de recursos naturais não renováveis;
· Efeito estufa;
· Desmatamento indiscriminado;
· Contaminação dos rios;
· Degradação do solo através da mineração;
· Utilização de agrotóxicos;
· Má distribuição de renda;
· Acelerada industrialização;
· Crescente urbanização;
· Caça e pesca predatórias etc.
· Contaminação do lençol freático;
· Multiplicação dos desertos;
· Alterações climáticas;
· Destruição da camada de ozônio;
· Poluição do ar;
· Proliferação de doenças (ex.: anencefalia)
· Intoxicação pelo uso de agrotóxicos, mercúrio;
· Contaminação de alimentos;
· Devastação dos campos;
· Desumanização das cidades;
· Degradação do patrimôniogenético;
· Chuvas ácidas;
· Deslizamento de morros;
· Queda da qualidade de vida urbana e rural etc.
Consciência ecológica ⇨ educação 
Necessidade de uma visão ético-ambiental.
Visão antropocêntrica e visão biocêntrica (flora, fauna, biodiversidade como sujeitos de direito) – não são excludentes, mas se complementam – “todos seres vivos têm o direito de viver”. 
· Antropocentrismo - só considera o valor intrínseco do ser humano.
· Biocentrismo - reconhece o valor intrínseco de outros seres vivos. Todos os seres vivos são importantes. Lei n. 6938/81, art. 3º, I.
· obs.: seres sencientes - que sentem dor, emoções
· Ecocentrismo ou fisiocentrismo: natureza como um fim em si mesma
Sobre esse assunto: o texto de Antônio Herman Benjamin, A natureza no direito brasileiro: coisa, sujeito ou nada disso. 
· CF, art. 225, §1º, I, II, III e VII, §4º e §5º- “equilibra-se antropocentrismo com biocentrismo” (Paulo Affonso Leme Machado).
· “Não pode haver liberdade para um desenvolvimento predatório e autodestruidor; o progresso não pode significar a deterioração de recursos naturais indispensáveis ao próprio e real exercício da liberdade” – Wander Bastos e Nilo Batista, in RF 317/59.
Aspectos históricos. Surgimento do Direito Ambiental
Proteção ambiental: evolução legislativa no Brasil
Herman Benjamin aponta as seguintes fases:
· fase da exploração desregrada, que perdurou por mais de 400 anos (períodos colonial, imperial e republicano), como laissez-faire ambiental;
· fase fragmentária - iniciativas atomizadas.
· fase holística - LPNMA e art. 225 da CF.
· Ordenações Afonsinas (período do descobrimento) – ex.: punição de 30 cruzados àquele que cortasse árvore frutífera (injúria ao rei).
· Ordenações Manoelinas – reiteram o citado fato típico e, ainda, estabeleceu que uma das formas de punir era o degredo para o Brasil.
· Ordenações Filipinas – também reiteraram esse crime ambiental e acrescentaram degredo para sempre para o Brasil.
· Exposições do CC/16 (direito de vizinhança) e CC/16, arts. 554 (serviu para impedir a contaminação do meio ambiente por parte das indústrias), 584 (proibia construções capazes de poluir ou inutilizar água).
· Decreto 16300/23 (Regulamento de Saúde Pública) criou Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional.
· Leis esparsas pontuais: Código Florestal (Decreto 23793/34), Código de Águas (Decreto 24.643/34), Código de Pesca (DL 794/38), Código de Minas (DL 1985/40) etc.
· Código Penal (1940) – no seu art. 271 tipifica como crime a poluição de água potável.
· Alteração do Código Florestal pela Lei 4771/65 e do Código de Pesca pelo Decreto-Lei 221/67. 
· Lei n. 5197/67 – proteção à fauna.
· Decreto-Lei 248/67 estabelece a política nacional de saneamento básico, porém com atribuições voltadas à “poluição da pobreza”. Decreto-Lei 303/67 – criou o Conselho Nacional de Controle da Poluição Ambiental. Ambas não foram aplicadas e, no mesmo ano, foi publicada a Lei 5318/67 que institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento.
· Criação da Secretaria Nacional do Meio Ambiente, 1973 (SEMA).
· Decreto-Lei n. 1.413/75 - as empresas poluidoras ficam obrigadas a prevenir e corrigir prejuízos da contaminação do meio ambiente.
· Lei 6.453/77 - responsabilidade civil por danos provenientes de atividades nucleares.
Percebe-se, portanto, que a legislação ambiental, até 1981 é muito difusa e assistemática. 
· Lei n. 6.938/81 - Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, por outro lado, conseguiu tratar da questão ambiental de forma sistematizada.
· Lei n. 7.347/85 - Ação civil pública.
· CF/88 – Extremamente avançada na questão ambiental.
· Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios.
· Lei n. 9.605/98 - crimes ambientais.
· Lei n. 9.985/00 - Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
· Lei n. 10.257/01 - Estatuto das Cidades.
Conceito de meio ambiente e de Direito Ambiental. Concepção unitária e aspectos do meio ambiente
a) Meio ambiente:
“O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca assumir uma concepção unitária do ambiente compreensiva dos recursos naturais e culturais” (José Afonso da Silva). Ambiência na qual move, desenvolve e se expande a vida humana.
b) Direito Ambiental:
Ramo do direito que regula a relação entre a atividade humana e o meio ambiente.
 “... complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, passam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações” (Édis Milaré).
José Afonso da Silva distingue direito ambiental positivo e direito ambiental como ciência. Com relação ao primeiro, ele estabelece o seguinte conceito: “conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da proteção do meio ambiente”. 
E quanto ao segundo (ciência): “conhecimento sistematizado das normas e princípios ordenadores da qualidade do meio ambiente.” 
Nomenclatura: direito ecológico, direito de proteção da natureza, direito do meio ambiente, direito ambiental e direito do ambiente (Édis Milaré).
A função do direito ambiental “é conservar a vitalidade, a diversidade e a capacidade de suporte do planeta Terra, para usufruto das presentes e futuras gerações” (Édis Milaré).
Preocupação:
· Preservação
· Recuperação
· Revitalização
6. Concepção unitária do meio ambiente. Classificação (ou aspectos) do meio ambiente:
· Natural
· Artificial 
· Cultural
· Laboral
Obs.:
· Patrimônio genético
Na verdade, esses aspectos do meio ambiente estão integrados e não estanques – concepção unitária. Contudo, embora seja necessária a visão unitária, cada aspecto está sujeito a um regime jurídico (conjunto de normas) diverso.
7. Fontes do Direito Ambiental. 
a) fontes materiais
b) fontes formais
8. Autonomia do Direito Ambiental 
Possui regime jurídico próprio, sistema nacional do meio ambiente, princípios, objetivos etc.
9. Relação do Direito Ambiental com outras ciências e com outros ramos do Direito
Natureza interdisciplinar
Especialização e multidisciplinaridade
O Direito do Ambiente aparece como um direito especializado, pois há várias normas do mesmo gênero que se correlacionam e constituem um campo distinto de interesse.
O Direito Ambiental se relaciona com outras áreas do conhecimento (Ecologia, Economia, Antropologia, Sociologia, Estatística etc.) e mantém relações com as demais disciplinas jurídicas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Tributário, Direito Processual, Direito Civil, Direito Internacional, Direito do Trabalho. 
10. Princípios do Direito Ambiental
· Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana.
· Princípio do desenvolvimento sustentável – “...deve ser economicamente factível, ecologicamente apropriado, socialmente justo e culturalmente eqüitativo, sem discriminação” (Moacir Gadotti, apud Sirvinskas).
· Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal.
· Princípio da solidariedade ou equidade intergeracional.
· Princípio da prevenção.
· Princípio da precaução.
· Princípio do poluidor-pagador - Responsabilidade ambiental.
· Princípio do usuário-pagador.
· Princípio do protetor-recebedor.
· Princípio da educação ambiental.
· Princípio da informação ambiental.
· Princípio da participação comunitária.
· Princípio da função socioambiental da propriedade.
· Princípio da cooperação entre os povos.
· Princípio da vedação ao retrocesso.
· Princípio da ubiquidade.
· Princípio da imite.
· Princípio do controle do poluidor pelo Poder Público.
· Princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento.
· Princípio da natureza pública da proteção ambiental.
Introdução ao Direito Ambiental. Direito Ambiental: conceito e autonomia. Fontes do Direito Ambiental. Mínimo existencial ambiental.
· Analisar a importância do Direito Ambiental na contemporaneidade como direito fundamentale explicar o surgimento do direito ambiental. 
· Citar e explicar as fontes do Direito Ambiental.
· Explicar a autonomia do Direito Ambiental e sua relação com outras ciências e com outros ramos do Direito.
· Analisar, interpretar e aplicar as normas ambientais. 
Introdução ao Direito Ambiental. 
Direito Ambiental:
a) Conceito de meio ambiente 
“O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca assumir uma concepção unitária do ambiente compreensiva dos recursos naturais e culturais” (José Afonso da Silva).
Ambiência na qual move, desenvolve e se expande a vida humana.
b) Conceito de Direito Ambiental 
"... ramo do direito positivo difuso que tutela a vida humana com qualidade através de normas jurídicas protetoras do direito à qualidade do meio ambiente e dos recursos ambientais necessários ao seu equillíbrio ecológico" (PIVA apud FURLAN e FRACALOSSI, 2010, p. 41)
"... o conjunto de normas jurídicas que regem a preservação, melhoria ou recuperação de um ambiente sempre que este for meio para garantir a sadia qualidade de vida humana e manutenção da vida em todas as suas formas" (REISEWITZ apud FURLAN e FRACALOSSI, 2010, p.41).
Ramo do direito que regula a relação entre a atividade humana e o meio ambiente. “... complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, passam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações” (Édis Milaré).
José Afonso da Silva distingue direito ambiental positivo e direito ambiental como ciência. Com relação ao primeiro, ele estabelece o seguinte conceito: “conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da proteção do meio ambiente”. 
E quanto ao segundo (ciência): “conhecimento sistematizado das normas e princípios ordenadores da qualidade do meio ambiente.” 
"O direito ambiental é um direito sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina e da jurisprudência concernentes aos elementos que integram o ambiente" (PROMOTOR DE JUSTIÇA/RR, 2008).
Nomenclatura: direito ecológico, direito de proteção da natureza, direito do meio ambiente, direito ambiental e direito do ambiente (Édis Milaré) .
O valor protegido pelas normas ambientais encontra-se indissociavelmente ligado ao destino da própria humanidade (FURLAN e FRACALOSSI, 2010, p. 24)
A função do direito ambiental “é conservar a vitalidade, a diversidade e a capacidade de suporte do planeta Terra, para usufruto das presentes e futuras gerações” (Édis Milaré).
Preocupação:
· Preservação
· Recuperação
· Restauração
Lei n. 9985/00 – conceitos Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;
Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas;
Concepção unitária do meio ambiente. Classificação (ou aspectos) do meio ambiente:
· Natural (CF, art. 225)
· Artificial (CF, arts. 182; 183; 21, XX; 23, IX e X; 5०, XXIII)
· Cultural (CF, arts. 215 e 216)
· Laboral (CF, art. 200, VIII)
Obs.:
· Patrimônio genético
Na verdade, esses aspectos do meio ambiente estão integrados e não estanques – concepção unitária. Contudo, embora seja necessária a visão unitária, cada aspecto está sujeito a um regime jurídico (conjunto de normas) diverso.
Fontes do Direito Ambiental. 
a) fontes materiais
· Movimentos sociais em defesa da qualidade de vida e do meio ambiente (Europa, EUA, Japão);
· movimentos ambientalistas: conservacionistas (uso racional e controlado dos recursos naturais) e preservacionistas (meio ambiente tem valor intrínseco próprio, independentemente da existência humana - buscar a intocabilidade do ambiente);
· descobertas científicas (ex.: proteção da camada de ozônio)
· doutrina e jurisprudência nacionais e internacionais
b) fontes formais
· primárias
· secundárias
Autonomia do Direito Ambiental 
Possui regime jurídico próprio, sistema nacional do meio ambiente, princípios, objetivos etc.
Relação do Direito Ambiental com outras ciências e com outros ramos do Direito
Natureza interdisciplinar
Especialização e multidisciplinaridade
O Direito do Ambiente aparece como um direito especializado, pois há várias normas do mesmo gênero que se correlacionam e constituem um campo distinto de interesse.
O Direito Ambiental se relaciona com outras áreas do conhecimento (Ecologia, Economia, Antropologia, Sociologia, Estatística etc.) e mantém relações com as demais disciplinas jurídicas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Tributário, Direito Processual, Direito Civil, Direito Internacional, Direito do Trabalho.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
E O MEIO AMBIENTE
Estado Democrático Ecológico de Direito.
Normas constitucionais explícitas: CF, arts. 5º, LXXIII; 7º, XXII; 20, II; 23, VI, VII, XI; 24, VI, VII e VIII; 91, § 1º , III; 129, III; 170, caput, VI; 174, § 3º; 186, II (184); 200, VIII; 216, V; 220, § 3º,II; 231, § 1º e 225.
Normas constitucionais implícitas: CF, arts. 5º, XXIII, LXX e LXXI; 20, I a XI e §§; 21, IX, XIX, XX, XXIII, a, b e d, XXIV, XXV; 22, IV, XII, XIV, XXVI; 23, I, III, IV, IX; 26; 30, I, II, VIII (c/c 182) e IX; 37, § 4º; 43, §§ 2º, IV e 3º; 49, XIV e XVI; 103; 174, § 4º; 176 e §§; 177, § 3º; 182 e §§; 196 a 200; 215; 216; 232 e ADCT, Arts. 43 e 44.
Normas Constitucionais de Competência Ambiental.
CF, artigos 21 a 25; 30 e 32, §1º
Competência: “... é a faculdade jurídica atribuída a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizarem suas funções” (José Afonso da Silva)
Art. 18, caput, da Constituição Federal
· competência administrativa ou executiva ou material (horizontal)
· competência legislativa ou legiferante ou formal (vertical)
MEIO AMBIENTE NATURAL - CF, art. 225
CF - Constituição Verde
A proteção do meio ambiente é uma evolução dos direitos humanos - STF, Tribunal Pleno, MS 22164-SP, Rel. Min. Celso de Mello, 30.10.95.
Art. 225 - três grupos de normas:
Matriz (caput)
Efetividade (§1º)
Específicas (§§ 2º-6º)
CF, art. 225, caput - norma matriz
Norma fundamental:
1. todos.
2. direito público subjetivo (oponível erga omnes).
3. ecologicamente equilibrado.
4. bem de uso comum do povo.
5. essencial à sadia qualidade de vida.
6. dever fundamental - poder público e coletividade.
7. sujeito de direito indeterminado.
CF, art. 225, § 1º - normas de efetividade.
Normas destinadas ao Poder Público - normas-instrumentos. 
Normas constitucionais de eficácia plena 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
Competência comum
LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. - institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.
CF, art. 225, § 1º, I - Lei n. 9985/00
preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas,além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;
manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas;
Conceitos: processos ecológicos essenciais: “governados, sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis à produção de alimentos, à saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do desenvolvimento sustentado.” (José Afonso da Silva).
ecossistema: “complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microorganismos e seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional”. (Convenção sobre a Diversidade Biológica, art. 2º).
CF, art. 225, § 1º, II - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
Convenção da Diversidade Biológica
Lei nº 11.105/05 - institui a Política Nacional de Biossegurança.
Lei n. 13.123/15
Art. 2o Além dos conceitos e das definições constantes da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, promulgada pelo Decreto no 2.519, de 16 de março de 1998, consideram-se para os fins desta Lei:
I - patrimônio genético - informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos;
CF, art. 225, § 1º - normas de efetividade
diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas; (Lei n. 9985/00).
preservar a diversidade: reconhecer, inventariar, manter e possibilitar a existência de todos os organismos vivos (animais, vegetais e as mais elementares formas de vida). (Anderson Furlan e William Fracalossi).
CF, art. 225, § 1º, III - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:[...]
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
Lei no 12651/12 - Código Florestal
· áreas de preservação permanente 
incidência ex lege - art. 4º: matas ciliares, nascentes, restingas, manguezais, veredas, topos de morro, montanhas e serras etc.
· áreas de reserva legal - art. 12 e ss - zona rural e não cabe exploração predatória. Percentuais mínimos - região e vegetação:
80% - Amazônia Legal
35%- Amazônia Legal mas de cerrado 20% 
Unidades de Conservação da Natureza (Lei 9985/00)
Pressupostos:
· estudos técnicos e
· consulta pública à população local (princípio da participação).
· 12 unidades de conservação repartidas em dois grandes grupos:
a) Proteção integral – áreas mais protegidas – 5 áreas:
· Estação ecológica
· Reserva biológica
· Parque Nacional 
· Monumento natural (áreas de domínio público ou privado)
· Refúgio da vida silvestre (áreas de domínio público ou privado).
b) Uso sustentável - admite-se uso direto dos recursos naturais - 7 unidades:
*Formadas por áreas públicas ou particulares:
· Área de preservação ambiental
· Área de relevante interesse ecológico
*Formadas por áreas de posse e domínios públicos (desapropriação se em área particular):
Floresta nacional
Reserva extrativista
Reserva da fauna.
Reserva do desenvolvimento sustentável. 
*Formadas por área de posse e domínio particular
Reserva particular do patrimônio natural (RPPN) . 
CF, art. 225, § 1º, IV - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
EIA ou EPIA - instrumento compulsório da Política Nacional do MA
Ex.: mineração (Mariana-MG), transposição do rio São Francisco, ferrovias, aeroportos etc.
· Dois julgados do STF sobre EIA.
· ADI 1505, de 24.11.2004-ES – aprovação do EIA e seu RIMA por uma Comissão da Assembleia Legislativa. Não é atividade típica do poder legislativo aprovar EIA/RIMA, mas ato de poder de polícia.
· ADI 1086-SC, de 10.08.2001 – legislação local foi considerada inválida pois dispensou o EIA - exceção incompatível com o disposto no inciso IV do § 1º do art. 225 da CF. 
CF, art. 225, § 1º, V - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:[...]
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; ex.: agrotóxicos
*competência legislativa concorrente - CF, art. 24, VI
*competência administrativa comum - CF, art. 23, VI
Poder público: dever de controlar qualquer atividade que gere poluição ou que possa trazer risco à saúde humana.
Obs.: princípio da precaução (implícito).
CF, art. 225, § 1º, VI - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
Lei 9795/99
CF, art. 225, § 1º, VII - normas de efetividade
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
[...]
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017).
STF – aplicação imediata, não precisa de normas para sua regulamentação: inconstitucionalidade da farra do boi e rinha de galo – tais esportes não devem prosperar.
ADI 3776-RN, de 14.06.2007-RN (rinhas de galo).
RE 153.531-SC, de 03.06.1997- (farra do boi).
 ADI 2514-SC, de 03.08.2005
 ADI 1856-RJ, de 26.05.2011.
 ADI 4983-CE, de 06.10.2016 (vaquejada).
 Informativo 628 do STF.
CF, art. 225, §§ 2º ao 6º - normas específicas
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Responsabilidade civil do minerador: recuperação do meio ambiente degradado - princípio do poluidor-pagador.
*bens da União - CF, art. 20, IX 
*competência legislativa privativa da União - CF, art. 22,XII
*competência administrativa comum - CF, art. 23,XII
CF, art. 225, § 3º - norma específica
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Lei n. 6938/81 
Lei n. 9605/98
RESPONSABILIDADE CIVIL
STJ – TEORIA DO RISCO INTEGRAL 
solidária (STF, REsp. 1056540, de 25.08.2009). Direto ou indireto obrigação propter rem inversão do ônus da prova desconsideração da personalidade da pessoa jurídica imprescritibilidade.
STF,REsp. 1.112.117, de 10.11.2009
“8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos indisponíveis e como tal está dentre os poucos acobertados pelo manto da imprescritibilidade a ação que visa reparar o dano ambiental”.
RESPONSABILIDADE PENAL
Questão controvertida STF & STJ até 2015
a) Denúncia de pessoa jurídica em conjunto com as pessoas físicas que participaram do crime ambiental (sistema da dupla imputação) STJ, AgRg no REsp 898.302, de 07.12.2010.
b) Pode condenar pessoa jurídica e absolver PF – STF, 1ªT, RE 548181/PR
 Regra: Justiça Estadual 
Justiça Federal (art. 109 da CF).
Atualmente: 
STJ (2015) adotou o mesmo entendimento do STF, independentemente da dupla imputação.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
“...toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.
Penalidades: advertência; multa simples; multa diária; apreensão, destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação do produto; embargo da obra ou atividade; demolição de obra; suspensão parcial ou total de atividades; restrição de direitos.
CF, art. 225, § 4º - norma específica
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
STF: patrimônio nacional simboliza o interesse público da preservação e do desenvolvimento sustentável nesses biomas brasileiros não transformando essas áreas em públicas. (STF, RE 134.297, de 13.06. 1995).
CF, art. 225, §4º - norma específica
Não muda a titularidade, mas - regime especial de proteção - relevância ambiental.
Não implica em desapropriação.
Função ecológica da propriedade.
STF, 1ª T, RE 134297-SP, Min. Celso de Mello, 13.06.95
Patrimônio nacional - regime especial de proteção (legislador pode estabelecer regras especiais de proteção mais restritivas) - 5 biomas:
 Floresta Amazônica
 Pantanal Mato-Grossense
 Serra do Mar
 Mata Atlântica
 Zona Costeira.			
Não são considerados alcançados pela CF: Atol das Rocas, caatingas, cerrados, pampas etc.
CF, art. 225, § 5º - norma específica
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Regra geral: os estados são proprietários dessas terras, mas se essa terra estiver afetada à proteção ambiental, fica vedada a sua alienação. 
CF, art. 225, § 6º - norma específicas
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
LEI FEDERAL + LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Energia nuclear:
CF, art. 49, CF: XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
CF, art. 22, XXVI - competência privativa da União (legislar);
CF, art. 21, XXIII - competência exclusiva da União (administrativa).
CF, art. 177, V - monopólio da União (exploração econômica).
MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
CF, arts. 182, 183 e 186
Estatuto da Cidade - Lei n. 10.257 ⁄ 01
Plano diretor - 182, §1º, CF
Sustentabilidade das cidades:
· usucapião pro moradia.
· mobilidade urbana.
· saneamento ambiental.
· gestão democrática da cidade.
· instrumentos: zoneamento ambiental, tombamento, unidades de conservação, EIA e EIV, usucapião coletiva.
Estatuto da Cidade 
Do estudo de impacto de vizinhança
Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado.
Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.
MEIO AMBIENTE CULTURAL
CF, arts. 215 e 216
Espécie de meio ambiente artificial + valor especial
Conceito - art. 216
Instrumentos de proteção (§1º, art. 216, CF): inventário, registro, vigilância, tombamento, desapropriação e outras formas.
Inventário
Inventário Nacional de Referências Culturais (INCR) - Metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Iphan para produzir conhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para determinado grupo social. Contempla, além das categorias estabelecidas no Registro, edificações associadas a certos usos, a significações históricas e a imagens urbanas, independentemente de sua qualidade arquitetônica ou artística.
Ex.: Inventário das Manifestações Culturais Ribeirinhas (AM); Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP); Inventário do Vale do Ribeira (SP).
Registro - patrimônio imaterial - 
Decreto nº. 3.551, de 4 de agosto de 2000 - que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI).
Desapropriação - Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:
[...]
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens móveis de valor histórico ou artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
Art. 215. [...]
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II produção, promoção e difusão de bens culturais; 
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; 
IV democratização do acesso aos bens de cultura;
V valorização da diversidade étnica e regional. 
Conceito:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. 
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012).
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
I - diversidade das expressões culturais;
II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais;
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;
V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;
VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; 
VII - transversalidade das políticas culturais;
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; 
IX - transparência e compartilhamento das informações; 
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; 
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação: 
I - órgãos gestores da cultura; 
II - conselhos de política cultural;
III - conferências de cultura;
IV - comissões intergestores;
V - planos de cultura; 
VI - sistemas de financiamento à cultura; 
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
VIII - programas de formação na área da cultura; e 
IX - sistemas setoriais de cultura.
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. 
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias. 
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
CF, arts. 200, VII e VIII; 7°, XXII
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
[...]
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Compete ao Sistema Único de Saúde, dentre outras atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho (CESGRANRIO, advogado da Petrobras, 2011).
Competência- não se insere na competência concorrente ambiental (CF, arts. 21, XXIV e 22, I).
DIREITO À INFORMAÇÃO
CF, art. 220, §3º, II
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
[...]
§ 3º - Compete à lei federal:
[...]
 II- estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
PROTEÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS
CF, arts. 231 e 232; 20,XI
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§6° - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§7º - - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
Art. 20. São bens da União:
[...]
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
NORMAS DE GARANTIA
· MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO.
· MANDADO DE INJUNÇÃO.
· AÇÃO POPULAR.
· AÇÃO CIVIL PÚBLICA (CF, art. 129, III).
· AÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (CF. art. 37, §4º).
· AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
Os princípios de direito ambiental no Brasil não recebem da doutrina tratamento homogêneo, sob enfoques quantitativo, qualitativo e terminológico. (Juiz Federal Substituto, 5ª Região, 2006).
CONCEITO DE PRINCÍPIO
O princípio é um “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente para definir a lógica e racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e de lhe dá sentido harmônico."Celso Antonio Bandeira de Mello.
Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana - CF, art. 225, caput
· Princípio matriz
A dignidade da pessoa humana está ligada à qualidade do meio ambiente. 
Para o STJ - precede a todos os outros direitos.
· Princípio de equidade intergeracional
· Mínimo existencial ecológico ou ambiental ou socioambiental- condições mínimas de preservação dos recursos naturais para a sobrevivência de todas as espécies vivas (THOMÉ, 2017, p. 22)
· Novo direito fundamental - direito à vida.
Declaração de Estocolmo, 1972-Princípio 1
O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. 
A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas.
Princípio da obrigatoriedade de proteção ambiental - CF, art. 225, caput e § 1º
Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal ou natureza pública da proteção ambiental.
Imposição simultânea - dever de defender e preservar o meio ambiente:
· Poder público
· Coletividade
Poder de polícia ambiental:
· Fiscalização.
· aplicação das multas ambientais.
· incentivos fiscais (protetor-recebedor).
Intervenção estatal (poder de polícia ambiental, via de regra) - deveres de:
- Preservação e restauração ambientais (CF, art. 23);
- Preservação do patrimônio genético (Lei de Biossegurança e Convenção da Diversidade Biológica-ECO 92);
- Instituição de espaços territoriais especialmente protegidos (somente a lei da pessoa política competente: alteração e supressão- vedação ao retrocesso);
Intervenção estatal - deveres de:
- exigência do EPIA - significativa degradação do meio ambiente;
- controle da produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
- promoção da educação ambiental e conscientização pública;
- proteção da fauna e flora (ver, também, o § 7º)
Princípio da solidariedade ou 
equidade intergeracional
Pacto entre as gerações: CF, art. 225, caput
Declaração do Rio, Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras. 
Pacto entre as gerações.
Hans Jonas - ética do futuro (imperativo categórico).
Direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual - encargo irrenunciável.
Princípio do desenvolvimento sustentável
“O desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. 
Relatório Brundtland "Nosso Futuro Comum" - 1987 (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) .
Lei n. 6938/81 - a Política Nacional do Meio Ambiente visará: “à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”. 
CF, arts. 170, II, III e VI e 225, caput
Código Florestal, art. 73 -implementação de indicadores de sustentabilidade que deverão ser publicados semestralmente. 
Responsabilidade intergeracional (princípio ético) - desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de existência digna das gerações futuras.
Aplicação - recursos naturais:
Renováveis e não renováveis - uso racional e se possível, substituir por recurso renovável.
Declaração do Rio, Princípio 4
“Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste.”
Inconstitucional do ponto de vista da ordem econômica a atividade econômica que importe em desrespeito ao ambiente (Concurso - Delegado)
Equilíbrio:
STF, ADIn 3540 - [...]
 A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE.
- A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), [...]
A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA [...]
Moacir Gadotti: economicamente factível, ecologicamente apropriado,
socialmente justo e culturalmente equitativo e sem discriminação.
Questões sociais e ambientais devem ser inseridas no planejamento econômica.
A Organização das Nações Unidas promoveu, em setembro de 2000, a Assembleia do Milênio, a reunião de chefes de Estado e de governo de maior magnitude jamais realizada: 191 delegações estavam presentes, 147 delas lideradas por suas autoridades de mais alto escalão. O debate resultou na aprovação da Declaração do Milênio, que reconhece que o mundo já possui a tecnologia e o conhecimento para resolver a maioria dos problemas enfrentados pelos países pobres. Até então, no entanto, tais soluções não foram implementadas na escala necessária. O estabelecimento destes objetivos representa uma grande realização da comunidade internacional, visto que são mensuráveis e temporalmente delimitados.
Oito objetivos gerais foram identificados:
· Erradicar a extrema pobreza e a fome.
· Atingir o ensino básico universal.
· Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
· Reduzir a mortalidade infantil.
· Melhorar a saúde materna.
· Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças.
· Garantir a sustentabilidade ambiental.
· Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Princípio do poluidor-pagador
(ou responsabilidade)
Declaração, Rio - Princípio 16 
“As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.”
Conteúdo preventivo - inclui custos de prevenção, reparação e repressão do dano ambiental e utilização dos recursos naturais.
Não significa compensação dos danos causados
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, art. 4º, VII, primeira parte:
A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
“à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados [...]”.
“A orientação do princípio poluidor-pagador é pela internalização das externalidades ambientais negativas das atividades potencialmente poluidoras, buscando evitar a socialização dos ônus e a privatização dos bônus”. (Fundação Getulio Vargas).
Internalização - processos produtivos
Externalidades negativas - estão fora do processo produtivo.
“Perdas de bem-estar social podem ser geradas por externalidades ambientais negativas causadas por atividades econômicas, incluindo-se entre as formas de corrigir tais perdas a internalização dos custos da degradação nas estruturas de produção e consumo.” (CESPE - 2011 - MMA - Analista Ambiental).
Ao promover a internalização das externalidades ambientais negativas, o princípio do poluidor-pagador objetiva imputar ao poluidor – ou potencial poluidor – o custo social da poluição por ele gerada – ou que possa ser por ele gerada. Sempre que os custos sociais externos (de prevenção, reparação e/ou repressão) que acompanham os processos

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