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10-05-19-54-Material_Redacao_Juridica

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
CURSO DE REDAÇÃO JURÍDICA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
COMO ELABORAR O PARÁGRAFO 
JURÍDICO DE INTRODUÇÃO 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
 Introdução do parágrafo jurídico
A introdução estabelece as diretrizes do assunto que será
tratado na peça processual, facilitando a leitura do texto,
porque o leitor já tem em mente o que será desenvolvido no
texto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Conceito de parágrafo
O parágrafo é um conjunto de enunciados
articulados entre si de forma harmoniosa no qual se
desenvolvem uma ideia central a que se agregam outros
pensamentos secundários logicamente relacionados com
a ideia principal.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplo da ideia principal
O direito processual, em sua história lógica já referida,
assenta-se em três conceitos fundamentais que se
relacionam e interagem: a ação, a jurisdição e o processo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O tópico frasal é o eixo que norteia o desenvolvimento
do parágrafo, permitindo ao enunciador agregar novas ideias
àquela escrita inicialmente.
Exemplo:
É patente a ilegalidade passiva ad causam da
requerida para figurar no polo passivo da demanda.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Observemos como ocorre a formulação do tópico frasal na peça
processual:
Em ___/____/____, o autor conduzia seu veículo pela Rua
_________, na cidade de São Paulo, quando, por volta das ________
horas, o réu, que dirigia em alta velocidade o seu carro, colidiu com a
traseira do automóvel do autor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Nos dois primeiros exemplos, o tópico frasal do parágrafo
introdutório indicou de maneira sucinta a ideia principal. Depois da
apresentação da ideia-núcleo, passa-se ao desenvolvimento, ou seja, à
explanação dessa mesma ideia e à sua conclusão.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Empregamos duas técnicas diferentes para a
elaboração do parágrafo jurídico introdutório da
apresentação dos fatos jurídicos e do parágrafo jurídico.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplo de Exame de Ordem
Mario e Henrique celebraram contrato de compra e venda, tendo por objeto uma
máquina de cortar grama, ficando ajustado o preço de R$ 1.000,00 e definido o
foro da comarca da capital do Rio de Janeiro para dirimir quaisquer conflitos.
Ficou acordado, ainda, que o cheque nº 007, da Agência nº 507, do Banco X,
emitido por Mário para o pagamento da dívida, seria pós-datado para ser
depositado em 30 dias. Ocorre, porém, que, nesse ínterim, Mário ficou
desempregado. Decorrido o prazo convencionado, Henrique efetuou a
apresentação do cheque, que foi devolvido por insuficiência de fundos. Mesmo
após reapresentá-lo, o cheque não foi compensado pelo mesmo motivo,
acarretando a inclusão do nome de Mário nos cadastros de inadimplentes.
Passados dez meses, Mário conseguiu um novo emprego e, diante da inércia de
Henrique, que permanece de posse do cheque, em cobrar a dívida, procurou-o a
fim de quitar o débito. Entretanto, Henrique havia se mudado e Mário não
conseguiu informações sobre seu paradeiro, o que inviabilizou o contato pela via
postal.
Mário, querendo saldar a dívida e restabelecer seu crédito perante as
instituições financeiras procura um advogado para que sejam adotadas as
providências cabíveis.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Mario e Henrique celebraram contrato de compra e venda, tendo por
objeto uma máquina de cortar grama, ficando ajustado o preço de R$ 1.000,00 e
definido o foro da comarca da capital do Rio de Janeiro para dirimir quaisquer
conflitos.
Ficou acordado, ainda, que o cheque nº 007, da Agência nº 507, do
Banco X, emitido por Mário para o pagamento da dívida, seria pós-datado para
ser depositado em 30 dias. Ocorre, porém, que, nesse ínterim, Mário ficou
desempregado. Decorrido o prazo convencionado, Henrique efetuou a
apresentação do cheque, que foi devolvido por insuficiência de fundos. Mesmo
após reapresentá-lo, o cheque não foi compensado pelo mesmo motivo,
acarretando a inclusão do nome de Mário nos cadastros de inadimplentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O consignante celebrou contrato de compra e venda com o
consignado cujo objeto contratual incidiu sobre uma máquina de
cortar grama, ajustando-se o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Para
formalização do negócio, ficou ainda acordado entre os contraentes que
a forma de pagamento dar-se-ia por meio da emissão do cheque de n.
007, da Agência n. 507, do Banco X, emitido pelo consignante para
pagamento da dívida. Esse cheque era pós-datado para ser depositado
em 30 (trinta) dias.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Por que a ação de consignação em pagamento é o meio idôneo
para quitar o débito do devedor?
A ação de consignação é meio idôneo para quitar o débito
do consignante, porque tem previsão legal quando o credor estiver
em lugar incerto, conforme dispõe o art. 335, inc. III, do CC. Além
disso, a doutrina também explicita que esse instituto jurídico é meio
hábil para permitir ao devedor desonerar-se da obrigação assumida,
desvencilhando-se do credor. Sabe-se por fim que a jurisprudência
também caminha no sentido de permitir ao devedor exonerar-se da
obrigação, consignando o valor devido em juízo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ATENÇÃO:
Se fixarmos a ideia-núcleo logo de saída, o tópico
frasal garante a objetividade, a coerência e a unidade do
parágrafo, definindo-lhe o propósito e evitando digressões
impertinentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O parágrafo jurídico deve caminhar para frente. Veja
o exemplo de um parágrafo que não se pode copiar:
O direito de ação encontra-se protegido pela
Carta Maior. A Constituição Federal protege o direito de
ação dos brasileiros. Os brasileiros podem propor ações
judiciais, porque a Carta Magna autoriza o direito de ação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Como iniciar o tópico frasal
a) Explicação da ideia inicial
“Todo conhecimento jurídico necessita do conceito de direito. O
conceito é um esquema prévio, um ponto de vista anterior, munido do
qual o pensamento se dirige à realidade, desprezando seus vários
setores e somente fixando aquele que corresponde às linhas ideais
delineadas pelo conceito.”
Maria Helena Diniz.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) Definição
“Bem, em sentido filosófico, é tudo o que satisfaz uma
necessidade humana. Juridicamente falando, o conceito de coisas
corresponde ao de bens, mas nem sempre há perfeita sincronização
entre as duas expressões.”
Carlos Roberto Gonçalves
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) Definição
Sabe-se que o processo trabalhista divide-se em dois tipos
fundamentais não coincidentes em todos os seus aspectos e
diferentes nos seus fins, isto é, dissídios individuais e dissídios
coletivos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
d) Citação histórica
Após algumas tentativas frustradas de promover a revisão do
Código Civil, o Governo nomeou, em 1967, nova comissão de
juristas, sob a supervisão de Miguel Reale, convidando para integrá-
la: José Carlos Moreira Alves (Parte Geral), Agostinho Alvim (Direito
das Obrigações), Sylvio Marcondes (Direito de Empresa), Ebert
Vianna Chamoun (Direito das Coisas), Clóvis do Couto e Silva
(Direito de Família) e Torquato Castro (Direito das Sucessões).
Essa comissão...
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
DICAS PARA REDIGIR A IDEIA-NÚCLEO
1. Evite ambiguidade
A autoridade policial deu voz de prisão em flagrante
delito ao autuado em sua casa.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2. A ideia-núcleo não pode apresentar redundância.
O de cujus faleceu pobre, porque não deixou
fortuna.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3. A ideia-núcleo não pode apresentar contradição.
O apelante interpõe o recurso de apelação para
recorrer da brilhante sentença proferida por esse juízo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
4. Evite o emprego de gírias
Os meganhas detiveram os caras que caminhavam
em atitude suspeita, e confirmou-se que os elementos
estavam armados, no entanto, não tinham porte de arma,
por isso o cano foi apreendido e os elementos levados à
Delegacia.PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
5. Não inicie o tópico-frasal com dito popular
Ilustre magistrado, já dizia meu avó: dize-me com
quem andas, que eu te direi quem és.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
AMPLIANDO O TÓPICO FRASAL
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ocorre, porém, que, nesse ínterim, Mário ficou
desempregado. Decorrido o prazo convencionado,
Henrique efetuou a apresentação do cheque, que foi
devolvido por insuficiência de fundos. Mesmo após
reapresentá-lo, o cheque não foi compensado pelo mesmo
motivo, acarretando a inclusão do nome de Mário nos
cadastros de inadimplentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
No entanto, o consignante ficou desempregado e, decorrido o
prazo convencionado, o consignado efetuou a apresentação do cheque
o qual foi devolvido por insuficiências de fundo. Mesmo após
reapresentá-lo, o cheque não foi compensado pelo mesmo motivo, ou
seja, insuficiência de fundo, acarretando o nome do consignante nos
cadastros de inadimplentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O consignante celebrou contrato de compra e venda com o consignado
cujo objeto contratual incidiu sobre uma máquina de cortar grama, ajustando-se o
valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Para formalização do negócio, ficou ainda
acordado entre os contraentes que a forma de pagamento dar-se-ia por meio da
emissão do cheque de n. 007, da Agência n. 507, do Banco X, emitido pelo
consignante para pagamento da dívida. Esse cheque era pós-datado para ser
depositado em 30 (trinta) dias.
No entanto, o consignante ficou desempregado e, decorrido o prazo
convencionado, o consignado efetuou a apresentação do cheque o qual foi
devolvido por insuficiências de fundo. Mesmo após reapresentá-lo, o cheque não
foi compensado pelo mesmo motivo, ou seja, insuficiência de fundo. Além disso, o
nome do consignante foi inscrito nos cadastros de inadimplentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Passados dez meses, Mário conseguiu um novo emprego e, diante da
inércia de Henrique, que permanece de posse do cheque, em cobrar a dívida,
procurou-o a fim de quitar o débito. Entretanto, Henrique havia se mudado e
Mário não conseguiu informações sobre seu paradeiro, o que inviabilizou o
contato pela via postal.
Mário, querendo saldar a dívida e restabelecer seu crédito perante as
instituições financeiras procura um advogado para que sejam adotadas as
providências cabíveis.
Depois de dez meses, o consignante conseguiu um novo emprego e
deseja quita o débito, mas o consignado permanece inerte e, mesmo com a
posse do cheque, não demonstra interesse em cobrar a dívida. O consignante
não logrou êxito em localizar o paradeiro do consignado, e esse fato inviabilizou
não somente o contato pela via postal, mas também a quitação do débito. Mesmo
diante desses obstáculos que impedem o consignante de quitar seu débito, ele
quer cumprir com sua obrigação e, por isso, quer consignar a referida quantia,
devidamente atualizada, em juízo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O consignante celebrou contrato de compra e venda com o consignado
cujo objeto contratual incidiu sobre uma máquina de cortar grama, ajustando-se o
valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Para formalização do negócio, ficou ainda
acordado entre os contraentes que a forma de pagamento dar-se-ia por meio da
emissão do cheque de n. 007, da Agência n. 507, do Banco X, emitido pelo
consignante para pagamento da dívida. Esse cheque era pós-datado para ser
depositado em 30 (trinta) dias.
No entanto, o consignante ficou desempregado e, decorrido o prazo
convencionado, o consignado efetuou a apresentação do cheque o qual foi
devolvido por insuficiências de fundo. Mesmo após reapresentá-lo, o cheque não
foi compensado pelo mesmo motivo, ou seja, insuficiência de fundo. Além disso, o
nome do consignante foi inscrito nos cadastros de inadimplentes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Depois de dez meses, o consignante conseguiu um novo emprego e
deseja quita o débito, mas o consignado permanece inerte e, mesmo com a posse
do cheque, não demonstra interesse em cobrar a dívida. O consignante não
logrou êxito em localizar o paradeiro do consignado, e esse fato inviabilizou não
somente o contato pela via postal, mas também a quitação do débito. Mesmo
diante desses obstáculos que impedem o consignante de quitar seu débito, ele
quer cumprir com sua obrigação e, por isso, quer consignar a referida quantia,
devidamente atualizada, em juízo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Com o resultado dessa colisão, o veículo do
autor sofreu danos de grande monta na parte de trás.
Embora o acidente tenha causado danos ao carro do
autor, não houve vítimas, exigindo a preservação do
local. Por isso, aguardaram a chegada da viatura da
CET para formalizar a ocorrência do acidente
automobilístico.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
COMO DESENVOLVER O 
PARÁGRAFO JURÍDICO 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O parágrafo de desenvolvimento é a ampliação da
ideia apresentada no parágrafo de introdução.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O desenvolvimento é a parte do texto jurídico, no qual
as ideias, as doutrinas, as informações, as explicações, e as
teses argumentativas são apresentadas e explanadas de
forma organizada e muito bem articuladas. Aqui o
profissional do direito apresentará sua argumentação.
Relembrando: o processo argumentativo abrange três
elementos essenciais: citação da lei, indicação da
jurisprudência e nomeação da doutrina. Não
necessariamente nessa ordem, mas os três são
imprescindíveis no processo argumentativo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
No parágrafo de desenvolvimento, aprofundamos
nossos conhecimentos sobre o tema. Às vezes,
precisamos aumentar o número de parágrafos jurídicos
para ampliar nossos argumentos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Na narração jurídica, o desenvolvimento é o
progresso das ideias apresentadas na introdução. Trata-se
do mero relato. Este é a explicação inicial dos fatos
jurídicos sem a apresentação do conflito de interesse
(fundamento jurídico), isto é, o motivo que levou o autor a
propor a ação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O segundo parágrafo jurídico, ou seja, o parágrafo
jurídico de desenvolvimento precisa apresentar o conflito de
interesses. Com a apresentação dos fatos, espera-se que o
consignante tenha pagado o cheque. Esse conflito de
interesse pode ser apresentado por meio das conjunções
adversativas: mas, porém, entretanto, no entanto, todavia etc.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O conjunto probatório amealhado nos autos revelou de
forma incontestável que o apelante, após ingerir bebida
alcoólica, conduziu seu veículo pelo local dos fatos, vindo a
colidir com motocicleta estacionada, que por sua vez,
derrubou outras motocicletas, vindo a atingir a vítima Fulano
de Tal. (Introdução)
No presente caso, a embriaguez restou comprovada
pelo depoimento das testemunhas e pelo exame pericial,
indicando que estava acima do limite permitido, restando
presumida sua incapacidade para a condução de veículo
automotor, sendo desnecessária a comprovação de que o
estado psicomotor do apelante estivesse alterado através de
outros exames. (Desenvolvimento)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ademais, estando na condução de veículo automotor
com concentração de álcool por litro de sangue muito
superior ao limite estabelecido pela legislação em vigor, a
sua capacidade psicomotora ainda evidenciou-se
visivelmente alterada. (Desenvolvimento)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Malgrado o inconformismo do apelante, que insiste
no pedido de indenização de dano moral, não comporta a
pretendida reforma da r. sentença. Conforme relato da
inicial e pela prova documental constante dos autos,
verifica-se que o apelante, ao se preparar para abrir a
garrafa de refrigerante fabricado pela apelada, notou a
existência de corpo estranho no interior da garrafa, com
aparência de um plástico e, por isso, desistiu de consumir o
produto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Embora seja sabido que a responsabilidade do
fornecedor pelos danos causadosao consumidor
decorrentes de fato ou de vício nos produtos e serviços seja
objetiva e, portanto, independente de culpa (v. artigos 12 e
14 da Lei nº 8.078/90), o fato é que a simples aquisição de
produto alimentício contendo corpo estranho em seu interior,
sem que tenha havido a efetiva ingestão, não é circunstância
apta, por si só, a provocar dano moral indenizável.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Embora a repulsa sentida pelo autor, ao visualizar
no interior da garrafa o corpo estranho, ele manteve intacta
a garrafa, que foi periciada. Ora, não se vislumbra na
situação narrada nos autos elementos de convicção
capazes de justificar o reconhecimento do dano moral
indenizável reclamado pelo autor, mesmo porque não foi
demonstrada a real ofensa ao direito de personalidade. Na
verdade, a dinâmica dos fatos indica que o padecimento
do autor não passou da esfera do mero aborrecimento,
transtorno ou percalço do cotidiano.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplo a não ser seguido:
Trata-se, como se vê, de recurso de apelação interposto pela
Autora, em autos de ação de obrigação de fazer, julgado improcedente
na origem, em face do Estado de São Paulo, no qual, a autora
objetivava o fornecimento de medicamentos gratuitos, para a
manutenção de sua saúde e tratamento de moléstia.
Com efeito, o artigo 5º da Constituição Federal que trata dos
direitos individuais assegura aos cidadãos o direito à vida.
E como essa garantia fundamental não é um mero exercício de
retórica, impõe-se ao Estado o dever de garanti-la dentre outros
modos, assegurando o acesso à saúde pública.
Bem por isso, o artigo 196 da Constituição Federal reconhece
que a saúde é direito de todos e obrigação do Estado, que promoverá o
atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção,
preservação e recuperação de saúde.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Trata-se, como se vê, de recurso de apelação interposto pela autora,
em autos de ação de obrigação de fazer, julgado improcedente na origem, em
face do Estado de São Paulo, no qual, a autora objetivava o fornecimento de
medicamentos gratuitos, para a manutenção de sua saúde e tratamento de
moléstia.
Com efeito, o artigo 5º da Constituição Federal que trata dos direitos
individuais assegura aos cidadãos o direito à vida. E como essa garantia
fundamental não é um mero exercício de retórica, impõe-se ao Estado o dever
de garanti-la dentre outros modos, assegurando o acesso à saúde pública.
Bem por isso, o artigo 196 da Constituição Federal reconhece que a
saúde é direito de todos e obrigação do Estado, que promoverá o atendimento
integral do indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e recuperação de
saúde.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
COMO ELABORAR PARÁGRAFO DE 
CONCLUSÃO
46
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O parágrafo de conclusão é muito importante,
porque é o fechamento tanto da narração jurídica quanto
da dissertação jurídica da peça processual.
47
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Na primeira parte da peça processual, ou seja, a narração
jurídica, o fechamento é o encerramento dos fatos e fundamentos
jurídicos do pedido.
Na segunda parte, isto é, na dissertação jurídica, a conclusão
diz respeito ao encerramento das ideias articuladas anteriormente.
48
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A dissertação jurídica exige mais do profissional do
Direito no encerramento de sua tese, no entanto, a estrutura
redacional poderá auxiliá-lo na conclusão de suas ideias.
49
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Método dedutivo
A dedução consiste no encadeamento lógico de ideias que
partam de afirmações gerais e cheguem a uma conclusão particular.
Todo homem é mortal (premissa maior – afirmação generalista)
Sócrates é homem (premissa menor – desenvolvimento com
enfoque particular)
Logo, Sócrates é mortal (conclusão de cunho particular)
50
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ATENÇÃO
Toda gata mia.
Minha namorada é uma gata.
Logo, minha namorada mia.
51
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Método indutivo
A indução consiste no encadeamento lógico de um raciocínio
que parte de uma afirmação particular para chegar a uma conclusão
mais genérica.
52
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Estrutura Geral do Parágrafo de Conclusão
Deve-se estabelecer uma relação entre o
parágrafo de conclusão com os parágrafos de introdução
e desenvolvimento.
53
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Para encerrar o parágrafo de conclusão, podemos valer das seguintes
expressões:
• Em suma,
• Cabe concluir que
• Infere-se, por último, que
• Conforme foi explicitado acima
• Dado o exposto
54
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ao finalizar sua peça processual, ou seja, depois de redigi-la,
observe as seguintes considerações sobre seu texto jurídico:
a) Seja claro, objetivo, direto e conciso.
55
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) Não empregue frases longas nem curtas. Encontre o
parágrafo ideal (no máximo sete linhas).
56
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) Construa períodos sempre na ordem direta, seguindo a
estrutura do parágrafo jurídico padrão (introdução –
desenvolvimento – conclusão)
57
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
d) Dispense detalhes irrelevantes no seu texto jurídico. As
provas e o conhecimento técnico-jurídico da matéria
convencem o juiz sobre seu ponto de vista e não “apelos
sentimentais”.
58
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
e) Evite empregar formas e frases desgastadas na
linguagem forense. Seja criativo e original.
59
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
f) Fuja do rebuscamento e pedantismos vocabulares. O que
importa é ser compreendido.
60
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
g) Escolhas as palavras adequadas para expressar suas
ideias. Cuidado com palavras que não expressam
exatamente aquilo que estamos pensando.
61
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
h) Cuidado ao redigir o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido. Estamos familiarizados com o caso, mas o mesmo
não acontece com o juiz de direito. Temos de narrar os
acontecimentos sem ser prolixo e sem deixar de tratar de
todos os pontos relevantes na ação judicial.
62
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
i) Mantenha um raciocínio lógico. Faça o texto “andar
para frente”. Não retome questões que já foram
mencionadas anteriormente, exceto se for para reforçar a
argumentação jurídica. Cuidado com a repetição
excessiva.
63
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Evite na sua peça processual:
a) Obscuridade
Tentar atribuir responsabilidade civil a um
cidadão, é a mesma coisa do que encontrar uma ideia
vertida em expressões dos filósofos antigos mais
claras, expressivas e cristalina.
64
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) Pleonasmo
Há muito tempo atrás o autor já havia registrado
os fatos na Delegacia de Polícia.
65
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) Cacofonia
As afirmações do réu, como as concebo, são
inverdades descabidas sobre o fatos narrados na
contestação.
66
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
d) Eco
A decisão dos jurados não causou comoção na
população. Na verdade, houve muita indignação.
67
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Como Organizar as Ideias para Redigir Peças 
Processuais
1. Devemos dominar o assunto sobre o qual vamos tratar
2. Refletir sobre o assunto e traçar um plano redacional
antes de elaborar a peça processual
68
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3. Devemos redigir as ideias, conforme elas vão surgindo.
4. Após relacionar as ideias, devemos organizá-las de
forma sequencial para desenvolvê-las amplamente,
transformando-as em assuntos para a introdução,
desenvolvimento e conclusão.
69
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ESTILÍSTICA JURÍDICA
70
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Temos um estilo próprio de escrita jurídica que
é construída a partir da leitura e da prática.
71
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1.O que é a estilística jurídica?
É a arte de escrever um texto jurídico de
forma elegante.
72
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Você pensa ao selecionar as palavras para
construir seu texto jurídico ou deixa ser levado
pelas palavras, conforme vão surgindo na sua
mente?
73
PROF.JOSEVAL MARTINS VIANA
Escrever de forma escorreita e elegante não
é produzir um texto rebuscado.
74
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Vejamos este exemplo dado pelo Desembargador Rodrigo Collaço,
quando defendia a simplificação da linguagem jurídica:
“O vetusto vernáculo manejado no âmbito dos excelsos pretórios,
inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as súplicas do petitório,
não repercute na cognoscência dos frequentadores do átrio forense. Ad
excepcionem o instrumento do remédio heroico e o jus laboralis, onde o
jus postulandi sobeja em beneplácito do paciente (impetrante) e do
obreiro. Hodiernamente, no mesmo diapasão, elencam-se os
empreendimentos in judicium specialis, curiosamente primando pelo
rebuscamento, ao revés do perseguido em sua prima gênese”.
75
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Aprender a escrever com estilo é aprender a
pensar.
76
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Você sabia que um dos processos mais
comuns e mais eficazes para dar relevo às ideias
é a colocação das palavras na frase?
77
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ordem direta:
O apelante protocolou o recurso de
apelação no prazo legal.
78
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O recurso de apelação, o advogado
protocolou-o no fórum cível.
79
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
No fórum cível, o apelante protocolou o
recurso de apelação no prazo legal.
80
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
No prazo legal, o apelante protocolou o
recurso de apelação.
81
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Inadequação estilística
O autor firmou com o réu contrato de locação
por escrito, pelo prazo determinado de 48 meses, tendo
como objeto o aluguel do imóvel residencial situado na
Rua ___________, na cidade de São Paulo.
82
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Adequação
O locador firmou com a locatária contrato de
locação por escrito pelo prazo determinado de 48 meses,
tendo como objeto o aluguel do imóvel residencial situado
na Rua ___________, na cidade de São Paulo.
83
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O contrato de locação, firmou-o o locador com a
locatária pelo prazo determinado de 48 meses (...)
84
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Inadequação
O locatário vem cumprindo todas as obrigações
pactuadas, inclusive com o pagamento mensal dos
aluguéis, que monta atualmente em R$ 4.000,00 (quatro mil
reais).
85
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O locador firmou com o locatário contrato de locação por
escrito pelo prazo determinado de 48 meses, tendo como objeto o
aluguel do imóvel residencial situado na Rua _________________, na
cidade de São Paulo.
O locatário está cumprindo todas as obrigações pactuadas,
inclusive com o pagamento mensal dos aluguéis cujo valor atual é de
R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
O valor mensal do aluguel pago atualmente, conforme recibo
em anexo, excede aquele praticado pelo mercado imobiliário.
86
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O locador firmou com o locatário contrato de locação por escrito pelo
prazo determinado de 48 meses, tendo como objeto o aluguel do imóvel
residencial situado na Rua _________________, na cidade de São Paulo.
Está o locatário cumprindo todas as obrigações pactuadas, inclusive
com o pagamento mensal dos aluguéis cujo valor atual é de R$ 4.000,00
(quatro mil reais).
Conforme recibo em anexo, o valor mensal do aluguel pago
atualmente, conforme recibo em anexo, excede aquele praticado pelo mercado
imobiliário.
87
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O locador firmou com o locatário contrato de locação por
escrito pelo prazo determinado de 48 meses, tendo como objeto o
aluguel do imóvel residencial situado na Rua _________________, na
cidade de São Paulo. Está o locatário cumprindo todas as obrigações
pactuadas, inclusive com o pagamento mensal dos aluguéis cujo valor
atual é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Conforme recibo em anexo,
o valor mensal do aluguel pago atualmente, excede aquele praticado
pelo mercado imobiliário.
88
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
a) O advogado, antes do jantar, costuma ler o Código Civil.
b) Antes do jantar, o advogado costuma ler o Código Civil.
c) O advogado costuma ler o Código Civil antes do jantar.
d) Costuma ler o advogado, antes do jantar, o Código Civil.
e) Costuma o advogado, antes de jantar, ler o Código Civil.
f) O advogado, antes do jantar, costuma ler o Código
Civil.
89
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O estilo da escrita vai se aperfeiçoando com a
nossa experiência, quando damos devida atenção
aos textos jurídicos produzidos diariamente.
90
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O “copiar” e o “colar” empobrecem nossa
escrita, porque não exercitamos nossa criatividade
redacional. Apenas reproduzimos aquilo que
“copiamos” e “colamos”.
91
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
REGRAS DA COERÊNCIA 
JURÍDICA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A coerência garante a inteligibilidade das
ideias inseridas no texto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
a) Coerência sintática
Está relacionada com a estrutura linguística das orações,
como ordem na construção, seleção lexical etc.
Eliminamos estruturas ambíguas e o uso inadequado dos
conectivos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplos:
A autora alegou que houve inobservância do art. 393
do CC, posto que houve caso fortuito e de força maior,
causa excludente da responsabilidade civil.
Posto que = embora, ainda que, por muito que, mesmo
que, se bem que, conquanto, apesar de que etc.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ainda que tivesse dinheiro, não compraria aquele
imóvel.
Embora tivesse dinheiro, não compraria aquele
imóvel.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
b) Coerência semântica
Devemos conhecer o significado correto das palavras
a fim de aplicá-las corretamente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Aquisição de lote de terreno, pelo autor, através de
cessão de direitos e obrigações, sendo os réus os
proprietários do bem.
Através de = de um lugar para o outro, cruzar, transpor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Aquisição de lote de terreno, pelo autor, por meio de
(pela) cessão de direitos e obrigações, sendo os réus os
proprietários do bem.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
c) Coerência temática
Todos os enunciados do texto precisam ter lógica
entre eles e devem ser relevantes para o tema. Devemos
evitar termos irrelevantes, impedindo assim o
comprometimento da coerência temática.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O reclamante propõe reclamação trabalhista em face
da reclamada a fim de obter o pagamento das horas
extraordinárias do período de ___/___/___ a ___/___/___.
Convém salientar que se trata de uma empresa idônea e que
cumpre com as obrigações trabalhistas. No entanto, não se
sabe o porquê, a reclamada não pagou ao reclamante as
horas extras do período supramencionado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
d) Coerência narrativa
A coerência narrativa apresenta os fatos de forma
cronológica, linear e progressiva.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O réu chegou à casa de seus pais no dia 15 de março
do corrente ano, por volta das 24h. Ao aproximar da
residência deles, o réu foi levado à Delegacia de Polícia. Ele
não cometeu crime algum.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Percebemos que a construção do texto jurídico
exige duas preocupações: a produção de frases e a
organização delas em um todo significativo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Temos então:
a) Regras para a construção das frases.
b) Regras para relacionar essas frases, construindo um
texto jurídico coeso e coerente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Ao escrever a primeira frase, o enunciador situa-se
num determinado contexto. Sua preocupação é iniciar a
abordagem do tema. Ao escrever a segunda frase, tem em
mente o desenvolvimento da ideia inicial, construindo
processos de coesão e coerência a fim de manter a ligação
entre a exposição de suas ideias.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A atribuição de textualidade a uma sequência de
enunciados começa a se operar a partir do momento em
que as frases (produção do escritor no primeiro patamar)
passam a ser relacionadas entre si de forma harmoniosa.O que chega ao leitor, no final, é o texto acabado, como
sistema de sequência de frases articuladas entre si,
transformando o texto jurídico em um todo significativo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A textualidade é obtida por meio de mecanismos de
coesão e coerência textuais; os primeiros atuando no
microtexto, isto é, na conexão frase a frase, e os
segundos, no macrotexto, isto é, nas conexões conceituais
necessárias para o estabelecimento global do texto.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Há estudar, e estudar. Há trabalhar, e trabalhar. Desde que o
mundo é mundo, se vem dizendo que o homem nasce para o trabalho:
“Homo nascitur ad laborem.”** Mas o trabalhar é como o semear, onde
tudo vai muito das sazões, dos dias e das horas. O cérebro, cansado e
seco do laborar diurno, não acolhe bem a semente: não a recebe fresco
e de bom grado, como a terra orvalhada. Nem a colheita acode tão
suave às mãos do lavrador, quando o torrão já lhe não está sorrindo
entre o sereno da noite e os alvores do dia. (Rui Barbosa, Oração aos
Moço)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O artigo 6º, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor preleciona
que “São direitos básicos do consumidor: III – a informação adequada e clara
sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem”. Há vários conceitos importantes
que podem ser extraídos desse artigo, contudo o objetivo aqui estabelecido é
estudar os princípios da informação e da transparência na relação entre o
consumidor e o prestador de serviços. Esses princípios incidem sobre o
seguinte fragmento do artigo: “informação adequada e clara sobre os diferentes
serviços”.
Entende-se por princípio da informação ou da transparência...
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Há estudar, e estudar. Há trabalhar, e trabalhar. Desde que o
mundo é mundo, se vem dizendo que o homem nasce para o trabalho:
“Homo nascitur ad laborem.”** Mas o trabalhar é como o semear, onde
tudo vai muito das sazões, dos dias e das horas. O cérebro, cansado e
seco do laborar diurno, não acolhe bem a semente: não a recebe fresco
e de bom grado, como a terra orvalhada. Nem a colheita acode tão
suave às mãos do lavrador, quando o torrão já lhe não está sorrindo
entre o sereno da noite e os alvores do dia. (Rui Barbosa, Oração aos
Moço)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
COESÃO TEXTUAL 
O texto não é simplesmente uma sequência 
de frases isoladas, mas unidade significativa 
que deve ser ligada de forma harmoniosa. 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
 1. CONCEITO
A coesão textual é a ligação harmoniosa estabelecida
entre as palavras e as orações.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Consoante se depreende do auto de penhora em anexo,
houve a constrição do veículo “sub judice”. Contudo, nos
termos do documento anexo, percebe-se claramente que
esse bem não é de propriedade do executado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A autora adquiriu um carro na concessionária da ré,
e esta alegou que o veículo era zero quilômetro, no
entanto, nota-se que o automóvel apresenta sinais usado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Trata-se de sentença que, em ação de cobrança
c/c indenização por danos morais, julgou a demanda
improcedente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Elementos anafóricos:
Os elementos anafóricos recuperam, por meio de uma
palavra ou expressão gramatical, ideias expressas
anteriormente:
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A r. sentença julgou improcedente o pedido de
indenização por danos morais formulado pela autora. Esta,
em suas razões, pleiteia a reforma do “decisum”.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2. Elementos catafóricos:
Os elementos catafóricos anunciam as ideias que serão desenvolvidas no
parágrafo:
De todo o universo de peças processuais que existe no processo
penal, as suas estruturas podem ser resumidas em três: petição inicial,
manifestação nos autos e recurso arrazoados.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3. Elipse:
Elipse é a omissão de um termo ou de uma palavra facilmente
subentendida na oração.
A reclamada, conhecedora da intenção do reclamante, antes mesmo
de [ele] propor a reclamação trabalhista, convocou-o para uma reunião,
realizada na presença de outros empregados. Nessa reunião, o
reclamante ratificou sua intenção de buscar amparo no Judiciário
Trabalhista, visto que [ele] se sentia preterido e injustiçado, uma vez que
[ele] sempre cumpriu suas funções com o mesmo ânimo que os demais
obreiros.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
4. Palavras ou expressões sinônimas:
Para não repetir as palavras, o advogado pode substituí-las por
sinônimos ou palavras que remetem àquele significado:
Trata-se de tempestiva apelação, isenta de preparo, interposta contra
sentença proferida em autos de busca e apreensão de veículo alienado
fiduciariamente, que julgou procedente o pedido e consolidou em favor da
fiduciária a posse e o domínio do bem apreendido.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
5. Elementos de conexão:
Os elementos de conexão são as conjunções, os pronomes relativos
e as preposições. Os pronomes relativos funcionam como elementos de
coesão das orações, e as preposições ligam as palavras entre si.
Artigo 405 do Código de Processo Civil
O documento público faz prova não só da sua formação, mas
também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o
servidor declarar que ocorreram em sua presença.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista
boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida.
Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que houvesse jogado a
vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um
desconhecido.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A ordem direta também nos auxilia na construção da frase coesa:
Busca o autor o judiciário pleiteando recebimento dos valores
referentes à utilização dos serviços hoteleiros
Prefira
O autor pleiteia ao Judiciário o recebimento de valores pela
utilização dos serviços hoteleiros que não foram efetivamente
prestados.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Para mantermos a coesão textual é importante:
•Planejamento
•Elaboração
•Reelaboração
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
É incontroverso que a autora, em 04/09/2013, recebeu
atendimento médico por prepostos da ré, permanecendo internada no
nosocômio até o dia 10/09/2013, quando recebeu alta com anotação
em seu prontuário de que sofreu “aborto espontâneo, completo ou não
especificado, sem complicações” (fls.32), e que em 20/09/2013, após
apresentar hemorragia e dor abdominal, foi socorrida pelo SAMU
(fls.34), encaminhada ao Hospital São José, e posteriormente
transferida para as dependências da ré, onde foi constatada a
existência de um feto nas trompas de falópio, bem como a necessidade
de cirurgia urgente, a qual foi realizada no mesmo dia (fls.45).
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O autor internou-se no hospital do réu, porque foi acometido
de um forte resfriado. Ao ser atendido no hospital, notou que a
anamnese realizada pelo médico não abrangeu todos os elementos
necessários para o correto diagnóstico da doença do autor, uma vez
que a consulta durou pouco mais de dois minutos. O facultativo não
solicitou exames laboratoriais necessários para a identificação da
enfermidade do autor nem colocou-o em observação.
Esse fato dá conta de que o médico foi negligente...
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O artigo 319 do Código de Processo Civil apresenta
os requisitos essenciais da petição inicial. Todos os
requisitos são relevantes, entretanto, destacam-se entre
eles o fato e os fundamentos jurídicos do pedido. O fato
jurídico é um acontecimento natural ou humano, suscetível
de produzir efeitos jurídicos. Por sua vez, o fundamento
jurídico é o motivo que justifica a existência da ação,
baseado nos princípios de ordem jurídica.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Podemos também empregar a coesão textual nestetipo de texto jurídico:
Vejamos o exemplo que segue
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Apelação Cível n. 1027161-81.2015.8.26.0053 - Tribunal de
Justiça de São Paulo
Trata-se, como se vê, de recurso de apelação
interposto pela Autora, em autos de ação de obrigação de
fazer, julgado improcedente na origem, em face do Estado
de São Paulo, no qual, a autora objetivava o fornecimento
de medicamentos gratuitos, para manutenção de saúde e
tratamento de moléstia.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O recurso merece provimento. Com efeito, o artigo
5º da Constituição Federal que trata dos direitos
individuais, assegura aos cidadãos o direito à vida.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
E como essa garantia fundamental não é um mero
exercício de retórica, impõe-se ao Estado o dever de
garanti-la dentre outros modos, assegurando o acesso à
saúde pública.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Bem por isso, o artigo 196 da Constituição Federal
reconhece que a saúde é direito de todos e obrigação do
Estado, que promoverá o atendimento integral do indivíduo,
abrangendo a promoção, preservação e recuperação de sua
saúde.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Coesão referencial
A coesão referencial é um processo de escrita
pela qual retomamos ou antecipamos um elemento
gramatical ou uma ideia no texto, instalando uma cadeia
de referenciação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Extrai-se dos autos que a filha dos autores, em 25/04/2009,
encontrava-se em estado febril e foi levada por seus genitores ao
Hospital Alpha Med onde foi diagnosticado dor de ouvido. Os autores,
buscando uma segunda opinião, a levaram [levaram-na] ao Hospital
Hospitalis, onde, após a realização de exames (fls.31/33), [ela] foi
diagnosticada com “ITU” (infecção do trato urinário fls.35), sendo tratada
com medicação para infecção urinária, com alta médica em 25/04/2009.
Em 28/04/2009, a criança foi levada novamente ao Hospital Alpha Med,
falecendo em 29/04/2009, em virtude de meningite, doença que não foi
tratada. Apelação nº 0003157-42.2010.8.26.0127 - Voto nº 2.534 3 –
Tribunal de Justiça de São Paulo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Inadequação redacional
A autora, ora apelante, afirmou no recurso de
apelação que (...)
A apelante afirmou no recurso de apelação que (...)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2.2. Coesão referencial pronominal
Coesão referencial textual é a articulação
estabelecida no texto por meio de pronomes.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
De forma clara e segura, o policial militar relatou
que ele e seu colega de farda estavam em patrulhamento
de rotina quando avistaram o acusado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3. Classificação da coesão referencial pronominal
3.1. Referência exofórica
O pronome exofórico (dêitico) indica algo externo do
texto que é compreendido quando se compartilha
determinado conhecimento com o leitor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplo:
Esta cidade necessita de sanções penais mais
eficazes, como aquelas que foram tomadas no mês
passado.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A coesão referencial pode ser aquela indicada por
palavras que já são do conhecimento do interlocutor, não
necessitando, portanto, de conceituação.
Vejamos o exemplo que segue:
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Trata-se de agravo de instrumento, que objetiva a reforma da
r. decisão de fls. 48/49, proferida pelo MM. Juiz de Direito, em ação de
busca e apreensão, que deferiu a liminar [de busca e apreensão] do
bem alienado fiduciariamente, ordenando a citação do réu para o
pagamento da integralidade da dívida, no prazo de 05 dias contados do
cumprimento da liminar e, no caso do não pagamento, ficam
consolidadas, a favor do autor, a posse e a propriedade plena do bem.
O texto pode ser melhorado por meio da coesão referencial
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Atenção:
Na coesão referencial exofórica pode ser
estabelecida por pronomes de primeira e segunda
pessoa. No entanto, nas peças processuais, os pronomes
devem se referir à terceira pessoa do singular ou do plural
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Exemplos:
Como nós sabemos Como se sabe
Como verificamos Como se verifica
Senão, vejamos Veja-se que
Observamos que Observe-se que
Defendemos que Defende-se que
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O adjunto adverbial de tempo é um elemento de coesão
referencial, mas pode trazer uma difícil interpretação no texto:
Hoje é amasiado, mesmo estando na prisão. Tem um
filho de onze meses. Nunca foi processado por outro crime.
Hoje significa no dia em que estamos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3.2. Referência endofórica anafórica
A referência anafórica é aquela em que um elemento gramatical
retoma outro termo anterior explícito no texto.
Houve outros boatos de sua sogra de que seu primeiro filho não
seria em verdade seu, mas de um colega de trabalho da vítima, antes de
se casarem, mas não acreditou nisso
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
a) Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial:
b) Tal testemunha e o próprio réu mencionaram a circunstância
de este ser nervoso. Esse traço de sua personalidade foi verificado
no caso concreto, em que reagiu à abordagem policial.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3.3. Referência endofórica catafórica
O termo referente está após o termo que o substitui.
O Juízo a quo julgou improcedente o pedido de indenização
por danos materiais e morais, estes porque o mero descumprimento
contratual, por si só, não é suficiente para ensejar prejuízo
psicológico, mas simples aborrecimento, não tendo os autores
descrito nenhum fato que pudesse caracterizar o dano moral.
Aqueles porque os danos materiais foram abordados vagamente na
exordial e porque não houve pedido na petição inicial.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Isto espantou a população brasileira: que a justiça
não tenha condenado o criminoso no artigo 121 do Código
Penal.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3.4. Coesão referencial por elipse
Eliminação de um termo facilmente identificável na
oração:
O autor propôs ação indenização por dano moral,
porque [ele] foi vítima de erro médico, conforme demonstra
o laudo pericial em anexo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3.5. Coesão referencial lexical
A coesão referencial lexical é estabelecida por meio
da correspondência de sentido que alguns termos possuem
no contexto em que estão inseridos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Narra o autor na inicial, correntista do banco réu,
que [ele] teve extraviado um talonário de cheques que lhe
foi enviado pelo correio, sendo os títulos preenchidos e
utilizados por terceiro fraudador, razão pela qual
[ele]solicitou ao requerido a microfilmagem e a sustação
das folhas de cheque. Diante do ocorrido, [ele] teve seu
nome negativado e [ele] sofreu protesto das cártulas, o
que lhe ocasionou danos morais.

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