Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro/RJ - CEP 22251-080 Tel: (21) 2537-8100 Fax: (21) 2537-8188 Portal: http://www.sba.com.br E-Mail: sba2000@openlink.com.br Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira TTÍÍTTUULLOO SSUUPPEERRIIOORR EEMM AANNEESSTTEESSIIOOLLOOGGIIAA PPRROOVVAA EESSCCRRIITTAA -- 22000099 CCAADDEERRNNOO DDEE QQUUEESSTTÕÕEESS PPRROOVVAA AAMMAARREELLAA COMISSÃO EXAMINADORA - MARCOS GUILHERME CUNHA CRUVINEL - GLÓRIA MARIA BRAGA POTÉRIO - ANTÔNIO FERNANDO CARNEIRO - MARCOS ANTÔNIO COSTA DE ALBUQUERQUE - LIGIA ANDRADE DA SILVA TELLES MATHIAS - RONALDO CONTREIRAS DE OLIVEIRA VINAGRE CE.TSA AMARELA 1 QUESTÕES DO TIPO S de 01 a 87 INSTRUÇÕES: Cada questão tem cinco opções (A, B, C, D e E). Marque no cartão de respostas, a alternativa correta. 1- Um cilindro com volume interno de 50 litros registra no manômetro pressão de 100 atm. O volume de gás liberado para a atmosfera, em litros, será: A) 50 B) 100 C) 150 D) 4000 E) 4950 Resposta: E Comentário: Numa mistura de gases, a pressão exercida por cada gás é a mesma que ele exerceria se ocupasse sozinho o recipiente da mistura, portanto, a pressão de cada gás será proporcional à sua concentração na mistura (lei de Dalton). A soma das pressões parciais será igual à pressão total. Se estivermos utilizando um cilindro cujo volume interno é de 50 litros e, no manômetro, a pressão registrada for 100 atm, o volume de gás liberado para a atmosfera será de 5.000 litros, pois: 100atm x 50litros = 1 atm x Volume final. Portanto, o volume final é 5.000 litros (Lei de Boyle: P1.V1 = P2.V2). Entretanto, quando a pressão no interior do cilindro se iguala à pressão atmosférica, o volume de gás resultante no mesmo não pode ser liberado. Para um cilindro de 50 litros, terão que ser descontados, no cálculo final, 50 litros do gás que não serão disponíveis para utilização. Assim, o volume de gás liberado é de 4950 litros. Referências: Ebert TJ – Inhalation Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;384-420 Torres MLA, Carlos RV – Princípios Físicos, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a. Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;129-135 2- Na utilização de bisturi elétrico em paciente com marca-passo, recomenda-se utilizar: A) alta potência B) monopolar, quando possível C) marca-passo de frequência fixa (não competitivos), pois o risco de interferência eletromagnética é menor que nos competitivos D) obrigatoriamente monitorização da pressão arterial invasiva E) marca-passo de frequência fixa (não competitivos), pois o risco de interferência eletromagnética é maior que nos competitivos Resposta: C Comentário: Os marca-passos mais modernos possuem blindagem suficiente para bloquear a interferência eletromagnética gerada pelo bisturi elétrico. Se o marca-passo for de frequência fixa (não competitivo), o risco de interferência eletromagnética será menor que nos competitivos. Alguns cuidados devem ser observados: usar o bisturi elétrico bipolar, monitorar o ritmo cardíaco (espícula do marca-passo) e sons cardíacos, utilizar o bisturi elétrico com baixas potências, verificar a última avaliação do marca-passo. Referências: Torres MLA, Carlos RV – Instalação e Equipamentos Elétricos: Princípios de Funcionamento e Cuidados de Utilização, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;145-162 Zaindan JR, Barash PG – Eletrocardiography, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1539-1549 CE.TSA AMARELA 2 3- A alteração eletrocardiográfica é decorrente de: A) hiponatremia B) hipernatremia C) hiperpotassemia D) hipopotassemia E) hipocalcemia Resposta: C Comentário: As manifestações mais letais da hiperpotassemia envolvem o sistema de condução cardíaco e incluem arritmias, anormalidades da condução e parada cardíaca. No aumento da concentração de potássio, o eletrocardiograma apresenta ondas T altas, espiculadas, especialmente nas derivações precordiais. Com aumentos adicionais, o intervalo PR torna-se prolongado, seguido por diminuição na amplitude da onda P. Finalmente, o complexo QRS alarga-se para um padrão que se assemelha a uma onda sinoidal. Referências: Prough DS, Wolf SW, Funston JS et al. – Acid-Base, Fluids and Electrolytes, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;175-207 Martins VF, Zuccoloto EB – Equilíbrio Hidroeletrolítico, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 907-919 4 – O anticoagulante com ação inibitória indireta da trombina é: A) heparina de baixo peso molecular B) tenopiridina C) aspirina D) proteína C ativada E) ximelagatran Resposta: A Comentário: Os anticoagulantes são fármacos que atrasam ou impedem a coagulação do sangue por ação direta ou indireta sobre o sistema da coagulação. Não possuem efeito sobre o trombo já formado, não interferem com a adesividade ou com a agregação plaquetária e, também, não atuam sobre a fibrinólise. Os principais anticoagulantes inibitórios indiretos da trombina são: heparina de baixo peso molecular, heparina não fracionada e os pentassacarídeos. A aspirina e as tenopiridinas (triclopidina, clopidogrel) apresentam ação de antiagregantes plaquetários. A proteína C tem ação inibitória dos fatores Va e VIIIa e o ximelagatran, hirudin e o argatroban são inibidores diretos da trombina. Referências: Lobo FRM – Coagulação e Coagulopatias, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;933-940 Drummond JC, Petrovitch CT – Hemotherapy and Hemostasis, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;208-244 CE.TSA AMARELA 3 5 – Qual é a indicação relativa de ventilação monopulmonar? A) Hemorragia maciça B) Fístula broncopleurocutânea de alto débito C) Cistos ou bolhas unilaterais D) Embolectomias E) Infecção (abcesso) Resposta: D Comentário: A separação dos pulmões, para evitar a contaminação de pus ou sangue de uma fonte infectada ou sangrante, constitui uma indicação absoluta para a ventilação monopulmonar. Fístulas broncopleurocutâneas de alto débito e broncopleurais representam caminhos de baixa resistência para o volume corrente fornecido pela ventilação com pressão positiva e impedem ventilação alveolar adequada. Os cistos ou bolhas unilaterais podem romper sob ventilação mecânica, sendo indicação absoluta de ventilação monopulmonar. São indicações relativas: aneurisma aórtico-torácico, lobectomia superior, pneumectomia, cirurgia de esôfago, lobectomia inferior, segmentectomia , toracoscopia sob anestesia geral e embolectomias. Referências: Eisenkraft JB, Neustein SM, Cohen E – Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK– Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;813-855 Ferez D – Anestesia para Broncoscopia e Cirurgia Torácica em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a. Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1503-1525 6- Paciente, consciente, dá entrada no pronto-socorro, orientado, com história de traumatismo torácico. Radiografia de tórax apresenta fratura de três arcos costais à esquerda e pequeno pneumotórax ipsilateral. Lavagem peritoneal é positiva para sangue. Foi indicada laparotomia em outra unidade hospitalar. Para transferência, é necessário: A) passagem de sonda nasogástrica B) intubação endotraquealC) realização de analgesia peridural continua D) drenagem do hemitórax esquerdo E) punção do tórax Resposta: D Comentário: A drenagem do tórax está indicada antes de qualquer transferência, em caso de pneumotórax. A realização desse procedimento durante o transporte é tecnicamente muito complicada, o que põe a vida do paciente em risco. Referências: Caruy CAA, Teixeira AB – Anestesia na Urgência, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a. Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1683-1689 Morgan Jr, Mikhail MS, Murray MJ – Anesthesia for the Trauma Patient, em: Morgan J, Mikhail MS, Murray MJ – Clinical Anesthesiology, 4th Ed, New York, Lange/McGraw-Hill, 2006;861-873 CE.TSA AMARELA 4 7 – A conduta inicial, no paciente com traumatismo cranioencefálico é: A) verificação do estado neurológico por meio da escala de Glasgow B) liberação das vias aéreas C) contenção da hemorragia intracerebral D) realização de radiografia de tórax E) correção da volemia Resposta: B Comentário: Independente do mecanismo do trauma, da gravidade das lesões apresentadas e do estado clínico, a verificação da perviabilidade da via aérea e a estabilização da coluna cervical são prioridades. Referências: Capan LM, Millet SM – Trauma and Burns, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1262-1293 Morgan Jr, Mikhail MS, Murray MJ – Ansthesia for the Trauma Patient, em: Morgan J, Mikhail MS, Murray MJ – Clinical Anesthesiology, 4th Ed, New York, Lange/McGraw-Hill, 2006;861- 873 8 – Dentre as opções abaixo, é indicação de intubação retrógada (IR): A) obesidade B) situações eletivas onde a via aérea difícil tenha sido antecipada C) tumor de laringe D) deformidades anatômicas da via aérea E) situação “não intubo, não ventilo” Resposta: B Comentário: A IR é uma técnica indicada para as situações eletivas onde uma via aérea difícil tenha sido antecipada. Também é uma das opções nos casos de impossibilidade de intubação após indução da anestesia, quando a ventilação com máscara facial é ainda possível. São contraindicações: obesidade, tumores de laringe, coagulopatias, situação “não intubo, não ventilo”, abscesso pré-traqueal e deformidades anatômicas da via aérea. Referências: Melhado VB, Fortuna AO – Via Aérea Difícil - Curso de Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA,v.2,Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade Ltda, 2004;15-107 Rosenblatt WH – Airway Management, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 595-642 CE.TSA AMARELA 5 9 – Dentre os benzodiazepínicos abaixo, qual(is) que, conjugado(s) com o ácido glucurônico, formam metabólitos farmacologicamente inativos excretados pelos rins? A) Lorazepam B) Lorazepam e diazepam C) Lorazepam e midazolam D) Diazepam E) Midazolam Resposta: A Comentário: O lorazepam é conjugado com o ácido glucurônico no fígado, resultando metabólitos farmacologicamente inativos que são excretados no rim. Os metabólitos do diazepam (oxazepam e desmetildiazepam) e do midazolam (1-hidroximidazolam) são farmacologicamente ativos. Referências: Stoelting RK, Hillier SC - Benzodiazepines, em: Stoelting RK, Hillier SC, Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice, 4th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 141-154 White PF, Romero G – Nonopioid Intravenous Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 334-352 10 – A propriedade farmacocinética do alfentanil responsável pelo rápido equilíbrio com o sítio efetor, é: A) baixa ligação proteica B) baixa lipossolubilidade C) baixo volume de distribuição D) alta taxa de eliminação E) baixo pK Resposta: E Comentário: O equilíbrio rápido com o sítio efetor apresentado pelo alfentanil é resultado do seu baixo pK. Como consequência, cerca de 90% deste fármaco encontra-se sob a forma não ionizada no pH fisiológico. Esta é a forma que atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente. Referências: Stoelting RK, Hillier SC – Opioid Agonists and Antagonists, em: Stoelting RK, Hillier SC, Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice, 4th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 87-126 Coda AB – Opioids, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 354-383 CE.TSA AMARELA 6 11 – Podemos afirmar, em relação ao cetorolaco, que: A) assim como os opioides, promove analgesia dose-dependente e não exibe efeito teto B) a meia-vida de eliminação permite sua utilização em dose única diária C) diminui a agregação plaquetária por inibição reversível da prostaglandina sintetase D) inibe seletivamente a ciclo-oxigenase-2 (COX-2), portanto não provoca irritação gástrica E) não há risco de insuficiência renal aguda pelo uso perioperatório Resposta: C Comentário: Em contraste com o efeito analgésico dose dependente promovido pelos opioides, o cetorolaco, assim como os outros anti-inflamatórios não esteróides (AINE), exibe efeito teto. O cetorolaco tem meia-vida de eliminação em torno de 5 horas, sendo administrado a cada 6 a 8 horas. Inibe a produção de tromboxano plaquetário e a agregação plaquetária pela inibição reversível da prostaglandina sintetase. Não é um inibidor seletivo da COX-2, portanto, pode provocar irritação gástrica. Em pacientes que dependem das prostaglandinas renais para manutenção do fluxo sanguíneo renal (p. ex. insuficiência cardíaca congestiva), o cetorolaco pode levar à insuficiência renal aguda. Referências: Stoelting RK, Hillier SC – Cyclooxygenase-2 inhibitors and Nonspecific Nonsteroidal Anti-Inflammatory Drugs, em: Stoelting RK, Hillier SC, Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice, 4th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 276-291 O’Hara Jr JF, Cywinski JB, Monk TG – The Renal System and Anesthesia for Urologic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1013-1036 12 – Considerando que as figuras representam unidades alveolocapilares (UAC), pode-se afirmar que o(a): A) aumento da relação ventilação/perfusão (V/Q) leva à diminuição da PO2 alveolar e aumento da PCO2 alveolar B) aumento da relação V/Q leva ao aumento da PO2 e da PCO2 alveolar C) aumento da relação V/Q leva ao aumento da PO2 alveolar e à diminuição da PCO2 alveolar D) diminuição da relação V/Q leva à diminuição da PO2 alveolar e da PCO2 alveolar E) diminuição da relação V/Q leva ao aumento da PO2 alveolar e à diminuição da PCO2 alveolar Resposta: C Comentário: As pressões parciais de O2 e CO2 são determinadas pela relação V/Q. Se a relação V/Q aumenta, a relação entre a entrada e saída de O2 na UAC aumenta. Por outro lado, a saída de CO2 aumenta em relação à sua entrada. Com isso, há aumento na PO2 alveolar e diminuição na PCO2 alveolar. Se a relação V/Q na UAC diminui, a relação entre a entrada e saída de O2 na UAC diminui e a entrada de CO2 na UAC aumenta em relação à sua saída. Com isso, há diminuição da PO2 alveolar e aumento da PCO2 alveolar. Referências: Wilson WC, Benumof L – Respiratory Physiology and Respiratory Function during Anesthesia, em: Miller RD – Miller`s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005;679-722 Morgan GE, Mikail MS, Murray JM – Respiratory, Physiology: The Effects of Anesthesia, em: Morgan GE, Mikail MS, Murray JM - Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New York, Lange Medical Books/McGraw-Hill, 2006;537-570 CE.TSA AMARELA 7 13 - Considerando que PIO2 = pressão inspiratória de O2; PAO2 = pressão alveolar de O2, PH2O = pressão vapor de água; PACO2 = pressão alveolar de CO2; FIO2 = fração inspirada de O2 e PB = pressão barométrica, assinale a alternativa correta: A) PIO2 = PB (FIO2 – PAO2)B) PIO2 = FIO2 (PB – PACO2) C) PIO2 = PB (FIO2 – PH2O) D) PIO2 = FIO2 (PB – PH2O) E) PIO2 = PAO2 (PB – PH2O) Resposta: D Comentário: A PIO2 é igual à FIO2 multiplicada pela diferença entre a PB e a PH2O. Referências: Wilson WC, Benumof L – Respiratory Physiology and Respiratory Function during Anesthesia, em: Miller RD – Miller`s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005;679-722 Morgan GE, Mikail MS, Murray JM – Respiratory, Physiology: The Effects of Anesthesia, em: Morgan GE, Mikail MS, Murray JM - Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New York, Lange Medical Books/McGraw-Hill, 2006;537-570 14 - Assinale a alternativa correta: A) a pressão intrapleural é mais negativa nas regiões dependentes do pulmão do que nas regiões não dependentes B) a pressão transpulmonar (pressão alveolar menos pressão intrapleural) é menor nas regiões não dependentes do pulmão que nas regiões dependentes C) os alvéolos das regiões não dependentes do pulmão têm menor volume que os das regiões dependentes D) os alvéolos das regiões não dependentes do pulmão têm menor ventilação que os das regiões dependentes E) dentro da capacidade residual funcional os alvéolos das regiões não dependentes do pulmão são mais complacentes que os das regiões dependentes Resposta: D Comentário: A pressão intrapleural é menos negativa nas regiões dependentes do pulmão que nas regiões não dependentes. Como a pressão intrapleural é mais negativa nas regiões não dependentes, a pressão transpulmonar é maior nessas regiões do que nas regiões dependentes. Como os alvéolos das regiões não dependentes estão submetidos a um gradiente de pressão maior, eles têm volume maior. Uma vez que na região não dependente os alvéolos têm volume maior, eles têm menor ventilação e complacência. Referências: Wilson WC, Benumof L – Respiratory Physiology and Respiratory Function during Anesthesia, em: Miller RD – Miller`s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005;679-722 Morgan GE, Mikail MS, Murray JM – Respiratory, Physiology: The Effects of Anesthesia, em: Morgan GE, Mikail MS, Murray JM - Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New York, Lange Medical Books/McGraw-Hill, 2006;537-570 CE.TSA AMARELA 8 15 - Correlacione os bloqueadores neuromusculares com as respectivas propriedades, após a administração de duas vezes a DE95: BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR ESTRUTURA QUÍMICA INÍCIO DE AÇÃO (MIN) TEMPO ATÉ SEQUÊNCIA DE QUATRO ESTÍMULOS > 0,9 (MIN) 1) atracúrio a) benzilisoquinoleínico 2,5-4,5 25-40 2) cisatracúrio b) aminoesteroide 1,5-2,5 55-80 3) mivacúrio c) benzilisoquinoleínico 3-6 60-90 4) vecurônio d) benzilisoquinoleínico 2-3 55-80 5) rocurônio e) aminoesteroide 2-3 50-80 A) 1d, 2c, 3a, 4e, 5b B) 1e, 2c, 3a, 4d, 5b C) 1b, 2a, 3c, 4e, 5d D) 1d, 2c, 3e, 4a, 5b E) 1a, 2b, 3e, 4c, 5d Resposta: A Comentário: Os bloqueadores neuromusculares benzilisoquinoleínicos são atracúrio, cisatracúrio e mivacúrio, enquanto os aminoesteroides são rocurônio, vecurônio e pancurônio. Após administração, em bolus, de duas vezes a DE95 temos: Bloqueador neuromuscular Início de ação (min) Tempo até sequencia de quatro estímulos > 0,9 (min) Mivacúrio 2,5-4,5 25-40 Rocurônio 1,5-2,5 55-80 Cisatracúrio 3-6 60-90 Atracúrio 2-3 55-80 Vecurônio 2-3 50-80 Referências: Potério GMB, Braga AFA – Bloqueadores Neuromusculares e Antagonistas, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;535-557 Fink H, Blobner M, Martyn JAJ – Neuromuscular Blocking Agents and Reversal Drugs, em: Evers AS, Maze M – Anesthetic Pharmacology, 1st Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2004; 573-597 CE.TSA AMARELA 9 16 – A alternativa correta quanto ao uso de bloqueadores neuromusculares não despolarizantes (BNMND) para intubação em sequência rápida é: A) o emprego de quatro vezes a DE95 acelera o início de ação sem aumentar a incidência de efeitos colaterais B) o risco de aspiração não existe, quando na técnica de doses fracionadas (priming) é utilizado um intervalo de cinco minutos entre a dose subparalisante e a segunda dose do BNMND C) na técnica do timing, o agente hipnótico deve ser administrado antes do surgimento dos primeiros sinais de debilidade muscular D) o uso de uma pequena dose de BNMND antes da administração da succinilcolina (pré-curarização) aumenta a latência e diminui a duração de ação da succinilcolina E) a potência dos BNMND é inversamente proporcional à latência, desta maneira, os fármacos mais potentes são os de escolha Resposta: D Comentário: A técnica de “altas doses” consiste no emprego de três a oito vezes a DE95 de um determinado BNMND para acelerar o início de ação. Entretanto, há o aparecimento de efeitos colaterais, que são dose- dependentes. Na técnica de priming, a aspiração de conteúdo gástrico é uma complicação temida, devido à fraqueza muscular que ocorre em decorrência da dose subparalisante. Na técnica do timing, é necessária a obtenção de sinais e sintomas de debilidade muscular. Devido ao efeito antagonista dos BNMND, a precurarização leva a aumento da latência, diminuição da duração de ação e redução do bloqueio neuromuscular da succinilcolina. Quanto menor a potência do BNMND maior a quantidade de moléculas disponíveis para interagir com os receptores e, portanto, mais rápido é o início de ação. Referências: Potério GMB, Braga AFA – Bloqueadores Neuromusculares e Antagonistas, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;535-557 Fink H, Blobner M, Martyn JAJ – Neuromuscular Blocking Agents and Reversal Drugs, em: Evers AS, Maze M – Anesthetic Pharmacology, 1st Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2004; 573-597 17 – Pode-se afirmar, em relação à reversão do bloqueio neuromuscular que: A) a reversão adequada do bloqueio neuromuscular ocorre a partir de 15 minutos da administração da neostigmina B) as doses acima de 80 µg.kg-1 de neostigmina não aumentam o antagonismo do bloqueio neuromuscular residual C) a velocidade do antagonismo do bloqueio neuromuscular independe da concentração de anestésicos voláteis D) na presença de uma resposta à sequência de quatro estímulos, a dose recomendada de neostigmina é de 40 µg.kg-1 E) a acidose respiratória não altera a resposta aos antagonistas dos bloqueadores neuromusculares Resposta: B Comentário: O efeito máximo da neostigmina ocorre em 10 minutos ou menos. Existe uma relação entre a dose e o efeito da neostigmina até 60 a 80 µg.kg-1. Além dessas doses não há aumento do efeito. O antagonismo do bloqueio residual é retardado por concentrações anestésicas dos anestésicos voláteis. Para antagonismo de níveis profundos de bloqueio neuromuscular (p. ex. uma resposta à SQE) devem ser usadas doses altas de neostigmina (p. ex. 70 µg.kg-1). Tanto a acidose metabólica quanto a acidose respiratória podem aumentar o bloqueio neuromuscular produzido pelos bloqueadores não despolarizantes, entretanto, somente a acidose respiratória impede o antagonismo adequado. A probabilidade de se obter o antagonismo dos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes na presença de acidose respiratória significativa é baixa. Referência: Naguib M, Lien CA – Pharmacology of Muscle Relaxants and their Antagonists, em: Miller RD, Miller´s Anesthesia , 6 rd Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005: 481-572 Potério GMB, Braga AFA – Bloqueadores Neuromusculares e Antagonistas, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;535-557 CE.TSA AMARELA 10 18 – Quando da utilização do oxímetro de pulso, observa-se o seguinte: A) com a SpO2 de 95%, a saturação real pode ser de 90% até 100% B) para uma curva de dissociação da oxihemoglobina normal, uma SpO2 de 90% indica PaO2 em torno de 80mmHg C) com a SpO2 de 100% aPaO2 está em torno de 150mmHg D) com a presença de níveis elevados de carboxihemoglobina a confiabilidade do oxímetro não é alterada E) entre 24 e 30% de hematócrito, o oxímetro de pulso subestima a PaO2 Resposta: A Comentário: Em saturações acima de 80%, a acurácia do oxímetro de pulso é de aproximadamente 4 a 5%. Para curva de dissociação de oxihemoglobina normal, SpO2 de 90% indica PaO2 em torno de 60 mmHg. Já com SpO2 de 100%, não se pode dizer o quão alta está a PaO2. A presença de níveis elevados de carboxihemoglobina resulta em diminuição da acurácia do oxímetro de pulso. Os oxímetros de pulso são confiáveis num amplo espectro de níveis de hemoglobina. Eles se tornam menos confiáveis somente em condições de anemia grave (hematócrito abaixo de 24%). Referências: Hess DR, Kacmarek RM – Monitoring Respiratory Function, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008:579-597 Murphy GS, Vender JS – Monitoring the Anesthetized Patient, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;668-687 19 – Pode-se afirmar, em relação à saturação venosa central de O2 (SvO2) que: A) o aumento do débito cardíaco leva à redução da SvO2 B) a saturação venosa mista de O2 de 75% representa extração de O2 tecidual de 25% C) os níveis de hemoglobina não influenciam a SvO2 D) a SvO2 não se correlaciona com a temperatura corporal E) a hiperventilação diminui a SvO2 Resposta: B Comentário: O aumento do débito cardíaco produz aumento no conteúdo arterial de O2 (CaO2), fazendo com que haja aumento na SvO2. Uma saturação venosa mista de O2 de 75% representa taxa de extração de O2 tecidual de 25%. A concentração de hemoglobina é um determinante direto do CaO2 e, assim, influencia a SvO2. As alterações da temperatura corporal influenciam o metabolismo celular e, assim, o consumo de O2, que é um dos determinantes da SvO2. A hiperventilação leva à hipocapnia e alcalose aumentando a afinidade da hemoglobina pelo O2. Portanto, para uma mesma pressão de O2, ocorrerá maior SvO2. Referências: Bar-Yosef S, Schroeder RA, Mark JB – Hemodynamic Monitoring, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008: 519-551 Murphy GS, Vender JS – Monitoring the Anesthetized Patient, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clinical Anesthesia, 5th Ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 668-687 CE.TSA AMARELA 11 20 - No gráfico, assinale a letra que corresponde a um quadro de acidose metabólica não compensada em adulto: A) A B) B C) C D) D E) E Resposta: C Comentário: A = Acidose respiratória não compensada B = Acidose metabólica e acidose respiratória C = Acidose metabólica não compensada D = Acidose metabólica compensada E = Alcalose respiratória não compensada Referências: Deutschman CS, Neligan PJ – Perioperative Acid-base Balance, em: Miller RD – Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005;1599-1616 Ramos MS – Equilíbrio Ácido-Base, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB, Nogueira CS – Tratado de Anestesiologia, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 928-929 CE.TSA AMARELA 12 21 - A hiperalgesia secundária decorre: A) do comprometimento de tecidos no local da lesão primária em um segundo momento B) da relação entre a alodinia e os impulsos nervosos transmitidos por fibras Aδ C) da ativação de células de variação dinâmica ampla (lâmina V do corno dorsal da medula espinhal) D) da influência do sistema nervoso autônomo preponderante sobre sistema parassimpático E) da liberação de substância P, de aspartato e de glutamato bloqueando a entrada de cálcio na célula Resposta: C Comentário: Hiperalgesia secundária é decorrente do comprometimento de tecidos neurais e não-neurais adjacentes à lesão primária e está associada à sensibilização central. Assim, pacientes com dor neuropática podem sentir alodinia mecânica na pele, relacionada com a transmissão nervosa por fibras Aβ. Isso porque o estímulo nocivo proveniente de fibras Aδ, ao alcançar o corno dorsal da medula espinhal (lâmina I), pode ativar as células de variação dinâmica ampla (lâmina V) e aumentar a eficácia sináptica das fibras Aβ. A influência do sistema nervoso simpático em quadros de dor neuropática é muito relevante. A liberação de substância P e CGRP, além de outros neurotransmissores excitatórios (aspartato e glutamato) na fenda sináptica, causa ativação de receptores NMDA (N-metil-D-aspartato) e AMPA (Aminohidroximetilisoxasolepropiônico) com aumento da entrada de cálcio na célula, formação do complexo cálcio-calmodulina, ativação da enzima cálcio-calmodulina cinase II e das vias neuronais do óxido nítrico sintetase, com formação de óxido nítrico. Referências: Kraychete DC, Gozzani JL, Kraychete AC – Dor neuropática – Aspectos neuroquímicos. Rev Bras Anestesiol 2008;58: 492-505 Lemônica L, Carvalho WA -. Fisiopatologia da Dor e Mecanismos de Analgesia, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GM et al - Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;379-416 22 – Em relação aos bloqueios de nervos periféricos realizados com auxílio do estimulador, pode-se afirmar que: A) a carga total do impulso elétrico não depende da duração do estímulo B) fibras sensitivas necessitam de estímulo de menor duração que as motoras, para se despolarizarem, considerando uma mesma intensidade do estímulo C) estímulos de duração de 100µsec podem ativar fibras Aα sem que haja ativação de fibras Aδ D) ao se usar frequência de estimulação de 2Hz, a introdução da agulha é feita mais lentamente que quando é usada 1Hz E) estímulos de longa duração estimam melhor a distância entre a ponta da agulha e o nervo do que os de curta duração Resposta: C Comentário: A carga total do estímulo aplicado a um nervo é igual ao produto da intensidade (I) pela duração (D). Quanto maior a espessura da fibra, mais facilmente ela é estimulada. Fibras Aα podem ser ativadas com estímulos de 100µsec de duração utilizando-se estímulos de baixa intensidade sem que fibras Aδ sejam ativadas. Estímulos de menor duração estimam melhor a distância entre a ponta da agulha e o nervo do que os de maior duração. Quando se usa frequência de estimulação de 1Hz, a agulha precisa ser introduzida mais lentamente do que com a frequência de 2Hz para se evitar passar pelo nervo no intervalo entre os estímulos. Referências: Tsui BC, Hadzic A – Peripheral Nerve Stimulators & Electrophysiology of Nerve Stimulation, em: Hadzic A – Textbook of regional anesthesia and acute pain management, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2007:93-104 Wedel DJ, Horlocker TT – Peripheral Nerve Blocks, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008:1025-1054 CE.TSA AMARELA 13 23 - Em relação ao bloqueio do plexo braquial pela via axilar com auxílio do estimulador de nervos periféricos (ENP), observa-se que: RESPOSTA MOTORA NERVO ESTIMULADO LOCALIZAÇÃO DA AGULHA A) flexão do cotovelo axilar dentro da bainha neurovascular B) extensão do punho radial abaixo da artéria axilar C) pronação do antebraço ulnar abaixo da artéria axilar D) adução do polegar mediano abaixo da artéria axilar E) extensão dos dedos radial acima da artéria axilar Resposta: B Comentário: A flexão do cotovelo reflete a estimulação do nervo musculocutâneo que, neste nível, está localizado fora da bainha neurovascular. A extensão do punho ou dos dedos reflete a estimulação do nervo radial, indicando que a agulha está provavelmente localizada abaixo da artéria axilar. A pronação do antebraço ou a flexão dos dedos reflete a estimulação do nervo mediano, indicando que a agulha está provavelmente localizada acima da artéria axilar. A adução do polegar, a flexão do 4º e 5º dedos e a flexão ulnar do carpo refletem a estimulação do nervo ulnar, indicandoque a agulha está provavelmente localizada abaixo da artéria axilar. Referências: Tsui BC, Hadzic A – Peripheral Nerve Stimulators & Electrophysiology of Nerve Stimulation, em: Hadzic A – Textbook of regional anesthesia and acute pain management, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2007: 93- 104 Wedel DJ, Horlocker TT – Peripheral Nerve Blocks, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008:1025-1054 24 - Na anestesia para ressonância magnética (RM), pode-se afirmar que o (a): A) campo magnético é intermitente B) campo magnético deve ser desligado antes da indução anestésica e religado após a anestesia ter sido iniciada C) anestesiologista não deve permanecer dentro da sala de exame uma vez que efeitos danosos às células humanas pelo campo magnético da RM foram demonstrados D) imagem é gerada rapidamente e o tempo dos procedimentos inferior a 20 minutos E) imobilidade do paciente é determinante principal na qualidade das imagens Resposta: E Comentário: O campo magnético é mantido continuamente, mesmo quando nenhum exame está sendo realizado. O processo de desligamento do aparelho é demorado, difícil e de altíssimo custo. Nenhum efeito danoso às células humanas pelo campo magnético da RM foi demonstrado. A geração das imagens é um processo lento, com tempo médio do procedimento em torno de 30 a 60 minutos. A imobilidade do paciente é crucial para aquisição de boas imagens. Referências: Pereira AMSAL -. Anestesia para Radiodiagnóstico: Cangiani LM, Posso IP, Potério GM et al - Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1383-1396 Davis M – Anesthesia Care for Diagnostic or Therapeutic Procedures Outside of the Operating Room, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008:1649- 1659 CE.TSA AMARELA 14 25 – Pode-se afirmar, na anestesia para radiologia intervencionista, que a: A) angioplastia de carótida é feita obrigatoriamente sob anestesia geral, devido à necessidade de imobilidade total B) embolização de aneurisma cerebral não necessita de anestesia geral, visto que esse procedimento não é doloroso C) criança pequena tem menor propensão a complicações relacionadas à passagem da cola para a circulação D) ocorrência acidental de obstrução vascular, nos procedimentos neurorradiológicos, leva à necessidade de aumentar a circulação distal E) anticoagulação está contraindicada, nas embolizações de aneurisma cerebral, devido ao risco de ruptura do aneurisma em paciente anticoagulado Resposta: D Comentário: Os pacientes submetidos à angioplastia de carótida são mantidos acordados durante o procedimento, pois devem ser avaliados clinicamente durante a intervenção, porque, na hora de se realizar a angioplastia pode ocorrer quadro clínico de isquemia cerebral e o diagnóstico será facilitado se esses pacientes estiverem acordados. Para embolização de aneurisma cerebral, está indicada a anestesia geral com intubação traqueal, devido à necessidade de imobilidade total e do procedimento ser demorado. Entre as complicações relacionadas ao uso da cola, está a sua passagem para a circulação pulmonar. Crianças pequenas, portadoras de grandes malformações arteriovenosas, são mais propensas a esse tipo de complicação. O cateter vascular, por ser um corpo estranho na circulação, pode predispor à formação de trombos. Além disso, durante sua progressão podem ocorrer lesões nas paredes vasculares, que resultam na liberação de grandes quantidades de substâncias trombogênicas, que elevam os riscos de trombose. Esses dois fatores justificam a profilaxia sistêmica por meio da anticoagulação com heparina em procedimentos como embolizações e angioplastias. Na eventualidade de problema hemorrágico, a primeira providência é antagonizar a heparina com a protamina. No caso de obstrução vascular, a meta é aumentar a circulação distal por meio do aumento da pressão arterial com ou sem trombólise. Referências: Barbosa RAG - Anestesia para Radiodiologia Intervencionista, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GM et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP. 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1397-1402 Davis M – Anesthesia Care for Diagnostic or Therapeutic Procedures Outside of the Operating Room, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008: 1649- 1659 26 - Nos procedimentos ambulatoriais sob anestesia subaracnoidea, pode-se afirmar que: A) são contraindicados B) tem como principal vantagem a analgesia residual C) é principal causa de permanência hospitalar a cefaléia pós punção de dura-máter D) está contraindicada a bupivacaína E) tem baixa incidência de náuseas e vômitos Resposta: E Comentário: A anestesia subaracnoidea pode ser realizada para procedimentos ambulatoriais e sua prática tem aumentado recentemente. Tem várias vantagens: é uma técnica simples; são necessárias baixas doses de anestésicos locais, curto tempo de latência, baixa incidência de náuseas e vômitos, entre outros. Uma de suas desvantagens é a falta de analgesia residual. Tanto a lidocaína quanto a bupivacaína têm sido empregadas. A incidência de cefaléia, com as agulhas de fino calibre, é baixa. Sua intensidade leve permite o tratamento clínico ambulatorial. As principais causas de retenção hospitalar são náuseas, vômitos e dor. Referências: Cangiani LM – Anestesia Ambulatorial, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1403-1433 Lichtor JL, Kalghatgi SV – Outpatient Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. - Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;1608-1624 CE.TSA AMARELA 15 27 – Ao escolher o anestésico inalatório para procedimento laparoscópico em adultos, considera-se que, com o: A) sevoflurano, o despertar é mais precoce e o tempo de alta igual ao do isoflurano B) sevoflurano, o despertar e o tempo de alta são mais precoces do que com o isoflurano C) desflurano, o despertar é mais precoce e o tempo de alta igual ao do isoflurano D) desflurano, o despertar e o tempo de alta são semelhantes aos do isoflurano E) sevoflurano, o despertar e o tempo de alta são menores do que com o desflurano Resposta: A Comentário: Pacientes adultos submetidos a diferentes tipos de procedimentos laparoscópicos, anestesiados com sevoflurano, despertam mais precocemente em comparação aos anestesiados com isoflurano, mas, sem diferença no tempo gasto para a obtenção de condições ideais de alta hospitalar. Os pacientes anestesiados com desflurano despertam e são liberados do hospital mais cedo do que os anestesiados com isoflurano. Os estudos comparativos entre desflurano e sevoflurano, quanto aos perfis de recuperação pós- anestésica são limitados e com resultados controversos. Referências: Amaral JLG – Farmacocinética dos Anestésicos Inalatórios, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;781-790 Duval Neto GF – Aula do curso SBA on-line 28 - O efeito protetor do miocárdio (pré e pós-condicionamento anestésico), atribuído aos anestésicos halogenados: A) é explicado pela ação indireta no fluxo coronariano e não por ação direta cardioprotetora B) depende da inalação contínua durante toda a anestesia em humanos C) cessa após a supressão da inalação do halogenado D) é mimetizado por fármacos bloqueadores de canais de KATP E) é intensificado por fármacos inibidores seletivos da COX2 Resposta: B Comentário: Pré e pós-condicionamento são efeitos dos anestésicos halogenados, protetores contra a lesão de isquemia reperfusão. Podem ser explicados por uma ação cardioprotetora direta e, indiretamente, por aumentar o condicionamento isquêmico. A proteção ocorre quando o anestésico é administrado logo no início do período de reperfusão, à semelhança do pós-condicionamentoisquêmico, e persiste mesmo depois de cessada a administração do anestésico. Em humanos, quando o anestésico é administrado durante todo o período da anestesia, o efeito protetor se expressa tanto nos marcadores de função miocárdica como nos marcadores bioquímicos de lesão celular. Quando administrado em algumas fases da anestesia, o efeito tem relevância clínica discutível. Os fármacos bloqueadores de canais de KATP inibem o pré- condicionamento. O pré-tratamento com inibidor seletivo da cicloxigenase-2 (COX2) abole o efeito de pós- condicionamento. Referências: Auler Jr JOC, Neves FHS – Anestesia em Cardiopatias, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1527-1543 Tardelli AM – Curso SBA –on line CE.TSA AMARELA 16 29 - Classifique os anestésicos inalatórios de acordo com o efeito depressor da resposta ventilatória ao CO2: A) enflurano > desflurano> isoflurano > sevoflurano > halotano B) desflurano > enflurano > sevoflurano > isoflurano > halotano C) enflurano > desflurano> sevoflurano > halotano > isoflurano D) enflurano > desflurano> sevoflurano > isoflurano > halotano E) enflurano > sevoflurano > desflurano > isoflurano > halotano Resposta: D Comentário: Os halogenados deprimem a ventilação alveolar de forma dose-dependente, o que resulta na elevação da PaCO2. A partir de 1,1 CAM, a resposta ventilatória à hipóxia encontra-se abolida por depressão de quimiorreceptores. As concentrações residuais (como 0,1CAM) não afetam a resposta à hipercarbia, mas deprimem a resposta à hipóxia, o que leva à recomendação de administração sistemática de oxigênio no pós-anestésico imediato. Em relação ao efeito depressor da resposta ventilatória ao CO2, os anestésicos classificam-se, comparativamente: enflurano > desflurano> sevoflurano > isoflurano > halotano. Referências: Helfenstein E – Farmacodinâmica dos Anestésicos Inalatórios, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;791-802 Duval Neto GF – Farmacocinética e Farmacodinâmica dos Anestésicos Inalatórios. Aula do curso SBA on- line 30 – O regulamento para a Certificação de Atualização Profissional de Título de Especialista estabelece que: A) o sistema está baseado na obtenção de 150 créditos num período de 5 anos B) os créditos são cumulativos e podem ser utilizados em avaliações sucessivas C) a obtenção de créditos é pré-requisito para a inscrição na prova de títulos D) a opção de realização de uma prova é oferecida aos que não obtiverem os pontos obrigatórios E) a pontuação máxima anual é de 20% do total exigido Resposta: D Comentário: O sistema está baseado na obtenção de 100 créditos num período de 5 anos. A pontuação máxima anual está limitada a 40% do total necessário. Os créditos obtidos perdem a validade após os 5 anos. Para os que não conseguirem obter os pontos obrigatórios, é oferecida a opção de realização de uma prova de acordo com normas específicas elaboradas pela Comissão Nacional de Acreditação e pelas sociedades de especialidades. Referências: Posso IP, Callegari DC, Charles JE – Resoluções do Conselho Federal de Medicina de Interesse para o Anestesiologista, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6a ed, São Paulo, Atheneu, 2006;29-51 Site do CNA - http://www.cna-cap.org.br/ent_certificacao.php4 CE.TSA AMARELA 17 31 – Paciente de 58 anos, obeso mórbido, sem história de roncos ou apneia do sono, foi submetido à cirurgia ortopédica de duas horas de duração sob anestesia geral. Foi admitido na sala de recuperação (RPA) extubado. São cuidados pós-operatórios recomendados: A) manter decúbito elevado e suplementação de oxigênio por cateter nasal B) instituir suporte ventilatório na primeira noite de pós-operatório C) instalar ventilação com pressão positiva contínua (CPAP), sob máscara facial D) postergar a fisioterapia respiratória para após a alta da recuperação E) reintubar, se o volume corrente for menor que 10mL.kg-1 Resposta: A Comentário: São critérios para a extubação de um paciente obeso mórbido: estar acordado, orientado e sem efeito residual de bloqueadores neuromusculares. Na RPA, o paciente deve ser colocado em decúbito elevado (entre 30º e 45º). A suplementação de oxigênio sob cateter nasal ou máscara facial deve ser iniciada e mantida por pelo menos 24 horas. O uso de CPAP está indicado em pacientes com história de distúrbios do sono e cirurgias prolongadas. São parâmetros mecânicos que indicam deterioração da ventilação: força inspiratória máxima < 25-30mmHg; capacidade vital < 10mL.kg-1 e volume corrente < 5mL.kg-1. A fisioterapia respiratória deve ser iniciada precocemente. Referências: Simoni RF – Anestesia para Cirurgia Bariátrica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6a ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1595-1613 Yao FF, Savarese JJ – Morbid Anesthesia, em: Yao FF. – Anesthesiology. Problem-Oriented Patient Management. 5thed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 1993;1173-1192 QUESTÃO ANULADA 32 - Sinais indicativos de hipovolemia no pós-operatório de criança submetida à cirurgia urológica: A) oligúria bradicardia hipotensão acidose metabólica perda de peso B) bradicardia hipotensão acidose metabólica pressão diastólica perda de peso C) oligúria taquicardia hipotensão pressão diastólica perda de peso D) oligúria bradicardia hipotensão pressão diastólica perda de peso E) oligúria bradicardia hipotensão acidose metabólica perda de peso Resposta: C Comentário: Nas crianças a variação de pressão arterial é um parâmetro para a reposição da volemia e os sinais indicativos de hipovolemia incluem: oligúria, taquicardia, hipotensão, pressão diastólica e perda de peso. Referências: Morgan Jr GE, Mikail MS – Anestesia Pediátrica, em: Morgan Jr GE, Mikail MS – Anestesiologia Clínica. 2ª ed, Rio de Janeiro, Revinter, 2003;698-714 Letty MP, Liu JL – Fluids Management, em: Cote CJ, Ryan JF, Todres ID, Goudsouzian NG – A Practice of Anesthesia for Infants and Children, 2nd ed, Philadelphia, Sunders Company, 1993; 171-182 CE.TSA AMARELA 18 33 – Qual é a alteração cardiovascular associada à escoliose? A) Hipertrofia de câmaras esquerdas B) Hipertrofia ventricular esquerda C) Aumento do leito vascular pulmonar D) Insuficiência da valva mitral E) Prolapso de valva mitral Resposta - E Comentário: A deformidade da caixa torácica determina alterações do parênquima pulmonar e anomalias no desenvolvimento do leito capilar pulmonar. A hipoventilação e o distúrbio ventilação/perfusão provocam vasoconstrição pulmonar crônica e hipertensão pulmonar. Em consequência ocorre hipertrofia do ventrículo direito. Outras comorbidades podem estar associadas como doenças cardíacas congênitas cianóticas, prolapso de valva mitral, sugerindo como etiopatogenia da escoliose um defeito embriogênico ou um defeito do colágeno. Referências: Romaneck RM, Hamaji A, Kuriki W – Anestesia para Procedimentos Ortopédicos, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6ª ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1643-1655 Horlocker TT, Wedel DJ – Anesthesia for Orthopaedic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF Soelting RK, et al - Clinical Anesthesia. 6thed, Philadelphia, Linpcott, Williams & Wilkins, 2009, 1376-1392 34 – Qual é a conduta adequada nas fraturas de face? FRATURA DE FACE CONDUTA A) Lefort II intubação imediata por via nasal B) Lefort III manter decúbito dorsal e cabeça lateralizada C) ao nível de 1º e 2º molares conduta expectante D) com sangramento oral intenso intubação imediata com fibroscópio E) bilateral do corpo da mandíbula tração do fragmento para desobstruir a laringe Resposta: E Comentário: Certos tipos de fraturas faciais podem produzir comprometimentoda via aérea. Quando ocorre sangramento intenso, o uso de fibroscopia fica restrito pela dificuldade do campo de visão. Uma alternativa é a intubação retrógrada. As do tipo Lefort II são fraturas que têm pouca repercussão sobre as vias aéreas, mas podem estar associadas à fratura de base do crânio o que contraindica a intubação nasal. As do tipo Lefort III causam desabamento das estruturas da face sobre a via aérea. Nesse caso, antes da obtenção da via aérea, o paciente deve ser mantido com a cabeça elevada. As fraturas bilaterais do corpo da mandíbula permitem o deslizamento posterior do segmento fraturado e a obstrução da via aérea por deslocamento posterior da língua na faringe. Nas fraturas no nível do 1º e 2º molares ocorre obstrução total da via aérea e asfixia e, portanto, diagnóstico e tratamento precoces são requeridos. Referências: Rebuglio R, Ferez D, Abib Jr. P – Manuseio da Via Aérea Difícil, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia. SAESP, 6aed, São Paulo, Atheneu, 2006;1099-1113 Capan LM, Miller SM – Trauma and Burns, em: Barash PG, Cullen BF, Soelting RK, et al - Clinical Anesthesia. 6th ed, Philadelphia, Linpcott, Williams & Wilkins, 2009, 890-924 CE.TSA AMARELA 19 35 - Em relação à síndrome de compartimento abdominal (SCA), pode-se afirmar que: A) é patognomônica de trauma grave de abdome B) é uma síndrome de etiologia primária C) pode incidir em adultos jovens com trauma grave de tórax, de pélvis ou de ossos longos D) descomprimir precocemente o abdome relaciona-se às baixas taxas de mortalidade E) ressuscitar com grandes volumes de cristaloides é uma das medidas de prevenção Resposta: C Comentário: Embora a SCA possa ocorrer primariamente nos traumas graves de abdome (abertos ou fechados), secundariamente pode incidir em pacientes com trauma grave de tórax, de pélvis ou de ossos longos. A alta taxa de mortalidade (> 50%) é resultante da grave agressão pulmonar com evolução para falência múltipla de órgãos, independentemente da descompressão, precoce ou tardia, da hipertensão abdominal. A ressuscitação com grandes volumes de cristaloides associa-se de forma preditiva com o desenvolvimento de SCA primária e secundária. Referências: Potério GMB, Braga AFA, Vane LA, Potério Filho J – Reposição Volêmica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP, 6aed, São Paulo, Atheneu, 2006; 967-983 Cotton BA, Guy JS, Morris Jr JA, Abumrad NN - The cellular, metabolic, and systemic consequences of aggressive fluid resuscitation strategies. Shock, 2006;26:115-121 36 – Na gestante de 30 anos, secundípara, a termo, com pré-eclâmpsia, a anestesia peridural para cesariana: A) provoca diminuição do limiar de resposta reflexa à dor B) provoca aumento reflexo da resistência vascular periférica C) causa hipotensão arterial D) aumenta a perfusão placentária E) prescinde de hidratação prévia Resposta: D Comentário: A anestesia peridural (AP) é uma boa indicação em gestantes com pré-eclâmpsia porque: a) atenua a resposta hipertensiva ao estímulo doloroso que está exacerbado na pré-eclâmpsia; b) reduz os níveis de catecolaminas e de hormônios stress-relacionados circulantes, o que facilita o controle da hipertensão; c) melhora o fluxo nas vilosidades placentárias, que está diminuído por vasoconstrição ou por lesões oclusivas da a. decidual. Após AP, o bloqueio simpático instala-se mais lentamente do que após o bloqueio subaracnoideo, diminuindo o risco de hipotensão arterial e determinando a opção pela AP. A pré-eclâmpsia cursa com hipoproteinemia, hipovolemia e hemoconcentração que podem ser agravadas pela proteinúria. Assim, independentemente da técnica anestésica, é recomendada hidratação para manter PVC em níveis normais (4-6cmH2O) e débito urinário de 1mL.kg-1. Referências: Braveman FR, Scavone BM, Wong CA, et al – Obstetric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Soelting RK, et al - Clinical Anesthesia. 6th ed, Philadelphia, Linpcott, Williams & Wilkins, 2009;1138-1170 Gambling DR, Writer D - Hypertensive Disorder, em: Chestnut DH – Obstetric Anesthesia. Principles and Practice. 2nd ed, St Louis, Mosby Inc, 1999;875-915 CE.TSA AMARELA 20 37 - Em relação aos efeitos dos anestésicos halogenados, nas cirurgias fetais intraútero, pode-se afirmar que: A) potencializam o sulfato de magnésio inibindo a movimentação fetal B) deprimem o tônus miometrial em baixas doses (1CAM) C) atravessam a barreira placentária e promovem analgesia fetal D) provocam vasodilatação sistêmica e aumentam a perfusão placentária E) inibem a movimentação fetal desencadeada pelo estímulo cirúrgico Resposta: C Comentário: Para as cirurgias fetais intraútero, além do relaxamento uterino, são nescessárias a anestesia e a imobilidade do feto, uma vez que a movimentação deste pode provocar traumatismo de vasos umbilicais ou mesmo fetal. Os anestésicos halogenados inibem a contração uterina, quando usados em concentrações elevadas (2,5%-3% de isoflurano, por exemplo). Nessas condições, provocam vasodilatação sistêmica, diminuição da pressão arterial e da perfusão úteroplacentária. Os halogenados atravessam a barreira úteroplacentária rapidamente, mas a concentração fetal permanece menor do que a materna após longo período de exposição, o que pode acarretar anestesia e imobilidade insuficientes. O sulfato de magnésio interage com o bloqueador neuromuscular competitivo indicado para abolir os movimentos fetais. Referências: Braga AFA, Rousselet MS, Zaribelli H et al. – Anestesia para correção intraútero de mielomeningocele. Relato de caso. Rev Bras Anestesiol, 2005; 55:329-335 Rosen MA - Anesthesia for Fetal Surgery, em: Chestnut DH – Obstetric Anesthesia. Principles and Practice. 2nd ed, St Louis, Mosby Inc, 1999;110-121 38 - Na grávida a termo, pode-se afirmar que: A) o volume corrente não se altera B) a capacidade residual funcional é preservada C) as alterações da capacidade residual funcional e do volume minuto tornam mais rápida a indução da anestesia inalatória D) o volume minuto está diminuído E) o volume de reserva expiratório está aumentado Resposta: C Comentário: Na gestante, a partir do 5º mês, o volume de reserva expiratório, o volume residual e a capacidade residual funcional (CRF) estão diminuídos, cerca de 20% em relação às não grávidas. A diminuição da CRF e o aumento da ventilação minuto tornam mais rápida a indução da anestesia inalatória. Referências: Braveman FR, Scavone BM, Wong CA, et al – Obstetric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Soelting RK, et al - Clinical Anesthesia. 6th ed, Philadelphia, Linpcott, Williams & Wilkins, 2009;1138-1170 Gambling DR, Writer D - Hypertensive Disorder, em: Chestnut DH. – Obstetric Anesthesia. Principles and Practice. 2nd ed, St Louis, Mosby Inc, 1999;875-915 CE.TSA AMARELA 21 39 - De acordo com as recomendações da American Heart Association (2005), na reanimação de lactentes e crianças, após a obtenção de via aérea avançada, é preconizado: Nº DE REANIMADORES COMPRESSÕES COMPRESSÕES/MIN COMPRESSÃO: VENTILAÇÃO VENTILAÇÃO/ MIN A) 2 assíncronas - 30:2 12-15 B) 2 continuamente 100 - 8-10 C) 1 continuamente 100 - 12-15 D) 1 assíncronas - 15:2 12-15 E) 2 continuamente 150 - 8-10 Resposta: B Comentário: As recomendações da American Heart Association (2005), na reanimação de lactentes e crianças, preconizam: a) antes da obtenção da via aérea – compressões assíncronas com a ventilação. Ventilar numa relação de 30:2, quando realizada por 1 reanimador, e de 15:2, no caso de 2 reanimadores; b) após a obtenção de via aérea avançada, com 2 reanimadores – 100 compressões/minuto, sem interrupção para a ventilação e 8-10 ventilações/minuto-1. Referências: Ferez D - Reanimação Cardiopulmonar, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP. 6a ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 1913-1938American Heart Association. Aspectos mais relevantes das diretrizes da American Heart Association sobre ressuscitação cardiopulmonar e atendimento cardiovascular de emergência. Curr Emerg Cardiovasc Care, 2006;16:1-27 40 - Paciente adulto, asmático grave apresenta parada em fibrilação ventricular. Para a desfibrilação foram empregados choques de 150–200 J, com desfibrilador bifásico, sem sucesso. Indique a causa do insucesso e a conduta adequada: CAUSA CONDUTA A) baixas doses de epinefrina usar vasopressina B) impedância transtorácica chocar com maior voltagem C) aumento da PEEP comprimir o tórax na expiração D) vasodilatação pulmonar e hipoxemia hiperventilar E) hiperinsuflação pulmonar ventilar com mistura de oxigênio e hélio Resposta: B Comentário: Na reanimação de asmáticos graves, em fibrilação ventricular, a American Heart Association (2005) preconiza o uso de choques de maiores níveis de energia, quando houver insucesso após o uso de choques com as cargas recomendadas. A explicação para o insucesso é o aumento da impedância torácica que acompanha o aumento da pressão transtorácica. A compressão torácica durante a expiração não diminui a PEEP. O uso de baixas doses de epinefrina está associado à vasodilatação pulmonar e à hipoxemia. Não há evidências que justifiquem a ventilação com mistura de oxigênio e hélio. Referências: American Heart Association (AHA), Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation (CPR). Part 4: Advanced Life Support. Circulation, 2005; 112:25-54 Barbosa FT - Ressuscitação Cardiopulmonar no Paciente com Asma Grave, em: Cavalcante IL, Cantinho FAF, Assad AR - Medicina Perioperatória. Rio de Janeiro, Leograf, 2006;1265-1268 CE.TSA AMARELA 22 41 - Na reanimação de indivíduos adultos com fibrilação ventricular/taquicardia ventricular (FV/TV) a amiodarona: A) diminui o automatismo cardíaco por inibir canais de Na+, K+ e Ca+ B) deve ser usada no preparo para a desfibrilação C) substitui a lidocaína, quando esta não estiver disponível D) está indicada, imediatamente, após a primeira dose do vasopressor E) pode ser usada após a aplicação do 2º choque sem sucesso Resposta: E Comentário: A única modificação proposta pela American Heart Association (2005), quanto ao uso de drogas na reanimação de adultos com FV/TV refere-se à ênfase dada ao uso da amiodarona em relação à lidocaína. O texto recomenda “administre amiodarona (classe IIb) ou lidocaína se a amiodarona não estiver disponível”. A amiodarona atua inibindo os canais de Na+, K+ e Ca++ e os receptores alfa e beta adrenérgicos. Quando a FV/TV persiste após dois ou três choques e a administração de um vasopressor, considera-se a administração de um antiarrítmico, como a amiodarona. Referências: American Heart Association - Highlights of the 2005 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Curr Emerg Cardiovasc Care, 2006;16:1-27 - http://www.cardiosalud.org/novedades/guias%202005.pdf American Heart Association (AHA), Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation (CPR). Part 7.2: Management of Cardiac Arrest. Circulation, 2005;112:58-66 42 - Após intubação com tubo de dupla luz (do tipo Robertshaw esquerdo), detectaram-se, à ausculta: sons respiratórios audíveis bilateralmente, quando a ventilação era feita pelo ramo bronquial, e inaudíveis, quando pelo ramo traqueal. Pode-se afirmar que o balonete do ramo: A) traqueal está abaixo da carina B) bronquial está acima da carina C) bronquial avançou no brônquio fonte D) bronquial está obstruindo o brônquio do lobo superior E) traqueal está herniado obstruindo o ramo bronquial Resposta: B Comentário: Quando o tubo de dupla luz não está suficientemente introduzido na traqueia e o balonete do ramo bronquial ainda está acima da carina, os sons respiratórios são audíveis, bilateralmente, durante a ventilação pelo ramo bronquial. Estão diminuídos ou ausentes, quando a ventilação é feita pelo ramo traqueal. Quando o tubo está alocado profundamente, no pulmão direito ou no esquerdo, ele pode obstruir o orifício do lobo superior e a ausculta é negativa na região do lobo superior. Nessa condição, como o balonete do ramo traqueal está abaixo da carina, o pulmão contralateral não pode ser ventilado, a ausculta é negativa. A herniação é uma intercorrência quando o balonete do ramo bronquial é insuflado com grandes volumes e provoca obstrução da luz do brônquio. Referências: Cohen E, Neustein SM, Eisenkraft JB – Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Soelting RK et al. - Clinical Anesthesia. 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;813-855 Ferez D – Anestesia para Broncoscopia e Cirurgia Torácica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. - Tratado de Anestesiologia SAESP. 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1503-1525 CE.TSA AMARELA 23 43 – O propofol: A) desencadeia a síndrome de hipertermia maligna B) potencializa o efeito dos bloqueadores neuromusculares adespolarizantes C) não interfere com a secreção do hormônio adrenocorticotrófico D) altera as funções hepática, hematológica e fibrinolítica E) não desencadeia reações anafilactoides Resposta: C Comentário: O propofol não potencializa o efeito dos bloqueadores neuromusculares adespolarizantes ou despolarizantes, embora forneça condições excelentes para intubação traqueal em algumas situações. Não desencadeia a síndrome de hipertermia maligna, sendo uma das opções em pacientes de risco. Após dose única ou injeções prolongadas, não afeta a secreção do hormônio adrenocorticotrófico e corticoides no organismo. Não altera as funções hepática, hematológica e fibrinolítica, entretanto, a solução lipídica pode reduzir, in vitro, a adesividade plaquetária. Casos de reações anafilactoides foram relatados, com o uso clínico de propofol. Referências: Durval Neto GF – Anestésicos Venosos, em: Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004; 560-597 Oliveira CRD, Elias L – Hipnóticos Não-Barbitúricos, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;291- 305 44 - Na indução em sequência rápida, é desejável a utilização de anestésicos venosos com: Ke0 t1/2 Ke0 A) alto alto B) alto baixo C) baixo alto D) baixo baixo E) alto não interfere Resposta: B Comentário: A constante Ke0 representa a velocidade de equilíbrio entre o fármaco existente no plasma e na biofase. A t1/2 Ke0 é o tempo decorrido para que ocorra a metade do fenômeno de equilíbrio. Durante indução anestésica, na qual for empregada uma técnica de indução em sequência rápida, é desejável a utilização de fármacos com tempo de início de ação curto, portanto com Ke0 alto e t1/2 Ke0 baixo. Referências: Durval Neto GF – Anestesia Venosa, em Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004; 598-620 Sear J – Total Intravenous Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;897-917 CE.TSA AMARELA 24 45 – O remifentanil: A) pode ser usado por via peridural ou subaracnoidea B) não proporciona analgesia residual pós-operatória C) é contraindicado em pacientes com insuficiência hepática ou renal D) é contraindicado em infusão contínua prolongada E) tem meia-vida de eliminação dependente do tempo de infusão Resposta: B Comentário: O remifentanil é contraindicado em administrações peridural ou subaracnoidea por conter glicina. É mandatória a analgesia pós-operatória antes do término do procedimento. O uso clínico de remifentanil nos pacientes com insuficiência hepática ou renal é muito seguro, pois sua depuração é órgão independente. Pode ser usado em infusão contínua independente do tempo da infusão, pois sua meia-vida de eliminação independe de contexto.Referências: Martins CEC, Albuquerque MAC, Simoni RF – Remifentanil, em: Bagatini A, Carrareto AR, Vianna PTG – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia, Volume VII, São Paulo, Segmento Farma, 2007; 125- 146 Durval Neto GF – Anestésicos Venosos, em Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004; 560-597 46 - No idoso, a diminuição das respostas cronotrópicas e inotrópicas aos beta-agonistas deve-se à (ao): A) redução da responsividade dos receptores beta-adrenérgicos B) aumento do número de receptores adrenérgicos C) aumento da responsividade dos receptores beta-adrenérgicos D) redução do número de receptores alfa-adrenérgicos E) aumento da responsividade dos receptores alfa e beta-adrenérgicos Resposta: A Comentário: No sistema cardiovascular do paciente idoso, ocorre betabloqueio progressivo, com a diminuição dos efeitos cronotrópicos e inotrópicos dos beta-agonistas e antagonistas. Com o avanço da idade, ocorrem diminuição de fibras musculares do miocárdio, atrofia das mitocôndrias, redução da liberação de catecolaminas, manutenção da massa de receptores beta e redução da sua sensibilidade, com diminuição da função sistólica ventricular e menor resposta cronotrópica e inotrópica às catecolaminas. Os receptores alfa- adrenérgicos não apresentam ação no inotropismo e cronotropismo. Referências: Flores JO, Flores CK, Flores LK – Anestesia no Idoso, em: Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;1074-1085 Toldo A, Tonelli D, Canga JC – Anestesia e o Paciente Idoso, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 1657-1669 CE.TSA AMARELA 25 47 - A alteração do volume de distribuição, no idoso, está relacionada à(ao): A) aumento do compartimento de água e diminuição do compartimento de gordura B) aumento dos compartimentos de água e gordura C) diminuição dos compartimentos de água e gordura D) diminuição do compartimento da água e aumento do compartimento de gordura E) diminuição do compartimento de água, aumento do compartimento de gordura, associados ao aumento das funções hepática e renal Resposta: D Comentário: No idoso, o compartimento de água está diminuído, o compartimento de gorduras aumentado (alterando o volume de distribuição) e as funções hepática e renal diminuídas (alterando o clearance) Referências: Flores JO, Flores CK, Flores LK – Anestesia no Idoso, em: Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;1074-1085 Toldo A, Tonelli D, Canga JC – Anestesia e o Paciente Idoso, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1657-1670 48 – São parâmetros fisiológicos alterados no obeso: Capacidade residual funcional Débito cardíaco Tri-iodotironina (T3) Taxa de filtração glomerular Consumo de oxigênio A) diminuída diminuído diminuída aumentada aumentado B) diminuída aumentado aumentada diminuída aumentado C) aumentada diminuído aumentada diminuída aumentado D) diminuída aumentado aumentada aumentada aumentado E) aumentada aumentado diminuída aumentada diminuído Resposta: D Comentário: O paciente obeso apresenta aumento do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico, devido ao aumento da atividade metabólica da gordura e do gasto de energia para locomoção e respiração. Há redução da capacidade residual funcional, predispondo a alteração da ventilação-perfusão e hipoxemia. Com o aumento da massa corporal, principalmente de tecido adiposo, há elevação do volume intravascular e do débito cardíaco. Os níveis de tiroxina e TSH se encontram normais, entretanto, os níveis de T3 estão elevados. A taxa de filtração glomerular está aumentada em 40% ou mais nos obesos. Referências: Simoni RF – Anestesia para Cirurgia Bariátrica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1595-1613 Lorentz MN, Albergaria VF, Lima FAS – Anestesia para obesidade mórbida. Rev Bras Anestesiol, 2007;57: 199-213 CE.TSA AMARELA 26 49 - Indução do sistema citocromo P450 microssomal hepático é: A) reversível, parcialmente, após retirada do fármaco indutor B) reversível, totalmente, após retirada do fármaco indutor C) irreversível D) reversível, independentemente da retirada do fármaco indutor E) reversível, dependendo do tipo do fármaco indutor Resposta: B Comentário: Quando se usa um antagonista do fármaco indutor, a atividade do citocromo P450 pode estar aumentada ou inibida. Toda indução é reversível, após a retirada do fármaco indutor. Referências: Fernandes F, Ismael PC – Conceitos Farmacocinéticos Fundamentais, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;207-222 Hudson RJ, Kenthorn TK – Basic Principles of Clinical Pharmacology, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams& Wilkins, 2006;247-274 50 - Em relação à biotransformação, pode-se afirmar que o(a): A) conversão de um fármaco em metabólito mais polar ocorre somente por oxidação B) reação de hidrólise de ésteres provoca a ruptura da ligação éster, formando álcool e ácido C) citocromo P450 tem a capacidade de hidrolisar seus substratos D) cimetidina acelera o metabolismo da meperidina e do diazepam E) tiopental apresenta metabólitos ativos após conjugação na fase II Resposta: B Comentários: As reações químicas metabólicas são classificadas em várias fases. Na fase I ocorre a conversão do fármaco em metabólitos menos polares, que ocorre por oxidação, redução e hidrólise. Eles podem ser mais ou menos ativos e/ou inativos em relação ao fármaco que lhes deu origem. Os ésteres e amidas sofrem reação de hidrólise, quando se rompe a ligação éster, formando álcool e ácido. A característica funcional do citocromo P450 é a capacidade de oxidar seus substratos, principalmente por inserção de um átomo de oxigênio na forma hidroxila, enquanto que o outro átomo de oxigênio é reduzido a água. A cimetidina inibe o metabolismo da meperidina, diazepam e propranolol. O tiopental sofre oxidação (hidroxilação alifática) na fase I. Referências: Fernandes F, Ismael PC – Conceitos Farmacocinéticos Fundamentais, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 207-222 Hudson RJ, Kentthom – Basic Principles of Clinical Pharmacology, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams& Wilkins, 2006; 247-271 CE.TSA AMARELA 27 51 – A eficácia de um fármaco é definida por: A) efeito máximo do fármaco B) potência do fármaco determinada pela dose necessária para produzir o efeito em 50% da população C) potência do fármaco determinada pela dose necessária para produzir o efeito em 90% da população D) variabilidade que pode ocorrer na potência e na inclinação da curva entre 20 e 80% do efeito máximo E) efeito intermediário do fármaco ao atingir a biofase Resposta: A Comentário: Na relação dose-efeito, eficácia de um fármaco é definida como seu efeito máximo. Referências: Fernandes F, Ismael PC – Conceitos Farmacocinéticos Fundamentais, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 207-222 Shafer SL, Schwinn DA – Basic Principles of Pharmacology Related to Anesthesia, em: Miller RD – Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia Elsevier Churchill Livingstone, 2005; 67-104 52 - Num experimento em animal de laboratório, a resposta clínica à injeção de um opioide apresentou os seguintes resultados: dose efetiva 50 = 100 µg, dose efetiva 99 = 250 µg, dose letal 1 = 200 µg e dose letal 50 = 400 µg. Baseadonesses resultados, calcule o Índice Terapêutico (IT). A) 0,25 B) 0,50 C) 1,00 D) 2,00 E) 4,00 Resposta: E Comentário: O IT é a relação entre a dose letal (DL50) e a dose efetiva (DE50), ou seja: IT = DL50: DE50 IT = (400: 100) IT = 4,00 Referências: Shafer SL, Schwinn DA – Basic Principles of Pharmacology Related to Anesthesia, em: Miller RD – Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier Churchill Livingstone, 2005; 67-104 Sikka PK – Basic Pharmacologic Principles, em: Stoelting RK, Miller RD – Basics of Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Elsevier Churchill Livingstone, 2007; 37-48 CE.TSA AMARELA 28 53 - O local de condução iônica e o sítio de ligação do anestésico local é (são) a (s) subunidade (s): A) alfa B) beta C) gama D) alfa e beta E) alfa, beta e gama Resposta: A Comentário: A subunidade alfa contém o local de condução iônica e o sítio de ligação do anestésico local. Referências: Carneiro AF, Carvalho JCA – Anestésicos Locais, em: Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004; 661-671 Carneiro AF, Filho ALO, Hamaji A – Anestésicos Locais, em: Curso de Educação a Distância em Anestesiologia – Yamashita AM, Tardelli MA, Pereira MN et al, São Paulo, Office Editora, 2002; 99-113 54 - Relacione a duração do bloqueio e a toxicidade dos isômeros da bupivacaína: DURAÇÃO TOXICIDADE A) levógiro > dextrógiro levógiro > dextrógiro B) levógiro > dextrógiro levógiro < dextrógiro C) levógiro < dextrógiro levógiro < dextrógiro D) levógiro < dextrógiro levógiro > dextrógiro E) levógiro = dextrógiro levógiro = dextrógiro Resposta: B Comentário: A maioria dos anestésicos locais é comercializada como uma mistura racêmica de isômeros levógiros e dextrógiros. Atribui-se aos estereoisômeros diferenças nas propriedades terapêuticas e mesmo em seus efeitos tóxicos. Com relação à bupivacaína, o isômero levógiro determina menos efeitos tóxicos e maior duração. Referências: Heavner JE – Pharmacology of Local Anesthetics, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;954-973 Carneiro AF, Filho ALO, Hamaji A – Anestésicos Locais, em: Curso de Educação a Distância em Anestesiologia – Yamashita AM, Tardelli MA, Pereira MN, Luis Filho RLM, São Paulo, Office Editora, 2002; 99-113 CE.TSA AMARELA 29 55 - A lidocaína no pH fisiológico encontra-se: A) totalmente na forma ionizada B) totalmente na forma não ionizada C) metade na forma ionizada D) predominantemente na forma não ionizada E) predominantemente na forma ionizada Resposta: E Comentário: Os anestésicos locais, como a lidocaína, que são bases fracas, cruzam a membrana lipídica neural. Quando o pH encontra-se abaixo do pKa, ou seja, no pH fisiológico, há predominância da forma ionizada. Referências: Heavner JE – Pharmacology of Local Anesthetics, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;954-973 Drasner K – Local Anesthetics, em: Stoelting RK, Miller RD – Basics of Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia Elsevier Churchill Livingstone, 2007; 123-134 56 - Em relação ao rim, pode-se afirmar que: A) as proteínas de alto peso molecular sofrem intenso catabolismo B) a sua perfusão é menor que a do coração C) a ação de hormônios provoca diminuição de tamanho durante a gravidez D) o ritmo de filtração glomerular é avaliado pela dosagem da ureia sérica E) os néfrons corticais recebem a maior parte do fluxo sanguíneo renal em condições normais Resposta: E Comentário: Em condições normais, os néfrons corticais recebem a maior parte do fluxo sanguíneo renal (80%). O rim apresenta maior perfusão sanguínea que o coração, fígado e cérebro. Na gravidez por ação hormonal ocorre aumento do tamanho do rim. O rim tem função catabólica sobre proteínas de baixo peso molecular. Referências: Bello CN – Anatomia e Fisiologia Renal, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;805-816 Stafford-Smith M, Lappas G, Shaw AD – Evaluation of the Patient with Renal Disease, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw-Hill, 2008;194-215 CE.TSA AMARELA 30 57 – Pode-se afirmar, em relação ao coração, que: A) a força determinante do estiramento da fibra muscular a seu comprimento inicial corresponde à medida da resistência vascular periférica B) a pressão aórtica monitoriza a quantificação da pós-carga imposta ao ventrículo esquerdo (VE) C) a inervação parassimpática origina-se na medula espinhal do 1º e 2º segmentos torácicos D) a formação do complexo troponina-tropomiosina favorece o acoplamento entre actina e miosina E) a ação excitatória decorrente da estimulação simpática favorece o cronotropismo negativo Resposta: B Comentário: A pré-carga é a força que determina o estiramento da fibra muscular ao seu comprimento inicial. Clinicamente, o estresse imposto à parede muscular é medido pela pressão de capilar pulmonar ou pela pressão venosa central. A pós-carga é a carga contra a qual o VE tem que desenvolver força para contrair- se. Clinicamente, utiliza-se a pressão e impedância aórticas ou a resistência vascular periférica para quantificar a pós-carga imposta ao VE. Os neurônios pré-ganglionares simpáticos do sistema nervoso simpático estão localizados entre o 1º e o 4º segmentos da medula espinhal torácica. A formação do complexo troponina-tropomiosina impede o acoplamento entre actina e miosina. A ação excitatória decorrente da estimulação simpática favorece ao cronotropismo positivo. Referências: Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG et al., Fisiologia e Farmacologia Cardiovascular, em Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004; 243-267 Auler Jr JOC, Messias ERR, Galas FRBG – Fisiologia do Sistema Cardiovascular, em Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 575-588 58 - A fase de repolarização rápida do potencial de ação da fibra cardíaca ocorre por: A) saída de sódio B) entrada de cálcio C) entrada de sódio D) saída de potássio E) entrada de cloro Resposta: D Comentário: A fase zero deve-se à entrada de sódio na célula, segue-se na fase um a saída de potássio e entrada de cloro. A seguir, temos a fase dois, com entrada de cálcio e continuação da saída de potássio. A fase três caracteriza-se pela aceleração da saída de potássio e, na fase quatro, temos a entrada de sódio e inativação da corrente de potássio. Referências: Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG et al., Fisiologia e Farmacologia Cardiovascular, em: Manica JT – Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;243-267 Auler Jr JOC, Messias ERR, Galas FRBG – Fisiologia do Sistema Cardiovascular, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 575-588 CE.TSA AMARELA 31 59 - O traçado do tromboelastograma apresentado abaixo é característico de: A) fibrinólise B) trombocitopenia C) hipercoagulação D) coagulação normal E) hemofilia Resposta: B Comentário: O tromboelastograma avalia a coagulação, interagindo todos os componentes do sistema, as plaquetas, os fatores de coagulação e a fibrinólise. O traçado apresentado é típico de trombocitopenia. Referências: Drummond JC, Petrovich CT- Hemotherapy and Hemostasis, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia. 5th Ed., Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 208-246 Lobo FRM - Coagulação e Coagulopatias, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al. – Tratado de Anestesiologia SAESP. 6ª Ed., São Paulo, Atheneu, 2006; 933-940 60 - A anestesia tópica para cirurgia de catarata causa: A) acinesia
Compartilhar