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Princípios químicos em produtos cosméticos e sanitários

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1 
 
 
ARMIN FRANZ ISENMANN 
 
 
 
PRINCÍPIOS QUÍMICOS 
EM PRODUTOS 
COSMÉTICOS E 
SANITÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Timóteo - MG 
2018 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isenmann, Armin Franz 
“Cosméticos sob o olhar do químico” / Armin Franz Isenmann - Timóteo, MG : 
2012. 1
a
 Edição 
2014. 2
a
 Edição 
A partir de 2015: 
“Princípios Químicos em Produtos Cosméticos e Sanitários” / Armin Franz Isenmann - 
Timóteo, MG 
2017. 3ª Edição 
Última revisão em 2018; 295 páginas. 
Bibliografia 
ISBN 978-85-913050-5-6 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
Todo mundo usa - 
todos os dias! 
 
 4 
1 Objetivos deste livro no âmbito dos cursos técnicos de 
química, farmácia e áreas afins. 
Este livro descreve as reações químicas e os processos da fabricação de sabão, detergentes e 
outros princípios sanitários e mostra quais as formulações dos produtos de limpeza e higiene 
pessoal que nós usamos no dia-a-dia. Além disso, fornece muitas formulações caseiras destes 
produtos, por vários motivos: 
 Aplicar os conhecimentos sobre as funcionalidades dos componentes em produtos 
cosméticos, 
 Incentivar o aluno a produzir algo de valor e utilidade, através do qual desenvolve 
espírito empreendedor, 
 Facilitar a comparação entre os produtos caseiros e industrializados, tanto no preço 
quanto aos efeitos. 
 Despertar interesse e abrir perspectivas para um futuro profissional com a própria 
fábrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Conteúdo 
 
1 Objetivos deste livro no âmbito dos cursos técnicos de química, farmácia e áreas afins. . 4 
2 Aspecto econômico da indústria cosmética ..................................................................... 14 
2.1 Insumos do setor HPPC ............................................................................................. 16 
3 Classificação dos cosméticos ........................................................................................... 18 
4 Cosméticos - seus poderes e suas restrições legais .......................................................... 19 
5 Quem conhece sua pele? .................................................................................................. 21 
5.1 A pele - nosso maior órgão ........................................................................................ 21 
5.1.1 Composição química dos triglicerídeos ............................................................. 25 
5.1.2 Ceramidas da nossa pele e seu papel em produtos cosméticos .......................... 31 
5.1.3 Esteróis contidos na gordura da pele .................................................................. 31 
5.1.4 Esqualeno ........................................................................................................... 32 
5.2 Suor ............................................................................................................................ 32 
5.3 Disfunções da pele humana - acne............................................................................. 33 
5.3.1 Desenvolvimento clínico da acne vulgaris ......................................................... 33 
5.3.2 Como os cosméticos podem ajudar? .................................................................. 34 
5.4 Envelhecimento da pele ............................................................................................. 36 
5.5 Caracterização objetiva da pele humana.................................................................... 37 
5.6 Permeação e penetração cutânea por substâncias ativas............................................ 38 
5.7 Problemas acerca do cuidado da pele ........................................................................ 39 
5.7.1 Limpeza da pele, conforme as diferentes regiões corporais. .............................. 40 
6 Creme de pele ................................................................................................................... 41 
6.1 Partes funcionais em produtos aplicados na pele ...................................................... 41 
6.1.1 Ingredientes típicos em cosméticos para a pele.................................................. 42 
6.1.2 Veículos usados nos produtos cosméticos para pele .......................................... 43 
6.1.3 Muito grosso ou muito ralo? A reologia dá a resposta. ...................................... 45 
6.1.4 Estrutura física do creme comum: a emulsão ..................................................... 46 
Ceras auto-emulsionantes ............................................................................................. 47 
6.1.5 O papel dos aditivos emolientes em cosméticos tópicos .................................... 47 
6.1.6 Sobre os óleos usados em cremes ...................................................................... 48 
6.1.7 Lanolina, o aditivo emoliente preferido em cosméticos tópicos ........................ 50 
Produção da lanolina .................................................................................................... 50 
Composição da lanolina ............................................................................................... 50 
Aplicações da lanolina e seus derivados em cosméticos .............................................. 51 
 6 
6.1.8 Agentes umectantes ............................................................................................ 52 
6.1.9 Conservantes em cremes .................................................................................... 52 
6.1.10 Formulação típica de um creme hidratante diurno: ............................................ 53 
6.2 Compostos ativos nos cosméticos da pele ................................................................. 53 
6.2.1 Vitaminas e sua aplicação tópica........................................................................ 53 
A família dos retinóides, vitamina A............................................................................ 54 
Vitamina B ................................................................................................................... 56 
Vitamina C ................................................................................................................... 57 
Vitamina E .................................................................................................................... 58 
6.2.2 Hidroxiácidos ..................................................................................................... 59 
Alfa-hidroxiácidos ........................................................................................................ 59 
Beta-hidroxiácidos ....................................................................................................... 60 
6.2.3 Alcoóis e terpenos com efeito benéfico ou terapêutico ...................................... 61 
6.2.4 Novo astro no céu dos cosméticos: o ácido hialurônico .................................... 61 
6.3 Cada vez mais importante: Protetor Solar ................................................................. 62 
6.3.1 Proteção por absorção ....................................................................................... 64 
6.3.2 Absorventes de UV usados em cosméticos ........................................................ 65 
6.3.3 Mecanismos de absorção da radiação UV .......................................................... 67 
6.3.4 Bloqueadores solares .......................................................................................... 70 
6.3.5 Filtros UV em formulações cosméticos e o fator FPS ....................................... 72 
6.4 Antioxidantes ............................................................................................................. 73 
Vitamina C ................................................................................................................... 76 
Glutationa .....................................................................................................................
77 
Vitaminas A e E ........................................................................................................... 77 
Metais como catalisadores da foto-oxidação ............................................................... 80 
6.4.1 Antioxidantes lipofílicos e hidrofílicos .............................................................. 81 
6.5 Cosméticos para corrigir manchas na pele (discromias) ........................................... 83 
6.5.1 Bronzeador de pele ............................................................................................. 84 
7 Produtos de limpeza ......................................................................................................... 87 
7.1 O processo de lavagem sob a luz da termodinâmica ................................................. 87 
7.2 Sabão tradicional ....................................................................................................... 90 
7.2.1 História do sabão ................................................................................................ 90 
7.2.2 Produção de sabão .............................................................................................. 91 
7.2.3 Aspectos mecanísticos acerca da produção de sabão a partir de gordura .......... 92 
Saponificação do éster sob catálise básica ................................................................... 93 
Saponificação sob catálise ácida .................................................................................. 94 
 7 
7.3 Detergentes sintéticos ("Syndet") .............................................................................. 96 
7.3.1 Detergentes aniônicos......................................................................................... 96 
Sulfatos de monoalquila ............................................................................................... 96 
Sulfonatos de alquilbenzeno ......................................................................................... 98 
7.4 Outros tipos de detergentes sintéticos...................................................................... 100 
7.4.1 Detergentes catiônicos ...................................................................................... 100 
7.4.2 Detergentes zwitteriônicos e betaínas .............................................................. 101 
7.4.3 Detergentes não iônicos.................................................................................... 103 
7.4.4 Discriminação dos syndets, conforme caráter hidrofílico da sua cabeça ......... 104 
7.5 Vista geral sobre os detergentes sintéticos .............................................................. 104 
7.6 Comparação entre detergentes sintéticos e o sabão tradicional ............................... 106 
7.7 Limpeza da pele humana ......................................................................................... 107 
7.8 Sabão em pó e o processo de lavar roupa ................................................................ 107 
7.8.1 Ingredientes principais do detergente em pó .................................................... 112 
7.8.2 Aditivos no detergente em pó ........................................................................... 114 
7.8.3 Sistemas de branqueamento em detergentes em pó ......................................... 118 
O ativador TAED ....................................................................................................... 121 
Tendências atuais na ativação dos sistemas de branqueamento ................................. 123 
7.8.4 Fábrica do sabão em pó .................................................................................... 125 
Matérias-primas na fabricação de detergente em pó .................................................. 126 
Energia envolvida na produção dos detergentes ........................................................ 128 
8 Zelar pelo cabelo ............................................................................................................ 128 
8.1 Sobre o cabelo humano ............................................................................................ 129 
8.1.1 Desenvolvimento de um cabelo saudável ........................................................ 130 
8.2 Objetivos do cuidado de cabelo ............................................................................... 132 
8.3 Xampu ..................................................................................................................... 132 
8.3.1 Desenvolvimento histórico ............................................................................... 132 
8.3.2 Aplicação de xampu ......................................................................................... 132 
8.3.3 Critérios de qualidade de xampus .................................................................... 133 
8.3.4 Composição do xampu ..................................................................................... 133 
Água ........................................................................................................................... 133 
Agentes tensoativos principais ................................................................................... 134 
Agentes tensoativos auxiliares ................................................................................... 135 
8.4 Aditivos em xampus ................................................................................................ 137 
8.4.1 Conservantes .................................................................................................... 137 
Atenção com formol e glutaraldeído! ......................................................................... 140 
 8 
8.4.2 Espessantes ....................................................................................................... 141 
8.4.3 Agentes quelantes ............................................................................................. 141 
8.4.4 Balanço do pH e o uso de sistemas tampão...................................................... 142 
8.4.5 Filtros de UV .................................................................................................... 144 
8.4.6 Aditivos organolépticos .................................................................................... 144 
8.5 Fábrica de xampu ..................................................................................................... 145 
8.6 Xampus especiais .................................................................................................... 146 
8.6.1 Xampu para cabelo oleoso ............................................................................... 146 
8.6.2 Xampu para cabelo seco ................................................................................... 146 
8.6.3 Xampu para cabelo estressado ......................................................................... 147 
8.6.4 Xampu com efeito anti-caspa ........................................................................... 147 
8.6.5 Xampu com coloração ...................................................................................... 148 
8.6.6 Xampu de bebê ................................................................................................. 148 
8.6.7 Xampus a seco .................................................................................................. 148 
8.6.8 Outros tipos de xampus .................................................................................... 148 
8.7 Condicionador de cabelo ......................................................................................... 148 
Funcionamento geral do condicionador ..................................................................... 149 
Requisitos aos tensoativos catiônicos usados no condicionador ................................ 151 
Formas de aplicação do condicionador ......................................................................
151 
8.8 Manipulação da forma do cabelo ............................................................................. 153 
8.8.1 Styling gel ........................................................................................................ 153 
8.8.2 Ondulação permanente e alizamento capilar .................................................... 155 
8.8.3 Laquê de cabelo ................................................................................................ 156 
9 Coloração de cabelo ....................................................................................................... 157 
9.1 Coloração natural ..................................................................................................... 158 
9.2 Coloração permanente do cabelo ............................................................................. 159 
9.2.1 Mecanismo do acoplamento do corante ........................................................... 161 
9.2.2 A etapa de alvejamento .................................................................................... 163 
9.3 Coloração semi-permanente .................................................................................... 163 
9.4 Coloração demi-permanente .................................................................................... 163 
9.5 Coloração temporária............................................................................................... 164 
9.6 Depilação e crescimento do cabelo.......................................................................... 164 
10 Repelentes de insetos e inseticidas ................................................................................. 166 
11 Desodorante .................................................................................................................... 172 
11.1 Excurso: Silicones em cosméticos ....................................................................... 175 
12 Higiene bucal .................................................................................................................. 177 
 9 
As doenças mais frequentes na boca e suas causas .................................................... 180 
Manutenção da saúde bucal e o papel da pasta de dente ............................................ 181 
Tendências e suplementos na higiene bucal ............................................................... 187 
13 Cosmética decorativa ..................................................................................................... 188 
13.1 Batom ................................................................................................................... 188 
13.2 Esmalte de unha ................................................................................................... 190 
13.3 Maquiagem .......................................................................................................... 193 
14 Formulações de produtos cosméticos ............................................................................. 195 
Abreviações usadas nas formulações a seguir ............................................................ 199 
14.1 Preparo de alguns ingredientes básicos ................................................................ 199 
14.1.1 Sobre a pureza da soda utilizada ...................................................................... 199 
14.1.2 Sobre as gorduras utilizadas ............................................................................. 199 
14.1.3 Preparo da lixívia para o processo da saboaria "a frio". ................................... 200 
14.1.4 Receita básica do processo saboeiro "a frio". ................................................... 201 
14.1.5 Dicas para sabões refinados ............................................................................. 202 
14.1.6 Como preparar um gel d´água transparente ..................................................... 203 
14.1.7 Faça seu próprio "brancol" ............................................................................... 203 
14.2 Sabão comum para uso geral ............................................................................... 203 
14.2.1 Sabão com restos de frituras (óleo usado) ....................................................... 204 
14.2.2 Lixívia .............................................................................................................. 205 
14.2.3 "Sabão frio" ...................................................................................................... 206 
14.2.4 Sabão frio com detergente ................................................................................ 207 
14.2.5 Sabão frio com silicato e caulim ...................................................................... 207 
14.2.6 Sabão de coco ................................................................................................... 207 
14.2.7 Sabonete branco ............................................................................................... 208 
14.2.8 Sabão "meio-quente" ........................................................................................ 209 
14.2.9 Sabão "quente" ................................................................................................. 209 
14.2.10 Sabão transparente feito em caldeira ............................................................ 209 
14.2.11 Sabão glicerinado transparente ..................................................................... 210 
14.2.12 Sabão líquido de óleo usado ......................................................................... 210 
14.2.13 Sabão com álcool .......................................................................................... 211 
14.2.14 Base glicerinada fabricada pelo processo alcoólico ..................................... 213 
14.2.15 Mais fórmulas caseiras para sabão em barra comum ................................... 213 
14.3 Produtos cosméticos para cabelo ......................................................................... 215 
14.3.1 Xampu para cabelos normais ........................................................................... 215 
14.3.2 Sabonete líquido glicerinado ............................................................................ 215 
 10 
14.3.3 Xampu anti-queda ............................................................................................ 216 
14.3.4 Xampu de brilho para cabelos secos ................................................................ 217 
14.3.5 Xampu neutro para bebê................................................................................... 218 
14.3.6 Xampu para cabelo mais brilhante ................................................................... 218 
14.3.7 Xampu para cabelo seco e danificado .............................................................. 219 
14.3.8 Xampu para raízes oleosas e pontas secas........................................................ 220 
14.3.9 Xampu cremoso com manteiga de karitê ......................................................... 221 
14.3.10 Xampu para cabelo longo com nutri DNA ................................................... 221 
14.3.11 Xampu para cabelo normal ........................................................................... 222 
14.3.12 Xampu modificado para cabelo oleoso......................................................... 223 
14.3.13 Xampu contra caspas .................................................................................... 223 
14.3.14 Xampu para casos graves de caspas ............................................................. 224 
14.3.15 “Xampu bomba” para crescimento de cabelo ............................................... 224 
14.3.16 Condicionador de cabelo: Creme rinse desembaracante para uso diário
 42
 . 225 
14.3.17 Condicionador de cabelo: Creme rinse 
 42
 .................................................... 226 
14.3.18 Condicionador para cabelos
oleosos
 42
 ......................................................... 226 
14.3.19 Condicionador para cabelo seco 
 42
 .............................................................. 227 
14.3.20 Condicionador de cabelo “leave-in” para hidratar o cabelo
 42
 ..................... 228 
14.3.21 Umedecedor de cabelo .................................................................................. 228 
14.4 Produtos cosméticos para pele e face ................................................................... 229 
14.4.1 Veículos para produtos de aplicação tópica na pele ........................................ 229 
14.4.2 Produtos hidratantes para a pele corporal 
 42
.................................................... 232 
14.4.3 Creme para a pele facial com problema de acne .............................................. 236 
14.4.4 Pasta para a pele facial com problema de acne ................................................ 237 
14.4.5 Máscara para a pele facial com problema de acne ........................................... 237 
14.4.6 Produtos para a pele envelhecida e/ou com efeito anti-envelhecimento .......... 238 
Gel com -hidroxi ácidos ........................................................................................... 238 
Creme anti-envelhecimento contendo vitamina A ..................................................... 239 
Creme de pele com efeito anti-envelhecimento contendo vitamina E ....................... 239 
Gel hidratante contendo protetor solar ....................................................................... 240 
14.4.7 Produtos clareadores e esfoliantes para a pele ................................................. 241 
Gel-creme clareador (oil-free) 
42
 ............................................................................... 241 
Creme esfoliante 
42
 .................................................................................................... 242 
Loção cremosa despigmentante 
42
 ............................................................................. 242 
Gel-creme clareador (oil-free) 
42
 ............................................................................... 243 
14.4.8 Óleo trifásico .................................................................................................... 244 
 11 
14.4.9 Loção tônica adstringente ................................................................................. 244 
14.4.10 Sabonete líquido ........................................................................................... 245 
14.4.11 Sabonete líquido, receita mais econômica. ................................................... 245 
14.4.12 Sabonete para a pele facial com problema de acne 
 42
 ................................. 245 
14.4.13 Gel pós barba ................................................................................................ 246 
14.4.14 Álcool em gel ................................................................................................ 246 
14.4.15 Gel para ultrassonografia .............................................................................. 247 
14.4.16 Sais de banho ................................................................................................ 247 
14.4.17 Desodorante Líquido .................................................................................... 248 
14.4.18 Repelente natural de insetos ......................................................................... 248 
14.5 Produtos domissanitários de uso geral ................................................................. 249 
14.5.1 Água sanitária ................................................................................................... 249 
14.5.2 Alvejante com peróxido de hidrogênio. ........................................................... 249 
14.5.3 Sabão em pó ..................................................................................................... 250 
14.5.4 Sabão em pó, receita 2. ..................................................................................... 250 
14.5.5 Detergentes líquidos ......................................................................................... 251 
14.5.6 Detergente concentrado .................................................................................... 251 
14.5.7 Detergente doméstico ....................................................................................... 251 
14.5.8 Detergente industrial. ....................................................................................... 252 
14.5.9 Detergente econômico ...................................................................................... 252 
14.5.10 Detergente fera.............................................................................................. 253 
14.5.11 Detergente líquido, receita caseira I ............................................................. 253 
14.5.12 Detergente líquido, receita caseira II ............................................................ 254 
14.5.13 Sabão líquido para roupas, Receita 1 ............................................................ 255 
14.5.14 Sabão líquido para roupas, Receita 2 ............................................................ 255 
14.5.15 Sabão líquido de coco ................................................................................... 255 
14.5.16 Desinfetante de pinho, receita I .................................................................... 256 
14.5.17 Desinfetante de pinho, receita II ................................................................... 256 
14.5.18 Desinfetante de pinho, receita III.................................................................. 256 
14.5.19 Desinfetante de pinho, receita IV ................................................................. 257 
14.5.20 Desinfetante de eucalipto, receita I ............................................................... 257 
14.5.21 Desinfetante de eucalipto, receita II ............................................................. 257 
14.5.22 Detergente Multiuso, receita I ...................................................................... 258 
14.5.23 Multiuso, receita II: ...................................................................................... 258 
14.5.24 Multiuso, receita III: ..................................................................................... 259 
14.5.25 Multiuso caseiro ........................................................................................... 260 
 12 
14.5.26 Desinfetante caseiro ...................................................................................... 260 
14.6 Produtos domissanitários especiais ...................................................................... 260 
14.6.1 Pasta de brilho transparente .............................................................................. 260 
14.6.2 Sabão pastoso para mecânicos ......................................................................... 261 
14.6.3 Brilha-alumínio (contém ácido sulfúrico) ........................................................ 261 
14.6.4 Brilha-alumínio (com ácido muriático) ............................................................ 261 
14.6.5 Solupan I (Fortíssimo) ...................................................................................... 262 
14.6.6 Solupan, receita II............................................................................................. 262 
14.6.7 Limpa-vidros .................................................................................................... 263 
14.6.8 Cera Líquida ..................................................................................................... 263 
14.6.9 Limpa-tudo à base de amoníaco, receita caseira .............................................. 263 
14.6.10 Gel "suave" para limpeza ..............................................................................
264 
14.6.11 Gel "forte" para limpeza ............................................................................... 264 
14.6.12 Desengraxante ácido ..................................................................................... 265 
14.6.13 Desengraxante (fórmula industrial básica) ................................................... 265 
14.6.14 Desengraxante para alvenaria e pedras ......................................................... 266 
14.6.15 Limpa pedras especial, receita I.................................................................... 266 
14.6.16 Limpa pedras especial, receita II .................................................................. 266 
14.6.17 Desengordurante tipo "Ajax", receita I ......................................................... 267 
14.6.18 Desengordurante tipo "Ajax", receita II ....................................................... 267 
14.6.19 "Ajax", receita caseira I ................................................................................ 267 
14.6.20 "Ajax", receita caseira II ............................................................................... 268 
14.6.21 Limpa chassis de caminhão .......................................................................... 268 
14.6.22 Lustra-móveis ............................................................................................... 268 
14.6.23 Limpa-plásticos ............................................................................................ 269 
14.6.24 Limpa-carpetes ............................................................................................. 269 
14.6.25 Amaciante de roupas, receita profissional .................................................... 269 
14.6.26 Xampu especial para cães e gatos ................................................................. 270 
14.6.27 Xampu para automóveis, receita I ................................................................ 270 
14.6.28 Xampu para automóveis, receita II ............................................................... 271 
14.6.29 Pretinho pneu ................................................................................................ 271 
14.6.30 Graxa para sapatos ........................................................................................ 272 
14.6.31 Pasta de limpeza para mecânico ................................................................... 272 
14.6.32 Pó para matar baratas .................................................................................... 273 
14.6.33 Pega-moscas ................................................................................................. 273 
14.6.34 Amaciante de roupas, receita caseira ............................................................ 273 
 13 
14.6.35 Pasta para mecânico, receita caseira ............................................................. 273 
14.6.36 Cera para assoalho ........................................................................................ 274 
14.6.37 Spray para passar roupas .............................................................................. 274 
14.6.38 Passe-bem, receita caseira I .......................................................................... 274 
14.6.39 Passe-bem, receita caseira II ......................................................................... 275 
14.6.40 Pasta para brilhar o alumínio, receita caseira ............................................... 275 
14.6.41 Sabão "doido" ............................................................................................... 275 
14.7 Dicas como remover manchas ............................................................................. 276 
15 Coleção de sites úteis na internet ................................................................................... 278 
 
 
 
Índice das ilustrações e figuras usadas neste livro 
p. 3 “Cosméticos”, adaptado de http://www.fauske.com/cosmetic-industry 
p. 31 “Kernseife”, da página http://www.schoeneseife.de/2010/09/08/seifenausstellung-
seifensammlung-alte-seifen-einblicke-in-unsere-private-sammlung/ 
p. 38 “Micela”, da página http://www.ehu.eus/biomoleculas/lipidos/lipid34.htm 
p. 57 “Absorvente UV”, domínio público da página https://en.wikipedia.org/wiki/Sunscreen 
p. 70 “Desenvolvimento dos corantes a partir de proteínas da pele e dihidroxiacetona, via 
reação de Maillard”, da página https://themolecularcircus.wordpress.com/2012/11/30/the-
science-of-fake-tan/ 
p. 65 “Os pormenores da raiz do cabelo”, domínio público da página 
https://en.wikipedia.org/wiki/Hair; “folículo piloso”, da página http://www.sandro.com.br/o-
que-e-foliculo-piloso-quantos-foliculos-temos-como-ele-e-2.html 
P. 68 “Crisântemo” domínio público da página https://de.wikipedia.org/wiki/Pyrethrine 
p. 97 “Carbopol”, da página 
https://www.lubrizol.com/CorporateResponsibility/ProductStewardship/Carbopol.html 
p. 98 “Hidrogel”, da página http://chemicals.exportersindia.com/industrial-
chemicals/cosmetic-ingredients.htm 
p. 102 “Metabolismo da melanina”, da página 
http://www.bio.davidson.edu/courses/immunology/students/spring2003/leese/vitiligo.htm 
p. 103 “Unidades representativas do polímero de melanina (preto)”, da página 
http://www.blackherbals.com/science_of_african_biochemistry.htm 
p. 108 “Crescimento de cabelo; before – after”, da página 
http://newminoxidilspray.com/apply-minoxidil-spray-rogaine/ 
p. 109 “Dente”, da página http://ortoquick.blogspot.com.br/2014/01/vamos-conhecer-nossos-
dentes.html 
p. 110 “Célula unitária da hidroxiapatita”, da tese de Sakshi Jain, disponível em 
http://ethesis.nitrkl.ac.in/1690/2/sakshi's_thesis.pdf 
 14 
p. 115 “Cosmética decorativa”, foto do filme Cleopatra com Elizabeth Taylor. 
p. 123 “Zeólito A”, da página http://semsci.u-strasbg.fr/zeolithe.htm 
p. 127 “Fluxograma da fábrica de detergente em pó”, compermissão da monografia R.N. 
Shreve, J.A.Brink Jr, Indústrias de processos químicos, 4
a
 ed. Guanabara Rio de Janeiro 1997 
p. 141 “Areômetros”, da página http://profissionaisgeral.tuningblog.com.br/r100/Caldeira-de-
Recuperacao/ 
 
 
 
 
2 Aspecto econômico da indústria cosmética 
O volume de fatura mundial da indústria cosmética é considerável: em torno de 350 bilhões 
de US$ os consumidores gastam por ano para seus produtos de higiene pessoal! 
Nos mercados em países industrializados as faturas são estáveis em alto nível, mas nos países 
em desenvolvimento e no "3° mundo" estão em crescimento de quase 10% por ano. 
Mais forte ainda a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos: nas 
últimas décadas os números referentes ao setor dos cosméticos no Brasil não param de 
crescer. Segundo o Panorama do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, 
divulgado anualmente pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos) 
1
, a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos 
teve um crescimento médio, já descontando a inflação, de 10,5% por ano, na média tirada 
durante os últimos 15 anos; o faturamento saltou de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 24,9 
bilhões em 2009. Junto se desenvolveu a participação das mulheres no mercado de trabalho, a 
utilização de tecnologia de ponta e um aumento da produtividade. Em 2014 o setor cresceu 
por 11,8% sobre 2013, atingindo um faturamento de 43,2 bilhões de reais (Abihpec 
1
). 
 
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), 
conforme dados do Euromonitor de 2013, o Brasil ocupa a terceira posição. É o primeiro 
mercado em perfumaria e desodorantes; segundo em produtos para cabelo, linha masculina, 
infantil, produtos para banho, depilatórios e proteção solar; terceiro em produtos cosméticos-
cores, quarto em higiene oral e quinto em produtos para pele. 
 
Tab. 1. Cenário mundial do setor HPPC – 2008 2 
No. País Preços ao 
consumidor 
(bilhões de US$) 
Crescimento em
% 
Participação em % 
 
1
 https://www.abihpec.org.br/novo/wp-content/uploads/2015-PANORAMA-DO-SETOR-PO9RTUGUES-
11ago2015.pdf 
2
 Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Informe Setorial: Estrutura e estratégias da cadeia de higiene 
pessoal, perfumaria e cosméticos. Janeiro de 2010; disponível em 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/setorial/inf
orme-14AI.pdf (acesso em 12/2014) 
 15 
 Mundo todo 333,50 9,1 - 
1 Estados Unidos 52,14 -0,1 15,6 
2 Japão 33,75 11,9 10,1 
3 Brasil 28,77 27,5 8,6 
4 China 17,73 22,1 5,3 
5 Alemanha 16,86 8,0 5,1 
6 França 16,23 6,8 4,9 
7 Reino Unido 15,72 -3,5 4,7 
8 Rússia 12,38 14,5 3,7 
9 Itália 12,25 8,0 3,7 
10 Espanha 10,64 10,7 3,2 
Total 216,47 6,0 64,9 
 
Existem no Brasil 2.470 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos, sendo que 20 empresas de grande porte, com faturamento líquido 
de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam 73,0% do faturamento total deste setor. 
Em 2006 já teve 15 empresas brasileiras de cosméticos que produziam nanocosméticos, 
principalmente para produtos antirrugas, anticelulite, cremes, loções para o corpo, gel anti-
estrias, produtos para a área dos lábios e dos olhos e máscara facial e maquiagem com 
fotoprotetor, entre outros. 
 
Tab. 2. As maiores empresas do setor HPPC no Brasil – 2008 2 
 Diversificadas com atuação em vários mercados Com atuação concentrada em HPPC 
Vendas 
em 
milhões 
de US$ 
Unilever Johnson 
& 
Johnson 
Procter 
& 
Gamble 
Colgate 
Palmolive 
Natura Boticário Avon 
Cosméticos 
Mundo 64.350 63.747 83.503 15.329 2.102 ND 10.690 
HPPC 15.489 16.054 27.800 9.657 
% 24 25 33 63 
Brasil 4.570 1.377 953 ND 2.032 1.791 1.021 
 
A Figura 1 discrimina as despesas dos consumidores, conforme a finalidade do produto 
cosmético. 
 16 
 
Figura 1. Dados econômicos do setor de cosméticos (valores de 2010, Abihpec) 
 
2.1 Insumos do setor HPPC 
Estima-se que haja em torno de 1.000 a 1.500 insumos químicos que são utilizados para a 
produção de emolientes e hidratantes, fragrâncias, surfactantes, veículos, propelentes, agentes 
de consistência (espessantes), corantes e pigmentos, conservantes e ingredientes de uso 
específico. A Figura 2 mostra a distribuição das principais substâncias químicas destinadas 
para o setor de HPPC e adjacentes 
2
, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química 
(Abiquim) para o ano de 2007. 
 
 17 
 
Figura 2. Os principais insumos químicos da indústria brasileira de HPPC (% da produção 
interna destinada à venda interna; dados de 2007) 
 
Utilizando-se dos principais insumos listados pela Abiquim no Anuário de 2008, percebe-se 
que a produção interna é superior à quantidade importada, como é visto na Tab. 3. 
 
Tab. 3. Produção interna e balança comercial dos principais insumos químicos no ano 
de 2007 no Brasil (em mil toneladas) 
2
. 
 Produção Importação Exportação Consumo 
aparente 
Lanolinas 1.356,0 300,2 963,9 692,3 
Acetofenona 2.347,0 0,2 643,1 1.704,1 
Glicerina 7.301,9 60,8 5.434,0 2.028,7 
Sílica gel 12.952,0 5.445,8 5.741,4 12.656,4 
Nitrocelulose 32.597,1 344,4 21.996,4 10.945,1 
Óleo mineral 
branco 
32.849,0 20.075,0 4.502,3 48.421,7 
Ácido esteárico 37.900,0 10.960,9 1.494,7 47.366,2 
 18 
Polietileno de 
alta densidade 
1.022.542,8 108.548,9 379.091,5 752.000,2 
Polipropileno 1.293.389,6 166.243,6 245.144,9 1.214.488,3 
 
3 Classificação dos cosméticos 
O mercado dos cosméticos pode ser classificado conforme a finalidade do produto (com 
exemplos típicos): 
 Tratamento de pele: sabonete, creme hidratante, clareador, protetor solar, produtos 
anti-envelhecimento, produtos de barba. 
 Cuida de cabelo: xampu, condicionador, laqué e gel para cabelo, alizante e ondulador 
permanente, tintas de cabelo, removedores e fortificantes de cabelo, xampus – até 
xampus de animais domésticos. 
 Higiene bucal: pasta de dente, loção bucal, branqueadores. 
 Cosmética decorativa: batom, maquiagem, esmalte de unha. 
 Perfumaria. 
 
(A perfumaria representa uma classe importante dentro dos cosméticos, porém é muito 
diversificada e não será tratada aqui 
3
). 
Daí podemos definir os produtos cosméticos como misturas de substâncias que são aplicadas 
nas pessoas de modo externo, sem exercerem notáveis efeitos sistêmicos. Essa definição deixa 
especialmente clara a divisão para a farmácia onde o foco são os produtos que podem curar ou 
aliviar doenças e danos corporais. 
O órgão responsável pela parte legislativa e o controle dos cosméticos no Brasil é a ANVISA 
4
 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): 
“Produtos cosméticos são aqueles de uso externo nas diversas partes do corpo humano (pele, 
sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da 
cavidade oral), com o objetivo de limpar, perfumar, alterar sua aparência, corrigir odores 
corporais, proteger ou manter em bom estado, conforme RDC nº 211 / 2005.” 
A ANVISA categoriza os cosméticos em duas classes, conforme seu grau de risco. 
 Grau 1: produtos com risco mínimo; estes produtos podem ser registrados com maior 
facilidade. 
Exemplos de G1: hidratantes, cremes de massagem, shampoos e condicionadores. 
 Grau2: abrange os produtos com risco potencial. Geralmente são produtos com 
indicações específicas que exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem 
como informações e cuidados quanto ao modo e restrição de uso. Contém ingredientes 
considerados irritantes quando utilizados em altas concentrações; o registro 
geralmente é um procedimento mais demorado. 
 
 
3
 Leia sobre os princípios químicos dos perfumes, as fontes naturais e ingredientes sintéticos, e as classes de 
odores: G. Ohloff, W. Pickenhagen, P. Kraft, Scent and Chemistry, Wiley-VCH Zürich 2012. 
4
 http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Cosmeticos 
 19 
Sendo assim, foram estabelecidos pela ANVISA testes específicos acerca dos seguintes 
critérios: 
• Fator de FPS em protetores solares; 
• Segurança; 
• Irritabilidade primária; 
• Eficácia. 
Exemplos de produtos da categoria G2 são: produtos antissépticos, anticaspa, 
antiperspirantes, bronzeadores e filtro solares, clareadores de cabelo. 
Os fatores que determinam se um cosmético é Grau 1 ou Grau 2 são os dizeres na rotulagem e 
principalmente os ingredientes utilizados na formulação. Como se vê na Tab. 4, nem sempre é 
intuitivo e de fácil compreensão para o consumidor quais produtos cosméticos pertencem a 
quê classe... 
Tab. 4. Produtos cosméticos cuja aplicação é semelhante, mas sua classificação 
conforme o risco é diferente. 
Grau de risco 1 Grau de risco 2 
Sabonetes faciais, corporais 
Xampu para cabelos normais, estressados, oleosos 
Pasta de dente comum 
Desodorante axilar 
Sabonete antisséptico 
Xampu anticaspa 
Pasta de dente anticárie 
Antiperspirante axilar 
 
No sentido ampliado também constam neste setor industrial, os produtos da higienização do 
ambiente com os quais nós entramos em contato diariamente: 
 Sabões para lavar roupa (sabão de coco, sabão em pó, detergente líquido, amaciante) 
 Limpeza e higienização doméstica (limpa-tudo, detergente de lavar louça, 
desinfetantes, removedores de manchas) 
 Protetores de superfície (lustra-móveis, selador de piso, graxa de couro) 
 
Os efeitos dos cosméticos ao consumidor podem ser resumidos em quatro itens: 
1. Contribuir à higiene pessoal, 
2. Prevenir danos à saúde humana, 
3. Aumentar o nosso bem-estar e nossa autoestima, 
4. Facilitar a nossa vida social. 
 
Por outro lado, o produto cosmético não deve ter efeitos terapêuticos! 
 
4 Cosméticos - seus poderes e suas restrições legais 
Vamos deixar claro em primeiro lugar: um modo de vida saudável e uma alimentação 
consciente, isso
inclui um sono abundante e regular, não podem ser repostos por nada que se 
diz respeito à beleza externa. Uma falta em algum destes itens se reflete, mais rápido do que 
nós queremos, na aparência da nossa pele, unhas ou cabelo. Por outro lado, quem se sente 
100% "dentro da sua pele", isto seria a melhor prevenção contra um envelhecimento precoce. 
 20 
A persuasão das propagandas é muito grande, falando que o envelhecimento é uma doença 
que pode ser tratada. Mas é fato que o nosso corpo, inclusive a nossa pele, sofre mudanças ao 
longo dos anos - isso é todo natural. Vale uma regra em geral: quem se sente satisfeito e 
estiver com sua consciência em paz, também tem um visual bom e dispõe de uma áurea 
positiva! 
No entanto, a cosmética pode contribuir uma pequena parte no bem-estar dentro da nossa 
própria pele. 
Como já definido na introdução, por via da lei, produtos cosméticos são exclusivamente de 
aplicação externa, embelezando ou melhorando o estar da sua pele, unhas e cabelo, mas não 
adiantam a cura de uma pele doente. Isso implica que os ingredientes de cosméticos não 
devem ser absorvidos pela pele e chegar à corrente sanguínea. Além disso, são proibidos 
ingredientes que poderiam prejudicar a saúde - mesmo em concentração ainda abaixo da 
permitida. Justamente neste critério os limites são bem flexíveis e podem ser, tanto do 
produtor como do consumidor, mal interpretados. Lembramos que a lei permite atualmente 
substâncias cuja inocuidade não foi comprovada clinicamente. 
Desde 1998 os ingredientes em produtos cosméticos devem ser indicados frente ao 
consumidor, utilizando a INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients). 
Desvantagem desta lei: estão sendo usados os nomes em latim (especialmente em caso de 
extratos naturais) ou em inglês (em caso de substâncias sintéticas). Quem sabe, por exemplo, 
que helianthus annuus simplesmente significa óleo de girassol? Ou prunus dulcis, o óleo de 
amêndoa? Todavia, hoje é possível identificar de maneira segura, os ingredientes principais 
do produto cosmético em nossa casa. 
Em resumo, a ANVISA especifica na sua Resolução 211/2005, Anexo IV, o que deve constar 
no rótulo da embalagem primária (que contém o produto cosmético) e secundária (que embala 
a embalagem primária), conforme a tabela a seguir. Em casos onde não houver embalagem 
secundária, todas as informações devem constar na embalagem primária. E se o frasco ser 
muito pequeno para colocar a informação de maneira legível, um aviso deve referir ao folheto 
que acompanha o produto cosmético. 
Tab. 5. Tabela das normas ANVISA 211/2005 para a rotulagem de produtos 
cosméticos. 
Item Embalagem 
primária secundária 
Nome do produto (família do produto e a marca) X X 
Número de registro (conforme Resolução 343/2005) X 
Lote ou partida (pode ser impresso na tampa) X 
Prazo de validade (mês/ano) X 
Conteúdo (em mL no caso de produto (semi)líquido ou em 
gramas no caso de produto sólido) 
 X 
País de origem X 
Identificação do fabricante/importador/titular (nome, 
endereço, CNPJ ou CGC) 
 X 
Modo de usar (se for o caso) X X 
Advertências / restrições de uso (escritos em extenso) X X 
 21 
Rotulagem específica (Res. 211/2005 Anexo V, Decreto 
79094/1977, Resolução 215/2005, Pareceres da CATEC) 
 X 
Composição / Ingredientes (conforme nomenclatura INCI) X 
 
Além disso, o Art. 93 do Decreto 79.094/77 (alterado pelo Decreto 83239/79) diz: 
“Não poderão constar da rotulagem ou da publicidade e propaganda (...) designações, nomes 
geográficos, símbolos, figuras, desenhos ou quaisquer indicações que possibilitem 
interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, procedência, natureza, composição ou 
qualidade, ou que atribuam ao produto finalidades ou características diferentes daquelas que 
realmente possua”. A responsabilidade legal para a veracidade das informações está com o 
fabricante ou importador (detentor do registro). 
 
5 Quem conhece sua pele? 
O cuidado da pele é um ponto central na higiene pessoal e compreende a limpeza e o 
tratamento da pele, visando o fortalecimento dos mecanismos naturais de proteção e manter a 
saúde da pele - tudo isso para um melhor bem-estar. 
Segundo a legislação brasileira, os produtos cosméticos não devem causar nenhuma alteração 
fisiológica nas células da pele. No entanto, a clientela está cada vez mais exigente aos 
produtos de aplicação tópica, sob os aspectos de prevenção, recuperação de lesões e danos 
causados pela radiação UV, sinais de envelhecimento (produtos anti-aging), anomalias na 
secreção sebácea e sudorípara, disfunções dos melanócitos que causam manchas na pele, etc. 
Tudo isso indica uma evolução da cosmética clássica, onde o objetivo era o embelezamento 
paliativo, em direção à “Cosmética dermatológica”, onde a aparência cuidada, juvenil e 
sustentável se deve às melhorias por dentro. Médicos, farmazêuticos, fisioterapeutas, biólogos 
e químicos trabalham juntos para dominar a fisiologia da pele e seus anexos, buscando 
produtos tópicos cujos efeitos são cada vez mais estudados e sua eficácia fica otimizada 
através do conhecimento do seu mecanismo de ação. Podemos contestar que a cosmetologia 
moderna se tornou uma ciência multi-disciplinar. 
Antes de analisarmos as necessidades da nossa pele, devemos tomar conhecimento da 
estrutura e das partes sensíveis da nossa camada externa. 
5.1 A pele - nosso maior órgão 
Com cerca de 2 m² e 10 a 15% do peso coporal, a pele é nosso maior órgão. Ela é feita de 
diversas camadas, conforme mostrado na Figura 3. 
 22 
 
Figura 3. As partes funcionais da pele humana 
 
Identificamos na nossa pele as seguintes partes funcionais: 
Stratum corneum (camada córnea; estrato córneo): É a camada mais exterior da pele, 
formada por células achatadas (espessura de até 150 µm, que corresponde a uma folha de 
papel) e mortas, mais corretamente são queratinizadas. A queratina é uma proteína insolúvel 
que impede a penetração de substâncias nocivas de fora. Também presentes nesta camada são 
lipídeos que se encontram entre as células achatadas (queratinócitos), em forma de 
membranas (multi)lamelares. Estas gorduras são principalmente constituídos pelas ceramidas, 
ácidos graxos livres e colesterol (ver Figura 4), elas impedem uma vazão demasiada da água 
corporal. Uma consequência de uma stratum corneum bem hidratada é uma pele lisa, elástica 
e macia. Os queratinócitos se formam a partir da camada mais externa da epidermis, por 
desidratação progressiva e decomposição gradual do citoplasma e do núcleo. Sendo assim, 
essas células não participam mais no metabolismo e sofrem desgaste mecânico: em 
aproximadamente duas semanas a stratum corneum de uma pessoa jovem se renova 
completamente, enquanto esse processo leva em torno de 37 dias em pessoas a partir de 50 
anos de idade. Portanto, é completamente normal que uma pessoa saudável perde entre 6 e 14 
g de pele queratinizada, todo dia! 
Epidermis: células vivas que repõem a stratum coreum. Elas migram à superfície sob 
contínuo achatamento, transformando-se aos poucos em stratum corneum. Aqui ocorrem os 
processos de queratinização que tornam esta camada especialmente resistente à tração (= 
firmeza mecânica) e abrasão. A epidermis representa a barreira principal da pele, não só 
contra a entrada de substâncias nocivas do ambiente, mas também protege nosso corpo contra 
desidratação excessiva. Ela pode ser subdividida nas seguintes camadas (da mais alta para a 
mais profunda): 
 23 
Camada córnea > Camada lúcida > Camada granulosa > Camada espinhosa > Camada basal. 
A epidermis tem, dependendo da parte do corpo, uma espessura de 0,05 mm até 0,6 mm. 
Membrana basal: divisória entre a epidermis e a dermis que consiste, além das 
queratinócitos, as células responsáveis pela cor natural da nossa pele. Estes melanócitos 
produzem dois tipos de corantes, ambos de natureza polimérica: a feomelanina (melanina 
vermelha)
e a eumelanina (melanina preta). Ainda antes de terminar sua síntese, estes corantes 
são enviados aos queratinócitos, sendo assim que sua distribuição dentro da camada fica mais 
perfeita e o efeito protetor contra a luz UV-A mais eficaz. A biossíntese da melanina, partindo 
do aminoácido tirosina, é rascunhada na p. 158. Existe uma relação entre o número de 
melanócitos e de queratinócitos vizinhos que é cerca de 1:36, ou seja, l melanócito para cada 
36 queratinócitos. É importante ressaltar que o melanócito não sofre divisão celular, mas 
quando isso acontece origina uma célula cancerosa chamada de melanoma. 
Dermis: consiste de fibras firmes de colágeno, fibras elásticas de elastina, ambas intercaladas 
por uma matéria gelatinosa (feita de ácido hialurônico e ácido condroitinsulfúrico, 
principalmente). Ao contrário das fibras que são insolúveis, a massa gelatinosa é 
hidrossolúvel e até higroscópica. No entanto, os polímeros gelatinosos são quimicamente 
estáveis e somente se degradam por hidrólise, na presença da enzima hialuronidase. Se isso 
acontece em maior taxa, a viscosidade da substância fundamental desta camada diminui e a 
derme torna-se mais penetrável (difusão). A matéria fibrosa proporciona estabilidade e 
resistência aos ataques mecânicos e químicos do nosso ambiente. A composição das fibras de 
colágeno (proteína) e dos polissacarídeos (“ácidos hialurônicos”, ver p. 61) muda ao longo da 
vida humana: elas tornam-se mais finas, perdem em elasticidade e força de tensão, e mostram 
a tendência de dobrar-se. 
A fibra de colágeno merece uma descrição mais detalhada, já que este elemento estrutural é a 
proteína mais produzida pelo nosso corpo. Ela possui um tempo de vida na derme de 
aproximadamente 60 dias. Ela é degradada pela enzima colagenase; em comparação: a fibra 
elástica possui um tempo de vida de cerca de 180 dias e é degradada pela enzima elastase. 
Estas enzimas são produzidas em excesso quando se expõe a pele à luz solar, promovendo o 
envelhecimento precoce. O colágeno é a proteína mais abundante no organismo, onde cerca 
de 80% da massa seca da pele é constituída de colágeno. É sintetizado no retículo 
endoplasmático do fibroblasto, iniciado pelo pró-colágeno que por ação de peptidases se 
transforma em tropocolágeno, rico em aminoácidos lisina e prolina. Estes sofrem hidroxilação 
para transformar o tropocolágeno em colágeno, este rico em hidroxilisina e hidroxiprolina. 
Fazem parte dessa reação bioquímica os seguintes cofatores: silício orgânico, ácido ascórbico, 
magnésio e cálcio. No organismo humano se encontram vários tipos de colágeno (na literatura 
científica se descrevem vinte tipos) que colaboram na formação da pele, mucosas, cartilagens 
e ossos. 
Voltando à dermis: ela mantém uma rede fina de vasos sanguíneos que sustentam as células 
vivas, portanto a expressão “tecido conjuntivo”. Esta camada proporciona elasticidade à pele, 
ela tem o papel de almofada macia que pode absorver choques e amenizar batidas. Com 1 a 4 
mm de espessura a dermis é a camada mais grossa da nossa pele e pesa em torno de 5 Kg! 
A dermis acomoda, além destes componentes principais, diversas células funcionais e 
glândulas: 
 A glândula sebácea (sebo, gordura), a maioria aliadas aos folículos pilosos. 
 A glândula sudorípara (produz suor), 
 As terminações nervosas (sentimento de dor, calor e frio) 
 Os folículos pilosos (onde nasce o cabelo). 
 24 
Estes fazem com que em cima da pele encontra-se um filme fino composto de suor e seus 
resíduos, sebo e água. Essa mistura representa uma manta de proteção natural cujo pH fica 
entre 4 e 6. Esse ambiente ligeiramente ácido tem duas funções: em primeiro lugar ele é uma 
barreira contra compostos químicos agressivos. As proteínas da pele são mais estáveis e 
protegidas contra a degradação por hidrólise, nesta região de pH. Na média, os aminoácidos, 
constituintes das proteínas, têm seu ponto isoelétrico nesta faixa de pH. Em segundo lugar 
esse filme acomoda microorganismos. A mistura deste filme contém nutrientes para as 
bactérias benéficas que, por sua vez, inibem a disseminação de outros microorganismos, 
prejudiciais ou até patogênicos. 
A elasticidade da pele depende muito do teor em umidade. Caso o nível em água fique muito 
baixo a pele ganha uma aparência seca, nós percebemos sua tensão, cócegas ou até 
queimação; ela se solta em forma de lascas (= caspas). Uma pele jovem e saudável se destaca 
por fatores de retenção de umidade naturais (inglês: natural moistening factors, NMF 
5
) que 
balanceiam o grau de umidade. Um tratamento da pele com produtos cosméticos pode nivelar 
um déficit em umidade, especialmente importante quanto o ar contém menos de 50% de 
umidade relativa (o que é o caso nos meses de inverno, em grandes partes do Brasil). A 
composição desses cremes e loções será apresentada mais adiante (ver cap. 7.7 na p. 107). 
A glândula sebácea produz gorduras, ácidos graxos, triglicerídeos e ésteres simples de alcoóis 
graxos, principalmente. Esses lipídeos se misturam com a secreção sudorípara e permanecem 
na superfície da pele em forma de emulsão. Podemos afirmar que a gordura tem a função de 
reter a umidade dentro das camadas inferiores da pele e assim proteger contra a perda 
excessiva de líquido ao meio ambiente. Por outro lado, também formam uma barreira contra 
águas contaminadas com quais entramos em contato. 
Pele seca, fina, pouco elástica e quebradiça é um problema natural em idosos. Neste estado a 
função de barreira da stratum córneum está obsoleta e a evaporação transepidérmica ocorre 
numa taxa elevada. Mas também pessoas mais novas podem sofrer de problemas acarretados 
pela insuficiência da barreira, especialmente quando um ambiente agressivo entra em contato 
frequente com a pele: a exposição repetida a solventes, sabões e desinfetantes, muitas vezes 
em conjunto com um clima quente e seco, que podem remover os lipídeos da pele, dessa 
forma lesando a barreira cutânea e, consequentemente, aumentando a perda de água. 
Tipicamente as mulheres são mais afetadas destas situações, com a consequência de danos e 
irritações na pele, principalmente nas mãos. 
A composição exata do sebo humano pode variar de pessoa em pessoa. Valores médios são: 
 Triglicerídeos, cerca de 43% 
 Ceras (= monoésteres, constituídos de um ácido graxo e um álcool graxo) e ceramidas, 
cerca de 23% 
 Ácidos graxos livres, cerca de 15% 
 Esqualeno, cerca de 15% 
 Colesterol e ésteres de esteróis, cerca de 4%. 
Além destes compostos, a mistura gordurosa contém ainda proteínas. 
 
 
5
 Outros fatores que contribuem ao NMF e à retenção de água no stratum córneum, são as substâncias 
higroscópicas na superfície da pele. Os componentes mais importantes dessa mistura incluem ácido pirrolidona 
carboxílico, lactato de sódio, ureia, os íons Cl
-
, K
+
, Na
+
, os lactatos,citratos e aminoácidos. 
 25 
Colesterol (C27H46O)
HO
H
H H
H
Esqualeno (C30H50)
 
 
 
Ceramida (fórmula geral) 
 
Figura 4. Alguns componentes hidrofóbicos, produzidos em menores partes nas glândulas 
sebáceas e nos queratinócitos do stratum corneum. 
 
Em seguida, vamos saber mais sobre os componentes principais desse material gorduroso que 
se encontra na pele humana, na sequência: os triglicerídeos e ácidos graxos; depois as 
ceramidas, os esteróis e finalmente o esqualeno. 
 
5.1.1 Composição química dos triglicerídeos 
Todas as gorduras naturais, inclusive as vegetais, são ésteres compostos de ácidos graxos e 
um álcool, geralmente representado pela glicerina. Portanto, as gorduras também são 
chamadas de "glicerídeos" ou "triglicerídeos". 
 
 26 
Gordura
animal ou vegetal
"Glicerídeos"
O
O
O
C
O
C
C
O
O
= Éster feito de glicerina (álcool) e três ácidos graxos
Mais ác. oléico, mais líquida a gordura (porco, ganso);
mais saturados, mais dura a gordura (sebo de boi)
Regra geral:
Figura 5. Composição geral da gordura animal e vegetal. 
 
As diferenças físicas e químicas entre as gorduras se explicam da estrutura química das 
cadeias carbônicas dos ácidos graxos, na Figura 5 abstraídas por linhas onduladas. Existem 
em torno de 10 diferentes ácidos graxos que proporcionam mais de 95% dos constituintes em 
gorduras naturais. Raras vezes todos os três grupos ácidos graxos dentro do glicerídeo são 
idênticos, mas sim, podem ser arranjados de forma randômica. Somente destes detalhes 
estruturais podemos esperar 10
3
 diferentes isômeros constitucionais dos glicerídeos - um 
número que ainda aumenta pelos isômeros devido à posição exata dos ácidos graxos dentro do 
glicerídeo (isto é, em cima, no meio ou em baixo, no esquema da Figura 5). 
 
R C
O
OH
Ácido graxo
(ác. carboxílico)
R = cadeia hidrocarbônica saturada (ou com uma insaturação)
 .
Representação trivial: 
COOH
C12: Láurico
Nomes dos ácidos graxos dependem do comprimento da cadeia carbônica:
C14: Mirístico
C16: Palmítico
C18: Esteárico
C18 com uma insaturação: Oléico
 
Figura 6. Estrutura química e nomes triviais de alguns ácidos graxos mais encontrados nas 
gorduras animais e vegetais. 
 
Tab. 6. Relação dos nomes triviais dos ácidos graxos mais comumente encontrados em 
gorduras naturais. 
N
o
 de 
carbonos 
Cadeia saturada Cadeia mono-
insaturada 
Cadeia poli-
insaturada 
12 ác. láurico 
14 ác. mirístico 
 27 
16 ác. palmítico 
(também: ác. cetílico) 
ác. palmitoléico 
18 ác. esteárico ác. oléico ác. linoléico (C18:2); 
ác. linolênico 
(C18:3). 
20 ác. aráquino ác. gadoleínico, ác. 
gondo 
ác. araquidônico 
(C20:4) 
22 ác. beênico ác. erúcico 
 
Sendo assim, somente sob grandes esforços cromatográficos é possível separar os 
componentes de uma amostra de gordura. Em vez disso, é mais razoável classificar a 
composição da gordura, em porcentagens de ácidos graxos, a serem determinadas após a 
hidrólise dos ésteres. A seguinte tabela representa a composição de gorduras naturais, 
inclusive a da pele humana, em termos dos ácidos graxos hidrolisados. Note que nesta 
anotação (X : Y), o primeiro número indica o número de carbonos da cadeia retilínea, o 
segundo número representa o número de duplas ligações (no entanto, não indica suas posições 
dentro da cadeia carbônica). 
Tab. 7. Padrão dos ácidos graxos. Composição natural de alguns óleos vegetais usados 
em formulações de cosméticos, em comparação com a gordura da pele humana. 
Indicação dos ácidos graxos em % do peso. 
Graxa/Óleo 10:0 12:0 14:0 16:0 18:0 18:1 18:2 18:3 20:1 22:1 
Óleo de colza 
("low erucic") 
- - - 1-5 1-4 50-65 15-30 5-13 1-3 0-2 
Óleo de colza 
("high erucic") 
- - - 2-3 1-4 12-24 12-16 7-10 4-6 45-53 
Girassol (gênero 
antigo) 
- - - 3-10 1-10 14-65 20-75 - - - 
Girassol (high 
oleic) 
- - - 3-4 1-2 90-91 3 - - - 
Óleo de linho - - - 5-8 2-4 15-25 12-16 50-60 - - 
Manteiga de 
coco 
5-10 45-53 15-21 7-11 2-4 6-8 1-3 - - - 
Azeite de dendê 
parte interna 
3-5 40-52 14-18 6-10 1-4 9-16 1-3 - - - 
Azeite de dendê 
parte externa 
- - 0-2 38-48 3-6 38-44 9-12 - - - 
Óleo de soja - - - 7-14 1-5 19-30 44-62 4-11 0-1 - 
Óleo de 
amendoim 
- - 0-1 6-16 1-7 36-72 13-45 0-1 0-2 - 
Gordura da 3 26 14 47 3 1 
 28 
pele humana 
 
Composição média da gordura de pele humana: 
Ácidos graxos saturados: 
 Ác. palmítico 26% 
 Ác. esteárico 14% 
 Ác. mirístico 3% 
Ácidos graxos mono-insaturados: 
 Ác. oléico 47% 
 Ác. palmitoléico 3% 
Ácidos graxos poli-insaturados: 
 Ác. linoléico 3% 
 Ác. linolênico 1% 
 
Tab. 8. Classificação de gorduras conforme o grau de insaturação. 
Tipo e Fonte Saturados Monoinsaturados Poli insaturados 
Total Linoléico 
Principalmente 
saturadas: 
 
Manteiga 63 33 4 1 
Banha 43 47 10 9 
Coco 90 8 2 2 
Dendê 50 39 11 10 
Principalmente 
monoinsaturadas: 
 
Oliva 17 73 10 10 
Amendoim 18 52 30 30 
Canola 6 67 27 17 
Ricas em 
poliinsaturadas: 
 
Milho 15 30 55 55 
Soja 16 24 60 53 
Girassol 12 21 67 67 
Açafrão 10 15 75 75 
Peixe 20-35 20-55 20-50 1 
Sardinha 20 55 25 1 
 
Geralmente podemos afirmar: quando mais rica em duplas ligações C=C (contribuinte 
principal: o ácido oléico), mais líquida a gordura. Exemplos de gorduras líquidas: banha de 
porco, graxa de ganso. 
 29 
Por outro lado, alta porcentagem em ácidos graxos saturados torna a gordura mais dura. Seu 
ponto de fusão extraordinariamente alto se deve à fácil cristalização deste material (cadeias 
carbônicas saturadas são mais flexíveis do que as insaturadas). Este fato será de suma 
importância na preparação de batom (ver p. 188). As seguintes tabelas sublinham essa 
tendência. 
 
Tab. 9. Alguns ácidos graxos saturados e seus pontos de fusão. 
Símbolo numérico Nome do ácido: Ponto de fusão (° C) 
C 4:0 Butírico -5,3 
C 6:0 Capróico -3,2 
C 8:0 Caprílico +6,5 
C 10:0 Cáprico 31,6 
C 12:0 Láurico 44,8 
C 14:0 Mirístico 54,4 
C 16:0 Palmítico (= cetílico) 62,9 
C 18:0 Esteárico 70,1 
C 20:0 Araquídico 76,1 
C 24:0 Lignocérico 84,2 
 
Já os ácidos graxos com insaturação (= dupla-ligação C=C) apresentam-se em uma variedade 
estrutural bem maior. A posição da dupla-ligação dentro da cadeia carbônica define diferentes 
isômeros com diferentes propriedades físicas. Também a geometria ao redor da dupla-ligação, 
cis ou trans (melhor falando em Z e E; mais encontrado é o isômero Z) influencia as 
propriedades sensivelmente. Não há unanimidade na sigla para denominar esses ácidos, mas a 
seguinte tabela mostra uma nomenclatura bastante espalhada. 
 
Tab. 10. Alguns ácidos graxos insaturados, com sigla e ponto de fusão. 
Símbolo numérico Nome do ácido: Ponto de fusão (° C) 
C 16:1 (9Z) Palmitoléico 0,0 
C 18:1 (9Z) Oléico 16,3 
C 18:1 (11Z) Vacênico 39,5 
C 18:1 (9E) Elaídico 44,0 
C 18:2 (9, 12) Linoléico -5,0 
C 18:3 (9, 12, 15) Linolênico -11,0 
C 20:4 (5, 8, 11, 14) Araquidônico -49,5 
 
Anotamos as seguintes tendências: 
 30 
1. Quanto mais comprida a cadeia carbônica, mais alto o ponto de fusão. 
2. Os pontos de fusão dos ácidos graxos saturados ficam acima dos insaturados. 
3. Quanto mais insaturações, mais baixo o ponto de fusão. 
 
Características dos ácidos graxos mais comuns em plantas e animais: 
 Número par de átomos de carbono 6 
 Número de átomos de carbono 14-22, predominando C16 e C18 
 Duplas ligações não conjugadas (isoladas) 
 Isomeria cis nas duplas ligações C=C 
 Cadeias carbônicas não ramificadas 
 Cadeias puramente carbônicas, sem outros heteroátomos 
 
Existem mais de 800 ácidos graxos encontrados em lípidos naturais, porém só alguns estão 
presentes em quantidades e freqüência considerável. 
Para a maioria dos usos cosméticos um alto ponto de fusão é indesejado (exceção: batom!). 
Portanto, a gordura usada deve ter insaturações. Por outro lado, sabemos que a química dos 
alquenos é muito mais rica que a dos alcanos. Especialmente reativos são os alquenos frente 
ao oxigênio do ar: ocorrem oxidações em posição (bis)alílica e polimerizações radicalares, 
principalmente. Uma prolongada exposição à atmosfera altera o caráter químico de gorduras 
insaturadas - certamente um efeito indesejado. Trivialmente falado, o produto rancificou. 
Os ácidos graxos, além de serem fixados nos triglicerídeos, também ocorrem em forma livre e 
organizados em camdas, na parte exterior da nossa pele. E, finalmente, existem em forma de 
ésteres de mono-alcoóis graxos. Matéria mais rica neste tipo de éster é a cera de abelha que 
consiste de 75% de palmitato de miricila. 
 
R CH2 OH
Álcool graxo
Representação trivial: CH2OH
 
 
Cera:
Éster
CH2O C
O
de álcool graxo e ácido graxo
Exemplo: 
Cera de abelha contém 75% de palmitato de miricila.
 
Figura 7. Derivados dos ácidos graxos, naturais e sintéticos, usados na indústria cosmética. 
 
 
6
 O corpo humano não produz ácidos graxos com número impar
de carbonos; no entanto, existem os ácidos C15 
(pentadecanóico) e C17 (margárico), em até 2% no sebo e nos produtos laticínios gordos. Sendo assim, estes 
ácidos, quando encontrados como fosfolípidos no plasma sanguíneo, podem ser usados como indicador para o 
consumo destes alimentos. 
 31 
A distinção tradicional entre óleos, gorduras e ceras baseia-se no seu estado físico: os 
primeiros são líquidos à temperatura ambiente, as gorduras de consistência mole, fundem 
abaixo de 45°C, as ceras apresentam-se em massas sólidas, em geral fusíveis acima de 60°C. 
 
5.1.2 Ceramidas da nossa pele e seu papel em produtos cosméticos 
As ceramidas, principais componentes lipídicos intercelulares no stratum córneum, 
representam barreiras eficientes frente à água. Elas desempenham um papel fundamental na 
capacidade de reter a água no dentro da pele e impedem uma evaporação demasiada, uma 
ressecagem das células do nosso corpo em geral. As ceramidas encontradas na pele podem ser 
classificadas em 6 classes, as quais diferem pelo tipo de cadeia graxa ligada à base esfingóide, 
sendo nomeadas de acordo com sua polaridade (estrutura química geral, ver Figura 4). A 
ceramida 1 é a mais apolar. As ceramidas são localizadas principalmente no estrato córneo e 
são organizados em camadas duplas e múltiplas (compare Figura 25). Neste arranjo elas 
exercem o papel importante de barreira lipídica presente no estrato córneo e na epiderme, que 
tem a capacidade de reter a água na pele. 
As ceramidas são ricas em ácido linoléico (C 18:2), importante para manter a função de 
barreira da epiderme, pois controlam a perda transepidérmica de água. A presença de umidade 
nas células do estrato córneo é responsável pela maciez e elasticidade da pele jovem e sadia. 
O envelhecimento, a luz solar e as variações climáticas resultam numa redução da capacidade 
do estrato córneo em reter seu conteúdo de umidade ideal, tornando a pele seca e rugosa. 
Devido à importante participação das ceramidas endógenas, na função de barreira para a 
manutenção de um nível de hidratação cutânea adequado, formulações cosméticas que as 
contêm, muitas vezes, têm sido consideradas potentes hidratantes, porém ainda é necessária a 
realização de mais estudos para a avaliação do real benefício proporcionado à pele pelo uso da 
ceramida exógena. 
 
5.1.3 Esteróis contidos na gordura da pele 
O esterol característico do reino animal é o colesterol (ver Figura 4) que, pode-se dizer, existe 
em todas as células animais, em maiores porcentagens no cérebro e espinha medular. Esses 
lipídeos precisam ser transportados de um tecido de origem (fígado, onde eles são 
sintetizados, ou o intestino, onde são absorvidos) para os tecidos nos quais eles serão 
armazenados ou consumidos. O transporte é feito por lipoproteínas plasmáticas que são 
agregados moleculares de proteínas transportadoras específicas. O sangue contém na média 
1,5 a 2 gramas por litro. Todos os tecidos animais em crescimento necessitam de colesterol 
para a síntese de suas membranas; alguns órgãos (glândula adrenal e gônadas, por exemplo) 
usam o colesterol como um precursor para a produção dos hormônios esteróides. O colesterol 
é também um precursor da vitamina D (produzida sob a influência da radiação UV, ver p. 62). 
A matéria prima usada pela indústria química é extraída da medula de animais abatidos nos 
matadouros, ou a partir da lanolina (ver em baixo). Os fitoesteróis são extraídos 
principalmente da soja e na levedura de cerveja. 
O colesterol e seus derivados são essencialmente insolúveis em água; os ésteres do colesterol 
são ainda mais hidrofóbicos que o colesterol livre. 
Em formulações cosméticas os esteróis são pouco empregados. 
 
 32 
5.1.4 Esqualeno 
O esqualeno (ver Figura 4) é um hidrocarboneto de cadeia altamente insaturado. Ao contrário 
dos ácidos graxos insaturados, o esqualeno dispõe de um longo trecho de duplas ligações C=C 
conjugados – em analogia à vitamina A (Figura 18). É encontrado no óleo de fígado de 
tubarão, e também em pequena quantidade em alguns vegetais. Já por isso o esqualeno é 
pouco empregado em formulações cosméticas, pois alí se prefere substitui-lo por 
hidrocarbonetos saturados e portanto com maior estabilidade química e fotoquímica – além de 
serem muito mais fáceis de obtenção e muito mais baratos (é simplesmente óleo mineral). 
Os esteróis, como também o esqualeno, a lecitina (= colinas de fosfatidila; fazem parte da 
membrana célular lípida) e os tocoferóis (p. 78), são considerados matérias graxas 
insaponificáveis, quer dizer, são estáveis frente à reação com a água (= hidrólise). 
Por outro lado, como veremos no cap. 7.2, os triglicerídeos, as ceras e de menor grau também 
as amidas, podem facilmente ser hidrolisados. Especialmente na presença de bases fortes 
(OH
-
), mas também por ácidos essa hidrólise pode ser catalisada. Portanto, estes substâncias 
gordurosas, quando aplicadas em formulações cosméticas, devem encontrar-se em um 
ambiente neutro, melhor ainda na presença de um tampão que estabiliza o pH e mantém os 
catalisadores da hidrólise ao nível mínimo. 
 
5.2 Suor 
O humano regula sua temperatura corporal, principalmente por suar. Calor excessivo, por 
exemplo, devido a uma atividade física, pode ser atenuado por evaporação de água, cuja 
entalpia de evaporação fica em torno de 2400 kJ por litro. Para este fim servem em primeira 
linha as glândulas ecrinas que liberam uma secreção aquosa que pode chegar, numa pessoa 
adulta, até 4 litros por hora (ou 14 litros por dia). Essas glândulas se encontram na dermis e 
produzem cerca de 10 a 15 g
.
min
-1.
m
-2
 de suor, cuja evaporação em filme corresponde a um 
arrefecimento do corpo de 333 W
.
m
-2
 (o suor que perdemos em forma de gotas, aliás, não 
contribui ao regulamento da temperatura corporal). Um adulto perde em torno de 100 a 200 
mL de suor por dia, quando não faz grandes atividades físicas. 
As glândulas ecrinas se estendem praticamente em cima de todo o corpo humano e produzem 
uma secreção transparente e inodora que consiste de mais de 99% de água. Esse suor contém 
também eletrólitos, tais como Na
+
, Cl
-
, K
+
, lactato, aminoácidos, ácido urocanino, além de 
quantidades elevadas de uréia. Além destes, encontram-se neste suor açúcar e ácido ascórbico 
(vitamina C), em traços. O pH desta solução fica na região notavelmente ácida, em volta de 
4,5. A explicação deste fato é simples: nesta faixa protolítica as proteínas estruturais da pele 
são mais protegidas da hidrólise que pode ocorrer no ambiente fortemente ácido, mas também 
e principalmente em ambiente alcalino. Essa, aliás, é a explicação porque as caustificações 
alcalinas são mais perigosas do que as ácidas! Portanto, o laboratorista deve proteger-se 
sempre com os EPI´s adequados quando trabalhar com bases fortes. 
Ao contrário das glândulas ecrinas, as glândulas apocrinas somente ocorrem nas regiões 
cabeludas do corpo humano, isto são as regiões genitais, as axilas e os mamilos. Estes liberam 
um suor que possui, além dos ingredientes mencionados acima, uma secreção leitosa que 
contém proteínas e lipídeos; seu pH é aproximadamente neutro (pH 7,2; detalhes ver Tab. 12). 
Tab. 11. Composição dos sais minerais no suor (note que os conteúdos indicados podem 
variar muito, os elementos em traços até pelo fator 15, dependendo do tipo de 
atividade corporal, da alimentação e da duração de suar). 
Sais minerais principais Teor em g/L: 
 33 
Sódio 0,9 
Potássio 0,2 
Cálcio 0,015 
Magnésio 0,0013 
Elementos em traços Teor em mg/L (= ppm): 
Zinco 0,4 
Cobre 0,3 a 0,8 
Ferro 1 
Cromo 0,1 
Níquel 0,05 
Chumbo 0,05 
Nota-se da tabela acima que o nosso corpo, através do suor, se libera também de metais que 
se tornam tóxicos desde pequenas concentrações. Todavia, podemos afirmar que o suor 
humano ainda é hipo-osmótico, em relação ao plasma sanguíneo. 
Aliás, suor fresco é praticamente inodor. Somente

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