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MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 2 Manutenção Corretiva - era o que se conhecia no mundo industrial do pós 2a guerra mundial , sem falar no próprio período de guerra, quando ninguém se preocupara em consertar, só em utilizar até quebrar. Infelizmente esta forma de pensar ainda é muito difundida até mesmo em nossos dias, pelo menos nas cabeças daqueles que nunca tiveram uma real preocupação com produtividade, competitividade e custo. • Manutenção Preventiva - surgida a partir dos anos 60, ela se propunha a sistematicamente trocar todos os componentes após um certo período de uso, supondo que assim se eliminaria o risco de paradas imprevistas. Logo ficou claro que esta forma de pensar não era correta, pois assim como uma peça nova está sujeita a dar problemas (motivo porque os fabricantes dão uma garantia sobre um produto novo), uma peça substituída pode gerar o mesmo efeito. Ao se concluir que a pura e simples troca de peças após um certo tempo de uso não era adequado, surgiu a: 3 • Manutenção Planejada - que aplicava metodologias já muito próximas da Manutenção Preditiva, ou seja, aplicava inspeções. O que de fato se fazia era verificar o estado em que componentes se encontravam, para só trocá-los quando realmente era necessário. A diferença, como veremos, é que a inspeção era feita por ocasião de uma parada para manutenção supostamente preventiva, mas onde na prática se verificava o estado, se definia o que precisava ser trocado ou consertado e muitas vezes se planejava uma nova data para a efetiva manutenção. 4 • Manutenção Preditiva - foi o próximo passo na revolução da manutenção, pois agora a manutenção começou a ter tratamento científico, como veremos mais tarde. Ela foi um passo decisivo para que a manutenção passasse a ser vista como algo necessário e que não precisa absolutamente atrapalhar o processo produtivo. 5 • TPM - é o conjunto de atividades onde mantém o compromisso voltado para o resultado. Sua excelência estar em atingir a máxima eficiência no sistema de produção, maximizar o ciclo total de vida útil dos equipamentos aproveitando todos os recursos existentes buscando perda zero. Exige a participação de todos os elementos da cadeia operativa. 6 • Manutenção autônoma - surgida cada vez mais nos últimos anos é uma conseqüência natural do TPM e pode ser aplicada mesmo sem TPM. Basta entender que o homem que trabalha na máquina pode perfeitamente ter conhecimentos básicos que lhe permitem fazer pequenas manutenções. • Veremos que este é um caminho sem retorno. Aliás, todos nós estamos passando por esta fase: se já fazíamos pequenas manutenções em nossos automóveis, a própria situação econômica está nos obrigando cada vez mais a também fazer muita coisa em casa, onde antes se chamava alguém. Manutenção preventiva • Define-se como sendo um conjunto de procedimentos que visam manter a máquina em funcionamento, executando rotinas que previnam (evitem) paradas imprevistas. 8 As rotinas de manutenção preventiva compreendem: • lubrificação; • Inspeção com máquina parada; • Inspeção com máquina operando; • Ajuste ou troca de componentes em períodos predeterminados; • Revisão de garantia, isto é, o exame dos componentes antes do término de suas garantias; 9 10 • Cuidados com transporte e armazenamento; • Instalação; • Preparação para uso; • Análise de especificações de compra; • Envio de informações para o planejamento e controle da manutenção; • Reparo dos defeitos detectados pela inspeção. Objetivos da manutenção preventiva 1. Distribuir equilibradamente cargas de trabalho 2. Racionalizar o estoque de sobressalentes 3. Manter disponibilidade máxima de máquinas e equipamentos 4. Eliminar improvisação 5. Eliminar atrasos na produção 11 Sistemas de suporte • Sistemas de suporte, planejamento e programação • Devem ser criados impressos tais como requisição de serviço (RS), ordem de serviço (0S) e outros para fornecer o suporte necessário para o desenvolvimento das atividades do planejamento, programação e controle da manutenção preventiva • Os impressos devem ser resumidos, claros e na menor quantidade possível, a fim de não emperrarem o andamento da manutenção preventiva. 12 Os setores de planejamento e programação devem ter suas funções bem situadas no fluxograma. E essas funções devem ser exercidas por pessoal de nível técnico com experiência em campo, o controle avalia desempenhos e objetivos e faz possíveis redefinições. Para isso, o controle deve manter informados os setores de engenharia de manutenção e planejamento . 13 14 Engenharia de manutenção operação planejamento Requisição de serviços Ordem de serviços programação controle execução inspeção Determinação das rotinas É feita pela engenharia de manutenção e determina as tarefas rotineiras de inspeção e execução com base nos seguintes itens: • Histórico da máquina • Influência de localização • Comparação entre custos de produção • Informação do fabricante • Informação do pessoal de operação 15 IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE • Significa colocar o em prática um esquema que possa avaliar a atuação da manutenção preventiva, ainda orienta tomadas de decisões. O controle deve atuar sobre: • Nível de mão-de-obra • Serviços pendentes • Produtividade • Paradas dos equipamentos • Custo 16 MANUTENÇÃO PREDITIVA 17 • É o aperfeiçoamento da preventiva, baseado no real conhecimento das condições das máquinas, equipamentos ou componentes • Em outras palavras, consiste em um conjunto de procedimentos que visa determinar o momento ótimo para execução da manutenção preventiva, em lugar das intervenções periódicas (sistemáticas). 18 ÍNDICE DE CONTROLE NA MANUTENÇÃO: Não existe mais nenhuma chance de saber o que se passa na manutenção de uma empresa, sem um sistema adequado de informações. Esta, além de registrar todos os dados, necessariamente deve fornecer gráfica, facilitando ao gerenciamento e ao próprio pessoal envolvido o controle do que está acontecendo e permitindo decisões para correções de desvios 19 Um sistema de controle de manutenção tem inicialmente o objetivo de controlar ou registrar tudo o que se faz dentro da manutenção, pois um fiel registro de tudo garantira futuramente um quadro do que realmente está acontecendo. Quando falamos em tudo, queremos realmente dizer "tudo", ou seja, até mesmo as ocorrências aparentemente mais insignificantes devem ser registradas, elas podem vir a ser decisivas na análise de algum problema maior ou na avaliação de uma tendência. 20 A necessidade de registrar tudo é uma das tarefas mais difíceis de conseguir, exigindo longos treinamentos de conscientização das pessoas envolvidas. Uma forma de conseguir que cada operário da manutenção realmente registre tudo é fazê-lo participar de reuniões regulares de discussão dos problemas, quando então ele começará a entender a importância mesmo de fatos aparentemente irrelevantes. 21 Além dos registros de ocorrências, um sistema de Controle de Manutenção se destina a emitir OS's de MC e MP, Programação de trabalhos, Avaliação e visualização de problemas. Como finalidade principal deve porém ser destacado que um Sistema de Controle de Manutenção visa, em última análise, a ajudar a aumentar a disponibilidade das instalações , diminuir os custos diretos de manutenção e garantir um melhor aproveitamento da mão-de-obra, tanto da própria manutenção, como também da produção. 22 Os relatórios que podem ser tirados de um Sistema de Manutenção são quase ilimitados,considerando principalmente o fato de que os mais completos sistemas disponíveis no mercado permitem ao usuário criar seus próprios relatórios. Reside aqui uma das grandes vantagens do PC,que dá quase total flexibilidade de conceber seus "displays" e seus "outputs" como melhor lhe convier. Para dar uma idéia do que pode ser feito, aqui algum exemplo. 23 Relatórios diários 24 • Ordens de Serviço em andamento • Trabalhos em andamento na semana com situação • Trabalhos emergenciais do último dia • OS de MP programadas e em andamento • Mão-de-obra disponível • Ordens de serviço por diversos critérios Relatórios semanais • Comparação entre realizado e programado • MP's em andamento na semana • MP's com prazo vencido • Programação para próxima semana • Situação geral de OSM • OS's atrasadas • Relatório de Mão-de-obra 25 Relatórios Mensais • OS's completadas • Horas paradas x horas programadas (OS) • Variação de orçamento • Uso de mão-de-obra 26 Informações gerais • Relação de equipamentos • Relação de peças em estoque • Relação de peças usadas 27 Relatórios de análise e decisão • Estatísticas • Necessidades de recursos para atender planejamento • Histórico de falhas • Tempo de reparo / parada / impedimento • Tempo médio para reparo e tempo médio entre falhas • Análise de falhas • Rotas • Prazos vencidos 28 A definição sobre qual o sistema mais adequado para implantação em uma indústria, um hospital, uma siderúrgica, uma companhia aérea, um conjunto de prédios etc. depende do tamanho da empresa, de seus objetivos, suas expectativas. Muitos programas se oferecem para os mais diversos graus de sofisticação do controle de manutenção, deixando aberto para o Cliente a escolha daquele que mais lhe convém no momento, que mais possibilidades de ampliação adequação oferece para o futuro e das aplicações paralelas que o programa permite fazer, abrindo perspectivas de gerenciamento até então desconhecidas. 29 • Alguns índices e nomenclaturas bastante comuns: • MTBF: é o tempo médio entre falhas. É usado bastante para determinar se o equipamento está falhando antes do previsto. Ex.: O amortecedor de um carro tem um MTBF de 50.000km, se falhar antes disso, será feito uma investigação para análise de causa. Pesquisas e melhorias são feitas para se aumentar esse índice. • MTTR: é o tempo médio gasto no reparo. Este índice é usado para avaliar o tempo gasto num reparo ou conserto. 30 DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTO • O usuário de um equipamento ou instalação precisa, acima de qualquer coisa, que seu equipamento ou instalação esteja disponível para utilização. • O papel da manutenção é manter o equipamento disponível ou fazê-lo retornar a seu estado funcionalismo, e torná-lo disponível. • A disponibilidade pode ser calculada e expressa em um índice percentual. Para isso, são necessários os seguintes itens: 31 • MTBF • Tempo médio entre falhas ("mean time between failures) Fórmula : MTBF = TO/X Onde: • TO = tempo total disponível para operar • X = número de falhas 32 • MTTR • Tempo médio de reparo ("mean time to repair") • Fórmula: MTTR = TR/X • Onde: • TR = tempo total de reparo ou inspeção preventiva. 33 Assim, tem-se a fórmula da disponibilidade: D= MTBF x 100 MTBF + MTTR 34 Exemplo: Um torno automático esteve em trabalho 4 000h em um ano e teve 8 intervenções de manutenção com duração total de 102 horas. Qual a disponibilidade do torno no ano? Solução: TO = 4 000h - 102h = 3 898h X = 8 TR = 102h 35 36 MTBF = 3898h = 487,25h 8 MTTR = 102h = 12,75h 8 D = 487,25 x 100 = 97,45% 487,25 + 12,75 Portanto, o torno teve uma disponibilidade de 97,45%. Exercício: 1º) Uma carimbadora de placas metálicas trabalha 6000h em um ano e teve 12 intervenções de manutenção com duração total de 204 horas . Qual a disponibilidade da carimbadora no ano? 2º)O que é MTBF e MTTR e dê exemplos de como se calcula? 37 Tipos de Controle da Manutenção Tem como objetivo obter informações para orienta tomadas de decisões quanto a equipamentos e a grupos de manutenção. Faz isso por meio da coleta e tabulação de dados, aperfeiçoando a interpretação dos resultados e criando padrões de trabalho. A tomadas de decisões, a partir das informações controle, deve ser da competência de todos os níveis decisórios adequadas a suas particularidades e, ao mesmo tempo, coerente com as políticas gerais da empresa. 38 Isto é função primordial do controle é alimentar o planejamento, a programação, a supervisão, etc., com dados claros e confiáveis. O controle exige a criação de padrões. E padrão significa procedimentos dinâmicos normalizados com critérios de qualidade e quantidade. 39 Controle manual É o sistema no qual a manutenção preventiva e corretiva são controladas e analisadas por meio de formulários e mapas, que são preenchidos manualmente e guarda dos em pastas de arquivo. Nesse sistema há necessidade de um processo organizado. na ordenação de documentos (por semana, por setor, por equipamentos, etc.), com o fim de permitir a recuperação rápida de dados e evitar.a perda de informações. 40 Controle semi-automatizado É o sistema no qual a intervenção preventiva.é controlada com o auxílio do computador e a intervenção corretiva obedece ao controle manual. A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informações necessárias para serem feitas as requisições de serviço, incluindo as rotinas de inspeção e execução o principal relatório emitido pelo computador deve conter no mínimo: 41 • o tempo gasto e previsto • serviços realizados • serviços reprogramados (adiados) • serviços cancelados • Esses são dados fundamentais para a tomada de providências por parte da supervisão. 42 Controle por microcomputador É o sistema no qual todos os dados sobre as intervenções da manutenção são armazenados no microcomputador e facilmente se tem acesso a eles por monitor ou impressora. Esse sistema permite uma excelente disponibilidade na utilização do microcomputador pelo usuário tanto na coleta de dados como na obtenção de resultados, na origem, pelo próprio executor, dispensando os formulados padronizados. E o executante pode desenvolver programas de acordo com sua necessidade de seu trabalho. 43 Neste caso, é fundamental que o microcomputador esteja acoplado ao computador central da empresa, para que se obtenha dados de outras áreas (materiais, pessoal, etc.). 44 PLANEJAMENTO 45 Prática do planejamento da manutenção fornece algumas metas a serem usadas, a saber: • Ao chegar um equipamento novo,as primeiras atividades a serem planejada são a inspeção de ajuste e tolerâncias e a limpe e relubrificação ("flushing") pelas horas recomendas pelo fabricante. • Após a limpeza e lubrificação das primeiras horas, planejar a tomada de padrões (temperatura,vibração, pressão etc, .) conforme o padrão de trabalho de sua linha de produção o ponto zero . 46 • O ideal da manutenção racionalizada é ter 93% dos seus serviços planejados e 7% não planejados. • O planejador pode contar com um índice de horas- extras dos mantenedores.mais não deixe isso virar um constante na rotina de produção para não haver freqüentes quedas no rendimento. • O planejamento dos serviços,sempre que possível, deve ocorrer com 3 a 4 semanas de,antecedência. • As informações devem ser geradas através de históricos, homens (manutenção e produção), instrumentos e relatórios. 47 • todo o planejamento deve estar preparado para mudanças. • No planejamento as ordens têm de ser claras e objetivas. • É atribuição do planejador orientar a guarda de documentação de serviços e equipamentos etambém orientar o preenchimento de formulários e preparação de relatórios. Um bom planejador deve ter formação técnica e experiência de campo na manutenção. 48 Análise estatística • Essa forma é empregada quando se dispõe de uma quantidade de equipamentos ou componentes, com as mesmas características, e que possam ser considerados um universo • A análise estatística baseia-se na determinação do término da vida útil por meio do acompanhamento da taxa de falhas 49 Taxa de falhas (λλλλ) É o cálculo da probabilidade que um equipamento, em operação, tem de falhar à medida que o tempo passa. Isto é, consiste num estimador da confiabilidade do equipamento(Gráfico 3.1). 50 É importante salienta que a taxa de falhas deve excluir as falhas extrínsecas ao item da máquina analisada, tais com panes devido a instruções não respeitadas,deficiência no manejo ou acidentes externos (inundações, incêndios, etc.). 51 VIDA ÚTIL É período durante o qual um equipamento opera com uma taxa de falha aceitável, ou ,ainda, o período em que o equipamento apresenta um percentual de risco de falha igual ou menor que o limite estabelecido. 52 CURVA DA BANHEIRA É uma curva que mostra o ciclo de vida de um equipamento segundo a relação taxa de falha (λ) versus tempo (t) (gráfico 3.2). Na curva da banheira pode-se ver: • O período de adaptação (0,t1) também chamada “mortalidade infantil", onde ocorrem os ajustes. • O período de operação normal (t1, t2), que é o período economicamente útil. • O período de cansaço (t2,t3), onde a taxa de falha sobe até atingir o mesmo índice inicial (λo) que é o ponto preditivo (P), quando então deve ser efetuada a reforma ou substituição. 53 54 ANÁLISE DE SINTOMAS Consiste em coletar sinais nas partes externas da máquina, sem interromper o funcionamento, para obter informações sobre os processos de desgaste interno. Os sinais coletados são nível de ruídos (em dB), velocidade e aceleração de vibração (em mm/s) e temperatura. O ideal da manutenção preditiva é ter o monitoramento constante, isto é, os sinais são coletados por meio de sensores permanentes e processados continuamente por, uma central de computador. 55 O que se tem, em geral, é o uso de medidores de ruído, vibração ou temperatura portáteis que fazem medições periódicas constituindo um método mais preventivo do que preditivo. Devido a isso, muitos autores e especialistas brasileiros em manutenção não admitem a existência da manutenção preditiva no Brasil, considerando os procedimentos expostos como manutenção preventiva programada. 56 Equipamentos Críticos Para que tenhamos um melhor desempenho num plano de manutenção, precisamos determinar quais são os equipamentos críticos da empresa, pois sem a sua disponibilidade poderá causar parada total ou parcial na produção, danos ao meio ambiente e segurança. Para esses equipamentos normalmente existe um outro que serve de auxílio (stand by) que na falha do equipamento principal esse entra em operação, mas nem sempre temos um equipamento sobressalente, isto nos trás uma preocupação e um planejamento mais rigoroso. 57 Existem alguns critérios para determinarmos a criticidade desses equipamentos. Eles são geralmente classificados da seguinte forma: A – Equipamento criticidade máxima B – Equipamento criticidade média C – Equipamento criticidade baixa 58 Um equipamento é considerado “A” quando não há outro que possa entrar em operação quando houver uma falha e no caso de sua falha, existir uma grande perda de produção, afetar o produto final, danos ao meio ambiente ou afetar a segurança. Ex.: Se numa fábrica existir apenas um compressor e esse falhar a fábrica para a sua produção. 59 Um equipamento é considerado “B” quando há outro que possa entrar em operação, mas que gera uma perda na produção. Ex.: Se numa fábrica houver dois compressores ou mais e se um falhar, os outros continuam funcionando mesmo que sua produção deficiente. 60 Um equipamento é considerado “C” quando ele não trás perda na produção, danos ao meio ambiente e segurança. São equipamentos de apoio que não interfere muito no processo. Ex.: Se um aparelho de ar condicionado da cantina falhar, não vai interferir no processo da fábrica. 61
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