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Matemática Econômica e Escassez na Economia

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Aline Sthéfani de Melo
Pós Graduação em Contabilidade, Direito e Economia com ênfase na Gestão Pública
Disciplina: Economia aplicada a Administração e Contabilidade
Matemática Econômica aplicada à Administração e Contabilidade
Você já deve ter ouvido falar que o dinheiro tem seu valor no tempo, que tem preços diferentes e que se multiplica. Quando é muito, é bom para credores, mas problemático para devedores. Assim, uma das principais abordagens que veremos neste tema, é o uso da matemática como aliada às decisões financeiras e econômicas.
Todos sabemos que a Matemática é uma ciência precisa e lógica. Isso significa que para a Administração Financeira, dois mais dois sempre serão quatro, independentemente dos valores implícitos que algo possa sugerir, como apostar em mercados futuros ou de coisas que ainda não amadureceram. A economia matemática é a aplicação de métodos matemáticos para representar teorias econômicas e analisar problemas propostos pela economia. Obviamente, e ainda dentro da lógica, incluímos esses valores, somando-os quando as variáveis são positivas e subtraindo quando o risco é eminente. Porém, não podemos nos esquecer do fundamental: a paridade dos valores. Se de um lado alguém está ganhando, de outro com certeza haverá quem perca.
A Ciência Econômica, em sua essência, estuda como a sociedade lida com seus recursos escassos, isto é, como uma família administra sua renda mensal, quanto vai para comida, estudos, gastos com moradia, carro e etc. Da mesma forma, a Economia estuda como o governo deve planejar os recursos limitados, já que a receita não é infinita. Por exemplo, quanto do dinheiro dos impostos deve ir para a saúde, a segurança pública, a educação, a cultura e os esportes. A escassez é o conceito central do tema e ela significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto, não pode produzir todos os bens que as pessoas desejam. Isto posto, a Ciência Econômica estuda como as decisões são tomadas no contexto de escassez.
- Escassez e escolha
Pode-se dizer que um dos maiores problemas para a economia é a escassez. Sua presença significa que a produção, de modo geral, não está atendendo nem ao menos as necessidades básicas de consumo. Necessidades, propriamente ditas, e não desejos, simplesmente.Bem, temos que considerar também que onde há desejo também há, de certa forma, uma necessidade. Necessidade é qualquer exigência pessoal ou social que se deva suprir com o consumo (alimento, vestuário, moradia, etc.). Desejo pode ser apenas um anseio, uma vontade de possuir, um consumo supérfluo. Talvez, uma escassez legítima seja aquela causada pela necessidade não suprida. Nesse caso, a escassez é realmente um grande problema econômico, como aquele da Grande Depressão de 1929.
Escassez de mercado não satisfaz o consumidor, pois alguns comprarão a preços abaixo do equilíbrio, porém outros não poderão suprir suas necessidades ou seus desejos, devido à falta de oferta (desinteresse, dado o baixo preço de mercado). Se há excesso de oferta de mercado, também não haverá satisfação total, pois, muitos consumidores não poderão adquirir o bem devido ao alto preço do produto, seja por não estar disposto a adquirir pelo preço alto, seja pela sua restrição orçamentária.
Obviamente, o papel da economia não é apenas resolver a escassez, pois ele não é a causa do problema, e sim a consequência.
-Escolha e Limites
Sabemos até agora que por meio dos fatores produtivos podemos produzir um determinado bem e em quantidades necessárias, e possíveis de se fabricar. Exatamente pelos recursos serem limitados na economia, podemos analisar e determinar o que e quanto podemos produzir. A questão, muitas vezes, não é apenas escolher, mas sim poder.
- Demanda, oferta, equilíbrio e mercado
Entende-se por demanda de mercado a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores procuram e estão dispostos a pagar. Para que a demanda ocorra, é necessário que o bem ou serviço atenda a alguns critérios do consumidor. Já por oferta de mercado entende-se a quantidade de um bem ou serviço que o produtor (vendedor) está disposto e capacitado a produzir, dado o tamanho do mercado e o preço do produto em um determinado período. Para que a oferta (produção e venda de um produto) ocorra, é necessário que o bem ou serviço siga alguns critérios. Economistas defendem a satisfação completa do consumidor, e o ponto de equilíbrio é exatamente o ponto que marca essa satisfação. Quando a demanda e a oferta de mercado são iguais haverá equilíbrio. Se os preços estão acima do ponto de equilíbrio, causará redução na demanda e excesso de oferta (o consumidor quer adquirir menos e o produtor ofertar mais), tendo uma pressão natural sobre os preços para que baixem. Se os preços estão abaixo do ponto de equilíbrio, causará excesso de demanda e menor oferta (o consumidor quer adquirir mais e o produtor ofertar menos). Consequentemente, haverá escassez de mercado. Nesse caso, a pressão sobre os preços será para que subam.
A Teoria da Custos trata do item que mais motiva ou desmotiva a criação de uma empresa: quanto custará, quanto lucrará e quando lucrará? Quanto menor for o custo na produção, mais eficiente esta será, e maiores serão os lucros. Lucros dos quais podem ser utilizados para mais investimentos gerando, consequentemente, mais empregos, significando também maiores lucros redistribuídos aos trabalhadores.
Muitos dizem que não veem muitas diferenças em análise de custos econômicos (ou financeiros) e custos contábeis.
como variáveis importantes podem evidenciar dados estratégicos, como capacidade produtiva, demanda de mercado, equilíbrio e preços estabelecidos, onde qualquer influência, seja pelos custos, seja pelos impostos, podem mudar radicalmente o funcionamento do mercado.Na realidade, a diferença mesmo está na maneira como analisamos os valores. Na contabilidade, custos se referem aos valores gastos ligados diretamente com o item avaliado. Os valores que estão ligados indiretamente, contabilmente, chamamos de despesas.
Originalmente os mercados de negociação, geralmente localizados em pontos centrais das cidades, negociavam somente os excedentes de produção, onde produtores e consumidores realizam trocas de produtos. Posteriormente, a evolução do sistema comercial permitiu o surgimento de um sistema bancário.
A presença do sistema bancário deu origem à intermediação financeira, ou seja, trocas de valores entre os indivíduos, principalmente entre aqueles com reservas monetárias e os deficitários, isto é, aqueles sem liquidez para consumo e investimento.
O mercado monetário diz respeito à circulação de moeda ou dinheiro em um país. Estão compreendidas nesse mercado as operações de compra e venda de títulos públicos e privados. Título é uma forma de tomar dinheiro emprestado, emitindo um direito de pagamento no futuro com juros. Os títulos, se emitidos pelo governo, permitem financiar a dívida pública, gerar receitas para gastos públicos e também controlar a liquidez da economia.Como exemplos de títulos privados, podemos citar os certificados de depósitos interfinanceiros (CDI), o certificado de depósito bancário (CDB) e os debêntures.
Vamos apresentar neste tema os produtos financeiros que oferecem rendimentos fixos ofertados por instituições financeiras (bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento e bancos múltiplos). Nesse grupo de produtos financeiros estão incluídos os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), os Recibos de Depósitos Bancários (RDB), Depósito Interbancário (DI), Letras de Câmbio (LC), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), entre outras.
-O mercado de ações
Ações são, como explica Kerr (2011), a menor fração em que se divide o capital de uma empresa. O acionista é, portanto, participante ou proprietário de uma companhia, proporcionalmente à quantidade de ações que possui em relação ao total.
Atualmente as ações são escriturais, funcionando por um registro eletrônico, no qual os valores são lançados a débito ou a crédito na conta dos acionistas, sem a necessidade de movimentaçãofísica de papéis.
As empresas registradas como sociedades anônimas podem ser de capital fechado ou capital aberto. As empresas de capital fechado geralmente são empresas familiares e com número restrito de sócios. Por outro lado, as empresas de capital aberto são necessariamente registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo obrigadas a fornecer uma série de informações contábeis e de governança.
Aprendemos que a taxa Selic, definida pelo Banco Central, funciona como a taxa básica da economia e, portanto, como referência para todas as demais. Da mesma forma, vimos a taxa Cetip, que funciona como referência para o mercado de renda fixa.
Em relação ao mercado de renda fixa, aprendemos sobre o CDB, LC, LCA. Na renda variável, fizemos a diferenciação de mercado primário e mercado secundário e como analisar uma ação por meio do Lucro Por Ação (LPA), preço por LPA e Dividend Yield.
Esses conhecimentos são úteis para qualquer gestor de uma empresa, mas também serão úteis para as suas finanças pessoais. Além disso, as análises utilizadas dentro do mercado financeiro são extremamente válidas para uma análise profissional de análises de cenários econômicos. Vamos estudar o modelo de oferta e demanda agregada, que é uma das análises essenciais em macroeconomia para entender as flutuações do produto, a determinação do nível geral de preço e da taxa de inflação. Utilizaremos esse modelo para compreender o motivo da economia se distanciar de sua trajetória “natural” de crescimento ao longo do tempo e para explorar as políticas governamentais destinadas a aumentar o crescimento ou reduzir o desemprego.
Deslocamentos das curvas de demanda e oferta nos fornecem as respostas para entender: por que os preços subiram mais em um ano do que em outros; por que os empregos crescem em alguns anos; e o que as políticas públicas podem fazer para impedir períodos de queda da renda e aumento do desemprego.
A curva de oferta agregada nos diz qual será a oferta de bens e serviços da economia a certo nível de preços. Diferentemente da curva de demanda agregada, que tem inclinação negativa, a curva de oferta apresenta uma inclinação que dependerá do horizonte que estamos analisando:
Longo prazo – a curva de oferta será vertical.
Curto prazo – a curva de oferta terá inclinação positiva.
Para entendermos como será o comportamento das flutuações da economia, e como essa se comporta no curto e longo prazo, precisaremos examinar a curva de oferta agregada de longo prazo e de curto prazo.
Inflação deve ser entendida como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. O conceito de inflação, entre os conceitos que vimos até o momento, é o menos controvertido e de fácil assimilação. Em virtude das consequências para empresas, famílias e governo, a inflação tornou-se assunto amplamente debatido.
Apesar de ser um conceito simples, podemos destrinchar observações complementares, destinadas a revelar, com maiores detalhes, aspectos elementares dos processos inflacionários. A primeira coisa que devemos pensar é por qual meio a inflação se revela; a resposta seria a quantidade de moeda. Não existe maneira de o nível geral de preços da economia aumentar sem que isso não seja reflexo do aumento da quantidade de moeda circulando na economia.
Começamos esta aula discutindo alguns fatos importantes acerca das flutuações de curto prazo na atividade econômica. Foi apresentado um modelo básico para explicar essas flutuações, chamado modelo de demanda e oferta agregada.
A curva de demanda agregada sofrerá alterações em caso de mudanças no consumo, investimento, gastos do governo, exportações ou importações. Por sua vez, a curva de oferta agregada é indiferente no longo prazo, deslocando apenas quando ocorre alteração nos fatores de produção (trabalho, capital, recursos naturais e tecnologia).
Apreendemos que a inflação é um aumento generalizado dos níveis de preços, e que existe uma relação inversa com o desemprego, dada pela Curva de Phillips.
Por fim, entendemos que, para a hipótese de expectativas racionais, o futuro também é importante, e que ele é incorporado pelos indivíduos na tomada de decisão.
Segmentos mercado financeiro
 Mercado Monetário: boa parte desse mercado é operado pelo Banco Central. Nele são realizadas operações de negociação de títulos públicos, de redesconto e depósitos compulsórios, que visam essencialmente a controlar a liquidez da moeda na economia; Mercado de Crédito: operado por instituições financeiras bancárias, destina-se basicamente a suprir as necessidades de capital de giro das empresas, abrangendo empréstimos, financiamento e depósitos à vista. Mercado Cambial: onde se realiza a compra e venda de moeda estrangeira. Mercado de Capitais: nele são realizadas operações de longo prazo, geralmente por bancos de investimentos. Aplicação em ações e debêntures são exemplos da atuação desse mercado. Mercado de derivativos: são operações com ativos cujos valores representam uma parcela de outro ativo, daí o nome de derivativos. Destina-se, principalmente, à administração de risco.
Como o objetivo da Contabilidade é o controle do patrimônio, podemos afirmar que o registro dos bens, rebanhos, pertences, objetos de trocas, entre outros itens obtidos pelos povos mais primitivos equivale ao registro contábil, embora ainda de forma simples.
A origem da Contabilidade está ligada diretamente à evidenciação da riqueza patrimonial, seja inicialmente em inscrições rupestres nas cavernas ou com registros em pedaços de argila, papiros ou papel, acompanhando a evolução da humanidade. A Contabilidade é aplicada nas entidades, sejam pessoas físicas ou jurídicas, objetivando o controle do seu Patrimônio.
O Patrimônio é demonstrado por meio do Balanço Patrimonial, o qual é uma Demonstração contábil que possui dois lados, representando uma balança, que se equilibra entre os bens, os direitos e as obrigações.
A estrutura do Balanço Patrimonial é composta pelo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, representando a origem dos recursos da empresa e a aplicação dos recursos.

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