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UNIDADE 1 – CIÊNCIA ECONÔMICA • INTRODUÇÃO À ECONOMIA 5 UNIDADE 2 – SISTEMA ECONÔMICO • ECONOMIA DE UM PAÍS 11 • FLUXOS DO SISTEMA ECONÔMICO 13 • CONTABILIDADE SOCIAL 16 • OS PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS 17 • CONSUMO E POUPANÇA 19 UNIDADE 3 – MICROECONOMIA • ECONOMIA DO CONSUMIDOR, DA EMPRESA E DO MERCADO 21 • TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO 26 • MERCADO: DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE EQUILÍBRIO 28 • CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS 30 UNIDADE 4 – ECONOMIA MONETÁRIA • A MOEDA 33 • MERCADO MONETÁRIO 35 • INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS 37 UNIDADE 5 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL • O SISTEMA FINANCEIRO 41 • NOÇÕES DE MERCADOS FINANCEIROS 44 UNIDADE 6 – COMÉRCIO EXTERNO • SETOR EXTERNO 49 UNIDADE 7 – SETOR PÚBLICO • FUNÇÕES ECONÔMICAS 53 • CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 55 • POLÍTICAS MACROECONÔMICAS 57 • GLOBALIZAÇÃO E ECONOMIA 60 REFERÊNCIAS 64 6Unidade 1 Ciência Econômica Unidade 1 Objetivos: • Conceituar Ciência Econômica. • Identificar fatores de produção. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Em qualquer estágio da evolução econômica de uma sociedade, os indivíduos têm muitas necessidades. Algumas são comuns a todos, como se alimentar, se vestir ou residir em lugares seguros. Essas necessidades vitais são consideradas primárias. Com a evolução da sociedade e o consequente crescimento das cidades, surgem outras necessidades. Para satisfazê-las, os indivíduos passam a demandar produtos e serviços cada vez mais especializados, nas áreas de Educação, Saúde, Transporte, Saneamento Básico, Comunicação e até mesmo Lazer. Por exemplo, o crescimento desordenado das cidades e suas consequências sobre o equilíbrio ecológico do meio ambiente têm motivado demanda por mais espaços com áreas verdes, bem como produtos não poluentes. E assim, vai-se ampliando a lista de produtos e de serviços cada vez mais sofisticados para satisfazer a demanda dos indivíduos. Em suma, as necessidades, sejam coletivas ou sejam individuais, são satisfeitas com o consumo de bens (alimentos, roupas, casa) e com o consumo de serviços (segurança, serviço médico e todas as outras atividades prestadas). Os fatores de produção Os bens e os serviços são produzidos e oferecidos aos consumidores e, juntos, formam a produção econômica, que é obtida da combinação de recursos naturais, de equipamentos e de trabalho. Tais elementos são chamados fatores de produção. Os fatores de produção estão divididos em quatro conjuntos distintos: recursos naturais, trabalho, capital e tecnologia. • Recursos naturais são todos os elementos da natureza, tais como terra, água, florestas, minerais e outros elementos que o homem utiliza na criação de bens e de serviços. Esses bens são manipulados e processados para atender às necessidades humanas. • Trabalho é a participação do ser humano na forma de esforço físico e mental, para produzir bens e serviços. Os materiais retirados da natureza o são pela força do trabalho, tanto por meio de atividades físicas quanto empresariais. O trabalho humano é responsável pela transformação dos produtos. • Capital é o conjunto de equipamentos, máquinas, instalações e quaisquer outros bens utilizados no processo produtivo, ou seja, que entram na fabricação de outros bens destinados ao consumo. O capital não satisfaz diretamente as necessidades humanas. Como fator de produção, ele satisfaz o consumo de forma indireta. Por exemplo, um torno mecânico, embora não satisfaça as necessidades das pessoas, permite que sejam feitos objetos que interessam ao consumidor. O capital pode também ser expresso como valor monetário, pois, além de facilitar, remunera o trabalho. 6Unidade 1 • Tecnologia é constituída pelo corpo de conhecimentos e de habilidades que uma empresa conta para produzir bens e/ou serviços. Envolve os conhecimentos sobre as fontes de energia, as formas de extração de reservas naturais e todo o processo para se chegar a um produto final e seu respectivo desempenho. Pode ser considerado como o elo entre os outros três fatores: capital, força de trabalho e recursos naturais. O problema fundamental da Economia Por sua própria natureza, o ser humano tem ampliado, ao longo do tempo, suas necessidades. Dos nossos antepassados, que se cobriam com peles ou penas, ao homem moderno, elas foram aumentando e variaram extraordinariamente, dando origem a uma demanda cada vez maior e mais diversificada. Por outro lado, sabemos que a capacidade de produzir é limitada pela disponibilidade de fatores de produção. Existe, então, sério dilema entre as necessidades que gostaríamos de satisfazer e a produção de bens e de serviços, sempre aquém do desejado. Este é o problema fundamental que a economia estuda e para o qual tenta apresentar soluções, chamado pelos economistas de Lei da Escassez. Lei da Escassez é a impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores da produção existem em quantidades limitadas. As afirmações anteriores mostram-nos o impasse criado: como conciliar o atendimento de todas as ilimitadas necessidades humanas com a limitada possibilidade de produção de bens e serviços. As quatro questões econômicas fundamentais Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas, em virtude da escassez de recursos e os limites de tempo, quatro questões econômicas básicas são levantadas, sendo que suas respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto é, o problema da escassez. A escassez ocorre porque os limites de tempo e de recursos impossibilitam a produção de tudo o que desejamos. Podemos ter algumas coisas, mas não todas. A escassez força toda a sociedade a fazer escolhas na tentativa de resolver quatro questões: • O que e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, entre as várias alternativas de produção, quais bens e serviços serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas: automóveis X roupas, roupas X alimentos, mais lazer X mais saúde. • Como produzir: a sociedade tem de decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhidos será produzido, mediante diferentes combinações de recursos e de técnicas: safra agrícola – colheita (manualmente ou por máquinas). • Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. Como será a distribuição de renda gerada pela atividade econômica, quais os setores beneficiados. A eficiência distributiva deverá ser maximizada para atingir o bem-estar social e individual. A Curva de Possibilidade de Produção (CPP) Em termos econômicos, a Curva de Possibilidade de Produção (CPP) ilustra como a escassez de fatores de produção determina um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, um país ou uma sociedade, que terão de optar entre as alternativas de produção. Representa todas as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e as tecnologias existentes. Em economias de mercado, descentralizadas, a escolha sobre as alternativas de produção fica a cargo do mercado. Já em economias planificadas, centralizadas, o deslocamento na Curva de Possibilidade de Produção (CPP) é feito conforme decisão de quem a controla. Uma economia está situada sobre o limite de possibilidades de produção quando todos os fatores são utilizados de forma eficiente. Um 7Unidade 1 sistema produtivo é eficiente quando não se pode incrementar a produção de um bem (ou serviço) sem diminuir a produção de outro. O conceito de economia De tudo que falamos anteriormente podemos deduzir que: A economia é o conjunto de atividades que combina os fatores de produção para criar bens e serviços. Trata-se de uma definiçãoprática de Economia, porque leva em consideração o que acontece no dia a dia e nos permite apresentar um novo conceito de riqueza. A riqueza de um país, em um determinado momento, é constituída por todos os fatores de produção disponíveis – utilizados ou não – mais todos os bens que estão sendo produzidos e os produzidos e que ainda não foram consumidos. E mais, se a esses bens juntarmos as instalações, tais como prédios, casas, pontes, estradas, linhas de distribuição de energia, museus, teremos, então, o que se chama riqueza nacional. Vimos, até agora, uma definição de Economia baseada nas atividades econômicas. Mas a Economia também é considerada ciência e, como tal, consegue, a partir da observação da realidade, deduzir leis que explicam a produção, a circulação, a distribuição e o consumo de bens e de serviços. Nesse caso, então, é mais adequado chamá-la de Teoria Econômica. Logo, a Economia tem uma parte prática e é, então, uma arte, e tem, também, um lado teórico e, então, é uma ciência. Como ciência, a definição mais adequada é esta. Economia é a ciência que estuda a produção e a distribuição dos meios aptos a satisfazer as necessidades humanas. O fator trabalho As pessoas, quando exercem uma atividade econômica, são chamadas agentes econômicos. Os principais agentes econômicos são: os consumidores, que compram; os empresários, que produzem; os trabalhadores, que vendem sua força de trabalho, e que, por isso, são também fatores de produção. Vale a pena estudar, com mais atenção, o fator trabalho já que ele é composto de pessoas que, além de produzirem, são consumidoras. A população de um país pode ser dividida, do ponto de vista econômico, da seguinte maneira: População total = população economicamente ativa + população inativa. A população economicamente ativa é composta de indivíduos entre 15 e 64 anos de idade e que estão trabalhando ou procurando emprego. • Aqueles que trabalham e que, pelo trabalho, são pagos. Não é necessário que seja um trabalhador formal, ou seja, que tenha carteira assinada para constar como trabalhador ativo. • Aqueles que estão desempregados, mas ainda buscam por emprego. População inativa = população constituída dos seguintes indivíduos. • A população entre 0-14 anos e acima de 65 anos. • Os aposentados. • Os deficientes físicos impedidos de trabalhar. • Os indivíduos entre 15 e 64 anos que não estão trabalhando, mas também não estão à procura de emprego (estudantes, donas de casa, pessoas desempregadas que, cansadas de procurar emprego e não obtê- lo, acabam desistindo por determinado período de tempo). A relação entre a População Economicamente Ativa (PEA) e a população total é uma das variáveis que indicam o estágio de desenvolvimento de um país: quanto menor o índice obtido, maior o grau de desenvolvimento. Por outro lado, nota-se que, se a relação diminui no tempo, certamente, a população dependente estará aumentando. 8Unidade 1 população economicamente ativa, agente econômico, empresários, trabalhadores, ativa, dependente, consumidores Resumo • As necessidades, sejam coletivas ou sejam individuais, são satisfeitas com o consumo de bens e de serviços. Esses bens e serviços são produzidos e, juntos, formam a produção econômica. • A produção econômica é conseguida a partir da combinação de trabalho, capital, tecnologia e recursos naturais. • A combinação dos fatores de produção, para criar bens e serviços, forma um conjunto de atividades a que damos o nome de Economia. • A Lei da Escassez ocorre porque os limites de tempo e recursos impossibilitam a produção de tudo o que desejamos. • As quatro questões fundamentais da economia são: o que e quanto produzir, como produzir e para quem. • A Economia pode ser considerada arte, enquanto prática, e, ciência, enquanto teoria. • Teoria Econômica é a ciência que explica como bens e serviços são produzidos, distribuídos e consumidos para satisfação das necessidades individuais e coletivas. • Agente econômico é o nome que se dá à pessoa que exerce uma atividade econômica, seja produzindo ou seja adquirindo um bem. • A população total de um país pode ser classificada em população ativa e população dependente. • A população economicamente ativa ou PEA é constituída de pessoas, entre 15 e 64 anos de idade, que trabalham ou estão desempregadas, mas procuram trabalho, e que recebem pagamento por sua atividade. • A população não economicamente ativa é formada pelas pessoas que exercem alguma atividade sem, no entanto, receberem pagamento formal pelo seu trabalho. • Quanto menor for, proporcionalmente, a relação PEA/população total, mais desenvolvido será considerado o país, pois isso significa que cada elemento da PEA poderá sustentar maior número de elementos da população dependente. • Quanto à relação PEA/população total, se diminui no tempo, é sinal de que a população dependente está aumentando. Exercícios I – Responda às questões. 1. O que são necessidades individuais? Cite três exemplos. 2. O que são necessidades coletivas? 3. Como os bens se diferenciam dos serviços? 4. O que são fatores de produção? Dê um exemplo. 5. Quais são as quatro perguntas fundamentais da Economia? II– Escreva PA para identificar a população ativa e PD para população dependente. 1. ( ) Pessoas com idade entre 15 e 64 anos, que trabalham e recebem pagamento por sua atividade. 2. ( ) População de 0 a 14 anos e acima de 65 anos. 3. ( ) Deficientes físicos impedidos de trabalhar. 4. ( ) Pessoas com idade entre 15 e 64 anos, desempregadas, mas que estão procurando emprego. III– Complete as lacunas com as palavras listadas no retângulo. 1. A população total de um país pode ser classificada em população e população . 7Unidade 1 2. é o nome que se dá à pessoa que exerce uma atividade econômica. 3. PEA significa . 4. Os principais agentes econômicos são: os que compram; os que produzem; os que vendem sua força de trabalho. Sistema Econômico Unidade 2 Objetivo: • Identificar a estrutura e as funções do sistema econômico e suas relações com outros mercados. ECONOMIA DE UM PAÍS O sistema econômico – conceituação Com o passar dos tempos, os homens foram se agregando e se organizando. Houve época em que se descobriu que as pessoas deviam se especializar em determinadas tarefas porque assim tudo caminharia melhor. Criaram-se leis e, finalmente, apareceu o conceito de sociedade organizada. A sociedade moderna é altamente organizada em todos os aspectos, sejam eles sociais, jurídicos, administrativos, institucionais ou econômicos. Para cada um desses aspectos, existe um conjunto de leis ou procedimentos que unem os participantes da sociedade. Do ponto de vista econômico, existe, também, um sistema – sistema econômico – regido por um conjunto de regras para comandar todos os fatores que participam da produção de bens e de serviços. Entretanto, para que a produção ocorra, esses fatores devem estar organizados em instituições chamadas de unidades produtoras. Fazendas, bancos, fábricas são exemplos de unidades produtoras porque lá os fatores de produção estão combinados, segundo regras definidas para a produção de bens e serviços. A produção econômica pode ser classificada em três grandes categorias. • Bens de capital – não satisfazem diretamente as necessidades dos consumidores, mas servem para fabricar outros bens. Os bens de capital têm como principal característica aumentar a produtividade do trabalho humano no processo produtivo. Exemplos desses bens são as máquinas, as estradas, as barragens. • Bens e serviços intermediários – também não satisfazem diretamente as necessidades das pessoas porque precisam, antes, ser transformados. Exemplos dessa categoria são as chapas de aço destinadas à fabricação de automóveis,matérias-primas que entram na fabricação de vidros, borrachas, plásticos etc. e quase todas as atividades-meio das unidades produtivas. • Bens e serviços de consumo – atendem diretamente às necessidades dos consumidores, tais como remédios, alimentos, roupas, serviços de lazer, barbearia, saúde, educação, segurança, entre outros. A classificação dos sistemas econômicos • Sistema capitalista ou economia de mercado – regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. • Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada – as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. 12Unidade 2 A composição do sistema econômico Um sistema econômico possui enorme variedade de unidades produtoras, cada qual dedicada a oferecer um determinado bem ou serviço. Para melhor estudá-las, classificam-se em três setores básicos. • Setor primário, constituído por unidades produtoras que usam em grande quantidade os recursos naturais e não os modificam substancialmente. Citamos, como exemplos, as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas. • Setor secundário, constituído por unidades industriais que usam o fator capital com grande intensidade. Citamos, como exemplo, as indústrias de automóvel, de alimentos, de vestuário. • Setor terciário, que tem como grande característica ser constituído de serviços e, por isso, não são tangíveis ou concretos. São exemplos deste setor os bancos, as escolas, as atividades comerciais. Resumo • Sistema econômico é um conjunto de regras que permite a combinação de fatores de produção dentro de unidades de produção. • Unidade produtora é o lugar onde os fatores de produção se encontram para produzir um bem ou um serviço. • Bens e serviços de consumo são aqueles destinados a satisfazer as necessidades dos consumidores. • Bens e serviços intermediários são bens e serviços que entram na produção dos bens e dos serviços de consumo. • Bens de capital são aqueles bens que aumentam a produtividade do trabalho humano e ajudam a produzir outros bens. • Todo sistema econômico possui enorme variedade de unidades produtoras, agrupadas em três setores básicos: – setor primário, cujas unidades produtoras usam recursos naturais sem modificá-los substancialmente; – setor secundário, cujas unidades industriais usam o fator capital com grande intensidade; – setor terciário, constituído de serviços como bancos, escolas e atividades comerciais. Exercícios I – Escreva, nos parênteses, ao lado de cada bem ou serviço, as letras C, I ou K, conforme sejam de consumo, intermediário ou de capital. 1. ( ) Torno mecânico 6. ( ) Estradas 2. ( ) Contabilidade 7. ( ) Minério de ferro 3. ( ) Petróleo 8. ( ) Trigo 4. ( ) Chapas de aço 9. ( ) Aparelho de som 5. ( ) Prensas 10. ( ) Táxi II– Classifique as empresas, a seguir, escrevendo nos parênteses as letras: P para setor primário, S para setor secundário e T para setor terciário. 1. ( ) Empresa Mineradora 2. ( ) Cinema 3. ( ) Empresa Imobiliária 4. ( ) Fábrica de Eletrodomésticos 5. ( ) Fábrica de Máquinas Pesadas 6. ( ) Fábrica de Roupas 7. ( ) Casa Comercial 8. ( ) Companhia Atacadista 9. ( ) Fazenda Agrícola 10. ( ) Companhia Transportadora 11. ( ) Escritório de Computação 12. ( ) Salão de Beleza 13. ( ) Hospital 14. ( ) Restaurante 15. ( ) Empresa Jornalística III – Faça a ligação correta entre as colunas, tendo em vista a composição do sistema econômico. A – Setor Terciário B – Setor Secundário C – Setor Primário 1. ( ) Constituído por unidades produtoras que se utilizam dos recursos naturais em grande quantidade. 2. ( ) Constituído por tipos de serviços, tais como bancos, escolas, comércio etc. 3. ( ) Constituído por unidades industriais que usam o fator capital com grande intensidade. IV – Escreva a que bens e serviços se referem as seguintes afirmativas, tendo em vista as categorias da produção econômica. 1. Têm como principal característica aumentar a produtividade do trabalho humano no processo produtivo. 2. Atendem diretamente às necessidades dos consumidores. 3. Não atendem diretamente às necessidades das pessoas porque precisam, antes, passar por processos de transformação. 13 FLUXOS DO SISTEMA ECONÔMICO À medida que acontecem as atividades de produção, dois fluxos ocorrem simultaneamente: o fluxo real ou movimentação de bens e de serviços e o fluxo monetário, também chamado fluxo nominal ou renda. O fluxo real ou movimentação de bens e de serviços é decorrente da produção e consequente compra desses bens e serviços por parte dos consumidores. O fluxo monetário, por sua vez, ocorre, porque, ao exercerem suas atividades, as unidades produtoras remuneram os fatores de produção empregados, os juros ao capital tomado como empréstimo junto aos bancos, o aluguel pelas instalações que ocupam e distribuem lucros a seus proprietários ou acionistas. São essas remunerações que permitem aos donos dos fatores comprarem os bens e os serviços de que necessitam. Os dois fluxos têm um significado muito importante para a Teoria Econômica. O fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos, constitui a oferta da Economia, ou seja, todos os bens os serviços que estão à disposição dos consumidores. O fluxo monetário, formado pela totalidade da remuneração dos fatores produtivos, é a demanda ou procura, pois, com dinheiro, os consumidores procuram, no mercado, os bens e os serviços de que necessitam. A oferta e a demanda são as funções primordiais do sistema econômico. Quando elas se encontram, estabelece-se o que se chama de mercado, situação em que as pessoas que querem comprar se encontram com aquelas que querem vender. É importante notar que o termo “mercado” não significa obrigatoriamente lugar físico ou contíguo. Sua acepção é mais genérica, e significa realização de todas as compras e vendas de um bem ou conjunto de bens. O mercado imobiliário de uma cidade, por exemplo, é constituído de todas as empresas imobiliárias e seus vendedores, de todas as pessoas que querem vender, das que querem comprar e dos imóveis a serem transacionados. Os fluxos monetário e real e a formação do mercado podem ser vistos no esquema a seguir. 12Unidade 2 A circulação no sistema econômico Duas entidades econômicas são as principais responsáveis pela contínua circulação de bens, de serviços e de rendas: o conjunto de empresas e o conjunto de fatores produtivos. Além dessas, também são importantes o Governo e o resto do mundo. As empresas empregam os fatores de produção (terra, trabalho, capital) para a fabricação de bens e prestação de serviços que serão adquiridos pelas famílias (fluxo real). Com a remuneração paga pela venda dos fatores de produção (aluguéis, salários, juros e lucros), as famílias podem comprar os bens e os serviços das empresas. As empresas, por sua vez, com a venda dos bens e dos serviços para as famílias, capitalizam-se para adquirir novos fatores de produção e dar início a mais um ciclo produtivo (fluxo monetário). O Governo é também um importante agente econômico e transaciona com as famílias e as empresas. Das famílias e das empresas recebe os impostos indiretos, quando incidem sobre bens e serviços e, diretos, quando incidem sobre a renda de pessoas ou de empresas. Com esses recursos, o Governo pode transferir renda à população ou às empresas. Nesse caso, ocorre uma tributação às avessas, são os impostos negativos, mais conhecidos como subsídios ou incentivos fiscais, porque, ao invés de cobrar, o Governo dá recursos às empresas para que o custo de produção de determinados bens ou serviços seja reduzido. Por fim, as famílias, as empresas e o Governotransacionam com agentes que estão fora do país. Nesse caso, os agentes do país doméstico importam bens e serviços do resto do mundo e exportam bens e serviços para o resto do mundo. Resumo • Fluxo real ou produto é o conjunto dos bens e dos serviços produzidos pelas empresas e constitui a oferta. • Fluxo monetário, nominal ou renda é o conjunto dos pagamentos feitos aos fatores de produção e constitui a procura ou demanda. • Mercado é o ponto de encontro de procura e oferta, é onde as compras e as vendas ocorrem. • A circulação de bens, de serviços e de rendas é da responsabilidade de duas entidades econômicas, principalmente: o conjunto de empresas e o conjunto de fatores produtivos. De acordo com a demanda, as empresas pagam pelos produtos que vão ser adquiridos pelas famílias, nos supermercados. Esse investimento volta para as empresas, formando o fluxo nominal ou a renda. Ou, então, as empresas colocam no mercado seus bens e serviços, que constituem a oferta, formando o fluxo real. Exercícios I – Ao reproduzir a figura que liga os fluxos monetário e real, o desenhista se confundiu. Assinale os erros que ele cometeu. 13 II– Estabeleça relação entre as colunas escrevendo, nos parênteses, a letra correspondente. A – Oferta B – Demanda C – Mercado 1. ( ) É o ponto de encontro entre oferta e demanda. 2. ( ) Bens e serviços que estão à disposição dos consumidores. 3. ( ) Totalidade da remuneração dos fatores produtivos. 4. ( ) Forma o fluxo nominal. 5. ( ) Forma o fluxo real. III– Sublinhe, nos parênteses, a palavra que completa corretamente o texto. 1. À medida que acontecem as atividades de produção, dois fluxos ocorrem simultaneamen- te, o fluxo real e o fluxo monetário, este último também chamado . (de bens e serviços/nominal ou renda) 2. O fluxo ocorre porque, ao exercerem suas atividades, as unidades produtoras remuneram os fatores de produção empregados. (monetário/real) 3. O fluxo monetário constitui a , pois, com dinheiro, os consumidores procuram, no mercado, os bens e os serviços de que necessitam. (oferta/demanda) IV– Responda às questões. 1. Quais as funções primordiais do sistema econômico? 2. Quando se estabelece o que denominamos mercado? 3. Que entidades econômicas são as principais responsáveis pela contínua circulação de bens, serviços e rendas? 12Unidade 2 CONTABILIDADE SOCIAL Contabilidade Social, também conhecida como Contabilidade Nacional define-se por um instrumento baseado na análise da atividade econômica, quantificando os objetos em nível político-econômico. Ou seja, permite mensurar a totalidade das atividades econômicas, por meio do sistema de contas nacionais. A macroeconomia e a microeconomia são os dois grandes ramos do saber econômico e, em linhas gerais, podem ser assim analisados: a visão macroeconômica estuda o país como um todo. Já a visão microeconômica estuda seus componentes, ou seja, os átomos da economia. Nesse caso, estuda-se, por exemplo, a empresa isoladamente, o consumidor individual e o mercado onde eles se encontram. A renda e o produto O grande objetivo da macroeconomia é descobrir as razões que determinam a quantidade de renda e produto que um sistema econômico consegue gerar. Por que os economistas se mostram tão interessados em descobrir essas causas? Inicialmente, basta lembrarmos que o problema fundamental da economia é a escassez de fatores de produção que devem, por conseguinte, ser combinados de tal maneira que se consiga o maior número de bens e de serviços. Em outras palavras, trata-se de obter a máxima eficiência, isto é, o maior produto possível com as quantidades de fatores disponíveis. Por isso, torna-se necessário registrar a atividade econômica para que se possa analisar seu desempenho global. Por outro lado, a história econômica recente, com eventos como a crise econômica dos EUA de 1929, as guerras mundiais e os períodos de recessão, demonstra a necessidade de se observar, com mais frequência e cuidado, as grandes variáveis econômicas para se prever, com razoável antecedência, problemas no funcionamento da economia. Com esse objetivo, determinou-se que a medida do produto e da renda fosse feita em unidades monetárias para que se pudesse somar vários bens em diversas quantidades. Concordou-se, também, a exemplo da contabilidade, que o período de mensuração 13 fosse de um ano, começando em janeiro e terminando em dezembro. A atividade econômica, como já foi visto anteriormente, pode ser analisada e medida sob duas óticas: a ótica do produto (fluxo real) e a ótica da renda (fluxo monetário). O produto de uma economia é a soma dos valores monetários de todos os bens e serviços colocados à disposição dos consumidores, no período de um ano. Como se obtém o produto de um sistema econômico? Tomam-se todos os bens que foram vendidos ao consumidor, somam-se os estoques e multiplica-se pelos respectivos preços. Nessas operações é necessário não se levar em conta o valor dos bens intermediários para evitar dupla contagem. Exemplificando: o preço da placa de LCD de uma TV não será computado no produto, porque ele já está incorporado no preço da TV. Esta é a ótica do produto. A ótica da renda leva em conta que a renda de uma economia é a soma de todos os pagamentos efetuados a todos os fatores de produção. Ao se somar salários, aluguéis, juros e lucros, pagos durante um ano, ter-se-á a renda global naquele mesmo ano. Então, como o sistema é fechado, podemos concluir que, no espaço de um ano, o produto global é igual à renda global, porque, no fundo, trata-se das duas faces de uma mesma moeda. Se admitirmos que toda a receita das empresas é distribuída com os fatores de produção e que esses fatores gastam suas remunerações na compra de bens e de serviços produzidos na economia, está então explicada a identidade fundamental da teoria macroeconômica: produto renda. Para que se meçam essas e outras variáveis macroeconômicas, surgiu a Contabilidade Nacional ou Social, cujos procedimentos se assemelham aos da contabilidade tradicional. Resumo • Visão macroeconômica é a noção do país como um todo: a renda nacional e o Produto Interno Bruto que surgirão a partir do fluxo monetário e do fluxo real. • Visão microeconômica é o estudo da empresa isoladamente, do consumidor visto individualmente e do mercado onde eles se encontram. 12Unidade 2 Exercícios I – Responda às questões. 1. O que você entende por visão macroeconômica de um país? 2. Como você define microeconomia? 3. Qual é o grande objetivo da macroeconomia? II– Escreva F (para falso) e V (para verdadeiro), nos parênteses, conforme o conteúdo das afirmativas. 1. ( ) As medidas do produto e da renda são feitas em unidades monetárias. 2. ( ) O produto de uma economia é a soma mensal dos valores dos bens e dos serviços cobrados aos consumidores. 3. ( ) A renda de uma economia é a soma de todos os pagamentos efetuados a todos os fatores de produção. 4. ( ) Para que se meçam todas as variáveis macroeconômicas, surgiu a Contabilidade Nacional ou Social, cujos procedimentos se assemelham aos da contabilidade tradicional. 13 A partir do fluxo real, aparecerá a noção de renda nacional. O PIB, ou Produto Interno Bruto, é obtido a partir do fluxo de bens e de serviços ou fluxo real. OS PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICO S As partes da macroeconomia são denominadas agregados macroeconômicos. São elas que possibilitam uma análise do desenvolvimento de um país, facilitando a mensuração do nível de desenvolvimento e de crescimento econômico. Os principais agregados macroeconômicos são: Produto Interno Bruto (PIB), o Produto Interno Bruto a preços de mercado, (PIBp.m.), o Produto Interno Bruto a custo de fatores (PIBc.f.), o Produto Interno Líquidoa custo de fatores (PIL) ou Renda Interna Líquida, o Produto Nacional Líquido (PNL) ou Renda Nacional (RN). Produto Interno Bruto (PIB) – É definido como o valor de mercado de todos os bens finais e os serviços produzidos num país num dado período de tempo. • Formação do PIB: fazem parte do PIB todos os bens produzidos na economia que podem ser legalmente vendidos no mercado. • O objetivo da macroeconomia é descobrir as razões que determinam a quantidade de renda e de produto que um sistema econômico consegue gerar. 5. ( ) 6. ( ) • A medida do produto e da renda é feita em unidades monetárias e com o período de mensuração de um ano. • A análise da atividade econômica é feita através da ótica do produto (fluxo real) e da ótica da renda (fluxo monetário). • Produto é a soma dos valores monetários de todos os bens e os serviços colocados à disposição dos consumidores, no período de um ano. • Renda é a soma de todos os pagamentos efetuados a todos os fatores de produção, em um determinado período de tempo. • Contabilidade Nacional é uma maneira de medir as variáveis da atividade econômica de um país, num determinado período de tempo. 12Unidade 2 • Bens finais: o PIB inclui somente bens finais que são vendidos para o usuário final. No cômputo de um automóvel, por exemplo, devem-se extrair os gastos com bens intermediários (pneus, vidros, aço etc.). • Serviços: o PIB inclui bens tangíveis e itens intangíveis como serviços médicos, lazer etc. Se o indivíduo compra um CD de uma banda (bem) ou assiste ao show da mesma banda (serviço), em ambos os casos, há elevação do PIB. • Período de produção: não podem ser computados no PIB itens que não tenham sido efetivamente produzidos no período analisado para evitar dupla contagem. Se uma casa for construída num ano e vendida noutro ano, o valor deve ser computado no ano de sua fabricação. Da mesma forma, se eu comprar uma casa que já estava construída, essa transação não altera o PIB, visto que não houve produção de mercadoria. • Abrangência: o PIB mede o valor da produção dentro dos limites geográficos de um país. É diferente do PNB, que mede a produção total dos residentes nacionais. • Periodicidade: o PIB é medido anual ou trimestralmente. Há duas maneiras de se medir o PIB de uma economia. • Produto Interno Bruto a preços de mercado é a soma dos valores monetários dos bens e dos serviços produzidos, mais os impostos indiretos e menos os subsídios, conhecido também como PIBp.m. • Produto Interno a custo de fatores é a soma dos valores monetários dos bens e serviços produzidos, menos os impostos indiretos e mais os subsídios, também conhecido como PIBc.f. Produto Interno Líquido (PIL) – É o PIB decrescido das eventuais depreciações que ocorrem. PIL=PIB – Depreciação Produto Nacional Bruto (PNB) – É o valor monetário total de todos os bens e os serviços finais produzidos pelos cidadãos de uma nação, mesmo que tenham sido produzidos no exterior. PIB + Rendas Recebidas do Exterior – Rendas Enviadas ao Exterior = PNB 13 Produto Nacional Líquido (PNL) ou Renda Nacional (RN) – É Produto Nacional Bruto (PNB) menos depreciação. PNB – Depreciação = PNL Renda Pessoal (RP) – É a renda que as pessoas vão dispor, antes do Imposto de Renda (imposto direto). Se, da RN, subtrairmos os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das empresas (imposto de renda sobre os lucros), as contribuições feitas à Previdência Social e somarmos as transferências governamentais (despesas com inativos, pensionistas, salário-família e outros benefícios da Previdência Social) aos juros pagos pelo Governo, teremos a Renda Pessoal. Renda Pessoal Disponível (RPD) – É a renda que as pessoas dispõem para gastar ou poupar. Para tanto, basta que da RP se subtraiam os impostos diretos pagos. O nível de bem-estar de uma sociedade está diretamente vinculado à maneira como o produto é distribuído. Se poucos recebem muito e muitos recebem pouco, a desigualdade de rendas é significativa. Distribuição da renda e “Renda Per Capita” Um dos indicadores mais usados para se medir o grau de desenvolvimento de um país é a “Renda Per Capita”, que é o resultado da divisão do PIBc.f. ou Renda Interna Bruta pela população. Todavia, apesar de ser fácil de se calcular, a “Renda Per Capita” esconde dois grandes senões. O primeiro, é que não nos informa qual o grau de concentração da Renda Nacional. O segundo, é que há também algumas regiões mais ricas que outras, o que a “Renda Per Capita” não consegue mostrar. Resumo Os principais agregados macroeconômicos são estes. • Produto Interno Bruto (PIB) – resulta da soma dos valores monetários dos bens e dos serviços finais. • Produto Interno Bruto a custa de fatores (PIBc.f.) – é a soma dos valores monetários dos bens e dos serviços finais à qual se subtraem os impostos e se somam os subsídios. • Produto Interno Bruto a preço de mercado (PIBp.m.) – é a soma dos valores monetários 12Unidade 2 dos bens e dos serviços finais à qual se somam impostos e subtraem os subsídios. • Produto Interno Líquido (PIL) – é o PIBc.f. menos o montante da depreciação. • Produto Nacional Líquido (PNL) – é o PILc.f. menos a renda enviada para o exterior, mais a renda recebida do exterior. • Renda Pessoal (RP) – é o PNL de onde se subtraem os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das empresas (IR) e as contribuições feitas à Previdência Social, mais as transferências governamentais (despesas com inativos, pensionistas e outros benefícios da Previdência) e, ainda, mais os juros pagos pelo Governo. • Renda Pessoal Disponível (RPD) – é a renda pessoal de onde foram subtraídos os impostos diretos pagos pelas pessoas; é o montante de que elas dispõem; • Renda Per Capita (RPC) – é o resultado da divisão do PIBc.f. ou Renda Interna Bruta pela população. Exercícios Escreva, nos parênteses, a letra correspondente à definição correta da 2a coluna. 1. ( ) PIBp.m. 2. ( ) PIBc.f. 3. ( ) PIL 4. ( ) PNL 5. ( ) RP 6. ( ) RPD A – Renda Nacional Líquida menos os lucros retidos, os impostos diretos das empresas e as contribuições à Previdência, mais as transferências do Governo. B – Soma dos valores monetários dos bens e dos serviços finais, computando-se os impostos indiretos e subtraindo-se os subsídios. C – Igual ao Produto Bruto a custo de fatores menos a parcela de depreciação. D – Soma dos valores monetários dos bens e dos serviços finais, subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios. E – Renda Pessoal menos os impostos diretos pagos pelas pessoas. F – Produto Interno Líquido menos a renda enviada ao exterior, mais a renda recebida do exterior. CONSUMO E POUPANÇA A Renda Pessoal Disponível é o montante que as pessoas dispõem. Normalmente, é usada para os gastos que satisfazem as necessidades dos seres humanos (consumo) e, em geral, deduzidos os gastos, sobra uma parcela que chamamos de poupança. Quando isso ocorre, significa, como já vimos, que parte da produção não foi vendida, formando-se estoques. Então, podemos dizer que: Poupança = Renda – Consumo P = R – C e R = C + P Componentes do consumo Em qualquer sistema econômico, o consumo de um país recebe a influência de vários fatores: • distribuição individual da renda; • política fiscal do Governo; • nível de renda em poder dos consumidores; • taxa real de juros; • rentabilidade das aplicações financeiras etc. Estudos sociais demonstram que a população pode ser influenciada pela necessidade de demonstrar o nível de sua renda e sua posição social, basicamente por meio de seus padrões de consumo. Entretanto, estudos estatísticos mostram que a renda nacional disponível é um dos fatores que mais pesam na decisão de consumo (ou poupança) da população. Poupança e investimento Apoupança pode ser entendida, em termos econômicos, como a parcela da renda não consumida pela comunidade na satisfação de suas necessidades imediatas. Basicamente, é o excesso da renda global em relação ao consumo agregado da coletividade. Do lado real, o que ocorre é que os indivíduos colocam sua poupança na mão de intermediários que vão emprestá-la aos empresários, para que eles financiem o estoque não vendido e façam ampliações da capacidade 13 produtiva. Em outras 12Unidade 2 palavras, os empresários investem. Logo, podemos afirmar que: Poupança = investimento ou P = I que é uma igualdade fundamental na macroeconomia. O investimento pode ser definido como o acréscimo ao capital real da sociedade; como a poupança, ele é resultado de uma abstenção do consumo imediato, em relação à renda gerada no período. Influenciam a demanda por investimento: as expectativas empresariais – taxa de rentabilidade esperada e as taxas de juros do mercado. O mercado de trabalho O mercado de trabalho constitui um conjunto de condições que definem, articulam e regulam as atividades profissionais, a oferta de trabalho e a procura de trabalhadores em uma determinada sociedade. Esse mercado de trabalho é composto pela população economicamente ativa e sofre influência de vários fatores para sua dinamização ou para sua retração, provocada por crises financeiras que aumentam o índice de desemprego no País. Oferta e demanda de emprego Um dos fatores de dinamização do mercado de trabalho é a oferta e a demanda de emprego. A oferta de emprego está relacionada à necessidade de contratação de pessoas por parte das empresas quando há um aumento de sua produção. O Governo também influencia esse processo já que é um dos grandes contratantes de mão de obra. Além do papel de empregador, o Governo pode funcionar como impulsionador na geração de empregos quando desenvolve políticas que influenciam o crescimento das atividades nas empresas, isto é, quando reduz a tributação, quando oportuniza maiores condições de crédito, por exemplo. Quando o Governo desenvolve políticas enfocando a melhoria das condições de vida da população, está funcionando, também, como incentivador para a geração de empregos. 13 Resumo • Consumo refere-se aos gastos que satisfazem as necessidades dos seres humanos. • Poupança é a parcela que resta quando são deduzidos os gastos do montante que a pessoa dispõe. • Estoque é a parte da produção que não foi vendida. • Os fatores que influenciam o consumo são: distribuição individual da renda; política fiscal do Governo; nível de renda em poder do consumidor; taxa real de juros; rentabilidade das aplicações financeiras. • A poupança, sob a responsabilidade de intermediários, é emprestada aos empresários, transformando-se em investimentos. • O investimento é um acréscimo ao capital real da sociedade e sua demanda sofre a influência das expectativas empresariais e das taxas de juros do mercado. • O mercado de trabalho, conjunto de condições que regulam as atividades profissionais, é composto pela população economicamente ativa. • A oferta e a demanda de emprego dinamizam o mercado de trabalho. • O Governo influencia esse mercado, não só como empregador, como também impulsionador, por meio de políticas voltadas para a melhoria das condições de vida da população. Exercícios Escreva V (verdadeiro) e F (falso) em relação ao conteúdo das afirmações abaixo. 1. ( ) A poupança é um dos fatores responsáveis pela formação de estoques. 2. ( ) A política fiscal do Governo exerce pouca influência na decisão de consumo da população. 3. ( ) A poupança da população transforma-se em investimento empresarial, constituindo a fórmula macroeconômica P = I. 4. ( ) A oferta e a demanda de empregos, envolvendo a população economicamente ativa, constituem fatores dinamizadores do mercado de trabalho. 5. ( ) O Governo exerce papel relevante como contratante de mão de obra e impulsionador do mercado de trabalho. 12Unidade 2 Microeconomia Unidade 3 Objetivos: • Conhecer aspectos da microeconomia. • Conceituar curva de demanda e oferta. • Distinguir bens complementares de bens substitutos. • Conceituar a Teoria Elementar de Produção. ECONOMIA DO CONSUMIDOR, DA EMPRESA E DO MERCADO Microeconomia – A procura A microeconomia preocupa-se com o comportamento dos indivíduos como agentes econômicos. Os agentes econômicos podem ser classificados, para fins deste estudo, em: consumidores; produtores ou empreendedores; e proprietários dos fatores de produção. Os consumidores são aqueles que demandam bens e serviços; os empreendedores ou produtores são aqueles que empregam os fatores de produção para a prestação de serviços ou a produção de bens; os proprietários dos fatores de produção são os detentores dos insumos da produção: o trabalhador que vende a sua força de trabalho, o locatário que aluga suas terras e o capitalista que empresta o seu capital. A utilidade Como o consumidor dispõe de sua renda? A renda do consumidor, seja ela advinda de salário (remuneração do fator trabalho), de juros e lucros (remuneração do capital) ou de aluguéis (remuneração das terras e instalações), é gasta com a aquisição de bens e, quando possível, ele guarda uma certa quantidade, denominada poupança. A isto se chama Orçamento do Consumidor. Como decidir que quantidade dos bens comprar e consumir? O critério de decisão rege-se pela utilidade dos bens e dos serviços. A utilidade é a capacidade dos bens e dos serviços satisfazerem as necessidades de um consumidor. É um conceito altamente pessoal porque o que é útil para mim, pode ser mais ou menos útil para você ou até não ter utilidade alguma. Mensuração da utilidade Pense um pouco sobre esta pergunta. A utilidade pode ser medida? Os economistas clássicos achavam que sim. Criaram até uma unidade de utilidade que ficou conhecida como “utis”. Assim, cada bem ou serviço teria sua utilidade medida em “utis”. Ademais, as utilidades seriam somadas umas às outras. Um bom bife com batatas fritas, por exemplo, seria o resultado da soma das “utis” do bife e da batata frita. Esta forma de ver a mensuração da utilidade ficou conhecida como Teoria Cardinal da Utilidade. Como teoria, ela é até aceitável, mas é impossível determinar a utilidade dos bens e dos serviços de uma maneira geral e impessoal. E mais, a utilidade não parece ter a característica de ser 22Unidade 3 aditiva. Um copo de laranjada com açúcar não é o resultado da utilidade da laranjada mais a utilidade do açúcar. Para superar as deficiências conceituais da Teoria Cardinal da Utilidade, modernamente se aceita a Teoria Ordinal da Utilidade. Assim, o consumidor prefere um bem a outro e desta maneira um bem tem mais utilidade do que o outro. Quanto tem a mais de utilidade? Não importa, basta que ele consiga ordenar os bens de mais úteis a menos úteis. Além disso, é certo que o consumo de vários bens, simultaneamente, multiplica a utilidade final. A este fenômeno se dá o nome de sinergia, ou seja, o todo é maior que a soma das partes. Resumo • A microeconomia preocupa-se com o comportamento dos indivíduos como agentes econômicos. Os agentes econômicos são classificados em: – consumidores que necessitam dos bens e dos serviços para satisfazer suas necessidades; – produtores, empresários ou capitalistas que produzem os bens e os serviços; – proprietários dos fatores de produção que são: o trabalhador que vende a sua força de trabalho, o locatário que aluga suas terras, o capitalista que empresta seu capital. • A utilidade é a capacidade que um bem ou um serviço tem de satisfazer necessidades. • O orçamento é a renda monetária do consumidor, que será gasta na aquisição de bens e de serviços. • A Teoria Cardinalafirmava que a utilidade podia ser medida cardinalmente em “utis” e que a utilidade de um bem não era influenciada pelo consumo de outros bens. • A Teoria Ordinal considera que a utilidade é decorrente do consumo combinado, e não individual, dos bens. Além disso, a utilidade não é mais medida, mas, sim, ordenada, hierarquizada. • Sinergia é a teoria que diz que o todo é maior que a soma das partes; implica uma ação coordenada, cooperativa, de vários fatores. Exercícios I – Responda às questões. 1. Por que todos os agentes econômicos podem ser reduzidos à categoria de consumidores? 2. Qual a relação entre utilidade e orçamento? 3. Que medida foi criada para verificar a utilidade? II– Ligue corretamente as colunas. A – Utilidades B – Orçamento C – Consumidor D – Capitalista E – Poupança 1. ( ) Renda monetária do consumidor, que será gasta na aquisição de bens e de serviços. 2. ( ) Quem vive da renda advinda dos juros. 3. ( ) Quantia que o consumidor reserva para imprevistos futuros ou para render juros. 4. ( ) Capacidade que um bem ou um serviço tem de satisfazer necessidades. 5. ( ) É o objeto final de toda a atividade econômica. III– Faça o que se pede. 1. Especifique os três tipos de renda que conhecemos. 2. Explique a diferença entre a Teoria Cardinal e a Teoria Ordinal. 23 Preço da carne A P Quantidade de carne A Curva da Demanda Por que uma pessoa procura ou demanda somente alguns bens? Uma primeira razão é que alguns bens têm utilidade, outros não. Mas não é só isso. Outros fatores influenciam a escolha e a quantidade de bens demandados por um consumidor. Entre estes fatores, vale citar a renda das pessoas, suas preferências, o preço do bem e o preço de outros bens. Dois aspectos inter-relacionados devem ser considerados, em nosso estudo, do comportamento do consumidor. O primeiro se refere ao fato de que o consumidor sempre preferirá consumir a maior quantidade de bens dada à disponibilidade orçamentária. Uma cesta de mercadorias (conjunto de diversos bens e serviços adquiridos com o orçamento do consumidor) que contenha mais produtos é sempre preferível à que tenha menor quantidade de mercadorias. O segundo é que o consumo de qualquer bem ou serviço é altamente influenciado por seu preço. No entanto, podem existir várias combinações com as quais o consumidor alcança a utilidade máxima. Em qualquer das combinações, o consumidor estaria atingindo o mesmo nível de utilidade. A esse conjunto de combinações possíveis, que mantém a utilidade invariável, denomina-se Curva de Indiferença ou CI. Isto quer dizer que a curva é assim chamada porque o consumidor se sente indiferente ou igualmente satisfeito com as diversas combinações possíveis. Analisemos, agora, nosso consumidor frente a um único bem, enfoque mais operacional e prático. Voltemos à nossa pergunta inicial: – O que determina o comportamento do consumidor frente a um bem? Fundamentalmente, o preço deste bem, a renda do consumidor, o preço de outros bens e a utilidade que este bem proporciona. Para fins de análise, admitiremos que a renda, o preço dos outros bens e a utilidade sejam constantes, de tal forma que a demanda seja unicamente influenciada pelo preço do bem. Novamente temos um conjunto de alternativas ou possibilidades: se o preço do bem for muito alto, o consumidor vai comprá-lo em pequenas quantidades de cada vez. Existem algumas situações limites em que a Curva de Demanda pode ser perfeitamente vertical (A) ou perfeitamente horizontal (B). São comportamentos extremados, pouco prováveis na vida real, mas importantes do ponto de vista analítico. 22Unidade 3 P (B) Demanda perfeitamente elástica Q P (A) Q Demanda perfeitamente inelástica Numa Curva de Demanda perfeitamente vertical, variações de preços não são significativas na decisão do indivíduo de consumir o produto. Geralmente envolve situações em que o consumo de um bem é extremamente necessário ou o consumidor se coloca numa situação em que é completamente dependente do consumo de tal produto. Numa Curva de Demanda perfeitamente horizontal, estaríamos frente a uma demanda infinita de uma mercadoria a um preço fixo P. A inclinação da Curva de Demanda mostra, portanto, a sensibilidade das vendas de um produto dada a variação de preços. Quanto mais inclinada, mais vertical, menor a variação das quantidades consumidas a partir de variações de preços. Em outras palavras, é necessário grandes alterações nos preços para se obter mudanças nas quantidades. Por outro lado, quanto menos inclinada for a curva de demanda (mais horizontal), maior a resposta das quantidades consumidas a partir de alterações nos preços. Isto nos leva, então, a enunciar a Lei da Procura ou Lei da Demanda: “A procura de um bem varia na proporção inversa de seu preço: quanto maior o preço, menor a procura e vice-versa.” Como ficaremos sabendo a quantidade que o consumidor comprará? Quando colocarmos em cena a oferta do bem, com sua curva de oferta. Resumo • Curva de Demanda é a representação gráfica das diferentes quantidades de um bem que os consumidores estão dispostos a comprar aos diferentes preços por unidade de tempo. • A Lei da Demanda expressa a relação inversa existente entre a quantidade demandada de um bem e seu preço. Indica que, quanto maior for o preço de um bem, menor será a quantidade demandada desse bem. Também é chamada de Lei da Procura. • O comportamento do consumidor é, basicamente, determinado pelos seguintes aspectos: – o preço do bem a ser adquirido; – a renda do consumidor; – o preço dos outros bens; – a utilidade que o bem proporciona. Exercícios I – Responda às questões. 1. O que determina o comportamento de um consumidor frente a um bem? 2. Qual o enunciado da Lei da Procura ou da Demanda? 3. O que é Curva de Demanda? II– Marque, com um x nos parênteses, as afirmativas corretas. 1. ( ) Alguns bens têm utilidade; outros não. 2. ( ) O consumidor precisa de muitos bens e serviços para satisfazer suas necessidades. 3. ( ) O consumo de qualquer bem ou serviço nunca é influenciado por seu preço. 4. ( ) Curva de Indiferença ou C.I. é um conjunto de combinações possíveis que mantém a utilidade de um bem invariável. 5. ( ) Se o preço do bem for muito alto, o consumidor vai comprá-lo em pequenas quantidades de cada vez. 23 No caso dos bens substitutos perfeitos, sendo estes perfeitamente substituíveis, pode- se consumir só um desses ou qualquer combinação entre eles. Suponha que uma criança seja indiferente entre lápis de cor verdes e azuis. Para esta criança o que importa é a quantidade de lápis que possui e não as cores desses lápis. Nesse caso, qualquer combinação entre lápis verdes e azuis, desde que some a mesma quantidade de lápis, será igualmente útil para o consumidor. Resumo Bens complementares e bens substitutos Dois bens são considerados complementares entre si, para o consumidor, quando são consumidos juntos, para que a satisfação seja a máxima possível. É o caso do pão e da manteiga, do bife e da batata frita, do café e do leite, do arroz e do feijão. Às vezes, esta relação de complementaridade depende do hábito das pessoas. Arroz e feijão é uma combinação sem sentido no Canadá. Outras vezes, não. A porca e o parafuso, o pneu e a roda não dependem de lugar e de costumes. Um exemplo na economia que é emblemático na caracterização de bens complementares é o consumo de veículos automotores e combustíveis. Aumento de preço de combustíveis desestimula a venda de automóveis e vice-versa. Na construção, também há o caso da combinação areia e cimento. O aumento do preço de um dos componentes afeta a demanda pelo outro bem. Existem dois casos especiais que vale a pena retratar: os bens complementares perfeitos e os bens substitutosperfeitos. O caso dos bens complementares perfeitos envolve a situação em que só existe uma única combinação no consumo desses bens que proporciona aumentos de satisfação. É o mesmo caso dos produtos em que se consome aos pares. Um pé de sapato esquerdo só combina com um pé de sapato direito para formar um par de sapatos. De nada me adiantaria ter dois pés de sapato esquerdos, pois não seria de nenhuma serventia. Para cada unidade de pé de sapato esquerdo existe só uma combinação de pés de sapato direito (1 por 1, neste caso) que me proporciona aumento de satisfação. • 22Unidade 3 Bens complementares são aqueles que precisam ser consumidos juntos para gerar a satisfação máxima para as pessoas. • Bens substitutos são aqueles que podem ser substituídos no consumo, gerando satisfação igual ou semelhante para o consumidor. Exercícios I – Complete as lacunas, escolhendo convenientemente a palavra que dará sentido a cada afirmativa abaixo. 1. Para que dois bens sejam considerados complementares, eles precisam ser consumidos (juntos/separadamente), para que o consumidor tenha a (máxima/mínima) satisfação. 2. Para que dois bens sejam considerados substitutos, eles podem ser consumidos (juntos/ separadamente), proporcionando satisfação (semelhante/ diferente) para o consumidor. 3. Dois bens iguais, mas com marcas diferentes, como biscoitos, são bens substitutos. Portanto, se o preço do biscoito da marca A aumenta, é de se supor que a demanda pelo biscoito B (aumente/diminua). II– Responda às questões. 1. Quando dois bens são considerados complementares? 2. Que são bens substitutos? 23 TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO Para podermos compor o cenário completo de um mercado, é necessário conhecermos a procura e a oferta. Já vimos a primeira, resta- nos, então, estudar esta última, com certo detalhe, para que nosso conhecimento se complete. Vamos verificar como se processa a produção de bens e de serviços, ou seja, como os produtos se organizam. De início, daremos alguns conceitos básicos que nos permitirão melhor entender o processo produtivo. O primeiro conceito é o de firma ou empresa. Firma ou empresa é uma unidade técnica de produção; o local onde se realiza a produção, sem a preocupação com aspectos jurídicos ou contábeis. Uma firma é um conjunto composto de local, trabalhadores e matérias-primas, onde se produzem bens ou serviços. Não é importante saber se ela é, por exemplo, registrada ou se tem uma contabilidade organizada. De acordo com este conceito, tanto a Ford como a costureira que faz roupas em casa ou o mecânico de fundo de quintal são firmas. Em cada uma delas, é possível identificar o empresário, aquele que organiza o processo produtivo. O segundo conceito importante é o de fator de produção, que compreende trabalho, capital e recursos naturais. Por fim, o conceito de produção, que é o processo de combinação dos fatores de produção pelo empresário, que visa à obtenção de bens e serviços que serão ofertados no mercado. As funções de produção Sabemos que podemos obter bens e serviços combinando fatores de produção. Mas quanto 22Unidade 3 obteremos de um bem se utilizarmos variadas quantidades de fatores de produção? A quantidade produzida dependerá do montante utilizado dos fatores de produção, combinados de uma determinada maneira. As maneiras de se combinar os fatores são as diversas tecnologias disponíveis. Assim, sempre existirão tecnologias que usam muito trabalho ou muito capital. Mas, definida a tecnologia a ser utilizada, existirão combinações possíveis de fatores de produção que produzirão quantidades de bens e serviços. A esta relação entre produção e fatores dá-se o nome de função de produção que matematicamente pode ser expressa da seguinte forma: Q = f (k, L) Quantidade produzida (Q) é uma função da quantidade utilizada do fator capital (K) e da quantidade utilizada do fator trabalho (L). Por exemplo, suponhamos que a produção de camisas seja representada pelo quadro a seguir. Q K L 100 80 30 120 90 35 150 100 40 190 110 45 230 120 50 270 130 55 Ou seja, para produzirmos 100 camisas temos que utilizar 80 unidades de capital e 30 de trabalho, e assim por diante. Resumo • Firma ou empresa é uma unidade técnica que combina os fatores de produção para produzir bens e serviços. • Fatores de produção são os elementos transformados durante o processo de produção. São classificados em três grupos: trabalho, capital e recursos naturais. • Produção é o processo que combina e transforma os fatores de produção adquiridos pela empresa, visando criar bens e serviços que serão ofertados no mercado. • Função de produção é uma relação técnica que associa as diferentes quantidades de fatores de produção, empregados no processo produtivo, às quantidades produzidas de um bem ou de um serviço. • Empresário é o agente que organiza o processo produtivo. 23 Exercícios I – Responda às questões a seguir. A função de produção de uma fábrica de sabão é dada pela expressão matemática (ou função matemática): Q = 100 + 80 K + 35 L 1. Qual será a quantidade produzida se empregar 15 uds de K e 10 uds de L? 2. E se forem utilizados 40 K e 50 L? II– Relacione corretamente as colunas. A – Empresa B – Empresário C – Produção 1. ( ) Unidade técnica de produção, o local onde se realiza a produção. 2. ( ) O agente que organiza o processo produtivo. 3. ( ) Processo de combinação dos fatores de produção pelo empresário, visando à obtenção de bens e de serviços. III– Escreva F (para falso) e V (para verdadeiro), nos parênteses, conforme o conteúdo das afirmativas. 1. ( ) Um local, trabalhadores e matérias- primas não constituem uma empresa. 2. ( ) Toda firma deve ser registrada e ter uma contabilidade organizada. 3. ( ) Empresário é aquele que organiza o processo que gerará bens e serviços. 4. ( ) A quantidade de bens produzidos dependerá do montante utilizado dos fatores de produção, combinados de uma determinada maneira. 5. ( ) A uma unidade técnica de produção dá-se o nome de firma ou empresa. O custo de produção, receita e lucro O objetivo de uma empresa é, em geral, ganhar dinheiro fazendo negócios. Para que ela consiga continuar funcionando, é necessário que essa empresa tenha lucros para que possam ser reinvestidos na produção. O que é o lucro de uma empresa? O montante que a empresa recebe pela venda de sua produção é denominado receita total. A quantia que a empresa gasta para adquirir insumos (fatores necessários para que haja produção, como matérias-primas e trabalho) é chamada custo total. Definimos lucro como a receita total da empresa menos seus custos totais, ou seja: L (Lucro) = RT (receita total) – CT (custos totais) Em relação a custos, a distinção entre custos explícitos (custos de insumos que exigem um desembolso monetário da empresa, como por exemplo: ter que pagar os trabalhadores de uma fábrica) e custos implícitos (custos de insumos que não exigem um desembolso monetário da empresa, como, por exemplo o fato de uma pessoa poder se ocupar de outra atividade que poderia dar-lhe mais renda, ou seja, é uma renda que ela abdica de ganhar) é importante na hora de contabilizar os lucros. A Curva de Oferta Já vimos, anteriormente, que do lado dos consumidores existe a Curva da Demanda; falta agora conhecermos o lado dos produtores ou da oferta. Do ponto de vista do produtor, existe uma relação entre quantidade e preços, denominada Curva da Oferta ou função oferta, que pode ser expressa da seguinte maneira: QA = F (PA) ou, quantidade ofertada do bem A é uma função (ou depende) do preço do bem A. Analisemos a lógica desta afirmação: é razoável supor que qualquer produtor se sinta animado a produzir mais se o preço do produto, no mercado, foralto ou estiver em ascensão, porque seu lucro, nesse caso, estará aumentando. Da mesma maneira, ele reduzirá a produção se o preço estiver caindo sistematicamente. Existe, então, uma relação direta entre quantidade ofertada e preço do 22Unidade 3 bem, ao contrário da demanda, onde a relação é inversa. Esse comportamento é conhecido como Lei da Oferta. 23 A Curva da Oferta representa o comportamento do conjunto de produtores de cada bem e este comportamento é específico de bem para bem. Sempre que qualquer um dos determinantes da oferta (exceto o preço) se alterar, a Curva de Oferta se desloca. Resumo • Custo de produção é a despesa do empresário com a aquisição dos fatores de produção, necessários ao desenvolvimento de suas atividades. • Receita é a quantia que o empresário recebe quando vende sua produção. • Lucro total é a diferença entre a receita do empresário e o seu custo de produção. • Curva da Oferta é a relação entre as quantidades de um bem ou um serviço que os empresários estão dispostos a ofertar e seus respectivos preços. • Lei da Oferta é a relação direta que existe entre preços de um bem e a quantidade ofertada. Assim, quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada. Exercícios I – Resolva. (Use folha avulsa para os cálculos.) 1. Seja um empresário que produza buzinas e usa o fator trabalho ao preço unitário de R$120,00, capital ao preço de R$80,00 e matérias-primas ao preço unitário de R$50,00. Complete a tabela a seguir, calculando CT, RT e LT, sabendo que o preço de venda é R$40,00. Q K L MP CT RT LT 1.000 100 80 50 1.500 200 160 100 2.000 290 230 140 2.500 370 290 180 3.000 440 340 220 II– Complete os espaços em branco com as palavras listadas abaixo. horas utilizadas lucro receita total receita fatores de produção preços quantidades utilizadas despesa horas trabalhadas quantidade 1. Para que a produção ocorra, o empresário tem que adquirir os , pagando por eles determinado preço. 2. O fator capital pode ser medido por , o fator trabalho por e a matéria- prima por . 3. Ao vender o seu produto, o empresário terá um preço de mercado que, multiplicado pela quantidade, dará a . 4. O é que permite a empresa sobreviver, ampliar e fazer frente às incertezas do futuro. 5. Do ponto de vista do produtor, existe uma relação entre e , denominada Curva da Oferta. 6. À quantia que o empresário recebe quando vende sua produção dá-se o nome de . MERCADO: DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE EQUILÍBRIO O mercado é o local onde se encontram os consumidores de bens e de serviços. Envolve estruturas físicas (espaço físico apropriado onde as transações são realizadas, como por exemplo a Bolsa de Valores, o shopping center, a feira, o escritório) e as estruturas legais (as regras jurídicas) que ditam as maneiras pelas quais as transações são efetuadas. É preciso lembrar que as curvas de oferta e demanda, que unem preços e quantidades, exprimem possibilidades, ou seja, explicitam 22Unidade 3 quantidades que se ofertariam ou se consumiriam a determinados preços. Portanto, o conhecimento 23 produtores consumidores estruturas físicas ponto de preço de equilíbrio mercado estruturas legais e a análise de uma das curvas, sem o conhecimento da outra, não permite determinar o preço e a quantidade com os quais produtores e consumidores estejam de acordo, pois o mercado deve estar em equilíbrio. Isto quer dizer que estejam determinados o preço e a quantidade de equilíbrio. É fácil compreender o que dissemos com o auxílio do gráfico a seguir. Ao preço de R$5,00, os consumidores estariam dispostos a comprar 12 unidades do bem (ponto A), enquanto os produtores estariam dispostos a ofertar 18 unidades (ponto B). Ao preço de R$2,00, a situação inverte-se. A oferta restringe-se a 10 unidades, enquanto os consumidores estariam dispostos a comprar 18. No primeiro caso, haveria excesso de oferta e um estoque se formaria, no montante de 18 – 12 = 6 unidades. Todavia, os ofertadores não querem ter estoques e esta é a razão pela qual as transações não se realizam. No segundo caso, haveria escassez de oferta (e consequente excesso de demanda) e falta do bem no montante de 18 – 10 = 8 unidades. Esta é a razão pela qual as transações não ocorreram: o mercado não pôde ser satisfeito. Há, todavia, um preço que satisfaz a ambas as partes e que não permite que haja excesso ou escassez do bem no mercado: é o chamado preço de equilíbrio, no caso, R$4,00 (ponto E). Aí, demanda e oferta cruzam-se e determinam um único preço e uma única quantidade. O que ocorre na realidade é uma permanente oscilação do preço em transações individuais que sempre tende para o ponto de equilíbrio. Resumo • Mercado é o lugar onde se encontram a procura e a oferta de um bem e onde o preço e a quantidade pelos quais ele será vendido são determinados. • Preço de equilíbrio ou preço de mercado é aquele que iguala a oferta e a procura e pelo qual o bem será vendido. • Produtores são aquelas pessoas que compõem a oferta. • Consumidores são aquelas pessoas que compõem a demanda. • Mecanismos do mercado são as estruturas físicas (local, mesa, pregão) e estruturas legais (as regras jurídicas), que ditam as maneiras pelas quais as transações são efetuadas. • Ponto de equilíbrio é o ponto em que o preço satisfaz ao produtor e ao consumidor e que não permite que haja excesso ou escassez do bem no mercado. Exercícios I – Complete as lacunas com as palavras listadas no retângulo. 1. Ao conjunto de pessoas e mecanismos que permitem que oferta e demanda se encontrem dá-se o nome de . 2. Os mecanismos do mercado são as e as . 3. As pessoas que compõem a demanda são chamadas . 4. Àquele preço que iguala a oferta e a procura, dá-se o nome de . 5. são aquelas pessoas que compõem a oferta. 6. O ponto em que o preço satisfaz ao produtor e ao consumidor e que não permite que haja excesso ou escassez do bem no mercado é chamado de . II– Escreva, nos parênteses, F (para falso) e V (para verdadeiro), conforme o conteúdo das afirmativas. 1. ( ) Oferta e demanda encontram-se no mercado. 2. ( ) Para que se consiga determinar a quantidade em que um bem será comprado ou vendido e a que preço, o mercado deve estar em equilíbrio. 22Unidade 3 3. ( ) Dificilmente produtor e consumidor chegam a um ponto em que não haja excesso ou escassez do bem no mercado. 4. ( ) As regras jurídicas constituem o único e mais importante mecanismo pelo qual as transações de mercado são efetuadas. 5. ( ) Escassez ou excesso de bens não interessam nem ao produtor nem ao consumidor. CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS Os mercados, dependendo da quantidade de empresas que compõem a oferta e de quanto os bens sejam parecidos, podem ser classificados em quatro tipos. • Concorrência pura ou perfeita. • Monopólio puro. • Oligopólio. • Concorrência monopolística. O mercado em concorrência pura ou perfeita apresenta quatro características principais. • Atomicidade – Nenhum produtor é grande o suficiente para, sozinho, conseguir formar o preço de mercado de seu produto. • Homogeneidade – As mercadorias produzidas são homogêneas, não há diferenciação entre o produto fabricado ou o serviço prestado pela firma A ou B. Os consumidores são indiferentes ao consumo de A ou B, ou seja, A e B são igualmente preferíveis. • 23 Pleno conhecimento tecnológico – Todos os empresários do mercado conhecem a tecnologia utilizada na fabricação de produto dos seus concorrentes. • Plena mobilidade dos fatores – Não existem barreiras à entrada na produção de qualquer mercadoria. Se uma determinada atividade não está lucrativa, o empresário pode utilizar seus fatores de produção para a fabricação de outra mercadoria. O estudo da concorrência perfeita é fundamentalpara se construir um modelo de mercado ideal, em que realmente as curvas de oferta e demanda se ajustem. Os mercados que mais se aproximam deste modelo são os mercados agrícolas. Por exemplo, existem muitos produtores de banana-prata e todos oferecem praticamente o mesmo produto. Nesse mercado, oferta e demanda são igualmente importantes na determinação do preço de equilíbrio. O monopólio puro é um tipo extremo de mercado em que só existe um produtor e o bem oferecido não possui bens substitutos. A importância da empresa é muito grande, a ponto de, se ela deixar de existir, a oferta do bem desaparece. Monopólios puros, às vezes, existem na iniciativa privada durante certo tempo, mas tendem a desaparecer porque outras empresas surgirão, atraídas pelo preço elevado. Na realidade, quando existe monopólio, o monopolista é quem praticamente determina o preço. Os únicos casos de monopólio puro permanente são encontrados no setor estatal. O oligopólio é um regime de mercado entre o monopólio e a concorrência perfeita, pois se caracteriza pela existência de alguns produtores que oferecem produtos diferenciados e bastante substituíveis. Nesse caso, os produtores exercem considerável influência na determinação do preço mas os consumidores detêm certa influência. A diferenciação do produto, em geral, ocorre em função da marca. Em vários mercados da vida real existe o oligopólio: artigos de higiene (sabonete, sabão), eletrodomésticos (geladeiras, fogões), automóveis etc. A concorrência monopolística é um mercado em que há um número suficientemente grande de produtores, de modo que cada produtor, 22Unidade 3 individualmente, não é importante, o que é uma característica da concorrência perfeita. O produto oferecido é bastante semelhante, mas é o consumidor quem o acha diferente dos demais, o que é uma característica do oligopólio. Como exemplo, citamos as fábricas de roupas da moda, os produtos têxteis e a prestação de serviço em grandes cidades. De fato, uma roupa da moda (jeans, por exemplo) é produzida por um sem-número de fábricas, mas o consumidor as diferencia pela marca. Nesse mercado, o preço sofre menos influência do consumidor e mais, do produtor. A propaganda A propaganda tem duas funções básicas para o produtor de um bem. Em mercados oligopolistas e de concorrência monopolística, ela tem a função de atrair os consumidores para um determinado bem, em detrimento dos demais. Este é o caso, no Brasil, da indústria das bebidas e, particularmente, o ramo da cerveja. Já que o mercado se encontra bem desenvolvido, a solução é subtrair os consumidores dos outros, em uma guerra publicitária. A outra função da propaganda é ampliar o mercado e isto se aplica particularmente aos monopólios. A estrutura do mercado de fatores de produção Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e de serviços. O mercado de fatores de produção – mão de obra, capital, terra e tecnologia – também apresenta diferentes estruturas. As estruturas no mercado de fatores de produção podem ser assim classificadas. • Concorrência Perfeita no mercado de fatores É um mercado em que existe oferta abundante do fator de produção (por exemplo mão de obra não especializada), o que torna o preço desse fator constante. Os ofertantes ou fornecedores, como são em grande número, não têm condições de obter preços mais elevados por seus serviços. • 23 Monopsônio Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra. • Oligopsônio É um mercado em que existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A indústria automobilística, além de oligopolista no mercado de bens e de serviços, também é oligopsonista na compra de autopeças. • Monopólio bilateral O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator. Por exemplo, só a empresa A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. A empresa A é monopsonista, porque só ela compra este tipo de aço, e a siderúrgica B é monopolista, porque só ela vende este tipo de aço. Nesses casos, a determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores econômicos, mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador) e o monopolista tentando vender por um preço mais elevado (usando o poder de ser o único fornecedor). 22Unidade 3 oligopólio monopolística produtores propaganda consumidores ampliar os mercado Resumo • Os mercados classificam-se em: concorrência pura ou perfeita, monopólio puro, oligopólio e concorrência monopolística. • Concorrência pura ou perfeita é o mercado em que existe um grande número de empresas oferecendo um mesmo produto que é igual, aos olhos dos consumidores. • Monopólio puro é o tipo de mercado em que existe apenas uma empresa oferecendo um bem para o qual não existem substitutos satisfatórios. • Oligopólio é o tipo de mercado em que há um número de empresas pequeno e suficiente para que as ações de uma afetem as outras. Elas produzem bens diferenciados, mas substituíveis entre si. • Concorrência monopolística é o tipo de mercado em que há um número razoável de empresas produzindo um mesmo bem que, aos olhos do consumidor, é diferente de produtor para produtor. • Monopolista é quem determina o preço. Os únicos casos de monopólio puro são encontrados no setor estatal. • A propaganda tem duas funções básicas para o produtor de um bem: – atrair consumidores para um determinado bem, em detrimento dos demais; – ampliar os mercados. • As estruturas no mercado de fatores de produção podem ser assim classificadas: concorrência perfeita no mercado de fatores, monopsônio, oligopsônio e monopólio bilateral. Exercícios I – Responda às questões. 1. Quais os tipos em que se classificam os mercados? 4. Em que setor são encontrados os únicos casos de monopólio puro permanente? Exemplo. II – Complete as lacunas com as palavras listadas no retângulo. 1. A tem duas funções básicas para o produtor de um bem. 2. Atrair e são as duas funções da propaganda. 3. Roupa da moda, produtos têxteis e prestação de serviços são exemplos de concorrência . 4. Concorrência é aquela em que há um número razoável de empresas produzindo um mesmo bem que, aos olhos do consumidor, é diferente de produtor para produtor. 2. Em que tipo de mercado se encaixam os produtos agrícolas? 3. Em que tipo de mercado só existe um produto e o bem oferecido não possui bens substitutos? 33 Economia Monetária Unidade 4 Objetivo: • Identificar a moeda e suas funções, bem como causas e consequências do processo inflacionário. A MOEDA A origem e o estado atual Durante muito tempo, o ser humano praticou a economia de troca, quer dizer, o pastor trocava suas cabras com o agricultor que produzia trigo. Esse era um sistema primitivo e muito complicado porque, com frequência, o pastor desejava uma quantidade de trigo inferior ao valor de uma cabra, por exemplo. Ademais, as pessoas eram obrigadas a negociar longamente cada troca que tinham de fazer. Um dia, baseado em sua escassez, um bem começou a ser a referência para as trocas. Em Roma, onde era raro, o sal passou a ser adotado como moeda. Assim, uma ovelha valia uma certa quantidade de sal e determinado
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