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Importância das Ciências Humanas

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A importância 
do ensino das 
Ciências Humanas: 
S o c i o l o g i a , F i l o s o f i a , 
H i s t ó r i a e G e o g r a f i a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#DitaduraNuncaMais 
 
 
C R I S T I A N O D A S N E V E S B O D A R T 
R A D A M É S D E M E S Q U I T A R O G É R I O 
Organizadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A importância 
do ensino das 
Ciências Humanas: 
S o c i o l o g i a , F i l o s o f i a , 
H i s t ó r i a e G e o g r a f i a 
 
 
 
1º edição 
 
 
 
 
Maceió/AL 
Editora Café com Sociologia 
2020 
 
 
 
Copyright © Editora Café com Sociologia LTDA, 2020. 
1ª edição – 2020 
 
Normatização e edição: Cristiano das Neves Bodart 
Diagramação: Cristiano das Neves Bodart 
Capa: Cristiano das Neves Bodart 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP) 
 
B666i Bodart, Cristiano das Neves (org.); Rogério, Radamés de Mesquita (org.). 
 
 A importância do ensino das Ciências Humanas: Sociologia, Filosofia, História e Geografia / 
 Organizadores: Cristiano das Neves e Radamés de Mesquita Rogério. - 1. ed. – Maceió, AL: 
 Editora Café com Sociologia. Brasil, 2020. 
 202 p.; quadros. 
 
 ISBN 978-65-87600-04-8  
 
1. Ciências Sociais. 2. Ciências Humanas. 3. Filosofia. 4. Geografia. 5. História. 6. Prática Docente. 
7. Sociologia. I. Título. II. Assunto. III. Bodart, Cristiano das Neves IV. Rogério, Radamés de Mesquita. 
 
CDD 371.3:300.7 
CDU 37.013:168.522 
 
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 
1. Didática - Métodos de ensino instrução e estudo– Pedagogia; Ciências Sociais – Estudo e ensino. 
2. Pedagogia prática; Ciências Humanas. 
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846 
 
Referência Bibliográfica 
 
BODART, Cristiano das Neves; ROGÉRIO, Radamés de Mesquita (org.). A importância do ensino das 
Ciências Humanas: Sociologia, Filosofia, História e Geografia. 1. ed. Maceió, AL: Editora Café com 
Sociologia, 2020. 
 
Editora Café com Sociologia 
CNPJ: 32.792.172/0001-31 
Rua Manoel Fernandes da Silva, n. 23, 
Quadra E, Tabuleiro dos Martins 
Maceió-Alagoas 
CEP. 57081011 
 
Todos os direitos reservados. 
É proibida a reprodução deste livro para fins comerciais sem prévia autorização da Editora. 
 
 
 
CONSELHO EDITORIAL 
 
Presidente Cristiano das Neves Bodart 
Vice-presidente Roniel Sampaio-Silva 
Chefe Téc. Editorial Cassiane da C. Ramos Marchiori 
César Alessandro Sagrillo Figueiredo 
Fernanda Feijó 
Thiago de Jesus Esteves 
Thiago Ingrassia Pereira 
 
CONSELHO CIENTÍFICO 
 
Antonio Alberto Brunetta, doutor em Sociologia pela Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Professor Adjunto da 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Cleberson Vieira de Araújo, doutor em Educação pela Universidad 
Tecnológica Intercontinental (UTIC). Professor da Secretaria de Estado da 
Educação da Paraíba e da Secretaria Municipal de Educação da 
Nazarezinho/PB. 
Cristiano das Neves Bodart, doutor em Sociologia pela Universidade de 
São Paulo (USP). Professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); 
Elicardo Heber de Almeida Batista, doutor em Geografia pela 
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Professor 
da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). 
Fábio Peixoto, doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do 
Rio de Janeiro (UERJ). Professor do Instituto Federal do Sudeste de Minas 
Gerais (IF SUDESTE MG), Campus Muriae. 
Francisco de Assis Silva de Carvalho, doutor em Educação, Filosofia e 
Formação Humana na UNINOVE/SP. Professor do Instituto Federal do 
Piauí (IFPI). 
Radamés Rogério, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do 
Ceará (UFC). Professor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI); 
Tatiana Polliana Pinto de Lima, doutora em Educação pela Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Professora da Universidade Federal do Recôncavo 
da Bahia (UFRB) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTRAS OBRAS DA 
EDITORA CAFÉ COM SOCIOLOGIA 
 
 
Diálogos sobre o ensino de Sociologia, v. 1, Cristiano das Neves Bodart, 2019. 
O ensino de Humanidades nas escolas: Sociologia, Filosofia, História e 
Geografia, Cristiano das Neves Bodart (Org.), 2019. 
O Ensino de Sociologia no Brasil, v. 1, Cristiano das Neves Bodart e Wenderson 
Luan dos Santos Lima (Orgs.), 2019. 
O Ensino de Sociologia no Brasil, v. 2, Cristiano das Neves Bodart e Roniel Sampaio-
Silva (Orgs.), 2019. 
Sociologia e Educação: debates necessários, v.1, Cristiano das Neves Bodart (Org.), 
2019. 
O ensino de Sociologia e os dez anos dos institutos federais (2008-2018), Roberta 
dos Reis Neuhold e Márcio R. O. Pozzer (Orgs.), 2019. 
O ensino de Arte e os dez anos dos institutos federais (2008-2018), Estevão da 
Fontoura Haeser e Márcio R. O. Pozzer (Orgs.), 2019. 
O ensino de Filosofia e os dez anos dos institutos federais (2008-2018), Sérgio G. 
S. Portella e Márcio R. O. Pozzer (Orgs.), 2019. 
O contexto da educação profissional técnica na América Latina e os 10 anos dos 
institutos federais (2008-2018), Márcio R. O. Pozzer e Roberta dos Reis Neuhold 
(Orgs.), 2019. 
O ensino de História nos anos iniciais do ensino fundamental, Andréa Giordanna 
Araujo da Silva (Org.), 2020. 
Sociologia e Educação: debates necessários, v.2, Cristiano das Neves Bodart (Org.), 
2020. 
O ensino de Sociologia e de Filosofia escolar, Cristiano das Neves Bodart (Org.), 
2020. 
Dicionário do ensino de Sociologia, Antonio Alberto Brunetta, Cristiano das Neves 
Bodart e Marcelo Pinheiro Cigales (Orgs.), 2020. 
John Locke e a formação moral da criança, Christian Lindberg Lopes do 
Nascimento, 2020. 
Filosofia e Educação no tempo/espaço que chamamos hoje, Junot Cornélio 
Matos e José Aparecido de Oliveira Lima (Orgs.), 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S U M Á R I O 
 
11 Apresentação 
Cristiano das Neves Bodart e Radamés de Mesquita Rogério 
 
 
 PARTE 1 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA 
 
19 CAPÍTULO 1 
A importância da Sociologia escolar: esclarecimentos 
necessários em tempo de obscurantismo 
Cristiano das Neves Bodart e Fernanda Feijó 
 
49 CAPÍTULO 2 
A Sociologia no ensino superior: uma análise sobre seu 
olhar, “utilidade” e importância 
Radamés de Mesquita Rogério 
 
PARTE 2 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE FILOSOFIA 
 
73 CAPÍTULO 3 
A importância do ensino de Filosofia e o novo ensino 
médio 
Christian Lindberg L. do Nascimento 
Danilo Rodrigues Pimenta 
 
91 CAPÍTULO 4 
A importância da Filosofia e seu ensino na educação 
superior 
Junot Cornélio Matos 
 
 
 
PARTE 3 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE HISTÓRIA 
 
115 CAPÍTULO 5 
A importância da disciplina de História no ensino médio: 
a formação do indivíduo no tempo histórico da vida 
contemporânea 
Paulo Eduardo Dias de Mello 
 
139 CAPÍTULO 6 
A importância da História no ensino superior 
Andréa Giordanna Araujo da Silva 
 
 
PARTE 4 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
161 CAPÍTULO 7 
A importância da Geografia na educação básica 
Mariana Guedes Raggi 
Maria Francineila Pinheiro dos Santos 
 
177 CAPÍTULO 8 
Aprender Geografia: uma discussão sobre o papel do 
ensino de Geografia na perspectiva da educação superior 
Vinício Luís Pierozan 
Vanessa Manfio 
 
199 Sobre os autores 
 
201 Índice remissivo 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 49 
C A P Í T U L O 2 
A SOCIOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR: 
uma análise sobre seu olhar, “utilidade” e 
importância 
Radamés de Mesquita Rogério 
Introdução 
Não há garantia de que, tendo adquirido entendimento so-
ciológico, alguém possa dissolver e destituir o poder das 
‘árduas realidades’ da vida. O poderda compreensão não é 
páreo para as pressões da coerção, aliadas ao senso comum 
resignado e submisso sob condições econômicas e políticas 
dominantes (BAUMAN; MAY, 2010, p. 27-28). 
Há sistemas coerentes de hipóteses, conceitos, métodos de 
verificação, tudo o que comumente se associa à ideia de ci-
ência. Por conseguinte, por que não dizermos que ela é uma 
ciência se é de fato uma? Tanto mais que a parada em jogo 
é muito importante: uma das maneiras de pôr de lado ver-
dades incômodas é dizer que não são científicas, o que equi-
vale a dizer que são ‘políticas’, quer dizer suscitadas pelo 
interesse, pela ‘paixão’, portanto relativas e relativizáveis 
(BOURDIEU, 2003, p. 25). 
 
urgida da audaciosa proposta de decodificar aquilo que foi 
identificado como um caos nos alicerces que compunham 
a sociedade nascente das revoluções do século XVIII na Europa, a 
Sociologia foi ainda incumbida de, no passo seguinte a tal “diagnós-
tico”, propor soluções dentro de uma lógica que relacionava o co-
nhecimento das “leis sociais” com a capacidade de prever os fenô-
menos, antevendo “o mal” e agindo para debelá-lo (COMTE, 1983). 
De forma resumida, a Sociologia se deparou, à época, com 
questões como: 
S 
 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 50 
 
[...] sociedade civil e estado nacional, multidão, massa e povo, 
classe social e revolução, ordem e progresso, normal e patoló-
gico, racional e irracional, anomia e alienação, sagrado e pro-
fano, ideologia e utopia, comunidade e sociedade, passado e 
presente, tradição e modernidade (IANNI, 1989, p. 3). 
Mas por que o panteão das ciências haveria de carecer de um 
membro surgido tão tardiamente para explicar tais transformações? 
O que essa ciência tinha a oferecer de diferente para justificar sua 
pertença ao rol dos saberes necessários? Essa pergunta foi obvia-
mente feita à época de seu nascimento, mas conforme a segunda 
citação da epígrafe o demonstra, ela ainda se faz presente. Ali, em 
entrevista concedida no ano de 1980, o sociólogo francês, Pierre 
Bourdieu, respondia a um questionamento sobre o porquê de a So-
ciologia precisar se afirmar como ciência. 
Hoje, em 2020, esse debate ainda não cessou e está vívido tam-
bém no tocante às suas derivações que se estendem a partir desse 
aspecto da legitimidade da ciência Sociologia, a saber: por que é im-
portante e útil a disciplina Sociologia no ensino básico e no ensino 
superior? O que justifica sua permanência no currículo? Por que 
deve haver a oferta do curso de Ciências Sociais no ensino superior? 
Com o objetivo de contribuir com o aprofundamento e a res-
sonância das teses que defendem a permanência e a própria extensão 
do ensino de Sociologia, iremos aqui analisar o olhar, a “utilidade” 
e a legitimidade da Sociologia, os três aspectos, em diálogo com a 
realidade do ensino superior. O sistema de ensino, de forma geral 
(acentuadamente o superior), ocupa um lugar central e estratégico 
nas sociedades hodiernas porque possui uma complexa relação com 
as distintas esferas do fenômeno social (econômica, política e cultu-
ral) nas mais diversas formações societárias (MARTINS, 2012). 
Nossa argumentação dar-se-á em torno da defesa da legitimi-
dade da Sociologia enquanto ciência e como parte importante do 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 51 
processo formativo da diversidade de profissionais realizado nas 
Instituições de Ensino Superior (IES). Para tanto, partirá de uma 
reflexão sobre o olhar sociológico, passando a uma análise sobre sua 
“utilidade”. “Utilidade” sempre estará entre aspas porque conside-
ramos tratar-se de um conceito eivado de contradições e por demais 
problemático, mas o utilizaremos por se tratar de um elemento ex-
tremamente presente no imaginário social. 
Conforme apontam Bauman e May na epígrafe, apropriar-se 
do que eles chamam de “entendimento sociológico” não garante 
nada em termos de transformação do sujeito ou da sociedade. Du-
bet (2015, p. 20) também ressalva que “[...] não está confirmado que 
a sociologia melhore as sociedades”5. Rememorando seus tempos 
de estudante, Adorno (2008, p. 63) diz que percebeu, com “grande 
surpresa”, que “[...] se ocupar das questões sociais não implica auto-
maticamente as questões relativas a uma sociedade melhor ou mais 
adequada [...]”. 
Se não garante transformação nem dos indivíduos nem da so-
ciedade, se não há confirmação, portanto, de que melhore as socie-
dades e, se ao estudar as questões sociais, isso não quer dizer que se 
estude necessariamente aquilo que diz respeito a uma sociedade me-
lhor, reforçamos as indagações que já foram apresentadas: para que 
serve essa ciência que se ocupa “do social”? Qual o seu papel? 
Ressaltemos que toda a argumentação em torno da importância 
da Sociologia enquanto disciplina ou enquanto ciência passa, neces-
sariamente, pela existência do curso de bacharelado e licenciatura 
em Ciências Sociais/Sociologia, pois é no espaço do curso que serão 
adequadamente formados os pesquisadores e docentes, sem os quais 
o conhecimento sociológico não seria possível de existir. Assim 
como em nenhuma outra ciência, o conhecimento e a qualificação 
 
5 No original: “no está confirmado que la sociología mejore las sociedades”. 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 52 
docente em Sociologia não podem ser gerados espontaneamente, 
prescindindo de uma formação específica, o que por si só já justifi-
caria a existência do curso. Há, entretanto, outras razões a reforçar 
nosso argumento e isso será desenvolvido ao longo do texto. 
Na primeira parte do artigo, iremos explorar a questão do olhar 
que a Sociologia lança sobre o fenômeno social, buscando demons-
trar como ele se dá, quais são suas características e por que esse olhar 
é necessário. No momento posterior, passaremos a uma análise crí-
tica do aspecto da “utilidade” da Sociologia. Na culminância do 
texto, em sua conclusão, iremos refletir sobre como a Sociologia se 
legitima como ciência, curso e disciplina no ensino superior, tendo 
apontado como seu olhar é relevante e como suas formulações são 
“úteis”. 
1 O olhar: a imaginação e a perspectiva sociológicas 
 repetido (por que não desgastado e pouco produtivo) o 
argumento de que a Sociologia é importante porque cum-
pre o papel de “desnaturalizar” as relações e estruturas sociais. O 
argumento é válido, mas tem pouco a contribuir na construção de 
uma “defesa” do conhecimento sociológico (curso de Ciências So-
ciais e disciplina do ensino básico e superior), isso porque outros 
saberes também possuem essa característica e são também exitosos 
nessa tarefa, como a História, a Filosofia, a Geografia e os Estudos 
Literários. 
Para Bauman e May (2010), o que diferencia a Sociologia dos 
conhecimentos citados é que ao estudar o mundo produzido pelo 
ser humano, as ações humanas, a sociedade e seus membros, ela o 
faz concebendo-os como elementos de figurações mais amplas, de 
uma “[...] montagem não aleatória de atores reunidos em rede de 
dependência mútua” (BAUMAN; MAY, 2010, p. 16). 
É 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 53 
Parte importante da Sociologia tem por pressuposto que a lei-
tura sobre o processo social deve considerar o quanto os indivíduos 
influenciam e sofrem influência uns dos outros, bem como o quanto 
a sociedade resulta da ação dos indivíduos em conjunto e como suas 
ações sofrem a determinação desta. Desde seu nascimento no século 
XIX, passando pelos meados do século XX, chegando aos tempos 
hodiernos, temos um diagnóstico comum, embora com diferentes 
matizes: os sentidos e as forças que movem o mundo social não se 
apresentam diretamente aos indivíduos. 
Marx (1998), juntamente com Engels, teorizou sobre a relação 
entre essência e aparência, demonstrando como a classedominante 
se apropriava do poder de comando sobre o mundo das ideias para 
impor sua visão de mundo, objetivando a manutenção da relação de 
domínio. Berger (1972) afirmou que, embora a evidência sociológica 
básica de que a realidade não é o que parece ser seja aparentemente 
simples, o atributo de simplicidade se dissolve quando constatamos 
que a realidade social é possuidora de muitos níveis de significado e 
a descoberta de cada nova camada modifica a percepção do todo. 
Mills (1975), já nos anos de 1950, quando ainda não tínhamos o 
fenômeno da internet, diagnosticava que o homem moderno, bom-
bardeado por uma avalanche de informações que lhe domina a aten-
ção, esmagando sua capacidade de assimilá-la, adquiria frequente-
mente uma “[...] consciência falsa de suas posições sociais” (MILLS, 
1975, p. 11). Assim, por não disporem da “[...] qualidade intelectual 
básica para sentir o jogo que se processa entre os homens e a socie-
dade, a biografia e a história, o eu e o mundo” (MILLS, 1975, p. 11), 
os homens “[...] raramente têm consciência da complexa ligação entre 
suas vidas e o curso da história mundial” (MILLS, 1975, p. 10). Bau-
man e May (2010) complementam a formulação de Mills quanto a 
essa questão, na medida em que afirmam que, para a maioria de nós, 
o alcance de nosso campo de análise da realidade social está restrito 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 54 
aos “[...] nossos próprios mundos da vida” (BAUMAN; MAY, 2010, 
p. 22) (o que fazemos, as pessoas com quem convivemos, nossos pro-
pósitos, empreendimentos e valores), de forma que “[...] poucas vezes 
consideramos ser necessário ultrapassar o campo de nossas preocu-
pações cotidianas para ampliar os horizontes de nossas experiências” 
(BAUMAN; MAY, 2010, p. 22). 
Concordando com Mills, Bauman e May, Lahire (2014) reforça 
que os atores das sociedades diferenciadas possuem apenas uma “vi-
são extremamente limitada” de um mundo social que é complexo, 
apontando que a divisão social do trabalho é um fator determinante 
para tal limitação na medida em que obriga os indivíduos a um in-
vestimento de tempo e energia em atividades que são circunscritas 
e localizadas. 
Ao apresentar as bases da sociologia de Theodor Adorno, 
Cohn (2008) destaca que é fundamental em seu pensamento a noção 
de que a natureza do social não está dada, na medida que esta é 
ocultada por diversas razões como, por exemplo, interesses de 
classe, de forma que ela nunca é evidente. Assim, é preciso ficar 
atento ao “miúdo”, o aparentemente secundário, no processo de 
conformação da sociedade, pois “[...] é em suas pequenas formas de 
manifestação, nos fenômenos que habitualmente escapam à atenção 
que, de certo modo, a sociedade trai a sua índole mais íntima” 
(ADORNO; COHN, 2008, p. 25-26). 
Perceber, avaliar e compreender o “não visto”, os elementos 
que engendram um sistema complexo, prescinde, por vezes, não só 
de “treinamento” para o alcance desse olhar mais aprofundado, mas 
também da racionalidade científica, assim: 
O que faz com que o conhecimento sociológico não seja um 
conhecimento do mundo social ‘como outros’ (religioso, polí-
tico, ideológico, etc.) e que ele possa pretender certa robustez 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 55 
diante dos fatos sociais observáveis, é que ele é uma constru-
ção racional apoiada nos dados produzidos segundo métodos 
(explícitos) específicos (LAHIRE, 2014, p. 51). 
Ao problematizar o fenômeno social através de dados, racional 
e metodologicamente trabalhados, o olhar sociológico torna-se ca-
paz de romper com a contumaz dificuldade de ir das mais remotas 
e impessoais transformações para as características mais íntimas do 
ser humano e ver as relações entre as duas. Mills (1975) chamou esse 
movimento de “imaginação sociológica”. 
Vejamos um exercício proposto por Giddens (2005) em um 
diálogo direto com Mills: o que está por trás do fato de que, ao abrir 
a torneira de nossas casas, a água sai, bem como o que está por trás 
do simples fato de tomar uma xícara de café? O simples e tão co-
mum (não nas muitas “periferias” do mundo) jorrar de água instan-
tâneo em cada torneira traz por trás de si um complexo sistema ope-
racional constituído por “organizações modernas” que se caracteri-
zam por serem formadas por um grande agrupamento de pessoas, 
estruturado em linhas impessoais, estabelecido a fim de atingir ob-
jetivos específicos. Sobre o corriqueiro ato de tomar café, podemos 
analisar e avaliar seu “valor simbólico”, pois para muitos ocidentais 
trata-se de um ritual que está para além do simples consumo da be-
bida, ocupando o centro de uma rotina pessoal e/ou social de inici-
ação do dia. O autor destaca também que quando duas pessoas com-
binam de “tomar um café”, elas estão provavelmente menos preo-
cupadas com o consumo da bebida em si e mais interessadas na 
companhia do outro. 
Berger (1972) dirá que muitas vezes o sociólogo terá de despre-
zar as respostas que os próprios atores sociais dariam às suas per-
guntas pela necessidade de procurar as explicações de que “[...] eles 
próprios não se dão conta” (BERGER, 1972, p. 50). Outro aspecto 
fundamental do pensamento sociológico, segundo o autor, que nos 
ajuda a compreender o alcance deste, é que o sociólogo se ocupará 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 56 
de assuntos que outras pessoas podem considerar “demasiado sa-
grados ou demasiado repulsivos” para uma “investigação desapai-
xonada”. Assim, não importará ao sociólogo se estará na companhia 
de “sacerdotes ou de prostitutas”, pois a “satisfação” será dada pelas 
perguntas que estiver fazendo no momento. Não lidará somente 
com as “grandes questões”, pesquisando sobre aquilo que também 
pode parecer “demasiado enfadonho”. 
Mas qual o legado da Sociologia? Até que ponto esse olhar so-
ciológico é “útil”? Concordamos com Martins (2019, n.p.) quando 
este afirma que “O legado da sociologia, em todas as partes, aqui 
também, é muito mais o das perguntas ainda não respondidas, as 
indagações teoricamente reveladoras, as dúvidas pendentes cujas 
respostas carecem de teoria e de inovação teórica”. Posto isso, en-
tramos no campo da utilidade, campo minado e que prescinde de 
esclarecimento. É disso que passaremos a tratar agora. 
2 A Sociologia e a utilidade do “inútil” 
empre que tratamos da importância de algo, via de regra, 
trazemos ao campo das ponderações a medida da utilidade 
daquilo que tem sua importância questionada. Esse procedimento 
se configura como um desafio, em especial, à Sociologia. Seria por 
que ela produz ou se configura como algo pouco “útil”? Sim e não. 
Antes de debater essa ambígua resposta sobre a utilidade de qual-
quer coisa, é preciso questionar primeiramente sobre o que estamos 
falando quando tratamos de utilidade. 
Em A utilidade do inútil: um manifesto (2016), o filósofo italiano 
Nuccio Ordine nos oferece uma reflexão e crítica sobre o que esta-
mos pondo em questão: o autor afirma que a lógica do lucro esta-
belece que o conhecimento e os saberes considerados úteis nas so-
ciedades contemporâneas são aqueles capazes de produzir benefí-
cios comerciais e ganhos financeiros imediatos. A lógica financeira 
S 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 57 
ligada à produção de mercadorias e produtos capazes de serem con-
vertidos em dinheiro faz com que a quantitas se sobreponha à quali-
tas, estabelecendo o domínio do homo aeconomicus. 
Digamos que a Sociologia não seja capaz de participar de al-
guma forma desse circuito financeiro da produção de mercadorias. 
Ela seria, portanto, uma ciência, disciplina, saber “inútil”. Concor-
dando com o autor, consideramos útil, entretanto, “[...] tudo o que 
nos ajuda a nos tornarmos melhores” (ORDINE, 2016, n.p.). Para 
Ordine (n.p.), vivemos um “contexto brutal” no qual 
[...] a utilidadedos saberes inúteis contrapõe-se radical-
mente à utilidade dominante que, em nome de um interesse 
exclusivamente econômico, está progressivamente ma-
tando a memória do passado, as disciplinas humanísticas, 
as línguas clássicas, a educação, a livre pesquisa, a fantasia, 
a arte, o pensamento crítico e o horizonte civil que deveria 
inspirar toda atividade humana. 
Vejamos o quanto a análise do autor possui reverberação no 
Brasil em um momento bastante recente. Em abril de 2019, o pre-
sidente Jair Bolsonaro fez a seguinte declaração em seu perfil oficial 
na rede social Twitter: 
O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descen-
tralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia 
(humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O 
objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao 
contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina 
(2019). 
Em uma segunda publicação, ele disse que a ideia por trás do 
estudo é respeitar o dinheiro do contribuinte: “A função do governo 
é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a 
leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para 
a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua 
volta” (Idem). 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 58 
Vemos, claramente, o quanto o discurso governamental baseia-
se numa leitura que atribui importância ao conhecimento quando 
esse é capaz de “gerar retorno imediato”, “gerar renda” para o indi-
víduo e sua família, assim “melhorando a sociedade em sua volta”. 
Uma lógica utilitarista, logo que deve ser questionada, nos termos 
estabelecidos por Ordine. 
O presidente e o autor parecem concordar, entretanto, num 
ponto: o conhecimento útil é aquele que “melhora a sociedade”. 
Mas aqui temos palavras que se tornam vazias se não analisarmos e 
estabelecermos o conceito e o contexto. O presidente atrela melhora 
da sociedade a aumento de renda; nosso autor, por sua vez, pensa 
na ampliação de nossa capacidade de experienciar o mundo, de nos 
aprofundarmos numa “vida orientada pela curiositas em relação ao 
espírito e às coisas humanas” (ORDINE, 2016, n. p.). 
Antes de demonstrarmos como posicionamos a Sociologia 
aqui, temos que perscrutar como a universidade se encaixa nesse 
debate sobre o útil, não só porque o objeto primordial de nossa aná-
lise é a importância da Sociologia no ensino superior, mas também 
porque o contraponto que trouxemos (o discurso do presidente e 
do ministro da Educação) diz respeito a esse nível de ensino. 
Citando Henkel e Little, Durham (2019) afirma que a educação 
superior implica a utilização da lógica, o uso da evidência, normas 
de rigor intelectual e criatividade, e a procura desinteressada pela 
verdade. Assim: 
Embora o ‘desinteresse’ seja sempre relativo, este tipo de co-
nhecimento envolve a constante auto crítica [sic] das pressupo-
sições, preconceitos e dogmas, quando a investigação e a refle-
xão os contradizem. Disto resulta a função crítica das univer-
sidades. É para isto que é necessária a liberdade acadêmica, um 
espaço razoavelmente livre de censura religiosa, política e de 
interesses econômicos. E digo ‘razoável’ porque esta liberdade 
nunca é total, embora seja indispensável que exista em alguma 
medida (DURHAM, 2019, p. 13). 
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 59 
Defendemos que a universidade não é um ente isolado com 
total autonomia para realizar somente aquilo que lhe condiz. Não 
concordamos com essa ideia porque, primeiro, ela não se sustentaria 
na medida em que desconsidera o quanto o meio acadêmico sofre 
forte pressão social, econômica, política e cultural6. Segundo, por-
que ela daria à universidade uma condição privilegiada que poucas 
ou praticamente nenhuma instituição social possui, a saber, a de 
existir somente para si mesma. 
Feitas tais ressalvas, corroboramos, entretanto, com a ideia de 
que o estudo “desinteressado” é tão importante quanto aqueles que 
visam ao desenvolvimento econômico, ao aumento da renda, ao re-
sultado imediato convertido em produção lucrativa, conforme colo-
cado pelo presidente. Sem liberdade acadêmica, ou seja, a autonomia 
mínima sobre a escolha de seus interesses de pesquisa, a universi-
dade não será capaz de cumprir uma de suas principais razões de 
existência: alargar os saberes sobre o mundo, construir a crítica do 
estabelecido, propiciar a condição de se pensar aquilo que ainda não 
temos ou alcançamos. 
O ensino superior deve contribuir tanto com o alargamento do 
saber existente, ampliando a compreensão sobre o mundo, quanto 
com a formação de profissionais cujo exercício profissional passa 
 
6 Carlos B. Martins (2012, p. 108) afirma que “[...] a universidade ocupou uma centrali-
dade no contexto das instituições culturais da modernidade. Em função de suas ativida-
des de ensino, de seus produtos culturais e científicos, a universidade, nos períodos ini-
ciais da modernidade, estruturou-se como uma instituição sui generis, mantendo uma po-
sição relativamente isolada diante da vida econômica e política, voltada fundamental-
mente para seus afazeres específicos, buscando assumir uma posição de independência 
institucional diante das demandas externas”. A partir da década de 1960, entretanto, “[...] 
o relativo isolamento da universidade diante das demandas da vida econômica, social e 
política começou a ser abalado, uma vez que passou a confrontar-se com uma variada 
gama de pressões sociais, econômicas e políticas, advindas de distintos atores sociais [...]” 
(MARTINS, 2012, p. 116). 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 60 
pela obrigatoriedade de saberes científicos e técnicos que encontram 
abrigo essencial na universidade (DURHAM, 2019). 
Voltando à Sociologia, a questão é que ela pode ser considerada 
útil na perspectiva tanto de nosso presidente, quanto de nosso filó-
sofo. Sob o ponto de vista de Ordine, nossa exposição já deixou claro 
o porquê e o como, pois a Sociologia faz parte do conjunto evocado 
pelo autor de conhecimentos, saberes e expressões do humano que 
cumprem, desinteressadamente, o papel de elevar o espírito, de aper-
feiçoar a condição humana, reforçar e defender nossa dignidade, ou 
ainda, como assinalou Dubet (2015, p. 10, tradução nossa): “[...] cum-
pre um papel, serve para algo, incluso se critica o utilitarismo”7. Mas 
ela também tem grande contribuição a dar não só ao sistema produ-
tivo, mas à sociedade como um todo nas diversas esferas que a com-
põem, como a política, a econômica e a cultural. 
Um exemplo dessa inserção no sistema produtivo bastante 
concernente aos anos 2000 é a demanda por sociólogos e filósofos 
por parte da empresa Facebook. “O que é que as ciências sociais e a 
filosofia têm que ver com a era digital e, em particular, o Facebook?”. 
Essa pergunta abre a reportagem publicada em outubro de 2019 no 
site “dn_insider”, de Portugal, revelando que diretores do Facebook e a 
divisão de Inteligência Artificial (IA) estão buscando a contratação 
de profissionais dessas duas áreas “[...] para ajudar a fazer uma ino-
vação responsável para dar perspetiva e responsabilidade à inteligên-
cia artificial” (2019, n.p.)8. 
Apontada como “preocupação séria da divisão de investigação 
da empresa”, as questões ligadas à responsabilidade e aos valores éti-
cos das máquinas, da IA e dos algoritmos demandam um trabalho e 
conhecimentos que “não serão resolvidos somente por engenheiros”: 
 
7 No original: “cumple un papel, sirve para algo, incluso si critica el utilitarismo”. 
8 Facebook contrata filósofos para ajudar a inteligência artificial (e não só). O que é que 
isso significa? (2019, n. p.). 
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 61 
‘Esta era digital não vai ser sóresolvida com tecnologia, 
precisamos de ver o problema de forma mais ampla e com 
pessoas que percebam de lei, mas também de filósofos para 
darem uma perspetiva mais global aos novos caminhos que 
estamos a trilhar’. Dessa forma, é com ‘entusiasmo’ mas 
também com preocupação que o francês aborda os valores 
que as máquinas e os algoritmos devem ter em redor da 
ética e da justiça (2019, n.p.). 
É por sua amplitude de questões e pelo longo alcance de suas 
teorias, conceitos e pesquisas que a Sociologia é demandada num 
setor do mundo produtivo, que tem como uma de suas principais 
características a complexidade, a dinamicidade da mudança, o desa-
fio proposto por problemáticas que ainda não foram decodificadas, 
dentre outros. 
Numa pesquisa antropológica que tinha como objetivo revelar a 
apreciação do paciente-cidadão sobre a conduta profissional médica, 
realizada no Hospital Geral de Fortaleza, Nations e Gomes (2007, p. 
2103) constataram que “[...] a mudança na conduta profissional está 
pautada na inclusão da subjetividade e das raízes socioculturais do pa-
ciente”, contrariando essa lógica da necessidade de se focar na capa-
citação mais técnica de diversos profissionais. Ao tratar do atendi-
mento na área de Saúde, as autoras asseveram que a formação acadê-
mica, todavia, “[...] não prepara o profissional para escutar os signifi-
cados e sentidos do paciente, comprometendo a qualidade do cui-
dado” (NATIONS; GOMES, 2007, p. 2103), posto isso, 
[...] é preciso uma ‘tecnologia da interação humana’ que per-
mita a visão política da cidadania, o pensamento problema-
tizador e a ética do cuidado. Maior equidade de poder na 
relação clínica exige integrar diferentes conhecimentos, res-
peitar a singularidade do paciente e promover o protago-
nismo, tornando o trabalho vivo e criativo (NATIONS; 
GOMES, 2007, p. 2103). 
Não teremos nenhuma dificuldade de perceber a relação entre 
o olhar da Sociologia, já apresentado, e as demandas apontadas pelas 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 62 
pesquisadoras como essenciais para a qualificação do atendimento 
médico, ou seja, contribuições que a Sociologia tem a dar a um dos 
serviços públicos e política pública mais centrais em qualquer meio 
social. Como dizem as autoras, há a exigência de integração de dife-
rentes conhecimentos e viemos demonstrando por que a Sociologia 
deve estar presente nessa integração. 
A Sociologia também está presente nos itinerários formativos de 
diversos profissionais no ensino superior, mesmo que nem sempre 
conste como disciplina ofertada na grade desses cursos. As primícias 
de uma pesquisa que viemos realizando na análise da presença da So-
ciologia em Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) dos cursos oferta-
dos no campus de Parnaíba da Universidade Estadual do Piauí (UE-
SPI), tem apontando que mesmo em áreas técnicas, consideradas 
mais distantes das Ciências Sociais, há uma forte demanda pelos sa-
beres e olhares sociológicos, particularmente no tocante à constitui-
ção do perfil do egresso que o curso objetiva formar. Um exemplo é 
o curso de Ciências da Computação da UESPI. Seu PPC aponta que 
se busca uma formação que “[...] abrange também o estudo dos as-
pectos profissionais, éticos, culturais e sociais da computação e de 
outras áreas do conhecimento” (UESPI, 2019, p. 30). O documento 
ressalta ainda a importância da formação de um profissional capaz de 
atuar num cenário competitivo, compromissado com “princípios po-
líticos, filosóficos, científicos e éticos” (UESPI, 2019, p. 40), sendo, 
para tanto, capaz de estabelecer relações entre “[...] ciência, tecnologia 
e sociedade” (UESPI, 2019, p. 40). 
Mais uma vez é preciso advertir que a Sociologia não é o único 
campo do saber capaz de potencializar significativamente o alcance 
desse perfil, mas pelas razões já elencadas, vemos o quanto ela é 
importante nesse cenário. Entretanto, a grade curricular do curso 
analisado não traz a oferta da disciplina ou de uma similar. Diante 
desse caso, que não é incomum, é preciso se perguntar por que a 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 63 
Sociologia não se faz presente nas grades curriculares de cursos que 
visam formar profissionais e indivíduos com competência não só 
técnica e científica, mas também humana? Ou, conforme o PPC do 
curso que analisamos, “[...] preparados para atuar na sociedade con-
temporânea, comprometidos com princípios éticos e de respeito à 
diversidade, capazes de buscar soluções para os problemas da reali-
dade em que vivem” (UESPI, 2019, p. 41). 
A literatura sociológica e os movimentos pela obrigatoriedade 
da disciplina já apontaram alguns argumentos. O mais comum, se-
gundo Moraes (2011), é aquele que busca explicar a ausência da So-
ciologia como uma reação à sua capacidade “perigosamente crítica” 
para os grupos dominantes e/ou com projetos autoritaristas. 
Acreditamos que é preciso esmerar nossos argumentos, pois se 
não compreendermos a complexidade do problema não poderemos 
agir em conformidade para, assim, obtermos o desejado contexto 
em que a Sociologia seja valorizada e esteja presente nas grades cur-
riculares no ensino básico e superior, bem como os cursos de ba-
charelado e licenciatura em Ciências Sociais não precisem constan-
temente “provar a razão de sua existência”. 
Assim, a problematização realizada por Moraes (2003; 2011) 
sobre esse argumento da reação autoritária a um “pensamento peri-
gosamente crítico”, que pode ser apontado como “dominante”, é 
importante porque aponta que há não só uma série de fragilidades 
neste, mas também que ele acaba por contribuir para um resultado 
contrário daquele que se busca obter ao acioná-lo, ou seja, fortalecer 
a Sociologia. 
Considerando esse argumento, uma “explicação de duvidoso 
poder heurístico, se bem que com efeitos políticos indiscutíveis” 
(MORAES, 2011, P.371), o autor irá demonstrar que as rela-
ções/implicações entre governos autoritários e a exclusão da disci-
plina do ensino básico e o seu contrário (governo democrático e 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 64 
inclusão da disciplina) não se sustentam ao escrutínio do estudo das 
reformas educacionais, posto que ela foi mantida em períodos con-
siderados de ausência do pleno estado democrático e esquecida em 
momentos democráticos. 
[...] não se levou nunca em consideração o contexto da Re-
forma Benjamim Constant (1890), nem da Reforma Rocha 
Vaz (1925), nem das Reformas Francisco Campos (1931 e 
1932), nem a permanência da Sociologia entre 1937 e 1942, 
período francamente ditatorial, com tendências fascistas. [...] 
Não se leva em consideração também por que não ocorre o 
retorno da disciplina no período de 1946 a 1964 (para ficar 
nos limites da República Nova), embora definido como Re-
pública Populista, mas reconhecido como democrático, com 
Constituição vigendo e funcionamento irrestrito dos poderes 
Legislativo e Judiciário (MORAES, 2011, p. 366-367). 
Mais do que frágil, esse argumento tem um potencial prejudi-
cial, pois segundo o autor: 
Uma concepção menos engajada e mais formativa [...] é posta 
de lado a partir de uma pseudocrítica a certa perspectiva de 
neutralidade e objetividade que essa concepção encerraria. Re-
forçam-se assim elementos que dão azo à crítica conservadora 
ao dizer que o ensino de Sociologia visa, antes de tudo, a ma-
nipulação dos alunos, na verdade não existindo propriamente 
ensino, senão doutrinação (MORAES, 2011, p. 366-367). 
Posto isso, sugerimos a problematização da questão para além 
daquilo que Moraes chama de “ideologização da disciplina”, sem, 
entretanto, descartar esse aspecto que deve ser considerado, mas 
deixando de ser monopolizador do debate. É preciso se considerar 
aspectos outros como: a) o restrito alcance das pesquisas em Soci-
ologia “dentro de um circuito fechado” (MARTINS, 2019, n.p.); 
b) a ausência de uma articulaçãoeficaz em torno da inclusão da 
disciplina (MORAES, 2003; 2011); c) a predominância de um prag-
matismo econômico e o sentido do útil dentre os estudantes (AN-
DRADE, 2018; ORDINE, 2016); d) a desvalorização dos diplo-
mas universitários e a perda da capacidade de proporcionar aos 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 65 
seus portadores ascensão social (BOURDIEU, 1998); e) a visão de 
que o saber sociológico é fruto de um discurso utópico de intelec-
tuais, discurso erudito, um privilégio de classe, portanto, comple-
tamente distante da realidade social (THOMÉ, 2018); f) a crescente 
onda de anticientificismo (TASCHNER, 2018). 
A presença ou ausência da Sociologia no ensino superior não 
corresponde, portanto, a um simples confronto entre o “perigo da 
revelação da verdade” que a disciplina apresenta e a ações autoritá-
rias que visam calar tais vozes ameaçadoras. 
Conclusão, provocação e convocação 
o campo do conhecimento da Sociologia e da Educação, 
é bastante comum o debate sobre quais saberes e disci-
plinas são importantes e devem ter, portanto, presença garantida no 
currículo. Comum, também, é o pressuposto de que o cabedal de 
disciplinas de um currículo pertence ao campo do “útil”, ou seja, a 
presença destas em detrimento de outras está baseada no fato de 
que gerarão o impacto necessário para a formação do indivíduo que 
a sociedade demanda; assim, o currículo carrega o que é “social-
mente relevante” (DURKHEIM, 1975). 
A ideia de que existe uma espécie de “seleção natural” dos sa-
beres na composição do curricular escolar, das matrizes curriculares 
dos cursos do ensino superior e do leque de oferta desses cursos nas 
IES públicas e privadas não se sustenta. Bourdieu (1996)9 aponta 
que a composição do currículo se dá a partir de um minucioso pro-
cesso de seleção e hierarquização dos conhecimentos. Não há coin-
cidência, acaso ou “seleção natural”; há um direcionamento que 
busca ratificar o domínio do grupo hegemônico ao favorecer a si 
 
9 Ver também Bourdieu e Passeron (2012). 
N 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 66 
mesmo com a seleção de disciplinas e saberes que ratificam as prá-
ticas, valores e sentidos societários desse grupo. Logo, o currículo é 
um campo de conflitos ininterruptos. 
O que buscamos demonstrar no capítulo deste livro foi que a 
Sociologia é um modo de pensar relacional que atende a demandas 
importantes postas pelas mais diversas questões sociais, mesmo 
aquelas que até então possuíam ocupação exclusiva (como no exem-
plo dos engenheiros ou cientistas da computação). 
A presença ou ausência da Sociologia no currículo do ensino 
básico, nas matrizes de cursos do ensino superior e a permanência 
do curso de Ciências Sociais dá-se num campo de conflitos ideoló-
gicos, mas não só, visto que há razões intrínsecas e extrínsecas. 
Há muitos argumentos que podemos acrescer àqueles aqui ex-
postos para demonstrar a importância da Sociologia no ensino su-
perior, tanto no processo formativo de um sem número de profis-
sionais como na oferta do curso de Ciências Sociais. Os saberes so-
ciológicos não podem estar disseminados em meio a outros, pois a 
interdisciplinaridade deve incentivar o diálogo entre os saberes e não 
a dissolução destes. As diferentes áreas do conhecimento carregam 
especificidades que precisam ser respeitadas para que não se perca a 
riqueza e o alcance de cada uma delas, sob pena do empobrecimento 
formativo e perda da capacidade de análise e aprofundamento da 
reflexão e olhar sobre os fenômenos sociais e humanos, demandada 
à Sociologia. 
Convocamos e desafiamos os demais pesquisadores da área a 
promover esse debate através, por exemplo, de mais pesquisas que 
tragam à tona as “verdades incômodas”. A miríade de problemáticas 
cada vez mais frequente, volumosa e intensa que se apresenta aos 
indivíduos, os inúmeros e pululantes desafios impostos às socieda-
des e aos governos não vão se problematizar sozinhos. Dubet (2015, 
A I M P O R T Â N C I A D O E N S I N O D A S C I Ê N C I A S H U M A N A S 
 
 67 
p. 20, tradução nossa) sintetiza bem o argumento que expomos até 
agora ao afirmar: 
Me parece, pois, que na atualidade a sociologia é útil, e o é 
de múltiplas maneiras. É útil quando é crítica, quando mos-
tra que a sociedade não é o que crer ser. É útil quando acon-
selha. É útil quando cria conhecimentos ‘puros’ e perícia 
prática. Em especial, é útil quando toda esta atividade par-
ticipa em um debate mais ou menos aberto e público. 
Como modo de pensamento relacional, a Sociologia tem uma 
contribuição que precisamos fazer saber. Trata-se de um trabalho 
que prescinde de uma leitura profunda e crítica dos fundamentos da 
disciplina em consonância com um trabalho coletivo de proposição 
desse debate. 
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